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Professores e alunos na Assembléia Legislativa

Os professores: Rosa Volpato, Roberto Moreira, João (Inglês), Ednéia,
Dinayde e Saito.
Alguns alunos: Carlos Mazza, Gué Passos, Lúcio Flávio, Luis Carlos,
Mingo Andrade, Manesco, Gracinha, Venâncio Bagaglia,Cidinha
Lucarelli e outros
Dias atrás recebi um e-mail (vídeo) e na hora me identifiquei com as
palavras da autora (que já foi uma professora) pois foi exatamente o que
nossos professores nos ensinaram e que hoje, assim como nós, devem
sentir a mesma indignação dela.
Eles nos ensinaram: o respeito ao nosso País e nossa cidade, que
tínhamos direitos mas também deveres, noções de justiça, cidadania, e
tantas outras coisas que não existem mais no currículo escolar. Lembram
daquelas aulas que, não sei se todos, mas eu não gostava: OSPB e
Educação Moral e Cívica. Mesmo não gostando da matéria, ela nos ajudou
bastante.
Estas matérias nos davam noções, mas o aprendizado começava bem mais
cedo, desde o primário (Escola Pública – Grupão, que tenho um carinho
enorme). Eles conseguiam despertar em nós o patriotismo, o respeito à
nossa bandeira, orgulho da nossa cidade, os Hinos e tantas coisas mais.
Acreditem, tem aulas que me lembro até hoje e dos professores que insistiam e não
se cansavam de “bater na mesma tecla”. Não eram só os nossos professores de
classe, os outros também colaboravam. Não vou colocar de todos para não ser
injusta com algum esquecimento, mas tem três do Grupão que se tornaram
inesquecíveis sobre estas aulas: Prof. Hézion, Dona Lucila Cagnoni e Dona
Betinha.
Profº Hézion
Antes de entrar nas salas de aula, no galpão, em fila, (mãozinha direita no ombro
do coleguinha da frente, rs) ele e a Dona Lucila ensaiavam os Hinos que hoje não
escuto mais e até já esqueci da letra: da Bandeira, do Soldado, da Independência,
Expedicionário e tantos outros.
Tem uma canção de Fartura, escrita pelo Prof. Hezion (se não foi ele quem fez,
que me corrija) que ainda me recordo, aprendi no primário entre 71 e 74.
É assim:
Fartura cidade singela
Filhos teus somos de coração
Entre todas tu és a mais bela
Pois em ti há amor e união
Aos pés de uma serra lá lá lá
Beijadas pelos raios de sol
Lá lá lá lá
O amanhã será um novo lá lá lá
O lá lá lá já esqueci, mas do rítmo lembro certinho.
E na hora de hastear a Bandeira?
Era na frente do Grupão e tinha todo um ritual para ser desdobrada, tudo
ensaiado e me lembro perfeitamente das palavras dele: “Nem que
passasse uma boiada podíamos virar o rosto e nem tirar a mão do peito!!!”
Era sinal de respeito ao nosso País!
De todos estes cantos e ensinamentos ele foi o professor que mais me
marcou e nunca fui aluna da classe dele!
Dona Lucila Cagnoni
Ela colocava um mapa enorme na lousa e pedia para um aluno ir lá apontar onde
estava Fartura. Eu morria de vergonha quando era minha vez!
Teve uma aula que ela estava explicando sobre os bairros rurais da cidade, e eu
interrompi dizendo que sabia quem era o dono do Pinheirinho: É do meu tio
“Liveira”! Que vergonha........ todos riram, até ela. Então foi dada uma aula
explicando que Pinheirinho era só um bairro e com muitos donos.

Outra aula dela:
Fartura era a cidade
mais limpa
da região
e eu me sentia toda
orgulhosa de saber isto.
Com a Dona Lucila também me senti “ injustiçada” .
Tínhamos que saber o nome do Presidente, vice,
todos os ministros e eram muitos. Eu ficava
procurando um sinal, uma dica para memorizar
todos. Lembro que tinham dois com nome ou
sobrenome de animal, não me lembro mais quais
eram. Dava um “trabalhão” e um belo dia, do
nada.....mudou tudo!
Estudei com ela na 4ª série, em 74, foi na época da
eleição Geizel/Garrastazu ou vice versa, não me
lembro, mas não me conformava ter que estudar
tudo se ela sabia que ia mudar. Uma injustiça!
Foi meu primeiro contato com eleição.
Época da ARENA!
Acho que é por isso que não gosto de
política...fiquei traumatizada! rsrs
E quanto aos nomes? Não teve outro jeito: Tivemos que “ decorar “ todos
os novos nomes!
Dona Betinha
Alguém deve estar perguntado: Mas ela não era professora de Economia
Doméstica?
Sim, ela ensinava dar banho em crianças (bonecas), fazíamos bolo na
cozinha, crochê, os famosos sapatinhos de tricô, livro de receitas, mas
sempre estava tocando no assunto cidadania, deveres, enfim o mesmo
que os outros professores faziam.
Ela me deu aula na 7ª série, em 1977.
Uma aula dela que aplico até hoje: Se alguém ligasse na casa dela, não era
quem estava ligando que perguntava – Quem esta falando?, e sim ela, a dona da
casa, afinal era uma invasão ao lar dela e dela era o direito de saber primeiro
quem estava invadindo a sua casa . Não sei se consegui explicar direito a lição
que ela nos deu, mas como ela estava certa!
Acho que foi umas das primeiras lições: Seu direito termina quando começa o do
outro!
Enfim, se for escrever de todas as aulas que eles nos passaram o texto ficará
enorme, mas antes de terminar não posso deixar de citar mais dois professores
que contribuíram muito e não foram do Grupão.
Uma participação importante para nós: de exemplos, de modelos a ser
seguidos!!

.
“Seu” Roberto Moreira
Ele me deu aula no magistério, no Trombi.
Era o tipo de professor que não precisava falar nada, só a sua
presença, compreensão e bondade já era uma aula inteira de
exemplos.
De vez em quando, ou melhor, de vez em sempre, me pego
pedindo: Senhor! Dei-me a paciência e a sensatez do Seu
Roberto Moreira!! rs

Também moramos no mesmo prédio em SP, vocês não imaginam o quanto ele
ajudava o pessoal mais simples e o quanto era querido por lá.
Uma aula dele no início dos anos 80:
Alguns eram contra presentear os alunos quando iam bem já que tirar boas
notas era obrigação do aluno, mas na vida era assim, tudo era uma troca e
nos deu o exemplo dos Militares: aquelas estrelinhas que traziam no peito
era um agradecimento, um reconhecimento de algo bem feito.
Como o “Seu” Roberto estaria enganado se esta aula fosse dada nos dias
atuais!
As estrelinhas continuam mesmo só para os Militares que serviram de
exemplo na época, pois a troca, o reconhecimento, já não tem o mesmo
sentido e nem o mesmo valor!!
Se você contribui com uma mentira ou dá uma dos três macacos sábios:
”não vi, não ouvi e não falo” aí sim vem a medalhinha no peito em
diferentes formas: pode ser uma doação, um aumento, uma promoção,
depende...tudo é uma questão de acordo dos interesses entre as partes!
Prof.º Geraldo ou Prof.º Geraldinho como nós falávamos.
No Grupão, até 1974 só existia o primário. A partir da 5ª série tínhamos que ir
para o Grupinho ou Trombi. Em 76 mudou e podíamos terminar o 2º Grau no
Grupão.
Sendo assim, em 1975 fui estudar no Grupinho.
Pois bem, a diretora do Grupão era a Dona Maria, ou melhor, a terrível Dona
Maria para nós!!
Para os alunos, uma mulher séria, rígida e sempre ouvíamos dos professores:
“Vou mandar você para diretoria!! “ Pronto! Eram as palavras mágicas da
época.
Hoje eu sei, não era medo, era respeito á autoridade máxima da Escola.
O pior: era a própria que tomava a tabuada na diretoria. Meu Deus, quanto
sofrimento ficar na porta da Diretoria aguardando ser chamada. Eu rezava,
rezava para ser a tabuada do 2 ou do 5!
Ela sempre repetia: “Quero rápido que nem pipoca!!”
Mas voltando a 5ª série onde fui estudar no Grupinho.
Conheci o Prof.º Geraldinho!
Ele era o Diretor. Quanta diferença!
Lembro que do pátio, tínhamos que subir uma escada para acessar os
corredores e entrar nas salas e ele no alto da escada, chamando os alunos,
balançando os braços, batendo palma e falando alto: “Vamos lá criançada,
agora é hora de estudar!” e quando passávamos perto dele, tocava na costa de
um, de outro, ria, chamava pelo nome, dava risada e até brincava junto na hora
do recreio. Guardo isto na memória com o maior carinho!
Para mim era o máximo o Diretor da escola ser um “amigo” !
Será que ele tinha noção de quanto isto foi e seria
importante para nós? Era um tratamento de igual
para igual, a autoridade máxima em igualdade com
nós, convivendo juntos para um mesmo objetivo:
aprender!
Uma pena que este exemplo de convivência,
igualdade e respeito foi embora junto com a nossa
infância!
Descobri a pouco tempo que não fui só eu que tive
esta sensação de igualdade, tão na “moda”, tão
divulgada atualmente.

Dias atrás estava conversando com o Doriveti e ele
contou que também sentiu esse orgulho de se sentir
importante.

Contou que sempre estudou em escola rural, tímido, simplório, e quando foi
estudar no Grupinho, numa brincadeira caiu e machucou o joelho. Quem fez o
curativo?
Claro, o “Diretor - Prof.º” Geraldo!
Ele se sentiu o máximo, o melhor, e não cansava de repetir e pensar no fato:
“O diretor da escola tinha cuidado dele!!”
Voltando ao texto que recebi, recordei destes momentos de aprendizado nas
Escolas, das aulas de cidadania, patriotismo, de exemplos, de humildade e
como tudo isso acabou. Como, quando e o porquê eu não sei, mas aos poucos
tudo ficou esquecido!
Hoje temos tantos deveres; infligimos tantas leis e artigos que parece que
somos bandidos; o que se aplica a um não atinge ao outro; a vida pessoal é
julgada onde o resultado do trabalho que deveria ser cobrado; o poder, o
diploma dá o direito de satisfazer o desejo pessoal de quem possui e a
coletividade é esquecida.
É cada um por si, pensar em si próprio.
Tirar proveito de algo que não é seu como se fosse o dono tornou-se tão
normal que acaba esquecido. Esquecido até mesmo por nós, os verdadeiros
proprietários.
Obrigada Prof. Hezion, Dona Betinha, Dona Lucila, Prof. Roberto, Prof.
Geraldinho e por todos outros que tantos ensinamentos nos passaram!
A culpa não é de vocês que chegamos onde estamos!
Hoje tudo é na base da troca, manipulado, ameaças, mentiras e no fim
as vítimas acabam virando os bandidos da história. Isto acontece em
todos os lugares. Ouço reclamações de quem trabalha em comércio,
escritórios, diaristas, trabalhadores rurais......todos os lugares mesmo!!
Parece que o mundo virou um matadouro gigante! Somos tratados
como “gados”!
Conseguiram nos transformar em vaquinhas de presépio, caladinhas,
sem se mexer, sem poder falar, omissos e se “ousamos” a reagir
somos marcados na testa, como gado, “briguentos, encrenqueiros,
problemáticos, revoltados, e tantas belos adjetivos mais”.........!!
Odeio uma expressão e ultimamente é a que mais ouço: “cabeças vão
rolar”! Meu Deus...estamos virando gado mesmo. Deviam dar nome
aos bois já que estão nos tratando como animais e não como pessoas!
“Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, ê
povo feliz!!“
Enfim meus professores (os que já se foram e os que estão aqui
assistindo o desrespeito com o próximo), vocês fizeram mais que deviam,
foram além do currículo escolar e acreditaram em nós!
E antes que eu inflija mais uma lei, artigo ou sei lá o que, explico que
coloquei fotos desta época de aprendizado e não quis dizer que esta ou
aquela pessoa da foto foi manipulada, tirou proveito de algo ou outra
coisa qualquer. Apenas usei como ilustração de uma época que
estávamos aprendendo o que é uma democracia, mal sabendo que com
ela a nossa liberdade seria reduzida!
E o “nós” que digo, é o nós de turma de aprendizado e não o que penso.
Se alguém não gostar, desculpe e avise que tirarei a foto!
As fotos do próximo slide foram cedidas pela tia Cema.
Ela me deu o nome de todas as meninas mas não me lembro
onde guardei, assim que conseguir eu coloco novamente.
Sei que entre elas estão: Tia Cema (mãe do Roberval), Amelinha
(Butkinha), Tia Helena Amaral (Taguaí) e da Dona Betinha
(professora). Elas estudaram no Marcos Ribeiro e se formaram
em 1951.
Na foto da turma de meninos está o Padre Francisco, que
segundo ela foi muito querido por todos!

* Narração copiada de um vídeo – Não dê enter, os slides mudam conforme a
narração!
Sinto vergonha de mim!

"Por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar atos
criminosos,
a tanta relutância em esquecer a antiga
posição
de sempre "contestar", voltar atrás e mudar o
futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
Tenho vergonha
da minha
impotência,
da minha falta de
garra,
das minhas
desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este chão,
vibro ao ouvir meu Hino
.
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade”
Cleide Canton
“Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça.
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra
e a ter vergonha de ser honesto.”
Rui Barbosa
Fartura, 07 de janeiro de 2012.
Música da 1ª parte: What A Wonderful Word
Música da 2ª parte: Lacrimosa – Mozart
1º Texto de Cleide Canton
2º Texto de Rui Barbosa
Narração: Nailor Marques Júnior
Fotos: Pessoais, Internet e cedidas por amigos.
litara@itelefonica.com.br
Kld..muuuuuuuuuuu!!!

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  • 1. Professores e alunos na Assembléia Legislativa Os professores: Rosa Volpato, Roberto Moreira, João (Inglês), Ednéia, Dinayde e Saito. Alguns alunos: Carlos Mazza, Gué Passos, Lúcio Flávio, Luis Carlos, Mingo Andrade, Manesco, Gracinha, Venâncio Bagaglia,Cidinha Lucarelli e outros
  • 2. Dias atrás recebi um e-mail (vídeo) e na hora me identifiquei com as palavras da autora (que já foi uma professora) pois foi exatamente o que nossos professores nos ensinaram e que hoje, assim como nós, devem sentir a mesma indignação dela. Eles nos ensinaram: o respeito ao nosso País e nossa cidade, que tínhamos direitos mas também deveres, noções de justiça, cidadania, e tantas outras coisas que não existem mais no currículo escolar. Lembram daquelas aulas que, não sei se todos, mas eu não gostava: OSPB e Educação Moral e Cívica. Mesmo não gostando da matéria, ela nos ajudou bastante. Estas matérias nos davam noções, mas o aprendizado começava bem mais cedo, desde o primário (Escola Pública – Grupão, que tenho um carinho enorme). Eles conseguiam despertar em nós o patriotismo, o respeito à nossa bandeira, orgulho da nossa cidade, os Hinos e tantas coisas mais.
  • 3. Acreditem, tem aulas que me lembro até hoje e dos professores que insistiam e não se cansavam de “bater na mesma tecla”. Não eram só os nossos professores de classe, os outros também colaboravam. Não vou colocar de todos para não ser injusta com algum esquecimento, mas tem três do Grupão que se tornaram inesquecíveis sobre estas aulas: Prof. Hézion, Dona Lucila Cagnoni e Dona Betinha.
  • 4. Profº Hézion Antes de entrar nas salas de aula, no galpão, em fila, (mãozinha direita no ombro do coleguinha da frente, rs) ele e a Dona Lucila ensaiavam os Hinos que hoje não escuto mais e até já esqueci da letra: da Bandeira, do Soldado, da Independência, Expedicionário e tantos outros. Tem uma canção de Fartura, escrita pelo Prof. Hezion (se não foi ele quem fez, que me corrija) que ainda me recordo, aprendi no primário entre 71 e 74. É assim: Fartura cidade singela Filhos teus somos de coração Entre todas tu és a mais bela Pois em ti há amor e união Aos pés de uma serra lá lá lá Beijadas pelos raios de sol Lá lá lá lá O amanhã será um novo lá lá lá O lá lá lá já esqueci, mas do rítmo lembro certinho.
  • 5. E na hora de hastear a Bandeira? Era na frente do Grupão e tinha todo um ritual para ser desdobrada, tudo ensaiado e me lembro perfeitamente das palavras dele: “Nem que passasse uma boiada podíamos virar o rosto e nem tirar a mão do peito!!!” Era sinal de respeito ao nosso País! De todos estes cantos e ensinamentos ele foi o professor que mais me marcou e nunca fui aluna da classe dele!
  • 6. Dona Lucila Cagnoni Ela colocava um mapa enorme na lousa e pedia para um aluno ir lá apontar onde estava Fartura. Eu morria de vergonha quando era minha vez! Teve uma aula que ela estava explicando sobre os bairros rurais da cidade, e eu interrompi dizendo que sabia quem era o dono do Pinheirinho: É do meu tio “Liveira”! Que vergonha........ todos riram, até ela. Então foi dada uma aula explicando que Pinheirinho era só um bairro e com muitos donos. Outra aula dela: Fartura era a cidade mais limpa da região e eu me sentia toda orgulhosa de saber isto.
  • 7. Com a Dona Lucila também me senti “ injustiçada” . Tínhamos que saber o nome do Presidente, vice, todos os ministros e eram muitos. Eu ficava procurando um sinal, uma dica para memorizar todos. Lembro que tinham dois com nome ou sobrenome de animal, não me lembro mais quais eram. Dava um “trabalhão” e um belo dia, do nada.....mudou tudo! Estudei com ela na 4ª série, em 74, foi na época da eleição Geizel/Garrastazu ou vice versa, não me lembro, mas não me conformava ter que estudar tudo se ela sabia que ia mudar. Uma injustiça! Foi meu primeiro contato com eleição. Época da ARENA! Acho que é por isso que não gosto de política...fiquei traumatizada! rsrs E quanto aos nomes? Não teve outro jeito: Tivemos que “ decorar “ todos os novos nomes!
  • 8. Dona Betinha Alguém deve estar perguntado: Mas ela não era professora de Economia Doméstica? Sim, ela ensinava dar banho em crianças (bonecas), fazíamos bolo na cozinha, crochê, os famosos sapatinhos de tricô, livro de receitas, mas sempre estava tocando no assunto cidadania, deveres, enfim o mesmo que os outros professores faziam.
  • 9. Ela me deu aula na 7ª série, em 1977. Uma aula dela que aplico até hoje: Se alguém ligasse na casa dela, não era quem estava ligando que perguntava – Quem esta falando?, e sim ela, a dona da casa, afinal era uma invasão ao lar dela e dela era o direito de saber primeiro quem estava invadindo a sua casa . Não sei se consegui explicar direito a lição que ela nos deu, mas como ela estava certa! Acho que foi umas das primeiras lições: Seu direito termina quando começa o do outro!
  • 10. Enfim, se for escrever de todas as aulas que eles nos passaram o texto ficará enorme, mas antes de terminar não posso deixar de citar mais dois professores que contribuíram muito e não foram do Grupão. Uma participação importante para nós: de exemplos, de modelos a ser seguidos!! .
  • 11. “Seu” Roberto Moreira Ele me deu aula no magistério, no Trombi. Era o tipo de professor que não precisava falar nada, só a sua presença, compreensão e bondade já era uma aula inteira de exemplos. De vez em quando, ou melhor, de vez em sempre, me pego pedindo: Senhor! Dei-me a paciência e a sensatez do Seu Roberto Moreira!! rs Também moramos no mesmo prédio em SP, vocês não imaginam o quanto ele ajudava o pessoal mais simples e o quanto era querido por lá.
  • 12. Uma aula dele no início dos anos 80: Alguns eram contra presentear os alunos quando iam bem já que tirar boas notas era obrigação do aluno, mas na vida era assim, tudo era uma troca e nos deu o exemplo dos Militares: aquelas estrelinhas que traziam no peito era um agradecimento, um reconhecimento de algo bem feito. Como o “Seu” Roberto estaria enganado se esta aula fosse dada nos dias atuais! As estrelinhas continuam mesmo só para os Militares que serviram de exemplo na época, pois a troca, o reconhecimento, já não tem o mesmo sentido e nem o mesmo valor!! Se você contribui com uma mentira ou dá uma dos três macacos sábios: ”não vi, não ouvi e não falo” aí sim vem a medalhinha no peito em diferentes formas: pode ser uma doação, um aumento, uma promoção, depende...tudo é uma questão de acordo dos interesses entre as partes!
  • 13. Prof.º Geraldo ou Prof.º Geraldinho como nós falávamos. No Grupão, até 1974 só existia o primário. A partir da 5ª série tínhamos que ir para o Grupinho ou Trombi. Em 76 mudou e podíamos terminar o 2º Grau no Grupão. Sendo assim, em 1975 fui estudar no Grupinho. Pois bem, a diretora do Grupão era a Dona Maria, ou melhor, a terrível Dona Maria para nós!! Para os alunos, uma mulher séria, rígida e sempre ouvíamos dos professores: “Vou mandar você para diretoria!! “ Pronto! Eram as palavras mágicas da época. Hoje eu sei, não era medo, era respeito á autoridade máxima da Escola. O pior: era a própria que tomava a tabuada na diretoria. Meu Deus, quanto sofrimento ficar na porta da Diretoria aguardando ser chamada. Eu rezava, rezava para ser a tabuada do 2 ou do 5! Ela sempre repetia: “Quero rápido que nem pipoca!!”
  • 14. Mas voltando a 5ª série onde fui estudar no Grupinho. Conheci o Prof.º Geraldinho! Ele era o Diretor. Quanta diferença! Lembro que do pátio, tínhamos que subir uma escada para acessar os corredores e entrar nas salas e ele no alto da escada, chamando os alunos, balançando os braços, batendo palma e falando alto: “Vamos lá criançada, agora é hora de estudar!” e quando passávamos perto dele, tocava na costa de um, de outro, ria, chamava pelo nome, dava risada e até brincava junto na hora do recreio. Guardo isto na memória com o maior carinho! Para mim era o máximo o Diretor da escola ser um “amigo” ! Será que ele tinha noção de quanto isto foi e seria importante para nós? Era um tratamento de igual para igual, a autoridade máxima em igualdade com nós, convivendo juntos para um mesmo objetivo: aprender! Uma pena que este exemplo de convivência, igualdade e respeito foi embora junto com a nossa infância!
  • 15. Descobri a pouco tempo que não fui só eu que tive esta sensação de igualdade, tão na “moda”, tão divulgada atualmente. Dias atrás estava conversando com o Doriveti e ele contou que também sentiu esse orgulho de se sentir importante. Contou que sempre estudou em escola rural, tímido, simplório, e quando foi estudar no Grupinho, numa brincadeira caiu e machucou o joelho. Quem fez o curativo? Claro, o “Diretor - Prof.º” Geraldo! Ele se sentiu o máximo, o melhor, e não cansava de repetir e pensar no fato: “O diretor da escola tinha cuidado dele!!”
  • 16. Voltando ao texto que recebi, recordei destes momentos de aprendizado nas Escolas, das aulas de cidadania, patriotismo, de exemplos, de humildade e como tudo isso acabou. Como, quando e o porquê eu não sei, mas aos poucos tudo ficou esquecido! Hoje temos tantos deveres; infligimos tantas leis e artigos que parece que somos bandidos; o que se aplica a um não atinge ao outro; a vida pessoal é julgada onde o resultado do trabalho que deveria ser cobrado; o poder, o diploma dá o direito de satisfazer o desejo pessoal de quem possui e a coletividade é esquecida. É cada um por si, pensar em si próprio. Tirar proveito de algo que não é seu como se fosse o dono tornou-se tão normal que acaba esquecido. Esquecido até mesmo por nós, os verdadeiros proprietários.
  • 17. Obrigada Prof. Hezion, Dona Betinha, Dona Lucila, Prof. Roberto, Prof. Geraldinho e por todos outros que tantos ensinamentos nos passaram!
  • 18. A culpa não é de vocês que chegamos onde estamos! Hoje tudo é na base da troca, manipulado, ameaças, mentiras e no fim as vítimas acabam virando os bandidos da história. Isto acontece em todos os lugares. Ouço reclamações de quem trabalha em comércio, escritórios, diaristas, trabalhadores rurais......todos os lugares mesmo!! Parece que o mundo virou um matadouro gigante! Somos tratados como “gados”! Conseguiram nos transformar em vaquinhas de presépio, caladinhas, sem se mexer, sem poder falar, omissos e se “ousamos” a reagir somos marcados na testa, como gado, “briguentos, encrenqueiros, problemáticos, revoltados, e tantas belos adjetivos mais”.........!! Odeio uma expressão e ultimamente é a que mais ouço: “cabeças vão rolar”! Meu Deus...estamos virando gado mesmo. Deviam dar nome aos bois já que estão nos tratando como animais e não como pessoas! “Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, ê povo feliz!!“
  • 19. Enfim meus professores (os que já se foram e os que estão aqui assistindo o desrespeito com o próximo), vocês fizeram mais que deviam, foram além do currículo escolar e acreditaram em nós! E antes que eu inflija mais uma lei, artigo ou sei lá o que, explico que coloquei fotos desta época de aprendizado e não quis dizer que esta ou aquela pessoa da foto foi manipulada, tirou proveito de algo ou outra coisa qualquer. Apenas usei como ilustração de uma época que estávamos aprendendo o que é uma democracia, mal sabendo que com ela a nossa liberdade seria reduzida! E o “nós” que digo, é o nós de turma de aprendizado e não o que penso. Se alguém não gostar, desculpe e avise que tirarei a foto!
  • 20. As fotos do próximo slide foram cedidas pela tia Cema. Ela me deu o nome de todas as meninas mas não me lembro onde guardei, assim que conseguir eu coloco novamente. Sei que entre elas estão: Tia Cema (mãe do Roberval), Amelinha (Butkinha), Tia Helena Amaral (Taguaí) e da Dona Betinha (professora). Elas estudaram no Marcos Ribeiro e se formaram em 1951. Na foto da turma de meninos está o Padre Francisco, que segundo ela foi muito querido por todos! * Narração copiada de um vídeo – Não dê enter, os slides mudam conforme a narração!
  • 21.
  • 22. Sinto vergonha de mim! "Por ter sido educadora de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.
  • 23. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios,
  • 24. a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade,
  • 25. a demasiada preocupação com o "eu" feliz a qualquer custo, buscando a tal "felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
  • 26. Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido,
  • 27. a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre "contestar", voltar atrás e mudar o futuro.
  • 28. Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer...
  • 29. Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
  • 30. Não tenho para onde ir pois amo este chão, vibro ao ouvir meu Hino .
  • 31. e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade” Cleide Canton
  • 32. “Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
  • 33. De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça.
  • 34. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
  • 35. o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra
  • 36. e a ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa
  • 37. Fartura, 07 de janeiro de 2012. Música da 1ª parte: What A Wonderful Word Música da 2ª parte: Lacrimosa – Mozart 1º Texto de Cleide Canton 2º Texto de Rui Barbosa Narração: Nailor Marques Júnior Fotos: Pessoais, Internet e cedidas por amigos. litara@itelefonica.com.br Kld..muuuuuuuuuuu!!!