O documento discute os principais tipos de anti-hipertensivos, seus mecanismos de ação e efeitos colaterais. Ele descreve os diferentes tipos de diuréticos, betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio e inibidores da enzima conversora de angiotensina, além de destacar alguns cuidados de enfermagem relacionados ao uso desses medicamentos.
1. Anti-hipertensivos
Enfª R1 Gabrielle Pessôa
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Maio
2015
2. Objetivos
• Relembrar os receptores cardíacos.
• Elencar os principais anti-hipertensivos e explanar seus
mecanismos de ação.
• Apresentar os efeitos colaterais mais comuns dos anti-
hipertensivos.
• Apontar alguns cuidados de enfermagem em relação ao
uso dos anti-hipertensivos.
5. Anti-hipertensivos
1. Diuréticos
2. Inibidores de ação central
3. Alfa1-bloqueadores
4. Betabloqueadores
5. Vasodilatadores diretos
6. Antagonistas dos canais de cálcio
7. Inibidores da enzima conversora de
angiotensina
8. Bloqueadores do receptor AT1
9. Inibidores diretos da renina
6. Classe mais utilizada devido sua eficácia e baixo
custo.
Ação anti-hipertensiva devido seus efeitos
diurético e natriurético:
Classificados em três grupos de acordo com o
local de ação no túbulo renal.
Volume
extracel
ular
RVP
Diuréticos
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
7. Tiazídicos:
Agem na porção proximal do túbulo contorcido distal do nefrón
proporcionando uma natriurese de intensidade moderada.
Indicados para pacientes com função renal e cardíaca preservadas.
Efeitos Colaterais: hipocalemia, hipomagnesemia, hiperuricemia,
hiponatremia, hiperlipidemia, disfunção erétil e alterações no metabolismo
do cálcio e glicose.
Ex.: Hidroclorotiazida
Diuréticos
Fonte: http://www.afh.bio.br(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
8. Diuréticos de alça:
Agem na porção espessa da alça de Henle do nefrón
proporcionando maior natriurese que os tiazídicos.
Indicados para pacientes com alteração da função renal ou
insuficiência cardíaca.
Efeitos Colaterais:desidratação e hipotensão
Ex.: Furosemida
Diuréticos
Fonte: http://www.afh.bio.br(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
9. Poupadores de potássio:
Agem no terço distal do túbulo contorcido distal promovendo
natriurese de pequena intensidade e reduzindo a excreção de
potássio.
Indicados para pacientes vulneráveis à hipocalemia.
Efeitos Colaterais: disfunção erétil e ginecomastia
Ex.: Espironolactona.
Diuréticos
Fonte: http://www.afh.bio.br(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
10. Inibidores de ação central
Estimulam o receptor alfa-2-adrenérgico no SNC
diminuindo o tônus simpático vascular.
Uso não muito frequente devido seus efeitos colaterais.
Ex.: Metildopa (sedação, tontura, boca seca, cefaleia,
congestão nasal e impotência sexual) e Clonidina
(Tontura, boca seca, crise hipertensiva de rebote).
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
11. Alfa1-bloqueadores
Bloqueiam a ativação pós-sináptica dos receptores alfa-1
promovendo vasodilatação e redução da RVP.
Uso inicial sugerido em pacientes idosos com sintomas
de hiperplasia prostática benigna
Efeitos Colaterais: Hipotensão, tontura, cefaleia,
congestão nasal.
Ex.: Doxazosina, Prazosina, Terazosina
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
12. Betabloqueadores
Reduzem o débito cardíaco, a secreção de renina, a
readaptação dos barorreceptores e diminuem as
catecolaminas nas sinapses nervosas.
Efeitos Colaterais: Broncoespasmo, Bradicardia
excessiva, BAV.
Ex.: Propanolol, Atenolol, Metoprolol, Bisoprolol,
Carvedilol.
Não seletivo Seletivo Alfa e
betabloqueador
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
13. Vasodilatadores diretos
Atuam na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular e consequentemente
vasodilatação e redução da RVP.
Utilizados na HAS resistente.
Efeitos Colaterais: cefaleia, hipotensão postural,
taquicardia, distúrbios TGI.
Ex.: Hidralazina e Minoxidil
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
14. Antagonistas dos canais de cálcio
Diminuem a concentração de cálcio livre intracelular nas
células musculares lisas vasculares, levando a potente
vasodilatação arteríolar e reduzindo RVP.
Divididos em três subgrupos.
X Fonte: http://www.polbr.med.br
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
15. Fenilalquilaminas:
Verapamil é a droga representante- depressor do
miocárdio e anti-hipertensivo potente quando associado
ao IECA ou betabloqueador.
Uso endovenoso deve ser cauteloso.
Efeitos Colaterais: obstipação intestinal,
descompensação de IC e bloqueio de condução.
Antagonistas dos canais de cálcio
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
16. Benzodiazepinas:
Diltiazem é a droga representante- menos depressor
miocárdico
Eficaz em angina e hipertensão
Efeitos Colaterais: bradicardia excessiva e BAV
Diidropiridínicos:
Afinidade vascular preponderante
Anlodipino e Nifedipino
Efeitos colaterais: edema maleolar, cefaleia, rubor facial,
tontura e palpitação.
Antagonistas dos canais de cálcio
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
17. Inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECA)
Bloqueiam a transformação de angiotensina I em II
(responsável por vasoconstrição)
Efeitos colaterais: tosse seca, hipercalemia e
angioedema.
Ex.: Captopril, enalapril, lisinopril
‘
Fonte: http://www.cescage.com.br/ead/modulos.php?id_m=711
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
18. Bloqueador de receptor AT1 da
angiotensina II
Bloqueiam o receptor específico da angiotensina
II, inibindo sua ação vasoconstritora.
Efeitos Colaterais: cefaleia, tontura e reação de
hispersensibilidade
Ex.: Losartana, Valsartana
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011; BRASIL, 2013)
19. Inibidores diretos da renina
Inibição direta da ação da renina com consequente
diminuição de angiotensina II.
Efeitos Colaterais: “Rash” cutâneo, diarréia, aumento de
CPK e tosse.
Ex.: Alisquireno
x
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBH, 2010; PEDROSA; JUNIOR, 2011;)
20. Cuidados de enfermagem
• Antecipar o desenvolvimento de hipotensão postural e
realizar medidas para prevenir sua ocorrência.
• Não administrar diuréticos após o meio da tarde, para
prevenir noctúria.
• Orientar o paciente para sinais de hipocalemia, tais
como fraqueza e câimbras musculares.
• Orientar sobre uma dieta rica em potássio (frutas
cítricas, tomate, banana).
• Manter registros de ingestão e débito hídrico e
monitorar uma redução da atividade diurética.
21. Cuidados de enfermagem
• Orientar os pacientes idosos quanto a sua suscetibilidade
à diurese excessiva e desidratação.
• Orientar o paciente para evitar ingerir bebida contendo
álcool e exercícios físicos em dias quentes.
• Monitorar a ocorrência de hipotensão e bradicardia.
• Monitorizar a glicose do paciente diabético.
• Os betabloqueadores podem mascarar os sinais de
choque e hipoglicemia.
22. “[...] ressaltamos a importância da equipe de enfermagem na
administração de fármacos anti-hipertensivos, pois depois de
definida a prescrição pelo médico, os demais cuidados da
administração de medicamentos são, principalmente, realizados
pelo enfermeiro. Portanto, este necessita de conhecimentos de
farmacologia, quanto ao mecanismo de ação, interações
entre fármacos, aprazamento, vias de administração e
dosagens (CUNHA; LOPES; LEITE, 2010)”.
23. Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
CUNHA, G.H.; LOPES, M.V.O.; LEITE, I.O.; Tratamento farmacológico da
hipertensão arterial em unidade de terapia intensiva coronariana. Revista
da Rede de Enfermagem do Nordeste. Fortaleza, v. 11, n. 3, p. 143-152, jul./set.2010.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro,
RJ: Guanabara Koogan, 2008.
PEDROSA, L.C.; JUNIOR, W.O.; Doenças do coração diagnóstico e
tratamento. Revinter, 2011.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão VI. Revista Hipertensão. Ano 13, volume 13, número 1, 2010.