O documento discute o processo de enfermagem baseado nos diagnósticos de enfermagem, incluindo as etapas de investigação, diagnósticos, planejamento, implementação e avaliação. Ele também descreve os sistemas de classificação NANDA e CIPE, que fornecem uma linguagem padronizada para documentar a prática de enfermagem. Um exemplo ilustra como esses conceitos são aplicados no cuidado de um paciente com úlcera por pressão.
1. Diagnósticos de Enfermagem
Enfª R1 Karyne Kirley Negromonte Gonçalves
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº
Luis Tavares da Silva – PROCAPE
Programa de Especialização em Cardiologia
Modalidade Residência
Março/2016
2. Objetivos
• Compreender o Processo de Enfermagem baseado nos
Diagnósticos de Enfermagem;
• Descrever as etapas do Processo de Enfermagem;
• Apresentar a classificação dos Diagnósticos de Enfermagem:
NANDA e a Classificação Internacional das Práticas de
Enfermagem- CIPE.
3. Processo de Enfermagem
• Instrumento metodológico de trabalho utilizado para
organizar, sistematizar e favorecer o cuidado ao cliente;
• Foco principal: atenção aos indivíduos de modo holístico
dentro do processo saúde/doença;
• Etapas: Investigação, Diagnósticos de Enfermagem,
Planejamento dos resultados, Implementação e Avaliação da
assistência.
(TANNURE, 2010)
4. Primeira etapa: Investigação/ Histórico
Validação
dos dados
Agrupam
ento de
dados
Identifica
ção de
padrões
Registro
de dados
Coleta de
dados
Investi
gação
• Determina o estado de
saúde do cliente;
• Anamnese e exame físico;
• Identifica necessidades,
problemas, preocupações.
(TANNURE, 2010)
5. • Análise, julgamento, síntese e percepção ao interpretar dados
clínicos e levantamento das necessidades do cliente;
• Engloba a parte conceitual e estrutural que compreende três
componentes: problema de saúde, fatores etiológicos ou
relacionados e características definidoras ou grupo de sinais e
sintomas;
• Identificados e listados em ordem de prioridade com foco
central para etapas subsequentes.
Segunda etapa: Diagnósticos de
Enfermagem
(TANNURE, 2010)
6. Sistemas de Classificação de
Enfermagem
“Agrupar, colocar em um conjunto que apresente características
semelhantes. Uma vez agrupados, estes fenômenos podem ser
colocados em classes, segundo suas características.”
(SOUZA, 2002).
7. • NANDA- North American Nursing Diagnosis Association
(1970)
“Julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da
família ou da comunidade, a problemas de saúde, processos
vitais reais ou potenciais, que proporciona a base para a
seleção das intervenções de Enfermagem para atingir os
resultados esperados.”
Conjunto de sinais e sintomas identificados pelo enfermeiro
no cliente.
(NANDA, 2008)
9. Domínios
Domínio 1 Promoção da saúde
Domínio 2 Nutrição
Domínio 3 Eliminação e troca
Domínio 4 Atividade/repouso
Domínio 5 Percepção/cognição
Domínio 6 Autopercepção
Domínio 7 Papéis e relacionamento
Domínio 8 Sexualidade
Domínio 9 Enfrentamento/tolerância ao estresse
Domínio 10 Princípios de vida
Domínio 11 Segurança/proteção
Domínio 12 Conforto
Domínio 13 Crescimento/desenvolvimento
10. Eixos
Eixo 1 Conceito diagnóstico
Eixo 2 Sujeito do diagnóstico(indivíduo, família, grupo,
comunidade)
Eixo 3 Julgamento (comprometido, diminuído, atrasado,
perturbado, prejudicado, disposição rara)
Eixo 4 Localização (partes/regiões do corpo e funções)
Eixo 5 Idade (de feto a idoso
Eixo 6 Tempo (agudo, crônico, intermitente, contínuo)
Eixo 7 Situação do diagnóstico (real, promoção da saúde,
risco e bem-estar)
11. Enunciado do DE (NANDA)
• 3 componentes estruturais:
Título e definições
Fatores relacionados
Características definidoras
“Padrão de sono prejudicado, relacionado a iluminação e
ruído, evidenciado por relatos de dificuldade para dormir e
capacidade funcional diminuída.”
(TANNURE, 2010)
12. CIPE- Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem
• Sistema de classificação para padronizar uma linguagem
comum que represente a prática de Enfermagem (SILVA et al,
2007).
• Classificação de fenômenos, intervenções e resultados a nível
da Enfermagem (CIPE, 2000).
• DE: composto por conceitos contidos nos eixos da
classificação dos fenômenos.
(TANNURE, 2010)
13. CIPE- Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem
• Versão 2.0 (2009);
Eixo 1 Foco Ferida
Eixo 2 Julgamento Dependente
Eixo 3 Meios Bolsa de colostomia
Eixo 4 Ação Encorajar
Eixo 5 Tempo Sempre
Eixo 6 Localização Tórax
Eixo 7 Cliente Indivíduo
Composição do DE: Eixo de foco+Eixo de julgamento
Dor intensa no precórdio (TANNURE, 2010)
14. CIPE- Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem
• Composição das intervenções de Enfermagem:
Termo do eixo Ação+ Termo do eixo Alvo
D.E: Dor intensa no precórdio
I.E.: Administrar analgésico intermitente EV
R.E.: Alívio da dor do paciente
(TANNURE, 2010)
15. Terceira etapa: Planejamento dos
resultados esperados
• Estabelecimento de prioridades para os problemas diagnosticados;
• Fixação de resultados com o paciente (corrigir, minimizar, evitar
problemas);
• Plano de ações para se alcançarem resultados em relação a um
diagnóstico de Enfermagem.
Ser claro e
conciso
Ser
centrado
no paciente
Estar
relacionado
ao título
diagnóstico
Ser
alcançável
Conter
limite de
tempo
Ser
mensurável
(TANNURE, 2010)
16. Quarta etapa: Implementação da
Assistência (Prescrição de Enfermagem)
• Colocar em prática, executar o que antes era uma proposta;
• Ações prescritas e necessárias para a obtenção dos resultados
esperados;
• Prescrições devem ser completas e objetivas;
• Diagnóstico de Enfermagem Resultado esperado
Prescrição dos cuidados de enfermagem.
(TANNURE, 2010)
17. Quinta etapa: Avaliação da
Assistência de Enfermagem
• Acompanhar as respostas do cliente aos cuidados prescritos e
implementados (prontuário);
• Avaliação da eficácia da prescrição de enfermagem;
• “O paciente progrediu? Apresenta novas necessidades? A
prescrição precisa ser revista? Precisa de medidas corretivas?
(TANNURE, 2010)
18. “A.M.G., 67 anos, sexo masculino, hipertenso,
diabético, tabagista, admitido na UTI coronariana do
PROCAPE após cirurgia de revascularização do
miocárdio. O mesmo apresentou complicações
hemodinâmicas no decorrer do pós-operatório,
desenvolvendo extensa úlcera por pressão estágio III
em região sacral, com secreção purulenta de odor
fétido, sendo renovado diariamente o curativo com
hidrogel...”
19. Diagnóstico de Enfermagem: “Integridade da pele prejudicada,
relacionada a circulação alterada e imobilização no leito,
evidenciada por ferida em região sacral.”
Resultado esperado: “O paciente apresentará melhora no aspecto
da lesão da região sacral em até 15 dias”
Prescrição de Enfermagem: “Realizar mudança de decúbito de
2/2; renovar o curativo diariamente com SF0,9% e curativo de
alginato de cálcio, ocluindo-o com gaze e fita hipoalergênica;
realizar o registro sobre o aspecto e as dimensões da lesão.”
20. Considerações Finais
• O Diagnóstico de Enfermagem é o instrumento profissional,
que guia a prática de Enfermagem e fornece autonomia ao
enfermeiro;
• Oferece subsídios para o cuidado integral e humanizado;
• Promove flexibilidade do pensamento independente, melhora
a comunicação, previne erros, omissões e repetições
desnecessárias.
21. Referências bibliográficas
TANNURE, M.C.; PINHEIRO, A.M.; GUANABARA. Sistematização da Assistência
de Enfermagem, Guia Prático, 2.ed. 2010.
POTTER, P. Fundamentos de Enfermagem. 7. ed. 2009.
NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA, NANDA International,
Definições e Classificação, 2009;
FURUYA, et al. Sistemas de classificação e sua aplicação na assistência: revisão
integrativa de literatura, 2011.
NÓBREGA, M.M.L.; SILVA, K.L. Fundamentos do cuidar em Enfermagem, 2009.