O documento descreve 4 motivos para não ir para Emaús:
1) Dar ouvidos à conversa fiada e ser influenciado negativamente por outros.
2) Cegueira espiritual e acreditar que se sabe mais do que Cristo.
3) Tristeza por problemas na igreja, o que enfraquece a fé.
4) Decepção por acreditar em ambições pessoais em vez das palavras de Jesus.
1. 4 MOTIVOS PARA VOCÊ NÃO IR PARA EMAÚS
1o
Motivo: Dar ouvidos à conversa fiada – vs. 13-14
Para que alguém se converta e una-se a uma igreja evangélica, muitas
pessoas, de muitas igrejas diferentes, colaboram para isso: Um lhe fala de
Jesus pela primeira vez, outro lhe entrega alguma literatura, alguém ora por
ele e com ele, outro o socorre numa hora de aflição, alguém o convida,
outro o traz ao templo, e assim por diante.
No entanto, quando alguém chega a se afastar do Caminho, geralmente é
pelas mãos de uma única pessoa. Muitas vezes pelas mãos de alguém que
ele conheceu na própria igreja e que se fez seu amigo. Alguém que
conversa muito ele, mas, ao invés de o encorajar, como recomendam as
Escrituras, leva-o a se desviar.
Repare no texto bíblico:
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia
chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam
conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.
O que havia em Emaús? Nada! Emaús era uma aldeia tão pequena e
inexpressiva, em termos históricos, que só sabemos que ela existiu por
causa deste relato bíblico; mas, mesmo que Emaús fosse uma grande
cidade, o quê poderia haver lá que fosse mais importante que a notícia da
ressurreição? Nada! Absolutamente, nada!
A verdade é que, enquanto a igreja estava reunida lá em Jerusalém,
tentando assimilar os últimos acontecimentos e esclarecer o sumiço do
corpo de Jesus, estes dois discípulos estavam voltando para sua antiga
vidinha, lá em Emaús. Abandonaram a igreja.
Porque? Por vários motivos e um deles foi por causa de conversa fiada,
pois, como o texto bíblico relata, eles “… iam conversando” pelo caminho.
O texto bíblico não diz quem desviou quem, mas, como a repreensão de
Jesus foi muito severa e somente o nome de um deles é citado, não
corremos muito risco em afirmar que Cleopas era o conversador e, o outro,
aquele que lhe deu ouvidos.
2. Ter amigos na igreja é muito saudável e recomendável, mas, cuide-se, há
muitos “Cleopas” em nosso meio; pessoas mal resolvidas em sua fé em
Nosso Senhor Jesus, pessoas que querem sair da igreja, mas, como seus
motivos são meras desculpas, precisam de alguém que lhe dê ouvidos,
alguém que concorde com ele e, de preferência, que saia da igreja junto
com ele, para que ele se senta menos mal e culpado.
2o
Motivo: Cegueira espiritual – vs. 15-16
O texto fala de uma espécie de “cegueira espiritual”. Repare.
“Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se
aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que
impedidos de o reconhecer”.
Eles estavam tão compenetrados em si mesmos, tão envolvidos em suas
próprias desculpas e justificativas, tão convictos em sua discussão, que nem
puderam notar que era o Cristo ressurreto que caminhava com eles.
Imaginem o ridículo da situação. Iremos ver, logo adiante, que eles não
aceitaram a notícia da ressurreição. Provavelmente estavam dizendo: Esta
coisa de ressurreição é coisa de louco! É histerismo coletivo! E, ali ao seu
lado, estava aquele de quem eles estavam falando.
Observe outra coisa muito interessante: eles (que estavam cegos)
julgaram-se mais informados que o próprio Cristo: “És o único,
porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignora as ocorrências destes
últimos dias?”.
As pessoas que abandonam o Caminho encontram-se em condições
espirituais semelhantes, isto é, cegos. Estão tão preocupadas consigo
mesmos que, literalmente, se tornam incapazes de perceber a realidade.
Pior que isso, além de estarem cegas, acreditam que são as únicas que
enxergam. Enchem o peito de razão, mas, fazem papel de ridículos ao
discutirem temas sobre os quais não tem o menor conhecimento e ao
classificarem como fanáticos ou histéricos os que ficaram firmes em suas
igrejas.
3o
Motivo: Tristeza – vs. 17
“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ide
tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos”.
Porque eles estavam tristes? Pela morte de Jesus, é claro!
3. Mas, também, pela injustiça praticada pelas autoridades (Como puderam
colocar Jesus e Barrabás lado a lado?).
Pela ingratidão do povo de Israel (Como puderam escolher Barrabás?).
E, pelos problemas do grupo de Jesus (Como é que Pedro, que era tão
valente, não morreu de vergonha por negar o Mestre três vezes? E quanto
aos demais, não se acovardaram também, deixando o Cristo padecer
sozinho? E as mulheres, então, que na hora da crucificação até que foram
valentes, mas, agora, vêm com esta história de que viram e conversaram
com anjos, parecendo loucas, alucinadas?).
Estavam tristes por muitos motivos. Por isso não puderam suportar a
pressão. A Bíblia diz que “… a alegria do Senhor é a nossa força”. Crente
triste é crente fraco! E, quando estamos fracos, temos a tendência de nos
isolarmos, de fugir, de virar a mesa, de abandonar a carreira da fé.
Cuide-se, meu irmão. Não se entristeça! Nem com as autoridades, nem
com a ingratidão do povo e, muito menos ainda, com sua igreja, pois todas
as igrejas do mundo são iguais: são formadas por seres humanos fracos e
frágeis; valentes numa hora, covardes noutra; maravilhosos num instante,
desprezíveis noutro; inspiradores em certas atitudes, desastrosos em outras.
É verdade que nenhuma igreja pode viver em pecado alegando que “…
toda igreja tem problemas, que nenhuma é perfeita” e não fazer nada para
mudar esta situação. Se uma igreja admite isso (e a maioria admite) é
porque está reconhecendo que tem problemas. Logo, tem a obrigação de
dar uma parada e fazer um conserto com Deus, senão, certamente é falsa e
hipócrita.
Por outro lado, no entanto, nenhum crente tem o direito de ficar triste por
causa dos problemas de sua igreja, a ponto de abandoná-la. Deve, sim, orar,
jejuar e promover a santidade do seu grupo, com paciência e amor. Muito
amor! Se, depois de agir assim, sua igreja insistir em permanecer no
pecado, então chegou a hora de pedir a Deus licença para sair em busca de
um outro lugar para adorar. Porém, jamais ficar sem igreja.
4o
Motivo: Decepção – vs. 21
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel;
mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas
sucederam”.
4. Quantas vezes Jesus afirmou que seu reino não é deste mundo? Ele
deixou claro que não veio para formar um exército, para ser o governador
ou o rei de uma nação, para criar uma dinastia ou qualquer destas coisas
que os poderosos tanto apreciam. Apesar disto, os apóstolos pensavam que
Jesus iria ser coroado e enfrentar os romanos e “redimir” (libertar) Israel.
Havia, é claro, um interesse pessoal em cada um deles, para acreditar
nisso. Como amigos íntimos do Mestre, certamente eles seriam nomeados
generais, ministros, secretários. Imagine, um grupo de pescadores
analfabetos nomeados para os altos escalões do novo governo, o governo
de Jesus. Fantástico, não é mesmo?
Mas, eles estavam confusos. Jesus nunca disse isso, nunca lhes deu
qualquer esperança neste sentido.
Ora, a Bíblia diz que quem crê em Jesus jamais será confundido. O quê
aconteceu com os apóstolos, para ficaram tão confusos?
Eles deixaram de ouvir as palavras de Jesus e passaram a acreditar em
suas próprias ambições e devaneios.
Muitas pessoas abandonam suas Igrejas quando se decepcionam com
alguma coisa. Mas, como chegam a este ponto?
Quando deixam de ouvir as verdades de Deus para ouvir seus próprios
corações. Quando enganam a si mesmos, afirmando e acreditando que
Deus lhes prometeu alguma coisa, quando, no fundo, eles estão apenas
tentando satisfazer suas ambições pessoais.
A Bíblia diz que só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus.
Porém, infelizmente, muitos se decepcionam porque deixam de procurar
em Jesus as respostas para suas vidas e vão atrás de certos “homens e
mulheres de Deus”, mendigando oração e em busca de “revelação”.
Passam a dar ouvidos aos profetas e profetizas de plantão. Passam a dar
mais valor a sonhos, visões e sinais, que à presença de Deus e seus ensinos.
Outros evangélicos organizam suas vidas função de suas Igrejas e de
seus líderes, de tal forma que abandonam a família, os amigos, o estudo, o
auto-desenvolvimento, o laser, etc. Então, num belo dia, suas Igrejas e seus
líderes traem sua confiança, e a decepção vem à cavalo. Daí, não dá mais
para segurar a barra. O único jeito de enfrentar a realidade é… bem, é
fugindo dela. Abandonando tudo.
5. Decepcionado? A culpa é sua, se acreditou em suas próprias ambições e
se organizou sua vida em função de homens e Igrejas.
Jesus nunca decepcionou alguém que tenha organizado sua vida em
favor dele.
É hora de reconhecer os erros, para não cair mais.