1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 16 - Número 1 - 1º Semestre 2016
HIPERTENSÃO E DIABETES NA POPULAÇÃO INDÍGENA E FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS
Anapaula Martins Mendes1
; Nádia Cristine Coelho Eugênio2
; Fabio Rodrigues Trindade3
;
Heli da Silva Araújo Salles4
; Rubens Alex de Oliveira Menezes5
; Flávio Henrique Ferreira Barbosa6
RESUMO
Os povos indígenas, no Brasil tem apresentado um momento de transição de perfil epidemiológico nos últimos anos. A
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM) são graves problemas de saúde pública no mundo,
necessitando expandir os estudos relacionados ao tema e direcionar ações a saúde do adulto indígena no âmbito da
atenção básica. O objetivo da pesquisa foi tentar conhecer os fatores de risco para HAS e DM e descrever a prevalência
destes agravos observados em estudos anteriores. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados da
Biblioteca Virtual em Saúde, sendo localizados documentos como artigos, teses e dissertações que subsidiaram a
pesquisa. Nestes estudos a idade avaliada variou entre 18 a 69 anos, incluindo ambos os sexos, com objetivo de
estabelecer parâmetros de identificação de situações de risco a estes agravos e a prevalência destes nos grupos
analisados. A obesidade se fez presente em todos os estudos e sua prevalência variou entre 14,2 e 30,8%, sendo mais
prevalente em mulheres, assim como a circunferência abdominal. Os demais fatores de risco relacionados à hipertensão
e diabetes foram o envelhecimento populacional, processo de contato interétnico, restrição territorial, atividades de
subsistência, organização da atenção em saúde, hábitos alimentares, conflitos sociais nas demarcações e níveis sócio-
econômico. Apenas um dos estudos fez referência à relação dos agravos com o tabagismo e colesterol. A prevalência de
hipertensão encontrada nos estudos varia entre 1,5 e 29,7% e o diabetes entre 1,5 e 4,5%. Estes resultados nos
despertam para uma realidade nada heterogênea e que pode nos servir de instrumento regulador e direcionador das
ações voltadas a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis dentre estes povos.
Palavras-chave: Hipertensão, Diabetes, Saúde Indígena, Fatores de Risco.
HYPERTENSION AND DIABETES IN INDIGENOUS POPULATION AND ASSOCIATED
RISK FACTORS
ABSTRACT
Indigenous peoples in Brazil has experienced a moment of transition epidemiological profile in recent years. Systemic
hypertension (HBP) and diabetes mellitus (DM) are serious public health problems in the world, need to expand the
studies related to the subject and direct actions the health of indigenous adults as part of primary care. The objective
was to get to know the risk factors for hypertension and diabetes and describe the prevalence of these diseases observed
in previous studies. A systematic review on the Virtual Library databases in Health was held, being located documents
such as articles, theses and dissertations that supported the research. In these studies evaluated the age ranged from 18
to 69 years, including both sexes, in order to establish risk situations identification parameters to these diseases and the
prevalence of these in the analyzed groups. Obesity was present in all studies and its prevalence varied between 14.2
and 30.8%, being more prevalent in women as well as waist circumference. The other risk factors related to
hypertension and diabetes were the aging population, interethnic contact process, territorial restrictions, subsistence
activities, the health care organization, eating habits, social conflicts in the demarcation and socio-economic levels.
Only one of the studies referred to the list of diseases with smoking and cholesterol. The prevalence of hypertension
found in studies varies between 1.5 and 29.7% and diabetes 1.5 to 4.5%. These results in awake for nothing
heterogeneous reality and can serve as the regulatory instrument and driver of actions aimed at prevention of chronic
diseases among these people.
Keywords: Hypertension, Diabetes, Indigenous Health, Risk Factors.
43
2. INTRODUÇÃO
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), hoje, no Brasil,
vivem quase 900 mil índios, cerca de 0,4% da
população brasileira, segundo dados do censo
realizado em 2010. Esta população compreende
305 etnias que falam 274 idiomas e está
distribuída em 505 Terras Indígenas e, também,
em áreas urbanas, com registro de 77
referências de grupos indígenas não contatados
ou isolados, das quais 30 foram confirmadas.
De acordo com Brasil (2013) existem
ainda grupos que estão requerendo o
reconhecimento de sua condição indígena junto
ao órgão federal indigenista. A língua indígena,
hoje, é uma das características culturais mais
fortes, na maioria das populações indígenas
brasileiras, estima-se que cerca de 1.300 línguas
indígenas diferentes eram faladas no Brasil há
500 anos.
Os indígenas vivem em diversos pontos
do território brasileiro e representam, em termos
demográficos, um pequeno percentual da
população de mais de 200 milhões de habitantes
do Brasil. Todavia é um exemplo concreto e
significativo da grande diversidade cultural
existente no País.
Segundo Gimeno (2010), houve uma
ampla discussão sobre a presença das doenças
crônicas degenerativas nas populações
indígenas durante a Primeira Conferência sobre
o Diabetes Mellitus (DM) entre os Povos
Indígenas, que ocorreu em 2006, na Austrália, e
a preocupação em relação à frequência com que
o DM acomete estas populações em diversas
partes do mundo.
De forma semelhante ao observado nos
demais grupos populacionais, os fatores de risco
estão relacionados às mudanças de hábito,
particularmente a dieta e o grau de atividade
física. Para Cardoso (2001) os estudos
realizados nas populações indígenas têm
demonstrado a ocorrência de aumento de
doenças cardiovasculares, de diabetes e de
transtornos mentais em razão do processo de
crise de identidade cultural e das mudanças de
hábitos.
Podemos observar a presença do contato
interétnico em diversas comunidades indígenas
no Brasil, algumas populações até consideradas
“urbanizadas”, o que interfere de diferentes
maneiras nos aspectos de vida desta população.
Entre as mudanças observadas que podemos
destacar estão o consumo de produtos
industrializados, aumento na ingestão de sódio,
açúcar e alimentos ricos em gorduras saturadas
e hidrogenada e o consumo de bebidas
alcoólicas.
A maioria das ações vinculadas à saúde
indígena, hoje, estão, de forma pragmática,
voltadas ao programa de imunizações e à saúde
da criança, devido ao histórico processo de
contato e inserção das doenças no meio
indígena, no qual o perfil epidemiológico das
comunidades era bastante distinto do que vemos
hoje devido ao período mais avançado de
contato interétnico.
Anteriormente as doenças prevalentes
eram as respiratórias, gastroenterites, infecto-
parasitárias, diarreias e desnutrição. Ainda
temos a presença destas doenças, mas vemos o
perfil mudando ano após ano, e dentro das
novas doenças estão inseridas as doenças
crônicas não transmissíveis como diabetes e
hipertensão arterial, cânceres entre outras
(BASTA; ORELLANA; ARANTES, 2012).
Temos alguns estudos vinculados à
saúde indígena buscando a situação destas
doenças dentro das comunidades e é importante
que saibamos que dados foram encontrados
nestes estudos a fim de poder subsidiar novas
ações e propostas voltadas à saúde indígena.
Bloch (1993) discute como imperativo, ainda
àquela época, avaliar e monitorar as variáveis
ou fatores de risco que se identificam a partir do
processo interétnico, entre estes povos, a fim de
prevenir o aparecimento das doenças crônicas
não transmissíveis, como a diabetes e a
hipertensão arterial.
O objetivo principal do trabalho é
reconhecer estes fatores de risco para
hipertensão e diabetes entre os povos indígenas
realizando uma revisão sistemática dos estudos
vinculados a estes agravos no âmbito da saúde
indígena nos últimos anos e descrever as
prevalências encontradas entres estes povos
nestes estudos, assim como os fatores de risco
que mais se destacam.
3. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do trabalho foi
realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizada a
fonte de dados disponibilizada na Biblioteca
Virtual em Saúde, motivada pelo entendimento
de que esta biblioteca eletrônica representa uma
fonte acessível de consulta para profissionais de
saúde e compreende parte importante da
produção científica nacional qualificada.
Os descritores utilizados foram, em
inglês, “hipertension and diabetes and
indigenous”, “indigenous health”, “aboriginal
people and diabetes” e “indigenous people”-
foram encontrados 578 artigos, teses e
dissertações ao todo, sendo avaliados 23 destes
documentos, considerando que os demais
tratavam de especificidades de outros países e
não tinham relação com o tema.
Não houve distinção de idioma. Deste
total avaliado foram revisados nove
documentos, que tratavam especificamente da
temática da hipertensão e diabetes vinculada ao
cálculo da prevalência e a relação com fatores
de risco, na saúde indígena, no Brasil.
Na delimitação do período, foram
utilizados os artigos escritos a partir de 1999,
período de implantação do subsistema de saúde
indígena e que é marcado pelo início de ações
de saúde que fugia do modelo biomédico
campanhista e assistencialista no período em
que a FUNAI desenvolvia ações em saúde e da
abertura para uma proposta de um novo modelo
de atenção, que buscava se estruturar com base
na promoção da saúde e na prevenção das
doenças e inicia um processo de aprimoramento
dos registros de dados e informações em saúde
até o ano de 2012.
A partir da criação do subsistema de
saúde indígena, foi criada a Política Nacional de
Saúde Indígena. O propósito desta política foi o
de garantir aos povos indígenas o acesso à
atenção integral à saúde, de acordo com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde, contemplando a diversidade social,
cultural, geográfica, histórica e política de modo
a favorecer a superação dos fatores que tornam
essa população mais vulnerável aos agravos à
saúde de maior magnitude e transcendência
entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de
sua medicina e o direito desses povos à sua
cultura (BRASIL, 2000).
Quanto aos aspectos éticos o presente
trabalho trata de uma revisão sistemática de
pesquisas anteriormente executadas, sendo
estes, considerados dados primários, utilizados
para mera análise documental onde é possível
identificar o que já foi estudado e os resultados
obtidos nestes estudos. Portanto não fere
nenhum dos princípios éticos referenciados na
Resolução 466/2012, que trata da normatização,
regulamentação e das diretrizes na pesquisa
envolvendo seres humanos.
Ou ainda, a Resolução 304/2000 que
trata das pesquisas envolvendo populações
indígenas. O estudo trata de uma revisão de
literatura, realizada de forma sistemática, com o
objetivo de analisar crítica e descritivamente os
dados encontrados nas publicações encontradas
relacionadas com o tema.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
A hipertensão arterial sistêmica (HAS),
também, popularmente conhecida, como
pressão alta, se traduz numa alteração nos níveis
pressóricos arteriais, ao verificarmos este com
um esfignomanômetro, de acordo com técnica
estabelecida, por profissional capacitado. Para
se definir hipertensão arterial, segundo a JNC, a
pressão arterial sistólica (PAS) deve ser maior
ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial
diastólica(PAD) deve ser maior ou igual a
90mmHg; em indivíduos adultos que não façam
uso de medicamentos anti-hipertensivos
(BRASIL, 2006a).
A hipertensão arterial, além de ser
considerado um agravo à saúde também é
considerado como fator de risco para outros
agravos relacionados às alterações vasculares
decorrentes dos níveis tensionais cronicamente
elevados. Cerca de 62% das doenças
cerebrovasculares, 49% das doenças isquêmicas
do coração e 7,1 milhões de mortes anuais no
mundo são atribuíveis à hipertensão arterial
(WHO, 2002).
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença
metabólica caracterizada pelo aumento anormal
da glicose (hiperglicemia) no sangue. É uma
doença associada a complicações graves e que
pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação
da insulina – responsável pela metabolização da
glicose no sangue – por processos patogênicos
4. específicos, como falha na produção da insulina
pelo pâncreas (BRASIL, 2006b).
Ainda, de acordo com os Cadernos de
Atenção Básica do Ministério da Saúde, o DM
pode ser classificada em diabetes do tipo 1 e
diabetes do tipo 2. A de tipo 1 se caracteriza
pela deficiência do pâncreas em produzir
insulina, este tipo compreende cerca de 10% da
população e, geralmente, acomete crianças e
adolescentes e o uso da insulina é necessário. Já
a do tipo 2, também conhecida como diabetes
do adulto, por acometer, principalmente esta
população é caracterizada por uma deficiência
relativa na produção de insulina.
O critério laboratorial para diagnóstico
do DM, segundo a OMS, se caracteriza pelas
alterações nos níveis de glicose, seguindo os
seguintes valores: Glicemia casual: maior ou
igual a 200mg/dL; Glicemia de jejum: maior ou
igual a 126mg/dL; Glicemia de 2horas: maior
ou igual a 200mg/dL. Em todos os casos de
alteração nos níveis de glicose os exames devem
ser repetidos para que, então, seja dado o
diagnóstico confirmatório.
A hipertensão arterial sistêmica e o
diabetes mellitus são graves problemas de saúde
pública, hoje, no Brasil e no mundo. A HAS é
caracterizada como a doença cardiovascular
mais frequente e um dos maiores fatores de
risco para estas doenças, já o DM vem se
configurando como “epidemia mundial”,
associada às mudanças de hábito e de estilo de
vida da população, assim como a HAS.
A HAS caracteriza-se como uma das
causas de maior redução de qualidade e
expectativa de vida dos indivíduos (BRASIL,
2011). A DM tem-se mostrado, em diversos
estudos, cada vez mais incidente e preocupante
devido às suas graves complicações. Sua
prevenção, assim como a da HAS, tem sido
prioridade na saúde pública, segundo o Plano de
Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil,
elaborado pelo MS, 2011 – 2022.
O plano descreve as ações que deverão
ser executadas, nos próximos dez anos, voltadas
ao enfrentamento das doenças crônicas não
transmissíveis como: acidente vascular cerebral,
infarto, hipertensão arterial, câncer, diabetes e
doenças respiratórias crônicas. Estas doenças
são consideradas o problema de saúde pública
de maior magnitude no país, correspondendo a
altos índices de mortalidade (cerca de 70%) em
grupos considerados vulneráveis como
população de baixa renda e escolaridade, este
índice apresentou, na última década, uma
redução de quase 20% nestas taxas de
mortalidade, sendo este resultado atrelado às
ações da atenção básica e aumento de ações que
visem à redução do hábito de fumar. (BRASIL,
2011).
Segundo MS, para HAS, alguns fatores
de risco devem ser considerados quando da
análise da doença: a questão étnica, o consumo
exagerado de sódio; obesidade, o uso de álcool,
sedentarismo, fatores genéticos e a idade, além
do uso de anticoncepcionais e o diagnóstico de
diabetes mellitus.
Quanto aos fatores de risco para DM,
outros fatores estão envolvidos, dentre eles:
idade maior que 45 anos; IMC maior ou igual a
25; Obesidade central – circunferência
abdominal maior que 102 para homens e maior
que 88 para mulheres; Antecedentes familiares
da doença; Hipertensão arterial sistêmica;
Colesterol HDL d”35mg/dL e/ou triglicerídeos
e”150mg/dL; História de macrossomia ou
diabetes gestacional; Diagnóstico prévio de
síndrome de ovários policísticos; Doenças
cardiovasculares, cerebrovasculares ou vascular
periférica definida.
Quanto aos fatores de risco destacados
no Brasil para estes agravos foram descritos os
baixos níveis de atividade física no lazer na
população adulta (15%) e o consumo de frutas e
hortaliças, apenas 18,2% consomem cinco
porções em cinco ou mais dias por semana. O
alto consumo de alimentos com alto teor de
gordura e de refrigerantes em cinco ou mais dias
da semana 34% e 28%, respectivamente. Estes
hábitos contribuiriam para o aumento da
prevalência de excesso de peso e obesidade, que
atingem 48% e 14% dos adultos,
respectivamente (BRASIL, 2011).
- Transição Epidemiológica no Brasil e na
Saúde Indígena
Em 1930, as doenças infecciosas e
parasitárias respondiam por 45% das mortes no
Brasil. Em 2009 este perfil é apresentado de
outra forma e as doenças do aparelho
circulatório e as neoplasias são os agravos mais
relacionados à mortalidade no país - 48% dos
5. óbitos. Contudo em 1998 outros estudos
epidemiológicos já apresentavam as doenças
crônicas como responsáveis por 66% de anos de
vida perdidos ajustados por incapacidade,
contrastando com 24% de doenças infecciosas,
maternas, perinatais e deficiências nutricionais e
10% de causas externas. Entre as doenças
crônicas, tiveram destaque os transtornos
neuropsiquiátricos (19%), as doenças do
aparelho circulatório (13%), as doenças
respiratórias crônicas (8%), os cânceres (6%), as
doenças musculoesqueléticas (6%) e diabetes
(5%) (SCHRAMM et al., 2004).
Esta mudança no perfil epidemiológico
no país pode ser observada nos últimos dez
anos, também, na saúde indígena, porém ainda
há, entre os povos indígenas, predominância das
doenças infectoparasitárias como tuberculose e
malária, sendo a principal causa de morte as
causas mal definidas, caracterizando, talvez, um
problema de registros; seguida de causas
externas, doenças respiratórias e doenças
endócrinas e metabólicas. (BASTA;
ORELLANA; ARANTES, 2012).
Podemos visualizar então uma mudança
no perfil de morbimortalidade indígena no
Brasil, que historicamente tem sido dominado
pelas doenças infecciosas e parasitárias. No
passado, epidemias de viroses, como gripe e
sarampo, chegavam a dizimar milhares de
indivíduos num curto intervalo de tempo,
exterminando aldeias inteiras ou reduzindo
drasticamente o número de habitantes, o que
comprometia a continuidade cultural e social
dos grupos atingidos (RIBEIRO, 1977).
Cardoso (2001) atribuiu esta distribuição
desigual das doenças crônicas e degenerativas
aos diferentes graus de transformação social em
diversas populações, incluindo indígenas
(CARDOSO, 2001). O que nos faz pensar como
os indicadores de doenças têm sido
modificados, dentro da saúde indígena, frente às
alterações e inserções de determinantes antes
não vistos dentre estas populações.
No período da colonização os Europeus
tinham uma percepção do indígena como ser de
corpo saudável, com uma longa estimativa de
vida e que na verdade estava fortemente
relacionado a um “anseio romântico” frente à
realidade europeia na época que era
caracterizada por grandes epidemias e uma
estimativa de vida extremamente baixa.
Contudo, neste mesmo período os povos
indígenas que viviam no Brasil foram quase que
praticamente dizimados por epidemias trazidas
pelos colonizadores, assim como as matanças
caracterizadas pela tomada de terras.
As doenças infectoparasitárias e virais
foram as principais doenças trazidas pelos
primeiros contatos a esta população. A
diversidade sociocultural destes povos
impossibilita caracteriza-los de forma
generalizada, assim como padronizar os riscos e
as ações de prevenção, como descreve a Política
Nacional de Atenção aos Povos Indígenas.
Contudo as doenças crônicas não transmissíveis
tem surgido, também, dentre esta população e
faz com que alguns pesquisadores direcionem
seus estudos a este problema, em especial a
hipertensão arterial e a diabetes.
As desigualdades sociais, as diferenças
no acesso aos bens e aos serviços, a baixa
escolaridade, as desigualdades no acesso à
informação, além dos fatores de risco
modificáveis, como tabagismo, consumo de
bebida alcoólica, inatividade física e
alimentação inadequada, são considerados
determinantes sociais das doenças crônicas não
transmissíveis; reconhece-los como
predisponentes dos fatores de risco associados a
estas doenças torna possível penar estratégias
vinculadas a sua prevenção (BRASIL, 2011).
Estes determinantes podem ser vistos
entre diversos grupos indígenas, o processo de
contato interétnico tem gerado um padrão de
desigualdades não somente na área da saúde,
mas no amplo contexto de vida destes povos. Da
contaminação ambiental, condições de
saneamento precárias, diminuição da
sustentabilidade alimentar, do amplo processo
de marginalização, miséria, falta de
perspectivas, urbanização, entre outros fatores,
temos como consequência distúrbios
nutricionais, anemia e obesidade, por exemplo,
dentre outros distúrbios metabólicos, como
diabetes; violência, droga dicção, doenças
sexualmente transmissíveis e fome.
Enquanto anteriormente os
determinantes vinham estreitados pela relação
cultural e de percepção e conceito de saúde
doença, associados a visão de mundo de cada
povo indígena, isto vem sendo substituído por
ações externas, de contato, de ambiente, etc.
Existe forte evidência de correlação entre os
6. determinantes sociais, como educação,
ocupação, renda, gênero e etnia, com a
prevalência das doenças crônicas não
transmissíveis e seus fatores de risco (WHO,
2008).
No Brasil, os processos de transição
demográfica, epidemiológica e nutricional, a
urbanização e o crescimento econômico e social
foram relacionados com a maior predisposição
ao desenvolvimento de doenças crônicas, sendo
assim, grupos étnicos e raciais menos
privilegiados, como a população indígena, têm
tido participação desproporcional nesse
aumento verificado na carga de doenças
crônicas (SCHIMDT et al, 2011).
- Prevalência da Diabetes mellitus e da
hipertensão arterial sistêmica
Dentre os estudos avaliados podemos
observar que tratam da análise da prevalência da
diabetes mellitus e da hipertensão arterial
sistêmica e outros fatores de risco para doenças
cardiovasculares, se utilizando da aferição
padronizada dos níveis tensionais e através de
aparelhos portáteis dos níveis glicêmicos, de
colesterol, em sua maioria utilizando como base
o que vem sendo preconizado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e Joint National
Committee (JNC). Alguns destes estudos
fizeram avaliação do IMC, avaliação da
circunferência abdominal e também da razão
cintura-quadril, como potenciais fatores de risco
para estes agravos.
Os resultados se apresentam como
reflexo da ampla discussão de mudanças de
perfil nutricional e epidemiológico que vem
sofrendo os povos indígenas em nosso país,
como citado anteriormente. Apontam os
determinantes relacionados ao processo
interétnico em diversas etnias, pertencentes às
regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Tavares
(2010) e Lima (2007) apontam para os claros
indícios de uma transição epidemiológica em
curso e caracteriza a HAS e a DM como
problemas emergentes, também na saúde
indígena.
A população avaliada variou entre 18 a
69 anos e 20 anos e mais, apenas o Inquérito
Nacional de saúde e Nutrição dos Povos
Indígenas, realizado nos anos de 2008 e 2009,
com o objetivo de descrever a situação
alimentar e nutricional e seus fatores
determinantes avaliou crianças, até 60 meses, e
mulheres, com idade entre 14 e 49 anos
(FUNASA, 2010).
As etnias inseridas nos estudos foram:
Suruí de Rondônia; Tupiniquins e Guarani no
Espírito Santo; Terena, Guarani e Caiuá no
Mato Grosso do Sul; Fulni-ô, Pipipan, Atikun,
Xukuru, Kambiwá, Pankararu, Kapinawá, Truká
e Pankará de Pernambuco e Guarani do Rio de
Janeiro.
Os fatores de risco relacionados foram,
principalmente a obesidade, sendo que todos os
estudos fazem a avaliação do peso, altura e
posterior cálculo do índice de massa corporal
para poder obter a avaliação nutricional dos
indivíduos estudados. É claro que a obesidade
se fez presente em todos eles entre altos e
baixos percentuais, variando de acordo com a
etnia avaliada, encontrando prevalências entre
14,2 e 30,8%, sendo mais prevalente entre as
mulheres, nestes estudos.
Além da obesidade outro fato importante
de risco para diabetes e hipertensão e que foi
avaliado e alguns destes estudos foi a
circunferência abdominal ou perímetro da
cintura, que também se faz mais presente em
mulheres e está intrinsecamente relacionada
com a hipertensão arterial elevada é importante
fator de risco para diabetes. Tavares (2010) traz
como resultado o aumento da circunferência
abdominal e da razão cintura quadril, fato mais
prevalente em mulheres, relacionado com o
aumento dos níveis tensionais.
Lima (2007) em seu estudo utiliza um
instrumento que apoia no apontamento dos
possíveis determinantes para as DCNT, através
de um estudo quantitativo, descritivo e
observacional, onde elaborou um diagnóstico
sistemático dos possíveis determinantes para
estas doenças e sua relação com características
socioculturais e históricas. Neste estudo ela
aponta os seguintes determinantes:
- Aspectos demográficos;
- Contato interétnico;
- Restrição territorial;
- Atividades de subsistência;
- Organização da atenção em saúde;
- Hábitos alimentares;
- Conflitos sociais nas demarcações.
Além de todos estes determinantes o
estudo de Tavares (2010) traz outro fator de
7. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do trabalho foi
realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizada a
fonte de dados disponibilizada na Biblioteca
Virtual em Saúde, motivada pelo entendimento
de que esta biblioteca eletrônica representa uma
fonte acessível de consulta para profissionais de
saúde e compreende parte importante da
produção científica nacional qualificada.
Os descritores utilizados foram, em
inglês, “hipertension and diabetes and
indigenous”, “indigenous health”, “aboriginal
people and diabetes” e “indigenous people”-
foram encontrados 578 artigos, teses e
dissertações ao todo, sendo avaliados 23 destes
documentos, considerando que os demais
tratavam de especificidades de outros países e
não tinham relação com o tema.
Não houve distinção de idioma. Deste
total avaliado foram revisados nove
documentos, que tratavam especificamente da
temática da hipertensão e diabetes vinculada ao
cálculo da prevalência e a relação com fatores
de risco, na saúde indígena, no Brasil.
Na delimitação do período, foram
utilizados os artigos escritos a partir de 1999,
período de implantação do subsistema de saúde
indígena e que é marcado pelo início de ações
de saúde que fugia do modelo biomédico
campanhista e assistencialista no período em
que a FUNAI desenvolvia ações em saúde e da
abertura para uma proposta de um novo modelo
de atenção, que buscava se estruturar com base
na promoção da saúde e na prevenção das
doenças e inicia um processo de aprimoramento
dos registros de dados e informações em saúde
até o ano de 2012.
A partir da criação do subsistema de
saúde indígena, foi criada a Política Nacional de
Saúde Indígena. O propósito desta política foi o
de garantir aos povos indígenas o acesso à
atenção integral à saúde, de acordo com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde, contemplando a diversidade social,
cultural, geográfica, histórica e política de modo
a favorecer a superação dos fatores que tornam
essa população mais vulnerável aos agravos à
saúde de maior magnitude e transcendência
entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de
sua medicina e o direito desses povos à sua
cultura (BRASIL, 2000).
Quanto aos aspectos éticos o presente
trabalho trata de uma revisão sistemática de
pesquisas anteriormente executadas, sendo
estes, considerados dados primários, utilizados
para mera análise documental onde é possível
identificar o que já foi estudado e os resultados
obtidos nestes estudos. Portanto não fere
nenhum dos princípios éticos referenciados na
Resolução 466/2012, que trata da normatização,
regulamentação e das diretrizes na pesquisa
envolvendo seres humanos.
Ou ainda, a Resolução 304/2000 que
trata das pesquisas envolvendo populações
indígenas. O estudo trata de uma revisão de
literatura, realizada de forma sistemática, com o
objetivo de analisar crítica e descritivamente os
dados encontrados nas publicações encontradas
relacionadas com o tema.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
A hipertensão arterial sistêmica (HAS),
também, popularmente conhecida, como
pressão alta, se traduz numa alteração nos níveis
pressóricos arteriais, ao verificarmos este com
um esfignomanômetro, de acordo com técnica
estabelecida, por profissional capacitado. Para
se definir hipertensão arterial, segundo a JNC, a
pressão arterial sistólica (PAS) deve ser maior
ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial
diastólica(PAD) deve ser maior ou igual a
90mmHg; em indivíduos adultos que não façam
uso de medicamentos anti-hipertensivos
(BRASIL, 2006a).
A hipertensão arterial, além de ser
considerado um agravo à saúde também é
considerado como fator de risco para outros
agravos relacionados às alterações vasculares
decorrentes dos níveis tensionais cronicamente
elevados. Cerca de 62% das doenças
cerebrovasculares, 49% das doenças isquêmicas
do coração e 7,1 milhões de mortes anuais no
mundo são atribuíveis à hipertensão arterial
(WHO, 2002).
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença
metabólica caracterizada pelo aumento anormal
da glicose (hiperglicemia) no sangue. É uma
doença associada a complicações graves e que
pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação
da insulina – responsável pela metabolização da
glicose no sangue – por processos patogênicos
8. estas peculiaridades, que estão fortemente
ligadas e relacionadas ao processo de
adoecimento de determinado povo indígena.
Apesar de termos um prévio parecer em relação
às situações que permeiam a presença de
doenças como o diabetes e a hipertensão entre
os povos indígenas, no Brasil, precisamos
ampliar os estudos relacionados com estes
problemas de saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTA PC, ORELLANA JDY, ARANTES R.
Perfil epidemiológico dos povos indígenas no
Brasil: notas sobre agravos relacionados. In:
GARNELO, L; PONTES, A L. Saúde Indígena:
uma Introdução ao Tema. Brasília: MEC/
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BARUFALDI, L.A. Índice de massa corporal e
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adolescentes indígenas Kaingang, Rio Grande
do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado.
UFRGS. Porto Alegre, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de
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_____________________________________
1- Enfermeira. Especialista em Saúde Indígena.
Mestre em Saúde Coletiva. Docente do quadro
efetivo da Universidade Federal do Amapá.
2- Enfermeira. Especialista em Gestão do
Trabalho e Educação em Saúde. Docente do
quadro efetivo da Universidade Federal do
Amapá.
3- Enfermeiro. Mestre em Gerontologia e
Geriatria. Docente do Ensino Superior na
Universidade Federal do Amapá.
4- Odontólogo. Especialista em Saúde Coletiva.
Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias na
Amazônia. Doutorando em Biologia de Agentes
Infecciosos e Parasitários. Docente do quadro
efetivo da Universidade Federal do Amapá.
5- Enfermeiro. Especialista em Microbiologia
pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR;
Especialista em Docência do Ensino Superior
pela Faculdade META e Mestre em Ciência da
Saúde - Macapá (AP), Brasil.
6- Professor Adjunto A - Nível 1 (Dedicação
Exclusiva) da Universidade Federal de Sergipe -
UFS, vinculado ao Departamento de Morfologia
na Área de Conhecimento: Microbiologia e
Imunologia.
Fonte de Financiamento: Financiado pelos
Proponentes da Pesquisa.
Correspondência: Rubens Alex de Oliveira
Menezes – Laboratório Central de Saúde Pública de
Macapá – LACEN (AP). Endereço: Avenida
Tancredo Neves, 1118. Bairro: São Lázaro, CEP -
68908-530, Setor de Bacteriologia, Tel:
32126175∕81311306∕32235534, Macapá – AP,
Brasil. E-mail: ra-menezes@hotmail.com
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