Seminário apresentado na disciplina de Biologia Evolutiva em 2014 no Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns, Universidade Estadual do Ceará - Campus Tauá.
1. Seleção Sexual
Universidade
Estadual do Ceará
Universidade Estadual do Ceará
Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns
Licenciatura Plena em Ciências Biológicas
Biologia Evolutiva – Prof.: Dr. Silvio César
Aluno: Rafael Gonçalves Lima
2. Desde que foi sugerida por Darwin em 1871, a seleção sexual é
considerada um dos “mecanismos” responsáveis pela fixação de alelos
particulares em uma população ou “causar” a evolução de complexos
adaptativos. Este mecanismo está envolvido na evolução dos chamados
“caracteres sexuais secundários” que atuarão na escolha de parceiros
reprodutivos ou na competição intrasexual. Ao longo das gerações, os
biólogos e teóricos evolucionistas que discutiram a seleção sexual
intrigaram-se com o fato de alguns organismos carregarem
características desvantajosas para sua sobrevivência e as diferenças
entre machos e fêmeas da mesma espécie. Neste seminário
buscaremos abordar sucintamente alguns aspectos relacionados a
seleção sexual.
Introdução
3. Seleção Natural vs. Seleção Sexual: O Quebra-Cabeças
Evolutivo
A seleção natural “tende a
produzir” indivíduos que estão
bem adaptadas ao seu
ambiente. Em contrapartida, a
seleção sexual não “adapta” o
indivíduo ao meio ambiente,
pode melhorar traços
envolvidos na aquisição de um
companheiro, mas esses traços
podem ser custosos a
sobrevivência do organismo.
4. Darwin e a Seleção Sexual
Darwin observou que existem algumas
características que não aparecem para ajudar o
organismo se adaptar ao seu ambiente e não são,
portanto, explicada pela seleção natural. Ele sugeriu
que eles apresentam no processo de seleção
sexual. Ele definiu o processo dizendo que
"depende da vantagem que certos indivíduos têm
sobre outros indivíduos do mesmo sexo e espécie,
em relação exclusiva para reprodução".
Livro: A descendência do homem e seleção em relação ao sexo.
5. Críticas
Wallace discordava da Seleção Sexual;
Características sexuais secundárias
úteis para a sobrevivência do
organismo;
As cores, os chifres e os cantos servem
para a identificação das espécie ou
para defesa do mesmo.
Mas e as estruturas como a calda do
pavão?
7. Teoria do Handicap – Amotz Zahavi (1975)
Quanto maior for o handicap, mas
atrativo será o macho.
O handicap deve ser um sinal custoso
que não esteja sujeito a blefes.
Boa condição física uma vez que
consegue sobreviver mesmo
suportando os custos de possuir uma
característica negativa
8. “Qualidade”, saúde dos machos – Hamilton e
Zuk (1982)
Pressupostos:
• A resistência a parasitas é herdável;
• O parasita debilita o hospedeiro
Parasitismo tem um papel fundamental na
evolução de caracteres que sofrem pressão
de seleção intersexual, tais como
ornamentos
9. Geralmente as fêmeas escolhem os
machos com base em características
como a ornamentação elaborada ou
comportamentos masculinos.
Algumas espécies o macho escolhe a
fêmea.
Indivíduo que mais investe em
parentalidade faz a escolha do
parceiro sexual.
Sexo limitante faz a escolha pelo sexo
não-limitante.
Seleção Intersexual
10. Geralmente, machos competem
por território, acesso às fêmeas,
ou áreas por motivos de
acasalamento onde exibe
acontecem.
Competição entre machos pode
levar a batalhas intensas, onde os
machos usam armamentos
elaborados.
Seleção Intrasexual
11. Investimento Parental
(Darwin) Mas por que os machos competem e as fêmeas
selecionam (vice-versa)?
“Quem investe mais, escolhe; competem, quem investe
menos.”
De acordo com tal observação, as fêmeas (ou o sexo que
faz o maior investimento reprodutivo) seriam uma
espécie de “recurso limitador” para o potencial
reprodutivo de uma população, que seria alvo de
competição por acesso pelos indivíduos que fazem o
menor investimento (normalmente, os machos; Trivers,
1972)
12. Princípio de Bateman – Angus J. Bateman (1948)
Reprodução feminina é principalmente limitado pelo seu
acesso aos recursos para nutrir e produzir seus grandes
gametas, ao passo que a reprodução masculina é limitado
principalmente pelo acesso às fêmeas (Bateman 1948).
Com relação à estrutura gamética, as fêmeas fazem um
investimento maior do que os machos na manutenção de
suas células altamente dispendiosas e dotadas de
mecanismos metabólicos complexos, quando comparadas
às células espermáticas (Bateman, 1948).
14. Custos da Seleção Sexual
Na competição entre
machos, a seleção direcional
para maior tamanho,
armamento ou característica
pode, em teoria, provocar a
seleção sexual desenfreada
de características cada vez
mais extremas.
15. Conflito Sexual
Inter
Loco
Intra
Loco
Pode ocorrer quando há
diferenças os interesses
evolutivos dos indivíduos
dos dois sexos.
Anisogamia;
Diferencias no
investimento parental.
Seleção sexualmente
antagonista
16. Algumas Formas de Conflitos
Infanticídio
Canibalismo Sexual
Inseminação Traumática Competição Espermática
Cópula Forçada
Coerção Sexual
17. Dimorfismo Sexual
O dimorfismo sexual
normalmente surge porque a
seleção opera em direções
diferentes em cada sexo-seleção
para os grandes homens e
mulheres compactos, para a
expressão de genes expressivos
na promoção de determinadas
características.
18. O que “diz” a seleção sexual sobre os
humanos?
Segundo psicólogo evolucionista
americano Geoffrey Miller a seleção
sexual é a possível explicação para o
desenvolvimento do nosso cérebro.
Seleção Desenfreada + Princípio da
Desvantagem;
Cérebro maior não aumenta a
capacidade de sobrevivência.
19. Miller se refere a cultura como
nossa cauda do Pavão.
Mas como explicar o
desenvolvimento do cérebro em
ambos os sexos?
A Linguagem é a explicação.
O que “diz” a seleção
sexual sobre os humanos?
20. Evolução da Linguagem
A linguagem provavelmente evoluiu por meio da seleção sexual.
A partir de cerca de 3 a 4 meses de idade, há um processo de descimento da
laringe até a posição que ocupa nos adultos.
Possível resultado adaptativo por um trato capaz de produzir mais gestos e
modificações acústicas robustas do espectro sonoro.
Entretanto, nos machos da nossa espécie, há um descimento adicional da
laringe sob influencia de andrógenos durante a puberdade.
Esse caso de dimorfismo morfológico no aparelho fonador e articulatório
tem sido interpretado como resultado de um processo de seleção sexual.
Caractere usado como sinal de viabilidade ou fertilidade ou evolução por
competição entre machos como uma marca de dominância.
21. Para Miller, o cérebro grande deve
ser compreendido, nesse contexto,
como um indicador de aptidão.
Mas o cérebro, para Miller, também
expressa uma espécie de
ostentação, de desperdício, que
dificilmente pode ser copiado.
Ninguém pode fingir por muito
tempo que pode sustentar tal
estrutura sem ter recursos para isso.
22. S. Sexual e as Diferenças no comportamento
de homens e mulheres
Existe um debate entre a ideia de que as diferenças
entre os gêneros pode ser socialmente construída
ou fazer parte da natureza humana;
Mulheres tendem a ser mais criteriosas quando se
trata de uma relação sexual já que investem mais
em uma gestação;
Homens e mulheres desempenharam papeis
diferentes para garantir recursos para a
sobrevivência e para o comportamento sexual.
23. Com respeito a emoções, como o ciúme, por
exemplo, a hipótese mais aceita entre psicólogos
evolucionistas é a de que homens, mais do que
mulheres, tornam-se ciumentos a partir de pistas
ou evidências de traição de cunho sexual, por
promover a incerteza de paternidade, e as
mulheres, mais do que os homens, tornar-se-iam
ciumentas ao notar evidências de traição
emocional, o que constituiria um potencial
indicador de extravio de recursos e investimentos
para uma outra fêmea.
S. Sexual e as Diferenças no comportamento
de homens e mulheres
24. Nos homens um cérebro mais sistematizador
ajudaria a obter um status social e nas mulheres
a formação de laços, essenciais para a criação
dos filhos.
Porém o aumento do cérebro trouxe uma
desvantagem, a necessidade do parto
prematuro em função do aumento do tamanho
da cabeça.
Filhos necessitam de mais cuidado.
S. Sexual e as Diferenças no comportamento
de homens e mulheres
25. Hipóteses Derivadas de Estudos Sociais
As mulheres possuiriam adaptações psicológicas, motivacionais, que as
tornariam sensíveis a demonstrações de status nos homens.
Os homens, por outro lado, teriam desenvolvido preferências por mulheres
mais jovens como parceiras reprodutivas.
As razões seriam: 1) a de que mulheres mais jovens teriam um potencial
reprodutivo maior.
2) mulheres mais jovens seriam igualmente mais férteis, e, teriam uma
probabilidade maior de engravidar.
Alguns dos traços fenotípicos que seriam sinais das qualidades desejadas
seriam: lábios cheios, pele lisa, bom tônus muscular, além de certas
distribuições “ótimas” de gordura corporal.
26. Livro de Darwin
Eu seu livro, Darwin sublinha que entre nós as
diferenças entre os sexos são maiores do que nos
outros primatas.
Homens mais fortes, alto e pesado do que as
mulheres. Ombros mais largos e músculos mais
salientes. Corpo possui mais pelos e a voz é mais
alta e grave.
Coragem, agressividade, energia e criatividade.
Comportamento humano como resultado de
escolhas femininas.
27. ... E o Homossexualismo? [...]
“Paradoxo Darwiniano. ”
[...] Mistério Evolutivo...
Tema confuso, controverso e inconclusivo...
Portanto não comentaremos...
28. Conclusão
Sugerir a seleção sexual foi mais uma das ideias brilhantes de Darwin e que,
embora tenha sido criticada inicialmente, tonou-se fundamental na análise
evolutiva dos seres.
A seleção sexual pode explicar muitas características, mas é importante lembrar
que referente ao processo de evolução das espécies, muitos outros fatores
também podem estar envolvidos e além de cautela é necessário que se reflita e
compreenda a essência, bem como a importância de estudá-la.
Não se pode esquecer que o homem, quanto resultado de todo esse processo, é
peça importantíssima nesse estudo.
A seleção sexual é apenas uma parte de toda complexidade evolutiva da nossa
espécie, já sabemos bastante sobre nós, mas ainda há muito mais a se conhecer.
29. Referencias
• CARMO, Viviane Arruda do - As concepções de Alfred Russel Wallace
acerca a cor e ornamentos dos animais e sua crítica à seleção sexual.
(2008), act. 2008. [consult. 28 Mai. 2014]. Disponível na internet: <URL
http://www.abfhib.org/FHB/FHB-03/FHB-v03-20-Viviane-Carmo.pdf>
• WAIZBORT, Ricardo. – Vespeiros da Razão: perspectivas para um diálogo
entre as Ciências Biológicas e as Ciências Sociais.(ANO), act. ANO. [consult.
23 Jun. 2014]. Disponível na Internet: <URL
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142008000200019&script=sci_arttext>
• NICOLINI, Lívia Baptista – Plumas, cantos e mentes: Darwin, a seleção
sexual e o ensino da teoria da evolução – Revista Brasileira de Pesquisa em
Ciências. Vol. 13, Nº 2. (2013), act. (2013) [consult. 20 Mai. 2014]
Disponível na internet: <URL >
30. • CARVALHO, Fernando Orphão de – Psicologia Evolucionista e a
Seleção Sexual: O caso da linguagem. Psicologia: Teoria e Pesquisa.
Vol. 24, Nº 1. (2008), act 2008. [consult. 23 Jun. 2014] Disponível na
internet: <URL >
• OLIVEIRA, Rui Felipe – Sexo, mentiras e handicaps: Reflexões sobre os
mecanismos de seleção sexual. Análise Psicológica (1997), act 1997.
[consult. 15 Jul. 2014] Disponível na internet: <URL >
• ROCHA, Erica Colares – A beleza e a Seleção Sexual. [consult. 03 Jul.
2014] Disponível na internet: <URL >
Referencias
31. • MARTINS, Lilian Al-Chueyr Pereira – August Weisman e Evolução: Os
diferentes níveis de seleção. Programa de Pós Graduados em História
da Ciência, PUC-SP. (2003), act. 2003 [consult. 19 Mai. 2014]
Disponível na internet: <URL >
• LAGUARDIA, Josué – Raça, evolução humana e as (in)certezas da
genética. (2005), act 2005 [consult. 26 Mar. 2014] Disponível na
internet: <URL >
• NATURE - Nature Publishing Group. Reino Unido: act. 2014. [consult.
20 Out. 2013] Disponível na internet <URL http://www.nature.com/>
Referencias