1. ADUBAÇÃO E CALAGEM DE
PLANTAÇÕES FLORESTAIS
Piracicaba, 14 de agosto de 2013
José Henrique Bazani
José Henrique Rocha
Eduardo Melo
ESALQ/USP
Foto: Cristian Montes
10. Nutriente
Retranslocação média de
nutrientes
Folha Galho
kg ha-1 ano-1 % kg ha-1 ano-1 %
N 66 79 10 67
P 2 67 1 66
K 36 81 21 87
Ca 0 0 0 0
Mg 7 51 1 48
g ha-1 ano-1 g ha-1 ano-1
B 18 18 21 38
Zn 79 79 27 66
Cu 37 37 4 17
Fe 28 28 105 30
Mn 14 14 1068 52
1. CICLAGEM NUTRIENTES
“Longo ciclo da cultura favorece a
maior eficiência de uso dos nutrientes”
11. 2. SISTEMA RADICULAR bem desenvolvido
E. grandis x E. urophylla, 3 anos de idade -
Montes Claros (MG)
Maior volume de solo
explorado
Associações micorrízicas
Absorção de nutrientes
nos horizontes
subsuperficiais
12. Argissolo de textura média
Espaçamento de plantio 4x3 m
Baixo risco de lixiviação
4,20 metros de comprimento!!!
Plantação de eucalipto 10 meses (Eunápolis /BA)
13. 40 t ha-1 de resíduos (folha, galho, casca, serapilheira)
28% da parte aérea
NUTRIENTES no resíduo florestal
N P K Ca Mg
__________ Kg ha-¹ ___________
296 29 112 346 50
57% 61% 51% 76% 76%
3. MANEJO DOS RESÍDUOS VEGETAIS
Gonçalves, 1997
A manutenção dos resíduos é fundamental para a
sustentabilidade da produtividade florestal
14. Meses após a instalação dos tratamentos
Alturadasplantas(m)
TIPOS DE RESPOSTA À FERTILIZAÇÃO
Tipo I Tipo II
Evidentes no início do desenvolvimento,
mas desaparecem ao final do ciclo
(aceleração do ritmo de crescimento)
Se mantem ao longo do ciclo (mudança
do status nutricional
Gonçalves et al., 2008
15. Fases de desenvolvimento da cultura
Maior demanda de nutrientes
Maior dependência do solo
Maior resposta à fertilização
Fechamento
de Copa
Intensif. Ciclagem
Eumento eficiência uso recursos
Água princip. limitante
17. Uma história antiga: Edmundo Navarro de
Andrade (1939)
“[...] o eucalipto não parece nem exigente como
asseveram alguns autores, nem tão indiferente
como outros querem fazer crêr. [...] Se se
desenvolve em solos pobres é porque é dotado
de temperamento frugal e resiste num meio
onde outras essências morreriam de inanição.”
“[...] Mas, repetimos, o
eucalipto é de cultura sempre
remuneradora em terrenos
profundos , frescos e
permeáveis .”
E. botryoides, de 30 anos, no horto
florestal de Jundiaí
18. Prof. Helladio do Amaral Mello (1968)
- Fertilização (N, P, K e Ca)
promoveu ação positiva e
pronunciada sobre o
desenvolvimento das árvores
- Fertilizantes minerais:
redução de 1/3 das despesas
de investimento, em terras e
reflorestamento (preparo de
solo, plantio, produção de
mudas, tratos culturais,
controle de pragas e proteção
contra fogo)
Estudos mais específicos com fertilizantes...
19. Potencial de Resposta
à fertilização (SP)
N=161
Regiões mais produtivas, >
resposta fertilização
Maior disponibilidade
hídrica, mais evidente as
respostas a fertilização
Mais limitantes: K, Mg, P e S
Silva, 2012
Produtividade Atingível
41 a 62 m²/ha/ano
Eliminação da def. nutricional (Fert. Extras)
20. POTÁSSIO
Promove resposta Tipo II – altera o “status”
nutricional do sítio
-K
+K
Maior vida útil das folhas
Aumenta a eficiência de uso recursos
Melhora controle osmótico planta
21. POTÁSSIO
Patricia Laclau et al., 2011
Laclau, 2012
Almeida et al., 2010. Forest Ecology and Management.
Epron et al., 2012. Tree Physiology.
Battie-Laclau et al., 2012. Tree Physiology.
- K + K
Maiores respostas:
Solos textura média a arenosa
Regiões de acentuado déficit hídrico
Sucessivas rotações
22. FÓSFORO
Solos tropicais altamente intemperizados
Respostas ao longo da rotação
Aumento do Índice de Área Foliar
Com P Sem P
Desenvolvimento sist. radicular
- P + P
Bazani, 2013 (não publicado)
23. FÓSFORO
E. grandis, 14 meses – Efeito das fontes fosfatadas
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Altura(m)
Idade (mês)
Sem P Solúvel Convencional
Solúvel Complexado Mix Convencional
Mix Complexado Fosfato Natural Reativo
** *** *** ****** *** ***
Bazani, 2013 (não publicado)
Controle
Sem P
24. NITROGÊNIO
Promove resposta Tipo I – aceleração do
crescimento inicial
Estudo em 11 sítios experimentais (SP):
- Aumento de 12% na produtividade de madeira até o
segundo ano
- Sem respostas significativas na idade de corte (7 anos)
N do solo atende à demanda porém espera-se aumento
da resposta após sucessivos ciclos
Adaptado de Pulito, 2009
25. MICRONUTRIENTES
Atenção especial Def. BORO (Seca de ponteiro)
- Regiões com déficit hídrico bem definido
- Espécies: E. citriodora, E. camaldulensis, E. granis x E.
urophulla
Elemento bastante móvel no
solo, porém é pouco móvel na
planta
Regiões litorâneas é pouco
comum (entrada via aerossóis)
Planta deve estar bem nutrida
antes do início do período de seca
26. Deficiência de Cu e Zn
Áreas de cultivo agrícola (pH CaCl2 > 5,5) Fonte: Gonçalves, 2012
28. Análise de solo – o início...
- Separação de áreas homogêneas (máx .50 ha)
- Recomendação 20 amostr. simples por “gleba”
- Prof. 0 a 20cm recomendação
- Prof. 20 a 60cm análises eventuais
30. FÓSFORO & POTÁSSIO
Recomendação – teores no solo e argila
Argila
(g kg-1)
P-resina (mg dm-3) K trocável (mmolc dm-3)
0-2 3-5 6-8 > 8 0-0,9 1,0-1,5 > 1,5
Dose P2O5 (kg ha-1) Dose K2O (kg ha-1)
<15 40 40 10-20 10-20 100 40 10 – 20
15-35 50 40 30 10-20 120 60 10 – 20
>35 70 50 30 10-20 120 60 10 – 20
Solos mais argilosos são mais produtivos (> retenção água)
Teor de argila relacionado com a fixação de P
Gonçalves, 2011
31. NITROGÊNIO
M.O. do solo – bom indicador para recomendação
Gênero
Matéria orgânica do solo (g/dm3)
0-15 16-40 >40
----------- Kg/ha de N --------
Eucalyptus 60 40 20
Pinus 30 20 0
Objetiva minimizar o esgotamento das
reservas do solo
Gonçalves, 2011
32. Método da saturação por bases
𝑁𝐶 =
𝐶𝑇𝐶 × 𝑉2 − 𝑉1
10 × 𝑃𝑅𝑁𝑇
NC = Necessidade de calagem (t/ha)
CTC = Capacidade de troca de cátions (mmolc/dm3)
V1 = Saturação de bases atual do solo (%)
V2 = 50%
PRNT = Poder reativo de neutralização total do corretivo
CALAGEM
Elevar V% para aumento da disponibilidade de
nutrientes no sistema
33. NC = Necessidade de calagem (t/ha)
Ca + Mg = teores trocáveis no solo (mmolc/dm3)
Atualmente (Gonçalves, 2011)
𝑁𝐶 =
[20 − 𝐶𝑎 + 𝑀𝑔 ]
10
Dose máxima é de 2 t/ha Aplicação de 400 a 500 kg/ha Ca
Teor médio de CaO = 30% (30 x 0,71 = 21,3% Ca)
Equivalente às quantidades exportadas via colheita
CALAGEM
38. Fertilização de Base
Pré tratamento das mudas para plantio
estimular o sistema radicular
Imersão dos tubetes em soluções nutritivas:
Solução com 1,5% a 2% de MAP (N e P)
Aproveitamento da calda de cupinicida
39. Fertilização de Base
- Fornecimento de P e micronutrientes (exceto B) – pouco
móveis
- Pequena dose de N e K para estimular arranque inicial
• Competição com plantas daninhas
• Uniformidade de plantio
- Aplicação localizada do fertilizante
• P é pouco móvel no solo e risco de fixação
• N e K são muito móveis – risco de lixiviação
- Fórmulas utilizadas NPK 06:30:06 / 04:28:08 / 08:30:10
233 kg/ha de NPK 06:30:06
70 kg/ha P2O5
14 kg/ha de N e K2O
40. Aplicação manual (covetas laterais)
- 1 ou 2 covetas
- 10 a 15 cm de distância da muda
- 10 a 15 cm de profundidade
44. Fertilização de Cobertura
- Fornecimento de N, K e B elementos móveis no solo
- Parcelamento em 1 ou 2 aplicações para o N e K
- Deve acompanhar o desenvolvimento da planta
- Fórmulas utilizadas NPK 20:00:20 / 10:00:30 / 14:00:15
- Não se recomenda utilização de uréia (volatilização).
Opção é sulfato de amônio (N e S)
Toda fertilização deve ser realizada até o
fechamento da copa
45. Fonte: Gonçalves, 2011
Aplicação em filete ou
na projeção da copa
1ª COBERTURA
Plantas com 50 cm (Φ copa)
≈ 45 a 60 dias
1/3 da dose de N e K2O
46. Fonte: Gonçalves, 2011
Aplicação em filete ou
área total
2ª COBERTURA
Plantas com 100 a 120 cm
(Φ copa)
≈ 90 a 120 dias
Restante de N e K2O
47. Aplicação manual (projeção da copa)
Evitar aplicação em
períodos de chuva intensa
(risco lixiviação/erosão)
Evitar períodos de umidade
muito baixa do solo (no S e
SE fertilizar antes do
inverno)
> Absorção de K e B
< susceptível à seca e geadas
49. BORO
- Dose recomendada:
REGIÃO DE BAIXO DÉFICIT HÍDRICO
2 a 3 g/planta de B (20 a 30 g/planta ulexita acidificada)
REGIÃO DE ELEVADO DÉFICIT HÍDRICO
4 a 5 g/planta de B (40 a 50 g/planta ulexita acidificada)
Realizada juntamente com a 1ª Cobertura
50. Elevado déficit hídrico (Norte MG)
Aplicação de B SOLO + FOLIAR
Via Terrestre Via aérea
BORO LÍQUIDO:
7,5 a 9,0 L/ha
Aplicação até 30 meses
Época: Jun e Jul
53. K similar à rotação anterior em dose única
40 a 60 kg ha-1 N
30 kg ha-1 de P2O5
2 a 5 g planta-1 B (regime hídrico)
Calagem - segue recomendação plantações
recém-estabelecidas
Gonçalves, 2011
Respostas significativas apenas para K
Demais nutrientes: ciclagem e vasto sistema radicular
55. Fertilização mecanizada
Aplicação em área total – maior
rendimento operacional
- Reposição da exportação e
pequenas perdas
- Quantidades relativamente
pequenas de fertilizantes
57. “O uso correto de fertilizantes minerais e o preparo
eficiente do solo para o plantio, aliados a rigorosa
seleção das mudas, poderão, pelas suas influências
sôbre o desenvolvimento e a produção por área,
imprimir novas características à cultura do eucalipto,
assegurando-lhe melhores condições para alcançar o
grande objetivo que é o aumento da produtividade e da
rentabilidade dos povoamentos florestais que vierem a
ser instalados em solos de cerrado, sob condições
semelhantes às que cercam a experimentação por nós
conduzida.”
Helladio do Amaral Mello (1968)