1) O documento é uma edição da revista do empresário da Associação Comercial do Rio de Janeiro, discutindo temas como inovação, empreendedorismo e o crescimento econômico do Rio de Janeiro em 2008.
2) O presidente da associação comercial destaca o crescimento econômico surpreendente do Brasil no terceiro trimestre de 2008 e as melhorias no ambiente de negócios no Rio de Janeiro.
3) Ele também comenta sobre as ações do governador Sérgio Cabral para promover a segurança
1. EMPRESÁRIO DA ACRJ
REVISTA DO Novembro/dezembro de 2008
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO nº 1396 - ano 67
Inovação e
Empreendedorismo
Receita para crescer e vencer
Cruzeiros movimentam
o Porto do Rio
Retrospectiva
ACRJ 2008
2.
3. PALAVRA DO PRESIDENTE
Caros Leitores,
O ano de 2008 deixa um saldo muito positivo, a promover um verdadeiro choque de ordem. O
mesmo com toda a turbulência provocada pela começo não podia ser melhor.
crise financeira mundial e as incertezas que afligem A ocupação pela polícia do Morro Dona Marta,
o setor produtivo, neste momento. Prova disso é zona sul do Rio, estabelece um marco na área
o resultado surpreendente do Produto Interno de Segurança, que permitirá ao poder público
Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado pelo promover uma nova ordem. O Fórum do Rio, lide-
IBGE, que superou todas as expectativas, com rado pela ACRJ e formado por grandes empresas
um crescimento de 6,8% no período, mostrando e instituições, estuda como se integrará a essa
também que, de janeiro a setembro, o PIB brasi- ação, para incentivar micro e pequenos empre-
leiro alcançou a marca de R$ 747,3 bilhões. Esse endedores da comunidade e apoiar os negócios
resultado mostra que estamos no rumo certo. já formalizados.
O Brasil está deixando de ser, eternamente, A educação, aliada ao esporte e à cultura, tem
o “país do futuro”, para reforçar sua posição no que ser prioridade, para tirar crianças e jovens da
tabuleiro geopolítico e econômico internacional, situação de risco em que vivem. Tomara que dê
como uma das grandes potências mundiais do certo e a experiência se multiplique em outras áre-
século XXI, lastreada pelos nossos imensos recur- as conflagradas. E que a imagem do governador e
sos naturais. Frisando que, mais do que nunca, do prefeito, juntos, jogando futebol com a garo-
a defesa dessas riquezas será vital para o Brasil. tada no campo da comunidade, seja o símbolo de
Haverá, com certeza, desaceleração da economia tempos alvissareiros para o Rio de Janeiro.
como reflexo da crise. Mas, desta vez, tudo indica A Associação Comercial do Rio de Janeiro,
que não seremos tão afetados. ao longo de quase 200 anos representando a
No Rio de Janeiro, houve uma expressiva classe empresarial e os interesses da sociedade,
melhora no ambiente de negócios, que propiciou tem participado ativamente dos momentos mais
investimentos volumosos e o crescimento da importantes da história do país, atuando como um
atividade econômica. E isso aconteceu graças ao fórum de discussões democrático e independente,
diálogo efetivo entre o governo Sérgio Cabral e catalisando movimentos que transformam proje-
o governo federal e à articulação com a iniciativa tos em ações, idéias em inovação, parcerias em
privada. Cabral implantou uma administração resultados. Em 2009, ano que promete ser difícil,
moderna, com um time de primeira qualidade, a ACRJ reforçará ainda mais esse seu papel, bus-
orientado para a busca de alianças e parcerias que cando a união de esforços em torno da construção
viabilizem nosso desenvolvimento econômico e, de uma vida melhor para todos.
sobretudo, social. Agora, com o prefeito Eduardo Os pessimistas que me perdoem o discurso
Paes, essa corrente se fortalece, possibilitando que ufanista, mas a hora é de acreditar ainda mais
também a capital volte a representar seu papel de no Brasil; de trabalhar ainda mais para superar,
destaque no cenário nacional. Junto à ACRJ, Paes com serenidade e eficiência, as dificuldades que
se comprometeu a tirar do papel a revitalização do aparecerem pelo caminho. Essa luta é de todos
Centro do Rio (projeto ARE) e da Zona Portuária e nós. Feliz 2009!
Olavo Monteiro de Carvalho
r e v ii s t a
rev sta do
do e m p r e s á r ii o
empresár o da
da a c r jj
acr n e t ee m b r o // n o v e m b r o
sov mbro dez de 2008
4. 4
associação comercial do rio de janeiro - biênio 2007/2009
Presidente Gilberto Caruso Ramos
Conrado Max Gruenbaum
Olavo Egydio Monteiro de Carvalho Haroldo João Naylor Rocha
Dahas Chade Zarur
1º Vice-Presidente Hekel de Miranda Raposo
Daniel Corrêa Homem de Carvalho
José Luiz Alquéres Humberto Eustáquio César Mota Filho
Daniel Klabin
2º Vice-Presidente Ignacio de Loyola Benedicto Ottoni
Dora Martins de Carvalho
Maria Silvia Bastos Marques Jaime Rotstein
Eduardo Baptista Vianna
Joel Korn
Eduardo Lessa Bastos
Aristóteles Drummond
José de Souza e Silva
Francisco Luiz C. da Cunha Horta
Vice-Presidente de Relações com o Legislativo
José Francisco de Araújo Lima Neto
Frederico Axel Lundgren
Aureo Salles de Barros
José Gustavo de Souza Costa
Guilherme Arinos L.Verde de B. Franco
Vice-Presidente de Patrimônio
José Roberto Marinho
Haroldo Bezerra da Cunha
Cristiano Buarque Franco Neto
José Wilhami Fernandes de Oliviera
Haroldo de Barros Collares Chaves
Vice-Presidente Comercial e de Associados
Júlio Isnard
João Augusto de Souza Lima
Daniel Corrêa Homem de Carvalho
Júlio Luiz Baptista Lopes
João Portella Ribeiro Dantas
Vice-Presidente da Divisão Jurídica
Laudelino da Costa Mendes Neto
Jonas Barcellos Corrêa Filho
Joel Korn
Lélis Marcos Teixeira
José Antônio do Nascimento Brito
Vice-Presidente de Relações Internacionais
Lucy Villela Barreto
José Luiz Alquéres
José Gustavo de Souza Costa
Luiz Antônio de Godoy Alves
José Maria Teixeira da Cunha Sobrinho
Vice-Presidente Contábil-Financeiro
Luiz Ildefonso Simões Lopes
Juan Clinton Llerena
Luiz Antônio de Godoy Alves
Marcelo Henriques de Brito
Julio César Isnard
Vice-Presidente de Cultura
Márcio João de Andrade Fortes
Linneo Eduardo de Paula Machado
Marta Maria Ferreira Arakaki
Marcos Castrioto de Azambuja
Luíz Carlos Trabuco Cappi
Vice-Presidente de Pequena e Média Empresa
Maria Aguinaga de Moraes
Manuel Teixeira Rodrigues Fontes
Nelson Janot Marinho
Maria de Lourdes Teixeira de Moraes
Márcio Castro de Almeida
Vice-Presidente de Ética
Maria Regina de A. Corrêa da Câmara
Marco Antônio Sampaio Moreira Leite
Otávio Marques de Azevedo
Maria Silvia Bastos Marques
Marco Polo Moreira Leite
Vice-Presidente de Desenvolvimento Organizacional
Maurício Agnelli
Mário da Cunha Raposo
Pedro Ernesto Mariano de Azevedo
Maurício Souza Assis
Marta Maria Ferreira Arakaki
Vice-Presidente de Relações Públicas
Milton Ferreira Tito
Maurício de Castilho Dinepi
Ronaldo Petis Fernandes
Nelson Manoel de Mello e Souza
Mauro José Miranda Gandra
Vice-Presidente de Relações Institucionais
Nelson Sendas
Mauro Moreira
Rudolf Höhn
Orlando Lima
Mauro Ribeiro Viegas
Vice-Presidente de Responsabilidade Social
Osvaldo Henrique Meireles Torres
Nelson Janot Marinho
Sergio Cavina Boanada
Oswaldo Aranha Neto
Olavo Egydio Monteiro de Carvalho
Vice-Presidente de Coord. dos Conselhos Empresariais
Otávio Marques Azevedo
Olympio Faissol Pinto
Paulo Manoel Protásio Filho
Omar Carneiro da Cunha
VICE-PRESIDEntES
Paulo Roberto Meinerz
Oscar Böechat Filho
Antenor Barros Leal
Pedro Arthur Villela Pedras
Patrick Larragoiti Lucas
Benjamin Nasário Fernandes Filho
Pedro José Mª Fernandes Wähmann
Paulo Mário Freire
Chaja Ruchla Schulz
Raul Eduardo David de Sanson
Pedro Ernesto Mariano de Azevedo
Dora Martins de Carvalho
Renato Ferreira Mota
Juarez Machado Garcia Renato Ribeiro Abreu
Ricardo Costa Garcia
Maurício de Castilho Dinepi Roberto Paulo Cezar de Andrade
Ricardo Cravo Albin
Renato Ribeiro Abreu Rodrigo Paulo de Pádua Lopes
Ricardo Lagares Henriques
Rodrigo Paulo de Pádua Lopes Roger Agnelli
Ricardo Pernambuco Backheuser
Ronaldo Chaer do Nascimento Rogério Marinho
Ricardo Varella
Ronaldo Chaer do Nascimento
Ronaldo Goytacaz Cavalheiro
COnSELhO SuPERIOR Ronaldo Petis Fernandes
Rudolf Hohn
Rondon Pacheco
Rui Patrício
Presidente Rubens Bayma Denys
Sávio Luís Ferreira Neves Filho
Humberto Eustáquio César Mota Sérgio Andrade de Carvalho
Sergio Cavina Boanada
Sérgio Guilherme Lyra de Aguiar
Rubens Bayma Denys Sérgio Reis da Costa e Silva
Suely da Costa V. Mendes de Almeida
Vice-Presidente Sidney Levy
Theóphilo de Azeredo Santos
Milton Tavares Tácito Naves Sanglard
Diretor-Secretário Teresa Cristina Gonçalves Pantoja
COnSELhO DIREtOR
Tomas Tomislav Antonin Zinner
GRAnDES BEnEMÉRItOS Vera Costa Gissoni
Alberto Paulo de Garcia Monnerat
Amaury Temporal Zieli Dutra Thome Filho
Alberto Soares de Sampaio Geyer
Célio de Oliveira Borja
Alessandro D’Ecclesia Farace
Guilherme Levy DIREtORES COnVOCADOS
André Guimarães
Humberto Eustáquio César Mota Aldo Carlos de Moura Gonçalves
Andreya Mendes de Almeida S. Navarro
Juarez Machado Garcia Joaquim de Arruda Falcão Neto
Arethuza F.H.S. de Aguiar
Lázaro de Mello Brandão José Pires de Sá
Armando Guedes Coelho
Marcílio Marques Moreira Maria Luiza Corker C. N. de Almeida
Ary da Silva Graça Filho
Milton Tavares Ronaldo Cezar Coelho
Augusto de Rezende Menezes
Paulo Manoel Lenz Cesar Protasio Sérgio Gomes Malta
Carlos Alberto Vieira
Paulo Victor da Costa Monnerat
Carlos Armbrust Lohmann
Ruy Barreto Sócios honorários
Carlos Augusto Coelho Salles
José Luiz de Magalhães Lins
Carlos Geraldo Langoni
EntIDADES GRAnDES BEnEMÉRItAS Júlio Alberto de Morais Coutinho
Carlos Henrique Moreira
Jornal do Commercio
Carlos Moacyr Gomes de Almeida
Banco do Brasil S/A COnSELhO FISCAL
Carlos Roberto Mendonça Alves Dias
IRB – Brasil Resseguros S/A
Carmen Fridman Sirotsky
Efetivos
Celso Fernandez Quintella
BEnEMÉRItOS Abel Mendes Pinheiro Júnior
Constantino Luis Nunes de Mendonça
Abel Mendes Pinheiro Júnior Carlos Henrique de Carvalho Fróes
Corintho de Arruda Falcão Filho
André La Saigne de Botton Eduardo Costa Garcia
Cristiano Buarque Franco Neto
Antenor Barros Leal Paulo Sobrino Marques D’Oliveira
Daniel Plá
Antônio Sanchez Galdeano Sérgio Francisco M. de C. Guimarães
Dilio Sérgio Penedo
Aristóteles Drummond Domingos Bulus
Aroldo Araújo Suplente
Edson de Godoy Bueno
Aureo Salles de Barros Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira Aureo Ricardo Salles de Barros
Benjamin Nasário Fernandes Filho Francisco Soares Brandão Ferdinando Bastos de Souza
Brigitte Barreto George Eduardo R. Ellis Helena Spyrides
Carlos Alberto Lenz César Protásio Geraldo César Mota
Chaja Ruchla Schulz Geraldo Rezende Ciribelli Secretário Geral
Clara Perelberg Steinberg Germano H. Gerdau Johannpeter Nestor Rolim Lacerda
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
5. SumáRIO 5
06
marcílio marques moreira fala de
política externa e crise global
entrevista: marcílio marques moreira
10
inovação e empreendedorismo foram
16
artigo
temas constantes nas ações e projetos
da acrj em 2008
17
acontece na acrj
capa: inovar para crescer... e vencer
31
almoço do empresário
32
Força do rio
34
perfil
retropectiva 2008: o que foi notícia na
36 acrj
42
opinião
especial: retrospectiva 2008
EMPRESÁRIO DA ACRJ
REVISTA DO
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO
Presidente Fotografia Fotolito e Impressão
olavo monteiro de carvalho ivanoé Gomes pereira zoomgraf-k
(21) 2127-7308
Editora/Jornalista Responsável Capa
Redação
andréa mury (mtb no 23.787) Fotomontagem
rua da candelária, 9 /11º andar
Órgão técnico e consultivo
Washington rodrigues
cep: 20091-020 - centro - rj
do Governo Federal no estudo Reportagem Redação
dos problemas que se relacionam (21) 2514-1219/1269
Projeto Gráfico / Diagramação
andréa mury e Revisão
com a economia nacional. Publicidade
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decreto-Lei nº6348, de 26/09/1940 (21) 2514-1211/1204/1208
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cida belford www.duetobrasil.com.br
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
6. ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA
6
andréa mury
presidente do conselho empresarial de políticas econômicas da
acrj e ex-presidente da instituição, marcílio marques moreira foi
embaixador do brasil em Washington, de 1986 a 1991, e ministro
da economia, Fazenda e planejamento, de 1991 a 1992. ocupou
cargos-chave no Unibanco, bndes, merrill Lynch e presidiu a
comissão de Ética pública da presidência da república. integra os
conselhos de administração da energisa, abn-brazil e FGv, entre
outros, além de presidir o conselho consultivo do etco e ser sócio-
gerente da conjuntura e contexto. marques moreira falou sobre
política externa e comentou a crise financeira global.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
7. bASTIDORES
ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA 7
situação reacenderam as esperanças e a expecta-
O que o Brasil pode esperar do go-
tiva de uma conclusão de Doha. O brasil terá uma
verno Obama?
posição mais pragmática, que o caracterizou no
marcílio - Acho que a principal pauta que
fim da Rodada porque, para nós, que não temos
podemos esperar do governo Obama é uma ação
praticamente nenhum acordo bilateral, que temos
muito determinada e até ousada para dar um
apenas o mercosul, que está sitiado, num estado
fim a essa fase aguda da crise econômica, que
grave, digamos de periclitação. Doha, mesmo
se iniciou com a crise financeira e agora está
não sendo ótima, é importante. Acho que o brasil
se traduzindo numa recessão econômica nos
deve prosseguir numa posição mais pragmática
EuA, na Europa e no Japão, com o potencial de
e construtiva, fundamental para possibilitar uma
desacelerar, significativamente, o crescimento dos
conclusão de Doha, que se não for a ideal, que
países emergentes.
seja relativamente positiva.
Como deverá ser a relação entre
Brasil e EUA, referente à questão ener-
gética?
marcílio - quanto à questão energética, de- “Este é um desafio, um momento importante que
verá haver maior abertura para uma cooperação
temos que enfrentar com realismo e muita firmeza“
positiva, pois Obama tem dado grande prioridade
ao tema por duas razões: a dependência dos
EuA das importações de petróleo e, em vista da
Como avalia as relações bilaterais do
questão ambiental, a realização da conferência
Brasil com seus países vizinhos, conside-
de copenhagen, que discutirá a reformulação
rando a crise com o Equador e Paraguai,
dos acordos de Kioto que estão para expirar. Essa
Bolívia e Venezuela querendo agir de
conferência será muito importante. No brasil,
modo semelhante?
devemos fazer uma reflexão. No fim dos anos
marcílio - Este é um desafio, um momen-
80, início dos 90, embora tenhamos superado
to importante que temos que enfrentar com
uma posição muito defensiva em relação ao meio
realismo e muita firmeza. O brasil, com seu
ambiente e até protagonizado uma liderança
crescimento e sua política macroeconômica
ao sediar a Rio 92, ultimamente o país voltou
bem posicionada, assumiu na América do Sul um
um pouco à defensiva, sobretudo não querendo
papel de proeminência tão destacada que – com
assumir praticamente nenhum compromisso em
fundamento ou não – passou a ser considerado
relação ao desmatamento.
um país imperialista. Somos vistos por esses
O sr. acredita que possa evoluir a
países como antigamente olhavam os EuA. com
Rodada de Doha? Como o Brasil deve
o nosso desenvolvimento e os investimentos e
se posicionar?
financiamentos que fizemos nesses países, é
marcílio - Os presidentes e chefes de governo
uma reação natural. Isso é um lado. O outro
dos países que compõem o G-20 assumiram um
é um neopopulismo nesses países. um amigo,
compromisso verbal, e não formal, de não aumen-
grande figura nas relações interamericanas,
tar as tarifas até que uma das duas coisas aconte-
chama isso de populismo “com plata”, ou seja,
ça: o fim da recessão ou a conclusão da Rodada
populismo lastreado por petróleo a preços muito
de Doha. A probabilidade de haver a conclusão
altos. Talvez este populismo retraia-se um pouco,
da Rodada de Doha é baixa. mas o agravamento
devido à queda do preço do petróleo. certamente
da situação econômica mundial e o esforço de
estamos numa situação bem incômoda.
articulação global na resposta dos países a essa
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
8. ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA
8
marcílio – Há indícios de que a pior fase
A situação é preocupante? Como o
da crise financeira tenha passado, mas é muito
Brasil deve se resguardar?
arriscado afirmar que já passou. No rastro da
marcílio - chávez está se armando muito, com
depressão de 29, o presidente Roosevelt disse,
o apoio da Rússia; o Equador também, com Rafael
em 31, que o pior havia passado. Então, vários
correa. Na bolívia, a situação é muito séria, com o
bancos americanos e europeus faliram e houve
risco até de se desintegrar. O Paraguai quer rever o
um ressurgimento muito forte da depressão. A
Tratado de Itaipu. A Argentina está entrando numa
crise está começando no setor chamado real da
fase muito crítica da sua economia, com inflação
economia e o pior ainda está por vir. A crise pela
crescente, desindustrialização e o agronegócio
qual passamos é, de fato, a mais grave ocorrência
sofrendo a queda dos preços de matérias-primas.
desse tipo desde a depressão de 29. Algumas
Todo o contorno sul-americano está muito difícil.
características – como seu escopo global e sua
Por outro lado, nós estamos bem e o chile é a
profundidade – a diferenciam das crises anterio-
economia mais amadurecida, mais moderna. O
res, em geral mais curtas, menos intensas e não
Peru resgatou Alan Garcia, o populista de 20 anos
tão sintonizadas como agora.
atrás – agora um neopragmático, neoconservador
Esta crise vem, de certo modo, para corrigir de-
– e está se fortalecendo. A colômbia, apesar de
sequilíbrios econômicos internacionais e nacionais,
tudo, está economicamente razoável.
não meramente financeiros, que se acumularam
É uma pena que, mais uma vez, não tenhamos
durante várias décadas e acabaram vindo à tona
nos preparado para essa situação. O brasil, há
de uma maneira dramática, detonados pela crise
décadas, vem se recusando a entrar em acordos de
dos papéis de menor qualidade que financiaram
garantias de investimentos. um pouco por conta de
habitações nos EuA. É importante saber que a crise
que esta era uma posição dos países desenvolvidos
do subprime, do setor imobiliário nos EuA, não foi a
para os investimentos aqui. mas esquecemos que
causa, mas sim o detonador da crise. Após a quebra
iríamos nos tornar grandes investidores nesses
do Lehman brothers, o crédito mundial praticamen-
países. Algumas empresas da Petrobras, na bolívia,
te travou. Estivemos perto de quase um desmanche
fizeram investimentos, violando acordos de prote-
do sistema bancário financeiro mundial. Isso foi
ção, e acabaram não apelando por uma arbitragem
evitado por ações, ousadas até, dos bancos centrais
a que teriam direito. Perdemos a oportunidade de
e dos tesouros dos países desenvolvidos. A partir
daí, a crise financeira contagiou de maneira muito
“a crise pela qual passamos é, de fato, forte a economia real. Além das situações reais,
a mais grave ocorrência desse tipo também os boatos acabam prosperando. Por isso é
desde a depressão de 29” tão importante que o governo, os sistemas bancário
e econômico e o empresariado passem um grau
suficiente de credibilidade, porque a crise passou
a ser também uma crise de confiança. E crédito é
ter um marco jurídico para nos resguardar. Este
credibilidade, confiança.
marco não é impermeável, mas dá uma firmeza
Preocupa-me um certo descompasso no brasil,
maior. Perdemos também uma grande oportuni-
a dissonância entre a retórica mais amena do
dade com a ALcA, que podíamos ter modificado,
governo e suas ações e propostas de legislação
mas prevaleceu a idéia de que seria uma anexação
agressivas, algumas até desnecessárias, como a
da América Latina pelos EuA.
autorização da caixa e do banco do brasil para
Qual o seu diagnóstico sobre a crise glo-
comprarem empresas, construtoras, financeiras
bal? O pior já passou ou ainda vem por aí?
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
9. bASTIDORES
ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA 9
e até bancos. O cidadão fica um pouco perplexo, Numa crise como esta, problemas que não
perde a confiança. Seria ótimo que alguém do go- vinham à tona, agora vêm. A primeira coisa que
verno dissesse à população, com mais sinceridade: as empresas devem procurar fazer é sobreviver.
“sim, o mundo está passando por um momento Dando autoridade ao caixa – em momentos de
extremamente difícil e nós participamos deste crise financeira, caixa é o rei –, e evitando se en-
mundo. Nos últimos anos, melhoramos muito esta dividar e tomar medidas que pareçam benéficas a
inserção e nossa sustentabilidade externa. mas o curto prazo mas sejam um veneno para o futuro.
brasil é um ator global e, assim, tem que arcar com Na política fiscal e na política monetária, não
sua porção de certas realidades adversas.”
O governo está certo em ressaltar que não
estamos diante de nenhum desastre, nem mesmo “se as medidas forem mais gerais, serão mais
de uma depressão, mas sim de uma severa desace-
eficazes, evitando depois certos desequilíbrios“
leração em função da crise, que é global. Acho que
é preciso instigar a confiança da população, mas
não dizendo, simplesmente, “consumam mais”.
uma desaceleração muito significativa é quase assumir novos endividamentos e custos fixos deve
inevitável. qualquer projeção, neste momento, ser prioridade. É preocupante, neste momento, ver
é arriscada, mas já está havendo uma queda, o congresso discutindo aumentos de gastos. Às
provocando a retração das atividades industriais vezes até são situações justas mas, agora, a coisa
e demissões. Algumas consultorias já projetam um mais justa é sobreviver.
Como fica a China neste contexto?
crescimento negativo no quarto trimestre.
Quais são os principais desafios marcílio - As Nações unidas projetaram
impostos pela crise ao Brasil? Como cenários pessimistas, apontando para uma re-
podemos vencê-los? cessão muito severa nos países desenvolvidos e
marcílio - É preciso tomar medidas e dar con- desaceleração também muito severa nos países
tinuidade a elas, procurando que sejam mais ho- emergentes. Projetam um crescimento de apenas
lísticas, mais globais; que não sejam tão pontuais, 0,5% no brasil e de 7% na china. uma redução
porque a experiência no brasil de crédito direciona- de quase a metade do crescimento que este país
do ou de grandes presidências de bancos públicos apresentou nos últimos anos. Embora a crise não
não é das melhores. creio que medidas mais gerais esteja resumida à relação EuA x china, é possível
propiciam melhores resultados. Hoje a economia é dizer que a metáfora desse desequilíbrio é essa
em rede; são cadeias de produção e, assim, toda a simbiose espúria entre esses dois países. com a
cadeia precisa ser reforçada. Se as medidas forem fúria consumista alimentada pelo governo ame-
mais gerais, serão mais eficazes, evitando, depois, ricano, através da manutenção da taxa de juros
certos desequilíbrios. Em algumas regiões do brasil até negativa, de 1% ao ano, a china entrou num
a crise não chegou, em outras chegou mais rápido, grande impulso de desenvolvimento. manteve
como nas metrópoles, nos centros industriais e nos uma taxa de juros artificialmente depreciada,
setores do agronegócio e da pecuária, que sofrem invadindo assim o mercado americano. criou-se
uma série de restrições. Para o comércio exterior, uma situação artificial. Então, é uma loucura a
vai ser muito difícil. Em novembro, houve queda dois, pois um país não consome demais se não
nas exportações. caíram a demanda mundial e os houver alguém financiando e mandando produtos
preços. Houve queda também das importações, para lá. Por isso, a china será um dos países mais
porque diminuiu o crescimento interno. afetados pela crise americana.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
10. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER
10
2º Prêmio Inovar
para Crescer
revela novos
talentos
cida belford e andréa mury
público confere os 13
A Associação Comercial do Rio de Janeiro, seu segundo ano de existência comemorando
trabalhos finalistas do prêmio
por meio dos seus conselhos empresariais, vem a ampliação das atividades realizadas e já
inovar para crescer 2008, em
realizando diversos programas, seminários e fazendo planos para 2009. Uma iniciativa do
exposição na acrj
debates destinados a promover a inovação e Conselho Empresarial de Inovação e Tecno-
o empreendedorismo como condições essen- logia da ACRJ, o Prêmio Inovar para Crescer
ciais ao desenvolvimento socioeconômico do foi criado para promover a criatividade e o
estado do Rio de Janeiro. Com isso, a ACRJ empreendedorismo no cotidiano escolar. Des-
pretende estimular o empreendedorismo tinado a professores e estudantes dos ensinos
desde cedo, já no ambiente escolar; fundamental, médio e técnico, de escolas
multiplicar o conhecimento sobre públicas e privadas, o Inovar para Crescer
novas metodologias e tecnologias; 2008 teve 133 projetos inscritos, que tiveram
e contribuir para o crescimento e como ponto de partida o tema “Planeta
fortalecimento das empresas flu- Terra”, com ênfase na questão ambiental e
minenses, de todos os portes. A no desenvolvimento sustentável. O tema é
troca de experiências e a discus- o mesmo que vem sendo desenvolvido pela
são de temas prioritários, como ONU/UNESCO no triênio 2007-2009.
a maior interação entre os Em 7 de novembro passado, antecipando-
setores acadêmico e produtivo, se à Semana Global do Empreendedorismo
legislação e incentivos à pesquisa (17 a 23/11), a ACRJ promoveu a cerimônia
e à inovação dentro das empresas, de entrega do 2º Prêmio Inovar para Crescer,
reuniram diferentes especialistas, com a exposição dos 13 trabalhos finalistas
acadêmicos, empresários e re- no imponente hall de entrada da instituição,
presentantes do poder público na ao longo do dia. O anúncio dos vencedores,
ACRJ, ao longo de 2008. marcado pela expectativa e pela alegria dos
Um dos destaques desse amplo jovens estudantes, aconteceu no fim da tarde,
leque de projetos e ações é, sem dúvida, o no Centro de Estudos Sociais e Econômicos da
Prêmio Inovar para Crescer, que completa ACRJ, que ficou completamente lotado.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
11. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER 11
Além do presidente da ACRJ, Olavo Os vencedores do 2º e 3º lugares, nas duas
Monteiro de Carvalho, e dos presidentes categorias, ganharam medalhas e certificados
dos Conselhos Empresariais de Inovação indicando sua classificação no Prêmio. A
e Tecnologia, de Educação e de Políticas menção honrosa foi para a equipe da Escola
Econômicas, Antônio Sérgio Fragomeni, Técnica Estadual de Transporte Engenheiro
Vera Gissoni e Marcílio Marques Moreira, Silva Freire, com o projeto Trem-Escola.
respectivamente, participaram da solenidade O 1º lugar do Ensino Fundamental ficou
de premiação do Inovar para Crescer 2008 com o professor Charles Esteves Lima e os
os diretores do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez e estudantes Daniel Nasajon e Jaques Honig-
Evandro Peçanha; Julio Lagun Filho, Sérgio baum, do A. Liessin, que desenvolveram o
Teixeira e José Ricardo Sartini, representando projeto “Sistema de Geração de Energia por
as secretarias estaduais de Ciência e Tecno- Indução Eletromagnética”, cuja finalidade
logia, de Desenvolvimento Econômico e de é produzir energia limpa e gratuita. Para
Educação; a gerente Lisangela Gnocchi Reis, eles, o prêmio é um reconhecimento para a
de Furnas Centrais Elétricas; e Gisele Avena, vida toda. “O prêmio vai me ajudar na vida
diretora do Instituto Unibanco. profissional e pessoal também. Vou poder
Os grandes vencedores, com projetos mostrar para os meus filhos, com orgulho,
classificados nos primeiros lugares, foram o que fiz”, disse Daniel Nasajon.
o Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin e Já na categoria Ensino Médio/Técnico,
a Escola Técnica Estadual Henrique Lage, o 1º lugar foi conquistado pelos alunos da
nas categorias Ensino Fundamental e En- Escola Técnica Henrique Lage, Thiago Silva
sino Médio/Técnico, respectivamente. As de Castro, Luigi Maciel Ribeiro e Carlos
instituições de ensino, classificadas em Daniel de Melo Sampaio, orientados pelo
primeiro lugar, ganharam um computa- professor Altair Martins dos Santos. Eles
dor, impressora e periféricos cada uma; criaram o Sistema de Visão Complementar,
os professores orientadores dos projetos para auxiliar o motorista em manobras,
que ficaram em 1º lugar receberam um quando ocorre o chamado ponto cego, que
laptop, enquanto seus alunos, integrantes impede a visualização dos cantos à esquer- o centro de convenções
das equipes, ganharam aparelhos de MP4 da e à direita do veículo pelos retrovisores. da acrj lotado para
e medalhas. Orgulhoso, o professor atribuiu a vitória ao conhecer os vencedores do
inovar para crescer 2008
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
12. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER
12
empenho dos alu- Lisangela Gnocchi Reis, ressaltou que o
nos. “Eles tiveram a apoio às pesquisas é fundamental para o
idéia inicial. Depois, desenvolvimento cultural dos estudantes.
eu apenas orientei. Ao longo do ano, a ACRJ promoveu
Esse prêmio coroa diferentes oficinas pedagógicas gratuitas,
um ano de traba- destinadas à capacitação de professores e
lho”, disse Altair profissionais de ensino em metodologias
dos Santos. e novas ferramentas de pesquisa voltadas
O presidente da ao processo de criação e elaboração de
ACRJ, Olavo Mon- projetos. A proposta das oficinas é que
teiro de Carvalho, afirmou que “o Inovar os professores multipliquem os conheci-
olavo monteiro de carvalho e
a equipe do colégio israelita para Crescer é uma importante ferramenta mentos adquiridos junto aos seus alunos,
brasileiro a. Liessin: professor
para o desenvolvimento do estado”. Já o incentivando-os a colocar em prática suas
charles esteves Lima e os
diretor do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, desta- idéias, participando do Prêmio Inovar
alunos daniel nasajon e
cou a importância do projeto por despertar para Crescer.
jaques Honigbaum. 1º lugar na
no jovem o espírito empreendedor. “Inovar
categoria ensino Fundamental
Inovar para Crescer 2009: idéias
é uma atitude que pode mudar a história
para a Megalópole Brasileira
de cada um de nós”, disse, aconselhando
os estudantes a dar continuidade às suas Mal terminou o ciclo 2008 e as coor-
pesquisas. O presidente do Conselho denadoras do Prêmio Inovar para Crescer,
Empresarial de Ino- a vice-presidente do Conselho Empresarial
vação e Tecnologia de Inovação e Tecnologia da ACRJ, Marí-
da ACRJ, Antonio lia Brito, e a professora e conselheira de
Sergio Fragomeni, Cultura, Maria Teresa Moreira, já estão
disse que o país não preparando as novidades para 2009. Se-
pode deixar de in- gundo Marília Brito, a intenção é ampliar
vestir em pesquisa, as parcerias envolvidas no programa, para
se quiser continuar poder oferecer mais oficinas pedagógicas,
crescendo. todas gratuitas, além de recursos que pos-
O incentivo à sibilitem aos vencedores dar continuidade
educação foi apon- aos seus projetos.
tado como um dos O ciclo 2009 do Prêmio Inovar para
principais fatores Crescer será lançado em março. A primeira
marcílio marques moreira e
que levaram empresas e instituições a oficina pedagógica acontecerá no dia 17 de
a equipe da escola técnica
apostarem no programa do Inovar para março, com a participação dos vencedores
estadual Henrique Lage:
Crescer. “Temos foco na educação. Esta é de 2008, que vão relatar suas experiências
professor altair martins dos
santos e os estudantes thiago uma questão muito discutida na sociedade na participação do Inovar. Na ocasião, tam-
silva de castro, Luigi maciel
do conhecimento e não se pode pensar bém será apresentado o cronograma das
ribeiro e carlos daniel de melo
em igualdade sem educação”, afirmou a oficinas e detalhado o tema de 2009.
sampaio. 1º lugar na categoria
diretora do Instituto Unibanco, Gisele Ave- O tema Planeta Terra será mantido, mais
ensino médio/escola técnica
na. A gerente de Furnas Centrais Elétricas, com ênfase, desta vez, nas questões relacio-
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
13. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER 13
nadas à formação da megalópole brasileira, O Prêmio Inovar para Crescer, realizado
como infra-estrutura, logística, recursos natu- pelo Conselho Empresarial de Inovação e
rais e meio ambiente, tráfego urbano, relações Tecnologia da ACRJ, em parceria com o Con-
sociais e reforma da legislação tributária. “A selho Empresarial de Educação, o Sebrae/RJ,
Megalópole Brasileira” é um dos projetos o Instituto Unibanco e Furnas, tem o apoio
prioritários da ACRJ. Formada pelas cidades do da UNESCO, do Governo do Estado – por
eixo Campos (RJ)-Campinas (SP)- Juiz de Fora meio das secretarias de Educação, de Ciência
(MG), incluindo as capitais Rio de Janeiro e São e Tecnologia, e de Desenvolvimento Econô-
Paulo, a megalópole brasileira tem sido objeto mico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), maria teresa moreira e marília
de vários fóruns de discussão promovidos pela do Instituto Nacional da Propriedade Indus- brito, trabalho incansável à
ACRJ, com o objetivo de propor a implantação trial (INPI), da Universidade Castelo Branco, frente do inovar para crescer,
desde sua 1ª edição, em 2007
de projetos, a partir da ação integrada dos da Folha Dirigida, do Instituto Tecnológico
estados e municípios que a compõem, que Inovador e do SinepeRio, contando também
contribuam para o desenvolvimento susten- com a colaboração da Cristália Produtos
tável desse imenso território. Químicos Farmacêuticos.
empreender com ética
cida belford
O diretor do Instituto Gênesis da ter é fundamental
PUC-Rio, José Alberto Sampaio Aranha, para conquistar a
foi o convidado da reunião conjunta dos confiança de al-
Conselhos Empresariais de Ética e de guém”, afirmou.
Jovens Empreendedores (Conjove), em 12 Outro aspecto da
de novembro. Na ocasião, ele discutiu a visão empreende-
importância da ética como diferencial nas dora abordado foi
sampaio aranha e nelson
ações empreendedoras. o da solidariedade. “As empresas precisam
janot discutem a ética
Sampaio Aranha afirmou que, para de compromisso social”, destacou. O pre-
nas empresas
uma empresa alcançar o sucesso, é neces- sidente do Conselho de Ética enfatizou o
sário que o empreendedor, o líder, possua, discurso. “A solidariedade é a virtude mais
além do capital, conhecimentos que o importante do ser humano”, disse Janot,
auxiliem na tomada de decisões e carac- recordando Aristóteles.
terísticas como habilidade de comunica- O Instituto Gênesis da PUC Rio desenvolve
ção, caráter e ousadia, importantes para atividades que orientam seus alunos na prática
conseguir colocar em prática suas idéias. do empreendedorismo e dispõe, além das in-
“A inovação é coletiva. As pessoas preci- cubadoras, da Empresa Júnior, que desde 1995
sam umas das outras. O relacionamento oferece soluções em consultoria. Informações
é a base para as nossas ações e o cará- no site www.genesis.puc-rio.br
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
14. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO PARA cREScER EcREScER E VENcER
– REcEITA PARA VENcER
14
boas práticas de gestão –
Garantia de produtividade
e competitividade
andrea Ferretti e mariana santos
seminário na acrj
Em parceria com o Sebrae/RJ, os Con- que, postos em prática, podem propiciar
debateu as melhores
práticas de gestão de selhos da Micro e Pequena Empresa e de melhores resultados e vantagens competiti-
empresas vitoriosas Jovens Empreendedores da ACRJ promove- vas para os empreendimentos. Eles também
ram, no dia 25 de novembro, o seminário destacaram aspectos como a boa gestão de
“As melhores práticas de gestão para recursos humanos, o conhecimento específi-
micro e pequenas empresas”. Destinado co sobre o mercado e o gosto pelo risco – que
a empresários e empreendedores em ge- deve ser calculado – como fundamentais ao
ral, o objetivo do encontro foi estimular a sucesso de uma empresa. Os casos de suces-
discussão sobre as práticas de gestão mais so, marcados por dificuldades e superação
modernas, a partir da apresentação de dos desafios, foram apresentados e discutidos
experiências bem-sucedidas. na segunda parte do seminário.
A presidente e o vice-presidente dos Em sua palestra, Cláudio Nasajon, diretor
Conselhos Empresariais da Micro e Pequena da Nasajon Sistemas, empresa especializada
Empresa e de Jovens Empreendedores da no desenvolvimento de softwares de gestão,
ACRJ, Marta Arakaki e Áureo Ricardo Salles afirmou que o engajamento dos funcionários
de Barros, respectivamente; o gerente da é fundamental para qualquer empresa, seja
Área de Estratégias e Diretrizes do Sebrae/RJ, de qual porte for. “É preciso encantar o clien-
Cezar Kirszenblatt; e Luiz Fernando Bergamini te. Qualidade é entregar o prometido e ex-
de Sá, coordenador do Programa Qualidade ceder as expectativas. Para isso, é necessário
Rio da Secretaria Estadual de Desenvolvimen- investir em mão-de-obra”. Ele também frisou
to Econômico, abriram o encontro que reuniu a importância de reter talentos. É preciso
mais de 400 pessoas, entre profissionais e pagar salários em dia, tratar as pessoas com
empresários, no Salão Nobre da ACRJ. respeito e promover atividades de integração
Em suas breves apresentações, eles ressal- da equipe”, disse ele, acrescentando que
taram que, a partir da discussão de experi- coisas simples, como música ambiente, boa
ências bem sucedidas de empresas que já se iluminação e decoração agradável, além de
destacam no mercado, a proposta do seminá- equipamentos adequados, aumentam a pro-
rio era contribuir com novos conhecimentos dutividade. A Nasajon Sistemas foi apontada
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
15. cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER 15
como uma das 25 melhores empresas para se caixa de uma empresa é determinante para a
trabalhar no estado do Rio de Janeiro, numa liquidez e a rentabilidade do negócio. “A falta
pesquisa recente realizada pelo instituto Gre- de planejamento financeiro é uma das prin-
at Place to Work, em parceria com a ABRH-RJ cipais causas do fechamento de empresas”,
(Associação Brasileira de Recursos Humanos afirmou, com base em dados de pesquisa do
do Rio de Janeiro) e o jornal O Globo. Sebrae/RJ realizada em 2007, que revela o
Mônica Reis Buriche, proprietária da aumento da taxa de sobrevivência das micro
Laundry Service, expôs as dificuldades que e pequenas empresas, nos dois primeiros
enfrentou até resolver investir em conheci- anos de atividade, de 51% para 78%. Em-
mento. “A lavanderia tinha vários problemas. bora a maior qualificação profissional tenha
Fazer os cursos no Sebrae/RJ me deu idéias sido um dos fatores para o crescimento da
que proporcionaram grandes mudanças”, taxa, segundo ele 68% dos empresários que
disse ela, que desenvolveu programas para fecharam suas portas apontaram as falhas
estimular seus funcionários e fidelizar seus gerenciais como o principal motivo do fra-
clientes. Em 2006 e 2007, ganhou o Prêmio casso, destacando-se a falta de planejamen-
“Mulher Empreendedora” do Sebrae/RJ. to financeiro e a formação inadequada de
O vice-presidente do Conjove, Áureo Ri- preços de produtos e serviços. Ele destacou
cardo Salles, começou a trabalhar na empresa que, para o sucesso de um empreendimento,
da família, a A. Salles Engenharia, aos 14 é necessário preparar um plano de negócios,
anos. Com 28, montou uma fábrica de dutos projetar os recursos financeiros necessários,
de ar condicionado e criou uma empresa de implementar controles adequados e gerir cor-
prestação de serviços de manutenção predial. retamente o fluxo de caixa. Já o presidente do
Para ele, empreender é mais do que o ato de Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis
abrir uma empresa. “O empreendedor iden- do Rio de Janeiro (Sescon-RJ), Lindeberger
tifica, analisa e implementa oportunidades Augusto da Luz, descreveu as atribuições de
de negócios, sempre com foco na inovação um contador, ressaltando a importância de
e na criação de valor”, afirmou. uma contabilidade correta como ferramenta
Cristina Rocha, proprietária da CR Viagens para o bom desempenho de uma empresa.
e Turismo, também fez um relato sobre o “É um erro crer que o contador é um mero
seu negócio, que prioriza a excelência no emissor de guias de pagamento. O trabalho
atendimento ao cliente, com plantão 24
horas. O empreendimento tem oito anos
“Fazer os cursos no sebrae/rj me deu idéias
de existência. “O segredo não é fazer o que
que proporcionaram grandes mudanças”
gostamos, mas gostar do que fazemos”,
disse a empresária, que acaba de ganhar o
Prêmio Top of Quality 2008 da Ordem dos
Parlamentares do Brasil. do contador envolve comunicação constante
Jaime de Barros Rego, analista do Sebrae/ com o empresário, confiança e aconselha-
RJ, analisou aspectos sobre administração mento para melhorar a gestão e o controle
financeira. De acordo com ele, a gestão do da empresa”, concluiu.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
16. ARTIGO
16
Doações para o Fundo
para a Infância e Adolescência
siro darlan *
A democracia participativa consagrada na de filantropia, mas verdadeiramente responsá-
Constituição da República estimulou a co-respon- veis pela fiscalização e aplicação dos recursos,
sabilidade na discussão e elaboração das políticas pois têm interesse e direito de acompanhar os
públicas através da criação dos Conselhos de resultados e de ajudar no êxito dos projetos
Direitos, formados paritariamente com represen- patrocinados. Os Conselhos de Direitos de
tação governamental e da sociedade civil. diversos estados estimulam que o aporte dos
O legislador, ao regulamentar o artigo 227 recursos seja feito com a escolha dos projetos
da Carta Magna através do Estatuto da Crian- e dos executores dos mesmos.
ça e do Adolescente, dotou os Conselhos de Estudo da Secretaria de Fazenda do Estado
Direitos com orçamento próprio para financiar do Rio de Janeiro estimou em 600 milhões de
os projetos públicos e privados que priorizem reais a possibilidade de destinação dos contri-
os eixos garantidores da efetivação dos direitos buintes fluminenses – pessoas físicas até 6%
das crianças e adolescentes. O Fundo para a e pessoas jurídicas 1% do imposto de renda
Infância e Adolescência, alimentado por verbas devido – para os Fundos geridos pelos Conse-
originárias dos orçamentos públicos, de doações lhos de Direitos. Contudo, é de pouco mais de
de pessoas físicas e jurídicas através da renúncia 1 milhão os recursos hoje existentes no Fundo
fiscal, e as receitas das multas aplicadas pelo do Rio de Janeiro.
Judiciário em razão do descumprimento das Qual a razão dessa penúria? A falta de es-
medidas de proteção à infância e à juventude, trutura até então existente para a administração
destinam-se ao financiamento dessa política de do Fundo e a falta de regras claras. Mas, tais
proteção integral. obstáculos foram superados. O Governo Sérgio
Tanto a definição desses eixos como o regis- Cabral dotou o Conselho da Criança de estrutu-
tro e aprovação dos projetos a serem financiados ra, de pessoal e material, que permite uma boa
são tarefas dos Conselhos de Direitos, que têm e eficiente administração do Fundo. O CEDCA/
a função de discutir e deliberar políticas públi- RJ aprovou deliberações, planos de ação e de
cas em suas plenárias com as representações aplicação orçamentária – documentos que se en-
governamentais e da sociedade civil. contram disponíveis no site (www.cedca.rj.gov.
Os estados da federação estruturaram e br) – que tornam claras as regras de doação e
organizaram seus Conselhos de Direitos, assim de aplicação dos recursos.
como todos os municípios, e promovem a arre- Essa transparência permitirá a escolha dos
cadação dos recursos livremente, inclusive com projetos constantes no Banco de Projetos, e
a possibilidade dos doadores definirem junto serão muito bem-vindos os recursos daqueles
aos Conselhos as prioridades e os projetos que que quiserem contribuir para a garantia da efe-
deverão ser beneficiados. tivação dos direitos fundamentais de crianças e
Essa prática, além de democratizar a dis- adolescentes fluminenses e para a melhoria da
cussão, faz dos doadores não meros agentes qualidade de vida de todos os cidadãos.
* o desembargador siro darlan é presidente do conselho estadual de defesa dos direitos de crianças e adolescentes do rio de janeiro.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
17. AcONTEcE NA AcRJ 17
Arthur Sendas:
homem simples
e de grande fé
cida belford
Homem simples e de uma fé inabalável.
Assim Arthur Sendas foi lembrado, durante
a homenagem póstuma realizada pelos Con-
selhos Superior e Diretor da ACRJ, em 26 de
novembro, que reuniu familiares e amigos do
empresário, morto em outubro.
Sinônimo de liderança empresarial, Sendas
tratava a todos com igualdade e respeito. “Ele era olavo monteiro de carvalho,
um homem religioso, simples e carismático. A fé de de entidades de classe, como a Associação familiares de arthur sendas e
Humberto mota
Arthur poderia mover montanhas”, disse o presi- Brasileira de Supermercados (Abras) e ACRJ,
dente da ACRJ, Olavo Monteiro de Carvalho. o empresário dava exemplo. Ele chegava no
O presidente do Conselho Superior da ACRJ, escritório às 7h, como se fosse seu primeiro
Humberto Mota, também destacou a religiosi- dia de trabalho”, contou o vice-presidente do
dade e devoção de Sendas. “Ele estava sempre Conselho Administrativo do Grupo Sendas,
preocupado com o próximo. Na igreja de São Ju- Aprígio Lopes Xavier.
das Tadeu, todos paravam para cumprimentá-lo. A homenagem reuniu a família do empresá-
Arthur Sendas, acima de tudo, amou o próximo rio, diretores e funcionários da ACRJ. Estavam
como a si mesmo”, disse, emocionado. presentes os filhos Márcia Maria e Nelson,
Mota acrescentou que Sendas era uma pes- acompanhado de sua mulher Mariana, e a irmã
soa de bem com a vida e que a homenagem, de Sendas, Érika Sendas Bione. Nelson destacou
ainda que causasse comoção, servia para deixar o amor de seu pai pela ACRJ e pelo trabalho
claro que “mesmo ausente, Sendas se fazia desenvolvido na Casa do Empresário. “A gente
presente e seria imortalizado”. Já o presidente via a alegria que meu pai tinha em vir pra cá.
do Clube de Regatas Vasco da Gama, Roberto Ele se sentia bem aqui, tanto que escolheu a
Dinamite, descreveu a paixão e o orgulho do ACRJ para anunciar um fato importantíssimo
empresário em ser vascaíno, ressaltando que para a nossa empresa, que foi a associação com
ele sempre participou dos momentos mais o grupo Pão de Açúcar”, destacou.
importantes do clube, inclusive os mais difíceis, Compareceram à homenagem, que lotou o
ajudando, muitas vezes, financeiramente. Centro de Estudos Sociais e Econômicos da ACRJ
O sucesso como empresário de uma das – construído por Sendas – grandes beneméritos,
maiores redes de supermercados do Brasil beneméritos, vários diretores e presidentes dos
não foi conquistado da noite para o dia. “O Conselhos Empresariais da Casa, como Célio Borja,
jovem Arthur carregava caixas de mercadorias Áureo Salles de Barros, Maria Aguinaga, Francisco
nas costas e, mesmo à frente da empresa e Pinto, Francisco Horta, Marta Arakaki, Maria Luíza
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
18. AcONTEcE NA AcRJ
18
Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, foram
representados pela superintendente de Projetos
Especiais da secretaria, Mara Lucia Paquelet.
Arthur Sendas começou a freqüentar a
Associação Comercial do Rio de Janeiro há
40 anos, quando se associou à instituição. Foi
diretor, conselheiro, vice-presidente e Grande
Benemérito. Em 1997 foi eleito, por unani-
midade, pelo Conselho Superior, presidente
da ACRJ e permaneceu à frente da Casa do
nelson sendas lembra
Nobre, Daniel Klabin, Guilherme Arinos Franco, Empresário por dois mandatos, sendo sucedido
o carinho que o pai
Mauro Gandra e Haroldo Bezerra da Cunha, entre pelo atual presidente do Conselho Superior,
tinha pela acrj
muitos outros. O diretor-superintendente do Se- Humberto Mota.
brae/RJ, Sergio Malta, e o presidente do Clube de Um momento de grande emoção marcou
Diretores Lojistas do Rio, Aldo Gonçalves, ambos a homenagem, no final, quando foi exibido
diretores da ACRJ, também estiveram presentes, um vídeo com fotos que ilustravam passagens
além de amigos como Antônio Lopes, ex-técnico da trajetória de Sendas, desde menino, no Ar-
do Vasco da Gama, e o Padre João Navarro Reber- mazém Trasmontano, em São João de Meriti,
te. O governador Sérgio Cabral e o secretário de até seus últimos dias.
Café com Ética mariana santos
Ao longo deste a consciência coletiva. “A liderança é formadora
semestre, o Conselho de consciências, vontades e estratégias transfor-
Empresarial de Ética madoras, direcionadas ao bem comum. Ser líder
da ACRJ promoveu implica no compromisso ético”, destacou. Para ele,
debates a partir de o primeiro grande desafio é motivar nos líderes
temas contidos no li- a competência para ser ético. Assim, é possível
vro “Ética na Gestão desenvolver um modelo de ética na gestão, por
Empresarial - da Cons- meio do diagnóstico e de ações estratégicas, cujos
cientização à Ação” fundamentos sejam a cultura renovada, a liderança
(Editora Saraiva), de integrada e a estratégia consensual. O autor do
rubens migliaccio discute a
Francisco Gomes de Matos, no ciclo de palestras livro, Francisco Gomes de Matos, declarou que a
ética na liderança
Café com Ética. O ciclo terminou em dezembro, ética faz parte da essência da liderança autêntica.
com a realização do quinto e último encontro. A bandeira do líder é a renovação contínua de
Na ocasião, o professor e conselheiro Rubens pessoas, estruturas e tecnologias. “Uma ‘empresa
Migliaccio abordou o tema “Competências éticas do ser’ é uma corporação fundada na ética da
e modelo de gestão”. Entre outras questões, ele solidariedade. Todas as organizações possuem
ressaltou que a ética está na consciência humana líderes competentes, mas o que faz a diferença é
e na cultura das organizações, onde se desenvolve a liderança integrada”, afirmou.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
19.
20. AcONTEcE NA AcRJ
20
Claro Rio Summer
Presidente da ACRJ debate
o valor da Moda
andrea Ferretti
no estado. “A ACRJ tem conseguido resultados
concretos e estabeleceu um diálogo, um rela-
cionamento de respeito com os diferentes níveis
de governo que não existia antes”, afirmou.
Para ele, o carnaval com o desfile das escolas
de samba e eventos, como o Claro Rio Summer,
demonstram “o poder da arte no Rio de Janei-
ro”. No seminário, o economista do IETS, André
andré Urani, nizan
O presidente da Associação Comercial do Urani, frisou que a redução da carga tributária
Guanaes e olavo
Rio de Janeiro participou do seminário “O Valor dos micro e pequenos empresários ajudaria o
monteiro de carvalho
da Moda”, no Forte de Copacabana, durante negócio da moda no estado.
o Claro Rio Summer, evento de moda-praia No encerramento do Claro Rio Summer,
internacional, que aconteceu entre os dias 5 e o presidente da ACRJ participou, ao lado do
8 de novembro. Olavo Monteiro de Carvalho governador Sérgio Cabral, do publicitário Nizan
ressaltou a importância da indústria criativa Guanaes e de várias autoridades, do movimento
no momento em que se discute com o poder pela candidatura do Rio de Janeiro como Patri-
público a melhoria do ambiente de negócios mônio Natural e Cultural da Humanidade.
Rio terá o maior aquário
da América Latina cida belford
O diretor do AquaRio, Marcelo Szpilman, mia da cidade, revitalizando a Zona Portuária e
foi o convidado da reunião do Conselho Em- trazendo mais turistas. Para realizar o projeto,
presarial de Turismo Pró-Rio da ACRJ, em 3 de a iniciativa privada deverá investir pelo menos
novembro. Ele apresentou o projeto do maior R$ 84 milhões. A estimativa é de que passem
aquário da América Latina, que será construído pelo local cerca de 1,5 milhão de pessoas/ano.
na Zona Portuária, no prédio da antiga Cibrazen, O valor do ingresso deverá ficar em torno de
cedido pela Prefeitura. O espaço terá 25 mil m² R$ 20,00. A previsão é de que o AquaRio te-
de área construída e capacidade para expor 12 nha um faturamento anual de R$ 31 milhões,
mil animais, de 400 espécies diferentes, em 5,4 podendo alcançar até R$ 40 milhões. No local,
milhões de litros de água. além de espaço de lazer, centro de pesquisas,
marcelo szpilman explica Segundo Szpilman, o AquaRio, proposta museu, exposições sobre a vida marinha e escola
como será o aquario do Instituto Museu Aquário Marinho do Rio de de mergulho, haverá também um centro de
Janeiro, será construído no início de 2009, sendo recuperação da fauna marinha, para cuidar de
concluído em dois anos. O biólogo marinho frisa animais capturados na natureza até que possam
que o empreendimento vai alavancar a econo- ser reinseridos em seu habitat.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
21. AcONTEcE NA AcRJ 21
Boas perspectivas
para a indústria naval
mariana santos
A ACRJ promoveu, em 27 de novembro,
mais uma edição do Café da Manhã Empresa-
rial, com a participação do diretor financeiro e
sérgio Fragomeni,
administrativo da Transpetro. Rubens Teixeira
rubens teixeira
tante de geração de empregos e de multiplicação
analisou o crescimento da indústria naval no
e reinaldo cardoso
de empresas de serviços e de fornecimento de
país e a geração de empregos no setor.
peças e componentes. “Precisamos desenvolver
O Brasil chegou a ser o maior produtor mun-
a nossa tecnologia e exportá-la.”
dial de embarcações nos anos 70, mas passou,
Para o diretor da Transpetro, o Rio de Janei-
depois, por uma década de estagnação. Agora,
ro, por sua vocação histórica para a construção
com o impulso decorrente das descobertas de
naval, ganha destaque nesse contexto e isso
petróleo e do comércio mundial, os estaleiros
contribuirá para a revitalização da indústria
ganharam novo impulso. “Temos condições de
fluminense. A perspectiva é de que o setor
olhar para o futuro. Existe uma grande demanda
naval se reestruture e se torne cada vez mais
por embarcações de todos os tipos”, afirmou. A
competitivo internacionalmente”.
indústria naval representa um segmento impor-
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008
22. AcONTEcE NA AcRJ
22
V Fórum Saída para o Pacífico
cida belford
A ACRJ realizou, em 25 de novembro, o selecionados pelo programa IIIRSA (Inicia-
V Fórum Saída para o Pacífico, para discutir tiva de Integração da Infra-estrutura da
a integração terrestre sul-americana e o América do Sul), cujos eixos de integração
acesso para o Oceano Pacífico. O projeto foram definidos na Cúpula de Cuzco em
da Rodovia Interoceânica foi apresentado dezembro de 2004.
victor raúl ojeda,
pelo diretor de Transportes da Câmara Estiveram presentes o cônsul-geral do
marco polo moreira
Leite e Lício araujo Brasil-Paraguai, Ignácio Ottoni. Com cerca Paraguai, Ricardo Aquino, o presidente e
de três mil km de extensão, ela ligará os o vice-presidente da Câmara de Comércio
Oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo Brasil-Paraguai, Victor Ojeda e Lício Araújo,
Brasil, Bolívia e Chile. respectivamente, o presidente da Câmara
O presidente do Conselho de Comércio de Comércio Brasil-Venezuela da ACRJ,
Exterior da ACRJ, Marco Polo Moreira Lei- Darc Costa, e a coordenadora de projetos
te, disse que a rodovia beneficiará o setor de grande vulto do Ministério do Planeja-
agropecuário, aumentando a comercializa- mento, Ely Takasaki. Os ex-presidentes da
ção de grãos e produtos para o mercado ACRJ, Paulo Protásio e Ruy Barreto, rece-
externo, especialmente para a Ásia. A beram o Prêmio Capricórnio, pelo apoio ao
construção da Rodovia Interoceânica é um desenvolvimento econômico dos países da
dos mais importantes projetos entre os 31 América do Sul.
Liberdade econômica - Brasil é o 96º do ranking
cida belford
O editor-chefe do relatório Liberdade tney, as contas públicas pesam na avaliação.
Econômica no Mundo, James Gwartney, “Quanto mais o governo aumenta os gastos,
apresentou, na ACRJ, em 14 de novembro, mas a pontuação diminui”, explicou. Han-
um estudo feito pelo Economic Freedom nes Gissurarson, do Banco Central islandês,
Network, grupo formado por representan- mostrou que a renda dos 10% da população
tes em 75 países, cujo objetivo é promover mais pobre é quase 10 vezes maior em países
os benefícios da liberdade econômica. O com economia mais livre.
relatório de 2008 mostra o Brasil em 96º O presidente do Conselho de Políticas
lugar no ranking das 141 economias mais Econômicas da ACRJ, Marcílio Marques
james Gwartney e marcílio livres do mundo, uma queda significativa, Moreira, refutou a idéia de que a crise seja
marques moreira
comparada a 2007, quando ocupou a 70ª fruto de muita liberdade econômica. “É
posição. Hong Kong está no topo da lista, importante que tenhamos bons argumen-
seguida por Cingapura e Nova Zelândia. EUA tos para responder a essas insanidades”,
e Austrália ocupam o 8º lugar. O Chile ficou disse. O encontro foi coordenado pelo
em 6º lugar, sendo o único país da América Conselho Empresarial de Jovens Empre-
Latina entre os 10 melhores. Segundo Gwar- endedores da ACRJ.
revista do empresário da acrj novembro/dezembro de 2008