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EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA TRANSAMAZÔNICA - INICIATIVA E
CONSTRUÇÃO FEMININA
RESUMO
Este trabalho é resultado de minha pesquisa de doutorado realizada em 2008, pelo Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará. Esta pesquisa teve
como foco as mulheres migrantes da região da Transamazônica, as quais com suas famílias
ocuparam um trecho da rodovia Transamazônica correspondente ao projeto pioneiro de
colonização implementado pelo Governo Federal na década de setenta, denominado de PIC -
Altamira I, ou seja, Projeto Integrado de Colonização. Neste contexto, o presente trabalho faz
uma releitura da história de ocupação e organização social da Transamazônica através das
trajetórias individuais e coletivas das mulheres migrantes, assinalando que a construção dos
diversos espaços sociais nesta região - no caso em estudo, a escola - foi/é marcada pela
significativa participação das mulheres. É, portanto, a efetiva contribuição feminina na
construção e manutenção da vida, seja no âmbito familiar, seja na esfera mais coletiva, como
por exemplo, o espaço escolar, a questão que norteia este trabalho.
Palavras-chaves: Transamazônica; educação; participação feminina
INTRODUÇÃO
O presente trabalho descreve e analisa a condição da mulher migrante no contexto da
Transamazônica, frente às precárias condições estruturais em que elas e suas famílias se
encontravam no processo inicial de ocupação e organização social dessa região,
principalmente no que se refere à falta da escola para seus filhos, algo que lhe era muito caro,
apesar da pouca formação da maioria, elas concebiam a premente necessidade da escola
naquele contexto, como forma de pensar e sentir a continuidade da vida numa terra estranha,
com o mínimo de dignidade e mais cidadania.
Esta análise resulta parte integrante da minha pesquisa de doutorado, na qual
trabalhamos com mais de cem mulheres: agricultoras, líderes comunitárias, agentes de saúde e
muitas professoras. Podemos considerar que mais da metade das mulheres entrevistadas
2
foram ou ainda são professoras. A Metodologia utilizada foi a pesquisa participante, alternada
com a pesquisa ação, através da qual promovíamos eventos com o objetivo de dar visibilidade
as trajetórias de vida daquelas mulheres. Nesta perspectiva recorremos às entrevistas, a
metodologia da história de vida, a recuperação e leitura de registros fotográficos e de
documentos oficiais, nos sentido de restituir as trajetórias das mulheres no decorrer do
processo de ocupação e organização social da Transamazônica nas décadas de setenta e
oitenta.
Observamos que este trabalho não pretende dar conta de toda problemática que
envolve a questão educacional no contexto da Transamazônica, visto que esta abordagem
requer um estudo mais amplo e direcionado para esta temática, ressaltando que este não foi o
ponto central da minha pesquisa de doutorado. No entanto, como o sujeito da pesquisa foram
as mulheres migrantes e elas tiveram presença significativa no processo de construção do
espaço educacional da Transamazônica, então empreendemos esta breve leitura, mas cônscia
de que esta temática deverá ser aprofundada em outras discussões e estudos acadêmicos.
DESENVOLVIMENTO
A educação escolar no contexto de ocupação da Transamazônica nas décadas de
setenta a oitenta constituía um sério desafio para as famílias migrantes, habitantes dos
travessões e agrovilas que ali se instalaram acreditando no desenvolvimento sócio-econômico
do grupo familiar. Esta leitura reflete a realidade de um projeto de colonização, no qual o
governo federal tinha como premissa principal a ocupação da rodovia Transamazônica- BR
230, sem levar em conta às condições sociais e as estruturas básicas que deveriam dar suporte
as famílias migrantes que lá chegaram para morar e trabalhar na terra abalizada pelo Governo.
O INCRA (Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária) órgão responsável
pelo processo de ocupação de terras e organização das famílias migrantes, construíra às
margens da rodovia, de dez em dez quilômetros, escolas que deveriam oferecer o ensino
fundamental (1ª a 8ª séries) e que eram consideradas escolas-sede, devendo dar apoio às
demais escolas que estivessem dentro do perímetro de dez quilômetros, inclusive àquelas dos
travessões situados nos lados sul e norte da rodovia.
3
No entanto, essas escolas não funcionaram a contento. Não havia professores
capacitados a assumirem as séries mais adiantadas, (5ª a 8ª). E nos travessões, faltava tudo,
além da estrutura para funcionamento das aulas, também carecia de material didático,
quadros, giz, carteiras, merenda escolar e até mesmo, de professores.
Diante dessas dificuldades, as famílias se reuniam, construíam escolas de palha ou
madeira, improvisavam bancos, compravam quadro e giz e providenciavam uma professora
do próprio travessão para assumir uma sala de aula – multisseriada1
, enquanto reivindicavam
junto à SEDUC a contratação de uma professora formada. As professoras improvisadas, na
maioria das vezes, só haviam cursado até a 4ª série, algumas poucas até a 8ª. Raramente as
escolas podiam contar com uma professora que tivesse cursado o magistério ou o segundo
grau completo. A professora Zita Pifs mostra como enfrentaram os desafios para que crianças
e jovens pudessem cursar a escola. O seu relato aponta para a centralidade da escola para os
migrantes, como forma de garantir um bom futuro para os filhos: “A escola foi construída
pela comunidade, mas a primeira sala de aula foi dentro de um quarto da nossa casinha, na
divisão da nossa casa, depois foi feito um tapiri coberto com palha, os bancos foram todos
feitos de pau a pique, nós mesmos que fizemos. Neste espaço a gente se reunia, celebrava e
dava aulas”.
Assim como a professora Zita relata, outras mulheres que começaram a dar aulas
impulsionadas pela carência de escolas e de professores, também afirmam que no processo de
organização e de estruturação educacional na região da Transamazônica as mulheres quase
sempre estavam à frente. Por conseguinte, ocuparam grande espaço de atuação no âmbito
escolar. Elas possuíam maior nível de escolaridade, e já estavam dando aula em suas próprias
casas ou realizando algum trabalho comunitário através das pastorais da Igreja. Estas
experiências alargaram as oportunidades e aumentaram os incentivos para que elas viessem a
ocupar os cargos de professora e de lideranças em suas comunidades.
A partir de sua inserção no espaço educacional a mulher se vê instigada a buscar
maior formação profissional e a se integrar mais ativamente nas organizações sociais. Em
geral, as pessoas esperavam que a professora estivesse à frente das discussões e decisões que
envolviam a comunidade. Desse modo pode-se concluir que a educação escolar na
Transamazônica se tornou o principal instrumento de formação e de inclusão das mulheres
migrantes nos espaços públicos dessa região.
1
Numa mesma sala de aula se reuniam alunos de 1a
à 4a
, aos quais a professora ensinava distintamente.
4
A construção e funcionamento de uma escola em cada localidade se apresentavam
como meta prioritária para a maioria das famílias migrantes, tornando-se assim um dos
principais instrumentos de organização e integração social. Com a obtenção desse espaço, as
pessoas acreditavam que era possível construir um ambiente mais humano, onde as disputas –
acirradas e explícitas em outros contextos – subsumiam ao ensejo de proporcionar aos filhos o
acesso a um bem simbólico imprescindível tanto do ponto de vista individual, quanto familiar
e social.
Dessa forma, a construção da maioria das escolas nessa região partiu da iniciativa
das próprias famílias. Esta ação coletiva permitiu a construção de um lugar, no sentido
geográfico, social e simbólico. A escola se localizava e ainda se localiza no centro da
comunidade ou do travessão. Era única referência social comum às famílias migrantes,
constituindo-se, assim, no lugar de unidade, de interação, de fluxo e refluxo de experiências e
informações. Geralmente é na escola que as famílias se encontram para celebrar, para festejar
e para discutir os problemas comuns à comunidade. Esta importância da vida escolar para o
desenvolvimento de uma comunidade se explica quando as pessoas dizem que sem escola a
comunidade acaba morrendo.
Em decorrência desse forte vínculo entre escola e comunidade as famílias têm uma
preocupação constante em garantir a funcionalidade escolar. Para tanto se reúnem e
implementam ações coletivas que tragam recursos legais e estruturais que assegurem o bom
andamento da escola na comunidade. As ações viabilizadas se configuram em reuniões,
assembléias, mutirões, movimentos populares reivindicatórios e outras organizações de
caráter mais político e institucional, como as associações de pais e mestres e sindicatos de
classes, a exemplo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública Pará (SINTEPP).
Nesses espaços organizados de modo espontâneo e emergencial, como as
mobilizações populares, ou aqueles estruturados legitimamente como as associações e
sindicatos, as mulheres se integraram de maneira quase visceral. Elas se empenharam
subjetivamente tanto do ponto de vista profissional quanto social, e lá encontraram um
ambiente favorável para o seu crescimento pessoal e maior acesso ao espaço público. Estes
espaços: casas, barracões, tapiris foram ganhando contornos e estruturas plurais, de acordo
com as características culturais das famílias migrantes e aos pouco se definiram como o
espaço escolar, local de referência social e simbólica daquelas famílias, bem como de
reconstrução de identidades das mulheres que antes eram apenas consideradas donas de casa,
5
como elas mesmas dizem, e passaram a serem reconhecidas como _ a professora da
comunidade.
RELEITURA DA FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO CONTEXTO DA
TRANSAMAZÔNICA
Compreende-se que a tarefa de educar considerada por muito tempo de competência
feminina, com base na ideologia instituída no século XIX2
, em que a educação e a formação
humana passariam, prioritariamente, pelas mãos das mulheres – mães e professoras – se
revificou no contexto da Transamazônica. Considerando que aí esta “feminização do
magistério” se desenvolveu devido a uma condição socioeconômica desfavorável - de muito
trabalho e precárias estruturas - que contribuiu para que as mulheres ocupassem
majoritariamente o espaço escolar. No entanto, elas transformaram esta situação adversa em
um ambiente apropriado para o seu desenvolvimento e a ascensão social.
Esta análise nos mostra que as circunstâncias sociais e históricas da região
conduziram para que a “feminização do magistério” se alargasse para outro campo de
entendimento e de crescimento individual e social. Haja vista que no processo de estruturação
e desenvolvimento da Transamazônica o grande desafio das famílias migrantes era tornar o
lote produtivo e próspero. Esta empreitada se apresentava a priori como obrigação e
responsabilidade masculina. Eram os homens que deveriam enfrentar os duros trabalhos na
roça, administrar o lote e garantir o seu desenvolvimento. Embora existam vários casos em
que foram as mulheres que desempenharam boa parte dessas tarefas. Mas, no consenso geral
os homens estavam interditados de se afastarem das atividades agrícolas para assumirem outra
atividade.
Estes fatores foram determinantes para que as mulheres se projetassem nos espaços
educacionais que estavam se instituindo e nos cargos de lideranças de suas comunidades. Elas
podiam se afastar por algum tempo da unidade de produção para estudar ou participar de
algum curso de formação das pastorais da Igreja, sem uma cobrança explícita de que deveriam
estar na roça conforme acontecia aos homens. Assim, elas foram silenciosamente se
2
O magistério era visto como uma extensão da maternidade e destino primordial da mulher, p.452. LOURO,
Guacira Lopes. Mulheres em sala de aula, in: HISTÓRIAS DAS MULHERES NO BRASIL. 6a
. Ed. São
Paulo: Contexto, 2002
6
posicionando e construindo outros referentes de participação social que lhes creditaram maior
visibilidade e reconhecimento no âmbito individual e coletivo.
É o que podemos observar nas trajetórias das professoras Neiva Ribeiro (km 90),
Miriam Freitas (km 95 Sul), Maria Luisa (km 95 Sul) Maria Odete (km 46), Maria das Neves
(km 50), Zita Pifs (km 180), Clotilde da Rosa (km 140), Lenira Birro, (km 180) Helena
Constância( km 240), Julinda Lazarine (km 170), Maria do Amparo Leite(km 46) Lindamir
Hoinaski Ribeiro (km 150)3
, entre outras mulheres que assumiram a função de professora e se
integraram ativamente às organizações sociais da Transamazônica. A professora Neiva
Ribeiro é enfática ao dizer que:
Tudo começou pela escola! A gente tinha pouca formação, mas via que a
necessidade era grande, então não ficamos de braços cruzados. A gente
participava de encontros de formação proporcionados pela secretaria de
educação e também pela Igreja. Mais tarde, em 1983 veio o La Salle, os
irmãos Lassalistas ofereceram um curso de magistério para os professores da
Transamazônica. Este curso tinha uma pedagogia diferente - a educação
evangelizadora - com base na teologia da Libertação e na pedagogia
Paulofreiriana, por isso as pessoas que faziam este curso deveriam ter um
compromisso de transformação social. A maioria era de mulheres que já
atuavam em suas comunidades, em diversos setores e que buscavam maior
crescimento individual e social. (Entrevista, 2006).
3
As localidades atribuídas a cada mulher se referem ás áreas onde elas trabalharam ou ainda trabalham como
professoras, na faixa rodovia Transamazônica ou nos travessões. A maioria dessas mulheres está aposentada e
reside nas sedes dos municípios de Brasil Novo, Medicilândia, Uruará ou em Altamira.
7
Figura 1: Alunas de um curso primário, em Altamira Pará. Com o diploma elas deixavam os
bancos escolares e passavam para o quadro negro, como professoras. Idade média: 25 anos.
(Fonte: Digitalizada do livro Transamazônica, (1970) em 2008).
Esta leitura nos mostra que a formação educacional na sua forma simplificada, a
escola, pode ser vista como o principal instrumento de transformação na forma de pensar e
agir das pessoas, e, sobretudo, das mulheres migrantes que passaram a atuar mais diretamente
neste campo social. Através dos cursos de formação ministrados pelas pastorais da Igreja e,
sobretudo, nos cursos pedagógicos administrados pelas congregações religiosas católicas, as
professoras foram motivadas e orientadas a se integrarem socialmente e atuarem nos espaços
sociais e políticos da região.
A III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (CELAM) ao assinalar a
Educação como um dos meios para a participação e a comunhão, constituiu uma nova
dimensão para o conceito de educação, relacionando-o ao contexto sócio-cultural em função
de um homem/mulher integral. Neste sentido a educação deveria ajudar a pessoa a se libertar
de todas as servidões: sociais, morais, culturais, econômicas e políticas. (CELAM, 1981. p,
34).
Assim, em comunhão com a Educação Evangelizadora propagada pela Prelazia do
Xingu, através de seus religiosos e religiosas, em sintonia com a Teologia da Libertação, os
8
educadores na Transamazônica seguiram uma linha de atuação que primava pela formação de
cidadania e a transformação social. As mulheres em particular foram estimuladas à integração
e participação nos movimentos sociais. Nutridas por uma formação educacional que
transcendia o ambiente escolar, elas saíram do espaço doméstico ao qual estavam limitadas e
despertaram para novas perspectivas de vida e de atuação social: o campo intelectual,
profissional, sindical e político partidário.
A trajetória de atuação social de Maria do Amparo Leite, 48 anos4
é comparável à de
outras mulheres que assumiram a função de professora, primeiramente pela carência de
profissional em educação na Transamazônica. A maioria não tinha qualificação profissional,
mas aproveitava o espaço proporcionado pelo setor educacional para estudar e também para
se integrar em outros setores sociais que estavam se instituindo nessa região.
Nós fundamos a comunidade Nossa Senhora da Penha no km 50. Lá era
escola e era igreja. Se faziam os cultos dominicais, dava catecismo, dava
aula, fazia reuniões comunitárias fazia tudo... A família toda trabalhava na
comunidade, meu pai era o líder da comunidade. Foi a partir da escola que
comecei minha vida de militância e me formei, pois quando cheguei só tinha
a 8ª. Série. Em 1985 fui eleita à presidência da Associação de Educadores de
Uruara (ASSEDUR), a primeira organização de professores da
Transamazônica. Depois veio o SINTEPP, o sindicato de professores, e
também participei da diretoria. Agora me dedico mais à igreja como
coordenadora pastoral, lá da paróquia, coordenadora da comunidade e do
Fome Zero. Sou do comitê, integro a comissão administrativa. Também sou
da associação das mulheres do campo e da cidade. Eu sou presidente da
associação em Placas. Em agosto (2005) começa o congresso estadual no
MPC, e eu fui eleita a coordenadora regional da Transamazônica de
Rurópolis, a Tucuruí. Então, agora, que eu vou começar a fazer esse outro
trabalho. (Entrevista, 2004).
No que tange a participação feminina neste processo, observa-se que em muitas
comunidades a liderança inicia-se pela figura masculina, mas devido às exigências culturais
de que o homem é quem deve estar à frente dos trabalhos na roça, aos pouco eles foram
cedendo o espaço para as mulheres, principalmente para a professora, alegando que esta tinha
“mais tempo e também maior formação para mexer com papéis e com o povo”. Assim, as
4
Maria do Amparo Leite veio do Piauí com os pais em 1972. Sua família era numerosa e detinha algum nível de
formação, pois moravam em Teresina-PI. Isso oportunizou para que ocupassem alguns cargos públicos na
comunidade onde foram assentados na Transamazônica.
9
mulheres vão assumindo diversas funções e papéis sociais, investindo na sua formação e
socialização via a esteira educacional, ela entra em outros campos de atuação e de
representação social: o da liderança comunitária - seja de caráter religioso, sindical, e/ou
partidário.
CONCLUSÃO
Conforme advertido no início do texto sobre os contornos e novas conformações
estruturais que foram ocorrendo ao longo do processo educacional na região, observo que a
participação e organização coletiva em relação a escola proporcionaram o desmembramento
de novas configurações e representações organizativas. E uma das primeiras formas concretas
pelas quais essas configurações se efetivaram foi na experiência das associações de pais e
mestres/APM, nas quais as mulheres, professoras e líderes comunitárias, estavam envolvidas
em todo processo de discussão e de estruturação.
A construção desses espaços de discussão e socialização se constituía como meios
nos quais as mulheres se reconheciam como sujeitos sociais. Elas traziam em suas bagagens
culturais, a compreensão de que a educação era um caminho seguro para a ascensão
profissional e social. Mesmo quando o acesso à educação se configurava como um percurso
difícil, distante e oneroso do ponto de vista familiar e econômico, pois a maioria tinha que se
deslocar e às vezes passar várias semanas fora de casa. Mesmo assim, essas mulheres
apostaram na formação educacional e fizeram dela seu espaço de construção de novas
identidades individuais e coletivas.
Como vimos, entre tantas formas de cooperação coletiva que as mulheres migrantes
foram levadas a se integrar no processo de organização social da Transamazônica, foi no
campo escolar que elas encontraram melhores condições para se desenvolverem, tanto nos
aspectos da formação humana quanto social. Participando e construindo novos espaços de
organização e socialização essas mulheres não só contribuíram para a melhoria das condições
de vida das comunidades onde elas moravam e trabalhavam como também, intervieram na
suas próprias condições de vida, como elas mesmas afirmam: de simples dona da casa para
serem reconhecidas como professoras, líderes de comunidades, representantes sindicais e
políticas.
10
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COUTINHO SILVA, Maria Ivonete. Mulheres Migrantes da Transamazônica :
construção da ocupação e do fazer política. 2008. 280 p. Tese de doutorado. Belém-PA:
PPGCS/UFPA.
LOURO, Guarcira Lopes. Mulheres na sala de aula. In: HISTÓRIAS DAS MULHERES
NO BRASIL. Carla Bassanezi (coord. de textos). 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2002, p, 443.
MORAES, Fernando; CONTIJO, Ricardo; CAMPOS, Roberto de Oliveira.
TRANASAMAZÔNICA. São Paulo: editora brasiliense, 1970.
RIDLEY-LEIGH, Dominique. Mulheres na migração: redes de parentesco como uma
estratégia de sobrevivência. 1979. pp. 209-230. Dissertação de Mestrado. Brasília - DF:
UNB.

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Educação na transamazônica

  • 1. EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA TRANSAMAZÔNICA - INICIATIVA E CONSTRUÇÃO FEMININA RESUMO Este trabalho é resultado de minha pesquisa de doutorado realizada em 2008, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará. Esta pesquisa teve como foco as mulheres migrantes da região da Transamazônica, as quais com suas famílias ocuparam um trecho da rodovia Transamazônica correspondente ao projeto pioneiro de colonização implementado pelo Governo Federal na década de setenta, denominado de PIC - Altamira I, ou seja, Projeto Integrado de Colonização. Neste contexto, o presente trabalho faz uma releitura da história de ocupação e organização social da Transamazônica através das trajetórias individuais e coletivas das mulheres migrantes, assinalando que a construção dos diversos espaços sociais nesta região - no caso em estudo, a escola - foi/é marcada pela significativa participação das mulheres. É, portanto, a efetiva contribuição feminina na construção e manutenção da vida, seja no âmbito familiar, seja na esfera mais coletiva, como por exemplo, o espaço escolar, a questão que norteia este trabalho. Palavras-chaves: Transamazônica; educação; participação feminina INTRODUÇÃO O presente trabalho descreve e analisa a condição da mulher migrante no contexto da Transamazônica, frente às precárias condições estruturais em que elas e suas famílias se encontravam no processo inicial de ocupação e organização social dessa região, principalmente no que se refere à falta da escola para seus filhos, algo que lhe era muito caro, apesar da pouca formação da maioria, elas concebiam a premente necessidade da escola naquele contexto, como forma de pensar e sentir a continuidade da vida numa terra estranha, com o mínimo de dignidade e mais cidadania. Esta análise resulta parte integrante da minha pesquisa de doutorado, na qual trabalhamos com mais de cem mulheres: agricultoras, líderes comunitárias, agentes de saúde e muitas professoras. Podemos considerar que mais da metade das mulheres entrevistadas
  • 2. 2 foram ou ainda são professoras. A Metodologia utilizada foi a pesquisa participante, alternada com a pesquisa ação, através da qual promovíamos eventos com o objetivo de dar visibilidade as trajetórias de vida daquelas mulheres. Nesta perspectiva recorremos às entrevistas, a metodologia da história de vida, a recuperação e leitura de registros fotográficos e de documentos oficiais, nos sentido de restituir as trajetórias das mulheres no decorrer do processo de ocupação e organização social da Transamazônica nas décadas de setenta e oitenta. Observamos que este trabalho não pretende dar conta de toda problemática que envolve a questão educacional no contexto da Transamazônica, visto que esta abordagem requer um estudo mais amplo e direcionado para esta temática, ressaltando que este não foi o ponto central da minha pesquisa de doutorado. No entanto, como o sujeito da pesquisa foram as mulheres migrantes e elas tiveram presença significativa no processo de construção do espaço educacional da Transamazônica, então empreendemos esta breve leitura, mas cônscia de que esta temática deverá ser aprofundada em outras discussões e estudos acadêmicos. DESENVOLVIMENTO A educação escolar no contexto de ocupação da Transamazônica nas décadas de setenta a oitenta constituía um sério desafio para as famílias migrantes, habitantes dos travessões e agrovilas que ali se instalaram acreditando no desenvolvimento sócio-econômico do grupo familiar. Esta leitura reflete a realidade de um projeto de colonização, no qual o governo federal tinha como premissa principal a ocupação da rodovia Transamazônica- BR 230, sem levar em conta às condições sociais e as estruturas básicas que deveriam dar suporte as famílias migrantes que lá chegaram para morar e trabalhar na terra abalizada pelo Governo. O INCRA (Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária) órgão responsável pelo processo de ocupação de terras e organização das famílias migrantes, construíra às margens da rodovia, de dez em dez quilômetros, escolas que deveriam oferecer o ensino fundamental (1ª a 8ª séries) e que eram consideradas escolas-sede, devendo dar apoio às demais escolas que estivessem dentro do perímetro de dez quilômetros, inclusive àquelas dos travessões situados nos lados sul e norte da rodovia.
  • 3. 3 No entanto, essas escolas não funcionaram a contento. Não havia professores capacitados a assumirem as séries mais adiantadas, (5ª a 8ª). E nos travessões, faltava tudo, além da estrutura para funcionamento das aulas, também carecia de material didático, quadros, giz, carteiras, merenda escolar e até mesmo, de professores. Diante dessas dificuldades, as famílias se reuniam, construíam escolas de palha ou madeira, improvisavam bancos, compravam quadro e giz e providenciavam uma professora do próprio travessão para assumir uma sala de aula – multisseriada1 , enquanto reivindicavam junto à SEDUC a contratação de uma professora formada. As professoras improvisadas, na maioria das vezes, só haviam cursado até a 4ª série, algumas poucas até a 8ª. Raramente as escolas podiam contar com uma professora que tivesse cursado o magistério ou o segundo grau completo. A professora Zita Pifs mostra como enfrentaram os desafios para que crianças e jovens pudessem cursar a escola. O seu relato aponta para a centralidade da escola para os migrantes, como forma de garantir um bom futuro para os filhos: “A escola foi construída pela comunidade, mas a primeira sala de aula foi dentro de um quarto da nossa casinha, na divisão da nossa casa, depois foi feito um tapiri coberto com palha, os bancos foram todos feitos de pau a pique, nós mesmos que fizemos. Neste espaço a gente se reunia, celebrava e dava aulas”. Assim como a professora Zita relata, outras mulheres que começaram a dar aulas impulsionadas pela carência de escolas e de professores, também afirmam que no processo de organização e de estruturação educacional na região da Transamazônica as mulheres quase sempre estavam à frente. Por conseguinte, ocuparam grande espaço de atuação no âmbito escolar. Elas possuíam maior nível de escolaridade, e já estavam dando aula em suas próprias casas ou realizando algum trabalho comunitário através das pastorais da Igreja. Estas experiências alargaram as oportunidades e aumentaram os incentivos para que elas viessem a ocupar os cargos de professora e de lideranças em suas comunidades. A partir de sua inserção no espaço educacional a mulher se vê instigada a buscar maior formação profissional e a se integrar mais ativamente nas organizações sociais. Em geral, as pessoas esperavam que a professora estivesse à frente das discussões e decisões que envolviam a comunidade. Desse modo pode-se concluir que a educação escolar na Transamazônica se tornou o principal instrumento de formação e de inclusão das mulheres migrantes nos espaços públicos dessa região. 1 Numa mesma sala de aula se reuniam alunos de 1a à 4a , aos quais a professora ensinava distintamente.
  • 4. 4 A construção e funcionamento de uma escola em cada localidade se apresentavam como meta prioritária para a maioria das famílias migrantes, tornando-se assim um dos principais instrumentos de organização e integração social. Com a obtenção desse espaço, as pessoas acreditavam que era possível construir um ambiente mais humano, onde as disputas – acirradas e explícitas em outros contextos – subsumiam ao ensejo de proporcionar aos filhos o acesso a um bem simbólico imprescindível tanto do ponto de vista individual, quanto familiar e social. Dessa forma, a construção da maioria das escolas nessa região partiu da iniciativa das próprias famílias. Esta ação coletiva permitiu a construção de um lugar, no sentido geográfico, social e simbólico. A escola se localizava e ainda se localiza no centro da comunidade ou do travessão. Era única referência social comum às famílias migrantes, constituindo-se, assim, no lugar de unidade, de interação, de fluxo e refluxo de experiências e informações. Geralmente é na escola que as famílias se encontram para celebrar, para festejar e para discutir os problemas comuns à comunidade. Esta importância da vida escolar para o desenvolvimento de uma comunidade se explica quando as pessoas dizem que sem escola a comunidade acaba morrendo. Em decorrência desse forte vínculo entre escola e comunidade as famílias têm uma preocupação constante em garantir a funcionalidade escolar. Para tanto se reúnem e implementam ações coletivas que tragam recursos legais e estruturais que assegurem o bom andamento da escola na comunidade. As ações viabilizadas se configuram em reuniões, assembléias, mutirões, movimentos populares reivindicatórios e outras organizações de caráter mais político e institucional, como as associações de pais e mestres e sindicatos de classes, a exemplo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública Pará (SINTEPP). Nesses espaços organizados de modo espontâneo e emergencial, como as mobilizações populares, ou aqueles estruturados legitimamente como as associações e sindicatos, as mulheres se integraram de maneira quase visceral. Elas se empenharam subjetivamente tanto do ponto de vista profissional quanto social, e lá encontraram um ambiente favorável para o seu crescimento pessoal e maior acesso ao espaço público. Estes espaços: casas, barracões, tapiris foram ganhando contornos e estruturas plurais, de acordo com as características culturais das famílias migrantes e aos pouco se definiram como o espaço escolar, local de referência social e simbólica daquelas famílias, bem como de reconstrução de identidades das mulheres que antes eram apenas consideradas donas de casa,
  • 5. 5 como elas mesmas dizem, e passaram a serem reconhecidas como _ a professora da comunidade. RELEITURA DA FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO CONTEXTO DA TRANSAMAZÔNICA Compreende-se que a tarefa de educar considerada por muito tempo de competência feminina, com base na ideologia instituída no século XIX2 , em que a educação e a formação humana passariam, prioritariamente, pelas mãos das mulheres – mães e professoras – se revificou no contexto da Transamazônica. Considerando que aí esta “feminização do magistério” se desenvolveu devido a uma condição socioeconômica desfavorável - de muito trabalho e precárias estruturas - que contribuiu para que as mulheres ocupassem majoritariamente o espaço escolar. No entanto, elas transformaram esta situação adversa em um ambiente apropriado para o seu desenvolvimento e a ascensão social. Esta análise nos mostra que as circunstâncias sociais e históricas da região conduziram para que a “feminização do magistério” se alargasse para outro campo de entendimento e de crescimento individual e social. Haja vista que no processo de estruturação e desenvolvimento da Transamazônica o grande desafio das famílias migrantes era tornar o lote produtivo e próspero. Esta empreitada se apresentava a priori como obrigação e responsabilidade masculina. Eram os homens que deveriam enfrentar os duros trabalhos na roça, administrar o lote e garantir o seu desenvolvimento. Embora existam vários casos em que foram as mulheres que desempenharam boa parte dessas tarefas. Mas, no consenso geral os homens estavam interditados de se afastarem das atividades agrícolas para assumirem outra atividade. Estes fatores foram determinantes para que as mulheres se projetassem nos espaços educacionais que estavam se instituindo e nos cargos de lideranças de suas comunidades. Elas podiam se afastar por algum tempo da unidade de produção para estudar ou participar de algum curso de formação das pastorais da Igreja, sem uma cobrança explícita de que deveriam estar na roça conforme acontecia aos homens. Assim, elas foram silenciosamente se 2 O magistério era visto como uma extensão da maternidade e destino primordial da mulher, p.452. LOURO, Guacira Lopes. Mulheres em sala de aula, in: HISTÓRIAS DAS MULHERES NO BRASIL. 6a . Ed. São Paulo: Contexto, 2002
  • 6. 6 posicionando e construindo outros referentes de participação social que lhes creditaram maior visibilidade e reconhecimento no âmbito individual e coletivo. É o que podemos observar nas trajetórias das professoras Neiva Ribeiro (km 90), Miriam Freitas (km 95 Sul), Maria Luisa (km 95 Sul) Maria Odete (km 46), Maria das Neves (km 50), Zita Pifs (km 180), Clotilde da Rosa (km 140), Lenira Birro, (km 180) Helena Constância( km 240), Julinda Lazarine (km 170), Maria do Amparo Leite(km 46) Lindamir Hoinaski Ribeiro (km 150)3 , entre outras mulheres que assumiram a função de professora e se integraram ativamente às organizações sociais da Transamazônica. A professora Neiva Ribeiro é enfática ao dizer que: Tudo começou pela escola! A gente tinha pouca formação, mas via que a necessidade era grande, então não ficamos de braços cruzados. A gente participava de encontros de formação proporcionados pela secretaria de educação e também pela Igreja. Mais tarde, em 1983 veio o La Salle, os irmãos Lassalistas ofereceram um curso de magistério para os professores da Transamazônica. Este curso tinha uma pedagogia diferente - a educação evangelizadora - com base na teologia da Libertação e na pedagogia Paulofreiriana, por isso as pessoas que faziam este curso deveriam ter um compromisso de transformação social. A maioria era de mulheres que já atuavam em suas comunidades, em diversos setores e que buscavam maior crescimento individual e social. (Entrevista, 2006). 3 As localidades atribuídas a cada mulher se referem ás áreas onde elas trabalharam ou ainda trabalham como professoras, na faixa rodovia Transamazônica ou nos travessões. A maioria dessas mulheres está aposentada e reside nas sedes dos municípios de Brasil Novo, Medicilândia, Uruará ou em Altamira.
  • 7. 7 Figura 1: Alunas de um curso primário, em Altamira Pará. Com o diploma elas deixavam os bancos escolares e passavam para o quadro negro, como professoras. Idade média: 25 anos. (Fonte: Digitalizada do livro Transamazônica, (1970) em 2008). Esta leitura nos mostra que a formação educacional na sua forma simplificada, a escola, pode ser vista como o principal instrumento de transformação na forma de pensar e agir das pessoas, e, sobretudo, das mulheres migrantes que passaram a atuar mais diretamente neste campo social. Através dos cursos de formação ministrados pelas pastorais da Igreja e, sobretudo, nos cursos pedagógicos administrados pelas congregações religiosas católicas, as professoras foram motivadas e orientadas a se integrarem socialmente e atuarem nos espaços sociais e políticos da região. A III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (CELAM) ao assinalar a Educação como um dos meios para a participação e a comunhão, constituiu uma nova dimensão para o conceito de educação, relacionando-o ao contexto sócio-cultural em função de um homem/mulher integral. Neste sentido a educação deveria ajudar a pessoa a se libertar de todas as servidões: sociais, morais, culturais, econômicas e políticas. (CELAM, 1981. p, 34). Assim, em comunhão com a Educação Evangelizadora propagada pela Prelazia do Xingu, através de seus religiosos e religiosas, em sintonia com a Teologia da Libertação, os
  • 8. 8 educadores na Transamazônica seguiram uma linha de atuação que primava pela formação de cidadania e a transformação social. As mulheres em particular foram estimuladas à integração e participação nos movimentos sociais. Nutridas por uma formação educacional que transcendia o ambiente escolar, elas saíram do espaço doméstico ao qual estavam limitadas e despertaram para novas perspectivas de vida e de atuação social: o campo intelectual, profissional, sindical e político partidário. A trajetória de atuação social de Maria do Amparo Leite, 48 anos4 é comparável à de outras mulheres que assumiram a função de professora, primeiramente pela carência de profissional em educação na Transamazônica. A maioria não tinha qualificação profissional, mas aproveitava o espaço proporcionado pelo setor educacional para estudar e também para se integrar em outros setores sociais que estavam se instituindo nessa região. Nós fundamos a comunidade Nossa Senhora da Penha no km 50. Lá era escola e era igreja. Se faziam os cultos dominicais, dava catecismo, dava aula, fazia reuniões comunitárias fazia tudo... A família toda trabalhava na comunidade, meu pai era o líder da comunidade. Foi a partir da escola que comecei minha vida de militância e me formei, pois quando cheguei só tinha a 8ª. Série. Em 1985 fui eleita à presidência da Associação de Educadores de Uruara (ASSEDUR), a primeira organização de professores da Transamazônica. Depois veio o SINTEPP, o sindicato de professores, e também participei da diretoria. Agora me dedico mais à igreja como coordenadora pastoral, lá da paróquia, coordenadora da comunidade e do Fome Zero. Sou do comitê, integro a comissão administrativa. Também sou da associação das mulheres do campo e da cidade. Eu sou presidente da associação em Placas. Em agosto (2005) começa o congresso estadual no MPC, e eu fui eleita a coordenadora regional da Transamazônica de Rurópolis, a Tucuruí. Então, agora, que eu vou começar a fazer esse outro trabalho. (Entrevista, 2004). No que tange a participação feminina neste processo, observa-se que em muitas comunidades a liderança inicia-se pela figura masculina, mas devido às exigências culturais de que o homem é quem deve estar à frente dos trabalhos na roça, aos pouco eles foram cedendo o espaço para as mulheres, principalmente para a professora, alegando que esta tinha “mais tempo e também maior formação para mexer com papéis e com o povo”. Assim, as 4 Maria do Amparo Leite veio do Piauí com os pais em 1972. Sua família era numerosa e detinha algum nível de formação, pois moravam em Teresina-PI. Isso oportunizou para que ocupassem alguns cargos públicos na comunidade onde foram assentados na Transamazônica.
  • 9. 9 mulheres vão assumindo diversas funções e papéis sociais, investindo na sua formação e socialização via a esteira educacional, ela entra em outros campos de atuação e de representação social: o da liderança comunitária - seja de caráter religioso, sindical, e/ou partidário. CONCLUSÃO Conforme advertido no início do texto sobre os contornos e novas conformações estruturais que foram ocorrendo ao longo do processo educacional na região, observo que a participação e organização coletiva em relação a escola proporcionaram o desmembramento de novas configurações e representações organizativas. E uma das primeiras formas concretas pelas quais essas configurações se efetivaram foi na experiência das associações de pais e mestres/APM, nas quais as mulheres, professoras e líderes comunitárias, estavam envolvidas em todo processo de discussão e de estruturação. A construção desses espaços de discussão e socialização se constituía como meios nos quais as mulheres se reconheciam como sujeitos sociais. Elas traziam em suas bagagens culturais, a compreensão de que a educação era um caminho seguro para a ascensão profissional e social. Mesmo quando o acesso à educação se configurava como um percurso difícil, distante e oneroso do ponto de vista familiar e econômico, pois a maioria tinha que se deslocar e às vezes passar várias semanas fora de casa. Mesmo assim, essas mulheres apostaram na formação educacional e fizeram dela seu espaço de construção de novas identidades individuais e coletivas. Como vimos, entre tantas formas de cooperação coletiva que as mulheres migrantes foram levadas a se integrar no processo de organização social da Transamazônica, foi no campo escolar que elas encontraram melhores condições para se desenvolverem, tanto nos aspectos da formação humana quanto social. Participando e construindo novos espaços de organização e socialização essas mulheres não só contribuíram para a melhoria das condições de vida das comunidades onde elas moravam e trabalhavam como também, intervieram na suas próprias condições de vida, como elas mesmas afirmam: de simples dona da casa para serem reconhecidas como professoras, líderes de comunidades, representantes sindicais e políticas.
  • 10. 10 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA COUTINHO SILVA, Maria Ivonete. Mulheres Migrantes da Transamazônica : construção da ocupação e do fazer política. 2008. 280 p. Tese de doutorado. Belém-PA: PPGCS/UFPA. LOURO, Guarcira Lopes. Mulheres na sala de aula. In: HISTÓRIAS DAS MULHERES NO BRASIL. Carla Bassanezi (coord. de textos). 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2002, p, 443. MORAES, Fernando; CONTIJO, Ricardo; CAMPOS, Roberto de Oliveira. TRANASAMAZÔNICA. São Paulo: editora brasiliense, 1970. RIDLEY-LEIGH, Dominique. Mulheres na migração: redes de parentesco como uma estratégia de sobrevivência. 1979. pp. 209-230. Dissertação de Mestrado. Brasília - DF: UNB.