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A raça é um conceito que obedece
diversos parâmetros
para classificar diferentes populações
de uma mesma espécie biológica de
acordo com suas
características genéticas ou fenotípic
as; é comum falar-se das raças de
cães ou de outros animais.
A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou
igualmente várias classificações de grupos humanos no
que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que
se utilizaram os métodos genéticos para estudar
populações humanas, essas classificações e o próprio
conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados,
persistindo o uso do termo apenas na política, quando se
pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala
em "preconceito de raça", como a lei nº 12.2883 , de 20
de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da
Igualdade Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é
o de "etnia".
O vocábulo raça aparecia
normalmente nos textos científicos
(como os livros de geografia
de Aroldo de Azevedo e a coleção
"História das Raças Humanas", de
Gilberto Galvão, que detalha todas
as raças, com fotografias) até
a década de 1970, quando começou a
ser questionado como racismo,
especialmente com o advento
do politicamente correto na década
de 1980.
Do ponto de vista científico, como já demonstrou o Projeto
Genoma, o conceito de raça não pode ser aplicado a seres
humanos por não existirem genes raciais na nossa espécie;
isso corrobora teses anteriores, que negavam a existência
de isolamento genético dentre as populações. Assim, para a
espécie humana "raça" corresponde a um conceito social,
não a conceito científico.
Uma pesquisa do IBGE, divulgada em 22 de julho de 2011,
revelou que a maioria dos brasileiros acredita que a cor e a
raça do indivíduo influenciam o trabalho e a vida cotidiana
das pessoas.
O termo "raça" ainda é aceito
normalmente para designar as
variedades de animais domésticos e
animais de criação como o gado
(nelore, gir e zebu).
Abaixo discutem-se os conceitos
biológicos de raça, várias definições
históricas destes conceitos e um
resumo da história e utilização das
classificações de raças humanas.
Já os egípcios classificavam os seres humanos com base na
cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiáticos, branca-
populações do norte, preta- populações subsaarianas, etc.
Vários investigadores demonstraram que a distância
genética é fortemente associada à distância geográfica
entre as populações, esta associação torna-se mais forte se
tivermos em conta as migrações entre continentes ao longo
de toda a história da humanidade.
O conceito de raças
humanas foi usado pelos
regimes coloniais e
pelo apartheid (na África do
Sul), para perpetuar a
submissão dos colonizados;
atualmente, só nos Estados
Unidos se usa uma classificação
da sua população em
raças, alegadamente para
proteger os direitos
das minorias.
A definição de raças humanas é principalmente uma classificação de ordem
social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma
cultura racista, sentidos, valores e significados distintos. As diferenças
mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial
e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. O conceito de
raça humana não se confunde com o de sub-espécie e com o de
variedade, aplicados a outros seres vivos que não o homem(embora humanos
e animais estejam exatamente sobre o mesmo tipo de seleção
genética, apesar das pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu
caráter controverso (seu impacto na identidade social e política), o conceito
de raça é questionado por alguns estudiosos como constructo social; entre
os biológos, é um conceito com certo descrédito por não se conformar a
normas taxonômicas aceites.
Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um
grupo cultural ou étnico-lingüístico, sem quaisquer relações
com um padrão biológico. Nesse caso pode-se preferir o uso
de termos como população, etnia, ou mesmo cultura.
A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la
terre par les différents espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da
terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François
Bernier, publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram
estudos sobre as "raças humanas", como Georges Cuvier, James Cowles
Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach.
Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele,
tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil
craniano e textura e cor do cabelo, mas considerava-se também que essas
diferenças refletiam diferenças no conceito de moral e na inteligência, pois
uma caixa cranial maior e/ou mais alta representava um cérebro maior, mais
alto e por consequência maior quantidade de células cerebrais).
A necessidade de descrever os "outros" advém do contato
social entre indivíduos e entre grupos diferentes. No
entanto, a classificação de grupos traz sempre
consequências negativas, principalmente pelo facto dos
termos empregados poderem ser considerados pejorativos
pelos grupos visados (ver, por
exemplo ameríndio e hotentote). Tradicionalmente, os
seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes
grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a
denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem
variado ao longo do tempo:
Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático,
Oceania (malaios e polinésios) e continente americano
(esquimós e ameríndios).
Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte
da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do
Subcontinente Indiano).
Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana.
Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser:
Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman
(Oceano Índico), negritos das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova
Guiné, aborígenes da Austrália e povos melanésios da Oceania.
Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).
Uma etnia ou um grupo étnico é uma comunidade humana definida
por afinidades linguísticas e culturais. Estas comunidades
geralmente reivindicam para si uma estrutura social, política e um
território.
A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como
um eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo
minoritário. A diferença reside no fato de que etnia compreende os
fatores culturais, como a religião, a língua, hábitos
gastronómicos, hábitos no vestuário, outras
tradições, etc., enquanto raça compreende apenas os fatores
morfológicos, como cor de pele, constituição física, estatura, traço
facial, etc.
A palavra "etnia" é derivada do grego ethnos, significando
"povo". Esse termo era tipicamente utilizado para se referir a
povos não-gregos, então também tinha conotação de
"estrangeiro". Em Israel, nos tempos bíblicos, a palavra
equivalente no hebraico do Antigo Testamento era usada para
distinguir os israelitas de todos os povos não
judeus, chamados "gentios". O mesmo sentido acompanhou o
uso da palavra grega e seus correlatos nos tempos de Jesus
e, no Novo Testamento, esta palavra é usada também para
distinguir os não cristãos em oposição aos cristãos, adquirindo
também o sentido de "pagãos".
Mesmo assim, boa parte dos textos do
Novo Testamento usam a palavra
grega ethnos para se referir aos povos
ainda não alcançados pela pregação do
Evangelho, adquirindo a conotação de
"povos-não-alcançados". A palavra deixou
de ser relacionada com o paganismo em
princípios do Século XVIII. O uso do
sentido moderno, mais próximo do
original grego, começou na metade
do Século XX, tendo se intensificado
desde então.
Língua
A língua tem sido muitas vezes utilizada como fator primário
de classificação dos grupos étnicos, embora sem dúvida não
isenta de manipulação política ou erro. É preciso destacar
também que existe grande número de línguas multiétnicas e
determinadas etnias são multilíngues.
Cultura
A delimitação cultural de um grupo
étnico, com respeito aos grupos
culturais de fronteira, se faz
dificultosa para o etnólogo, em
especial no tocante a grupos
humanos altamente comunicados
com seus grupos vizinhos. Elie
Kedourie é talvez o autor que mais
tenha aprofundado a análise das
diferenças entre etnias e culturas.
Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma
origem comum, e exibem uma continuidade no
tempo, apresentam uma noção de história em comum e projetam
um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de
geração em geração de uma linguagem comum, de
valores, tradições e, em vários casos, instituições.
Embora em várias culturas se mesclem os fatores étnicos e os
políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com
instituições próprias de governo para ser considerado como tal.
A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a
necessidade de uma certa projeção social comum.

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Raça e etnia

  • 1.
  • 2. A raça é um conceito que obedece diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípic as; é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.
  • 3. A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados, persistindo o uso do termo apenas na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei nº 12.2883 , de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é o de "etnia".
  • 4. O vocábulo raça aparecia normalmente nos textos científicos (como os livros de geografia de Aroldo de Azevedo e a coleção "História das Raças Humanas", de Gilberto Galvão, que detalha todas as raças, com fotografias) até a década de 1970, quando começou a ser questionado como racismo, especialmente com o advento do politicamente correto na década de 1980.
  • 5. Do ponto de vista científico, como já demonstrou o Projeto Genoma, o conceito de raça não pode ser aplicado a seres humanos por não existirem genes raciais na nossa espécie; isso corrobora teses anteriores, que negavam a existência de isolamento genético dentre as populações. Assim, para a espécie humana "raça" corresponde a um conceito social, não a conceito científico. Uma pesquisa do IBGE, divulgada em 22 de julho de 2011, revelou que a maioria dos brasileiros acredita que a cor e a raça do indivíduo influenciam o trabalho e a vida cotidiana das pessoas.
  • 6. O termo "raça" ainda é aceito normalmente para designar as variedades de animais domésticos e animais de criação como o gado (nelore, gir e zebu). Abaixo discutem-se os conceitos biológicos de raça, várias definições históricas destes conceitos e um resumo da história e utilização das classificações de raças humanas.
  • 7. Já os egípcios classificavam os seres humanos com base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiáticos, branca- populações do norte, preta- populações subsaarianas, etc. Vários investigadores demonstraram que a distância genética é fortemente associada à distância geográfica entre as populações, esta associação torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre continentes ao longo de toda a história da humanidade.
  • 8. O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados; atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para proteger os direitos das minorias.
  • 9. A definição de raças humanas é principalmente uma classificação de ordem social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma cultura racista, sentidos, valores e significados distintos. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. O conceito de raça humana não se confunde com o de sub-espécie e com o de variedade, aplicados a outros seres vivos que não o homem(embora humanos e animais estejam exatamente sobre o mesmo tipo de seleção genética, apesar das pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu caráter controverso (seu impacto na identidade social e política), o conceito de raça é questionado por alguns estudiosos como constructo social; entre os biológos, é um conceito com certo descrédito por não se conformar a normas taxonômicas aceites.
  • 10. Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico-lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico. Nesse caso pode-se preferir o uso de termos como população, etnia, ou mesmo cultura.
  • 11. A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas", como Georges Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele, tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo, mas considerava-se também que essas diferenças refletiam diferenças no conceito de moral e na inteligência, pois uma caixa cranial maior e/ou mais alta representava um cérebro maior, mais alto e por consequência maior quantidade de células cerebrais).
  • 12. A necessidade de descrever os "outros" advém do contato social entre indivíduos e entre grupos diferentes. No entanto, a classificação de grupos traz sempre consequências negativas, principalmente pelo facto dos termos empregados poderem ser considerados pejorativos pelos grupos visados (ver, por exemplo ameríndio e hotentote). Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo:
  • 13. Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios). Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano). Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana. Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser: Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano Índico), negritos das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova Guiné, aborígenes da Austrália e povos melanésios da Oceania. Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).
  • 14. Uma etnia ou um grupo étnico é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais. Estas comunidades geralmente reivindicam para si uma estrutura social, política e um território. A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário. A diferença reside no fato de que etnia compreende os fatores culturais, como a religião, a língua, hábitos gastronómicos, hábitos no vestuário, outras tradições, etc., enquanto raça compreende apenas os fatores morfológicos, como cor de pele, constituição física, estatura, traço facial, etc.
  • 15. A palavra "etnia" é derivada do grego ethnos, significando "povo". Esse termo era tipicamente utilizado para se referir a povos não-gregos, então também tinha conotação de "estrangeiro". Em Israel, nos tempos bíblicos, a palavra equivalente no hebraico do Antigo Testamento era usada para distinguir os israelitas de todos os povos não judeus, chamados "gentios". O mesmo sentido acompanhou o uso da palavra grega e seus correlatos nos tempos de Jesus e, no Novo Testamento, esta palavra é usada também para distinguir os não cristãos em oposição aos cristãos, adquirindo também o sentido de "pagãos".
  • 16. Mesmo assim, boa parte dos textos do Novo Testamento usam a palavra grega ethnos para se referir aos povos ainda não alcançados pela pregação do Evangelho, adquirindo a conotação de "povos-não-alcançados". A palavra deixou de ser relacionada com o paganismo em princípios do Século XVIII. O uso do sentido moderno, mais próximo do original grego, começou na metade do Século XX, tendo se intensificado desde então.
  • 17. Língua A língua tem sido muitas vezes utilizada como fator primário de classificação dos grupos étnicos, embora sem dúvida não isenta de manipulação política ou erro. É preciso destacar também que existe grande número de línguas multiétnicas e determinadas etnias são multilíngues.
  • 18. Cultura A delimitação cultural de um grupo étnico, com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo, em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com seus grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas.
  • 19. Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum, e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma noção de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, de valores, tradições e, em vários casos, instituições. Embora em várias culturas se mesclem os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerado como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.