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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO
FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO
CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

RÔMULO DA SILVA RODRIGUES

A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2010
RÔMULO DA SILVA RODRIGUES

A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL

Monografia apresentada ao curso de
Sistemas de Informação na Faculdade do
Espírito Santo, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Sistemas de Informação.
Orientador: Prof.Msc. Ricardo Maroquio
Bernardo

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2010
RÔMULO DA SILVA RODRIGUES

A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL

Monografia apresentada ao curso de Sistemas de Informação na Faculdade do
Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Sistemas de Informação.

Aprovado em ___ de dezembro de 2010.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof. Me. Ricardo Maroquio Bernardo - Orientador - IESES

____________________________________________________
Prof. Me. Jocimar Fernandes - IESES

____________________________________________________
Prof. Me. Ednéa Zandonadi Brambila - IESES
À Deus, meus pais e amigos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por guiar-me nas decisões e colocar em meu
caminho excelentes oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Aos meus pais, João Batista Galito Rodrigues e Selma da Silva Rodrigues, meus
irmãos Danilo Rodrigues, Douglas Rodrigues e Raphael Rodrigues, que são as
pessoas mais importantes em minha vida. Tenho muito a agradecer a elas que são
maravilhosas e que sempre me deram força e apoio para meu crescimento, podendo
assim alcançar minhas metas.

Ao meu professor orientador, Prof. Msc. Ricardo Maroquio Bernardo e Prof ª Ednéa
Zandonadi Brambila, pelos conhecimentos transmitidos, orientação, paciência e
atenção a mim dispensada durante o desenvolvimento desse trabalho.

Aos amigos Dr. Rodrigo Albernaz, Prof.ª Carla Elizabeth, Prof.ª Vera e Prof.Jaime
Reis, que cederam parte de seu valioso tempo para que eu chegasse até este
momento.

Ao Wagner Tanaka Botelho e Sandro Santos de Lima do Instituto Militar de
Engenharia (IME), que com seus estudos iniciais nesta área, foi o meu maior
incentivo para dar seguimento a este trabalho.

Obrigado amigos, parceiros, colaboradores e professores, pelo incentivo e apoio
prestados.
“[...] As tecnologias mais profundas e duradouras são aquelas que desaparecem.
Elas dissipam-se nas coisas do dia a dia até tornarem-se indistinguíveis.”
Mark Weiser – 1952 a 1999 – Cientista Chefe do Xerox Parc.
RESUMO

Este trabalho, de revisão bibliográfica, visa apresentar as principais definições
referentes à computação ubíqua que tende a romper o paradigma computacional
tradicional. Demonstrar as tecnologias envolvidas e os desafios serem vencidos,
apresentar diferentes visões que podem ter de uma tecnologia envolvida nesta
desafiadora área emergente de pesquisa, mostrando algumas características e
conceitos gerais de ambientes inteligentes. Entre os temas pesquisados encontramse computação ubíqua, computação invisível e ambientes inteligentes. Entre as
conclusões encontradas ressalta-se que a computação ubigua busca a superação
dos desafios computacionais que surgem e disputam os interesses da comunidade
de pesquisa, entre eles, a questão da segurança, privacidade, complexidade de
sistemas, integração e interface com usuário.

Palavras-chave: Computação Ubíqua. Computação Invisível. Ambientes
Inteligentes
ABSTRACT

This work, a literature review, aims to present the main definitions related to
ubiquitous computing that tends to break the traditional computing paradigm.
Demonstrate the technologies involved and the challenges to overcome have
different views that may have a challenging technology involved in this emerging
area of research, showing some characteristics and general concepts of intelligent
environments. Among the topics surveyed are ubiquitous computing, invisible
computing and smart environments. Among the conclusions reached it is noteworthy
that the computation ubigua seeks to overcome the computational challenges that
arise and compete for the interests of the research community, among them the
question of security, privacy, complexity of systems integration and user interface.

Keywords: Ubiquitous Computing. Invisible Computing. Intelligent Environments.
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

AMI

Ambientes Inteligentes

PC

Computador Pessoal

PARC

Palo Alto Research Center

SOAP

Simple Object Access Protocol

UC

Ubiquitous Computing

XML

Extensible Markup Language
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1 - Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual ...................................................... 23

FIG. 2 - As Principais Tendências da Computação ....................................................... 26

FIG. 3 - O Relacionamento Entre as Três Tecnologias ................................................. 31

FIG. 4 - Sensores de Estacionamento são Instalados no Pára-Choque ....................... 34

FIG. 5 - Jogo Pervasivo e Camiseta que Detecta Rede Sem Fio.................................. 36
FIG. 6 - Analogia: Cérebro x Ambiente Inteligente ........................................................ 38

FIG. 7 - Questões em Aberto da Computação Ubíqua a Serem Superados ................. 42

FIG. 8 - Representação do Middleware ......................................................................... 44

FIG. 9 - Cena do Filme Minority Report, em que a Personagem Interage com o
Computador por meio de Gestos .................................................................................. 49
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1Objetivos .............................................................................................................. 14
1.2 Justificativa .......................................................................................................... 15
1.3 Metodologia ......................................................................................................... 15
1.4 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 17
2.1 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 21

3 COMPUTAÇÃO UBÍQUA ....................................................................................... 22
3.1 Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual ......................................................... 23
3.2 Visões de Mark Weiser........................................................................................ 25
3.2.1- Era do mainframe ............................................................................................ 26
3.2.2 Era dos computadores pessoais (PC) .............................................................. 27
3.2.3 Era da computação ubíqua (UC) ...................................................................... 27
3.3 Computação Ubíqua é Tendência ....................................................................... 28
3.4 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 29

4 COMPUTAÇÃO UBIQUA E SENSIBILIDADE AO AMBIENTE .............................. 31
4.1 Relacionamentos da Computação, Ubíqua, Móvel e Pervasiva .......................... 31
4.2 Conceito de Tecnologia Embarcada ................................................................... 33
4.4 Invisibilidade de Dispositivos Ubíquos ................................................................ 36
4.5 Ambientes Inteligentes ........................................................................................ 38
4.6 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 41

5 QUESTÕES EM ABERTO DA COMPUTAÇÃO UBIQUA ...................................... 42
5.1 Integração ........................................................................................................... 43
5.2 Segurança e Privacidade .................................................................................... 45
5.3 Complexidade ..................................................................................................... 47
5.4 Interfaces com o Usuário..................................................................................... 48
5.5 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 50

6 CONCLUSÃO......................................................................................................... 51

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 53
13

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos últimos anos predominaram no que tange a tecnologia, fatos
históricos importantes a serem salientados: em primeiro lugar, a era dos mainframes,
que foram dando espaço a uma configuração denominada computação pessoal.
Após passagem pelo período da internet e da computação distribuída entra-se na
era da computação ubíqua ou computação pervasiva caracterizando, a terceira
geração da computação. Esse modelo se fundamenta por usuários conectados em
uma rede qualquer, seja esta fixa ou móvel, contando com vários dispositivos
computacionais

embutidos

em

ambientes

inteligentes

de

forma

invisível,

compartilhando dados e acessando informações a qualquer momento, em qualquer
lugar.

A tendência que se percebe, estudada por pesquisadores em todo mundo, é o
aumento do número de computadores por usuário. Muitas máquinas funcionando
simultaneamente, causando assim, como toda tecnologia, aspectos bons e ruins. Na
computação ubíqua, alguns aspectos que, a longo prazo, deverão ser tratados com
devido cuidado se relacionam a complexidade dos sistemas, bem como a
privacidade, segurança, integração e interfaces com o usuário. Por outro lado, a
tecnologia em questão poderá também trazer benefícios positivos, ou seja, tornar a
vida dos indivíduos mais fácil e confortável, uma vez que, em um dia comum um
indivíduo desliga o despertador, toma café da manhã, dirige seu carro até o trabalho
e atende o celular enquanto está passando seu crachá pela catraca de controle do
prédio comercial onde trabalha. Assim, antes de se fazer login em seu PC de
trabalho, o indivíduo já interagiu com pelo menos quatro computadores.

A computação ubíqua é um novo paradigma computacional, provê um grande
aumento das funcionalidades e disponibilidades de serviços para os usuários finais.
É importante frisar que a computação ubíqua propriamente dita é o relacionamento
de um usuário para vários dispositivos computacionais conectados entre si
acessando informações a qualquer momento, em qualquer lugar. Os usuários não
perceberão essa interação pessoa/máquina. A tecnologia torna-se invisível para os
usuários ao interagir com estes ambientes computacionais, os mesmos estabelecem
uma grande capacidade de processamento altamente natural considerando os
14

aspectos de localização, ambiente e serviços. Por outro lado, a computação ubíqua
tem como objetivo prover aos usuários acesso permanente seja ela uma rede fixa ou
móvel, independente de sua posição física, com disponibilidade de acessar
informações, aplicações e serviços a qualquer lugar, em qualquer momento, de tal
forma que o usuário não precise estar ciente da existência de uma infraestrutura
computacional embutida no ambiente.

Assim, essa pesquisa, pautada em revisão bibliográfica visa, de forma clara e
objetiva, apresentar as principais definições referentes à computação ubíqua que
tendem a romper o paradigma computacional tradicional além das tecnologias
envolvidas e dos desafios serem vencidos. Procura-se ainda, apresentar as mais
diferentes visões que podem ter uma tecnologia envolvida nesta desafiadora área
emergente de pesquisa ressaltando características e conceitos gerais de ambientes
inteligentes.

Para que a computação ubíqua se torne possível o computador deve ser
transportado de seu mundo muitas vezes isolado e ser integrado ao novo paradigma
computacional. Este novo modelo está baseado na proliferação de dispositivos
computacionais ubíquos, embutidos em diversos objetos fazendo com que esta
tecnologia se integre aos diferentes ambientes de forma natural, transparente, capaz
de capturar informações de usuários com o intuito de auxiliar na realização de
determinadas atividades que beneficie os mesmos.

1.1 Objetivos

Este trabalho visa apresentar as principais definições referentes à
computação ubíqua que tende a romper o paradigma computacional tradicional,
demonstrando as tecnologias envolvidas e os desafios a serem vencidos.

Para alcançar os objetivos gerais definidos para o trabalho, pretende-se
alcançar os seguintes objetivos específicos listados a seguir:
15

a) Levantar os requisitos necessários da computação ubíqua para apresentar
o desenvolvimento de aplicações em ambientes inteligentes;
b) Abordar a invisibilidade de dispositivos ubíquos impregnados em ambientes
personalizados, de maneira imperceptível para os usuários propondo como
resultado o uso menos complexo destes sistemas;
c) Detectar os principais aspectos desse novo paradigma computacional
acerca dos desafios a serem alcançados para a melhor interação com os
usuários;
d) Apresentar diferentes visões que podem ter de uma tecnologia envolvida
nesta desafiadora área emergente de pesquisa, mostrando algumas
características e conceitos gerais de ambientes inteligentes.

1.2 Justificativa

A preocupação mútua com a forte interação entre homem /máquina, tem
levado algumas comunidades de pesquisa relacionada ao assunto desenvolverem
especificamente condições para verificar a abrangência e aceitação de programas
ubíquos, principalmente no que diz respeito à melhor qualidade de vida das
pessoas. As aplicações ubíquas precisam se adaptar ao ambiente, uma vez que
com as mesmas podem-se compreender condutas facilitadoras que transcendem
uma nova classe de sistemas computacionais adaptativos ao ambiente, que
exploram tanto a natureza dinâmica quanto a móvel e funcional, proporcionando
assim, uma melhor qualidade de vida e conforto para os usuários destas
tecnologias.

1.3 Metodologia

A metodologia empregada no desenvolvimento da fundamentação teórica da
pesquisa que segue se caracteriza em revisão bibliográfica e seguirá os seguintes
passos:
16

a)Realização pesquisas em artigos, revistas, monografias, dissertações e
páginas da web;
b)Elaboração do modelo conceitual da computação ubíqua;
c)Levantamento das visões de Mark weiser e as tendências deste novo
modelo computacional;
d)Análise da interação e comportamento das pessoas em relação a este novo
paradigma tecnológico;
e)Abordagem sucinta dos ambientes inteligentes;
f) Apresentar as questões em aberto dessa nova tecnologia.

1.4 Estrutura do trabalho

Para a apresentação do trabalho proposto, esta monografia encontra- se
organizada em sete capítulos incluindo esta introdução.

No capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica dos assuntos que são
abordados no decorrer dos capítulos posteriores e de assuntos que fundamentam
teoricamente o trabalho.

No capítulo 3 são abordados os principais conceitos numa descrição
detalhada sobre computação ubíqua e apresentado, na visão de Mark Weiser,
conceitos que estabelecem a diferença da computação ubíqua versus realidade
virtual. Considerando os principais aspectos que se deve levar em consideração
para que a mesma venha tornar-se de fato uma realidade.

O capítulo 4 traz uma abordagem das três principais tecnologias relacionadas
neste trabalho, bem como os princípios pelas quais são definidas as diferenças entre
as mesmas. O computador é como uma peça fundamental nas atividades cotidianas
que se disseminam no mundo físico tornando- se tão presente e imperceptível
quanto o ar que se respira. Depois de compreender a computação pervasiva, serão
apresentados os espaços inteligentes, numa definição sucinta de ambientes
inteligentes integrados ao paradigma computacional.
17

No capítulo 5 é apresentado um breve conceito dos principais aspectos da
computação ubíqua que podem vir a impedir de a mesma tornar se realidade.
Segurança, privacidade, complexidade, interfaces com usuário e integração são
nesse contexto alguns dos desafios que serão tratados.

O capítulo 6 traz as considerações finais e comentários gerais, levantando
também questões referentes a trabalhos futuros.

No capítulo 7 são apresentadas as referências utilizadas para a concepção do
trabalho.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O paradigma da computação ubíqua, conceito bastante complexo, se
relaciona à ambientes inteligentes e outros aspectos da computação. Entre os
pesquisadores dessa temática, se encontram grupos compostos por engenheiros
eletricistas, engenheiros de computação, arquitetos, psicólogos entre outros
profissionais.

Tendo o propósito de considerar os elementos que compõem a computação
ubíqua, primordialmente Rolins (2001) fundamenta as mudanças tecnológicas que
alteram o espaço físico dos indivíduos de modo que estes pudessem se relacionar
de maneira harmônica com este. Ressalta-se que Weiser (1991, 1993, 1996), em
seus artigos, apresenta, de forma sucinta, alguns dos conceitos relativos à
computação ubíqua e, acima de tudo, a respeito de suas diferenças.

Já em Rolins (2001), observa-se o impacto da computação em todo lugar e a
todo o momento que, de forma invisível, transforma todas as ações executadas
pelos indivíduos cotidianamente. De acordo com a visão de Weiser e Brown (1996)
serão apresentadas as eras computacionais pelas quais a informática passou: a era
dos mainframes cujo relacionamento das pessoas se associa a um único
computador robusto e a era dos computadores pessoais onde há um relacionamento
unidirecional, ou seja, uma única pessoa associada a um único computador.
18

Na busca pela apresentação da computação ubíqua recorre-se a Weiser e
Brown (1996) que demonstram como se dá o relacionamento de um indivíduo
quando associado a vários computadores e tecnologias existentes. Desse modo,
Weiser (1993) destaca aplicações criadas por ele próprio até o ano de 1993 que, por
sua vez se contrariam o princípio da invisibilidade proposto pela computação ubíqua.
Por outro lado, quanto mais presente na vida dos indivíduos uma tecnologia estiver,
menos perceptível ela deve se tornar. De acordo com Araújo (2003) a era atual
conta com a junção de dispositivos e aplicações que executam e se movem de
forma transparente em redes distintas.

Todavia, a tendência desta nova visão da computação, retratada por Weiser e
Brown (1996), só é possível graças a uma ligação com a internet, sendo uma grande
propulsora. Ainda neste capítulo, Araújo (2003) explora, sinteticamente, este novo
conceito que já faz parte do cotidiano das pessoas e Rolins (2001) corrobora com
Weiser e Brown (1996) quando afirma que a computação ubíqua se dissemina entre
os indivíduos de modo invisível.

Com relação ao relacionamento entre as tecnologias abordadas nessa
pesquisa, computação ubíqua, móvel e pervasiva, Araújo (2003) afirma que as
mesmas são tratadas por muitos autores como sinônimas, entretanto, ressalta-se
que, para outros muitos, são consideradas conceitualmente diferentes. Já Rolins
(2001) em suas observações menciona que a mobilidade complementa as ações da
computação ubíqua, cumprimentando a tendência de Costa e Geyer (2006) de
tratarem a computação móvel como a propulsora desta era computacional chamada:
computação ubíqua.

Araújo (2003) afirma que, a computação ubíqua se beneficia da mobilidade e
funcionalidade da computação pervasiva. Impulsionados por esta área emergente de
pesquisa, Lyytien e Yoo citados por Araújo (2003) afirmam que, muitos autores, ao
empregarem ações destas três tecnologias, conceitualmente diferentes, passam a
entendê-las melhor gerando a evolução desses conceitos, fazendo com que sejam
melhor compreendidos tornando-os considerações mais objetivas e claras.
19

Na busca por se demonstrar as diferenças existentes entre os três termos
citados apresenta-se nessa pesquisa, um quadro demonstrando o alto grau de
embarcamento visando especificar o grau de inteligência, para determinadas ações
executadas pelos usuários, dos computadores embutidos em um ambiente
pervasivo, ressalta-se ainda, sintetizada por Robson (2010) uma definição de
tecnologia embarcada.

Sendo assim, Barros (2008) afirma que, a computação ubíqua é a junção das
outras duas tecnologias, computação móvel e pervasiva. Desse modo, para esse
mesmo autor o objetivo da computação ubíqua é beneficiar os usuários dessa
tecnologia onde dispositivos computacionais exigem o mínimo de intervenção
humana. Para Araújo (2003) os dispositivos estarão inseridos na vida das pessoas
de forma invisível, aplicados ao princípio da computação ubíqua.

Nesse contexto, repleto de paradigmas, os indivíduos devem aprender a
conviver e interagir com computadores invisíveis. Esse fato os possibilitará
representar um ambiente invisível, proveniente da computação pervasiva. Costa e
Geyer (2006) afirmam que a invisibilidade incorporará às nossas vidas diárias, em
um futuro próximo, sistemas que necessitam de mínima intervenção humana
comunicando-se com usuários proporcionando, a estes, benefícios, tornando-se
natural que os mesmos deixem de perceber sua existência.

Rolins (2001) acrescenta ao estudo dados que revelam uma constante
interação entre homem e máquina. Já Kohler (1996) afirma que as ações destes
equipamentos são dependentes das preferências e condições do ambiente ou
mesmo da necessidade de seus usuários que poderão interagir com o meio
ambiente atrelado com dispositivos computacionais embutidos através de gestos.

Essa pesquisa também é composta pelo estudo de ambientes inteligentes
envolvendo a identificação de indivíduos. Tais ambientes atuam de forma
personalizada em uma forte associação e comunicação de elementos que o
compõem visando sempre o aperfeiçoamento da execução das tarefas. Desta
maneira, Domingues (2008) menciona que os ambientes inteligentes são o conjunto
de tecnologias que trabalham de forma integrada, assim sendo, se tais ações
20

ocorrem sem a intervenção dos usuários pode se considerar o princípio da
computação invisível.

Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca. 2007) afirmam que os
ambientes inteligentes se tornaram uma área que engloba muitas disciplinas
importantes. Ressalta-se que só são considerados como inteligentes quando esses
ambientes não interferem onde as diversas tecnologias complementam umas as
outras. Gomes (2007), em suas observações, menciona que os espaços
inteligentes, também entendidos como smart spaces, são parâmetros precursores
da computação ubíqua, na integração entre elementos computacionais e
componentes do mundo físico.

A computação ubíqua precisa de muitas contribuições para se evoluir, assim,
uma nova visão é necessária para que esse novo paradigma trate vários desafios
em aberto. Nessa pesquisa aborda-se a integração, complexidade, segurança,
privacidade e interface com usuário como um dos desafios na computação ubíqua,
dessa forma, Araújo (2003) tratará da existência de múltiplos dispositivos, entre eles
aqueles que servem para acessar informações ou mesmo aqueles que dão acesso
ao entretenimento.

A integração é um dos desafios para computação ubíqua. Costa e Geyer
(2006) afirmam que permitir interações entre variados componentes disponíveis em
diversos dispositivos, bem como, possibilitar à comunicação e o entendimento entre
eles é um dos desafios identificados. Desse modo, para se facilitar a integração,
deve-se privilegiar o desenvolvimento de sistemas baseados no uso de conversores
middleware, XML (Extensible Markup Language) e SOAP (Simple Object Access
Protocol).

Em Araújo (2003), a questão da segurança da e privacidade são tratadas
como um assunto importante nesse âmbito, para Braz (2008) nos ambientes
ubíquos a exposição dos usuários é muito maior, uma vez que, qualquer pessoa
pode ser autêntica numa aplicação sem ao menos perceber. Segundo Costa e
Geyer (2006) muitos projetos em desenvolvimento não focam a questão da
21

segurança e privacidade fazendo com que essas questões se tornem de suma
importância quando se procura garantir a autenticidade e a confiabilidade.

Domingues (2008) afirma que a questão maior está em como se proteger
estes dados, em contrapartida, descreve uma das soluções para esse problema
retratando que, sistemas de proteção e firewalls deverão ser implantados com a
finalidade de proteger os usuários e o próprio hardware de acessos não autorizados.
Um sistema complexo deve ser observado como um desafio onde, segundo
Domingues (2008) a complexidade são vários dispositivos fornecendo muitas
informações sem um controle predefinido, sobrecarregando de informações e
funcionalidades.

Weiser (1996) menciona sobre a importância de uma interação tranqüila fato
que remete ao uso de uma tecnologia tranqüila como a Calm Technology. Embora a
idéia básica de interface mencionada por Chittaro, citado por Costa e Geyer (2006),
seja considerar os limites, aspectos e hardwares embutidos, assim como, periféricos,
entradas de dados e conectividade. Partindo-se para uma visão dinâmica, retrata-se
que devem existir várias formas de interação com o usuário, da mesma forma que,
devem existir soluções computacionais mais intuitivas e menos complexas.

Ainda segundo Weiser (1993) é preciso se buscar técnicas para que os
recursos normalmente utilizados no dia-a-dia de uma sociedade, como gestos, voz e
mesmo olhares, permaneçam como meio de comunicação entre homem e máquina.

2.1 Considerações sobre o capítulo

Ao considerar os dados citados pelos autores apresentados neste capítulo,
conclui-se que dispositivos eletrônicos e periféricos tornarão itens muito freqüentes
nas atividades rotineiras dos seres humanos. Foram apresentados conceitos básicos
da computação ubíqua e de assuntos relacionados. O capítulo seguinte trata da
computação ubíqua em si, focando em seus principais conceitos.
22

3 COMPUTAÇÃO UBÍQUA

A computação ubíqua, como área emergente de pesquisa, caracteriza-se
como uma nova maneira que os indivíduos têm de utilizarem computadores. De
acordo com Rolins (2001, p.8), “As importantes ondas de mudança tecnológica são
aquelas que fundamentalmente alteram o lugar da tecnologia em nossas vidas. Não
é só a tecnologia que importa, mas a forma como ela se relaciona com os seres
humanos”. Desse modo, a terminologia computação ubíqua é definida pela primeira
por Mark Weiser1 (23/07/1952 – 27/04/1999), chefe do centro de pesquisa da Xerox
Parc2 nos Estados Unidos. Suas pesquisas tiveram início no ano de 1988 onde, no
final dessa década e inícios dos anos 90 publicou um de seus artigos mais
importantes, “O Computador do Século 21 (The Computer for the 21st Century)”.

Em seu artigo Weiser (1991, p.94-104) afirma que:
[...] a computação não será exclusividade de um computador, mas diversos
dispositivos conectados entre si, fazendo uso de conexão constantemente,
a todo o momento, e em todo lugar, além de fácil acesso a informações
onde computadores habitariam os mais diversos objetos: etiqueta de
roupas, interruptores de luz, portas, janelas, canetas, mesas.

Esse trecho do artigo de Weiser reflete a idéia de que a computação tornarse-ia embutida em itens do dia a dia que, normalmente, os indivíduos não pensariam
ter capacidade computacional. Weiser (1991 p.94-104) destaca ainda que “[...] na
computação Ubíqua, os recursos de Computação seriam onipresentes na vida diária
e conectados a fim de fornecer a informação ou serviços que os usuários requerem
em qualquer lugar e em qualquer tempo.”
Busca-se nesse capítulo, assim como nos que seguem introduzir conceitos
básicos da computação ubíqua e as propriedades que a caracterizam sintetizando o
que a computação ubíqua deverá ser no futuro: algo invisível.

1
2

Cientista chefe da Xerox, considerado o pai da Computação pervasiva.
Xerox Palo Alto Research Center.
23

3.1 Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual

Weiser sempre priorizou a grande importância de se abordar a diferença entre
a computação ubíqua e a realidade virtual. Para Weiser (1996, acesso em 26 set.
2010) a “Computação Ubíqua é o oposto da realidade virtual. Enquanto a realidade
virtual coloca as pessoas dentro de um mundo computacional, a computação ubíqua
força o computador a viver fora disso, na vida das pessoas.”, assim, enquanto a
realidade virtual coloca as pessoas dentro de um mundo gerado pelo computador, a
computação ubíqua força os computadores a viverem no mundo real, junto com as
pessoas. Na figura abaixo, pode-se observar esses dois conceitos opostos citados
por Mark Weiser: Computação ubíqua Vs. Realidade virtual.

Figura 1: Computação Ubíqua Vs. Realidade virtual
Fonte: Mark Weiser, acesso em 15/09/2010.

Em sua conceituação, a realidade virtual apresenta os usuários inseridos em
um ambiente virtual, onde a interação entre dispositivos e computadores ocorre
através de instruções dadas por esses usuários, na grande maioria das vezes, um
único computador principal é responsável por cuidar de tais requisições. Entretanto,
na computação ubíqua, o conceito se torna totalmente contrário ao da realidade
virtual, pois, os usuários estarão vivendo em seu ambiente e os diversos dispositivos
24

computacionais, inseridos e embutidos nessa realidade, estarão programados a
atuar sobre suas vidas, com transparência, conforto e facilidade.

Weiser (1993, p. 7-8) teorizou que, futuramente, “[...] o foco destes usuários
ficaria voltado para a tarefa, e não para a ferramenta utilizada, utilizando-se de
computação sem perceber ou necessitar de conhecimentos técnicos da máquina
utilizada.”, ou seja, o funcionamento da máquina utilizada passa a ser determinado
de acordo com as preferências do usuário. Weiser e Brown (1996, acesso em 26
set. 2010) afirmam, em outras palavras, que “[...] a tecnologia ubíqua só poderia
efetivamente se infiltrar em nossas vidas, se ela não exigisse mais que nossa
atenção periférica”.

Conforme defendido por Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010) em seu
artigo intitulado “the world is not a desktop”.
[...] o computador é hoje uma interface de comunicação com um mundo
cibernético e, como todas as interfaces de sucesso, ele tende desaparecer.
Por exemplo, os óculos são uma interface entre o ser humano e ao mundo,
mas, o ser humano não concentra suas atenções nos óculos, mas no
mundo. Uma pessoa cega, ao utilizar sua bengala, percebe o mundo ao seu
redor, e não a bengala.

Mark Weiser tenta quebrar um paradigma comum da sociedade que define a
computação puramente como a arte de lidar com computadores, sejam eles
desktops ou laptops.
É preciso que os profissionais deste mundo entendam que computação não
diz respeito apenas a computadores, mas a todo e qualquer dispositivo com
poder computacional, e há uma diferença muito grande nisso. Computador
é aquilo que você compra na loja, coloca sobre sua mesa e usa para fins
genéricos. Dispositivo com poder computacional, por outro lado, pode ser
qualquer coisa que hospede um micro-processador, como carros, aviões,
celulares e até alguns eletrodomésticos. (WEISER, 1993, acesso em 15 set.
2010)

Seguindo esta linha de pesquisa de Mark Weiser e abordando uma visão
futurista enfocando as coisas invisíveis, só percebidas através dos sentidos ou
mesmo de gestos, os indivíduos passam a alimentar computadores onipresentes,
num espaço qualquer, recebendo resposta imediata dos mesmos. Esse passo gera
25

uma mudança radical das ações executadas pelas pessoas em sua rotina diária,
desse modo, Weiser (1991, p.94-104) afirma que:
As máquinas que conhecemos hoje não conseguem fazer parte da vida das
pessoas. Estamos tentando criar uma nova forma de pensar os
computadores, uma forma que leve em conta o ambiente natural humano e
que permita aos computadores ficarem ocultos por trás das coisas do nosso
dia-a-dia.

Aprofundando-se em sua linha de raciocínio, Weiser (1991, p.94-104)
menciona que, “[...] centenas de minúsculos computadores interagem e integram se
no ambiente de um modo tão natural que deixamos de ter a percepção da sua
existência.”, nessa concepção paradigmática da computação, Rolins (2001, p.12)
afirma que:
[...] o impacto social dos computadores a qualquer hora e em qualquer lugar
será análogas a duas outras tecnologias que se tornaram ubíquas. A
primeira é a escrita, que é encontrada em qualquer lugar desde etiquetas de
roupas até quadro para afixar anúncios. A segunda é a eletricidade, que
surge invisível nas paredes de todas as casas, escritórios e carros. A escrita
e a eletricidade tornaram se um lugar comum, tão quotidiano, em que as
pessoas esqueceram o tremendo impacto que elas causaram na rotina de
suas vidas. Assim será a computação ubíqua.

Em sua visão, Mark Weiser previa um aumento das funcionalidades e da
disponibilidade de serviços de computação para os usuários finais. Assim, o
ambiente se apresenta impregnado de dispositivos de computação e comunicação
que interagem com os indivíduos de modo tão tranqüilo que estes não percebem
que estão interagindo com uma máquina, uma vez que, o ambiente gera uma
interação autônoma e relevante com esse indivíduo. Entretanto, ressalta-se que,
nessa nova concepção, proposta por Weiser, os indivíduos devem aprender a
conviver com os computadores, e não apenas interagir com eles.

3.2 Visões de Mark Weiser

Mark Weiser acreditava que a computação ubíqua seria a grande era
computacional, certamente o novo paradigma da computação precedida pelas
26

seguintes eras: Mainframes e pessoal. Assim, a figura que segue, ilustra a
cronologia das três abordagens da computação (mainframe, pessoal, ubíqua).

Figura 2: As Principais Tendências da Computação
Fonte: McCARTHY, 1995, adaptado, acesso em 14/10/2010.

3.2.1- Era do mainframe

Nos anos 50, os mainframes, computadores de grande porte dedicados
normalmente

ao

processamento

de

um

volume

grande

de

informações

representavam a tendência da computação para a época.
[...] a primeira era computacional a chamada era do “mainframe”. Nessa
época, o relacionamento entre pessoas e computadores era estabelecido
através de várias pessoas compartilhando um único computador onipotente
geralmente atrás de portas fechadas. Neste período corrente o computador
era um recurso escasso e negociado (WEISER e BROWN, 1996, p.1).

Essa era dos mainframes foi substituída pela era dos PCs, em uma época em
que estes começaram a se popularizar e tornando-se íntimos.
27

3.2.2 Era dos computadores pessoais (PC)

Na década de 80, usuários que utilizavam computadores pessoais superavam
os que utilizavam computadores compartilhados, clientes de mainframes. Assim
sendo, quando se analisa o advento dos novos modelos e recursos computacionais,
observa-se a necessidade da utilização dos computadores na vida das pessoas. De
acordo com Weiser e Brown (1996 p.2-3),
[...] a segunda grande tendência foi a do computador pessoal. Em 1984, o
numero de pessoas que utilizavam computadores pessoais superavam as
que compartilhavam computadores. O relacionamento da computação
pessoal era íntimo. Cada pessoa com o seu próprio computador, contendo
as suas coisas, e interagindo diretamente com o mesmo. O computador
pessoal seria análogo ao automóvel um item especial e relativamente caro,
que apesar de levar a pessoa onde ela desejava ir, também requeria uma
atenção considerável para aprender a operar. Assim como uma pessoa
poderia ter vários carros, ela também poderia ter vários computadores: um
para casa, um para o trabalho, e um para quando estivesse fora de casa e
fora do trabalho. Qualquer computador com quem o ser humano tenha um
relacionamento especial, ou que o ocupa completamente, é um computador
pessoal. (WEISER e BROWN, 1996, p.2-3)

É certo que os indivíduos estão vivendo essa grande era dos computadores
pessoais, entretanto, o foco dessa pesquisa é o advento da era da computação
ubíqua.

3.2.3 Era da computação ubíqua (UC)

A computação ubíqua constitui-se de um contexto inteligente beneficiada
pelos avanços tecnológicos encontrados em diversos ramos de pesquisa, assim, se
mostra, em grande parte, imperceptível, inteligente e altamente integrada aos
modelos computacionais.
[...] a terceira onda da computação é da computação ubíqua, UC, cujo ponto
de cruzamento com a computação pessoal deverá ocorrer entre 2005-2020.
A era da “UC” terá vários computadores compartilhados por todas as
pessoas. Alguns desses computadores serão centenas daqueles que as
pessoas podem acessar durante alguns minutos de consulta na Internet.
Outros estarão implantados em paredes, cadeiras, roupas, carros em tudo.
A “UC” é fundamentalmente caracterizada pela conexão das coisas
existentes no mundo através da computação. Entre essas coisas estão
incluídas várias escalas, até microscópicas. (WEISER e BROWN, 1996, p.4)
28

Mark Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010) afirmou que, “[...] as aplicações
criadas até 1993 se distanciaram da Computação Ubíqua porque contrariaram o
princípio básico da invisibilidade”. Nessa crítica, Mark incluiu até mesmo as
aplicações desenvolvidas por ele no laboratório da Xerox Parc, nos Estados Unidos.
“Na computação ubíqua, tem se a visão da conectividade sem fronteiras,
em que dispositivos e as aplicações que executam neles movem se
juntamente com o usuário, de forma transparente, entre diversas redes
heterogêneas, tais como as redes sem fio de longa distância e redes de
media e curta distancia” (ARAÚJO, 2003, acesso em 22 ago. 2010).

A fragmentação destes momentos históricos mostra a realidade vivida pelos
indivíduos na era da computação ubíqua como uma tendência natural.

3.3 Computação Ubíqua é Tendência

No inicio dos anos 2000/2001, a internet começava a se popularizar deixando
de ser uma rede cliente-servidor (rede distribuída) e passando a se caracterizar na
rede mundial como conhecida hoje. Desde então, muitos artigos e livros vem sendo
escritos sobre a internet e todas suas fases, uma vez que esta, influência, de
maneira decisiva, tanto o modo como as empresas trabalham quanto o avanço
tecnológico. Milhões de pessoas e suas informações passaram a estar
interconectados. Weiser e Brown (1996, p.3-4) afirmam que:
De maneira bastante interessante, a internet colocou em contato elementos
da era mainframe e da era PC. É o advento da computação client – servidor
em larga escala, onde de um lado, como clientes web, estão os PCs e de
outro, como servidores web, estão os mainframes. Embora transitória, a
internet é um fenômeno massivo que convoca os melhores inventores, os
financistas mais inovadores e um grande número de empresas
multinacionais. Ao longo de talvez mais uma década, as conseqüências
dessa interconexão massiva de informações pessoais, dos governos, e dos
negócios vão sedimentar esse novo campo, esse novo meio, do qual o
próximo tipo de relacionamento vai surgir.

Neste contexto, o homem não estará indo em busca dos recursos
computacionais, mas o contrário, os recursos computacionais vindos de encontro ao
homem. Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010) afirma que “Hoje, uma idéia
bastante explorada é a proposta pela computação ubíqua, na qual se propõe a
29

computação movendo-se para fora das estações de trabalho e computadores
pessoais tornando se pervasiva no cotidiano da vida das pessoas”. Assim,
aplicações que se utilizam de conceitos de mobilidade, funcionalidade ganham cada
dia mais espaço e se mostram como o ponto para onde as aplicações tenderão a
convergir num futuro próximo.

Por outro lado, em outra observação, segundo Rolins (2001, p.12)
[...] a computação ubíqua coloca a computação na periferia da vida dos
usuários, como uma ferramenta, e não em foco, isto é, fora de seus
caminhos, permitindo assim, o verdadeiro cumprimento das tarefas que de
fato, eles necessitam ou desejam concluir. O termo “ubíquo” é usado para
exprimir que tanto os computadores, como a computação estarão presentes
em qualquer lugar, e embutidos nas estruturas de nossas vidas, ao contrário
da realidade virtual onde as pessoas são inseridas em mundos gerados
dentro do próprio computador. Em outras palavras, o objetivo da
computação ubíqua é mover os computadores do foco central de atenção
dos usuários para um mundo invisível, onde eles são usados
subconscientemente, para aumentar a eficiência das ferramentas e meios
de comunicação existentes. Tal futuro vai trazer uma grande ajuda com
relação ao atual problema de “sobrecarga de informação”. Ao invés das
pessoas se preocuparem em lembrar as várias coisas de que necessitam,
as coisas é que lembrariam as pessoas do que e quando teriam que ser
executadas. Em outras palavras, uma pessoa poderia ser lembrada de que,
já é hora para uma troca de óleo do seu carro, ou de que está faltando café
em seu armário da cozinha, por exemplo. Ou mais além, por que não fazer
com que a própria cozinha fizesse as compras dos itens necessários
através de um simples envio de pedido a um supermercado.

Em verdade, estas tendências tornam-se possíveis disseminando a
computação entre as coisas de forma invisível, ou seja, presentes em objetos do
nosso cotidiano e nos elementos que estarão interligados entre si não apenas por
computadores, mas qualquer coisa eletrônica se comunicando.

3.4 Considerações Sobre o Capítulo

A computação ubíqua, ou qualquer outra evolução tecnologia, de muitas
formas pode ajudar usuários que se utilizam de dispositivos computacionais. Uma
vez que esse tipo de computação se tornou uma tendência que beneficia atividades
rotineiras executadas por seus usuários. Ressalta-se que, outras tecnologias
também podem vir a ser uma realidade tecnológica, pois com o contínuo avanço das
30

pesquisas na área pode-se notar que, num futuro próximo, aplicações tecnologias se
tornarão muito freqüentes no dia a dia das pessoas.
31

4 COMPUTAÇÃO UBIQUA E SENSIBILIDADE AO AMBIENTE

Esse capítulo visa tratar do modo com a computação é explorada pelo ser
humano, pois, à medida que novos módulos tecnológicos são difundidos o ser
humano e forçado a interagir cada vez mais com essas aplicações numa interface
de comunicação mais clara e intuitiva.

4.1 Relacionamentos da Computação, Ubíqua, Móvel e Pervasiva

Esse capítulo parte da forma como se relacionam as três tecnologias. Alguns
autores se utilizam dos termos computação móvel, computação ubíqua e
computação pervasiva3 como se estes fossem sinônimos. Entretanto, demonstra-se
nessa pesquisa que tais tecnologias são conceitualmente diferentes.

A figura a seguir ilustra a junção dessas três tecnologias.

Computação
Pervasiva

Computação
Ubíqua

Computação
Móvel

Figura 3: O Relacionamento Entre as Três Tecnologias
Fonte: Lyytien e Yoo, 2002, Adaptado, acesso em 17/09/2010.

3

Esse termo não é um vocábulo da língua portuguesa, porém, foi amplamente adotado como termo
emergente na literatura da área em português, sendo a terminologia pervasiva usado nessa pesquisa
como a tradução do inglês pervasive.
32

Araújo (2003, p.49-51) afirma que:
A computação ubíqua integra mobilidade em larga escala com a
funcionalidade da computação pervasiva. O potencial de aplicações da
computação ubíqua é limitado apenas pela imaginação - com a conexão,
monitoramento e coordenação de dispositivos localizados em casas,
edifícios e carros inteligentes, através de redes sem fio locais e de longa
distância com alta largura de banda, as aplicações variam desde o controle
de temperatura, luzes e umidade de uma residência, até aplicações
colaborativas com suporte à mobilidade.

Rolins (2001, p.18) cita que a mobilidade é uma das características que mais
se relaciona à computação ubíqua. De acordo com Costa e Geyer (2006) o usuário
nesse tipo de computação passa a ter acesso a aplicativos e dados sem depender
de sua localização física ou deslocamento, uma vez que, tal ambiente segue esses
usuários em seus dispositivos portáteis, como celulares ou notebooks. Para Araújo
(2003 p.49-51),
[...] a computação ubíqua beneficia-se dos avanços da computação móvel e
da computação pervasiva. A computação ubíqua surge então da
necessidade de se integrar mobilidade com a funcionalidade da computação
pervasiva, ou seja, qualquer dispositivo computacional, enquanto em
movimento
conosco,
pode
construir,
dinamicamente,
modelos
computacionais dos ambientes nos quais nos movem e configura seus
serviços dependendo da necessidade.

Lyytien e Yoo citado por Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010),
[...] por ser uma área emergente de pesquisa, termos como computação
ubíqua, computação pervasiva, computação móvel e outros tantos, têm sido
usados

muitas

vezes

como

sinônimos,

embora

sejam

diferentes

conceitualmente e empreguem diferentes idéias de organização e
gerenciamento dos serviços computacionais. Na medida em que a área
evolui, esses conceitos vão sendo mais bem compreendidos e suas
definições se tornam mais claras.

O quadro a seguir, demonstra o grau de embarcamento que indica, de
maneira geral, o grau de inteligência dos computadores, embutidos em um ambiente
pervasivo, para detectar, explorar e construir de forma dinâmica modelos de seus
ambientes.
33

Computação

Computação

Computação

Pervasiva

Móvel

Ubíqua

Mobilidade

Baixa

Alta

Alta

Grau de

Alto

Baixo

Alta

“Embarcamento”

Quadro 1: as dimensões da computação ubíqua.
Fonte: Lyytinen e Yoo, 2002, citado por Araújo, 2003, p. 45, Adaptado, acesso em 17/09/2010.

É importante lembrar que a diferenciação desses termos, computação ubíqua,
móvel e pervasiva da-se, de acordo com alguns autores, a partir de seus graus de
embarcamento. Mas, primeiro, é importante se definir o que se entende por
tecnologia embarcada.

4.2 Conceito de Tecnologia Embarcada
A tecnologia embarcada, de alguma maneira, se foca sempre em direção a
beneficiar e simplificar funções, eventos e respostas. Segundo Robson (2010),
conceitualmente, a tecnologia embarcada é o que se pode definir como uso de
novas tecnologias em equipamento, veículo ou máquina. Desde finais dos anos 80
tecnologia vem evoluindo de forma acentuada fazendo com que, atualmente, não se
possa pensar em equipamentos, veículos ou máquinas sem aparatos tecnológicos.
Esse fato faz com que a Tecnologia Embarcada se encontre tão presente na vida
dos indivíduos que os mesmos nem se dão conta de sua existência.

O que deve ficar claro é que a criação dessa tecnologia tem o intuito de
controlar, executar, comunicar e incorporar funcionalidades de maneira não notável.
Isso pode ser visualizado na figura abaixo, onde sensores de estacionamento estão
presentes no pára-choque do carro. É uma tecnologia que não é visível, entretanto
fornece aos indivíduos conforto no momento de estacionar seu carro.
34

Figura 4: Sensores de Estacionamento São Instalados no Pára-Choque.
Fonte: Ricardo Lopes da Fonseca, acesso em 25/11/2010.

A tecnologia embarcada está evoluindo de tal forma que atualmente é
analisada paralelamente com a computação ubíqua.

Continuando a dissertar sobre as idéias da computação ubíqua, na
computação pervasiva o usuário se envolve com mais freqüência e existe um nível
de interesse declarado para obter algum tipo de informação. Além de existir o
envolvimento maior de tecnologias. Barros (2008, acesso em 3 Nov de 2010) afirma
que,
[...] o termo computação ubíqua é usado como uma junção da computação
pervasiva e da computação móvel. A justificativa de se realizar uma
diferenciação desses termos é que um dispositivo que está embutido em um
ambiente, não necessariamente é móvel. Devido a isso, quando for utilizado
o termo computação ubíqua, considerar-se-ão o alto grau de dispositivos
embarcados da computação pervasiva juntamente com o alto grau de
mobilidade da computação móvel.

A comunicação pervasiva é a que permite aos diferentes dispositivos
embutidos no ambiente de uma tecnologia já existente, se comunicarem e
compartilharem informações sobre situações e preferências impostas por usuários.
35

Na computação ubíqua o computador não deve ser o centro das atenções.
O objetivo da computação é ajudar uma pessoa a realizar uma atividade
sem que ela precise se preocupar com a utilização da computação em si.
Para atingir esta meta, os dispositivos computacionais devem exigir o
mínimo possível de intervenção humana, o que vem ao encontro da
definição de computação pervasiva. (BARROS, 2008, acesso em 3 nov.
2010)

Em síntese, a computação pervasiva4, busca proporcionar uma maior
integração entre a computação e o ambiente físico no qual ela está imersa.
Entretanto, Barros (2008) afirma na citação acima que uma pessoa realiza uma
única atividade e os dispositivos exigem o mínimo de intervenção humana, tais
afirmações se tornam contraditórias quando não só uma pessoa participa desta
interação, mas muitas outras, assim, proporcionalmente dispositivos exigem o
máximo de intervenção humana. Araújo (2003, p.49-51) retrata que, a
[...] computação pervasiva implica que o computador está embarcado no
ambiente de forma invisível para o usuário. Nesta concepção, o computador
tem a capacidade de obter informação do ambiente no qual ele está
embarcado e utilizá-la para dinamicamente construir modelos
computacionais, ou seja, controlar, configurar e ajustar a aplicação para
melhor atender as necessidades do dispositivo ou usuário. O ambiente
também pode e deve ser capaz de detectar outros dispositivos que venham
a fazer parte dele. Desta interação surge à capacidade de computadores
agirem de forma “inteligente” no ambiente nos quais nos movem um
ambiente povoado por sensores e serviços computacionais.

A seguir a figura ilustra modelos de dispositivo pervasivo.

4

Função de buscar maior integração entre a computação e o ambiente físico no qual ela está imersa.
36

Figura 5: Jogo Pervasivo e Camiseta que Detecta Rede Sem Fio.
Fonte: Irla Rebelo, acesso em 15/08/2010

No

entanto,

uma

forma

transparente

de

um

ambiente

totalmente

impreguinado de dispositivos embutidos invisíveis que estabelece uma integração
entre pessoas e elementos computacional, a princípio, também conhecida como
invisibilidade.

4.4 Invisibilidade de Dispositivos Ubíquos

A característica maior da computação pervasiva é o computador se encontrar
inserido no ambiente de forma invisível ao usuário. Segundo Costa e Geyer (2006,
acesso em 02 Set. 2010) “a idéia de invisibilidade é fazer com que os computadores
se integrem com o ambiente. Para ser ubíquo, um sistema necessita de mínima
intervenção humana”. A forma como a computação invisível se incorpora à vida dos
indivíduos pode propiciar benefícios, sem que eles sequer notem sua presença em
um futuro próximo.

Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que “muitos estudos
ainda precisam ser realizados nesse campo. Sabe-se que para atingir esse objetivo
37

é necessário constantemente atender a expectativa do usuário”. É observando e
considerando todas as informações do ambiente, assim como, em quais categorias
se agrupam os diferentes perfis dos usuários que se tem base para fazer com que o
aparato tecnológico se torne transparente. De acordo com Saha e Mukherjee citado
por Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) “[...] os humanos podem intervir
para ajustar os ambientes inteligentes quando estes falham ao tentar atingir a
expectativa do usuário automaticamente”.

Há uma necessidade de mais pesquisas relacionadas à invisibilidade, uma
vez que, se esses sistemas forem complexos demais para seus usuários quais
atitudes, diante de um problema estes poderão tomar? Como terá soluções rápidas
para estes sistemas complexos? Se os usuários não estão familiarizados com estes
sistemas onde os mesmos aplicarão suas preferências? Rolins (2001, p.19-20),
buscando responder a esses questionamentos afirma que:
Uma das idéias chaves da computação ubíqua é a de que os computadores
devem se tornar invisíveis, e que eles têm que fornecer informações aos
usuários na própria linguagem de usuário. Por exemplo, quando o usuário
deseja trabalhar com um relatório do dia anterior, eles não deveriam ser
forçados a lembrar de alguma coisa tal como “~/report.txt”, ou “C:report.txt”,
uma vez que isso seria forçar o usuário a pensar usando linguagem do
computador. Seria mais simples para o usuário, se ele pudesse dizer em
voz alta “abra o arquivo de ontem”. É claro que tal funcionalidade iria
demandar um reconhecimento de voz de alta qualidade, que está
começando a ficar mais praticável nos computadores atuais. Mas, qualquer
que fosse o esquema de acesso, o principal conceito é o de que o usuário
pode acessar seus dados sem a necessidade de um conhecimento do
nome dos arquivos ou de suas localizações, informações que são
atualmente pedidas a ele. O usuário poderia acessar um dado estritamente
através do seu contexto, sem a preocupação sobre o formato do arquivo, a
localização do arquivo, ou mesmo em que máquina tal arquivo foi salvo.

Da mesma forma, Kohler (1996, acesso em 13 out. 2010) menciona que:
[...] a interação entre o homem e o computador apresenta uma nova
concepção: o computador deixa de ter lugar restrito a uma mesa e estará
distribuído por todo o ambiente, incorporado a equipamentos inteligentes
capazes de se comunicar e de interagir uns com os outros para a realização
de tarefas cooperativas. A ação destes equipamentos dependerá das
condições do ambiente ou da vontade do usuário, que poderá interagir com
os mesmos através de gestos.

Na realidade, a computação ubíqua combina características da computação
móvel e pervasiva, assim sendo, a computação pervasiva e a computação ubíqua
38

juntamente com a mobilidade característica da computação móvel gera a criação
das smart spaces5, ou seja, espaços inteligentes.

4.5 Ambientes Inteligentes

Sem se importar com o ambiente onde o indivíduo esteja, nos ambientes
inteligentes o computador se encontra distribuído por toda a parte tendo as
preferências dos usuários determinadas previamente. A troca de informações, o
compartilhamento e beneficiamento de serviços serão realizados de forma invisível,
num futuro onde as tecnologias computacionais passam a fazer parte do tecido da
vida cotidiana dos indivíduos. Ressalta-se que as tecnologias mais avançadas serão
aquelas que desaparecem em torno das pessoas num ambiente computacional. A
figura a seguir ilustra de forma irônica um celebro humano relacionando-o ao
ambiente inteligente.

Figura 6: Analogia: Cérebro x Ambiente Inteligente.
Fonte: McCRONE, JOHN, 2002, acesso em 05/09/2010.

5

Constitui-se de um espaço inteligente que contém uma infraestrutura de computação relativamente

estável.
39

De acordo com Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010)
Ambientes Inteligentes é o conjunto de tecnologias que, trabalhando de
maneira integrada, permite o entendimento automático de certas situações,
ativando instruções ou respondendo comandos pré-programados, mesmo
sem instruções explícitas do usuário. Podemos exemplificar um Ambiente
Inteligente quando computadores podem identificar a presença humana,
desligando luzes e dispositivos na ausência dos mesmos, ou ativando o
aquecedor ou ar-condicionado na temperatura ideal para cada usuário. Se
estas atividades acontecem sem a intervenção do usuário, podemos
6
chamá-la também de Computação Invisível .

Um ambiente, dotado por vários dispositivos, geralmente móveis, compartilha
serviços entre si. Essa comunicação entre as partes da arquitetura presente neste
ambiente se realizará através da tecnologia Bluetooth7. Segundo Remagnino e
Foresti citado por Escobedo e Kofuji (2007) os ambientes inteligentes são um novo
paradigma que suporta o desenho da nova geração de sistemas Inteligentes e
introduz um novo significado à computação entre homem, máquina e seu ambiente.

Gomes (2007, p.20) afirma que: “Espaços inteligentes ou os smart spaces,
reduto precursor da computação ubíqua, é naturalmente definidos pela colaboração
intensa entre elementos computacionais e componentes do mundo físico”. Ainda de
acordo com Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em
3 de ago. 2010),
Ambientes Inteligentes é uma área que incluem muitas disciplinas como:
Inteligência Distribuída, Desenho de Software, Visão por Computador,
Reconhecimento de Voz, Robótica, Fusão de Informação, Desenho de
Hardware, Ciências Sócias, Ética e Direito.

Conforme proposto por Garate citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso
em 3 de ago. 2010)

Um ambiente por sua vez dotado por vários dispositivos, geralmente móveis,
compartilha
6

serviços

entre

si,

conforme

mencionado

por

alguns

autores

Dispositivos com capacidade computacional suficiente aplicável da maneira mais discreta possível
no ambiente.
7
Especificação industrial para áreas de redes pessoais sem fio (Wireless personal area networks –
PANs).
40

anteriormente em outras subseções de modo que, essa comunicação entre as
partes da arquitetura presente neste ambiente se realizará através da tecnologia
Bluetooth.

Segundo Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso
em 3 de ago. 2010) “ambientes Inteligentes (AmI) é um novo paradigma que suporta
o desenho da nova geração de sistemas Inteligentes e introduz um novo significado
à computação entre homem, maquina e seu ambiente”.

Gomes (2007, p.20) afirma que: “Espaços inteligentes ou os smart spaces, reduto
precursor da computação ubíqua, é naturalmente definidos pela colaboração intensa
entre elementos computacionais e componentes do mundo físico”.

Ainda de acordo com Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji
(ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010)
Ambientes Inteligentes é uma área que incluem muitas disciplinas como:
Inteligência Distribuída, Desenho de Software, Visão por Computador,
Reconhecimento de Voz, Robótica, Fusão de Informação, Desenho de
Hardware, Ciências Sócias, Ética e Direito.

Conforme proposto por Garate citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso
em 3 de ago. 2010)
[...] um Ambiente é denominado como “Ambiente Inteligente” quando este
não interfere, onde as diversas tecnologias complementam uma a outra,
envolvendo o usuário com o ambiente, oferecendo muitos serviços e
características que são requeridas e previsíveis por tanto um Ambiente
Inteligente deve ser capaz de: Reconhecer o usuário e as circunstancias e
operar conseqüentemente; ter um conhecimento previsível baseado em
conhecimento do ambiente; em tempo real produzir novos serviços em
áreas como entretenimento, segurança, saúde, trabalhos domésticos,
ambiente de trabalho, acesso à informação, computação, comunicação;
permitir acessar aos muitos serviços e características do Ambiente
Inteligente, disponíveis num determinado momento.

No entanto, a essência da computação ubíqua é a criação de ambientes
repletos de dispositivos computacionais, deixando os ambientes pervasivos
responsáveis pela execução de tarefas secundárias capazes de realizar algumas
atividades úteis aos freqüentadores destes ambientes.
41

4.6 Considerações Sobre o Capítulo

Procurou-se abordar nesse quarto capítulo a questão das três principais
tecnologias relacionadas nessa pesquisa, assim como os princípios que as definem
e suas diferenças. Para tanto, buscou-se retratar a questão da tecnologia
embarcada para logo adiante abordar a invisibilidade dos dispositivos ubíquos no
ambiente personalizado para usuários procurando gerar base para o próximo
capítulo que trata de conceituar os principais os principais aspectos da computação
ubíqua.
42

5 QUESTÕES EM ABERTO DA COMPUTAÇÃO UBIQUA

Esse capítulo foca as questões que envolvem segurança, privacidade,
integração, complexidade e interface com usuário, assim, em suas subseções
buscam-se descrever características e desafios a serem superados de acordo com
os aspectos que impedem a computação ubíqua de se tornar realidade.

Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010) cita que, entre os desafios da
computação ubíqua está a existência de múltiplos dispositivos. Esses dispositivos
podem ser encontrados embutidos em utensílios domésticos, embarcados em
ambientes inteligentes, que criam acesso à informação e ao entretenimento. Na
figura a seguir pode-se observar a ilustração de uma árvore de problemas pelos
quais a computação ubíqua pode passar.

Figura 7: Questões Abertas da Computação Ubíqua a Serem Superados.
Fonte: Pr. Adão Carvalho, 2001, acesso em 31/10/2010.
43

A computação ubíqua consiste na integração da informática com o ambiente
em torno das pessoas, de modo que, os computadores não sejam percebidos como
objetos diferentes. A seguir será apresentado um resumo dos principais desafios da
computação ubíqua no que tange o nível tecnológico.

5.1 Integração

Nessa pesquisa, se aborda sobre a questão da integração como entrave da
computação ubíqua uma vez que é desafiador o entendimento das formas e do
modo como dispositivos de plataformas distintas interagem de maneira transparente.
A seguir alguns autores disseminam, objetivamente, conceitos e soluções para o
determinado problema que futuramente pode vir a acontecer, por outro lado, Costa e
Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que:
Permitir interações entre variados componentes disponíveis em diversos
dispositivos, bem como tornar possível à comunicação e o entendimento
entre eles, é um desafio Identificado como integração. Componentes já
disponíveis para uma única plataforma devem se comunicar e cooperar de
maneira transparente. Além disso, para a integração surgem questões
relacionadas como confiabilidade, entrega e roteamento de mensagens e
qualidade de serviço.

Num futuro próximo, computadores pessoais se tornarão obsoletos com a
disseminação de vários dispositivos ubíquos. A forma de acesso aos serviços
poderá ser prejudicada, pois a quantidade de informações acessadas por usuários, a
qualquer momento e em qualquer lugar, em modelos computacionais ubíquos, será
grande. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam que:
Para facilitar a integração, deve-se privilegiar o desenvolvimento de
sistemas baseados no uso de conversores middleware, XML e SOAP.
Devido à característica móvel e dinâmica das aplicações ubíquas, existe
uma constante variação no conjunto de componentes que estas se
comunicam. Por isso, a integração trata em especial a associação e a
composição de componentes.
44

Sendo assim, para que o relacionamento estabeleça uma disponibilidade de
recursos compartilhando serviços uns dos outros, é importante a utilização de
aplicações baseadas em conversores, um deles é o middleware8. Na figura que
segue há um exemplo de apresentação do middleware numa aplicação. Nesse
exemplo de um jogo online o middleware faz todo o processo de comunicação entre
a plataforma de aplicação do jogo e a rede distribuída.

Figura 8: Representação do Middleware
Fonte: Renzo Assano, 2006, acesso em 20/10/2010.

8

É uma camada de software intermediária entre a aplicação e a infraestrutura que possibilita a
comunicação entre componentes distribuídos e promove através de interfaces o reuso de serviços o
desenvolvimento de aplicações mais eficientes no ambiente distribuído.
45

Os outros dois protocolos de comunicação e serviço de suma importância que
serão citados conceitualmente neste trabalho são o protocolo SOAP9 e o XML10. O
XML é um protocolo utilizado para se definir uma gramática especializada, porém,
flexível, que padroniza o formato das estruturas de trocas de informações. Segundo
Araújo (2003, p.70) o XML é
[...] é uma sintaxe baseada em texto que é legível tanto por computadores
quanto por humanos. Oferece portabilidade de dados e reusabilidade em
diferentes plataformas e dispositivos. Algumas das aplicações do XML
incluem: suporte a publicação independente de mídia, o que permite que
documentos sejam escritos uma vez e publicados em múltiplos formatos de
mídia e dispositivos.

Eventualmente serão desconsideradas aqui as questões de segurança e
privacidade que são tratadas na próxima subseção.

5.2 Segurança e Privacidade

A idéia dessa subseção é levantar algumas questões gerais sobre alguns
aspectos pertinentes a segurança e a privacidade sensivelmente para os usuários
que utilizarão uma rede, possivelmente, muito complexa. Em aplicações de
computação ubíqua é importante e necessário um mecanismo que garanta
autorização,

autenticação,

integridade.

Por

ser

uma

rede

complexa,

tal

comportamento pode ser necessário como garantia da autoconfiança dos usuários.

Conforme Braz (2008, p3-5. acesso em 5 out.2010) “Nos ambientes ubíquos a
exposição do usuário é muito maior, pois a computação ocorre em espaços físicos
comuns e qualquer um que passe ali pode se tornar um usuário autêntico da
aplicação sem nem mesmo perceber”.

Os aspectos de segurança e privacidade tornam-se críticos quando a
interação entre os diversos dispositivos heterogêneos disponíveis no ambiente não

9

Protocolo simples e leve para troca de informação em um ambiente distribuído e descentralizado
como a internet, por exemplo.
10
Extensible Markup Language.
46

tenham certo tipo de organização e proteção. Assim, o controle de privacidade e
segurança tendem a ter grande importância contra possíveis ataques, ressalta-se
que, quando necessário, de forma segura, a criptografia também é garantia de
legitimidade nas entidades. Segundo Costa e Geyer (2006. Acesso em 02 set. 2010)
Uma das questões importantes na computação ubíqua, assim como nos
sistemas distribuídos, é garantir autenticidade, autoridade, integridade,
confidencialidade e confiabilidade. Mecanismos de segurança tais como
criptografia e protocolos seguros são usados. Entretanto, privacidade e
confiança tornam-se mais sensíveis na computação ubíqua.

Por outro lado, Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam
que “A segurança e privacidade é uma questão em estudo no âmbito da computação
ubíqua. Muitos dos projetos de infraestrutura em desenvolvimento não focam esta
questão”. De acordo com Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010),
[...] Com a proliferação de sensores e o desenvolvimento de modelos de
contexto, os bancos de dados de diversas empresas e órgãos
governamentais ou não irão armazenar grande quantidade de informações
sobre os usuários, inclusive de caráter íntimo. A questão está em como
proteger estes dados e garantir que seus detentores o protejam.

É importante se definir a quantidade de informação ou de recursos que devem
ser revelados para cada usuário em nível de segurança e privacidade. Sendo assim,
Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010) afirma que:

“Devido à alta conectividade dos dispositivos, sistemas de proteção e
firewalls11 deverão ser implantados de forma (embarcada) a fim de proteger os
usuários e o próprio hardware de acessos não autorizados, roubo de conteúdo ou
mesmo vandalismos”.

Para a disseminação de sensores, alta conectividade e o desenvolvimento de
novos modelos computacionais são necessários a implantação de uma política de
segurança e privacidade para o novo modelo computacional, uma vez que os riscos
existem. Entre tais riscos pode-se citar o acesso indevido e adulterações de dados
que são freqüentes em sistemas e os cenários ilustrativos de possíveis problemas

11

Dispositivos de uma rede de computadores que tem por objetivo aplicar uma política de segurança
a um determinado ponto de controle de rede.
47

ocasionados na segurança, no entanto, pretende-se nesse capitulo apresentar, de
modo geral, os principais conceitos básicos de criptografia e firewall como uma das
técnicas mais importantes de segurança.

5.3 Complexidade

O processo de complexidade de sistemas conta com a existência de uma
área de pesquisa denominada Calm Technology12, também pesquisada por Mark
Weiser, que é exclusiva e de suma importância quando se trata da questão da
complexidade, assim sendo, busca-se nesse momento da pesquisa abordar o calm
technology como uma das maneiras de se solucionar a questão da complexidade de
sistemas ubíquos. Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010) trata a complexidade
como:
A automatização dos sistemas e dispositivos pode tornar os sistemas
complexos demais para os usuários, sobrecarregando-o com excesso de
informações e funcionalidades. A solução do problema de excesso de
informações expostas aos usuários deverá ser tratada.

Por outro lado Weiser (1996, acesso em 26 set. 2010) diz que:
[...] com implicações diretas em nosso conhecimento, que aumenta
habilidades para agir adequadamente dentre várias circunstâncias sem ser
sobrecarregado com informações. Assim, o uso de tecnologia tranqüila
desenvolve um ambiente agradável.

Entretanto, as responsabilidades são distribuídas entre vários dispositivos
pequenos que assumem funções e executam certas tarefas comportamentais. Estes
dispositivos relacionam-se entre si na construção da inteligência nos ambientes, que
eventualmente são disseminadas nas aplicações.

12

Integrações de forma tranqüila e até imperceptíveis.
48

5.4 Interfaces com o Usuário

A interface com o usuário, propriamente dita, deve ser salientada com mais
atenção. Inicialmente, nos sistemas ubíquos, o usuário irá alimentar o sistema de
acordo com suas preferências. É provável que em ambientes com alto grau de
complexidade, essas pessoas interajam com o ambiente computacional, muitas
vezes, não visível para os mesmos, em sistemas computacionais embutidos nas
coisas provendo informações, como já foi visto em subseções deste capitulo.

Sobre essa questão, Chittaro citado por Costa e Geyer (2006, acesso em 02
Set. 2010) afirma que, “[...] é preciso considerar: os limites das telas, as diferentes
razões de aspecto, o hardware embutido, os periféricos e as técnicas de entradas de
dados, a conectividade, o desempenho e as ferramentas disponíveis para
desenvolvimento.”

Partindo-se para outra visão é importante se juntar os dados do usuário com o
ambiente real, preservando a atenção do mesmo e evitando a saturação das
informações. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que “A
interface com o usuário ou projeto da interação homem-máquina é um tópico
significativo na computação ubíqua. Devem existir muitas formas de interagir com o
usuário por causa das restrições dos dispositivos móveis”.

Simultaneamente os ganhos em termos de usabilidade e acessibilidade com a
implementação de interfaces com o usuário justificam o seu alto custo de
desenvolvimento em capacitar esforços para explorar novas aplicações e diversas
técnicas que utilizam conceitos para propiciar experiências mais ricas de interação
aos usuários.
49

Figura 9: Cena do Filme Minority Report, em que a Personagem Interage com o Computador por Meio
de gestos.
Fonte: The Internet Movie Database, 2010, acesso em 06/10/2010.

Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam que, “O
desenvolvimento de interface para a computação ubíqua é um problema em aberto,
soluções que façam o computador se encaixar no mundo real e nas necessidades
humanas devem ser desenvolvidas”. A Tendência é a criação de interfaces e
programas onde as funções e ícones são intuitivos para o usuário fazendo com que
o mesmo consiga fazer uso de novos softwares sem necessariamente ter visto
previamente, implícitas com o mundo real. Sendo assim o objetivo da Interface
Natural13 é a não utilização do paradigma convencional teclado, mouse e display. De
acordo com Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010),
[…] o mundo não é um desktop a artificialidade envolvida no modelo de
janelas da computação moderna infringem o princípio básico de
invisibilidade da computação ubíqua. Em smart spaces é preciso que se
busquem técnicas para que os recursos normalmente utilizados no dia a dia
de uma sociedade, como gestos, voz e mesmo olhares, permaneçam
como meio de comunicação entre homem e maquina. se a proposta é
integrar sutilmente elementos digitais ao mundo real sem influenciar na
normalidade de seu funcionamento.

Embora freqüentemente a interface seja um desafio em aberto é preciso focar
soluções como o desenvolvimento de computadores que se encaixam na vida

13

Utiliza-se de recursos como gestos, voz e olhares para a comunicação entre homem e máquina,

propondo a integração sutil de elementos digitais ao mundo real sem influenciar a normalidade de seu
funcionamento.
50

humana, juntando informações de usuários com ambiente real evitando saturação
de sistemas e fornecer serviços adequados.

5.5 Considerações Sobre o Capítulo

No capitulo 5 a abordagem girou em torno de se conceituar brevemente os
aspectos gerais e principais da computação ubíqua que podem vir a impedir que a
mesma se torne realidade. A segurança, a privacidade, a complexidade e as
interfaces com usuário e integração foram alguns dos desafios tratados. Assim,
chega-se ao termino dessa pesquisa demonstrando a questão da computação
ubíqua como um novo paradigma computacional que, pelo menos conceitualmente,
possibilita praticidade no que tange a execução de inúmeras tarefas. Entretanto os
desafios a serem superados são muitos, uma vez que o impacto dessa forma de
computação passa a ser sentindo em todas as áreas passando pelos componentes
de hardware e chegando ao desenvolvimento de interfaces.
51

6 CONCLUSÃO

A

computação

ubíqua

é

um

novo

paradigma

computacional

que

conceitualmente traz praticidade na execução de inúmeras tarefas, fornecendo
serviços computacionais e funcionalidade para usuários. Esse tipo de computação
encontra-se embutida em diversos objetos do cotidiano tendo como consideração
maior a interação entre pessoa e máquina invisível de tal forma que as pessoas nem
percebem que estão dando comandos a algum dispositivo computacional presente
em um ambiente qualquer. Isso, na verdade, é integrar a informática com as ações e
comportamentos naturais das pessoas.

Vários desafios devem ser superados, uma vez que, o impacto da
computação ubíqua pode ser sentido em todas as áreas: desde componentes de
hardware, passando por métodos computacionais, protocolos de rede, e chegando
ao desenvolvimento de interfaces. Quando analisada uma escala de todas as
considerações e fatos, tanto sociais e organizacionais quanto tecnológicos, é certa
uma composição concreta e apresentação de aplicações mais robustas, que
minimizem quaisquer furos, de forma personalizada, trazendo benefícios e
atendendo as necessidades dos usuários buscando não interferir na consciência de
quem a está utilizando.

Desse modo, a questão que envolve a complexidade se torna bastante
interativa, calma e confortável para os usuários. De um ponto de vista social,
pesquisadores afirmam a importância de se privar a integridade, autenticidade, entre
outros. Assim, sem o estabelecimento de criptografia em aplicações que utilizam
dispositivos conectados freqüentemente que interagem em plataformas distintas,
fato que pode torná-los vulneráveis, e sem um planejamento de riscos e a
implantação de sistemas de proteção e firewalls, como citado em capítulos
anteriores, será impossível que uma tecnologia flua de forma transparente.

Desafiador é entender como os avanços tecnológicos podem ajudar aos seres
humanos e na manutenção do bem-estar social. Um bom exemplo a ser citado é a
agregação de dados capturados por sensores que podem resultar numa maior
comunicação social, sobretudo pelo fato de que os computadores estarão por toda
52

parte conectados por redes fixas ou móveis, realizando tarefas apropriadas em
dispositivos apropriados que explorem as características únicas de cada um deles.

A computação, na verdade, não é apenas personal computing, não é apenas
a computação da lato sensu conhecida. A computação é muito maior que isso. É a
introdução de uma nova maneira de se fazer uso de computadores, contando com
facilidades computacionais no ambiente que auxiliam nas tarefas cotidianas da vida
dos indivíduos.

Desse modo, pode-se dizer que as mais importantes evoluções tecnológicas
são aquelas que alteram de forma profunda o ambiente tecnológico onde os
indivíduos se inserem. As evoluções tecnológicas não devem apenas conduzir
mudanças revolucionárias na forma como se utilizam os computadores nem,
tampouco, buscar ser a mais impactante ou aquela desenvolvida encima de uma
interface gráfica mais rica. A tecnologia mais relevante no mundo é a que muda a
forma como os indivíduos se relacionam e interagem com o mundo tecnológico.
53

7 REFERÊNCIAS
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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE COMPUTADORES, 2003, São Carlos,
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de S. Carlos (UFSCar). Disponível em:
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http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=340 >.Acesso em:
20 de out 2010.

BARROS, P. H. L. Uma proposta para sincronização de dados em dispositivos
ubíquos. Dissertação (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia
Elétrica Programa de Pós – Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte de 2008. Disponível em
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Programa de Mestrado em Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de
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COSTA, C.A; GEYER, C.F.R. Um Modelo Genérico de Infra-estrutura de Software
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Porto Alegre, Anais... Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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<http://gppd.inf.ufrgs.br/wsppd/2006/downloads/artigos/costa-modelo-artigo.pdf>
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DOMINGUES, F. L. Computação ubíqua. Rio de Janeiro, 13/06/2008.
Disponível em: <http://www.guiadohardware.net/artigos/computacao-ubiqua/>
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54

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<http://www.planetamecanico.com.br/index.php?option=com_content&view=article&i
d=130:o-que-e-tecnologia-embarcada&catid=45:automacao&Itemid=64>
Acesso em: 02 de out. de 2010.

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Computação ubíqua

  • 1. INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO RÔMULO DA SILVA RODRIGUES A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 2010
  • 2. RÔMULO DA SILVA RODRIGUES A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL Monografia apresentada ao curso de Sistemas de Informação na Faculdade do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação. Orientador: Prof.Msc. Ricardo Maroquio Bernardo CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 2010
  • 3. RÔMULO DA SILVA RODRIGUES A COMPUTAÇÃO UBÍQUA DENTRO DO PARADIGMA COMPUTACIONAL Monografia apresentada ao curso de Sistemas de Informação na Faculdade do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação. Aprovado em ___ de dezembro de 2010. COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________________________ Prof. Me. Ricardo Maroquio Bernardo - Orientador - IESES ____________________________________________________ Prof. Me. Jocimar Fernandes - IESES ____________________________________________________ Prof. Me. Ednéa Zandonadi Brambila - IESES
  • 4. À Deus, meus pais e amigos.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, por guiar-me nas decisões e colocar em meu caminho excelentes oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Aos meus pais, João Batista Galito Rodrigues e Selma da Silva Rodrigues, meus irmãos Danilo Rodrigues, Douglas Rodrigues e Raphael Rodrigues, que são as pessoas mais importantes em minha vida. Tenho muito a agradecer a elas que são maravilhosas e que sempre me deram força e apoio para meu crescimento, podendo assim alcançar minhas metas. Ao meu professor orientador, Prof. Msc. Ricardo Maroquio Bernardo e Prof ª Ednéa Zandonadi Brambila, pelos conhecimentos transmitidos, orientação, paciência e atenção a mim dispensada durante o desenvolvimento desse trabalho. Aos amigos Dr. Rodrigo Albernaz, Prof.ª Carla Elizabeth, Prof.ª Vera e Prof.Jaime Reis, que cederam parte de seu valioso tempo para que eu chegasse até este momento. Ao Wagner Tanaka Botelho e Sandro Santos de Lima do Instituto Militar de Engenharia (IME), que com seus estudos iniciais nesta área, foi o meu maior incentivo para dar seguimento a este trabalho. Obrigado amigos, parceiros, colaboradores e professores, pelo incentivo e apoio prestados.
  • 6. “[...] As tecnologias mais profundas e duradouras são aquelas que desaparecem. Elas dissipam-se nas coisas do dia a dia até tornarem-se indistinguíveis.” Mark Weiser – 1952 a 1999 – Cientista Chefe do Xerox Parc.
  • 7. RESUMO Este trabalho, de revisão bibliográfica, visa apresentar as principais definições referentes à computação ubíqua que tende a romper o paradigma computacional tradicional. Demonstrar as tecnologias envolvidas e os desafios serem vencidos, apresentar diferentes visões que podem ter de uma tecnologia envolvida nesta desafiadora área emergente de pesquisa, mostrando algumas características e conceitos gerais de ambientes inteligentes. Entre os temas pesquisados encontramse computação ubíqua, computação invisível e ambientes inteligentes. Entre as conclusões encontradas ressalta-se que a computação ubigua busca a superação dos desafios computacionais que surgem e disputam os interesses da comunidade de pesquisa, entre eles, a questão da segurança, privacidade, complexidade de sistemas, integração e interface com usuário. Palavras-chave: Computação Ubíqua. Computação Invisível. Ambientes Inteligentes
  • 8. ABSTRACT This work, a literature review, aims to present the main definitions related to ubiquitous computing that tends to break the traditional computing paradigm. Demonstrate the technologies involved and the challenges to overcome have different views that may have a challenging technology involved in this emerging area of research, showing some characteristics and general concepts of intelligent environments. Among the topics surveyed are ubiquitous computing, invisible computing and smart environments. Among the conclusions reached it is noteworthy that the computation ubigua seeks to overcome the computational challenges that arise and compete for the interests of the research community, among them the question of security, privacy, complexity of systems integration and user interface. Keywords: Ubiquitous Computing. Invisible Computing. Intelligent Environments.
  • 9. LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS AMI Ambientes Inteligentes PC Computador Pessoal PARC Palo Alto Research Center SOAP Simple Object Access Protocol UC Ubiquitous Computing XML Extensible Markup Language
  • 10. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIG. 1 - Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual ...................................................... 23 FIG. 2 - As Principais Tendências da Computação ....................................................... 26 FIG. 3 - O Relacionamento Entre as Três Tecnologias ................................................. 31 FIG. 4 - Sensores de Estacionamento são Instalados no Pára-Choque ....................... 34 FIG. 5 - Jogo Pervasivo e Camiseta que Detecta Rede Sem Fio.................................. 36 FIG. 6 - Analogia: Cérebro x Ambiente Inteligente ........................................................ 38 FIG. 7 - Questões em Aberto da Computação Ubíqua a Serem Superados ................. 42 FIG. 8 - Representação do Middleware ......................................................................... 44 FIG. 9 - Cena do Filme Minority Report, em que a Personagem Interage com o Computador por meio de Gestos .................................................................................. 49
  • 11. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1Objetivos .............................................................................................................. 14 1.2 Justificativa .......................................................................................................... 15 1.3 Metodologia ......................................................................................................... 15 1.4 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 17 2.1 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 21 3 COMPUTAÇÃO UBÍQUA ....................................................................................... 22 3.1 Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual ......................................................... 23 3.2 Visões de Mark Weiser........................................................................................ 25 3.2.1- Era do mainframe ............................................................................................ 26 3.2.2 Era dos computadores pessoais (PC) .............................................................. 27 3.2.3 Era da computação ubíqua (UC) ...................................................................... 27 3.3 Computação Ubíqua é Tendência ....................................................................... 28 3.4 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 29 4 COMPUTAÇÃO UBIQUA E SENSIBILIDADE AO AMBIENTE .............................. 31 4.1 Relacionamentos da Computação, Ubíqua, Móvel e Pervasiva .......................... 31 4.2 Conceito de Tecnologia Embarcada ................................................................... 33 4.4 Invisibilidade de Dispositivos Ubíquos ................................................................ 36 4.5 Ambientes Inteligentes ........................................................................................ 38 4.6 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 41 5 QUESTÕES EM ABERTO DA COMPUTAÇÃO UBIQUA ...................................... 42 5.1 Integração ........................................................................................................... 43 5.2 Segurança e Privacidade .................................................................................... 45 5.3 Complexidade ..................................................................................................... 47 5.4 Interfaces com o Usuário..................................................................................... 48
  • 12. 5.5 Considerações Sobre o Capítulo......................................................................... 50 6 CONCLUSÃO......................................................................................................... 51 7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 53
  • 13. 13 1 INTRODUÇÃO Ao longo dos últimos anos predominaram no que tange a tecnologia, fatos históricos importantes a serem salientados: em primeiro lugar, a era dos mainframes, que foram dando espaço a uma configuração denominada computação pessoal. Após passagem pelo período da internet e da computação distribuída entra-se na era da computação ubíqua ou computação pervasiva caracterizando, a terceira geração da computação. Esse modelo se fundamenta por usuários conectados em uma rede qualquer, seja esta fixa ou móvel, contando com vários dispositivos computacionais embutidos em ambientes inteligentes de forma invisível, compartilhando dados e acessando informações a qualquer momento, em qualquer lugar. A tendência que se percebe, estudada por pesquisadores em todo mundo, é o aumento do número de computadores por usuário. Muitas máquinas funcionando simultaneamente, causando assim, como toda tecnologia, aspectos bons e ruins. Na computação ubíqua, alguns aspectos que, a longo prazo, deverão ser tratados com devido cuidado se relacionam a complexidade dos sistemas, bem como a privacidade, segurança, integração e interfaces com o usuário. Por outro lado, a tecnologia em questão poderá também trazer benefícios positivos, ou seja, tornar a vida dos indivíduos mais fácil e confortável, uma vez que, em um dia comum um indivíduo desliga o despertador, toma café da manhã, dirige seu carro até o trabalho e atende o celular enquanto está passando seu crachá pela catraca de controle do prédio comercial onde trabalha. Assim, antes de se fazer login em seu PC de trabalho, o indivíduo já interagiu com pelo menos quatro computadores. A computação ubíqua é um novo paradigma computacional, provê um grande aumento das funcionalidades e disponibilidades de serviços para os usuários finais. É importante frisar que a computação ubíqua propriamente dita é o relacionamento de um usuário para vários dispositivos computacionais conectados entre si acessando informações a qualquer momento, em qualquer lugar. Os usuários não perceberão essa interação pessoa/máquina. A tecnologia torna-se invisível para os usuários ao interagir com estes ambientes computacionais, os mesmos estabelecem uma grande capacidade de processamento altamente natural considerando os
  • 14. 14 aspectos de localização, ambiente e serviços. Por outro lado, a computação ubíqua tem como objetivo prover aos usuários acesso permanente seja ela uma rede fixa ou móvel, independente de sua posição física, com disponibilidade de acessar informações, aplicações e serviços a qualquer lugar, em qualquer momento, de tal forma que o usuário não precise estar ciente da existência de uma infraestrutura computacional embutida no ambiente. Assim, essa pesquisa, pautada em revisão bibliográfica visa, de forma clara e objetiva, apresentar as principais definições referentes à computação ubíqua que tendem a romper o paradigma computacional tradicional além das tecnologias envolvidas e dos desafios serem vencidos. Procura-se ainda, apresentar as mais diferentes visões que podem ter uma tecnologia envolvida nesta desafiadora área emergente de pesquisa ressaltando características e conceitos gerais de ambientes inteligentes. Para que a computação ubíqua se torne possível o computador deve ser transportado de seu mundo muitas vezes isolado e ser integrado ao novo paradigma computacional. Este novo modelo está baseado na proliferação de dispositivos computacionais ubíquos, embutidos em diversos objetos fazendo com que esta tecnologia se integre aos diferentes ambientes de forma natural, transparente, capaz de capturar informações de usuários com o intuito de auxiliar na realização de determinadas atividades que beneficie os mesmos. 1.1 Objetivos Este trabalho visa apresentar as principais definições referentes à computação ubíqua que tende a romper o paradigma computacional tradicional, demonstrando as tecnologias envolvidas e os desafios a serem vencidos. Para alcançar os objetivos gerais definidos para o trabalho, pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos listados a seguir:
  • 15. 15 a) Levantar os requisitos necessários da computação ubíqua para apresentar o desenvolvimento de aplicações em ambientes inteligentes; b) Abordar a invisibilidade de dispositivos ubíquos impregnados em ambientes personalizados, de maneira imperceptível para os usuários propondo como resultado o uso menos complexo destes sistemas; c) Detectar os principais aspectos desse novo paradigma computacional acerca dos desafios a serem alcançados para a melhor interação com os usuários; d) Apresentar diferentes visões que podem ter de uma tecnologia envolvida nesta desafiadora área emergente de pesquisa, mostrando algumas características e conceitos gerais de ambientes inteligentes. 1.2 Justificativa A preocupação mútua com a forte interação entre homem /máquina, tem levado algumas comunidades de pesquisa relacionada ao assunto desenvolverem especificamente condições para verificar a abrangência e aceitação de programas ubíquos, principalmente no que diz respeito à melhor qualidade de vida das pessoas. As aplicações ubíquas precisam se adaptar ao ambiente, uma vez que com as mesmas podem-se compreender condutas facilitadoras que transcendem uma nova classe de sistemas computacionais adaptativos ao ambiente, que exploram tanto a natureza dinâmica quanto a móvel e funcional, proporcionando assim, uma melhor qualidade de vida e conforto para os usuários destas tecnologias. 1.3 Metodologia A metodologia empregada no desenvolvimento da fundamentação teórica da pesquisa que segue se caracteriza em revisão bibliográfica e seguirá os seguintes passos:
  • 16. 16 a)Realização pesquisas em artigos, revistas, monografias, dissertações e páginas da web; b)Elaboração do modelo conceitual da computação ubíqua; c)Levantamento das visões de Mark weiser e as tendências deste novo modelo computacional; d)Análise da interação e comportamento das pessoas em relação a este novo paradigma tecnológico; e)Abordagem sucinta dos ambientes inteligentes; f) Apresentar as questões em aberto dessa nova tecnologia. 1.4 Estrutura do trabalho Para a apresentação do trabalho proposto, esta monografia encontra- se organizada em sete capítulos incluindo esta introdução. No capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica dos assuntos que são abordados no decorrer dos capítulos posteriores e de assuntos que fundamentam teoricamente o trabalho. No capítulo 3 são abordados os principais conceitos numa descrição detalhada sobre computação ubíqua e apresentado, na visão de Mark Weiser, conceitos que estabelecem a diferença da computação ubíqua versus realidade virtual. Considerando os principais aspectos que se deve levar em consideração para que a mesma venha tornar-se de fato uma realidade. O capítulo 4 traz uma abordagem das três principais tecnologias relacionadas neste trabalho, bem como os princípios pelas quais são definidas as diferenças entre as mesmas. O computador é como uma peça fundamental nas atividades cotidianas que se disseminam no mundo físico tornando- se tão presente e imperceptível quanto o ar que se respira. Depois de compreender a computação pervasiva, serão apresentados os espaços inteligentes, numa definição sucinta de ambientes inteligentes integrados ao paradigma computacional.
  • 17. 17 No capítulo 5 é apresentado um breve conceito dos principais aspectos da computação ubíqua que podem vir a impedir de a mesma tornar se realidade. Segurança, privacidade, complexidade, interfaces com usuário e integração são nesse contexto alguns dos desafios que serão tratados. O capítulo 6 traz as considerações finais e comentários gerais, levantando também questões referentes a trabalhos futuros. No capítulo 7 são apresentadas as referências utilizadas para a concepção do trabalho. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O paradigma da computação ubíqua, conceito bastante complexo, se relaciona à ambientes inteligentes e outros aspectos da computação. Entre os pesquisadores dessa temática, se encontram grupos compostos por engenheiros eletricistas, engenheiros de computação, arquitetos, psicólogos entre outros profissionais. Tendo o propósito de considerar os elementos que compõem a computação ubíqua, primordialmente Rolins (2001) fundamenta as mudanças tecnológicas que alteram o espaço físico dos indivíduos de modo que estes pudessem se relacionar de maneira harmônica com este. Ressalta-se que Weiser (1991, 1993, 1996), em seus artigos, apresenta, de forma sucinta, alguns dos conceitos relativos à computação ubíqua e, acima de tudo, a respeito de suas diferenças. Já em Rolins (2001), observa-se o impacto da computação em todo lugar e a todo o momento que, de forma invisível, transforma todas as ações executadas pelos indivíduos cotidianamente. De acordo com a visão de Weiser e Brown (1996) serão apresentadas as eras computacionais pelas quais a informática passou: a era dos mainframes cujo relacionamento das pessoas se associa a um único computador robusto e a era dos computadores pessoais onde há um relacionamento unidirecional, ou seja, uma única pessoa associada a um único computador.
  • 18. 18 Na busca pela apresentação da computação ubíqua recorre-se a Weiser e Brown (1996) que demonstram como se dá o relacionamento de um indivíduo quando associado a vários computadores e tecnologias existentes. Desse modo, Weiser (1993) destaca aplicações criadas por ele próprio até o ano de 1993 que, por sua vez se contrariam o princípio da invisibilidade proposto pela computação ubíqua. Por outro lado, quanto mais presente na vida dos indivíduos uma tecnologia estiver, menos perceptível ela deve se tornar. De acordo com Araújo (2003) a era atual conta com a junção de dispositivos e aplicações que executam e se movem de forma transparente em redes distintas. Todavia, a tendência desta nova visão da computação, retratada por Weiser e Brown (1996), só é possível graças a uma ligação com a internet, sendo uma grande propulsora. Ainda neste capítulo, Araújo (2003) explora, sinteticamente, este novo conceito que já faz parte do cotidiano das pessoas e Rolins (2001) corrobora com Weiser e Brown (1996) quando afirma que a computação ubíqua se dissemina entre os indivíduos de modo invisível. Com relação ao relacionamento entre as tecnologias abordadas nessa pesquisa, computação ubíqua, móvel e pervasiva, Araújo (2003) afirma que as mesmas são tratadas por muitos autores como sinônimas, entretanto, ressalta-se que, para outros muitos, são consideradas conceitualmente diferentes. Já Rolins (2001) em suas observações menciona que a mobilidade complementa as ações da computação ubíqua, cumprimentando a tendência de Costa e Geyer (2006) de tratarem a computação móvel como a propulsora desta era computacional chamada: computação ubíqua. Araújo (2003) afirma que, a computação ubíqua se beneficia da mobilidade e funcionalidade da computação pervasiva. Impulsionados por esta área emergente de pesquisa, Lyytien e Yoo citados por Araújo (2003) afirmam que, muitos autores, ao empregarem ações destas três tecnologias, conceitualmente diferentes, passam a entendê-las melhor gerando a evolução desses conceitos, fazendo com que sejam melhor compreendidos tornando-os considerações mais objetivas e claras.
  • 19. 19 Na busca por se demonstrar as diferenças existentes entre os três termos citados apresenta-se nessa pesquisa, um quadro demonstrando o alto grau de embarcamento visando especificar o grau de inteligência, para determinadas ações executadas pelos usuários, dos computadores embutidos em um ambiente pervasivo, ressalta-se ainda, sintetizada por Robson (2010) uma definição de tecnologia embarcada. Sendo assim, Barros (2008) afirma que, a computação ubíqua é a junção das outras duas tecnologias, computação móvel e pervasiva. Desse modo, para esse mesmo autor o objetivo da computação ubíqua é beneficiar os usuários dessa tecnologia onde dispositivos computacionais exigem o mínimo de intervenção humana. Para Araújo (2003) os dispositivos estarão inseridos na vida das pessoas de forma invisível, aplicados ao princípio da computação ubíqua. Nesse contexto, repleto de paradigmas, os indivíduos devem aprender a conviver e interagir com computadores invisíveis. Esse fato os possibilitará representar um ambiente invisível, proveniente da computação pervasiva. Costa e Geyer (2006) afirmam que a invisibilidade incorporará às nossas vidas diárias, em um futuro próximo, sistemas que necessitam de mínima intervenção humana comunicando-se com usuários proporcionando, a estes, benefícios, tornando-se natural que os mesmos deixem de perceber sua existência. Rolins (2001) acrescenta ao estudo dados que revelam uma constante interação entre homem e máquina. Já Kohler (1996) afirma que as ações destes equipamentos são dependentes das preferências e condições do ambiente ou mesmo da necessidade de seus usuários que poderão interagir com o meio ambiente atrelado com dispositivos computacionais embutidos através de gestos. Essa pesquisa também é composta pelo estudo de ambientes inteligentes envolvendo a identificação de indivíduos. Tais ambientes atuam de forma personalizada em uma forte associação e comunicação de elementos que o compõem visando sempre o aperfeiçoamento da execução das tarefas. Desta maneira, Domingues (2008) menciona que os ambientes inteligentes são o conjunto de tecnologias que trabalham de forma integrada, assim sendo, se tais ações
  • 20. 20 ocorrem sem a intervenção dos usuários pode se considerar o princípio da computação invisível. Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca. 2007) afirmam que os ambientes inteligentes se tornaram uma área que engloba muitas disciplinas importantes. Ressalta-se que só são considerados como inteligentes quando esses ambientes não interferem onde as diversas tecnologias complementam umas as outras. Gomes (2007), em suas observações, menciona que os espaços inteligentes, também entendidos como smart spaces, são parâmetros precursores da computação ubíqua, na integração entre elementos computacionais e componentes do mundo físico. A computação ubíqua precisa de muitas contribuições para se evoluir, assim, uma nova visão é necessária para que esse novo paradigma trate vários desafios em aberto. Nessa pesquisa aborda-se a integração, complexidade, segurança, privacidade e interface com usuário como um dos desafios na computação ubíqua, dessa forma, Araújo (2003) tratará da existência de múltiplos dispositivos, entre eles aqueles que servem para acessar informações ou mesmo aqueles que dão acesso ao entretenimento. A integração é um dos desafios para computação ubíqua. Costa e Geyer (2006) afirmam que permitir interações entre variados componentes disponíveis em diversos dispositivos, bem como, possibilitar à comunicação e o entendimento entre eles é um dos desafios identificados. Desse modo, para se facilitar a integração, deve-se privilegiar o desenvolvimento de sistemas baseados no uso de conversores middleware, XML (Extensible Markup Language) e SOAP (Simple Object Access Protocol). Em Araújo (2003), a questão da segurança da e privacidade são tratadas como um assunto importante nesse âmbito, para Braz (2008) nos ambientes ubíquos a exposição dos usuários é muito maior, uma vez que, qualquer pessoa pode ser autêntica numa aplicação sem ao menos perceber. Segundo Costa e Geyer (2006) muitos projetos em desenvolvimento não focam a questão da
  • 21. 21 segurança e privacidade fazendo com que essas questões se tornem de suma importância quando se procura garantir a autenticidade e a confiabilidade. Domingues (2008) afirma que a questão maior está em como se proteger estes dados, em contrapartida, descreve uma das soluções para esse problema retratando que, sistemas de proteção e firewalls deverão ser implantados com a finalidade de proteger os usuários e o próprio hardware de acessos não autorizados. Um sistema complexo deve ser observado como um desafio onde, segundo Domingues (2008) a complexidade são vários dispositivos fornecendo muitas informações sem um controle predefinido, sobrecarregando de informações e funcionalidades. Weiser (1996) menciona sobre a importância de uma interação tranqüila fato que remete ao uso de uma tecnologia tranqüila como a Calm Technology. Embora a idéia básica de interface mencionada por Chittaro, citado por Costa e Geyer (2006), seja considerar os limites, aspectos e hardwares embutidos, assim como, periféricos, entradas de dados e conectividade. Partindo-se para uma visão dinâmica, retrata-se que devem existir várias formas de interação com o usuário, da mesma forma que, devem existir soluções computacionais mais intuitivas e menos complexas. Ainda segundo Weiser (1993) é preciso se buscar técnicas para que os recursos normalmente utilizados no dia-a-dia de uma sociedade, como gestos, voz e mesmo olhares, permaneçam como meio de comunicação entre homem e máquina. 2.1 Considerações sobre o capítulo Ao considerar os dados citados pelos autores apresentados neste capítulo, conclui-se que dispositivos eletrônicos e periféricos tornarão itens muito freqüentes nas atividades rotineiras dos seres humanos. Foram apresentados conceitos básicos da computação ubíqua e de assuntos relacionados. O capítulo seguinte trata da computação ubíqua em si, focando em seus principais conceitos.
  • 22. 22 3 COMPUTAÇÃO UBÍQUA A computação ubíqua, como área emergente de pesquisa, caracteriza-se como uma nova maneira que os indivíduos têm de utilizarem computadores. De acordo com Rolins (2001, p.8), “As importantes ondas de mudança tecnológica são aquelas que fundamentalmente alteram o lugar da tecnologia em nossas vidas. Não é só a tecnologia que importa, mas a forma como ela se relaciona com os seres humanos”. Desse modo, a terminologia computação ubíqua é definida pela primeira por Mark Weiser1 (23/07/1952 – 27/04/1999), chefe do centro de pesquisa da Xerox Parc2 nos Estados Unidos. Suas pesquisas tiveram início no ano de 1988 onde, no final dessa década e inícios dos anos 90 publicou um de seus artigos mais importantes, “O Computador do Século 21 (The Computer for the 21st Century)”. Em seu artigo Weiser (1991, p.94-104) afirma que: [...] a computação não será exclusividade de um computador, mas diversos dispositivos conectados entre si, fazendo uso de conexão constantemente, a todo o momento, e em todo lugar, além de fácil acesso a informações onde computadores habitariam os mais diversos objetos: etiqueta de roupas, interruptores de luz, portas, janelas, canetas, mesas. Esse trecho do artigo de Weiser reflete a idéia de que a computação tornarse-ia embutida em itens do dia a dia que, normalmente, os indivíduos não pensariam ter capacidade computacional. Weiser (1991 p.94-104) destaca ainda que “[...] na computação Ubíqua, os recursos de Computação seriam onipresentes na vida diária e conectados a fim de fornecer a informação ou serviços que os usuários requerem em qualquer lugar e em qualquer tempo.” Busca-se nesse capítulo, assim como nos que seguem introduzir conceitos básicos da computação ubíqua e as propriedades que a caracterizam sintetizando o que a computação ubíqua deverá ser no futuro: algo invisível. 1 2 Cientista chefe da Xerox, considerado o pai da Computação pervasiva. Xerox Palo Alto Research Center.
  • 23. 23 3.1 Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual Weiser sempre priorizou a grande importância de se abordar a diferença entre a computação ubíqua e a realidade virtual. Para Weiser (1996, acesso em 26 set. 2010) a “Computação Ubíqua é o oposto da realidade virtual. Enquanto a realidade virtual coloca as pessoas dentro de um mundo computacional, a computação ubíqua força o computador a viver fora disso, na vida das pessoas.”, assim, enquanto a realidade virtual coloca as pessoas dentro de um mundo gerado pelo computador, a computação ubíqua força os computadores a viverem no mundo real, junto com as pessoas. Na figura abaixo, pode-se observar esses dois conceitos opostos citados por Mark Weiser: Computação ubíqua Vs. Realidade virtual. Figura 1: Computação Ubíqua Vs. Realidade virtual Fonte: Mark Weiser, acesso em 15/09/2010. Em sua conceituação, a realidade virtual apresenta os usuários inseridos em um ambiente virtual, onde a interação entre dispositivos e computadores ocorre através de instruções dadas por esses usuários, na grande maioria das vezes, um único computador principal é responsável por cuidar de tais requisições. Entretanto, na computação ubíqua, o conceito se torna totalmente contrário ao da realidade virtual, pois, os usuários estarão vivendo em seu ambiente e os diversos dispositivos
  • 24. 24 computacionais, inseridos e embutidos nessa realidade, estarão programados a atuar sobre suas vidas, com transparência, conforto e facilidade. Weiser (1993, p. 7-8) teorizou que, futuramente, “[...] o foco destes usuários ficaria voltado para a tarefa, e não para a ferramenta utilizada, utilizando-se de computação sem perceber ou necessitar de conhecimentos técnicos da máquina utilizada.”, ou seja, o funcionamento da máquina utilizada passa a ser determinado de acordo com as preferências do usuário. Weiser e Brown (1996, acesso em 26 set. 2010) afirmam, em outras palavras, que “[...] a tecnologia ubíqua só poderia efetivamente se infiltrar em nossas vidas, se ela não exigisse mais que nossa atenção periférica”. Conforme defendido por Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010) em seu artigo intitulado “the world is not a desktop”. [...] o computador é hoje uma interface de comunicação com um mundo cibernético e, como todas as interfaces de sucesso, ele tende desaparecer. Por exemplo, os óculos são uma interface entre o ser humano e ao mundo, mas, o ser humano não concentra suas atenções nos óculos, mas no mundo. Uma pessoa cega, ao utilizar sua bengala, percebe o mundo ao seu redor, e não a bengala. Mark Weiser tenta quebrar um paradigma comum da sociedade que define a computação puramente como a arte de lidar com computadores, sejam eles desktops ou laptops. É preciso que os profissionais deste mundo entendam que computação não diz respeito apenas a computadores, mas a todo e qualquer dispositivo com poder computacional, e há uma diferença muito grande nisso. Computador é aquilo que você compra na loja, coloca sobre sua mesa e usa para fins genéricos. Dispositivo com poder computacional, por outro lado, pode ser qualquer coisa que hospede um micro-processador, como carros, aviões, celulares e até alguns eletrodomésticos. (WEISER, 1993, acesso em 15 set. 2010) Seguindo esta linha de pesquisa de Mark Weiser e abordando uma visão futurista enfocando as coisas invisíveis, só percebidas através dos sentidos ou mesmo de gestos, os indivíduos passam a alimentar computadores onipresentes, num espaço qualquer, recebendo resposta imediata dos mesmos. Esse passo gera
  • 25. 25 uma mudança radical das ações executadas pelas pessoas em sua rotina diária, desse modo, Weiser (1991, p.94-104) afirma que: As máquinas que conhecemos hoje não conseguem fazer parte da vida das pessoas. Estamos tentando criar uma nova forma de pensar os computadores, uma forma que leve em conta o ambiente natural humano e que permita aos computadores ficarem ocultos por trás das coisas do nosso dia-a-dia. Aprofundando-se em sua linha de raciocínio, Weiser (1991, p.94-104) menciona que, “[...] centenas de minúsculos computadores interagem e integram se no ambiente de um modo tão natural que deixamos de ter a percepção da sua existência.”, nessa concepção paradigmática da computação, Rolins (2001, p.12) afirma que: [...] o impacto social dos computadores a qualquer hora e em qualquer lugar será análogas a duas outras tecnologias que se tornaram ubíquas. A primeira é a escrita, que é encontrada em qualquer lugar desde etiquetas de roupas até quadro para afixar anúncios. A segunda é a eletricidade, que surge invisível nas paredes de todas as casas, escritórios e carros. A escrita e a eletricidade tornaram se um lugar comum, tão quotidiano, em que as pessoas esqueceram o tremendo impacto que elas causaram na rotina de suas vidas. Assim será a computação ubíqua. Em sua visão, Mark Weiser previa um aumento das funcionalidades e da disponibilidade de serviços de computação para os usuários finais. Assim, o ambiente se apresenta impregnado de dispositivos de computação e comunicação que interagem com os indivíduos de modo tão tranqüilo que estes não percebem que estão interagindo com uma máquina, uma vez que, o ambiente gera uma interação autônoma e relevante com esse indivíduo. Entretanto, ressalta-se que, nessa nova concepção, proposta por Weiser, os indivíduos devem aprender a conviver com os computadores, e não apenas interagir com eles. 3.2 Visões de Mark Weiser Mark Weiser acreditava que a computação ubíqua seria a grande era computacional, certamente o novo paradigma da computação precedida pelas
  • 26. 26 seguintes eras: Mainframes e pessoal. Assim, a figura que segue, ilustra a cronologia das três abordagens da computação (mainframe, pessoal, ubíqua). Figura 2: As Principais Tendências da Computação Fonte: McCARTHY, 1995, adaptado, acesso em 14/10/2010. 3.2.1- Era do mainframe Nos anos 50, os mainframes, computadores de grande porte dedicados normalmente ao processamento de um volume grande de informações representavam a tendência da computação para a época. [...] a primeira era computacional a chamada era do “mainframe”. Nessa época, o relacionamento entre pessoas e computadores era estabelecido através de várias pessoas compartilhando um único computador onipotente geralmente atrás de portas fechadas. Neste período corrente o computador era um recurso escasso e negociado (WEISER e BROWN, 1996, p.1). Essa era dos mainframes foi substituída pela era dos PCs, em uma época em que estes começaram a se popularizar e tornando-se íntimos.
  • 27. 27 3.2.2 Era dos computadores pessoais (PC) Na década de 80, usuários que utilizavam computadores pessoais superavam os que utilizavam computadores compartilhados, clientes de mainframes. Assim sendo, quando se analisa o advento dos novos modelos e recursos computacionais, observa-se a necessidade da utilização dos computadores na vida das pessoas. De acordo com Weiser e Brown (1996 p.2-3), [...] a segunda grande tendência foi a do computador pessoal. Em 1984, o numero de pessoas que utilizavam computadores pessoais superavam as que compartilhavam computadores. O relacionamento da computação pessoal era íntimo. Cada pessoa com o seu próprio computador, contendo as suas coisas, e interagindo diretamente com o mesmo. O computador pessoal seria análogo ao automóvel um item especial e relativamente caro, que apesar de levar a pessoa onde ela desejava ir, também requeria uma atenção considerável para aprender a operar. Assim como uma pessoa poderia ter vários carros, ela também poderia ter vários computadores: um para casa, um para o trabalho, e um para quando estivesse fora de casa e fora do trabalho. Qualquer computador com quem o ser humano tenha um relacionamento especial, ou que o ocupa completamente, é um computador pessoal. (WEISER e BROWN, 1996, p.2-3) É certo que os indivíduos estão vivendo essa grande era dos computadores pessoais, entretanto, o foco dessa pesquisa é o advento da era da computação ubíqua. 3.2.3 Era da computação ubíqua (UC) A computação ubíqua constitui-se de um contexto inteligente beneficiada pelos avanços tecnológicos encontrados em diversos ramos de pesquisa, assim, se mostra, em grande parte, imperceptível, inteligente e altamente integrada aos modelos computacionais. [...] a terceira onda da computação é da computação ubíqua, UC, cujo ponto de cruzamento com a computação pessoal deverá ocorrer entre 2005-2020. A era da “UC” terá vários computadores compartilhados por todas as pessoas. Alguns desses computadores serão centenas daqueles que as pessoas podem acessar durante alguns minutos de consulta na Internet. Outros estarão implantados em paredes, cadeiras, roupas, carros em tudo. A “UC” é fundamentalmente caracterizada pela conexão das coisas existentes no mundo através da computação. Entre essas coisas estão incluídas várias escalas, até microscópicas. (WEISER e BROWN, 1996, p.4)
  • 28. 28 Mark Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010) afirmou que, “[...] as aplicações criadas até 1993 se distanciaram da Computação Ubíqua porque contrariaram o princípio básico da invisibilidade”. Nessa crítica, Mark incluiu até mesmo as aplicações desenvolvidas por ele no laboratório da Xerox Parc, nos Estados Unidos. “Na computação ubíqua, tem se a visão da conectividade sem fronteiras, em que dispositivos e as aplicações que executam neles movem se juntamente com o usuário, de forma transparente, entre diversas redes heterogêneas, tais como as redes sem fio de longa distância e redes de media e curta distancia” (ARAÚJO, 2003, acesso em 22 ago. 2010). A fragmentação destes momentos históricos mostra a realidade vivida pelos indivíduos na era da computação ubíqua como uma tendência natural. 3.3 Computação Ubíqua é Tendência No inicio dos anos 2000/2001, a internet começava a se popularizar deixando de ser uma rede cliente-servidor (rede distribuída) e passando a se caracterizar na rede mundial como conhecida hoje. Desde então, muitos artigos e livros vem sendo escritos sobre a internet e todas suas fases, uma vez que esta, influência, de maneira decisiva, tanto o modo como as empresas trabalham quanto o avanço tecnológico. Milhões de pessoas e suas informações passaram a estar interconectados. Weiser e Brown (1996, p.3-4) afirmam que: De maneira bastante interessante, a internet colocou em contato elementos da era mainframe e da era PC. É o advento da computação client – servidor em larga escala, onde de um lado, como clientes web, estão os PCs e de outro, como servidores web, estão os mainframes. Embora transitória, a internet é um fenômeno massivo que convoca os melhores inventores, os financistas mais inovadores e um grande número de empresas multinacionais. Ao longo de talvez mais uma década, as conseqüências dessa interconexão massiva de informações pessoais, dos governos, e dos negócios vão sedimentar esse novo campo, esse novo meio, do qual o próximo tipo de relacionamento vai surgir. Neste contexto, o homem não estará indo em busca dos recursos computacionais, mas o contrário, os recursos computacionais vindos de encontro ao homem. Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010) afirma que “Hoje, uma idéia bastante explorada é a proposta pela computação ubíqua, na qual se propõe a
  • 29. 29 computação movendo-se para fora das estações de trabalho e computadores pessoais tornando se pervasiva no cotidiano da vida das pessoas”. Assim, aplicações que se utilizam de conceitos de mobilidade, funcionalidade ganham cada dia mais espaço e se mostram como o ponto para onde as aplicações tenderão a convergir num futuro próximo. Por outro lado, em outra observação, segundo Rolins (2001, p.12) [...] a computação ubíqua coloca a computação na periferia da vida dos usuários, como uma ferramenta, e não em foco, isto é, fora de seus caminhos, permitindo assim, o verdadeiro cumprimento das tarefas que de fato, eles necessitam ou desejam concluir. O termo “ubíquo” é usado para exprimir que tanto os computadores, como a computação estarão presentes em qualquer lugar, e embutidos nas estruturas de nossas vidas, ao contrário da realidade virtual onde as pessoas são inseridas em mundos gerados dentro do próprio computador. Em outras palavras, o objetivo da computação ubíqua é mover os computadores do foco central de atenção dos usuários para um mundo invisível, onde eles são usados subconscientemente, para aumentar a eficiência das ferramentas e meios de comunicação existentes. Tal futuro vai trazer uma grande ajuda com relação ao atual problema de “sobrecarga de informação”. Ao invés das pessoas se preocuparem em lembrar as várias coisas de que necessitam, as coisas é que lembrariam as pessoas do que e quando teriam que ser executadas. Em outras palavras, uma pessoa poderia ser lembrada de que, já é hora para uma troca de óleo do seu carro, ou de que está faltando café em seu armário da cozinha, por exemplo. Ou mais além, por que não fazer com que a própria cozinha fizesse as compras dos itens necessários através de um simples envio de pedido a um supermercado. Em verdade, estas tendências tornam-se possíveis disseminando a computação entre as coisas de forma invisível, ou seja, presentes em objetos do nosso cotidiano e nos elementos que estarão interligados entre si não apenas por computadores, mas qualquer coisa eletrônica se comunicando. 3.4 Considerações Sobre o Capítulo A computação ubíqua, ou qualquer outra evolução tecnologia, de muitas formas pode ajudar usuários que se utilizam de dispositivos computacionais. Uma vez que esse tipo de computação se tornou uma tendência que beneficia atividades rotineiras executadas por seus usuários. Ressalta-se que, outras tecnologias também podem vir a ser uma realidade tecnológica, pois com o contínuo avanço das
  • 30. 30 pesquisas na área pode-se notar que, num futuro próximo, aplicações tecnologias se tornarão muito freqüentes no dia a dia das pessoas.
  • 31. 31 4 COMPUTAÇÃO UBIQUA E SENSIBILIDADE AO AMBIENTE Esse capítulo visa tratar do modo com a computação é explorada pelo ser humano, pois, à medida que novos módulos tecnológicos são difundidos o ser humano e forçado a interagir cada vez mais com essas aplicações numa interface de comunicação mais clara e intuitiva. 4.1 Relacionamentos da Computação, Ubíqua, Móvel e Pervasiva Esse capítulo parte da forma como se relacionam as três tecnologias. Alguns autores se utilizam dos termos computação móvel, computação ubíqua e computação pervasiva3 como se estes fossem sinônimos. Entretanto, demonstra-se nessa pesquisa que tais tecnologias são conceitualmente diferentes. A figura a seguir ilustra a junção dessas três tecnologias. Computação Pervasiva Computação Ubíqua Computação Móvel Figura 3: O Relacionamento Entre as Três Tecnologias Fonte: Lyytien e Yoo, 2002, Adaptado, acesso em 17/09/2010. 3 Esse termo não é um vocábulo da língua portuguesa, porém, foi amplamente adotado como termo emergente na literatura da área em português, sendo a terminologia pervasiva usado nessa pesquisa como a tradução do inglês pervasive.
  • 32. 32 Araújo (2003, p.49-51) afirma que: A computação ubíqua integra mobilidade em larga escala com a funcionalidade da computação pervasiva. O potencial de aplicações da computação ubíqua é limitado apenas pela imaginação - com a conexão, monitoramento e coordenação de dispositivos localizados em casas, edifícios e carros inteligentes, através de redes sem fio locais e de longa distância com alta largura de banda, as aplicações variam desde o controle de temperatura, luzes e umidade de uma residência, até aplicações colaborativas com suporte à mobilidade. Rolins (2001, p.18) cita que a mobilidade é uma das características que mais se relaciona à computação ubíqua. De acordo com Costa e Geyer (2006) o usuário nesse tipo de computação passa a ter acesso a aplicativos e dados sem depender de sua localização física ou deslocamento, uma vez que, tal ambiente segue esses usuários em seus dispositivos portáteis, como celulares ou notebooks. Para Araújo (2003 p.49-51), [...] a computação ubíqua beneficia-se dos avanços da computação móvel e da computação pervasiva. A computação ubíqua surge então da necessidade de se integrar mobilidade com a funcionalidade da computação pervasiva, ou seja, qualquer dispositivo computacional, enquanto em movimento conosco, pode construir, dinamicamente, modelos computacionais dos ambientes nos quais nos movem e configura seus serviços dependendo da necessidade. Lyytien e Yoo citado por Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010), [...] por ser uma área emergente de pesquisa, termos como computação ubíqua, computação pervasiva, computação móvel e outros tantos, têm sido usados muitas vezes como sinônimos, embora sejam diferentes conceitualmente e empreguem diferentes idéias de organização e gerenciamento dos serviços computacionais. Na medida em que a área evolui, esses conceitos vão sendo mais bem compreendidos e suas definições se tornam mais claras. O quadro a seguir, demonstra o grau de embarcamento que indica, de maneira geral, o grau de inteligência dos computadores, embutidos em um ambiente pervasivo, para detectar, explorar e construir de forma dinâmica modelos de seus ambientes.
  • 33. 33 Computação Computação Computação Pervasiva Móvel Ubíqua Mobilidade Baixa Alta Alta Grau de Alto Baixo Alta “Embarcamento” Quadro 1: as dimensões da computação ubíqua. Fonte: Lyytinen e Yoo, 2002, citado por Araújo, 2003, p. 45, Adaptado, acesso em 17/09/2010. É importante lembrar que a diferenciação desses termos, computação ubíqua, móvel e pervasiva da-se, de acordo com alguns autores, a partir de seus graus de embarcamento. Mas, primeiro, é importante se definir o que se entende por tecnologia embarcada. 4.2 Conceito de Tecnologia Embarcada A tecnologia embarcada, de alguma maneira, se foca sempre em direção a beneficiar e simplificar funções, eventos e respostas. Segundo Robson (2010), conceitualmente, a tecnologia embarcada é o que se pode definir como uso de novas tecnologias em equipamento, veículo ou máquina. Desde finais dos anos 80 tecnologia vem evoluindo de forma acentuada fazendo com que, atualmente, não se possa pensar em equipamentos, veículos ou máquinas sem aparatos tecnológicos. Esse fato faz com que a Tecnologia Embarcada se encontre tão presente na vida dos indivíduos que os mesmos nem se dão conta de sua existência. O que deve ficar claro é que a criação dessa tecnologia tem o intuito de controlar, executar, comunicar e incorporar funcionalidades de maneira não notável. Isso pode ser visualizado na figura abaixo, onde sensores de estacionamento estão presentes no pára-choque do carro. É uma tecnologia que não é visível, entretanto fornece aos indivíduos conforto no momento de estacionar seu carro.
  • 34. 34 Figura 4: Sensores de Estacionamento São Instalados no Pára-Choque. Fonte: Ricardo Lopes da Fonseca, acesso em 25/11/2010. A tecnologia embarcada está evoluindo de tal forma que atualmente é analisada paralelamente com a computação ubíqua. Continuando a dissertar sobre as idéias da computação ubíqua, na computação pervasiva o usuário se envolve com mais freqüência e existe um nível de interesse declarado para obter algum tipo de informação. Além de existir o envolvimento maior de tecnologias. Barros (2008, acesso em 3 Nov de 2010) afirma que, [...] o termo computação ubíqua é usado como uma junção da computação pervasiva e da computação móvel. A justificativa de se realizar uma diferenciação desses termos é que um dispositivo que está embutido em um ambiente, não necessariamente é móvel. Devido a isso, quando for utilizado o termo computação ubíqua, considerar-se-ão o alto grau de dispositivos embarcados da computação pervasiva juntamente com o alto grau de mobilidade da computação móvel. A comunicação pervasiva é a que permite aos diferentes dispositivos embutidos no ambiente de uma tecnologia já existente, se comunicarem e compartilharem informações sobre situações e preferências impostas por usuários.
  • 35. 35 Na computação ubíqua o computador não deve ser o centro das atenções. O objetivo da computação é ajudar uma pessoa a realizar uma atividade sem que ela precise se preocupar com a utilização da computação em si. Para atingir esta meta, os dispositivos computacionais devem exigir o mínimo possível de intervenção humana, o que vem ao encontro da definição de computação pervasiva. (BARROS, 2008, acesso em 3 nov. 2010) Em síntese, a computação pervasiva4, busca proporcionar uma maior integração entre a computação e o ambiente físico no qual ela está imersa. Entretanto, Barros (2008) afirma na citação acima que uma pessoa realiza uma única atividade e os dispositivos exigem o mínimo de intervenção humana, tais afirmações se tornam contraditórias quando não só uma pessoa participa desta interação, mas muitas outras, assim, proporcionalmente dispositivos exigem o máximo de intervenção humana. Araújo (2003, p.49-51) retrata que, a [...] computação pervasiva implica que o computador está embarcado no ambiente de forma invisível para o usuário. Nesta concepção, o computador tem a capacidade de obter informação do ambiente no qual ele está embarcado e utilizá-la para dinamicamente construir modelos computacionais, ou seja, controlar, configurar e ajustar a aplicação para melhor atender as necessidades do dispositivo ou usuário. O ambiente também pode e deve ser capaz de detectar outros dispositivos que venham a fazer parte dele. Desta interação surge à capacidade de computadores agirem de forma “inteligente” no ambiente nos quais nos movem um ambiente povoado por sensores e serviços computacionais. A seguir a figura ilustra modelos de dispositivo pervasivo. 4 Função de buscar maior integração entre a computação e o ambiente físico no qual ela está imersa.
  • 36. 36 Figura 5: Jogo Pervasivo e Camiseta que Detecta Rede Sem Fio. Fonte: Irla Rebelo, acesso em 15/08/2010 No entanto, uma forma transparente de um ambiente totalmente impreguinado de dispositivos embutidos invisíveis que estabelece uma integração entre pessoas e elementos computacional, a princípio, também conhecida como invisibilidade. 4.4 Invisibilidade de Dispositivos Ubíquos A característica maior da computação pervasiva é o computador se encontrar inserido no ambiente de forma invisível ao usuário. Segundo Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) “a idéia de invisibilidade é fazer com que os computadores se integrem com o ambiente. Para ser ubíquo, um sistema necessita de mínima intervenção humana”. A forma como a computação invisível se incorpora à vida dos indivíduos pode propiciar benefícios, sem que eles sequer notem sua presença em um futuro próximo. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que “muitos estudos ainda precisam ser realizados nesse campo. Sabe-se que para atingir esse objetivo
  • 37. 37 é necessário constantemente atender a expectativa do usuário”. É observando e considerando todas as informações do ambiente, assim como, em quais categorias se agrupam os diferentes perfis dos usuários que se tem base para fazer com que o aparato tecnológico se torne transparente. De acordo com Saha e Mukherjee citado por Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) “[...] os humanos podem intervir para ajustar os ambientes inteligentes quando estes falham ao tentar atingir a expectativa do usuário automaticamente”. Há uma necessidade de mais pesquisas relacionadas à invisibilidade, uma vez que, se esses sistemas forem complexos demais para seus usuários quais atitudes, diante de um problema estes poderão tomar? Como terá soluções rápidas para estes sistemas complexos? Se os usuários não estão familiarizados com estes sistemas onde os mesmos aplicarão suas preferências? Rolins (2001, p.19-20), buscando responder a esses questionamentos afirma que: Uma das idéias chaves da computação ubíqua é a de que os computadores devem se tornar invisíveis, e que eles têm que fornecer informações aos usuários na própria linguagem de usuário. Por exemplo, quando o usuário deseja trabalhar com um relatório do dia anterior, eles não deveriam ser forçados a lembrar de alguma coisa tal como “~/report.txt”, ou “C:report.txt”, uma vez que isso seria forçar o usuário a pensar usando linguagem do computador. Seria mais simples para o usuário, se ele pudesse dizer em voz alta “abra o arquivo de ontem”. É claro que tal funcionalidade iria demandar um reconhecimento de voz de alta qualidade, que está começando a ficar mais praticável nos computadores atuais. Mas, qualquer que fosse o esquema de acesso, o principal conceito é o de que o usuário pode acessar seus dados sem a necessidade de um conhecimento do nome dos arquivos ou de suas localizações, informações que são atualmente pedidas a ele. O usuário poderia acessar um dado estritamente através do seu contexto, sem a preocupação sobre o formato do arquivo, a localização do arquivo, ou mesmo em que máquina tal arquivo foi salvo. Da mesma forma, Kohler (1996, acesso em 13 out. 2010) menciona que: [...] a interação entre o homem e o computador apresenta uma nova concepção: o computador deixa de ter lugar restrito a uma mesa e estará distribuído por todo o ambiente, incorporado a equipamentos inteligentes capazes de se comunicar e de interagir uns com os outros para a realização de tarefas cooperativas. A ação destes equipamentos dependerá das condições do ambiente ou da vontade do usuário, que poderá interagir com os mesmos através de gestos. Na realidade, a computação ubíqua combina características da computação móvel e pervasiva, assim sendo, a computação pervasiva e a computação ubíqua
  • 38. 38 juntamente com a mobilidade característica da computação móvel gera a criação das smart spaces5, ou seja, espaços inteligentes. 4.5 Ambientes Inteligentes Sem se importar com o ambiente onde o indivíduo esteja, nos ambientes inteligentes o computador se encontra distribuído por toda a parte tendo as preferências dos usuários determinadas previamente. A troca de informações, o compartilhamento e beneficiamento de serviços serão realizados de forma invisível, num futuro onde as tecnologias computacionais passam a fazer parte do tecido da vida cotidiana dos indivíduos. Ressalta-se que as tecnologias mais avançadas serão aquelas que desaparecem em torno das pessoas num ambiente computacional. A figura a seguir ilustra de forma irônica um celebro humano relacionando-o ao ambiente inteligente. Figura 6: Analogia: Cérebro x Ambiente Inteligente. Fonte: McCRONE, JOHN, 2002, acesso em 05/09/2010. 5 Constitui-se de um espaço inteligente que contém uma infraestrutura de computação relativamente estável.
  • 39. 39 De acordo com Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010) Ambientes Inteligentes é o conjunto de tecnologias que, trabalhando de maneira integrada, permite o entendimento automático de certas situações, ativando instruções ou respondendo comandos pré-programados, mesmo sem instruções explícitas do usuário. Podemos exemplificar um Ambiente Inteligente quando computadores podem identificar a presença humana, desligando luzes e dispositivos na ausência dos mesmos, ou ativando o aquecedor ou ar-condicionado na temperatura ideal para cada usuário. Se estas atividades acontecem sem a intervenção do usuário, podemos 6 chamá-la também de Computação Invisível . Um ambiente, dotado por vários dispositivos, geralmente móveis, compartilha serviços entre si. Essa comunicação entre as partes da arquitetura presente neste ambiente se realizará através da tecnologia Bluetooth7. Segundo Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (2007) os ambientes inteligentes são um novo paradigma que suporta o desenho da nova geração de sistemas Inteligentes e introduz um novo significado à computação entre homem, máquina e seu ambiente. Gomes (2007, p.20) afirma que: “Espaços inteligentes ou os smart spaces, reduto precursor da computação ubíqua, é naturalmente definidos pela colaboração intensa entre elementos computacionais e componentes do mundo físico”. Ainda de acordo com Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010), Ambientes Inteligentes é uma área que incluem muitas disciplinas como: Inteligência Distribuída, Desenho de Software, Visão por Computador, Reconhecimento de Voz, Robótica, Fusão de Informação, Desenho de Hardware, Ciências Sócias, Ética e Direito. Conforme proposto por Garate citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010) Um ambiente por sua vez dotado por vários dispositivos, geralmente móveis, compartilha 6 serviços entre si, conforme mencionado por alguns autores Dispositivos com capacidade computacional suficiente aplicável da maneira mais discreta possível no ambiente. 7 Especificação industrial para áreas de redes pessoais sem fio (Wireless personal area networks – PANs).
  • 40. 40 anteriormente em outras subseções de modo que, essa comunicação entre as partes da arquitetura presente neste ambiente se realizará através da tecnologia Bluetooth. Segundo Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010) “ambientes Inteligentes (AmI) é um novo paradigma que suporta o desenho da nova geração de sistemas Inteligentes e introduz um novo significado à computação entre homem, maquina e seu ambiente”. Gomes (2007, p.20) afirma que: “Espaços inteligentes ou os smart spaces, reduto precursor da computação ubíqua, é naturalmente definidos pela colaboração intensa entre elementos computacionais e componentes do mundo físico”. Ainda de acordo com Remagnino e Foresti citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010) Ambientes Inteligentes é uma área que incluem muitas disciplinas como: Inteligência Distribuída, Desenho de Software, Visão por Computador, Reconhecimento de Voz, Robótica, Fusão de Informação, Desenho de Hardware, Ciências Sócias, Ética e Direito. Conforme proposto por Garate citado por Escobedo e Kofuji (ca.2007, acesso em 3 de ago. 2010) [...] um Ambiente é denominado como “Ambiente Inteligente” quando este não interfere, onde as diversas tecnologias complementam uma a outra, envolvendo o usuário com o ambiente, oferecendo muitos serviços e características que são requeridas e previsíveis por tanto um Ambiente Inteligente deve ser capaz de: Reconhecer o usuário e as circunstancias e operar conseqüentemente; ter um conhecimento previsível baseado em conhecimento do ambiente; em tempo real produzir novos serviços em áreas como entretenimento, segurança, saúde, trabalhos domésticos, ambiente de trabalho, acesso à informação, computação, comunicação; permitir acessar aos muitos serviços e características do Ambiente Inteligente, disponíveis num determinado momento. No entanto, a essência da computação ubíqua é a criação de ambientes repletos de dispositivos computacionais, deixando os ambientes pervasivos responsáveis pela execução de tarefas secundárias capazes de realizar algumas atividades úteis aos freqüentadores destes ambientes.
  • 41. 41 4.6 Considerações Sobre o Capítulo Procurou-se abordar nesse quarto capítulo a questão das três principais tecnologias relacionadas nessa pesquisa, assim como os princípios que as definem e suas diferenças. Para tanto, buscou-se retratar a questão da tecnologia embarcada para logo adiante abordar a invisibilidade dos dispositivos ubíquos no ambiente personalizado para usuários procurando gerar base para o próximo capítulo que trata de conceituar os principais os principais aspectos da computação ubíqua.
  • 42. 42 5 QUESTÕES EM ABERTO DA COMPUTAÇÃO UBIQUA Esse capítulo foca as questões que envolvem segurança, privacidade, integração, complexidade e interface com usuário, assim, em suas subseções buscam-se descrever características e desafios a serem superados de acordo com os aspectos que impedem a computação ubíqua de se tornar realidade. Araújo (2003, acesso em 22 ago. 2010) cita que, entre os desafios da computação ubíqua está a existência de múltiplos dispositivos. Esses dispositivos podem ser encontrados embutidos em utensílios domésticos, embarcados em ambientes inteligentes, que criam acesso à informação e ao entretenimento. Na figura a seguir pode-se observar a ilustração de uma árvore de problemas pelos quais a computação ubíqua pode passar. Figura 7: Questões Abertas da Computação Ubíqua a Serem Superados. Fonte: Pr. Adão Carvalho, 2001, acesso em 31/10/2010.
  • 43. 43 A computação ubíqua consiste na integração da informática com o ambiente em torno das pessoas, de modo que, os computadores não sejam percebidos como objetos diferentes. A seguir será apresentado um resumo dos principais desafios da computação ubíqua no que tange o nível tecnológico. 5.1 Integração Nessa pesquisa, se aborda sobre a questão da integração como entrave da computação ubíqua uma vez que é desafiador o entendimento das formas e do modo como dispositivos de plataformas distintas interagem de maneira transparente. A seguir alguns autores disseminam, objetivamente, conceitos e soluções para o determinado problema que futuramente pode vir a acontecer, por outro lado, Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que: Permitir interações entre variados componentes disponíveis em diversos dispositivos, bem como tornar possível à comunicação e o entendimento entre eles, é um desafio Identificado como integração. Componentes já disponíveis para uma única plataforma devem se comunicar e cooperar de maneira transparente. Além disso, para a integração surgem questões relacionadas como confiabilidade, entrega e roteamento de mensagens e qualidade de serviço. Num futuro próximo, computadores pessoais se tornarão obsoletos com a disseminação de vários dispositivos ubíquos. A forma de acesso aos serviços poderá ser prejudicada, pois a quantidade de informações acessadas por usuários, a qualquer momento e em qualquer lugar, em modelos computacionais ubíquos, será grande. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam que: Para facilitar a integração, deve-se privilegiar o desenvolvimento de sistemas baseados no uso de conversores middleware, XML e SOAP. Devido à característica móvel e dinâmica das aplicações ubíquas, existe uma constante variação no conjunto de componentes que estas se comunicam. Por isso, a integração trata em especial a associação e a composição de componentes.
  • 44. 44 Sendo assim, para que o relacionamento estabeleça uma disponibilidade de recursos compartilhando serviços uns dos outros, é importante a utilização de aplicações baseadas em conversores, um deles é o middleware8. Na figura que segue há um exemplo de apresentação do middleware numa aplicação. Nesse exemplo de um jogo online o middleware faz todo o processo de comunicação entre a plataforma de aplicação do jogo e a rede distribuída. Figura 8: Representação do Middleware Fonte: Renzo Assano, 2006, acesso em 20/10/2010. 8 É uma camada de software intermediária entre a aplicação e a infraestrutura que possibilita a comunicação entre componentes distribuídos e promove através de interfaces o reuso de serviços o desenvolvimento de aplicações mais eficientes no ambiente distribuído.
  • 45. 45 Os outros dois protocolos de comunicação e serviço de suma importância que serão citados conceitualmente neste trabalho são o protocolo SOAP9 e o XML10. O XML é um protocolo utilizado para se definir uma gramática especializada, porém, flexível, que padroniza o formato das estruturas de trocas de informações. Segundo Araújo (2003, p.70) o XML é [...] é uma sintaxe baseada em texto que é legível tanto por computadores quanto por humanos. Oferece portabilidade de dados e reusabilidade em diferentes plataformas e dispositivos. Algumas das aplicações do XML incluem: suporte a publicação independente de mídia, o que permite que documentos sejam escritos uma vez e publicados em múltiplos formatos de mídia e dispositivos. Eventualmente serão desconsideradas aqui as questões de segurança e privacidade que são tratadas na próxima subseção. 5.2 Segurança e Privacidade A idéia dessa subseção é levantar algumas questões gerais sobre alguns aspectos pertinentes a segurança e a privacidade sensivelmente para os usuários que utilizarão uma rede, possivelmente, muito complexa. Em aplicações de computação ubíqua é importante e necessário um mecanismo que garanta autorização, autenticação, integridade. Por ser uma rede complexa, tal comportamento pode ser necessário como garantia da autoconfiança dos usuários. Conforme Braz (2008, p3-5. acesso em 5 out.2010) “Nos ambientes ubíquos a exposição do usuário é muito maior, pois a computação ocorre em espaços físicos comuns e qualquer um que passe ali pode se tornar um usuário autêntico da aplicação sem nem mesmo perceber”. Os aspectos de segurança e privacidade tornam-se críticos quando a interação entre os diversos dispositivos heterogêneos disponíveis no ambiente não 9 Protocolo simples e leve para troca de informação em um ambiente distribuído e descentralizado como a internet, por exemplo. 10 Extensible Markup Language.
  • 46. 46 tenham certo tipo de organização e proteção. Assim, o controle de privacidade e segurança tendem a ter grande importância contra possíveis ataques, ressalta-se que, quando necessário, de forma segura, a criptografia também é garantia de legitimidade nas entidades. Segundo Costa e Geyer (2006. Acesso em 02 set. 2010) Uma das questões importantes na computação ubíqua, assim como nos sistemas distribuídos, é garantir autenticidade, autoridade, integridade, confidencialidade e confiabilidade. Mecanismos de segurança tais como criptografia e protocolos seguros são usados. Entretanto, privacidade e confiança tornam-se mais sensíveis na computação ubíqua. Por outro lado, Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam que “A segurança e privacidade é uma questão em estudo no âmbito da computação ubíqua. Muitos dos projetos de infraestrutura em desenvolvimento não focam esta questão”. De acordo com Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010), [...] Com a proliferação de sensores e o desenvolvimento de modelos de contexto, os bancos de dados de diversas empresas e órgãos governamentais ou não irão armazenar grande quantidade de informações sobre os usuários, inclusive de caráter íntimo. A questão está em como proteger estes dados e garantir que seus detentores o protejam. É importante se definir a quantidade de informação ou de recursos que devem ser revelados para cada usuário em nível de segurança e privacidade. Sendo assim, Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010) afirma que: “Devido à alta conectividade dos dispositivos, sistemas de proteção e firewalls11 deverão ser implantados de forma (embarcada) a fim de proteger os usuários e o próprio hardware de acessos não autorizados, roubo de conteúdo ou mesmo vandalismos”. Para a disseminação de sensores, alta conectividade e o desenvolvimento de novos modelos computacionais são necessários a implantação de uma política de segurança e privacidade para o novo modelo computacional, uma vez que os riscos existem. Entre tais riscos pode-se citar o acesso indevido e adulterações de dados que são freqüentes em sistemas e os cenários ilustrativos de possíveis problemas 11 Dispositivos de uma rede de computadores que tem por objetivo aplicar uma política de segurança a um determinado ponto de controle de rede.
  • 47. 47 ocasionados na segurança, no entanto, pretende-se nesse capitulo apresentar, de modo geral, os principais conceitos básicos de criptografia e firewall como uma das técnicas mais importantes de segurança. 5.3 Complexidade O processo de complexidade de sistemas conta com a existência de uma área de pesquisa denominada Calm Technology12, também pesquisada por Mark Weiser, que é exclusiva e de suma importância quando se trata da questão da complexidade, assim sendo, busca-se nesse momento da pesquisa abordar o calm technology como uma das maneiras de se solucionar a questão da complexidade de sistemas ubíquos. Domingues (2008, acesso em 4 abr. 2010) trata a complexidade como: A automatização dos sistemas e dispositivos pode tornar os sistemas complexos demais para os usuários, sobrecarregando-o com excesso de informações e funcionalidades. A solução do problema de excesso de informações expostas aos usuários deverá ser tratada. Por outro lado Weiser (1996, acesso em 26 set. 2010) diz que: [...] com implicações diretas em nosso conhecimento, que aumenta habilidades para agir adequadamente dentre várias circunstâncias sem ser sobrecarregado com informações. Assim, o uso de tecnologia tranqüila desenvolve um ambiente agradável. Entretanto, as responsabilidades são distribuídas entre vários dispositivos pequenos que assumem funções e executam certas tarefas comportamentais. Estes dispositivos relacionam-se entre si na construção da inteligência nos ambientes, que eventualmente são disseminadas nas aplicações. 12 Integrações de forma tranqüila e até imperceptíveis.
  • 48. 48 5.4 Interfaces com o Usuário A interface com o usuário, propriamente dita, deve ser salientada com mais atenção. Inicialmente, nos sistemas ubíquos, o usuário irá alimentar o sistema de acordo com suas preferências. É provável que em ambientes com alto grau de complexidade, essas pessoas interajam com o ambiente computacional, muitas vezes, não visível para os mesmos, em sistemas computacionais embutidos nas coisas provendo informações, como já foi visto em subseções deste capitulo. Sobre essa questão, Chittaro citado por Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirma que, “[...] é preciso considerar: os limites das telas, as diferentes razões de aspecto, o hardware embutido, os periféricos e as técnicas de entradas de dados, a conectividade, o desempenho e as ferramentas disponíveis para desenvolvimento.” Partindo-se para outra visão é importante se juntar os dados do usuário com o ambiente real, preservando a atenção do mesmo e evitando a saturação das informações. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) afirmam que “A interface com o usuário ou projeto da interação homem-máquina é um tópico significativo na computação ubíqua. Devem existir muitas formas de interagir com o usuário por causa das restrições dos dispositivos móveis”. Simultaneamente os ganhos em termos de usabilidade e acessibilidade com a implementação de interfaces com o usuário justificam o seu alto custo de desenvolvimento em capacitar esforços para explorar novas aplicações e diversas técnicas que utilizam conceitos para propiciar experiências mais ricas de interação aos usuários.
  • 49. 49 Figura 9: Cena do Filme Minority Report, em que a Personagem Interage com o Computador por Meio de gestos. Fonte: The Internet Movie Database, 2010, acesso em 06/10/2010. Costa e Geyer (2006, acesso em 02 Set. 2010) ainda afirmam que, “O desenvolvimento de interface para a computação ubíqua é um problema em aberto, soluções que façam o computador se encaixar no mundo real e nas necessidades humanas devem ser desenvolvidas”. A Tendência é a criação de interfaces e programas onde as funções e ícones são intuitivos para o usuário fazendo com que o mesmo consiga fazer uso de novos softwares sem necessariamente ter visto previamente, implícitas com o mundo real. Sendo assim o objetivo da Interface Natural13 é a não utilização do paradigma convencional teclado, mouse e display. De acordo com Weiser (1993, acesso em 15 set. 2010), […] o mundo não é um desktop a artificialidade envolvida no modelo de janelas da computação moderna infringem o princípio básico de invisibilidade da computação ubíqua. Em smart spaces é preciso que se busquem técnicas para que os recursos normalmente utilizados no dia a dia de uma sociedade, como gestos, voz e mesmo olhares, permaneçam como meio de comunicação entre homem e maquina. se a proposta é integrar sutilmente elementos digitais ao mundo real sem influenciar na normalidade de seu funcionamento. Embora freqüentemente a interface seja um desafio em aberto é preciso focar soluções como o desenvolvimento de computadores que se encaixam na vida 13 Utiliza-se de recursos como gestos, voz e olhares para a comunicação entre homem e máquina, propondo a integração sutil de elementos digitais ao mundo real sem influenciar a normalidade de seu funcionamento.
  • 50. 50 humana, juntando informações de usuários com ambiente real evitando saturação de sistemas e fornecer serviços adequados. 5.5 Considerações Sobre o Capítulo No capitulo 5 a abordagem girou em torno de se conceituar brevemente os aspectos gerais e principais da computação ubíqua que podem vir a impedir que a mesma se torne realidade. A segurança, a privacidade, a complexidade e as interfaces com usuário e integração foram alguns dos desafios tratados. Assim, chega-se ao termino dessa pesquisa demonstrando a questão da computação ubíqua como um novo paradigma computacional que, pelo menos conceitualmente, possibilita praticidade no que tange a execução de inúmeras tarefas. Entretanto os desafios a serem superados são muitos, uma vez que o impacto dessa forma de computação passa a ser sentindo em todas as áreas passando pelos componentes de hardware e chegando ao desenvolvimento de interfaces.
  • 51. 51 6 CONCLUSÃO A computação ubíqua é um novo paradigma computacional que conceitualmente traz praticidade na execução de inúmeras tarefas, fornecendo serviços computacionais e funcionalidade para usuários. Esse tipo de computação encontra-se embutida em diversos objetos do cotidiano tendo como consideração maior a interação entre pessoa e máquina invisível de tal forma que as pessoas nem percebem que estão dando comandos a algum dispositivo computacional presente em um ambiente qualquer. Isso, na verdade, é integrar a informática com as ações e comportamentos naturais das pessoas. Vários desafios devem ser superados, uma vez que, o impacto da computação ubíqua pode ser sentido em todas as áreas: desde componentes de hardware, passando por métodos computacionais, protocolos de rede, e chegando ao desenvolvimento de interfaces. Quando analisada uma escala de todas as considerações e fatos, tanto sociais e organizacionais quanto tecnológicos, é certa uma composição concreta e apresentação de aplicações mais robustas, que minimizem quaisquer furos, de forma personalizada, trazendo benefícios e atendendo as necessidades dos usuários buscando não interferir na consciência de quem a está utilizando. Desse modo, a questão que envolve a complexidade se torna bastante interativa, calma e confortável para os usuários. De um ponto de vista social, pesquisadores afirmam a importância de se privar a integridade, autenticidade, entre outros. Assim, sem o estabelecimento de criptografia em aplicações que utilizam dispositivos conectados freqüentemente que interagem em plataformas distintas, fato que pode torná-los vulneráveis, e sem um planejamento de riscos e a implantação de sistemas de proteção e firewalls, como citado em capítulos anteriores, será impossível que uma tecnologia flua de forma transparente. Desafiador é entender como os avanços tecnológicos podem ajudar aos seres humanos e na manutenção do bem-estar social. Um bom exemplo a ser citado é a agregação de dados capturados por sensores que podem resultar numa maior comunicação social, sobretudo pelo fato de que os computadores estarão por toda
  • 52. 52 parte conectados por redes fixas ou móveis, realizando tarefas apropriadas em dispositivos apropriados que explorem as características únicas de cada um deles. A computação, na verdade, não é apenas personal computing, não é apenas a computação da lato sensu conhecida. A computação é muito maior que isso. É a introdução de uma nova maneira de se fazer uso de computadores, contando com facilidades computacionais no ambiente que auxiliam nas tarefas cotidianas da vida dos indivíduos. Desse modo, pode-se dizer que as mais importantes evoluções tecnológicas são aquelas que alteram de forma profunda o ambiente tecnológico onde os indivíduos se inserem. As evoluções tecnológicas não devem apenas conduzir mudanças revolucionárias na forma como se utilizam os computadores nem, tampouco, buscar ser a mais impactante ou aquela desenvolvida encima de uma interface gráfica mais rica. A tecnologia mais relevante no mundo é a que muda a forma como os indivíduos se relacionam e interagem com o mundo tecnológico.
  • 53. 53 7 REFERÊNCIAS ARAÚJO, R. B. Computação ubíqua: princípios, tecnologias e desafios. In: XXI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE COMPUTADORES, 2003, São Carlos, Anais... São Carlos, p.45-51. Departamento de Computação – Universidade Federal de S. Carlos (UFSCar). Disponível em: <https://im.ufba.br/pub/MAT570FG/LivroseArtigos/045_AraujoRB.pdf > Acesso em: 22 de ago. de 2010. ASSANO, R. Picture. Representação do middleware. 2006. Disponível em: http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=340 >.Acesso em: 20 de out 2010. BARROS, P. H. L. Uma proposta para sincronização de dados em dispositivos ubíquos. Dissertação (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica Programa de Pós – Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte de 2008. Disponível em HTTP://www.cpdee.ufmg.br/documentos/Defesas/790/PAULO_BARROS.pdf Acesso em 03 de Nov. 2010. BRAZ, L.G. Introdução à computação móvel: framework e middleware para computação ubíqua. 2004.12f.p.3-5. Dissertação (Mestrado em informática) – Programa de Mestrado em Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em HTTP://www-di.inf.pucrio.br/~endler/courses/Mobile/Monografias/04/Luiz-Mono.pdf > acesso em 5 de out 2010. CARVALHO, A. Picture. Enciclopédia manual popular de enigmas e "Contradições" da Bíblia. 2001. Disponível em:<http://pastoradaocarvalho.blogspot.com/2009/06/jesus-raiz-de-davi.html >. Acesso em: 31 de out 2010. COSTA, C.A; GEYER, C.F.R. Um Modelo Genérico de Infra-estrutura de Software para a Computação Ubíqua. In: WSPPD’2006 – IV Workshop PPD/UFRGS, 2006, Porto Alegre, Anais... Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Disponível em: <http://gppd.inf.ufrgs.br/wsppd/2006/downloads/artigos/costa-modelo-artigo.pdf> Acesso em: 02 de. Set de. 2010. DOMINGUES, F. L. Computação ubíqua. Rio de Janeiro, 13/06/2008. Disponível em: <http://www.guiadohardware.net/artigos/computacao-ubiqua/> Acesso em 04 de abr. de 2010.
  • 54. 54 ESCOBEDO, E.P; KOFUJI, S.T. Introdução a Ambientes Inteligentes. In: WORKSHOP A AMBIENTES INTELIGENTES, ca. 2007, Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. 3, nº. 158. Cidade Universitária São Paulo, Anais... São Paulo, Laboratório de Sistemas Integráveis – Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.pad.lsi.usp.br/humanlab/trabalhos/workshop_amb_intel.pdf > Acesso em: 03 ago. 2010. FONSECA, R.L.Picture. Tire Dúvidas Sobre os Sensores de Estacionamento. 2010. Disponíveis em:<http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1209206-9658,00TIRE+DUVIDAS+SOBRE+OS+SENSORES+DE+ESTACIONAMENTO.html> Acesso em 25 de Nov. 2010. GOMES, A.R.Ubiquitos – Uma Proposta de Arquitetura de Middleware para a Adaptabilidade de Serviços em Sistemas de Computação Ubíqua. 2007.100f. Dissertação (Mestrado em Informática) – Instituto de Ciências Exatas Departamento de Ciência da Computação, Universidade de Brasília. Disponível em: <http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2823> acesso em: 12 de out 2010. JOHN, M. Picture. Analogia: Cérebro x Ambiente Inteligente. 2002. Disponível em: <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp>. Acesso em: 05 de set 2010. KOHLER, M. Vision based remote control in intelligent home environments, 1996. Url Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/summary?doi=10.1.1.34.2446>. Acesso em: 13 de out 2010. LYYTINEN, K; YOO, Y. Adaptado por ARAÚJO. R. Quadro As Dimensões da Computação Ubíqua. 2003. Disponível em:<https://im.ufba.br/pub/MAT570FG/LivroseArtigos/045_AraujoRB.pdf >.Acesso em 17 de set 2010. LYYTINEN, K; YOO, Y.Picture. Adaptado. O Relacionamento Entre as Três Tecnologias. 2002. Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikibooks/pt/b/b0/FiguraComputacaoMovelPervasicaUbi qua.JPG >.Acesso em: 17 de set 2010. McCARTHY, J. Picture. As principais tendências da computação . 1995. Disponível em:<http:// www.teco.edu/chi2000ws/slides/mccarthy/sld002.htm> acesso em 26/09/2010> acesso em: 14 de out 2010.
  • 55. 55 REBELO I.Picture. Jogo pervasivo e camiseta que detecta rede sem fio. 2010. Disponível em:<http://irlabr.wordpress.com/apostila-de-ihc/parte-1-ihc-na-pratica/5paradigmas-de-interacao/>. Acesso em: 15 de ago 2010. ROLINS, C. S. A. N. Aplicações para computação ubíqua. 2001.61f. Dissertação (Introdução à Computação Móvel) – Centro Técnico Departamento de Informática Programa de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro. Disponível em: < http://www-di.inf.puc-rio.br/~endler/courses/Mobile/Monografias/01/claudia.doc >.Acesso em: 19 de ago 2010. THE INTERNET DATABASE. Picture. Cena do Filme Minority Report, em que a personagem interage com o computador por meio de gestos. 2010. Disponível em: < http://www.imdb.com/title/tt0181689/mediaindex >.Acesso em: 06 de out 2010. WEISER, M. The Computer for the 21st Century. Scientific American, v. 265, n. 3, p. 94-104, set. 1991. Disponível em: < http://www.ubiq.com/hypertext/weiser/SciAmDraft3.html>. Acesso em: 30 abr. 2010. WEISER, M.; BROWN, S. J. The coming age of calm technology. 1996. Disponível em: <http://nano.xerox.com/hypertext/weiser/acmfuture2endnote.htm>. Acesso em: 26 set. 2010. WEISER, M. The world is not a desktop. Perspectives article for ACM interactions, Novembro 1993. Disponível em: <http://www.ubiq.com/hypertext/weiser/ACMInteractions2.html> Acesso em: 15 set. 2010. WEISER, M.Picture. Computação Ubíqua Vs. Realidade Virtual. [s.d]. Disponível em: <http://www.ubiq.com/hypertext/weiser/VRvsUbi.gif >. Acesso em: 15 de set 2010. YURI, R. O que é tecnologia embarcada? 04 de Setembro de 2010. Disponível em: <http://www.planetamecanico.com.br/index.php?option=com_content&view=article&i d=130:o-que-e-tecnologia-embarcada&catid=45:automacao&Itemid=64> Acesso em: 02 de out. de 2010.