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       SUMÁRIO


       APRESENTAÇÃO ........................................................................ 5

       Ministro da SEAP-PR Altemir Gregolin ..................................................... 5
       Presidente da Abras Sussumu Honda ....................................................... 7



       PESCADO FRESCO ...................................................................... 9

       Importante saber .................................................................................... 10



       HIGIENE .................................................................................... 12


       ASPECTOS DE QUALIDADE ..................................................... 14

       Peixes .................................................................................................... 14
       Crustáceos ............................................................................................. 15
       Moluscos ............................................................................................... 16



       PEIXARIAS ................................................................................ 17

       Instalações .............................................................................................   17
       Recepção, Pesagem e Lavagem ...............................................................                 18
       Armazenamento ......................................................................................        19
       Beneficiamento e Embalagem .................................................................                20
       Rotulagem e Exposição ...........................................................................           21
       Comercialização ......................................................................................      22




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       APRESENTAÇÃO




                                               Ministro Altemir Gregolin
                                  Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
                                                   Presidência da República



                A DEMANDA POR PRODUTOS PESQUEIROS
                     CRESCE NO MUNDO INTEIRO
          O pescado é um alimento saudável, rico em proteínas e sais minerais.
       Significa mais saúde e qualidade de vida para as pessoas. A Organização
       Mundial da Saúde, OMS, recomenda o consumo de pelo menos 12 kg por
       pessoa ao ano. Mas o consumo de peixe no Brasil ainda fica bem abaixo da
       média mundial.

          Isso significa que temos muito para crescer. O Brasil, como poucos países,
       tem grande potencial de produção. Tem água em abundância, clima favorável
       e uma enorme diversidade de espécies de Peixes. Produz mais de 1 milhão de
       toneladas de pescado por ano e tem condições de produzir e oferecer muito
       mais à população.

          O Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
       da Presidência da República, investe na parceria com supermercados,
       pescadores, produtores, empresários e comerciantes para oferecer um produto
       cada vez mais acessível e de qualidade.

          Esta cartilha é um exemplo dessa determinação. Ela é dirigida aos
       profissionais que atuam na manipulação e comercialização do alimento para
       que sejam adotados os princípios necessários ao manuseio correto dos
       alimentos de origem pesqueira. São normas sanitárias exigidas, no Brasil e
       no mundo, para garantir pescado adequado ao consumo, livre de contaminação
       e com seu frescor e qualidades nutricionais preservadas. Um passo a mais
       para oferecer peixe saudável e de qualidade, formar novos consumidores, abrir
       mercados e criar as condições para fazer do Brasil o país do pescado.




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       APRESENTAÇÃO


                                                Sussumu Honda
                                              Presidente da Abras


             INFORMAÇÃO PARA MELHOR OPERAR A LOJA
          Todos nós que atuamos no setor supermercadista ficamos muito felizes em ver
       mais um fruto do entendimento com diversos órgãos do governo trazer luz a
       informações importantes para quem está no ponto-de-venda e procura oferecer o
       melhor produto a seus clientes, sempre seguindo as normas de segurança alimentar.

           A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), aliada às demandas
       de suas afiliadas, as 27 Associações Estaduais de Supermercados, vem
       desenvolvendo diversas ações de sucesso nesse sentido, sempre com o
       irrestrito apoio dos órgãos governamentais, para orientar as melhores práticas
       às mais de 73 mil lojas do setor de supermercados em todo o País.

          Essa comunhão de idéias já resultou em diversas ações e em importantes
       frutos, como a criação, no ano passado, da cartilha orientativa com o tema
       “Comercialização do Pescado Salgado e Pescado Salgado Seco”, a conhecida
       “Cartilha do Bacalhau”.

          Agora, é com muito prazer que entregamos a toda a cadeia de abastecimento
       a “Cartilha do Pescado Fresco”, mais um fruto da parceria entre a Abras e a
       Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap).

          Esta Cartilha, que será distribuída em todas as lojas de supermercados e
       hipermercados do País, tem o objetivo de orientar o setor sobre a manipulação
       do pescado em todas as suas instâncias, para preservar a qualidade do pescado
       fresco entregue ao consumidor de nossas lojas.

          Peço, ao apresentar essa cartilha, que os empresários supermercadistas
       busquem a atenção de todos os seus colaboradores, fornecedores e parceiros
       para este instrumento, que não encerra em si nosso trabalho de orientação
       para o setor, pois daremos continuidade a ele, com treinamentos especiais a
       serem orientados nos cursos da Escola Nacional de Supermercados (ENS).

          Desejo a todos uma boa leitura, bons treinamentos, e, o mais importante,
       boa operação da seção de Peixaria!




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       PESCADO FRESCO




         Pescado é um termo genérico que se refere aos peixes e todos os frutos do
       mar destinados à alimentação humana.

          Peixe fresco é definido como aquele conservado somente pelo resfriamento,
       a uma temperatura próxima a 0ºC.

          Garantir a qualidade dos produtos é um dever de todo profissional que
       atua na cadeia produtiva de alimentos. Toda manipulação do pescado deve
       sempre ser feita observando-se os princípios das Boas Práticas de Fabricação
       e Manipulação de Alimentos. São procedimentos que devem ser adotados a
       fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos
       com a legislação sanitária, e incluem a higienização de instalações, equipamentos
       e utensílios, o manejo de resíduos, a saúde dos manipuladores, o controle
       integrado de pragas, entre outros.

          Esta cartilha foi elaborada em uma parceria entre a Secretaria Especial de
       Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP-PR) e a Associação
       Brasileira de Supermercados (Abras)...........................................
       O objetivo é orientar os integrantes e operadores da cadeia produtiva do pes-
       cado, em especial o manipulador do varejo, sobre os procedimentos técnicos e
       higiênico-sanitários mínimos necessários para a manutenção da qualidade do
       pescado fresco.

                    Atenção: Não comercialize pescado de origem duvidosa ou desconhecida.




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       IMPORTANTE SABER

          Microorganismos são seres vivos muito pequenos e só podem ser observa-
       dos com o auxílio de um microscópio (lente de aumento). Estão presentes em
       todo o lugar: na água, no ar, nos objetos, no solo e nos alimentos. Fazem parte
       dos microorganismos: bactérias, fungos, vírus e parasitas.

           Existem microorganismos considerados benéficos ao homem, como as bac-
       térias fermentadoras que auxiliam no processo de produção de alguns alimen-
       tos como vinho, cerveja, iogurtes e queijos. Mas o que preocupa são os micro-
       organismos capazes de colocar em risco a saúde humana, causando doenças
       e/ou alterando os alimentos, o que chamamos deterioração.

            Existem várias maneiras de os microorganismos chegarem aos alimentos:




          Normalmente os parasitas, as substâncias tóxicas e os microorganismos
       prejudiciais à saúde entram em contato com os alimentos, incluindo o pesca-
       do e seus produtos, durante a manipulação e o preparo. Esse processo de
       contágio é conhecido como contaminação.




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          Desse modo, a contaminação, além de microbiológica (bactérias, fungos,
       vírus e parasitas), pode ser física (cabelo, prego, pedra) ou química (produtos
       de limpeza, tinta). O nosso principal foco é a contaminação microbiológica,
       porque daí podem surgir as principais doenças transmitidas pelos alimentos.

          A cada 20 minutos uma bactéria se reproduz, dividindo-se em duas. Em
       sete horas, poderá originar quatro milhões de bactérias. Para elas se
       reproduzirem, basta encontrar um ambiente com água, alimento, tempo e
       temperatura adequados. Para evitar a contaminação e a deterioração do pescado,
       o ambiente deve ser desfavorável à multiplicação bacteriana. Ações simples
       como higiene pessoal, lavagem freqüente das mãos e dos uniformes,
       higienização adequada dos equipamentos, dos utensílios e do ambiente e a
       conservação do pescado em temperatura adequada evitam ou controlam a
       contaminação. Essas medidas simples fazem parte das Boas Práticas.

          O pescado é um alimento de origem animal sensível a alterações de
       qualidade. A velocidade dessas alterações é influenciada especialmente pelo
       tempo e temperatura de conservação. Quanto mais tempo o pescado ficar
       exposto à temperatura acima de 3°C, maior o risco de deterioração. Quanto
       menor a temperatura, menor a multiplicação bacteriana.

          Outros fatores também podem estar associados à deterioração. Por isso, os
       cuidados e as Boas Práticas devem ser adotados em todas as etapas da cadeia:
       recepção, pesagem, lavagem, armazenamento, 2a lavagem, beneficiamento,
       embalagem, 2a pesagem, rotulagem, exposição e venda.

          É importante lembrar que o pescado obedece a legislações ambientais
       específicas de sazonalidade (algumas espécies têm a pesca suspensa em
       períodos do ano) e tamanho. Os distribuidores e comerciantes também são
       penalizados em caso de venda ilegal.




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       HIGIENE


            É fundamental que todo o setor seja higienizado freqüentemente e de modo adequado.

            Higiene Pessoal

            As mãos devem ser lavadas:
            • ao chegar ao trabalho;
            • antes e após manipular alimentos;
            • após qualquer interrupção do serviço;
            • após tocar materiais contaminados;
            • após usar os sanitários;
            • sempre que se fizer necessário.

            Como lavar as mãos:
            • Molhar as mãos com bastante água;
            • Usar sabonete líquido;
            • Esfregar bem primeiro os antebraços, depois as mãos e por último as
              unhas, que devem estar bem aparadas;
            • Enxaguar adequadamente;
            • Secar usando toalhas de papel não reciclado ou secadores a ar quente;
            • Esfregar as mãos com um pouco de produto anti-séptico.

            Higiene com utensílios e equipamentos:

            • Para higienizar os equipamentos e utensílios deve-se utilizar detergen-
              te, enxaguar muito bem e em seguida realizar a desinfecção.

            Higiene com o ambiente, as instalações:

            • Para uma adequada higienização, o teto e as paredes devem ser
            lavados antes do piso;
            • Deve-se jogar água para remover a sujeira mais grossa;
            • Após a remoção das sujidades pesadas, deve-se aplicar um detergente
              adequado;
            • Usar vassoura para escovar e espalhar o detergente;
            • Em seguida, deve-se enxaguar bem, retirar o excesso de água e aplicar
              uma solução desinfetante.




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           Por que limpar?

          Para criar um ambiente de trabalho saudável e, acima de tudo, para
       garantir aos clientes produtos de qualidade e com frescor.

           Outras medidas muito importantes:

           • O uniforme deve ser de cor clara, estar limpo e não ter bolso acima da
             cintura;
           • Objetos pessoais (celulares, carteiras, chaves, etc.) devem ser deixados
             no vestiário;
           • Não é permitido o uso de adornos (brincos, pulseiras, anéis, correntes, etc.);
           • Utilizar touca cobrindo todo o cabelo (cobrir as orelhas);
           • Devem ser usados sapatos fechados e antiderrapantes ou botas de
             borracha;
           • Utilizar os equipamentos de proteção individual adequados: capa
             térmica, avental plástico, luvas;
           • Os manipuladores com lesões e ou sintomas de enfermidades que
             possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos de-
             vem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto
             persistirem essas condições de saúde.




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       ASPECTOS DE QUALIDADE


       PEIXES
          O peixe fresco deve, na avaliação sensorial, apresentar-se com todo o
       frescor e estar isento de qualquer inadequação ao consumo.
            Para uma avaliação correta observe o quadro abaixo:
         Pescado Fresco                                           Pescado Deteriorado


         Pele brilhante, úmida,
         tonalidade viva, sem                                     Pele pálida e sem brilho
         lacerações

         Muco ausente. Quando
                                                                  Muco presente ou com
         característico da espécie,
                                                                  espessura aumentada
         deve ser aquoso
         Escamas unidas entre si,                                 Escamas soltam-se
         fortemente aderidas à pele,                              facilmente, são opacas e sem
         translúcidas e com brilho                                brilho

         Carne firme, elástica e                                  Carne leitosa, amarelada e
         aderida aos ossos                                        com má aderência aos ossos

         Opérculo (membrana que
         reveste guelras) rígido, deve                            Opérculo não oferece
         oferecer resistência a sua                               resistência à abertura
         abertura
         Guelras róseas ou vermelhas,
         úmidas e brilhantes. Ausência                            Guelras pálidas e/ou com
         ou discreta presença de                                  presença de muco intenso e
         muco translúcido                                         espesso

         Órgãos internos bem                                      Órgãos internos manchados;
         definidos; odor suave                                    odor ácido

         Olhos salientes, transparentes                           Olhos fundos, opacos e sem
         e brilhantes                                             brilho


         Odor suave ou ausente                                    Odor intenso, desagradável,
                                                                  característico de alteração


          Um teste muito utilizado para avaliar o frescor do pescado consiste na
       pressão dos dedos sobre a carne do pescado. Se a mesma demorar ou não
       retornar à posição original, o pescado já se encontra em algum estado de
       deterioração. A carne do pescado deve ser elástica e firme.



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       CRUSTÁCEOS

           Lagosta e camarão devem ter:
           • Aspecto geral brilhante, úmido;
           • Corpo em curvatura natural, rígida,
             artículos firmes e resistentes;
           • Carapaça e cabeça bem
             aderentes ao corpo;
           • Coloração própria à espécie;
             nãoapresentar mancha negra
             (melanose)ou alaranjada na
             carapaça, característico
             de camarões ou lagostas com
             qualidade comprometida;
           • Olhos vivos, destacados;
           • Cheiro próprio e suave.
               FONTE RIISPOA




                                                   Caranguejos e siris inteiros devem:
                                                   • Ser expostos à venda vivos e vigorosos;
                                                   • Apresentar cheiro próprio e suave;
                                                   • Ter aspecto geral brilhante e úmido;
                                                   • Ter artículos e pernas inteiras e firmes;
                                                   • Ter carapaça bem aderente ao corpo;
                                                   • Ter coloração própria à espécie, sem
                                                     nenhuma pigmentação estranha;
                                                   • Ter olhos vivos, destacados.
                                                      FONTE RIISPOA




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       MOLUSCOS

            Marisco, Ostra (Bivalves) devem:
            • Ser expostos à venda vivos, com
              valvas fechadas, oferecendo
              resistência à abertura e,se abertos,
              reação rápida ao mais leve estímulo,
              fechando as valvas (conchas);
            • Ter líquido no interior das conchas
              incolor e límpido;
            • Apresentar cheiro agradável e
              pronunciado;
            • Ter a carne úmida, bem aderente à
              concha, de aspecto esponjoso, de cor
              cinza-claro nasostras e amarelada nos
              mexilhões.
               FONTE RIISPOA




                                     Polvo, Lula (Cefalópodes) devem:
                                     • Ter a pele lisa e úmida;
                                     • Contar com olhos vivos, salientes;
                                     • Ter carne consistente e elástica;
                                     • Apresentar a ausência de qualquer
                                       pigmentação estranha à espécie;
                                     • Apresentar cheiro próprio e agradável;
                                     • O polvo tem coloração característica
                                       acinzentada a levemente rosada;
                                     • Na lula nacional, a coloração característica
                                       do produto
                                       fresco é clara e levemente rosada.
                                       FONTE RIISPOA



          Importante: Polvos e lulas não devem apresentar coloração vermelha ou
       roxa, principalmente na parte interna dos tentáculos.




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17

       PEIXARIAS


       INSTALAÇÕES

          Nas áreas de manipulação do pescado, os pisos, paredes e teto devem ser
       de cor clara, de materiais resistentes, impermeáveis e laváveis. Não devem
       ter frestas, rachaduras, goteiras, infiltrações ou descascamentos. Recomen-
       da-se que o piso possua declividade adequada para os líquidos escorrerem
       até os ralos (que devem ser do tipo sifão ou similar), impedindo a formação de
       poças. As instalações devem dispor de água corrente. Os equipamentos, mó-
       veis e utensílios que entram em contato com alimentos devem ser de materi-
       ais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores a eles. De-
       vem ser mantidos em adequado estado de conservação e resistentes à corro-
       são e a repetidas operações de limpeza e desinfecção.




       FLUXOGRAMA DE COMERCIALIZAÇÃO DO PESCADO




         Atenção: Em todas as etapas do fluxograma, as características relativas à
       qualidade do pescado fresco devem ser observadas.




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       RECEPÇÃO
          O responsável pela recepção do
       pescado deverá observar:
          • Se o entregador utiliza uniformes
            adequados e limpos, sapato fechado,
            sem adornos (brincos, anéis,
            pulseiras, correntes, etc.), proteção
            para os cabelos e luvas;
          • Se o pescado está acondicionado
            em caixas plásticas limpas;
          • Se a qualidade do produto está adequada e se há cobertura de gelo
            limpo nas caixas plásticas;
          • Se o pescado se encontra sob temperaturas entre zero (O°C) e três
            graus centígrados (3°C) ou sob a temperatura indicada pelo fabricante;
          • Se o veículo está em bom estado de conservação e higiene; se é
            exclusivo para pescado; se for isotérmico (sem unidade produtora de
            frio), deve ter isolante e, se for refrigerado, além do isolante deve ter
            forçador de ar;
          • Se os peixes grandes estão em superfícies limpas e com gelo.

       PESAGEM
            O responsável pela pesagem do pescado deverá:
            • Manter o pescado o menor tempo possível fora da temperatura adequada,
              evitando a deterioração rápida do roduto.

       LAVAGEM
          O responsável pela lavagem do pescado
       deverá observar:
          • A concentração de cloro em 5 ppm
            (5 mg de cloro por 1 litro de água);
          • A temperatura da água (preferen
            cialmente gelada). Quando a água
            do estabelecimento estiver na
            temperatura ambiente, evitar
            contato prolongado com o produto.




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       ARMAZENAMENTO

          O responsável pela armazenagem do
       pescado deverá observar:
          • Temperatura da câmara. Quando
            houver armazenamento refrigerado,
            a temperatura da câmara deve estar
            entre zero (O°C) e dois graus
            centígrados (2°C);
          • A necessidade de identificação de
            cada caixa com a espécie, o fornece
            dor, o dia de entrada ou a data de
            processamento e a validade;
          • O princípio PEPS – o primeiro que
            entra é o primeiro que sai;
          • Os resíduos devem ser
            armazenados em recipiente coberto
            ou fechado, em local segregado na câmara e identificados como
            “produtos impróprios para consumo”;
          • O gelo: utilizar sempre quantidade que mantenha o pescado a uma
            temperatura inferior a 3°C, cobrindo todo o pescado;
          • A proteção do pescado aberto (filés, postas e lombos) com filme de
            plástico (PVC) para evitar a oxidação, contaminação e ressecamento;
          • A limpeza das caixas plásticas;
          • Utilizar, sempre que possível, gelo triturado ou em escamas;
          • A qualidade e a certificação do fornecedor de gelo;
          • A qualidade da água e da manutenção da fábrica de gelo, quando o
            gelo for de fabricação própria. Utilizar pás de material impermeável,
            liso e lavável para manipular o gelo;
          • O melhor aproveitamento de cada abertura da câmara frigorífica, uma
            vez que a temperatura desta se eleva cada vez que é aberta.




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       BENEFICIAMENTO

          O responsável pelo beneficiamento
       do pescado deverá observar:
          • Se o estabelecimento tem licença
            para manipulação e quais são os
            seus limites;
          • Observar a previsão de venda,
            para evitar manipulação
            excessiva e perdasde alimento por
            deterioração;
          • O princípio PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai;
          • A exclusividade dos equipamentos e mesas para o beneficiamento do
            pescado. No caso de utilizar a mesma mesa para evisceração e
            filetagem, proceder à limpeza e à desinfecção entre uma atividade e outra;
          • As regras gerais que recomendam a manipulação do pescado no
            máximo 30 minutos em temperatura ambiente e no máximo uma
            hora em ambientes climatizados (de 12ºC a 18ºC). Algumas espécies,
            como moluscos bivalves abertos (desconchados), devem ser
            manipulados em tempo menor que 30 minutos;
          • Os equipamentos mínimos: facas com lâminas entre 6 e 12 polegadas,
            espátula, escamadores, martelo de polietileno, pedra de amolar,
            recipientes de plástico e recipientes exclusivos para resíduos.

                                      EMBALAGEM
                                         O responsável pela embalagem do
                                      pescado deverá observar:
                                         • A utilização de bandejas preferencial
                                           mente com um absorvedor entre o
                                           pescado e a bandeja, e a cobertura
                                           com filme de PVC transparente. Na
                                           ausência de bandejas apropriadas, o
                                           pescado deve ser embalado em sacos
                                           ou filmes transparentes próprios
                                           para alimento;
                                         • O tempo de exposição e a temperatura do
                                           pescado de modo a evitar a deterioração.




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       ROTULAGEM
           O responsável pela rotulagem do pescado deverá observar:
           • A colocação de rotulagem apropriada (fornecedor, data de recebimento,
             data de validade, nome do produto, conservação);
           • O tempo de exposição e a temperatura de modo a evitar a deterioração
             do pescado.

       EXPOSIÇÃO
          O responsável pela exposição do pescado
       deverá observar:
          • Se há necessidade de cobrir o pescado
            ou expor o pescado sob cobertura;
          • Se a estrutura de exposição do
            pescado apresenta superfície de aço
            inox ou de outra superfície de fácil higienização;
          • A possibilidade de expor adequadamente a maior variedade de produtos;
          • A quantidade de gelo sobre o pescado, de maneira que a temperatura
            seja próxima a 0ºC (necessariamente abaixo de 4ºC). Como regra geral,
            sugere-se que o gelo seja salpicado em pescado inteiro e eviscerado a
            cada dez minutos (10 minutos);
          • A rotulagem ou identificação do produto deve ser facilmente legível
            para o consumidor e indicar a espécie, o corte, o preço por quilo e a origem;
          • A utilização de gelo triturado ou em escamas;
          • A boa higiene dos recipientes utilizados;
          • A sobreposição de peixes deve ser evitada, assim como a de filés;
          • A exposição separada das espécies de diferentes origens e cortes
            (água doce x água salgada; peixes x crustáceos x moluscos; filés x
            peixes inteiros);
          • A colocação de filmes plásticos para alimentos entre o gelo e os filés,
            lombos e postas de peixes e moluscos e crustáceos.

           O tempo de exposição do pescado, deve seguir as regras gerais, abaixo:
           • Peixes inteiros ou eviscerados e os moluscos e crustáceos embalados: dois dias;
           • Filés, lombos e postas (sempre cobertos por um filme de PVC): um dia;
           • Realizar constante monitoramento dos produtos expostos e descartar
             todo pescado em condições inadequadas ao consumo;
           • Não se deve colocar o pescado sobre verduras ou similares para
             decoração, pois há risco de contaminação do alimento.




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       COMERCIALIZAÇÃO




            O responsável pela venda do pescado deverá observar:
            • A constante capacitação em modos de preparo do pescado e de
              receitas contendo pescado;
            • A intenção do cliente, podendo assim recomendar as espécies de
              pescado mais apropriadas às suas necessidades;
            • A possibilidade de beneficiar o pescado de acordo com as necessida
              des do cliente, uma vez que muitos clientes não têm o conhecimento
              técnico ou a estrutura adequada para o beneficiamento do pescado em
              seus lares;
            • A necessidade de acomodar o pescado em um saco plástico transpa
              rente, e envolver este com outro saco com gelo, para manter a
              temperatura e, conseqüentemente, a qualidade do alimento;
            • A necessária orientação para o cliente não deixar o pescado muito
              tempo fora de refrigeração;
            • A necessidade de informar o consumidor sobre as condições do
              pescado;
            • A importância de informar o consumidor sobre os benefícios do consu
              mo regular de pescados.




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  • 2. cartilha_do_pescado_meg.pmd 2 28/9/2007, 11:46
  • 3. 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................ 5 Ministro da SEAP-PR Altemir Gregolin ..................................................... 5 Presidente da Abras Sussumu Honda ....................................................... 7 PESCADO FRESCO ...................................................................... 9 Importante saber .................................................................................... 10 HIGIENE .................................................................................... 12 ASPECTOS DE QUALIDADE ..................................................... 14 Peixes .................................................................................................... 14 Crustáceos ............................................................................................. 15 Moluscos ............................................................................................... 16 PEIXARIAS ................................................................................ 17 Instalações ............................................................................................. 17 Recepção, Pesagem e Lavagem ............................................................... 18 Armazenamento ...................................................................................... 19 Beneficiamento e Embalagem ................................................................. 20 Rotulagem e Exposição ........................................................................... 21 Comercialização ...................................................................................... 22 cartilha_do_pescado_meg.pmd 3 28/9/2007, 11:46
  • 4. cartilha_do_pescado_meg.pmd 4 28/9/2007, 11:46
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO Ministro Altemir Gregolin Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca Presidência da República A DEMANDA POR PRODUTOS PESQUEIROS CRESCE NO MUNDO INTEIRO O pescado é um alimento saudável, rico em proteínas e sais minerais. Significa mais saúde e qualidade de vida para as pessoas. A Organização Mundial da Saúde, OMS, recomenda o consumo de pelo menos 12 kg por pessoa ao ano. Mas o consumo de peixe no Brasil ainda fica bem abaixo da média mundial. Isso significa que temos muito para crescer. O Brasil, como poucos países, tem grande potencial de produção. Tem água em abundância, clima favorável e uma enorme diversidade de espécies de Peixes. Produz mais de 1 milhão de toneladas de pescado por ano e tem condições de produzir e oferecer muito mais à população. O Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, investe na parceria com supermercados, pescadores, produtores, empresários e comerciantes para oferecer um produto cada vez mais acessível e de qualidade. Esta cartilha é um exemplo dessa determinação. Ela é dirigida aos profissionais que atuam na manipulação e comercialização do alimento para que sejam adotados os princípios necessários ao manuseio correto dos alimentos de origem pesqueira. São normas sanitárias exigidas, no Brasil e no mundo, para garantir pescado adequado ao consumo, livre de contaminação e com seu frescor e qualidades nutricionais preservadas. Um passo a mais para oferecer peixe saudável e de qualidade, formar novos consumidores, abrir mercados e criar as condições para fazer do Brasil o país do pescado. cartilha_do_pescado_meg.pmd 5 28/9/2007, 11:46
  • 6. cartilha_do_pescado_meg.pmd 6 28/9/2007, 11:46
  • 7. 7 APRESENTAÇÃO Sussumu Honda Presidente da Abras INFORMAÇÃO PARA MELHOR OPERAR A LOJA Todos nós que atuamos no setor supermercadista ficamos muito felizes em ver mais um fruto do entendimento com diversos órgãos do governo trazer luz a informações importantes para quem está no ponto-de-venda e procura oferecer o melhor produto a seus clientes, sempre seguindo as normas de segurança alimentar. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), aliada às demandas de suas afiliadas, as 27 Associações Estaduais de Supermercados, vem desenvolvendo diversas ações de sucesso nesse sentido, sempre com o irrestrito apoio dos órgãos governamentais, para orientar as melhores práticas às mais de 73 mil lojas do setor de supermercados em todo o País. Essa comunhão de idéias já resultou em diversas ações e em importantes frutos, como a criação, no ano passado, da cartilha orientativa com o tema “Comercialização do Pescado Salgado e Pescado Salgado Seco”, a conhecida “Cartilha do Bacalhau”. Agora, é com muito prazer que entregamos a toda a cadeia de abastecimento a “Cartilha do Pescado Fresco”, mais um fruto da parceria entre a Abras e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap). Esta Cartilha, que será distribuída em todas as lojas de supermercados e hipermercados do País, tem o objetivo de orientar o setor sobre a manipulação do pescado em todas as suas instâncias, para preservar a qualidade do pescado fresco entregue ao consumidor de nossas lojas. Peço, ao apresentar essa cartilha, que os empresários supermercadistas busquem a atenção de todos os seus colaboradores, fornecedores e parceiros para este instrumento, que não encerra em si nosso trabalho de orientação para o setor, pois daremos continuidade a ele, com treinamentos especiais a serem orientados nos cursos da Escola Nacional de Supermercados (ENS). Desejo a todos uma boa leitura, bons treinamentos, e, o mais importante, boa operação da seção de Peixaria! cartilha_do_pescado_meg.pmd 7 28/9/2007, 11:46
  • 8. cartilha_do_pescado_meg.pmd 8 28/9/2007, 11:46
  • 9. 9 PESCADO FRESCO Pescado é um termo genérico que se refere aos peixes e todos os frutos do mar destinados à alimentação humana. Peixe fresco é definido como aquele conservado somente pelo resfriamento, a uma temperatura próxima a 0ºC. Garantir a qualidade dos produtos é um dever de todo profissional que atua na cadeia produtiva de alimentos. Toda manipulação do pescado deve sempre ser feita observando-se os princípios das Boas Práticas de Fabricação e Manipulação de Alimentos. São procedimentos que devem ser adotados a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária, e incluem a higienização de instalações, equipamentos e utensílios, o manejo de resíduos, a saúde dos manipuladores, o controle integrado de pragas, entre outros. Esta cartilha foi elaborada em uma parceria entre a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP-PR) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras)........................................... O objetivo é orientar os integrantes e operadores da cadeia produtiva do pes- cado, em especial o manipulador do varejo, sobre os procedimentos técnicos e higiênico-sanitários mínimos necessários para a manutenção da qualidade do pescado fresco. Atenção: Não comercialize pescado de origem duvidosa ou desconhecida. cartilha_do_pescado_meg.pmd 9 28/9/2007, 11:47
  • 10. 10 IMPORTANTE SABER Microorganismos são seres vivos muito pequenos e só podem ser observa- dos com o auxílio de um microscópio (lente de aumento). Estão presentes em todo o lugar: na água, no ar, nos objetos, no solo e nos alimentos. Fazem parte dos microorganismos: bactérias, fungos, vírus e parasitas. Existem microorganismos considerados benéficos ao homem, como as bac- térias fermentadoras que auxiliam no processo de produção de alguns alimen- tos como vinho, cerveja, iogurtes e queijos. Mas o que preocupa são os micro- organismos capazes de colocar em risco a saúde humana, causando doenças e/ou alterando os alimentos, o que chamamos deterioração. Existem várias maneiras de os microorganismos chegarem aos alimentos: Normalmente os parasitas, as substâncias tóxicas e os microorganismos prejudiciais à saúde entram em contato com os alimentos, incluindo o pesca- do e seus produtos, durante a manipulação e o preparo. Esse processo de contágio é conhecido como contaminação. cartilha_do_pescado_meg.pmd 10 28/9/2007, 11:47
  • 11. 11 Desse modo, a contaminação, além de microbiológica (bactérias, fungos, vírus e parasitas), pode ser física (cabelo, prego, pedra) ou química (produtos de limpeza, tinta). O nosso principal foco é a contaminação microbiológica, porque daí podem surgir as principais doenças transmitidas pelos alimentos. A cada 20 minutos uma bactéria se reproduz, dividindo-se em duas. Em sete horas, poderá originar quatro milhões de bactérias. Para elas se reproduzirem, basta encontrar um ambiente com água, alimento, tempo e temperatura adequados. Para evitar a contaminação e a deterioração do pescado, o ambiente deve ser desfavorável à multiplicação bacteriana. Ações simples como higiene pessoal, lavagem freqüente das mãos e dos uniformes, higienização adequada dos equipamentos, dos utensílios e do ambiente e a conservação do pescado em temperatura adequada evitam ou controlam a contaminação. Essas medidas simples fazem parte das Boas Práticas. O pescado é um alimento de origem animal sensível a alterações de qualidade. A velocidade dessas alterações é influenciada especialmente pelo tempo e temperatura de conservação. Quanto mais tempo o pescado ficar exposto à temperatura acima de 3°C, maior o risco de deterioração. Quanto menor a temperatura, menor a multiplicação bacteriana. Outros fatores também podem estar associados à deterioração. Por isso, os cuidados e as Boas Práticas devem ser adotados em todas as etapas da cadeia: recepção, pesagem, lavagem, armazenamento, 2a lavagem, beneficiamento, embalagem, 2a pesagem, rotulagem, exposição e venda. É importante lembrar que o pescado obedece a legislações ambientais específicas de sazonalidade (algumas espécies têm a pesca suspensa em períodos do ano) e tamanho. Os distribuidores e comerciantes também são penalizados em caso de venda ilegal. cartilha_do_pescado_meg.pmd 11 28/9/2007, 11:47
  • 12. 12 HIGIENE É fundamental que todo o setor seja higienizado freqüentemente e de modo adequado. Higiene Pessoal As mãos devem ser lavadas: • ao chegar ao trabalho; • antes e após manipular alimentos; • após qualquer interrupção do serviço; • após tocar materiais contaminados; • após usar os sanitários; • sempre que se fizer necessário. Como lavar as mãos: • Molhar as mãos com bastante água; • Usar sabonete líquido; • Esfregar bem primeiro os antebraços, depois as mãos e por último as unhas, que devem estar bem aparadas; • Enxaguar adequadamente; • Secar usando toalhas de papel não reciclado ou secadores a ar quente; • Esfregar as mãos com um pouco de produto anti-séptico. Higiene com utensílios e equipamentos: • Para higienizar os equipamentos e utensílios deve-se utilizar detergen- te, enxaguar muito bem e em seguida realizar a desinfecção. Higiene com o ambiente, as instalações: • Para uma adequada higienização, o teto e as paredes devem ser lavados antes do piso; • Deve-se jogar água para remover a sujeira mais grossa; • Após a remoção das sujidades pesadas, deve-se aplicar um detergente adequado; • Usar vassoura para escovar e espalhar o detergente; • Em seguida, deve-se enxaguar bem, retirar o excesso de água e aplicar uma solução desinfetante. cartilha_do_pescado_meg.pmd 12 28/9/2007, 11:47
  • 13. 13 Por que limpar? Para criar um ambiente de trabalho saudável e, acima de tudo, para garantir aos clientes produtos de qualidade e com frescor. Outras medidas muito importantes: • O uniforme deve ser de cor clara, estar limpo e não ter bolso acima da cintura; • Objetos pessoais (celulares, carteiras, chaves, etc.) devem ser deixados no vestiário; • Não é permitido o uso de adornos (brincos, pulseiras, anéis, correntes, etc.); • Utilizar touca cobrindo todo o cabelo (cobrir as orelhas); • Devem ser usados sapatos fechados e antiderrapantes ou botas de borracha; • Utilizar os equipamentos de proteção individual adequados: capa térmica, avental plástico, luvas; • Os manipuladores com lesões e ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos de- vem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde. cartilha_do_pescado_meg.pmd 13 28/9/2007, 11:47
  • 14. 14 ASPECTOS DE QUALIDADE PEIXES O peixe fresco deve, na avaliação sensorial, apresentar-se com todo o frescor e estar isento de qualquer inadequação ao consumo. Para uma avaliação correta observe o quadro abaixo: Pescado Fresco Pescado Deteriorado Pele brilhante, úmida, tonalidade viva, sem Pele pálida e sem brilho lacerações Muco ausente. Quando Muco presente ou com característico da espécie, espessura aumentada deve ser aquoso Escamas unidas entre si, Escamas soltam-se fortemente aderidas à pele, facilmente, são opacas e sem translúcidas e com brilho brilho Carne firme, elástica e Carne leitosa, amarelada e aderida aos ossos com má aderência aos ossos Opérculo (membrana que reveste guelras) rígido, deve Opérculo não oferece oferecer resistência a sua resistência à abertura abertura Guelras róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes. Ausência Guelras pálidas e/ou com ou discreta presença de presença de muco intenso e muco translúcido espesso Órgãos internos bem Órgãos internos manchados; definidos; odor suave odor ácido Olhos salientes, transparentes Olhos fundos, opacos e sem e brilhantes brilho Odor suave ou ausente Odor intenso, desagradável, característico de alteração Um teste muito utilizado para avaliar o frescor do pescado consiste na pressão dos dedos sobre a carne do pescado. Se a mesma demorar ou não retornar à posição original, o pescado já se encontra em algum estado de deterioração. A carne do pescado deve ser elástica e firme. cartilha_do_pescado_meg.pmd 14 28/9/2007, 11:47
  • 15. 15 CRUSTÁCEOS Lagosta e camarão devem ter: • Aspecto geral brilhante, úmido; • Corpo em curvatura natural, rígida, artículos firmes e resistentes; • Carapaça e cabeça bem aderentes ao corpo; • Coloração própria à espécie; nãoapresentar mancha negra (melanose)ou alaranjada na carapaça, característico de camarões ou lagostas com qualidade comprometida; • Olhos vivos, destacados; • Cheiro próprio e suave. FONTE RIISPOA Caranguejos e siris inteiros devem: • Ser expostos à venda vivos e vigorosos; • Apresentar cheiro próprio e suave; • Ter aspecto geral brilhante e úmido; • Ter artículos e pernas inteiras e firmes; • Ter carapaça bem aderente ao corpo; • Ter coloração própria à espécie, sem nenhuma pigmentação estranha; • Ter olhos vivos, destacados. FONTE RIISPOA cartilha_do_pescado_meg.pmd 15 28/9/2007, 11:48
  • 16. 16 MOLUSCOS Marisco, Ostra (Bivalves) devem: • Ser expostos à venda vivos, com valvas fechadas, oferecendo resistência à abertura e,se abertos, reação rápida ao mais leve estímulo, fechando as valvas (conchas); • Ter líquido no interior das conchas incolor e límpido; • Apresentar cheiro agradável e pronunciado; • Ter a carne úmida, bem aderente à concha, de aspecto esponjoso, de cor cinza-claro nasostras e amarelada nos mexilhões. FONTE RIISPOA Polvo, Lula (Cefalópodes) devem: • Ter a pele lisa e úmida; • Contar com olhos vivos, salientes; • Ter carne consistente e elástica; • Apresentar a ausência de qualquer pigmentação estranha à espécie; • Apresentar cheiro próprio e agradável; • O polvo tem coloração característica acinzentada a levemente rosada; • Na lula nacional, a coloração característica do produto fresco é clara e levemente rosada. FONTE RIISPOA Importante: Polvos e lulas não devem apresentar coloração vermelha ou roxa, principalmente na parte interna dos tentáculos. cartilha_do_pescado_meg.pmd 16 28/9/2007, 11:48
  • 17. 17 PEIXARIAS INSTALAÇÕES Nas áreas de manipulação do pescado, os pisos, paredes e teto devem ser de cor clara, de materiais resistentes, impermeáveis e laváveis. Não devem ter frestas, rachaduras, goteiras, infiltrações ou descascamentos. Recomen- da-se que o piso possua declividade adequada para os líquidos escorrerem até os ralos (que devem ser do tipo sifão ou similar), impedindo a formação de poças. As instalações devem dispor de água corrente. Os equipamentos, mó- veis e utensílios que entram em contato com alimentos devem ser de materi- ais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores a eles. De- vem ser mantidos em adequado estado de conservação e resistentes à corro- são e a repetidas operações de limpeza e desinfecção. FLUXOGRAMA DE COMERCIALIZAÇÃO DO PESCADO Atenção: Em todas as etapas do fluxograma, as características relativas à qualidade do pescado fresco devem ser observadas. cartilha_do_pescado_meg.pmd 17 28/9/2007, 11:48
  • 18. 18 RECEPÇÃO O responsável pela recepção do pescado deverá observar: • Se o entregador utiliza uniformes adequados e limpos, sapato fechado, sem adornos (brincos, anéis, pulseiras, correntes, etc.), proteção para os cabelos e luvas; • Se o pescado está acondicionado em caixas plásticas limpas; • Se a qualidade do produto está adequada e se há cobertura de gelo limpo nas caixas plásticas; • Se o pescado se encontra sob temperaturas entre zero (O°C) e três graus centígrados (3°C) ou sob a temperatura indicada pelo fabricante; • Se o veículo está em bom estado de conservação e higiene; se é exclusivo para pescado; se for isotérmico (sem unidade produtora de frio), deve ter isolante e, se for refrigerado, além do isolante deve ter forçador de ar; • Se os peixes grandes estão em superfícies limpas e com gelo. PESAGEM O responsável pela pesagem do pescado deverá: • Manter o pescado o menor tempo possível fora da temperatura adequada, evitando a deterioração rápida do roduto. LAVAGEM O responsável pela lavagem do pescado deverá observar: • A concentração de cloro em 5 ppm (5 mg de cloro por 1 litro de água); • A temperatura da água (preferen cialmente gelada). Quando a água do estabelecimento estiver na temperatura ambiente, evitar contato prolongado com o produto. cartilha_do_pescado_meg.pmd 18 28/9/2007, 11:48
  • 19. 19 ARMAZENAMENTO O responsável pela armazenagem do pescado deverá observar: • Temperatura da câmara. Quando houver armazenamento refrigerado, a temperatura da câmara deve estar entre zero (O°C) e dois graus centígrados (2°C); • A necessidade de identificação de cada caixa com a espécie, o fornece dor, o dia de entrada ou a data de processamento e a validade; • O princípio PEPS – o primeiro que entra é o primeiro que sai; • Os resíduos devem ser armazenados em recipiente coberto ou fechado, em local segregado na câmara e identificados como “produtos impróprios para consumo”; • O gelo: utilizar sempre quantidade que mantenha o pescado a uma temperatura inferior a 3°C, cobrindo todo o pescado; • A proteção do pescado aberto (filés, postas e lombos) com filme de plástico (PVC) para evitar a oxidação, contaminação e ressecamento; • A limpeza das caixas plásticas; • Utilizar, sempre que possível, gelo triturado ou em escamas; • A qualidade e a certificação do fornecedor de gelo; • A qualidade da água e da manutenção da fábrica de gelo, quando o gelo for de fabricação própria. Utilizar pás de material impermeável, liso e lavável para manipular o gelo; • O melhor aproveitamento de cada abertura da câmara frigorífica, uma vez que a temperatura desta se eleva cada vez que é aberta. cartilha_do_pescado_meg.pmd 19 28/9/2007, 11:48
  • 20. 20 BENEFICIAMENTO O responsável pelo beneficiamento do pescado deverá observar: • Se o estabelecimento tem licença para manipulação e quais são os seus limites; • Observar a previsão de venda, para evitar manipulação excessiva e perdasde alimento por deterioração; • O princípio PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai; • A exclusividade dos equipamentos e mesas para o beneficiamento do pescado. No caso de utilizar a mesma mesa para evisceração e filetagem, proceder à limpeza e à desinfecção entre uma atividade e outra; • As regras gerais que recomendam a manipulação do pescado no máximo 30 minutos em temperatura ambiente e no máximo uma hora em ambientes climatizados (de 12ºC a 18ºC). Algumas espécies, como moluscos bivalves abertos (desconchados), devem ser manipulados em tempo menor que 30 minutos; • Os equipamentos mínimos: facas com lâminas entre 6 e 12 polegadas, espátula, escamadores, martelo de polietileno, pedra de amolar, recipientes de plástico e recipientes exclusivos para resíduos. EMBALAGEM O responsável pela embalagem do pescado deverá observar: • A utilização de bandejas preferencial mente com um absorvedor entre o pescado e a bandeja, e a cobertura com filme de PVC transparente. Na ausência de bandejas apropriadas, o pescado deve ser embalado em sacos ou filmes transparentes próprios para alimento; • O tempo de exposição e a temperatura do pescado de modo a evitar a deterioração. cartilha_do_pescado_meg.pmd 20 28/9/2007, 11:49
  • 21. 21 ROTULAGEM O responsável pela rotulagem do pescado deverá observar: • A colocação de rotulagem apropriada (fornecedor, data de recebimento, data de validade, nome do produto, conservação); • O tempo de exposição e a temperatura de modo a evitar a deterioração do pescado. EXPOSIÇÃO O responsável pela exposição do pescado deverá observar: • Se há necessidade de cobrir o pescado ou expor o pescado sob cobertura; • Se a estrutura de exposição do pescado apresenta superfície de aço inox ou de outra superfície de fácil higienização; • A possibilidade de expor adequadamente a maior variedade de produtos; • A quantidade de gelo sobre o pescado, de maneira que a temperatura seja próxima a 0ºC (necessariamente abaixo de 4ºC). Como regra geral, sugere-se que o gelo seja salpicado em pescado inteiro e eviscerado a cada dez minutos (10 minutos); • A rotulagem ou identificação do produto deve ser facilmente legível para o consumidor e indicar a espécie, o corte, o preço por quilo e a origem; • A utilização de gelo triturado ou em escamas; • A boa higiene dos recipientes utilizados; • A sobreposição de peixes deve ser evitada, assim como a de filés; • A exposição separada das espécies de diferentes origens e cortes (água doce x água salgada; peixes x crustáceos x moluscos; filés x peixes inteiros); • A colocação de filmes plásticos para alimentos entre o gelo e os filés, lombos e postas de peixes e moluscos e crustáceos. O tempo de exposição do pescado, deve seguir as regras gerais, abaixo: • Peixes inteiros ou eviscerados e os moluscos e crustáceos embalados: dois dias; • Filés, lombos e postas (sempre cobertos por um filme de PVC): um dia; • Realizar constante monitoramento dos produtos expostos e descartar todo pescado em condições inadequadas ao consumo; • Não se deve colocar o pescado sobre verduras ou similares para decoração, pois há risco de contaminação do alimento. cartilha_do_pescado_meg.pmd 21 28/9/2007, 11:49
  • 22. 22 COMERCIALIZAÇÃO O responsável pela venda do pescado deverá observar: • A constante capacitação em modos de preparo do pescado e de receitas contendo pescado; • A intenção do cliente, podendo assim recomendar as espécies de pescado mais apropriadas às suas necessidades; • A possibilidade de beneficiar o pescado de acordo com as necessida des do cliente, uma vez que muitos clientes não têm o conhecimento técnico ou a estrutura adequada para o beneficiamento do pescado em seus lares; • A necessidade de acomodar o pescado em um saco plástico transpa rente, e envolver este com outro saco com gelo, para manter a temperatura e, conseqüentemente, a qualidade do alimento; • A necessária orientação para o cliente não deixar o pescado muito tempo fora de refrigeração; • A necessidade de informar o consumidor sobre as condições do pescado; • A importância de informar o consumidor sobre os benefícios do consu mo regular de pescados. cartilha_do_pescado_meg.pmd 22 28/9/2007, 11:49
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