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BRS Capiaçu: cultivar de
capim-elefante de alto
rendimento para produção
de silagem
Antonio Vander Pereira1
, Francisco José da Silva
Ledo1
, Mirton José Frota Morenz, José Luiz Bellini
Leite1
, Alexandre Magno Brighenti dos Santos1
,
Carlos Eugenio Martins1
, Juarez Campolina
Machado1
79ISSN 1678-3131
Juiz de Fora, MG
Outubro, 2016Técnico
1
Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite
Comunicado
1. Introdução
A produção brasileira de leite e carne é baseada
na utilização de pastagens. Entretanto, as mesmas
apresentam forte estacionalidade de produção de
forragem, com consequências negativas sobre a pro-
dução animal (BARIONI et al., 2003). O uso do ca-
pim-elefante constitui alternativa de baixo custo para
suplementação volumosa, com reflexos positivos na
taxa de lotação das pastagens (CÓSER et al., 2000;
PEREIRA et al., 2010).
Entre as formas de utilização do capim-elefante, a
capineira é a mais comum, constituindo importante
recurso forrageiro para suplementação volumosa na
estação seca na maioria das pequenas propriedades.
Com o objetivo de oferecer alternativa para suple-
mentação volumosa, a Embrapa desenvolveu a cul-
tivar de capim-elefante BRS Capiaçu, com elevado
potencial de produção e bom valor nutritivo, visando
à utilização na forma de silagem ou picado verde.
2. Origem e Desenvolvimento
A cultivar BRS Capiaçu foi obtida pelo programa
de melhoramento do capim-elefante conduzido pela
Embrapa Gado de Leite. Diversas famílias de irmãos
completos foram obtidas por meio de cruzamentos
dirigidos entre acessos de capim-elefante perten-
centes ao Banco Ativo de Germoplasma – BAGCE.
As melhores progênies foram clonadas e avaliadas
em testes comparativos de linhas clonais. Cinquen-
ta clones foram selecionados e avaliados pela Rede
Nacional de Ensaios de Capim-elefante - RENACE,
conduzida em 17 estados brasileiros, no período de
1999 a 2008. O clone CNPGL 92-79-2, obtido do
cruzamento entre os acessos Guaco IZ2 (BAGCE 60)
e Roxo (BAGCE 57), destacou-se em vários locais,
tendo sido submetido ao teste de Valor de Cultivo e
Uso – VCU de 2009 a 2011.
Este clone recebeu a denominação de BRS Capia-
çu e foi registrado como cultivar no Ministério da
2 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sob
nº 33503 em 08/01/2015, bem como recebeu cer-
tificado de proteção de cultivares nº 20150124, em
23/01/2015.
3. Descrição
A cultivar apresenta porte alto; touceiras de formato
ereto; folhas largas, compridas, de cor verde e nervu-
ra central branca; colmos grossos, internódios com-
pridos e de coloração amarelada. Apresenta elevada
densidade de perfilhos basais, florescimento tardio
e boa resistência ao tombamento. A BRS Capiaçu
deve ser propagada por meio de colmos e apresenta
gemas com elevado poder de brotação.
Outras características da cultivar BRS Capiaçu são:
4. Características Forrageiras e
Adaptativas
A BRS Capiaçu se destaca das demais cultivares de
capim-elefante por apresentar resistência ao tomba-
mento, facilidade para a colheita mecânica, ausên-
cia de joçal (pelos) e touceiras eretas e densas. A
cultivar inova na versatilidade de uso da capineira,
podendo produzir silagem de boa qualidade ou forne-
cida como picado verde no cocho.
O potencial de produção de biomassa da BRS Ca-
piaçu supera o do milho e o da cana-de-açúcar, atin-
gindo média de 50 t/ha/ano de matéria seca. Outra
característica favorável desta cultivar é a tolerância
ao estresse hídrico, o que a torna alternativa ao culti-
vo do milho em regiões com alto risco de ocorrência
de veranicos.
A BRS Capiaçu pode ser cultivada em locais de cli-
ma tropical, sendo recomendada para o Bioma Mata
Atlântica. A cultivar é exigente em relação às condi-
ções do solo, devendo ser cultivada em solos profun-
dos, bem drenados e de boa fertilidade.
5. Implantação da Cultura
Para estabelecimento da cultura devem ser escolhi-
das, preferencialmente, áreas com solos férteis e
com possibilidade de mecanização e irrigação. Reco-
menda-se que a capineira seja formada em área que
facilite o transporte da forragem colhida, o enchi-
mento dos silos e a realização da adubação orgâ-
nica. Devem ser evitadas áreas de várzeas úmidas
ou sujeitas a alagamentos, uma vez que o capim-
-elefante não tolera solos encharcados.
O solo deve ser preparado de forma convencional,
efetuando-se arações e gradagens conforme a ne-
cessidade e condição do terreno. A calagem deve
ser realizada com base no resultados da análise de
solo, visando alcançar 60% de saturação por ba-
ses. Na fase de preparo do solo, atenção especial
deve ser dada ao controle de plantas daninhas, de
forma a não comprometer o estabelecimento e a
longevidade da capineira, bem como evitar capinas
e aplicações de herbicidas após o estabelecimento
da cultura.
O plantio deve ser realizado no início da estação chuvo-
sa, em sulcos de, aproximadamente, 20-30 cm de pro-
fundidade e espaçados entre si de 0,80 m a 1,20 m.
A adubação de estabelecimento deve ser baseada
nos resultados da análise de solo. Na maioria dos
solos tropicais, as principais limitações estão rela-
cionadas a acidez e aos baixos teores de fósforo
(MONTEIRO, 1994), os quais devem ser corrigidos
Tipo de material genético Clone
Nível de ploidia Tetraploide (2n=4x=28)
Propagação Vegetativa (colmos)
Época de florescimento Tardia (julho - agosto)
Hábito de crescimento Cespitoso (touceira ereta)
Densidade de perfilhos basais Médio (30 perfilhos/m2
)
Altura da planta Porte alto (4,20 m)
Diâmetro do colmo Grosso (1,6 cm)
Comprimento do internódio 16 cm
Relação folha/caule 0,75
Largura da folha 5,17 cm
Comprimento da folha 106 cm
Cor das folhas Verde
Cor da nervura central da folha Branca
3BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem
com uso de calagem e fertilizantes. No plantio, re-
comenda-se a aplicação apenas da adubação fosfa-
tada, distribuída no fundo dos sulcos. Para a maioria
dos solos são necessários de 120 kg/ha de P2
O5
, que
corresponde a 600 kg/ha de superfosfato simples.
A aplicação do potássio deverá ser realizada quando
o teor deste elemento no solo for inferior a 50 ppm,
numa dose de 80 a 100 kg/ha de KCl.
A primeira adubação em cobertura/manutenção deve
ser realizada quando as plantas atingirem a altura mé-
dia de 50 cm. Recomenda-se a aplicação fracionada
de 1.200 kg/ha/ano da formulação NPK (20-05-20),
após cada corte, sempre com o solo úmido. Em áreas
irrigadas, pode-se usar até 1.400 kg/ha/ano da fór-
mula 20-05-20, com aplicações divididas após cada
corte.
A realização da adubação orgânica, por meio da
utilização de dejetos oriundos da limpeza do cur-
ral, além de promover aumento da produtividade,
reduz a necessidade de aplicação de fertilizantes
químicos.
6. Insetos-Pragas e Plantas Daninhas
A cultivar é susceptível à cigarrinha das pastagens
Mahanarva spectabilis. Entretanto, quando a capinei-
ra é bem manejada, a cultivar apresenta boa tolerân-
cia ao ataque da praga.
As plantas daninhas causam perdas significativas na
produção de forragem do capim-elefante, podendo
chegar a 42% de redução de matéria seca de forra-
gem. O período crítico de prevenção à interferência
de plantas daninhas no capim-elefante BRS Capiaçu
estende-se dos 23 aos 42 dias após o plantio.
A aração e a gradagem constituem práticas que pro-
movem o controle inicial das plantas daninhas. As-
sim, o plantio das mudas deve ser o mais próximo
possível da última gradagem, a fim de evitar que
populações de espécies daninhas se estabeleçam an-
tes do capim-elefante. Capina manual, cultivadores
de tração animal ou mecânico podem ser usados no
controle das espécies daninhas nas entrelinhas do
capim-elefante, tendo o cuidado para que esses im-
plementos não atinjam as touceiras e o sistema radi-
cular da forrageira.
O controle químico de plantas daninhas com herbi-
cidas é uma prática comum para muitas espécies,
contudo ainda não existem produtos registrados no
Mapa para uso em capim-elefante.
7. Colheita
A colheita da forragem pode ser realizada de forma
manual ou mecanizada. A opção pela forma manual
de colheita aumenta os custos de produção, quando
comparada à colheita mecanizada.
No caso da colheita mecanizada, o espaçamento en-
trelinhas deve ser de no mínimo 1,00 m, visando
evitar que as rodas das máquinas passem sobre as
linhas de capim-elefante, comprometendo a rebrota
pós-corte.
8. Produção e Composição Química
da Forragem
A cultivar BRS Capiaçu destaca-se pela alta produ-
ção de biomassa (Tabela 1), composição química
da forragem (Tabela 2) e menor custo de produção
quando comparada a outras culturas utilizadas para
silagem (Tabela 6).
A cultivar BRS Capiaçu apresenta produção média de
100 t/ha/corte de massa verde, ou seja, 300 t/ha/ano
em três corte anuais. Este potencial de produção re-
Tabela 1. Produção de biomassa e altura das plantas da
cultivar BRS Capiaçu, em diferentes idades de corte.
1 2
produção de matéria natural; produção de matéria seca.
Idade de corte
(dias)
Altura
(m)
PMN1
(t/ha)
PMS2
(t/ha)
50 2,4 54,3 5,1
70 2,9 93,5 13,3
90 3,6 108,5 17,5
110 4,1 112,2 22,5
4 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem
presenta cerca de três vezes a produção de biomassa
obtida com as culturas do milho e do sorgo.
Para fornecimento da forragem da BRS Capiaçu na
forma picado verde no cocho, recomenda-se que o
corte seja realizado quando a planta atingir de 2,5-
3,0 m de altura (aproximadamente; 50-70 dias; na
estação das águas). Neste estádio de desenvolvi-
mento obtém-se elevada produtividade de biomassa
com boa composição química (Tabela 2).
9. Silagem da BRS Capiaçu
De forma geral, as gramíneas tropicais se caracteri-
zam por apresentar baixos teores de matéria seca e
de carboidratos solúveis na idade em que alcançam
o melhor valor nutritivo da forragem. A ensilagem
de biomassa com alto teor de umidade pode preju-
dicar o processo de fermentação no silo e aumentar
as perdas por efluentes (BERNARDES et al., 2015).
Para evitar estes problemas, a colheita deve ser re-
alizada com a planta mais madura, visando obter a
melhor relação entre produção de biomassa – valor
nutritivo – teor de matéria seca. Recomenda-se o
corte da BRS Capiaçu para ensilagem, quando as
plantas atingirem altura média de 3,5-4,0 m, o que
ocorre próximo a 90-110 dias de idade de rebrota. A
colheita neste estádio resulta em melhor relação en-
tre produção de silagem e composição química (Ta-
bela 3). Contudo, não é recomendada a ensilagem
da BRS Capiaçu com idade avançada (acima de 120
dias de idade de rebrota) em função da perda de va-
lor nutritivo.
A obtenção de silagem de alta qualidade também de-
pende do tamanho das partículas (1-2 cm) e de boa
compactação do material ensilado. Ainda, o uso
de aditivos pode melhorar o processo fermentativo
resultando em uma silagem de melhor qualidade
(JOBIM et al., 2006).
10. Custo da Silagem
O custo estimado para implantação de 1 ha da BRS
Capiaçu é de R$ 4.474,18, a preços de junho de
2016 (Tabela 4). Considerando a vida útil da capi-
neira em 10 anos, este custo deve ser depreciado ao
longo deste período, a uma determinada taxa de juros
(neste caso, 6% ao ano). Os custos variáveis foram
estimados com base nos custos anuais de manuten-
ção da lavoura e de três colheitas e ensilagem. O cus-
to total por hectare foi estimado em R$ 14.461,75
e R$ 6.178,98, para operação com colheita manual
e colheita mecanizada, respectivamente. Os custos
dos processos de colheita e ensilagem, referentes à
colheita manual e mecanizada, correspondem, res-
pectivamente, a 76,34% e 47,53% dos custos to-
tais de produção da silagem.
11. Análise Comparativa do Custo
de Produção
A silagem da BRS Capiaçu apresenta teor de PB in-
ferior ao das silagens de milho e sorgo e superior à
da silagem de cana-de-açúcar, e os teores de NDT
Tabela 2. Composição química da forragem da BRS Capiaçu
em diferentes idades de corte.
1 2 3 4
5
base da matéria seca; proteína bruta; fibra em detergente neutro; lignina;
nutrientes digestíveis totais.
Idade de
corte
(dias)
MS
(%)
Nutriente1
PB2
FDN3
LIG4
NDT5
50 9,3 9,7 60,5 3,8 50,1
70 13,8 7,7 66,3 5,8 47,9
90 16,4 6,2 68,2 7,0 46,2
110 19,7 5,6 68,6 7,7 45,6
Tabela 3. Composição química da silagem da BRS Capiaçu
em diferentes idades de corte.
1 2 3 4
5
base da matéria seca; proteína bruta; fibra em detergente neutro; lignina;
nutrientes digestíveis totais.
Idade de
corte
(dias)
MS
(%)
Nutriente1
pH
PB2
FDN3
LIG4
NDT5
90 18,0 5,3 72,2 7,6 46,8 3,9
110 20,4 5,1 73,8 9,0 45,4 3,8
Tabela 4. Custo de produção da silagem de BRS Capiaçu, em
três cortes/ano, para as colheitas manual e mecanizada.
Custos
Colheita Manual
Colheita
Mecanizada
R$/ha % R$/ha %
1. Fixos
625,52 4,15 625,52 9,19
Depreciação do
capital para
estabelecimento da
lavoura (10 anos) a
um custo de
R$4.474,18/ha
2. Variáveis 14.461,75 95,85 6.178,98 90,81
2.1. Manutenção
anual da lavoura
2.944,60 19,52 2.944,60 43,27
2.2. Colheita e
ensilagem
11.517,15 76,34 3.234,38 47,53
3. Total 15.087,27 100,00 6.804,50 100,00
5BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem
do capim-elefante são inferiores aos das demais si-
lagens (Tabela 5). Todavia, as quantidades totais de
PB e de NDT produzidas por unidade de área pela
BRS Capiaçu são maiores que aquelas obtidas por
milho, cana-de-açúcar e sorgo, devido à maior produ-
tividade do capim (Tabela 6).
A cultivar BRS Capiaçu, em três cortes/ano, pro-
duz 2,65 t/ha de PB e 23,61 t/ha de NDT; o milho,
em dois cultivos anuais, produziu 2,04 t/ha de PB e
17,67 t/ha de NDT; o sorgo, em duas colheitas, 1,46
t/ha de PB e 15,60 t/ha de NDT e; a cana-de-açúcar
0,65 t/ha de PB e 18,75 t/ha de NDT (Tabela 6).
O uso de silagem da BRS Capiaçu na alimentação de
vacas em lactação implica na necessidade de maior
quantidade de concentrado na dieta em relação ao
uso da silagem de milho, visando atender aos reque-
rimentos nutricionais dos animais.
A estimativa do custo médio da matéria seca da sila-
gem de BRS Capiaçu, considerando-se três colheitas/
ano, é de R$ 130,85/tonelada. Esse valor é 57%
inferior ao custo de produção da silagem de milho,
42,3% da cana-de-açúcar e 43,7% do sorgo. Devido
à alta produtividade da BRS Capiaçu, a silagem pro-
duzida com este capim apresenta menores custos de
produção por hectare (Tabela 6).
Desta forma, a silagem da BRS Capiaçu constitui
alternativa de fonte de suplementação volumosa ba-
rata e de boa qualidade para uso em sistemas de
produção de leite e carne bovina e, também, para
pequenos ruminantes.
12. Referências
BARIONI, L. G.; MARTHA JR., G. B.; RAMOS, A. K.
B.; VELOSO, R. F.; RODRIGUES, D. C.; VILELA, L.
Planejamento e gestão do uso de recursos forrageiros
na produção de bovinos em pastejo. In: SIMPÓSIO
SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 20., 2003, Piraci-
caba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2003 p. 105-154.
BERNARDES, T. F.; SCHMIDT, P.; DANIEL, J. L. P.
An overview of silage production and utilization in
Brazil. In: INTERNATIONAL SILAGE CONFERENCE,
2015, Piracicaba. Proceedings… Piracicaba: ESALQ,
2015. 623 p.
Tabela 5. Teores de proteína bruta (PB) e nutrientes
digestíveis totais (NDT) das silagens de BRS Capiaçu, milho,
sorgo e cana-de-açúcar.
1 2 3
base da matéria seca; Valadares Filho et al., 2010; NDT=74,49-
0.56358*FDA, Capelle et al., 2001.
Nutriente1
Silagens
Capiaçu/90
dias
Capiaçu/110
dias
Milho2
Sorgo2
Cana2
PB 5,3 5,1 7,3 6,8 4,2
NDT 46,83
45,43
63,1 59,1 49,2
Tabela 6. Custo de produção da matéria seca e de nutrientes
das silagens de BRS Capiaçu, milho, cana-de-açúcar e sorgo.
*três colheitas/ano.
Silagens
Matéria seca Proteína bruta
Nutrientes
digestíveis totais
Produção
(t/ano)
Custo
(R$/t)
Produção
(t/ha/ano)
Custo
(R$/t)
Produção
(t/ha/ano)
Custo
(R$/t)
BRS Capiaçu* 52,0 130,85 2,65 2.565,70
Milho 28,0 304,46 2,04 4.468,65
Cana 32,3 226,91 0,65 11.345,34
Sorgo 24,0 232,36 1,46 3.809,25
23,61
17,67
18,75
15,60
288,22
516,98
391,22
357,48
6 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem
MONTEIRO, F. A. Adubação para o estabelecimento
e manutenção de capim-elefante. In. CARVALHO, L.
A.; CARVALHO, M. M.; MARTINS, C. E.; VILELA, D.
(Ed.). Capim-elefante: produção e utilização. Coronel
Pacheco: Embrapa Gado de Leite, 1994. p. 49-79.
PEREIRA, A. V.; AUAD, A. M.; LEDO, F. J. S.; BAR-
BOSA, S. Pennisetum purpureum. In: FONSECA, D.
M. da; MARTUSCELLO, J. A. (Org.). Plantas Forra-
geiras. Viçosa: Editora UFV, 2010. v. 1, p. 197-219.
VALADARES FILHO, S. C.; MACHADO, P. A. S.;
CHIZZOTTI, M. L.; AMARAL, H. F.; MAGALHÃES,
K. A.; ROCHA JUNIOR, V. R.; CAPELLE, E. R. Ta-
belas brasileiras de composição de alimentos para
bovinos. CQBAL 3.0. 2. ed. Viçosa, MG: UFV/DZO,
2010. 502 p.
CAPELLE, E. R.; VALADARES FILHO, S. C.; SILVA,
J. F. C.; CECON, P. R. Estimativas do valor energé-
tico a partir de características químicas e bromato-
lógicas dos alimentos. Rev. Bras. Zootec., v. 30, p.
1837-1856, 2001.
CÓSER, A. C.; MARTINS, C. E.; DERESZ, F. Capim-
-elefante: formas de uso na alimentação animal.
Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2000. 27 p.
(Embrapa Gado de Leite. Circular Técnica, 57).
JOBIM, C. C.; SARTI, L. L.; SANTOS, G. T.; BRAN-
CO, A. F.; CECATO, U. Desempenho animal e viabili-
dade econômica do uso da silagem de capim-elefante
em substituição a silagem de milho para vacas em
lactação. Acta Scientiarum. Animal Sciences, v. 28,
n. 2, p. 137-144, 2006.
Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:
Embrapa Gado de Leite
Rua Eugênio do Nascimento, 610
Bairro Dom Bosco – 36038-330 – Juiz de Fora/MG
Fone: (32) 3311-7405
Fax: (32) 3311-7401
Home page: http://www.embrapa.br/gado-de-leite
SAC: www.embrapa.br/fale-conosco/sac
1a
edição
1a
impressão (2016): 2.000 exemplares
Comunicado
Técnico, 79
Presidente Pedro Braga Arcuri
Secretária Executiva Emili Barcellos Martins Santos
Membros Jackson Silva e Oliveira, Leônidas
Paixão Passos, Alexander Machado Auad,
Fernando Cesár Ferraz Lopes, Francisco José
da Silva Lédo, Pérsio Sandir D`Oliveira, Fábio
Homero Diniz, Frank Ângelo Tomita Bruneli,
Nivea Maria Vicentini, Leticia Caldas Mendonça,
Rita de Cássia Bastos de Souza
Supervisão editorial Antonio Vander Pereira
Editoração eletrônica Carlos Alberto Medeiros de
Moura
Comitê de
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Expediente

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BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem

  • 1. BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem Antonio Vander Pereira1 , Francisco José da Silva Ledo1 , Mirton José Frota Morenz, José Luiz Bellini Leite1 , Alexandre Magno Brighenti dos Santos1 , Carlos Eugenio Martins1 , Juarez Campolina Machado1 79ISSN 1678-3131 Juiz de Fora, MG Outubro, 2016Técnico 1 Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite Comunicado 1. Introdução A produção brasileira de leite e carne é baseada na utilização de pastagens. Entretanto, as mesmas apresentam forte estacionalidade de produção de forragem, com consequências negativas sobre a pro- dução animal (BARIONI et al., 2003). O uso do ca- pim-elefante constitui alternativa de baixo custo para suplementação volumosa, com reflexos positivos na taxa de lotação das pastagens (CÓSER et al., 2000; PEREIRA et al., 2010). Entre as formas de utilização do capim-elefante, a capineira é a mais comum, constituindo importante recurso forrageiro para suplementação volumosa na estação seca na maioria das pequenas propriedades. Com o objetivo de oferecer alternativa para suple- mentação volumosa, a Embrapa desenvolveu a cul- tivar de capim-elefante BRS Capiaçu, com elevado potencial de produção e bom valor nutritivo, visando à utilização na forma de silagem ou picado verde. 2. Origem e Desenvolvimento A cultivar BRS Capiaçu foi obtida pelo programa de melhoramento do capim-elefante conduzido pela Embrapa Gado de Leite. Diversas famílias de irmãos completos foram obtidas por meio de cruzamentos dirigidos entre acessos de capim-elefante perten- centes ao Banco Ativo de Germoplasma – BAGCE. As melhores progênies foram clonadas e avaliadas em testes comparativos de linhas clonais. Cinquen- ta clones foram selecionados e avaliados pela Rede Nacional de Ensaios de Capim-elefante - RENACE, conduzida em 17 estados brasileiros, no período de 1999 a 2008. O clone CNPGL 92-79-2, obtido do cruzamento entre os acessos Guaco IZ2 (BAGCE 60) e Roxo (BAGCE 57), destacou-se em vários locais, tendo sido submetido ao teste de Valor de Cultivo e Uso – VCU de 2009 a 2011. Este clone recebeu a denominação de BRS Capia- çu e foi registrado como cultivar no Ministério da
  • 2. 2 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sob nº 33503 em 08/01/2015, bem como recebeu cer- tificado de proteção de cultivares nº 20150124, em 23/01/2015. 3. Descrição A cultivar apresenta porte alto; touceiras de formato ereto; folhas largas, compridas, de cor verde e nervu- ra central branca; colmos grossos, internódios com- pridos e de coloração amarelada. Apresenta elevada densidade de perfilhos basais, florescimento tardio e boa resistência ao tombamento. A BRS Capiaçu deve ser propagada por meio de colmos e apresenta gemas com elevado poder de brotação. Outras características da cultivar BRS Capiaçu são: 4. Características Forrageiras e Adaptativas A BRS Capiaçu se destaca das demais cultivares de capim-elefante por apresentar resistência ao tomba- mento, facilidade para a colheita mecânica, ausên- cia de joçal (pelos) e touceiras eretas e densas. A cultivar inova na versatilidade de uso da capineira, podendo produzir silagem de boa qualidade ou forne- cida como picado verde no cocho. O potencial de produção de biomassa da BRS Ca- piaçu supera o do milho e o da cana-de-açúcar, atin- gindo média de 50 t/ha/ano de matéria seca. Outra característica favorável desta cultivar é a tolerância ao estresse hídrico, o que a torna alternativa ao culti- vo do milho em regiões com alto risco de ocorrência de veranicos. A BRS Capiaçu pode ser cultivada em locais de cli- ma tropical, sendo recomendada para o Bioma Mata Atlântica. A cultivar é exigente em relação às condi- ções do solo, devendo ser cultivada em solos profun- dos, bem drenados e de boa fertilidade. 5. Implantação da Cultura Para estabelecimento da cultura devem ser escolhi- das, preferencialmente, áreas com solos férteis e com possibilidade de mecanização e irrigação. Reco- menda-se que a capineira seja formada em área que facilite o transporte da forragem colhida, o enchi- mento dos silos e a realização da adubação orgâ- nica. Devem ser evitadas áreas de várzeas úmidas ou sujeitas a alagamentos, uma vez que o capim- -elefante não tolera solos encharcados. O solo deve ser preparado de forma convencional, efetuando-se arações e gradagens conforme a ne- cessidade e condição do terreno. A calagem deve ser realizada com base no resultados da análise de solo, visando alcançar 60% de saturação por ba- ses. Na fase de preparo do solo, atenção especial deve ser dada ao controle de plantas daninhas, de forma a não comprometer o estabelecimento e a longevidade da capineira, bem como evitar capinas e aplicações de herbicidas após o estabelecimento da cultura. O plantio deve ser realizado no início da estação chuvo- sa, em sulcos de, aproximadamente, 20-30 cm de pro- fundidade e espaçados entre si de 0,80 m a 1,20 m. A adubação de estabelecimento deve ser baseada nos resultados da análise de solo. Na maioria dos solos tropicais, as principais limitações estão rela- cionadas a acidez e aos baixos teores de fósforo (MONTEIRO, 1994), os quais devem ser corrigidos Tipo de material genético Clone Nível de ploidia Tetraploide (2n=4x=28) Propagação Vegetativa (colmos) Época de florescimento Tardia (julho - agosto) Hábito de crescimento Cespitoso (touceira ereta) Densidade de perfilhos basais Médio (30 perfilhos/m2 ) Altura da planta Porte alto (4,20 m) Diâmetro do colmo Grosso (1,6 cm) Comprimento do internódio 16 cm Relação folha/caule 0,75 Largura da folha 5,17 cm Comprimento da folha 106 cm Cor das folhas Verde Cor da nervura central da folha Branca
  • 3. 3BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem com uso de calagem e fertilizantes. No plantio, re- comenda-se a aplicação apenas da adubação fosfa- tada, distribuída no fundo dos sulcos. Para a maioria dos solos são necessários de 120 kg/ha de P2 O5 , que corresponde a 600 kg/ha de superfosfato simples. A aplicação do potássio deverá ser realizada quando o teor deste elemento no solo for inferior a 50 ppm, numa dose de 80 a 100 kg/ha de KCl. A primeira adubação em cobertura/manutenção deve ser realizada quando as plantas atingirem a altura mé- dia de 50 cm. Recomenda-se a aplicação fracionada de 1.200 kg/ha/ano da formulação NPK (20-05-20), após cada corte, sempre com o solo úmido. Em áreas irrigadas, pode-se usar até 1.400 kg/ha/ano da fór- mula 20-05-20, com aplicações divididas após cada corte. A realização da adubação orgânica, por meio da utilização de dejetos oriundos da limpeza do cur- ral, além de promover aumento da produtividade, reduz a necessidade de aplicação de fertilizantes químicos. 6. Insetos-Pragas e Plantas Daninhas A cultivar é susceptível à cigarrinha das pastagens Mahanarva spectabilis. Entretanto, quando a capinei- ra é bem manejada, a cultivar apresenta boa tolerân- cia ao ataque da praga. As plantas daninhas causam perdas significativas na produção de forragem do capim-elefante, podendo chegar a 42% de redução de matéria seca de forra- gem. O período crítico de prevenção à interferência de plantas daninhas no capim-elefante BRS Capiaçu estende-se dos 23 aos 42 dias após o plantio. A aração e a gradagem constituem práticas que pro- movem o controle inicial das plantas daninhas. As- sim, o plantio das mudas deve ser o mais próximo possível da última gradagem, a fim de evitar que populações de espécies daninhas se estabeleçam an- tes do capim-elefante. Capina manual, cultivadores de tração animal ou mecânico podem ser usados no controle das espécies daninhas nas entrelinhas do capim-elefante, tendo o cuidado para que esses im- plementos não atinjam as touceiras e o sistema radi- cular da forrageira. O controle químico de plantas daninhas com herbi- cidas é uma prática comum para muitas espécies, contudo ainda não existem produtos registrados no Mapa para uso em capim-elefante. 7. Colheita A colheita da forragem pode ser realizada de forma manual ou mecanizada. A opção pela forma manual de colheita aumenta os custos de produção, quando comparada à colheita mecanizada. No caso da colheita mecanizada, o espaçamento en- trelinhas deve ser de no mínimo 1,00 m, visando evitar que as rodas das máquinas passem sobre as linhas de capim-elefante, comprometendo a rebrota pós-corte. 8. Produção e Composição Química da Forragem A cultivar BRS Capiaçu destaca-se pela alta produ- ção de biomassa (Tabela 1), composição química da forragem (Tabela 2) e menor custo de produção quando comparada a outras culturas utilizadas para silagem (Tabela 6). A cultivar BRS Capiaçu apresenta produção média de 100 t/ha/corte de massa verde, ou seja, 300 t/ha/ano em três corte anuais. Este potencial de produção re- Tabela 1. Produção de biomassa e altura das plantas da cultivar BRS Capiaçu, em diferentes idades de corte. 1 2 produção de matéria natural; produção de matéria seca. Idade de corte (dias) Altura (m) PMN1 (t/ha) PMS2 (t/ha) 50 2,4 54,3 5,1 70 2,9 93,5 13,3 90 3,6 108,5 17,5 110 4,1 112,2 22,5
  • 4. 4 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem presenta cerca de três vezes a produção de biomassa obtida com as culturas do milho e do sorgo. Para fornecimento da forragem da BRS Capiaçu na forma picado verde no cocho, recomenda-se que o corte seja realizado quando a planta atingir de 2,5- 3,0 m de altura (aproximadamente; 50-70 dias; na estação das águas). Neste estádio de desenvolvi- mento obtém-se elevada produtividade de biomassa com boa composição química (Tabela 2). 9. Silagem da BRS Capiaçu De forma geral, as gramíneas tropicais se caracteri- zam por apresentar baixos teores de matéria seca e de carboidratos solúveis na idade em que alcançam o melhor valor nutritivo da forragem. A ensilagem de biomassa com alto teor de umidade pode preju- dicar o processo de fermentação no silo e aumentar as perdas por efluentes (BERNARDES et al., 2015). Para evitar estes problemas, a colheita deve ser re- alizada com a planta mais madura, visando obter a melhor relação entre produção de biomassa – valor nutritivo – teor de matéria seca. Recomenda-se o corte da BRS Capiaçu para ensilagem, quando as plantas atingirem altura média de 3,5-4,0 m, o que ocorre próximo a 90-110 dias de idade de rebrota. A colheita neste estádio resulta em melhor relação en- tre produção de silagem e composição química (Ta- bela 3). Contudo, não é recomendada a ensilagem da BRS Capiaçu com idade avançada (acima de 120 dias de idade de rebrota) em função da perda de va- lor nutritivo. A obtenção de silagem de alta qualidade também de- pende do tamanho das partículas (1-2 cm) e de boa compactação do material ensilado. Ainda, o uso de aditivos pode melhorar o processo fermentativo resultando em uma silagem de melhor qualidade (JOBIM et al., 2006). 10. Custo da Silagem O custo estimado para implantação de 1 ha da BRS Capiaçu é de R$ 4.474,18, a preços de junho de 2016 (Tabela 4). Considerando a vida útil da capi- neira em 10 anos, este custo deve ser depreciado ao longo deste período, a uma determinada taxa de juros (neste caso, 6% ao ano). Os custos variáveis foram estimados com base nos custos anuais de manuten- ção da lavoura e de três colheitas e ensilagem. O cus- to total por hectare foi estimado em R$ 14.461,75 e R$ 6.178,98, para operação com colheita manual e colheita mecanizada, respectivamente. Os custos dos processos de colheita e ensilagem, referentes à colheita manual e mecanizada, correspondem, res- pectivamente, a 76,34% e 47,53% dos custos to- tais de produção da silagem. 11. Análise Comparativa do Custo de Produção A silagem da BRS Capiaçu apresenta teor de PB in- ferior ao das silagens de milho e sorgo e superior à da silagem de cana-de-açúcar, e os teores de NDT Tabela 2. Composição química da forragem da BRS Capiaçu em diferentes idades de corte. 1 2 3 4 5 base da matéria seca; proteína bruta; fibra em detergente neutro; lignina; nutrientes digestíveis totais. Idade de corte (dias) MS (%) Nutriente1 PB2 FDN3 LIG4 NDT5 50 9,3 9,7 60,5 3,8 50,1 70 13,8 7,7 66,3 5,8 47,9 90 16,4 6,2 68,2 7,0 46,2 110 19,7 5,6 68,6 7,7 45,6 Tabela 3. Composição química da silagem da BRS Capiaçu em diferentes idades de corte. 1 2 3 4 5 base da matéria seca; proteína bruta; fibra em detergente neutro; lignina; nutrientes digestíveis totais. Idade de corte (dias) MS (%) Nutriente1 pH PB2 FDN3 LIG4 NDT5 90 18,0 5,3 72,2 7,6 46,8 3,9 110 20,4 5,1 73,8 9,0 45,4 3,8 Tabela 4. Custo de produção da silagem de BRS Capiaçu, em três cortes/ano, para as colheitas manual e mecanizada. Custos Colheita Manual Colheita Mecanizada R$/ha % R$/ha % 1. Fixos 625,52 4,15 625,52 9,19 Depreciação do capital para estabelecimento da lavoura (10 anos) a um custo de R$4.474,18/ha 2. Variáveis 14.461,75 95,85 6.178,98 90,81 2.1. Manutenção anual da lavoura 2.944,60 19,52 2.944,60 43,27 2.2. Colheita e ensilagem 11.517,15 76,34 3.234,38 47,53 3. Total 15.087,27 100,00 6.804,50 100,00
  • 5. 5BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem do capim-elefante são inferiores aos das demais si- lagens (Tabela 5). Todavia, as quantidades totais de PB e de NDT produzidas por unidade de área pela BRS Capiaçu são maiores que aquelas obtidas por milho, cana-de-açúcar e sorgo, devido à maior produ- tividade do capim (Tabela 6). A cultivar BRS Capiaçu, em três cortes/ano, pro- duz 2,65 t/ha de PB e 23,61 t/ha de NDT; o milho, em dois cultivos anuais, produziu 2,04 t/ha de PB e 17,67 t/ha de NDT; o sorgo, em duas colheitas, 1,46 t/ha de PB e 15,60 t/ha de NDT e; a cana-de-açúcar 0,65 t/ha de PB e 18,75 t/ha de NDT (Tabela 6). O uso de silagem da BRS Capiaçu na alimentação de vacas em lactação implica na necessidade de maior quantidade de concentrado na dieta em relação ao uso da silagem de milho, visando atender aos reque- rimentos nutricionais dos animais. A estimativa do custo médio da matéria seca da sila- gem de BRS Capiaçu, considerando-se três colheitas/ ano, é de R$ 130,85/tonelada. Esse valor é 57% inferior ao custo de produção da silagem de milho, 42,3% da cana-de-açúcar e 43,7% do sorgo. Devido à alta produtividade da BRS Capiaçu, a silagem pro- duzida com este capim apresenta menores custos de produção por hectare (Tabela 6). Desta forma, a silagem da BRS Capiaçu constitui alternativa de fonte de suplementação volumosa ba- rata e de boa qualidade para uso em sistemas de produção de leite e carne bovina e, também, para pequenos ruminantes. 12. Referências BARIONI, L. G.; MARTHA JR., G. B.; RAMOS, A. K. B.; VELOSO, R. F.; RODRIGUES, D. C.; VILELA, L. Planejamento e gestão do uso de recursos forrageiros na produção de bovinos em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 20., 2003, Piraci- caba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2003 p. 105-154. BERNARDES, T. F.; SCHMIDT, P.; DANIEL, J. L. P. An overview of silage production and utilization in Brazil. In: INTERNATIONAL SILAGE CONFERENCE, 2015, Piracicaba. Proceedings… Piracicaba: ESALQ, 2015. 623 p. Tabela 5. Teores de proteína bruta (PB) e nutrientes digestíveis totais (NDT) das silagens de BRS Capiaçu, milho, sorgo e cana-de-açúcar. 1 2 3 base da matéria seca; Valadares Filho et al., 2010; NDT=74,49- 0.56358*FDA, Capelle et al., 2001. Nutriente1 Silagens Capiaçu/90 dias Capiaçu/110 dias Milho2 Sorgo2 Cana2 PB 5,3 5,1 7,3 6,8 4,2 NDT 46,83 45,43 63,1 59,1 49,2 Tabela 6. Custo de produção da matéria seca e de nutrientes das silagens de BRS Capiaçu, milho, cana-de-açúcar e sorgo. *três colheitas/ano. Silagens Matéria seca Proteína bruta Nutrientes digestíveis totais Produção (t/ano) Custo (R$/t) Produção (t/ha/ano) Custo (R$/t) Produção (t/ha/ano) Custo (R$/t) BRS Capiaçu* 52,0 130,85 2,65 2.565,70 Milho 28,0 304,46 2,04 4.468,65 Cana 32,3 226,91 0,65 11.345,34 Sorgo 24,0 232,36 1,46 3.809,25 23,61 17,67 18,75 15,60 288,22 516,98 391,22 357,48
  • 6. 6 BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem MONTEIRO, F. A. Adubação para o estabelecimento e manutenção de capim-elefante. In. CARVALHO, L. A.; CARVALHO, M. M.; MARTINS, C. E.; VILELA, D. (Ed.). Capim-elefante: produção e utilização. Coronel Pacheco: Embrapa Gado de Leite, 1994. p. 49-79. PEREIRA, A. V.; AUAD, A. M.; LEDO, F. J. S.; BAR- BOSA, S. Pennisetum purpureum. In: FONSECA, D. M. da; MARTUSCELLO, J. A. (Org.). Plantas Forra- geiras. Viçosa: Editora UFV, 2010. v. 1, p. 197-219. VALADARES FILHO, S. C.; MACHADO, P. A. S.; CHIZZOTTI, M. L.; AMARAL, H. F.; MAGALHÃES, K. A.; ROCHA JUNIOR, V. R.; CAPELLE, E. R. Ta- belas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. CQBAL 3.0. 2. ed. Viçosa, MG: UFV/DZO, 2010. 502 p. CAPELLE, E. R.; VALADARES FILHO, S. C.; SILVA, J. F. C.; CECON, P. R. Estimativas do valor energé- tico a partir de características químicas e bromato- lógicas dos alimentos. Rev. Bras. Zootec., v. 30, p. 1837-1856, 2001. CÓSER, A. C.; MARTINS, C. E.; DERESZ, F. Capim- -elefante: formas de uso na alimentação animal. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2000. 27 p. (Embrapa Gado de Leite. Circular Técnica, 57). JOBIM, C. C.; SARTI, L. L.; SANTOS, G. T.; BRAN- CO, A. F.; CECATO, U. Desempenho animal e viabili- dade econômica do uso da silagem de capim-elefante em substituição a silagem de milho para vacas em lactação. Acta Scientiarum. Animal Sciences, v. 28, n. 2, p. 137-144, 2006. Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Gado de Leite Rua Eugênio do Nascimento, 610 Bairro Dom Bosco – 36038-330 – Juiz de Fora/MG Fone: (32) 3311-7405 Fax: (32) 3311-7401 Home page: http://www.embrapa.br/gado-de-leite SAC: www.embrapa.br/fale-conosco/sac 1a edição 1a impressão (2016): 2.000 exemplares Comunicado Técnico, 79 Presidente Pedro Braga Arcuri Secretária Executiva Emili Barcellos Martins Santos Membros Jackson Silva e Oliveira, Leônidas Paixão Passos, Alexander Machado Auad, Fernando Cesár Ferraz Lopes, Francisco José da Silva Lédo, Pérsio Sandir D`Oliveira, Fábio Homero Diniz, Frank Ângelo Tomita Bruneli, Nivea Maria Vicentini, Leticia Caldas Mendonça, Rita de Cássia Bastos de Souza Supervisão editorial Antonio Vander Pereira Editoração eletrônica Carlos Alberto Medeiros de Moura Comitê de local publicações Expediente