O documento discute a produção leiteira no Brasil e em outros países, as raças leiteiras mais comuns e suas características, como a avaliação genética é processada para cada raça, a importância do PTA leite e como ele é calculado. Também aborda as diferenças na avaliação de raças zebuínas e o crescimento contínuo da produção leiteira de Gir e Girolando nos últimos anos.
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Volume de Leite na Prova
1. UNITED PRIDE MARCELON 6158
NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
VOLUME DE LEITE
NA PROVA
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2. Atualmente, o Brasil encontra-se entre os
maiores produtores mundiais de leite. A
produção leiteira do país cresceu por volta de
50% nos últimos 10 anos, impulsionada pelo
aumento do consumo interno de leite e das
exportações dos derivados lácteos. O estado
de Minas Gerais é o maior produtor do país,
seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás
e São Paulo.
Dentre as raças com melhor aptidão leiteira,
a Holandesa se destaca mundialmente,
apresentando longos períodos de lactação,
resultando em maior retorno financeiro ao
produtor. Por isso, é uma referência entre as
raças e muito utilizada em várias partes do
mundo, inclusive no Brasil, principalmente
em cruzamentos com outras raças como a Gir
e a Guzerá, animais com grande rusticidade
e capazes de se adaptar às regiões tropicais,
originando as mestiças conhecidas como
Girolando e Guzolando.
Na raça Holandesa, as avaliações genéticas são
processadas pelo USDA-APL (Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos) e pela
Associação Holstein USA, em dezembro, abril
e agosto. As provas são expressas em PTA
libras.
JIGSAW
TEVON
TANGO
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LEITE: 2029
LEITE: 2203
LEITE: 2351
3. RAÇA LEITE GORDURA PROTEÍNA VIDA PROD.
CONT.
CÉLULAS
SOMÁTICAS
TX. PRENHEZ
FILHAS
TX. DE
CONCEP.
FILHAS
TX. DE
CONCEP.
VACAS
Ayrshire 18588 723 587 28,5 2,43 25,8 46,9 39,2
Pardo Suíço 22640 916 751 27,2 2,55 24,5 46,9 31,4
Guernsey 17454 781 569 26,0 3,01 24,0 41,7 28,3
Holandês 26995 1006 822 26,7 2,37 28,5 57,2 35,0
Jersey 19730 938 709 29,8 2,77 35,3 54,9 41,2
Milking Shorthorn 18836 695 583 26,5 2,75 29,5 55,8 40,2
Assim, a média da raça Holandesa é de 26.995
libras por lactação encerrada, o que equivale a
12.244,85 kg de leite na lactação de 365 dias.
Ou seja, um touro que tenha 1.000 libras de
leite na prova terá filhas com uma média de
produção de 27.995 libras = 12.698,44 kg no
primeiro parto, dentro da base e parâmetros
americanos.
PTA, ou Habilidade Prevista de Transmissão,
é o potencial de touro transmitir determinada
característica para suas filhas ou progênie,
sendo expresso ao valor médio da característica
em relação à raça. Um PTA com valor zero
significa que um touro possui o mesmo mérito
genético da média da raça. Ou seja, se um
touro tem PTA leite de 1.000 libras, quer dizer
que suas filhas terão um incremento de 1.000
libras a mais que a média da raça em produção
de leite. Na prova americana, os dados são
expostos em libras. Para se saber o valor em
kg, basta dividir o valor por 2,2046, ou seja, um
touro com 1.000 libras para leite é o mesmo
que 453,59 kg de leite.
Fonte: www.cdcb.us
VANDREL
NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
MÉDIA DE PRODUÇÃO POR RAÇA.
LEITE: 1385
4. USA
PTA-LB
LEITE
AUS
EBV-KG
LEITE
CAN
EBV-KG
LEITE
DEU
EBV-KG
LEITE
ESP
EBV-KG
LEITE
FRA
EBV-KG
LEITE
ITA
EBV-KG
LEITE
NLD
EBV-KG
LEITE
NZL
EBV-KG
LEITE
0 647 285 326 444 -74 217 246 1414
100 732 402 426 531 37 316 356 1472
200 816 520 526 618 147 414 465 1530
300 900 638 625 705 257 513 575 1588
400 985 756 725 792 368 611 684 1646
500 1069 874 824 878 478 709 794 1704
600 1154 992 924 965 588 808 903 1762
700 1238 1110 1023 1052 699 906 1013 1820
800 1322 1228 1123 1139 809 1004 1123 1878
900 1407 1346 1222 1226 920 1103 1232 1936
1000 1491 1464 1322 1312 1030 1201 1342 1994
1100 1575 1582 1421 1399 1140 1299 1451 2052
1200 1660 1700 1521 1486 1251 1398 1561 2110
1300 1744 1818 1620 1573 1361 1496 1670 2168
1400 1829 1936 1720 1659 1471 1595 1780 2226
1500 1913 2054 1819 1746 1582 1693 1889 2284
1600 1997 2172 1919 1833 1692 1791 1999 2342
1700 2082 2289 2019 1920 1803 1890 2108 2400
1800 2166 2407 2118 2007 1913 1988 2218 2458
1900 2250 2525 2218 2093 2023 2086 2327 2516
2000 2335 2643 2317 2180 2134 2185 2437 2574
2100 2419 2761 2417 2267 2244 2283 2546 2632
2200 2504 2879 2516 2354 2354 2382 2656 2691
2300 2588 2997 2616 2441 2465 2480 2765 2749
2400 2672 3115 2715 2527 2575 2578 2875 2807
2500 2757 3233 2815 2614 2686 2677 2985 2865
2600 2841 3351 2914 2701 2796 2775 3094 2923
2700 2925 3469 3014 2788 2906 2873 3204 2981
2800 3010 3587 3113 2875 3017 2972 3313 3039
2900 3094 3705 3213 2961 3127 3070 3423 3097
3000 3179 3823 3312 3048 3238 3168 3532 3155
Conversão estimada de valores de PTA/Lb para EBV/kg.
Válido apenas para conversão aproximada de EBV em kg para U.S PTA em libras, de abril a julho de 2016.
Não é válido para estimar EBV estrangeiro através do U.S PTA.
Fonte: www.cdcb.us/reference/ib/convm.pdf
A Porcentagem de Gordura e Proteína indica a variação
genética de um touro em transmitir gordura e proteína.
Os resultados positivos indicam maior concentração de
sólidos no leite. As médias também expressas descritas,
em libras, no quadro acima.
É preciso respeitar as médias e variações dos países onde
as vacas são avaliadas e têm suas produções aferidas,
sempre comparando os touros dentro da mesma base. FORMIDABLE
HI-LAND HEADLINE FORM, MÃE
LEITE: 1482
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5. Em raças zebuínas, a avaliação é bem
diferente e demorada. Aqui, para se ter
a avaliação de touro é usado o TP (Teste
de Progênie), que consiste na distribuição
de um determinado número de doses
de sêmen do touro para os rebanhos
colaboradores e somente quando as filhas
desse determinado touro entram em
lactação é que é aferido a produção de
leite das filhas no primeiro parto, assim
sabemos se o touro tem potencial genético
para transmitir ou não determinada
característica para sua progênie. Esse
processo leva entre 5 e 7 anos.
Gir e Girolando
FOX
CURIANGO
OVINI
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6. O Teste de Progênie teve um impacto significativo na média
de produção das raças Gir e Girolando. Dado importante a ser
ressaltado é o crescente aumento na produção de leite das vacas
primíparas, crescendo de 3.657 kg em 305 dias no ano de 2000
para 4.258 em 2012, o que representa um incremento de 14,1%,
na produção leiteira. O mesmo vale para o Girolando:
ANO
INTERVALO DE
PARTOS
Média (dias)
DURAÇÃO DA
LACTAÇÃO
Média (dias)
PROD
DE LEITE
Média por
Lactação (kg)
IDADE À
PRIMEIRA CRIA
Média (meses)
GORDURA
%
PROTEÍNA
%
LACTOSE
%
CCS
(mil/mL)
1989 473 240 1.990,00 38 x x x x
1992 423 278 3.323,00 33 x x x x
1998 419 280 3.335,00 32 x x x x
2000 418 287 3.558,00 32 x x x x
2003 457 289 4.403,00 35 x x x x
2006 457 286 4.407,00 33 x x x x
2008 450 283 4.700,00 34 x x x x
2010 469 280 4.761,00 35 3,9 3,3 4,2 628
2011 463 281 4.776,00 36 3,8 3,3 4,3 743
2012 458 284 4.819,00 36 3,9 3,2 4,2 645
2013 434 283 5.061,00 35 4 3,3 4,1 589
BERILIO ÍCARO
Fonte: Associação Brasileira de Criadores de Girolando, 2014.
NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
7. A Capacidade Prevista de Transmissão é uma medida do
desempenho esperado das filhas do touro em relação à
média genética do rebanho. Assim, por exemplo, uma
PTA de 500 kg para produção de leite significa que, se um
touro for usado numa população igual a base genética de
sua avaliação, cada filha produzirá em média 500 kg por
lactação a mais que a média do rebanho. Considerando
dois touros, um com PTA = 500 kg e outro com PTA = -100
kg espera-se que, em acasalamento ao acaso, as filhas
do primeiro touro produzirão em média 600 kg de leite a
mais que as filhas do segundo touro.
O PTA Leite é, ainda, um dos índices mais visados e
observados para escolha e seleção dos touros. No entanto,
é necessário entender a métrica, a sistemática de análise,
a média do rebanho avaliado e como isto impacta no nosso
rebanho.
Bruno Scarpa Nilo
Gerente de Produto Leite
bscarpanilo@crigenetica.com.br
Marcio Ramos
Promotor Técnico Leite
mramos@crigenetica.com.br
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