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ESCOLA DE
FORMAÇAO
PARA
PREGADORES
FABRIZIO ZANDONADI CATENASSI
MARCO ANTÔNIO CITO
2
ÍNDICE
A ESTRUTURA DA ESCOLA DE PREGAÇÃO
O que é a Escola ......................................................................................... 04
Como realizá-la? ......................................................................................... 07
A Avaliação da Pregação ............................................................................ 12
O participante e o condutor ......................................................................... 15
Bibliografia sugerida .................................................................................... 16
Roteiros de Avaliação ................................................................................. 17
Querigma / Auxílio para Participantes ......................................................... 18
ROTEIRO DAS PREGAÇÕES DE FORMAÇÃO
O Chamado do Pregador e seus Obstáculos .............................................. 19
Ir Além ........................................................................................................ 21
O Perfil do Pregador .................................................................................... 22
Pregador Conduzido pelo Espírito Santo .................................................... 24
Estrutura do Plano de Pregação I ............................................................... 25
Estrutura do Plano de Pregação II .............................................................. 26
O Conhecimento de Deus ........................................................................... 27
Provas do Conhecimento de Deus .............................................................. 29
Encontrando a Mensagem na Bíblia ........................................................... 32
Técnicas de pregação ................................................................................. 33
Tipos de Mensagem .................................................................................... 35
Comunicando a Mensagem ......................................................................... 36
Lectio Divina ................................................................................................ 38
3
Introdução
Esta pequena apostila é fruto de alguns anos de trabalho e experiência
com a Escola de Pregação na Arquidiocese de Londrina-PR. Ela envolve os
principais aspectos que devem ser levados em conta no planejamento,
estruturação e implantação de uma Escola de Pregação. Sua primeira versão
foi inicialmente distribuída em uma tarde de formação a todos os
coordenadores de grupo de oração da Arquidiocese, para que o projeto fosse
apresentado e para que quaisquer dúvidas sobre ele fossem sanadas.
Nesta segunda versão, apresentamos a adequação às primeiras reflexões
feitas a partir da implantação arquidiocesana das Escolas de Pregação,
especialmente a partir do feedback dado pelos coordenadores de grupo e
ministério, bem como pela nossa própria experiência na condução, uma vez
que estivemos envolvidos com a implantação do projeto em Londrina.
O foco principal desta apostila está nos coordenadores do Ministério da
Palavra dos grupos de oração e nos coordenadores dos grupos. Em vista do
caráter prático que a envolve e do objetivo de chegar a todos os grupos de
oração da diocese, nos propusemos a escrevê-la de maneira simples, em
forma de manual, sem abranger grandes discussões teóricas ou um referencial
teórico para fundamentá-la. Este nível de análise e discussão pode ser
encontrado na literatura específica que recomendamos posteriormente.
Queremos também salientar que quaisquer sugestões e experiências são
profundamente bem-vindas. Também nos colocamos à disposição para
quaisquer dúvidas.
Que este material seja de grande utilidade para todos vocês, servos,
coordenadores e condutores de grupos de oração. E que nos auxilie a
caminhar rumo a uma profunda formação, com rumo certo, fazendo crescer a
Igreja de Cristo.
Fabrizio Zandonadi Catenassi
fabriziocatenassi@gmail.com
Marco Antônio Cito
4
1
A estrutura da
Escola de Pregação
O QUE É A ESCOLA
A Escola de Pregação é um projeto instituído na Arquidiocese de
Londrina-PR em 2000, visando trazer aos pregadores uma formação mais
sólida, que unisse a técnica e a unção do Espírito Santo, imprescindíveis para
que o Evangelho não seja só Palavra, mas também seja vida naqueles que o
ouvem. A integração desses elementos formam uma potente ferramenta para a
evangelização, garantindo mais segurança nas pregações e preparando nossa
natureza humana para ser colocada à disposição da graça de Deus.
Essa formação é conduzida dentro das células da RCC: os Grupos de
Oração, tornando-se específica, intensiva e muito eficaz. A Escola de Pregação
baseia-se no método do exercício; é um laboratório de pregação, pois, além de
receber um conteúdo formativo de qualidade, o futuro pregador é convidado e
incentivado a colocar esse conteúdo em prática e inseri-lo em sua forma de
pregar, sempre acompanhado e orientado pelo condutor da Escola.
De forma geral, a Escola possui duas partes fundamentais:
Conteúdos de formação: nesta proposta, é necessário que todos os
participantes recebam o conteúdo básico de formação para
pregadores. Esse conteúdo pode ser obtido através de um Encontro
Básico, que pode ser oferecido pelo Ministério de Pregação
Diocesano, ou pode ainda ser dado por meio de uma série de
palestras, dentro da Escola de Pregação. Além do mais, o material
para estas formações foi proposto especialmente pela RCC no
volume 8 da Coleção Paulo Apóstolo, intitulado Formação de
Pregadores, publicado pela Editora Santuário e pelo livro Formação
de Pregadores, de José Prado Flores e Salvador Gomes e vem sido
discutido e revisado a partir das recentes proposições do Ministério
de Pregação Nacional na coleção Oratória Sacra. Os principais
temas são os seguintes:
O Chamado do Pregador e seus obstáculos;
Ir além;
O Perfil do Pregador;
5
Pregador conduzido pelo Espírito Santo.
Estrutura do Plano de Pregação;
O Conhecimento de Deus;
Vias do conhecimento de Deus;
Encontrando a mensagem na Bíblia;
Técnicas de Pregação;
Técnicas para Aprofundar;
Tipos de Mensagens;
Comunicando a mensagem;
Lectio Divina.
Esses são os temas essenciais a serem conduzidos na formação
da Escola. Para auxiliar os condutores, cada um desses temas foi
apresentado em linhas gerais, de uma forma sucinta, clara e
organizada, facilitando a elaboração das respectivas pregações. É
importante dizer que eles não estão organizados em um Roteiro de
Pregação a fim de fomentar a criatividade e organização dos
palestrantes. Vale também lembrar que essa apostila não tem o
intuito de ser a única fonte de consulta para o estudo e compreensão
dos temas básicos. Pelo contrário, é um suporte, que traz a
orientação, o rumo a ser tomado, mas que faz necessária a consulta
na vasta e rica literatura católica. Existem ainda outros temas
interessantes que podem ser colocados para enriquecer nosso
estudo, ficando a critério de cada grupo, desde que não
descaracterize as proposições básicas da Escola de Pregação.
Crivos: Além de receber o conteúdo de formação, o grande convite
da Escola é fazer com que este conteúdo realmente se manifeste em
nossa pregação. Para que isso aconteça, são necessários exercícios
que nos ajudem a estruturar uma pregação de acordo com o que foi
proposto nos conteúdos de formação. Para isso, são realizados
crivos de temas específicos, ou seja, são “simuladas” pregações
dentro da Escola, em um laboratório. Após o crivo, há a avaliação da
pregação, abordando vários pontos propostos pela Escola.
Essa combinação de conteúdos de formação com crivos tem sido de
grande auxílio dentro da formação de nossos pregadores. Ela vem saciar
algumas deficiências muito comuns em nossos grupos de oração:
 Dúvidas com relação ao ministério da Palavra: muitas pessoas
não entram no Ministério da Palavra porque não sabem se é o seu
chamado. Outras, já dentro do Ministério, perguntam-se se estão no
lugar certo. Dentro da Escola de Pregação, o servo começa a se
colocar dentro do ritmo de vida de um pregador, tendo que preparar e
apresentar pregações semanalmente ou quinzenalmente. Isso nos
ajuda a perceber se estamos no lugar certo ou não, se é o que
queremos ou não;
6
 Medo de falar em público: além de oferecer um conteúdo orientado
para quebrar as deficiências causadas pela timidez, algumas
técnicas de falar em público, a Escola também proporciona outro
grande auxílio: para completar a Escola, o servo deverá fazer pelo
menos seis crivos, ou seja, quando for pregar pela primeira vez no
Grupo de Oração, por exemplo, já não será a sua primeira pregação,
pois já terá realizado vários laboratórios na Escola. A prática nos
ajuda a perder a timidez e o medo de falar em público e os crivos são
de grande valia em relação a isso;
 Ter um retorno da pregação: muitos pregadores experientes vivem
cometendo os mesmos erros em pregações porque não têm quem os
avalie, ou porque são inacessíveis e não se deixam ser avaliados. Na
Escola de Pregação, não há crivo sem avaliação – e uma avaliação
com critérios. Somos levados a enxergar nossas falhas e
incentivados a melhorar cada vez mais em cada pregação.
7
COMO REALIZÁ-LA?
Apresentamos aqui dois esquemas que podem ser usados para a
realização da Escola de Pregação, cada um com objetivos claros e específicos:
1º ESQUEMA: pode ser usado quando há muitos servos que já pregam ou que
têm facilidade para se expressar ou falar em público ou quando há pouco
tempo disponível.
Tema Atividades – Prática
Pontos para a
avaliação
01 O QUE É A ESCOLA?
(tema baseado no material
desta apostila).
Preparar pregação – AMOR DO PAI
ou JESUS SALVADOR, com duração
de 5 min.
Fidelidade ao
tempo; fidelidade ao
tema.
02 O CHAMADO DO
PREGADOR.
Crivos da atividade da semana
anterior.
Estudo bíblico
Igual ao anterior
03 IR ALÉM
Dinâmica (ver abaixo).
Crivos - continuação
Igual ao anterior
04
CARACTERÍSTICAS DO
PERFIL DO PREGADOR
Dinâmica
Reflexão escrita sobre um dos
personagens bíblicos a seguir: Êutico
(At 20, 7-11), Gedeão (Jz 6, 11-24),
Priscila e Áquila (At 18, 24-28)
Igual ao anterior
05 PREGADOR CONDUZIDO
PELO ESPÍRITO SANTO
Dinâmica + Oração de efusão Igual ao anterior
06
ESTRUTURA DO PLANO
DE PREGAÇÃO
Montar pregação com tema livre.
Tempo: 5 a 10 min. (Obs.: o crivo é
feito na hora, após cerca de 20 min. de
preparação).
Igual ao anterior
07
O CONHECIMENTO DE
DEUS
Dinãmica
Crivos da atividade da semana
anterior.
Igual ao anterior +
Estrutura
08
VIAS DO CONHECIMENTO
DE DEUS
Dinâmica
Crivos.
Igual ao anterior +
tipo de fonte do
conhecimento de
Deus.
09 ENCONTRANDO A
MENSAGEM NA BÍBLIA
Dinâmica
Crivos
Igual ao anterior +
tipo de via utilizada.
10
TÉCNICAS DE PREGAÇÃO
Dinâmica + Montar Pregação de 5 a
10 min. utilizando as técnicas
aprendidas (para a próxima semana).
Igual ao anterior
11 TIPOS DE MENSAGEM Dinâmica + Crivos
Igual ao anterior +
técnicas utilizadas.
12
COMUNICANDO A
MENSAGEM
Crivo – Dividir pregações finais. Cada
um deverá preparar três pregações
com duração de 20 min.: um tema
catequético, sobre um dom
carismático e um tema querigmático
livre.
Igual ao anterior +
tipo de mensagem
adotado.
13 Pregações finais Crivos
Igual ao anterior +
técnicas de oratória.
14 Crivos finais Oração Igual ao anterior
8
Observações:
As reuniões devem ter a duração de 1 hora e meia a 2 horas,
dependendo da realidade de cada grupo;
As pregações de formação têm um tempo médio de 1 hora;
O esquema pode ser adaptado segundo a realidade de cada grupo,
porém, é essencial que as principais pregações de formação sejam
ministradas.
2º ESQUEMA: pode ser usado quando os participantes têm nenhuma ou
pouca experiência em pregação. Exige um pouco mais de tempo e é formado
por duas partes. A primeira, com as pregações de formação e a segunda com
crivos.
Parte I
O QUE É A ESCOLA (em torno de 20 min.)
O CHAMADO DO PREGADOR (1 hora)
Dinâmica de integração.
O PERFIL/ESPIRITUALIDADE DO PREGADOR
Dinâmica: Reflexão escrita sobre duas bem-aventuranças
ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I
Preparar pregação de AMOR DO PAI ou JESUS SALVADOR.
ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II
Crivos semana passada (serão crivadas quantas pessoas o tempo permitir,
definidas por sorteio).
Preparar pregação em cima de alguma parábola. Duração: 5 min.
O CONHECIMENTO DE DEUS
Crivos (o crivo funciona como o anterior) + Jogo das Perguntas
VIAS DO CONHECIMENTO DE DEUS
Mímicas + Jogo das Perguntas
TIPOS DE MENSAGEM
Atividades
Preparar 2 pregações com o tema ORAÇÃO, escolhendo dois tipos de
mensagem diferentes.
TÉCNICAS DE PREGAÇÀO
Crivos (o crivo funciona como o anterior).
COMUNICANDO A MENSAGEM
Preparar pregação com o tema AMOR DO PAI, 10 min.
9
Observações:
Alguns temas podem ser dados no mesmo dia, como uma única pregação:
Estrutura I e Estrura II, Vias do Conhecimento de Deus e Tipos de
mensagem, Perfil do Pregador + Chamado do Pregador;
Para diminuir o tempo de duração da Escola, essas pregações podem ser
dadas como duas ou três tardes de formação, ou repassadas como uma
formação de final de semana.
As dinâmicas podem ser alteradas segundo a NECESSIDADE,
REALIDADE, SABEDORIA e ORAÇÃO dos condutores;
Sugerimos que a ordem das pessoas que vão crivar seja definida por
sorteio;
As reuniões podem ser semanais ou quinzenais. No caso de serem
quinzenais, sugerimos que os participantes sejam divididos em mais de
uma equipe na segunda parte e que essas equipes menores crivem
alternadamente durante as semanas, para que haja tempo hábil para uma
boa avaliação.
Parte II
A Segunda fase da Escola de Pregação é feita a partir de crivos.
Portanto, depois do último tema (Comunicando a Mensagem), os participantes
já começam fazendo o crivo do Amor do Pai. Segue aqui o temário:
Temas querigmáticos: Cada participante deverá crivar TODOS os
temas do querigma. Em cada reunião, um tema será crivado. O
tempo será 10 min.
Amor do pai
Pecado
Jesus salvador
Fé e conversão; Senhorio de Jesus
Espírito santo
Maria
Inserção na Comunidade
Dons carismáticos: os seguintes dons devem ser divididos para que
cada participante crive um deles (15 min.). Obs.: Se não houver
participantes suficientes, uma pessoa deve crivar mais de um dom.
Colocamos como sugestão o condutor fazendo o crivo. Se não
houver tema suficientes, mais de uma pessoa pode pegar o mesmo
dom.
1. Fé
2. Línguas
3. Ciência e sabedoria
4. Profecia
5. Cura e milagres
6. Amor.
7. Repouso no espírito
8. Discernimento dos
espíritos
Temas catequéticos: todos os participantes devem crivar um tema
catequético básico (20 min.). Sugerimos a seguir alguns temas:
1. Vida de oração
2. A Bíblia
3. História da RCC
4. Santíssima Trindade
10
5. Dons infusos e efusos
6. História da salvação
7. Evangelhos
8. Os sacramentos
9. História da Igreja Católica
Apostólica Romana
10.Credo Apostólico
11.Os Atos dos Apóstolos
12.Mariologia
13.A Liturgia
14.Missa parte por parte
15.Outras denominações
cristãs
16.Comunhão dos santos
17.Oração do Pai Nosso
18.Santos e santidade
19.Céu, inferno e purgatório
20.Os anjos
21. Os dogmas da igreja
Livro de aprofundamento: todos os participantes devem montar
uma pregação baseada em um livro, capítulo ou capítulos de algum
livro (20 min.). Sugerimos como fonte de consulta desta técnica o
livro Como ser um bom Pregador, de João Mohama, editado pela
Editora Loyola.
Pregação final: todos os participantes devem montar uma pregação
com o tema livre, apresentada em 30 minutos.
Dinâmicas e atividades
Para um bom aproveitamento da Escola, é necessário que as reuniões
sejam enriquecidas por dinâmicas e atividades. Elas chamam a atenção das
pessoas, motivam os participantes e ajudam a fixar o conteúdo. Relacionamos
aqui as dinâmicas mais usadas em nossas Escolas:
Mímica: esta dinâmica busca principalmente desinibir os participantes e
trabalhar com sua forma de expressão. Para tanto, eles são divididos em duas
equipes, sendo que um participante da equipe deve pegar uma frase ou
acontecimento bíblico, previamente preparado pelo condutor da Escola. Então,
deve fazer com que os integrantes da sua equipe adivinhem qual o título do
acontecimento que ele tem em mãos, através somente da mímica (sem sons).
Algumas sugestões de títulos: visita de Maria à Isabel, Moisés e a sarça
ardente, Samaritana, Marta e Maria, Ressurreição de Lázaro, A Anunciação de
Jesus, O Batismo de Jesus, Bodas de Canã, Entrada de Jesus em Jerusalém,
Traição de Judas, Conversão de Saulo, Davi dançando no Templo, Destruição
de Sodoma, Os três sonhos do faraó, Adoração do Bezerro de Ouro.
Jogo das Perguntas: para avaliar o conhecimento bíblico e teológico dos
participantes e motivá-los a estudar mais, o condutor da Escola deve preparar
algumas perguntas com referências bíblicas ou doutrinárias, com alternativas.
Os participantes devem anotar a letra correspondente à resposta certa. Após
fazer todas as perguntas, o condutor revela as respostas e faz um pequeno
comentário a respeito de cada uma. Ex.: Quem serviu sete anos Labão, pai de
Raquel, para casar-se com ela? a) Esaú; b) Urias; c) Jacó.
Pregação I: escolher uma passagem da Bíblia que mencione um lugar
(morro, casa, templo, cidade) e fazer uma pregação escrita sobre ela. Dessa
11
forma, objetiva-se fazer com que os participantes tenham mais contato com a
Bíblia e suas narrativas.
Pregação II: Fazer uma pregação, utilizando-se como o tema principal o
significado de uma palavra. Podem pegar, por exemplo: PÁSCOA, PECADO,
PEDRO, ABRÃO, ESÁU, GÓLGOTA. O objetivo é fazer com que os
participantes percebam a riqueza dos detalhes bíblicos.
Perfil de Pregador: identificar personagens (exceto os relacionados na
pregação sobre o Perfil do Pregador) bíblicos que servem de modelo para a
pregação ou para o serviço e relacionar os traços deles (por escrito). O objetivo
é construir mais intimidade com a Palavra, além de buscar uma análise mais
profunda sobre o sentido religioso que os livros bíblicos exprimem.
Exercício de Pregação: Os participantes devem preparar uma pregação
com características previamente definidas pelo condutor (podem estar divididos
em grupos). Aqui temos algumas sugestões:
1. Recurso: festas ou personagens
Via: cosmológica
Técnica: dramatização
2. Recurso: parábola ou visão
Via: cosmológica
Técnica: visualização
3. Recurso: costumes ou milagres
Usar magistério
Técnica: repetição
4. Recurso: objetos ou perguntas
Via: antropológica
Técnica: opostos
12
A AVALIAÇÃO DA PREGAÇÃO
É necessário que todas os crivos da Escola de Pregação sejam
avaliados. A avaliação é um grande meio de crescimento, quando acontece de
uma maneira motivante, sincera e com critérios. A partir dela, identificamos
nossos erros, o que é o primeiro passo para corrigi-los. Com tamanha
importância dentro do crescimento dos participantes, a avaliação deve ser bem
conduzida, com zelo, oração e preparação para que não construa somente
mágoas entre os pregadores.
Provavelmente, haverão as pregações que sempre ficam na defensiva.
Alguns pode encarar as avaliações como ataques pessoais, críticas podem ser
feitas de forma agressiva, pode acontecer uma disputa para ver quem prega
melhor. Para evitar isso, é necessário que tenhamos uma postura madura e
orante dentro da Escola de Pregação. O condutor deve ser um servo
experiente e que tenha bom senso e sensibilidade para poder fazer uma
avaliação sempre motivadora, seja mais firme, seja mais superficial, eliminando
problemas pessoais e centrando a avaliação nos critérios pré-definidos e já
estabelecidos.
É importante dizer que a avaliação deve ser feita pelos participantes, em
primeiro lugar e depois pelo condutor, para que se exercite um espírito crítico
fundamentado, pois, para avaliar alguém, é necessário conhecer bem os
critérios e, portanto, os conteúdos das formações.
É também importante que seja conversado no primeiro dia da Escola
sobre a forma de avaliar as pregações, evitando problemas futuros. Seguem
algumas dicas:
 É comum termos medo de machucar as pessoas que estão sendo
avaliadas, mas as pessoas só vão crescer quando formos sinceros e
dissermos a verdade em relação à pregação delas. No entanto,
verdades colocadas sem caridade não oferecem crescimento. Devemos
sim falar a verdade, mas sempre de maneira motivante.
 Devemos aprender a olhar especialmente para o lado positivo das
pregações. Identificar as áreas fortes do pregador faz com que ele tenha
segurança e o ajuda a crescer ainda mais em seus pontos fortes.
Começar com o lado bom também é uma grande arma para desarmar
os servos que não reagem bem às críticas.
 Não podemos colocar nosso lado pessoal dentro da Escola. Problemas
pessoais fazem com que sejamos mais severos ou indiferentes nos
crivos de quem não gostamos ou temos problema. Devemos ser justos e
agir com seriedade.
 Devemos tratar todos os participantes igualmente. Ainda que uma
pregação seja muito, muito boa, devemos elogiá-la e mostrar aos outros
que é exemplo de boa pregação, mas não podemos exaltar demais o
pregador, fazendo com que os outros participantes se tornem
indiferentes àquela pessoa ou até mesmo ignorem-no.
 O ideal é que não façamos comentários sobre ter o dom da pregação ou
não. Esse discernimento, na maioria das vezes, é alcançado pelo
próprio servo. Somente em casos extremos nos referimos a ter ou não o
dom da Palavra.
13
 Enquanto alguém criva, não podemos deixar que ninguém converse!
Além de ser uma falta de respeito, desmotiva quem está pregando e
insinua que a pregação não está sendo boa.
 Muitos ficam inseguros quando alguém faz anotações durante a
pregação. Diga que sempre irá anotar pontos bons e ruins, portanto, não
há necessidade de temer.
 Deixe claro que não há necessidade de justificar-se após a avaliação.
Inclusive, coloque como isto como regra. O pregador não deve
desculpar-se ou perder-se em explicações após uma crítica.
Simplesmente a acolhe no coração e discerne o que pode ajudá-lo a
crescer.
Os pontos a serem avaliados são os seguintes:
1) Fidelidade ao tempo: a pregação deve terminar perto do tempo
permitido. Passar do tempo não é bom e deixar muito tempo
sobrando também. Durante o crivo, devemos avisar o pregador que
estaremos fazendo algum sinal quando faltar um ou dois minutos
para o fim da pregação, conforme ele desejar. Naturalmente, aqui
estamos tratando de técnica, por isso a necessidade de sermos
rigorosos. O pregador não é escravo do tempo.
2) Fidelidade ao tema: talvez um dos mais importantes pontos a serem
avaliados. O pregador deve manter uma linha de raciocínio coerente
e clara. Quando se propõe a falar de Amor do Pai, o tema deve ser
única e somente Amor do Pai. Deve haver um fio condutor central na
pregação para que, quando o participante perder seu raciocínio ou
divagar em algum exemplo, sabe que tem que voltar para este fio
condutor.
3) Estrutura do Plano de Pregação: ponto essencial na preparação da
pregação. O que é repassado nas pregações de formação deve ser
colocado em prática e devemos cobrar que todas as pregações
estejam dentro de uma das estruturas apresentadas. Com o tempo,
os pregadores conseguem modelá-las, colocar uma maneira própria
de montar a pregação. No entanto, dentro da Escola, o objetivo é
modelar as pregações de acordo uma das estruturas apresentadas,
buscando maior clareza e organização de idéias. Algumas vezes,
como condutores, não cobramos esse quesito porque nós mesmos
não somos capazes de montar um roteiro de pregação. Precisamos
estudar para, mais do que saber montar, poder ajudar as pessoas a
aprenderem a fazer o mesmo. Sugerimos que o condutor procure
identificar qual das estruturas foi utilizada no crivo e faça as
correções necessárias. Se necessário, deve solicitar que os
participantes tragam a pregação por escrito e entreguem-na a ele.
Pontos a avaliar:
Estrutura I
Introdução (do pregador,
do tema, motivação)
Desenvolvimento: palavras
chaves adequadas,
idéias lógicas, ligação
entre as idéias.
14
Conclusão (resumo, ato
concreto)
Oração (opcional)
Estrutura II
Motivação
Leitura da Palavra
Ambientação
Aplicação
Exemplificação
Imperativos
Conclusão
Oração Final (opcional)
4) Técnicas de Pregação: devemos identificar quais técnicas foram
usadas, e se foram bem utilizadas.
5) Tipos de mensagem: avaliar se a pregação atendeu ao tipo de
mensagem solicitado.
6) Postura: avaliar os pontos da pregação “Comunicando a Mensagem”
Seguem posteriormente nesta apostila dois pequenos roteiros para a
avaliação.
15
O PARTICIPANTE E O CONDUTOR
Para participar da Escola, é necessário:
Ter feito o encontro de 1º Anúncio (Experiência de Oração,
Seminário de vida no Espírito);
Já ter cursado ou estar cursando o Módulo Básico da Escola Paulo
Apóstolo.
Frisamos a importância da participação de:
Servos antigos: muitos servos pregam sem ter o conteúdo de suas
pregações renovado ou sem estar acompanhando as orientações do
Ministério da Palavra Nacional. Portanto, é necessário que façam a
Escola de Pregação. Em alguns casos, segundo o discernimento e a
sabedoria do coordenador, referindo-se a servos antigos e que já tem
um conhecimento informal das orientações para pregadores
sugeridas pela RCC, sugerimos que ajudem na condução da Escola
de Pregação, mas que estejam participando de todas as pregações
de formação dentro da Escola;
Servos de outros ministérios: a Escola não limita-se somente ao
ministério da Palavra e tem o objetivo de formar todos os servos que
pregam. Se, dentro do grupo de oração, há músicos, intercessores
ou ministros de cura, por exemplo, que pregam, é necessário que
façam a Escola de Pregação.
Para ser o condutor da Escola de Pregação, o servo deve ser maduro,
com experiência no Ministério de Pregação, com o carisma da liderança,
organizado e com facilidade para formação. Será ele o responsável por todas
as avaliações de pregação e pela formação dos futuros pregadores. Uma boa
sugestão é que não haja somente um condutor, mas sim condutores. Agir em
mais de uma pessoa facilita o trabalho, dá uma visão mais abrangente e divide
as responsabilidades. Outra necessidade para o condutor é que, de
preferência, já tenha participado de uma Escola de Pregação. Para tanto, se o
grupo estiver fazendo a Escola pela primeira vez, sugerimos que os condutores
procurem outro grupo que já a faça para participarem, salvo algumas exceções.
As pregações de formação não precisam ser dadas apenas pelos
condutores. Podem ser chamados servos de outros grupos ou do próprio grupo
que já tenham feito a Escola. Para ajudar na elaboração das pregações,
sugerimos uma bibliografia e apresentamos um resumo de cada uma nesta
segunda parte.
16
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Livros
COUTINHO, Taciano J. Andrade. Formação de pregadores. 7. ed. Aparecida: Santuário,
2000. Col. Paulo Apóstolo; vol. 8.
FLORES, José H. Prado; GOMES, Salvador. Formação de pregadores. São Paulo: Loyola,
1996. Col. Kerigma; vol. 2.
OLIVEIRA, Lázaro Praxedes (Org.). Ministério de pregação. 2. ed. Porto Alegre: RCC Brasil,
2007. Coleção RCC Responde; vol. 9.
PEDRINI, Alírio José. A palavra de Deus nas reuniões de oração. In: _______. Saiba
participar de grupos carismáticos. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2005, p. 59-65.
SILVA, Dercides Pires da. Ardor missionário: dom do Espírito Santo para o Coordenador, o
Pregador, o Cantor, o Intercessor. 2. ed. Aparecida: Santuário, 2005. Col. RCC – Novo
Milênio; vol. 10.
SILVA, Dercides Pires da. Oratória sacra: Roteirização. São Paulo: Canção Nova, 2005.
Vol. 1.
SILVA, Dercides Pires da. Oratória sacra: Roteirização. São Paulo: Canção Nova, 2005.
Vol. 2.
SILVA, Dercides Pires da. Pregação: fundamentos. Porto Alegre: RCC Brasil, 2010.
SOUSA, Ronaldo José de. Pregador ousado. 2. ed. Aparecida: Santuário, 2008. Col. RCC –
Novo Milênio vol. 25.
SOUSA, Ronaldo José de. Pregador ungido.9. ed. Aparecida: Santuário, 2009. Col. RCC –
Novo Milênio vol. 1.
Apostilas
MACHADO, Helena L. Rios e outros. A importância da Palavra no grupo de oração. In:
______. Grupo de oração: um tesouro de Deus. Porto Alegre: RCC Brasil, 2009. Encontro
para formação de coordenadores; módulo 2.
SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Ardor Missionário. São Paulo: Dispa.
SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Roteirização. São Paulo: Dispa.
SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Verbalização. São Paulo: Dispa.
SILVA, Dercides Pires da. Pregação e ensino inspirados. Porto Alegre: RCC Brasil, 2010.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO – MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO NACIONAL (2010)
METODOLOGIA COM PODER DO ESPÍRITO SANTO
I - Módulo Fundamental: Roteirização, Verbalização, Voz e unção,
Palavra viva.
II - Módulo Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Pregar com
Sinais e Prodígios, Os Carismas na pregação, Aprofundamento da
Mensagem.
III - Módulo Espiritualidade: Ardor Missionário, Pregador Ungido,
Pregador Ousado, Pregação inspirada.
IV - Módulo Bíblico: Leitura Bíblica, Lectio Divina na missão do Pregador,
Historicidade dos Evangelhos, O perfil do pregador nas cartas
Paulinas, O Poder da Palavra de Deus, O Profetismo no Antigo
Testamento, Onde buscar a Mensagem bíblica.
V - Módulo Doutrina: Fundamentos teológicos do carisma de pregação,
Tradição da Igreja, Doutrina e documento à serviço da mensagem.
VI - Módulo Geral: Se Eu me Calar as Pedras Falarão. Uma metodologia
que facilite a docilidade ao Espírito Santo para pregar com
simplicidade sem perder a ciência e aplicar a metodologia sem
extinguir a unção.
17
ROTEIROS DE AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO – ESCOLA DE PREGAÇÃO
Pregador:
Tema: Tempo:
PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS
Apres. Pessoal: ________________________
Apres. Tema: __________________________
Motivação: ____________________________
Idéias claras: __________________________
Boa leitura: ____________________________
Organização: __________________________
Exemplificação:_________________________
Inovações: ____________________________
Distribuição do tempo: ___________________
Téc. de aprofundamento: _________________
Postura do pregador: ____________________
Conhecimento do pregador: ______________
AVALIAÇÃO - Dinâmicas
Nome: Via utilizada:
Recurso utilizado: Técnica utilizada:
Tipo de Mensagem: Tempo:
Mensagem:
FOI CLARAMENTE COMPREENDIDA POR TODOS?
(Comunicar só uma mensagem e não uma mistura de mensagens ao mesmo tempo)
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não. Estava confusa.
FOI REALMENTE BASEADA NA VIA CORETA?
( ) Sim ( ) Sim, mas estava desorganizado ( ) Não. Utilizou outra via.
HOUVE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO?
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não.
O TIPO DA MENSAGEM FOI CLARAMENTE OBSERVADO?
( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não ficou claro.
18
QUERIGMA – AUXÍLIO PARA PARTICIPANTES (OPCIONAL)
Amor do Pai
1. Objetivo: Identificar o amor de Deus como
uma necessidade para os homens, sendo
um amor perfeito e profundo,
incondicional.
2. Tópicos:
2.1. Deus é amor
2.2. Deus te ama
2.3. Amor como o de um pai
2.4. Amor eterno
2.5. Amor ilimitado
2.6. Amor incondicional
2.7. Plano de Deus
Passagens sugeridas: Is 49, 14-15; I Jo 4,
8.16; Is 54, 10; Jr 31, 3, Is 43, 1-5.
Pecado e suas conseqüências
Objetivo: Mostrar o grande motivo pelo
qual não conseguimos sentir o amor de
Deus e ficamos tão infelizes. O pecado é
o grande causador de nossa tristeza e
não Deus. O pecado gera a morte.
Tópicos:
Dificuldade em sentir o amor de
Deus
O que é o pecado
O pecado nos separa do amor
O fruto do pecado
Não podemos nos livrar sozinhos
Passagens sugeridas: Rm 6, 23; Dt 18,
9-14; Hb 9, 27; At 19, 19; Gl 5, 19-21; Mc
1, 14-15; Gn 1, 2-3; Is 59, 1-2; Rm 3, 23.
Jesus Salvador
1. Objetivo: Apresentar Jesus como
libertador do pecado, fonte única de
salvação e última e eterna aliança.
Apresentar um pouco de sua história,
frisando sua paixão e dando especial
ênfase para sua ressurreição.
2. Tópicos:
2.1. Deus vem ao encontro do homem
2.2. Alianças
2.3. Jesus é a última aliança
2.4. Jesus já nos salvou
2.5. Paixão de Jesus
2.6. Ressurreição de Jesus
3. Passagens sugeridas: Lc 23, 24; Hb 4,
15; II Cor 5, 17; Jr 31, 34; Mc 10, 46-52;
Jo 3, 16-17; Jo 16, 33; Rm 7, 19.
Fé e Conversão / Senhorio de Jesus
1. Objetivo: Inserir-nos no plano de
salvação e colocar nossa resposta
pessoal diante do sacrifício e ressurreição
de Jesus. Mostrar a conversão como
gesto natural do coração que foi tocado
por Jesus, aceitando-o como Senhor,
dono de tudo o que somos e temos.
2. Tópicos:
2.1. É necessário ter fé / o que é fé
2.2. A fé causa em nós a conversão
2.3. A mudança é fruto da Experiência
com Deus
2.4. Jesus que cuidar de toda a nossa
vida, ser o nosso Senhor
3. Passagens Sugeridas: Ef 2, 8; At 13, 38;
Fl 2, 9; Rm 5, 12; At 2, 36; Rm 1, 17; Rm
10, 9-10; Hb 11, 1; Gl 2, 16.
Espírito Santo
Objetivo: Apresentar a promessa do alto,
o Espírito que Jesus deixou, a força para
que o cristão consiga viver a fé e a
conversão.
Tópicos:
2.1.Espírito, força de Deus
2.2.O Espírito Santo no Antigo
Testamento
2.3.A promessa do alto
2.4.Pentecostes – os apóstolos e nós
2.5.Promessa para hoje
2.6.Espírito como santificador
2.7.Efusão
3. Passagens Sugeridas: Jo 16; At 2; Ez
36.
Vida em comunidade
1. Objetivo: Falar da necessidade de
caminhar com passos firmes em direção
à Deus, de começar uma vida de
constante conversão. Integrar a pessoa à
comunidade.
2. Tópicos:
2.1.Importância da comunidade
2.2.Necessidade de perseverar
2.3.Como Perseverar
2.4.Integrar-se ao grupo de oração.
3. Passagens Sugeridas: Rm 12, 4-5; At 2,
44ss; Ef 5, 10-11; Ef 4, 22-24.
19
2
Roteiros das pregações
de formação
Apresentaremos, a seguir, pequenos roteiros referentes às pregações de
formação, elaborados a partir da síntese do material disposto na bibliografia
sugerida. Frisamos que são somente resumos, especialmente no intuito de
motivar o desenvolvimento de pregações criativas por parte dos formadores.
Muito deste material foi escrito a partir da apostila de formação de pregadores
elaborada pela antiga Secretaria Pedro Estadual do Paraná, sob a
coordenação de Paulo Blanco.
O CHAMADO DO PREGADOR E SEUS OBSTÁCULOS
Nós somos chamados a Falar em nome de Deus (Rm 10, 13-14, II Tm 4,
2). Somos chamados a atuarmos como colaboradores de Deus.
O Chamado
Recebemos um chamado de Deus, não por méritos nossos, mas por
vontade dele (Mc 3, 13-15; Jo 15, 16; I Sm 16, 7b).
“Existe na Igreja diversidades de serviços, mas unidade de missão. Aos
apóstolos e aos seus sucessores foi por Cristo conferido o múnus de, em nome
e com o poder d’Ele, ensinar, santificar e reger. Os leigos, por sua vez,
participante do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, compartilham a
missão de todo o povo de Deus na Igreja e no mundo. Realizam
verdadeiramente apostolado, quando se dedicam a evangelizar e santificar os
homens e animar e aperfeiçoar a ordem temporal com o do Evangelho, de
maneira a dar com a sua ação neste campo claro testemunho de Cristo e a
ajudar à salvação dos homens. Já que é realmente característico do estado
leigo viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles chamados
por Deus para, abrasados no espírito de Cristo, exercerem o apostolado a
modo de fermento no mundo” (Lumen Gentium 31)
O Batismo concede ao cristão uma tríplice dimensão, de sacerdote,
profeta e rei. Assim, somos chamados a ser:
Sacerdotes (para estar com Deus): Precisamos estar com Jesus, para
sermos como Ele (Gl 2, 20). Para tanto, é preciso ser íntimo de Deus. Ao
ser íntimo de Deus, o pregador:
20
a) desenvolve laços de confiança com a Trindade;
b) supera as dificuldades, em especial a incredulidade;
c) busca a comunhão, através: dos sacramentos; da oração (meditação,
contemplação, adoração); dos estudos (Bíblia, documentos e livros).
Profetas (para falar em nome de Deus): Consiste em falar d’Ele (Mc
16, 15). A evangelização é uma ordem de Jesus, anúncio da Boa Nova.
A pregação é uma necessidade no plano de Deus. Porém, devemos nos
lembrar do célebre exemplo – há muitos pregadores que falam grandes
verdades como se fossem mentiras; e há muitos artistas que falam
grandes mentiras como se fossem verdades. A meta do evangelizador é
viver o que a Samaritana ouviu: já não é por causa da tua declaração
que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este
verdadeiramente o Salvador do mundo (Jo 4, 42).
Reis (para agir em nome de Deus): Devemos agir em seu nome, atuar
nele. Trabalhamos impulsionados pelo mesmo Espírito de Deus (Jo 20,
21-22). Foi-nos confiados carismas para fazer o que Ele fez. Somos
chamados a instaurar o Reino de Deus. Porém, não é imitando a outra
pessoa, por maior e mais capaz que seja, que nossa pregação vai obter
frutos (cf. ex. de Eliseu e Elias – I Ts 1, 5).
Obstáculos na vida do Pregador
Enfrentamos muitos obstáculos que nos impedem de aceitar o nosso
chamado, a exemplo de alguns personagens bíblicos:
Isaías (Is 6, 1-9): impureza
Jeremias (Jr 1, 4-10): imaturidade
Gedeão (Jz 6, 11-16): complexo de inferioridade
Moisés (Ex 3, 11): desmotivado (Ex 3, 13): ignorância
(Ex 3, 13): ignorância (Ex 4, 10): incapacidade
(Ex 4, 13): omissão
21
IR ALÉM
Muitos pregadores fazem pregações muito desacertadas não por falta de
qualidades, mas porque não sabem ir além. Não conseguem mergulhar na
mensagem, compreender a revelação, para colocá-la em simples palavras para
o povo. Para aprendermos a ir além, vamos seguir os passos de Moisés,
conhecer sua história:
Ex 3, 1-9
Moisés cumpria todos os dias a mesma rotina. Quando decidiu-se por ir
além, passar por lugares onde nunca havia estado, Deus concedeu-lhe
maravilhas.
1. Através da pregação, o pregador tem que levar as ovelhas para
além do deserto. Nossas pregações devem ir além, cruzar o limite do
convencional, sem medo de ser guiado por Deus para lugares nunca
antes visitados. Quando Moisés ultrapassou o horizonte do cotidiano,
Deus o considerou apto para libertar seu povo e conduzi-lo à terra
prometida. Quem não cruzou o limite do convencional não pode levar o
povo à aliança.
2. Sair do cotidiano. Precisamos sair daquilo que é cotidiano, que sempre
vimos e aprendemos, precisamos ser ousados, saber chamar atenção
das pessoas, e principalmente, criar um próprio estilo. Lembre-se: Você
não precisa ter o estilo de grandes e conhecidos pregadores, você é
você. Ir além não significa imitar quem está acertando, é sim acertar
sendo você mesmo.
3. Chegar ao novo. O bom pregador não se repete sempre o mesmo, mas
sempre pergunta como poderia pregar isto de forma diferente? É como
um produto que, se for o caso, troca de embalagem para que possa
vender mais, mesmo continuando com o mesmo conteúdo.
Exemplo de chamado e ir além: At 16, 6-10.
Ir além significa dar o melhor que tem para Deus, o que implica em
colocar sua inteligência à disposição do Pai, pensando nas melhores palavras,
escolhendo os melhores exemplos, dando tempo para que a pregação caia no
coração antes de se exteriorizar.
22
O PERFIL DO PREGADOR
O que é perfil?
Segundo o dicionário, perfil é o contorno do rosto de alguém visto de
lado. É a descrição de alguém em traços rápidos.
Quem é o pregador?
A palavra pregador vem do radical grego “KERYX” que significa
ARAUTO. Arauto, na idade média, era o oficial que fazia publicações solenes,
anunciava a guerra e proclamava a paz, ou seja, eram mensageiros do rei. E é
isso que o pregador é, um mensageiro do Rei Jesus, aquele que simplesmente
transmite as ordens de Jesus.
CARACTERÍSTICAS DO PREGADOR
1. Inserido na realidade do seu povo.
2. Equilíbrio
Jesus nos chamou a ser sal da terra (Mat 5,13), pois o sal dá gosto a
comida, e nas nossa pregações, pois, sal de menos deixa a comida sonsa, e
sal de mais torna impossível comê-la.
3. Responsável
Com compromisso assumidos / Pontualidade / Preparação e Oração da
pregação.
4. Paciência
5. Intimidade com Deus
6. Abandono / Pessoa de fé
Fé inabalável, madura. É inconcebível que se coloque para pregar pessoas
que têm restrições a dogmas da Igreja, pregadores que não aceitam totalmente
a doutrina Católica, que se colocam numa possível de dúvida, principalmente
em temas difíceis.
7. Humildade
Não é ciumento, desapegado das coisas do mundo, sem soberba, mas
também sem falsa humildade. Tem consciência de quem ele serve e de que a
glória é do Senhor.
8. O pregador fala a Verdade
A face do pregador é marcada pelo amor a verdade. A pregação precisa ser
autêntica, de nossa boca precisa fluir a verdade, sem fachadas de cristão. Ter
testemunho de vida.
9. O pregador é o homem das bem-aventuranças
Possui um coração de pobre, é aquele que chora, manso, justo,
misericordioso e àquele que sofre calúnias e é perseguido por causa de Jesus.
10.O pregador usa os carismas
11.Membro do corpo místico de Cristo
12.Zelo pelo Evangelho
23
Dom do espírito santo, faz o coração do pregador arder de desejo de pregar
a tempo e a destempo, esse Dom jamais deixa o pregador ficar calado. Mostra
o amor a palavra.
13.Experiência pessoal
Exemplos de Perfil
Jesus: Tinha autoridade, dócil ao espírito, obediente ao Pai, fidelidade
exemplar, homem de oração, sempre viveu em comunidade.
Paulo: Conhecedor das escrituras, fé inquebrantável, linguagem precisa,
dócil ao espírito, abertura aos dons, tinha senso de comunidade.
Apolo: Atos 18, 24-28.
24
PREGADOR CONDUZIDO PELO ESPÍRITO SANTO
O pregador que é conduzido pelo Espírito Santo é feliz e eficaz, porque
faz a vontade de Deus. Ser conduzido e fazer com que eu não dirija meu
ministério mas, que o próprio Senhor me faça dócil e atento ao seu chamado,
sempre pronto a servi-lo, vigilante na oração e vencendo os empecilhos à ação
do Espírito Santo. Ex: Mt 4,1 – Luc 24,49 – At 1,8; 2, 1-4.
Apóstolos antes e depois do Pentecostes!
Jesus nos dá o ES -
Você e eu antes e depois do Batismo no ES
Barreiras que impedem a ação do Espírito Santo.
Demônio - Diretamente – IPed 5,8; Indiretamente – Ef 4,27
Natureza Humana X Meio Social; Pecado, perda de unção, falta
de entusiasmo, apatia, tristeza, mornidão, etc.
Requisitos para ser conduzido
Estar Cheio – Permanecer cheios. Buscar os Sacramentos, Vida de
Oração.
Renunciar ao Pecado e reconhecer-se pecador – Jo 16,9
Andar na Fé - AT 19,13-17 – Fé verdadeira que Deus te deu.
Ser e querer ser testemunha de Jesus – At 4, 16-22
Pedir – Luc 11, 13
Perdoar – Mat 6, 14; 5,23-24; Mc 11, 25
Ser indignado – Ter paz inquieta (Jesus no Templo – Fariseus).
Como ser conduzido
Exemplo dos Apóstolos
At 8, 26-40; At 15, 28; At 16, 6-10.
Método Prático
De moção em moção; De inspiração em inspiração; De revelação em
revelação.
Como acolher a moção, a inspiração e a revelação
Com fé e obediência - Fé Heb 11,1-6
Somos templos do Espírito Santo de Deus, temos que ter essa consciência
e nos despojar, saber que o mesmo Espírito que agia nos Apóstolos está em
nosso coração, que temos de estar dóceis a voz do Senhor, buscando fazer a
Sua vontade, sempre vigilantes, buscando a santidade para que o Senhor
possa usar-nos da melhor forma, sempre à anunciar a Boa Nova de Jesus.
25
ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I
Os passos para uma pregação são: 1º) orar; 2º) anotar tudo o que foi
revelado; 3º) discernir o que vem de Deus; 4º) organizar o que foi discernido e
definir um tema, com um objetivo claro e específico (I Cor 9, 26). Como
organizar? Com uma Estrutura do Plano de Pregação.
Estrutura I – usada geralmente para pregações um pouco mais longas,
para pregações com um conteúdo mais extenso, com mais de uma passagem
que fundamente seu conteúdo, extraída do livro Formação de Pregadores, Col.
Paulo Apóstolo, vol. 8. Consiste em:
Introdução
Do pregador: nome, idade, paróquia, pastoral a que pertence, tempo
de grupo, estado civil.
Motivação: dizer algo que motive as pessoas a continuarem nos
ouvindo. É extremamente necessária, a partir dela as pessoas
vão escolher se continuam ouvindo ou não a nossa pregação.
Normalmente, colocamos uma aplicação prática do que vamos
falar ou algo que desperte a curiosidade. Ex.: At 17, 16.
Do tema: deixar bem claro no início da pregação o tema da pregação
e o que o pregador vai falar dentro do tema. Colocamos as
palavras-chave.
Desenvolvimento
Baseia-se em palavras chaves. Dentro do tema que vamos falar,
escolhemos algumas palavras chaves que norteiem a pregação e
estejam intimamente ligadas a ele. Por exemplo: se o tema é “Amor
do Pai”, podemos escolher como palavras chave “Deus nos ama”,
“Amor incondicional” e “Plano de Amor”. Então, dentro das palavras
chaves, também chamadas de itens, escolhemos subitens. Por
exemplo:
Item: Deus nos ama.
Subitem 1: Vivemos uma história de desamor.
Subitem 2: Sentimos falta do amor dos outros.
Subitem 3: O amor mais profundo e verdadeiro vem de Deus.
I Jo 4, 8
Conclusão
retomar palavras chaves
tirar dúvidas, fazer colocações complementares
fazer o fecho e chamar à oração
26
ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II
Existem várias outras estruturas do plano de pregação. Neste curso, nos
limitamos a apresentar mais uma, normalmente usada para pregações
querigmáticas, que são desenvolvidas em torno de uma passagem principal,
extraída do livro Formação de Pregadores, de José H. Prado Flores.
1. Motivação
Com o mesmo objetivo da introdução da estrutura anterior. Acrescenta
apenas uma dica: a motivação pode ser usada para conhecer a
assembléia. Por exemplo, o pregador poderia dizer: “Quem aqui faz
parte da renovação há mais de 5 anos? E até 3 anos? Menos de 1 ano?”
Assim conheceria mais a assembléia para qual ele vai falar.
2. Leitura da Palavra
Essa estrutura baseia-se em uma passagem principal, da qual vai
formar-se toda a pregação. É importante ressaltar que a leitura deve ser
feita pausadamente, dando ênfase na parte que quer fixar mais. O
pregador deve utilizar poucos versículos, para que as pessoas consigam
concentrar-se. Depois da leitura, dizemos “Palavra da Salvação” quando
for extraída de evangelhos e “Palavra do Senhor” nos outros casos.
3. Ambientação ou orientação
Na ambientação, situamos o ouvinte dentro da passagem que acabamos
de ler. Colocamos costumes da época, apresentamos a passagem de
forma mais completa e, gradativamente, vamos nos focando no que
mais está relacionado com o tema que vamos falar. Por exemplo, se
utilizamos a passagem da Samaritana e nos propomos a falar de
“Testemunho de vida”, nos prendemos mais na parte final da passagem.
4. Aplicação
As pessoas querem ouvir o que a passagem tem para nos dizer hoje e é
isso que mostramos na aplicação. Dizemos como a leitura pode servir
em nossa vida.
5. Exemplificação
Para que o conteúdo fique ainda melhor fixado, colocamos um exemplo,
seja de via cosmológica quanto antropológica (vistos posteriormente).
Quem não se lembra da história dos lencinhos na pregação do amor do
pai
6. Imperativos
Rumo ao final da pregação, fazemos os imperativos. Isso consiste em
dar ordens, literalmente, para a assembléia: “Se abra para o amor de
Deus!”, “Mude de vida!”, “Deixe o Senhor te tocar hoje!”. Assim, as
pessoas se sentem mais chamadas a viver o que foi proposto na
pregação e ficam mais abertas para a oração
7. Resumo final
Da mesma forma que o anterior, damos uma visão geral do que falamos
na pregação para fixar ainda mais o conteúdo e preparar a assembléia
para a oração. Porém, devemos tomar cuidado para não sermos
repetitivos e começarmos a pregação novamente.
8. Oração final
27
O CONHECIMENTO DE DEUS
E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes
o que Dele se achava dito nas Escrituras (Lc 24,27). Para que nós, pregadores,
tenhamos o que falar do Senhor, é necessário estar com Ele, ouvir Dele e
aprender com Ele. Para anunciarmos o Evangelho ele precisa estar em nosso
corações (Lc 6,45), e para ensinar da nossa Igreja, precisamos ter o conteúdo
em nossa mente. Conforme o Catecismo, as fontes primárias do conhecimento
de Deus, onde poderemos buscar este conteúdo são: a Bíblia Sagrada, a
Sagrada Tradição, o Sagrado Magistério e o Senso Sobrenatural da Fé
1. A Bíblia
Deus quis revelar-se aos homens, falar-lhes em palavras humanas. Da
mesma forma que o Verbo de Deus se fez carne, fazendo-se semelhante aos
homens, as palavras de Deus expressas por línguas humanas, fizeram-se
semelhantes à linguagem humana. Por este motivo, a Igreja sempre venerou
as divinas escrituras como venera também o Corpo do Senhor. Ou seja, a
eucaristia, Pão da vida, é tomada da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de
Cristo. (Cf. CIC 101-103).
A Igreja recomenda a leitura da Sagrada Escritura orientando aos que se
consagram ao ministério da palavra (podemos colocar aqui a Secretaria
Pedro), que se apeguem as Escrituras, mediante assídua leitura e cuidadoso
estudo das mesmas, para que não venha a ser “vão pregador da palavra de
Deus externamente, quem a ela não presta ouvido interiormente”. (Sto.
Agostinho).
Em nossas pregações devemos pois utilizar da Palavra de Deus assim
como os Apóstolos utilizavam o Antigo Testamento, que, na época, compunha
a parte disponível da Bíblia. Ex: Paulo em Atos 17, 1-3 ou Apolo em Atos
18,24. No entanto, devemos tomar o cuidado de, ao ler a Bíblia, prestar grande
atenção ao conteúdo e a unidade de toda a Escritura, evitando o Iluminismo
(acreditar que Deus só se revela a ele, passando a ser o dono da verdade), o
Fundamentalismo (interpretação ao “pé da letra”, não aceitando a Sagrada
Tradição) e a Livre Interpretação (ao contrário do fundamentalismo, não se
firma em “letra nenhuma”). A Palavra de Deus deve-se fazer carne em nós,
porque a nossa religião não é um livro, mas é a religião do Verbo Encarnado e
Vivo (CIC 108).
2. A Sagrada Tradição
O que é a Sagrada Tradição? É a transmissão dos acontecimentos e
ensinamentos dos Apóstolos e de outros em sua geração. Aqueles primeiros
que escutam uma notícia conseguem transmiti-la com mais autenticidade, do
que aqueles que escutam posteriormente. A Sagrada Tradição conserva toda a
autenticidade e o calor do anúncio de Jesus, pois dela fazem parte os primeiros
que escutaram (os Apóstolos) e os outros de sua geração próxima.
28
Esta transmissão foi ordenada pelo próprio Jesus (Cf. Mc 16,15), e para que
o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos
deixaram como sucessores os bispos, a eles transmitindo o seu próprio
encargo de Magistério (DV 7). A transmissão do Evangelho, segundo a ordem
do Senhor, ocorreu de duas maneiras (CIC 76):
a) oralmente: pregações, exemplos e instituições;
b) por escrito: os apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do
Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.
O Magistério da Igreja considerou Sagrada Tradição, os escritos fiéis, a
quatro princípios: fidelidade doutrinária; aprovação eclesial; antiguidade e
santidade do autor. São considerados também os escritos dos chamados
“Padres da Igreja” ou “Santos Padres”. Estes padres escreveram na maioria
das vezes, para defender a fé de elementos estranhos a sua pureza (heresias),
naquilo que chamamos apologética, isto é, defesa da fé. Quanto a antiguidade,
são considerados escritos até o século VIII, de S. Gregório Magno e S. João
Damasceno.
Somente na Igreja Católica está a plenitude dos meios de salvação, que
chegaram até nós por meio da Tradição, como os Sacramentos, a santificação
do Domingo, a Santa Missa, devoções como o Rosário, entre outros.
3. O Sagrado Magistério
Palavra derivada do latim “magister“ que se traduz por mestre.
Compreende-se o conjunto de ensinamentos da Igreja, repassado
principalmente através de documentos. O Magistério da Igreja são os bispos
em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma (Papa).
A divisão dos documentos da Igreja (Magistério) pode ser feita conforme a
sua destinação, assim, há os destinados: à Igreja Universal – para toda a Igreja
(ex: CIC, Compêndio do Vaticano II, Encíclicas do Santo Padre, etc.); à Igreja
Latino-Americana, emitidos pela Conferência Episcopal da América Latina –
CELAM, destina ao nosso continente (ex: São Domingos, Puebla, etc.); e a
Igreja no Brasil, emitidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil –
CNBB (ex: Doc. 45 e 54). Importante ressaltar que o Magistério não está acima
da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não ensinando senão o que foi
transmitido (CIC 86).
Estes documentos são importantes fontes de conteúdo de pregação, quer
seja por expressarem a tradição apostólica, em linha sucessiva, quer seja por
tratarem de problemas atuais, à luz do Evangelho, ou ainda, por trazerem a fiel
interpretação da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição.
4. Senso Sobrenatural da Fé
Havendo um consenso universal sobre as questões de fé e costumes, sob a
direção do Magistério da Igreja, haverá o senso sobrenatural da fé. Este senso
é adquirido “pela contemplação e estudo dos que creêm, os quais meditam em
seu coração; é em especial a pesquisa teológica que aprofunda o
29
conhecimento da verdade revelada. Pela íntima compreensão que os fiéis
desfrutam das coisas espirituais, as palavras divinas crescem com o leitor”
(Catecismo 94 – citações).
30
PROVAS DO CONHECIMENTO DE DEUS
O Catecismo ensina que há certas vias (caminhos) que comprovam a
existência de Deus. Porém, tais caminhos não são provas no sentido que as
ciências naturais buscam, mas no sentido de “argumentos convergentes e
convincentes” que permitem chegar a verdadeiras certezas (CIC 31). Podemos
denominar estas vias de fontes auxiliares do conhecimento de Deus. O ponto
de partida para descobrirmos estas provas está na criação: o mundo material
(via cosmológica / natureza) e o ser humano (via antropológica / homem).
Por isso, passaremos a estudar, um pouco, sobre cada uma, para
utilizarmos em nossa pregações ou ensinamentos. Através destas vias
encontraremos excelentes modelos para exemplificar nossas pregações. (cf.
Rom 1,19-20).
1. O Caminho da Natureza
A natureza, tão bela, é uma grande demonstração da grandeza de Deus.
Como ensina Provérbios 6,6: Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga, observa seu
proceder e torna-te sábio. O pregador é chamado a buscar na natureza a
revelação da existência de Deus, como origem e fim do Universo.
A natureza é divida pela ciência em reinos:
a) Reino mineral: que são pedras (preciosas ou não), rochas, calcário,
água, terra, sal, etc. Exemplo: a pérola que se forma dentro da ostra,
que é um incômodo grão de areia, pode ser comparada aos estudos de
um adolescente, que muitas vezes o incomoda, mas no futuro lhe será
de grande valor.
b) Reino vegetal: as plantas em geral, árvores, flores, trepadeiras, etc.
Exemplo: o girassol, que está sempre voltado para o sol, é um modelo a
ser seguido: não devemos desviar nosso olhar do grande Sol que é
nosso Deus.
c) Reino animal: são todos os seres vertebrados ou invertebrados,
mamíferos ou não, ou seja, todos os animais. Exemplo: o pelicano, que
tira carne do seu próprio peito para alimentar seus filhos, exemplifica
claramente Jesus, que deu sua própria vida por nós e sua carne como
alimento na Eucaristia.
d) Fenômenos da Natureza: exprimem também o conhecimento de Deus.
São os ventos, terremotos, maremotos, tempestades, eclipses, vulcão,
tornado, etc. Exemplo: o fenômeno da “pororoca”, encontro do rio
Amazonas como Oceano Atlântico; como nosso encontro com Deus:
nosso fim é o seio da imensidão de Deus.
31
Jesus usou e abusou dos exemplos da natureza, podemos citar as ovelhas
e o pastor, os pássaros do céu, a pérola preciosa, a água, o mar, a rocha, os
lírios do campo, o grão de trigo, o grão de mostarda, o vento e outros.
Você já meditou na natureza e dela retirou mensagens?
2. Caminho do Homem
O homem em si mesmo e universo a ser descoberto e o qual revela Deus.
Somos à sua imagem e semelhança. Descobrir Deus no homem é o caminho
mas fácil para chamá-lo de Pai: quem não ama seu irmão, a quem vê, é
incapaz de amar a Deus, a quem não vê. (Jo 4,20).
Essa via reúne várias áreas comuns que envolve o homem, áreas estas que
o analisam com base nas características biológicas e culturais dos grupos em
que se distribui. É um conjunto de vida e suas condições: habitação, vestuário,
alimentação, utensílios e instrumentos diversos, músicas e danças tradicionais,
língua, lendas e contos, artes e religião, costumes e leis. Podemos meditar,
para tirar exemplos na pregação ou ensinamento, dentro da via antropológica,
alguns pontos, vejamos:
a) No organismo humano: deve-se ter acesso a livros de anatomia,
fisiologia, genética e outros.
b) Na história universal: aqui abrange: personagens, fatos, épocas,
acontecimentos. Podemos citar como fonte de estudos, livros de história,
livros de santos, documentários, etc.
c) Nas ciências modernas: utilização dos recursos científicos e
tecnológicos de nosso dias: descobertas da Psicologia, pesquisas
antropológicas, conhecimentos da Medicina, da Sociologia, da
Geografia, da Matemática, da Teologia entre outras.
d) Na história atual: entra aqui tudo sobre os acontecimentos atuais, é a
história da humanidade que está se realizando em nossos tempos –
fontes para estudo: jornais, revistas, noticiários, livros, filmes, entre
outros. Também podemos utilizar fatos da vida, ou seja, do nosso dia-a-
dia, como a dona de casa que perdeu a moeda, citada por Jesus; obs.:
Devemos tentar perceber o lado positivo e negativo da história,
transformando estas vias em mensagens de denúncia ao pecado ou de
edificação para o povo de Deus. “...examinai tudo e abraçai o que é
bom.” (ITes 5,21).
e) Na história pessoal: Sua história, é uma grande ilustradora daquilo que
você prega, o testemunho é muito importante na pregação querigmática,
porém precisa alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e
Centrado em Cristo; Seja, de preferência, o seu próprio testemunho;
32
tenha o objetivo de construir a conversão dos ouvintes; seja de um
processo acabado, ou seja, que Deus já realizou.
Santa Terezinha do Menino Jesus dizia que gostaria de ser uma bola para
que quando o menino Jesus quisesse brincar, Ele brincaria. Quando quisesse
chutar, chutaria; e se Ele não quisesse nada com a bola, poderia deixá-la ali no
cantinho, que ela continuaria sendo a bola do Menino Jesus. E nós, queremos
sempre estarmos nas mãos de Deus, a sua disposição para fazermos o que ele
quiser? Ser bola e ser objeto e a disposição do seu dono. Nós somos assim?
Conclui-se, assim, que o pregador não pode passar distraído pelo caminho.
Os anúncios e os nomes que lê pelos caminhos, os lugares que vê como
bares, lojas, clubes, tudo é material para sua próxima pregação. Basta ter
atenção e dedicação.
33
ENCONTRANDO A MENSAGEM NA BÍBLIA
O pregador em primeiro lugar, antes de transmitir a palavra ele é um
caçador da palavra e quando a encontra aplica a si mesmo e depois transmite
aos demais. Jesus nos disse que o Espírito Santo nos recordaria tudo o que
Ele nos disse, mas para recordar é primordial que exista antes na nossa
memória. É importante que nos apresentemos a Deus com as nossa talhas
cheias de água e com os nossos 5 pães e dois peixes.
Veremos a seguir, formas de se encontrar, na palavra, a mensagem de
Deus:
Parábolas
No Evangelho temos 38 parábolas. O comunicador não se atém ao
óbvio e elementar expresso nas parábolas. Extrai mensagens novas e
apropriadas a cada caso. Ex. Semeador – Mt 13, 1-9.
Milagres
Sarça Ardente (Ex 3,1-4), diz que Moisés parou para contemplar o
espetáculo. Por que a sarça ardia e não se consumia? O comunicador deve
contemplar os milagres e perceber o que Deus está falando através deles.
Devemos sempre transportar os ouvintes dos milagres para tempo presente, e
então extrairmos a mensagem. Ex: (Mc 8,22-26)
Personagens
Estudar sobre a vida de todos os personagens bíblicos que nos são
colocados na Sagrada Escritura. Ex: Moisés, Filho Pródigo, Maria Madalena,
Davi, Abraão, etc.
Guerras
Apesar da forma cruel, nos mostra a luta diária contra o mal. Ex: A
guerra de Israel contra os amalecitas nos mostra a importância da intercessão,
por exemplo.
Perguntas
São inúmeras as perguntas que encontramos na Bíblia, que o homem
fez a Deus e vice-versa. Ex: Tu me amas? Por que me Seguem? Por que
choras? Querem me deixar?
Dialógo
Ex: Jó e os amigos; Eva e a Serpente; Maria e Isabel; Pedro e Jesus.
Discursos
Muitos dos discursos da Bíblia, são mensagens do próprio Deus e ricos
de contéudo.
Visões, Sonhos ou Revelações
Ossos Secos (Ez 37, 1-10); Sonho de José, de Pedro; Revelações feitas
a Abraão.
Lugares
Cidades, povoados, templos. Ex: Mc 1,29 a sinagoga e a casa de Pedro.
Oração
Uma das mais belas formas de falar com Deus.
Ex: Gen 4,26 – o primeiro – At 4,24-30 – Pedem a Deus coragem.
34
TÉCNICAS DE PREGAÇÃO
Técnica é o modo pela qual o pregador vai falar a mensagem. Todos os
pregadores usam algum tipo de técnica. Aquela que melhor se sobressai é a
que melhor se adapta a mensagem e ao pregador. Antes, alguns pontos
essenciais para utilizar as técnicas:
1) Ter a mente imbuída do assunto: Antes de pregar, o pregador deve
estudar muito sobre o assunto. Além disso, deve estar atento a
situações, testemunhos e acontecimentos que podem ter relação com o
tema.
2) Fidelidade ao tema: A melhor pregação não é aquela que aborda todos
os assuntos, mas aquela que aborda tudo sobre aquele único assunto.
Quando o pregador é fiel ao tema, está sendo fiel ao chamado de Deus
e evitando que as pessoas se dispersem e não gravem a mensagem.
Dizer que Deus o inspirou de última hora pode ser uma desculpa para a
falta de escuta de Deus e até mesmo pela falta de tempo para preparar
a pregação.
3) Praticar: Assim como um atleta que treina, o pregador deve escutar a
palavra de Deus durante o seu dia. Alem disso, é muito importante que
ele avalie outro pregadores e treine suas pregações (crivo) antes de
pregar.
Técnicas:
1) Testemunho: Muito importante na pregação querigmática, porém
precisa alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e Centrado em
Cristo; Seja, de preferência, o seu próprio testemunho; tenha o objetivo
de construir a conversão dos ouvintes; seja de um processo acabado, ou
seja, que Deus já realizou.
2) Parábolas ou Alegorias: Tratam-se de histórias fictícias com um fundo
moral. Elas devem ser utilizadas para reforçar o tema. Sua conclusão
deve ser sempre positiva e voltada para Cristo.
3) Cachoeira: Trata-se de uma técnica em que o pregador vai expondo a
mensagem sem interrupções, de maneira que caiam direto ao coração
do ouvinte e não deixa tempo de raciocínio.
4) Dramatização: Significa comunicar uma passagem ou trecho bíblico,
aumentando alguns diálogos ou situações com linguagens atuais,
utilizando-se, principalmente, de expressão corporal.
5) Repetição: O pregador repete um trecho bíblico, uma frase que talvez
tenha passado despercebido mas que deve ficar gravado no coração do
ouvinte.
6) Não dar todas as resposta: É quando o pregador leva o ouvinte a
mergulhar em si mesmo e buscar a resposta dentro do seu coração.
7) Aguçar a curiosidade: Muito usada na motivação inicial. É uma
maneira de chamar a atenção do ouvinte. Esta técnica deve ser usada
com muita sabedoria para não danificar a mensagem.
8) Descrição: É descrever detalhes de uma situação (bíblica, por exemplo)
de maneira que o ouvinte possa sentir-se no local do acontecimento.
35
9) Histórias: O pregador auxilia-se de fatos verídicos como, por exemplo,
dos Santos, da Igreja primitiva para reforçar ainda mais a mensagem.
10) Narração: É quando o pregador verbaliza acontecimentos da história
da salvação. Esta técnica é muito utilizada para grandes trechos da
bíblia, havendo somente a narração dos pontos mais importantes da
passagem.
11) Quebra brusca de pensamento: É quando o pregador quebra uma
linha de raciocínio para causar impacto nos ouvintes. Por exemplo:
“Jesus não vai te salvar..................Ele já te salvou”.
Técnicas para aprofundar o entendimento da mensagem: através destas
técnicas, o pregador leva o ouvinte a mergulhar nas riquezas despercebidas
das passagens bíblicas:
Significado das palavras:
O pregador recorre à origem, a verdadeira definição de determinada palavra
e o que ela realmente quer dizer naquele contexto. Para isso, recorre-se a
dicionários bíblicos, da língua portuguesa, gregos ou latinos, por exemplo.
Contexto:
Verificando apenas um único versículo da passagem, muitas vezes,
podemos não entender o significado verdadeiro. É necessário portanto,
recorrer a todo o contexto bíblico daquele capítulo ou livro, para se situar com o
local, a situação, à época etc., assim entenderemos melhor o porque daquele
versículo e o verdadeiro sentido da mensagem.
Opostos:
O pregador pode utilizar-se de palavras contrárias para fixar ainda mais a
mensagem. Ex: Trevas x Luz, Abismo x Céu, Tristeza x Alegria, etc. É
importante sempre citar o negativo primeiro e encerrar com o positivo.
Geografia Bíblica:
Tanto o antigo como o novo testamento sempre nos situam da cidade ou
local a que se refere. No apêndice bíblico podemos encontrar alguns mapas
com a maioria destas localidades e nos atentar para pontos importantíssimos,
como por exemplo, a distância entre um local e outro. Ex: Maria ao visitar sua
prima Isabel; recorrendo ao apêndice, podemos verificar que Maria percorreu
uma distância de 150Km, aproximadamente.
Conversão de Valores:
Neste apêndice podemos encontrar também os valores citados na palavra
de Deus (talento, dinheiro, estádios, prata) convertidos para o dia de hoje. Nos
espantaremos quando, por exemplo, vermos que um talento equivalia a 36Kg
de ouro.
Além destas, podemos descobrir com o auxílio do Espírito Santo outras
técnicas que, se adequadas a nós e à mensagem, podem auxiliar e muito na
ação de Deus no coração de nosso ouvintes.
36
TIPOS DE MENSAGENS
Mensagem Querigmática
Mensagem de anúncio
A palavra Kerigma significa proclamar, anunciar
São basicamente as pregações da Experiência de Oração
Amor do Pai, Pecado, Salvação, Senhorio de Jesus, Fé e Conversão,
Espírito Santo, Vida Nova (Perseverança ou Comunidade Cristã).
Mensagem Catequética
Mensagem de ensino
A palavra Catequese significa ensinar, reter
Trata-se do ensino gradual da nossa fé e razões
Se divide em Doutrinária e Apologética
Doutrinária  Para pessoas que já conhecem a Jesus, e agora
precisam assimilar sobre sua doutrina. Ex: Sacramentos, Moral, Sagrada
Escritura, etc.
Apologética  Tem a função de esclarecer para as pessoas pontos
polêmicos dentro da doutrina, não para ser discutido mas para o
conhecimento. Ex: Existência do Purgatório, Virgindade de Maria,
Imagens, etc. Essas mensagens devem estar muito bem fundamentadas
dentro da Palavra de Deus e deve ser interpretada à luz do Magistério
da Igreja.
Mensagem de Perseverança
Aborda temas que dizem respeito à fragilidade humana que buscam a Deus
como refúgio e proteção.
Se divide em 4 tipos: Espiritualidade, Compromisso, Fortalecimento e
Contrição.
a) Espiritualidade: Leva a uma comunhão mais íntima com Deus, à
adoração, contemplação a Deus, recorda que dependemos Dele.
b) Compromisso: Traz uma dimensão horizontal, (Eu e os irmãos), nos
leva ao serviço com os irmãos. Não existe compromisso sem serviço.
Temos duas linhas: Linha do Amor (relações fraternas, perdão,
paciência, bondade e a Linha do Apostolado (ministérios, obras de
misericórdia etc.)
c) Fortalecimento: São usadas para momentos difíceis, tribulações,
provações, situações desanimadoras, levanta os caídos.
d) Contrição: Fortes exortações para aqueles que esfriaram, que
abandonaram a caminhada. Sacode as pessoas que possam estar meio
mornas no caminho de Deus. Claro que para esse tipo de pregação
deve-se observar bem o público ouvinte.
Não comunicamos o que bem queremos, mas sim o que nosso irmãos
precisam ouvir. Somos instrumentos de Deus para que ele alimente o seu
povo com o pão da palavra.
37
COMUNICANDO A MENSAGEM
É necessário antes de entrarmos nos objetivos da pregação, estabelecer a
diferença entre as várias espécies de alocuções e a pregação.
1. Conferência – Discurso didático. Tem por objetivo ensinar, transmitir
conhecimento literário e científico. Sua linguagem é técnico-científica. O
conferencista não tem a preocupação de dialogar com os ouvintes.
2. Discurso Político – Todos conhecemos. Sua linguagem é livre e a mais
coloquial possível. Normalmente é dirigido as massas. Prima pela
persuasão.
3. Discurso Acadêmico - Discurso inteiramente formal. Valoriza a técnica.
4. Palestra – Pouca formalidade, permite ao orador maior liberdade. O
Orador não precisa esforçar-se para dialogar com seus ouvintes.
5. Ensino – É um dos métodos mais eficazes de se transmitir
conhecimento. É denso em conteúdo.
6. Pregação – É o ato de pregar, proclamar a Boa Nova de Jesus. Esta
proclamação é dotada de alguma disciplina, porém não anula a
liberdade do pregador. Prima pela condução do Espírito Santo.
Objetivos da Pregação
A) Imediato – Evangelizar, anunciar a Boa Nova. O discípulo, quando
prega, deve utilizar todos os seus talentos, dons, todo o seu amor, toda
sua intercessão, em prol da evangelização.
B) Mediato – É conseguido com a obtenção do objetivo imediato. A
finalidade mediata consiste na conversão dos ouvintes e também de
curas, prodígios e milagres durante a pregação. É importante ressaltar
que cabe primeiro ao pregador preocupar-se com uma boa
evangelização, pois a conversão, cura, prodígios e milagres são obras
do Espírito Santo.
Antes do Anúncio
Estudo e Oração: Tempo dobrado de estudo e oração.
Preparação Espiritual: Missam mortificações, jejuns. Busque também
o sacramento da confissão antes da pregação, se necessário.
Apresentação Física: Roupas adequadas, unhas cortadas, barba etc.
Cuidados com maquiagem, acessórios (brincos, pulseiras) e falta de
higiene em geral.
Horário: Conversar sempre antes com a pessoa que o convidou, se
informar sobre a realidade das pessoas, do grupo ou do evento em
questão, ore junto com eles, se possível. Chegar sempre com
antecedência, recomenda-se um mínimo entre trinta e quinze minutos.
Durante o Anúncio
38
Autoridade Espiritual: Não se está falando em seu próprio nome (IICor
5,20). Não importa o tamanho da platéia, o zelo precisa se o mesmo,
para 1000 ou 2 pessoas.
A Voz: Ferramenta de Trabalho; evitar gelado, pastilhas, gritos.
Intensidade (volume) adequado, sem gritaria, nem falar murmurado,
manter uma sintonia. Sem vícios (falar igual o Pe. Jonas, ou o Pe.
Roberto, Eugênio Jorge etc.). Utilizar a voz para acentuar partes
importantes
Os Olhos: São a janela da alma; olhe para as pessoas, não para o teto ou
para o chão. Nunca olhe diretamente para uma pessoa por muito tempo,
saiba dividir o público.
A Face: Reflexo do coração; mantenha sempre um semblante tranqüilo,
demonstrando firmeza ou austeridade somente quando for necessário.
Não ficar todo o tempo carrancudo ou rindo à toa.
As Mãos: Deve-se usar as mão para se expressar, porém sem exageros,
não somos maestro. Evitar: Mão no bolso, segurando o púlpito, apoiar-
se sobre a mesa, coçar-se etc.
Corpo: Não ficar parado como uma estátua, mas também não ficar de um
lado para o outro de maneira frenética. Não subir em cadeiras, mesas
(somente se necessário); nunca pregue sentado, encostado ou
pendurado
Os Pés: Mantenha os pés na mesma abertura dos ombros para Ter
equilíbrio
A Respiração: Alimenta a voz, procurar sempre manter uma respiração
tranquila e não falar quando o ar estiver acabado, deve-se evitar ao
máximo aquelas “fungadas” no microfone.
Linguagem: Procure ter uma linguagem simples e direta. Fale de
acordo com a cultura que você possui, nunca use termos, ou palavras
bonitas que você desconhece com o intuito de enriquecer a pregação.
Cuidado com os vício de linguagem (né, tá, então, amém, certo...)
Implementos para pregar: Microfone – ajuste com antecedência a
altura ideal do som. Cuidado para não se enrolar no cabo. Observe o
comprimento do fio para saber até onde você pode ir. Biombo ou púlpito
– Cuidado para não ficar encostado, eles servem somente para eu você
coloque sua Bíblia e pregação, ou seja, seu material de pregação.
Retroprojetor – Escolha o local e ajuste a luz com antecedência. Peça
ajuda de alguém para o momento em que for utilizá-lo. Cartaz – Deixe
sempre pronto com antecedência.
Depois do Anúncio
Não somos artistas, devemos permanecer no local, louvar a Deus pela
pregação, cumprimentar as pessoas (dependendo do evento e do número de
participantes, claro), devemos sempre ter uma postura de servos, e não de
estrelas de TV. Nunca saia correndo, coloque-se a disposição para tirar
dúvidas. Confie sempre em Deus. Por pior que você ache que tenha sido sua
pregação, lembre-se que Deus pode fazer milagres com o nosso pouco.
39
40
LECTIO DIVINA
A Lectio Divina é o exercício ordenado da escuta pessoal da Palavra, um
método dinâmico de leitura. Um monge da Idade Média, Guido II, estabeleceu
uma fórmula para a sua realização de um modo muito simples, como uma
escada de quatro degraus: Leitura – Meditação – Oração – Contemplação.
Esse degraus são mais para compreensão, visto que fazem parte de um
único encontro e que o Senhor, na liberdade do se Espírito, pode elevar à
oração e a contemplação no momento que lhe aprouver. Mas vale ressaltar
que esses degraus nos levarão a um exercitar-se, a um buscar mais profundo,
a vencer as limitações de querer para nas primeiras dificuldades. Exercício que
dá fruto para toda a vida.
É interessante o que diz o próprio Guido II: “Buscai na leitura e
encontrareis na meditação; batei pela oração e encontrareis na contemplação.”
Encontramos na Lectio Divina tudo o que necessitamos para conhecer a
amar a Deus. É necessário antes de mais nada “fé”, que faz o homem
entregar-se em submissão à Revelação. Ao mesmo tempo que se necessita de
fé para se fazer a Lectio, a Lectio amadurece a fé.
LEITURA
Lê-se o texto repetidas vezes, tentando responder a pergunta: “O que o
texto diz?”, procurando prestar atenção ao desenrolar dos fatos, à reação das
pessoas, procurando perceber os seus sentimentos, os pontos mais
importantes, as palavras mais fortes, enfim, estar atento a todos os detalhes do
texto. Esse degrau é o que exigirá maior esforço de sua parte. Nesse primeiro
degrau, não é o momento de procurar direcionamentos, normas para sua vida,
mas perceber o que o texto fala de forma genérica. É importante que você
procure um momento e um lugar calmo onde possa escutar a palavra de Deus
através da sua palavra. A leitura em meia voz o ajudará usando mais um
sentido.
MEDITAÇÃO
Agora sim, é o momento de se colocar de forma mais pessoal diante da
Palavra e buscar responder: “O que o texto me diz?” É hora de “ruminar” a
Palavra. Tudo o que você encontrar na leitura deve agora ser questionado com
sua vida, através do Espírito Santo. Não é preciso deter-se agora no texto todo
como na leitura, mas naquilo que o Espírito Santo tiver suscitado. Você deve
confrontar sua vida com a Palavra.
ORAÇÃO
A oração brota como fruto da meditação. Como a oração é um diálogo
de amor, a pergunta agora é: “O que o texto me faz dizer?” Depois da leitura e
da meditação, você terá a segurança de não estar diante de Deus somente
como o que quer, mas com a força, a luz da Palavra fez gerar em você. Seja
41
uma ação de graças, um clamor, uma oração penitencial... O que o Espírito
Santo suscitar.
CONTEMPLAÇÃO
Agora, a questão é: “O que a Palavra faz?” É o próprio Deus agindo. É
um deliciar-se com a ação de Deus que toma a sua oração e leva você até o
coração Dele. A contemplação não é fruto dos sues esforços, é pura graça de
Deus. E como disse Santa Teresa: “Quereis saber se estais adiantadas na
oração? Olhai se na vossa vida tem virtudes.” É pelos frutos de conversão que
reconhecemos se estamos orando de verdade.

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  • 2. 2 ÍNDICE A ESTRUTURA DA ESCOLA DE PREGAÇÃO O que é a Escola ......................................................................................... 04 Como realizá-la? ......................................................................................... 07 A Avaliação da Pregação ............................................................................ 12 O participante e o condutor ......................................................................... 15 Bibliografia sugerida .................................................................................... 16 Roteiros de Avaliação ................................................................................. 17 Querigma / Auxílio para Participantes ......................................................... 18 ROTEIRO DAS PREGAÇÕES DE FORMAÇÃO O Chamado do Pregador e seus Obstáculos .............................................. 19 Ir Além ........................................................................................................ 21 O Perfil do Pregador .................................................................................... 22 Pregador Conduzido pelo Espírito Santo .................................................... 24 Estrutura do Plano de Pregação I ............................................................... 25 Estrutura do Plano de Pregação II .............................................................. 26 O Conhecimento de Deus ........................................................................... 27 Provas do Conhecimento de Deus .............................................................. 29 Encontrando a Mensagem na Bíblia ........................................................... 32 Técnicas de pregação ................................................................................. 33 Tipos de Mensagem .................................................................................... 35 Comunicando a Mensagem ......................................................................... 36 Lectio Divina ................................................................................................ 38
  • 3. 3 Introdução Esta pequena apostila é fruto de alguns anos de trabalho e experiência com a Escola de Pregação na Arquidiocese de Londrina-PR. Ela envolve os principais aspectos que devem ser levados em conta no planejamento, estruturação e implantação de uma Escola de Pregação. Sua primeira versão foi inicialmente distribuída em uma tarde de formação a todos os coordenadores de grupo de oração da Arquidiocese, para que o projeto fosse apresentado e para que quaisquer dúvidas sobre ele fossem sanadas. Nesta segunda versão, apresentamos a adequação às primeiras reflexões feitas a partir da implantação arquidiocesana das Escolas de Pregação, especialmente a partir do feedback dado pelos coordenadores de grupo e ministério, bem como pela nossa própria experiência na condução, uma vez que estivemos envolvidos com a implantação do projeto em Londrina. O foco principal desta apostila está nos coordenadores do Ministério da Palavra dos grupos de oração e nos coordenadores dos grupos. Em vista do caráter prático que a envolve e do objetivo de chegar a todos os grupos de oração da diocese, nos propusemos a escrevê-la de maneira simples, em forma de manual, sem abranger grandes discussões teóricas ou um referencial teórico para fundamentá-la. Este nível de análise e discussão pode ser encontrado na literatura específica que recomendamos posteriormente. Queremos também salientar que quaisquer sugestões e experiências são profundamente bem-vindas. Também nos colocamos à disposição para quaisquer dúvidas. Que este material seja de grande utilidade para todos vocês, servos, coordenadores e condutores de grupos de oração. E que nos auxilie a caminhar rumo a uma profunda formação, com rumo certo, fazendo crescer a Igreja de Cristo. Fabrizio Zandonadi Catenassi fabriziocatenassi@gmail.com Marco Antônio Cito
  • 4. 4 1 A estrutura da Escola de Pregação O QUE É A ESCOLA A Escola de Pregação é um projeto instituído na Arquidiocese de Londrina-PR em 2000, visando trazer aos pregadores uma formação mais sólida, que unisse a técnica e a unção do Espírito Santo, imprescindíveis para que o Evangelho não seja só Palavra, mas também seja vida naqueles que o ouvem. A integração desses elementos formam uma potente ferramenta para a evangelização, garantindo mais segurança nas pregações e preparando nossa natureza humana para ser colocada à disposição da graça de Deus. Essa formação é conduzida dentro das células da RCC: os Grupos de Oração, tornando-se específica, intensiva e muito eficaz. A Escola de Pregação baseia-se no método do exercício; é um laboratório de pregação, pois, além de receber um conteúdo formativo de qualidade, o futuro pregador é convidado e incentivado a colocar esse conteúdo em prática e inseri-lo em sua forma de pregar, sempre acompanhado e orientado pelo condutor da Escola. De forma geral, a Escola possui duas partes fundamentais: Conteúdos de formação: nesta proposta, é necessário que todos os participantes recebam o conteúdo básico de formação para pregadores. Esse conteúdo pode ser obtido através de um Encontro Básico, que pode ser oferecido pelo Ministério de Pregação Diocesano, ou pode ainda ser dado por meio de uma série de palestras, dentro da Escola de Pregação. Além do mais, o material para estas formações foi proposto especialmente pela RCC no volume 8 da Coleção Paulo Apóstolo, intitulado Formação de Pregadores, publicado pela Editora Santuário e pelo livro Formação de Pregadores, de José Prado Flores e Salvador Gomes e vem sido discutido e revisado a partir das recentes proposições do Ministério de Pregação Nacional na coleção Oratória Sacra. Os principais temas são os seguintes: O Chamado do Pregador e seus obstáculos; Ir além; O Perfil do Pregador;
  • 5. 5 Pregador conduzido pelo Espírito Santo. Estrutura do Plano de Pregação; O Conhecimento de Deus; Vias do conhecimento de Deus; Encontrando a mensagem na Bíblia; Técnicas de Pregação; Técnicas para Aprofundar; Tipos de Mensagens; Comunicando a mensagem; Lectio Divina. Esses são os temas essenciais a serem conduzidos na formação da Escola. Para auxiliar os condutores, cada um desses temas foi apresentado em linhas gerais, de uma forma sucinta, clara e organizada, facilitando a elaboração das respectivas pregações. É importante dizer que eles não estão organizados em um Roteiro de Pregação a fim de fomentar a criatividade e organização dos palestrantes. Vale também lembrar que essa apostila não tem o intuito de ser a única fonte de consulta para o estudo e compreensão dos temas básicos. Pelo contrário, é um suporte, que traz a orientação, o rumo a ser tomado, mas que faz necessária a consulta na vasta e rica literatura católica. Existem ainda outros temas interessantes que podem ser colocados para enriquecer nosso estudo, ficando a critério de cada grupo, desde que não descaracterize as proposições básicas da Escola de Pregação. Crivos: Além de receber o conteúdo de formação, o grande convite da Escola é fazer com que este conteúdo realmente se manifeste em nossa pregação. Para que isso aconteça, são necessários exercícios que nos ajudem a estruturar uma pregação de acordo com o que foi proposto nos conteúdos de formação. Para isso, são realizados crivos de temas específicos, ou seja, são “simuladas” pregações dentro da Escola, em um laboratório. Após o crivo, há a avaliação da pregação, abordando vários pontos propostos pela Escola. Essa combinação de conteúdos de formação com crivos tem sido de grande auxílio dentro da formação de nossos pregadores. Ela vem saciar algumas deficiências muito comuns em nossos grupos de oração:  Dúvidas com relação ao ministério da Palavra: muitas pessoas não entram no Ministério da Palavra porque não sabem se é o seu chamado. Outras, já dentro do Ministério, perguntam-se se estão no lugar certo. Dentro da Escola de Pregação, o servo começa a se colocar dentro do ritmo de vida de um pregador, tendo que preparar e apresentar pregações semanalmente ou quinzenalmente. Isso nos ajuda a perceber se estamos no lugar certo ou não, se é o que queremos ou não;
  • 6. 6  Medo de falar em público: além de oferecer um conteúdo orientado para quebrar as deficiências causadas pela timidez, algumas técnicas de falar em público, a Escola também proporciona outro grande auxílio: para completar a Escola, o servo deverá fazer pelo menos seis crivos, ou seja, quando for pregar pela primeira vez no Grupo de Oração, por exemplo, já não será a sua primeira pregação, pois já terá realizado vários laboratórios na Escola. A prática nos ajuda a perder a timidez e o medo de falar em público e os crivos são de grande valia em relação a isso;  Ter um retorno da pregação: muitos pregadores experientes vivem cometendo os mesmos erros em pregações porque não têm quem os avalie, ou porque são inacessíveis e não se deixam ser avaliados. Na Escola de Pregação, não há crivo sem avaliação – e uma avaliação com critérios. Somos levados a enxergar nossas falhas e incentivados a melhorar cada vez mais em cada pregação.
  • 7. 7 COMO REALIZÁ-LA? Apresentamos aqui dois esquemas que podem ser usados para a realização da Escola de Pregação, cada um com objetivos claros e específicos: 1º ESQUEMA: pode ser usado quando há muitos servos que já pregam ou que têm facilidade para se expressar ou falar em público ou quando há pouco tempo disponível. Tema Atividades – Prática Pontos para a avaliação 01 O QUE É A ESCOLA? (tema baseado no material desta apostila). Preparar pregação – AMOR DO PAI ou JESUS SALVADOR, com duração de 5 min. Fidelidade ao tempo; fidelidade ao tema. 02 O CHAMADO DO PREGADOR. Crivos da atividade da semana anterior. Estudo bíblico Igual ao anterior 03 IR ALÉM Dinâmica (ver abaixo). Crivos - continuação Igual ao anterior 04 CARACTERÍSTICAS DO PERFIL DO PREGADOR Dinâmica Reflexão escrita sobre um dos personagens bíblicos a seguir: Êutico (At 20, 7-11), Gedeão (Jz 6, 11-24), Priscila e Áquila (At 18, 24-28) Igual ao anterior 05 PREGADOR CONDUZIDO PELO ESPÍRITO SANTO Dinâmica + Oração de efusão Igual ao anterior 06 ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO Montar pregação com tema livre. Tempo: 5 a 10 min. (Obs.: o crivo é feito na hora, após cerca de 20 min. de preparação). Igual ao anterior 07 O CONHECIMENTO DE DEUS Dinãmica Crivos da atividade da semana anterior. Igual ao anterior + Estrutura 08 VIAS DO CONHECIMENTO DE DEUS Dinâmica Crivos. Igual ao anterior + tipo de fonte do conhecimento de Deus. 09 ENCONTRANDO A MENSAGEM NA BÍBLIA Dinâmica Crivos Igual ao anterior + tipo de via utilizada. 10 TÉCNICAS DE PREGAÇÃO Dinâmica + Montar Pregação de 5 a 10 min. utilizando as técnicas aprendidas (para a próxima semana). Igual ao anterior 11 TIPOS DE MENSAGEM Dinâmica + Crivos Igual ao anterior + técnicas utilizadas. 12 COMUNICANDO A MENSAGEM Crivo – Dividir pregações finais. Cada um deverá preparar três pregações com duração de 20 min.: um tema catequético, sobre um dom carismático e um tema querigmático livre. Igual ao anterior + tipo de mensagem adotado. 13 Pregações finais Crivos Igual ao anterior + técnicas de oratória. 14 Crivos finais Oração Igual ao anterior
  • 8. 8 Observações: As reuniões devem ter a duração de 1 hora e meia a 2 horas, dependendo da realidade de cada grupo; As pregações de formação têm um tempo médio de 1 hora; O esquema pode ser adaptado segundo a realidade de cada grupo, porém, é essencial que as principais pregações de formação sejam ministradas. 2º ESQUEMA: pode ser usado quando os participantes têm nenhuma ou pouca experiência em pregação. Exige um pouco mais de tempo e é formado por duas partes. A primeira, com as pregações de formação e a segunda com crivos. Parte I O QUE É A ESCOLA (em torno de 20 min.) O CHAMADO DO PREGADOR (1 hora) Dinâmica de integração. O PERFIL/ESPIRITUALIDADE DO PREGADOR Dinâmica: Reflexão escrita sobre duas bem-aventuranças ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I Preparar pregação de AMOR DO PAI ou JESUS SALVADOR. ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II Crivos semana passada (serão crivadas quantas pessoas o tempo permitir, definidas por sorteio). Preparar pregação em cima de alguma parábola. Duração: 5 min. O CONHECIMENTO DE DEUS Crivos (o crivo funciona como o anterior) + Jogo das Perguntas VIAS DO CONHECIMENTO DE DEUS Mímicas + Jogo das Perguntas TIPOS DE MENSAGEM Atividades Preparar 2 pregações com o tema ORAÇÃO, escolhendo dois tipos de mensagem diferentes. TÉCNICAS DE PREGAÇÀO Crivos (o crivo funciona como o anterior). COMUNICANDO A MENSAGEM Preparar pregação com o tema AMOR DO PAI, 10 min.
  • 9. 9 Observações: Alguns temas podem ser dados no mesmo dia, como uma única pregação: Estrutura I e Estrura II, Vias do Conhecimento de Deus e Tipos de mensagem, Perfil do Pregador + Chamado do Pregador; Para diminuir o tempo de duração da Escola, essas pregações podem ser dadas como duas ou três tardes de formação, ou repassadas como uma formação de final de semana. As dinâmicas podem ser alteradas segundo a NECESSIDADE, REALIDADE, SABEDORIA e ORAÇÃO dos condutores; Sugerimos que a ordem das pessoas que vão crivar seja definida por sorteio; As reuniões podem ser semanais ou quinzenais. No caso de serem quinzenais, sugerimos que os participantes sejam divididos em mais de uma equipe na segunda parte e que essas equipes menores crivem alternadamente durante as semanas, para que haja tempo hábil para uma boa avaliação. Parte II A Segunda fase da Escola de Pregação é feita a partir de crivos. Portanto, depois do último tema (Comunicando a Mensagem), os participantes já começam fazendo o crivo do Amor do Pai. Segue aqui o temário: Temas querigmáticos: Cada participante deverá crivar TODOS os temas do querigma. Em cada reunião, um tema será crivado. O tempo será 10 min. Amor do pai Pecado Jesus salvador Fé e conversão; Senhorio de Jesus Espírito santo Maria Inserção na Comunidade Dons carismáticos: os seguintes dons devem ser divididos para que cada participante crive um deles (15 min.). Obs.: Se não houver participantes suficientes, uma pessoa deve crivar mais de um dom. Colocamos como sugestão o condutor fazendo o crivo. Se não houver tema suficientes, mais de uma pessoa pode pegar o mesmo dom. 1. Fé 2. Línguas 3. Ciência e sabedoria 4. Profecia 5. Cura e milagres 6. Amor. 7. Repouso no espírito 8. Discernimento dos espíritos Temas catequéticos: todos os participantes devem crivar um tema catequético básico (20 min.). Sugerimos a seguir alguns temas: 1. Vida de oração 2. A Bíblia 3. História da RCC 4. Santíssima Trindade
  • 10. 10 5. Dons infusos e efusos 6. História da salvação 7. Evangelhos 8. Os sacramentos 9. História da Igreja Católica Apostólica Romana 10.Credo Apostólico 11.Os Atos dos Apóstolos 12.Mariologia 13.A Liturgia 14.Missa parte por parte 15.Outras denominações cristãs 16.Comunhão dos santos 17.Oração do Pai Nosso 18.Santos e santidade 19.Céu, inferno e purgatório 20.Os anjos 21. Os dogmas da igreja Livro de aprofundamento: todos os participantes devem montar uma pregação baseada em um livro, capítulo ou capítulos de algum livro (20 min.). Sugerimos como fonte de consulta desta técnica o livro Como ser um bom Pregador, de João Mohama, editado pela Editora Loyola. Pregação final: todos os participantes devem montar uma pregação com o tema livre, apresentada em 30 minutos. Dinâmicas e atividades Para um bom aproveitamento da Escola, é necessário que as reuniões sejam enriquecidas por dinâmicas e atividades. Elas chamam a atenção das pessoas, motivam os participantes e ajudam a fixar o conteúdo. Relacionamos aqui as dinâmicas mais usadas em nossas Escolas: Mímica: esta dinâmica busca principalmente desinibir os participantes e trabalhar com sua forma de expressão. Para tanto, eles são divididos em duas equipes, sendo que um participante da equipe deve pegar uma frase ou acontecimento bíblico, previamente preparado pelo condutor da Escola. Então, deve fazer com que os integrantes da sua equipe adivinhem qual o título do acontecimento que ele tem em mãos, através somente da mímica (sem sons). Algumas sugestões de títulos: visita de Maria à Isabel, Moisés e a sarça ardente, Samaritana, Marta e Maria, Ressurreição de Lázaro, A Anunciação de Jesus, O Batismo de Jesus, Bodas de Canã, Entrada de Jesus em Jerusalém, Traição de Judas, Conversão de Saulo, Davi dançando no Templo, Destruição de Sodoma, Os três sonhos do faraó, Adoração do Bezerro de Ouro. Jogo das Perguntas: para avaliar o conhecimento bíblico e teológico dos participantes e motivá-los a estudar mais, o condutor da Escola deve preparar algumas perguntas com referências bíblicas ou doutrinárias, com alternativas. Os participantes devem anotar a letra correspondente à resposta certa. Após fazer todas as perguntas, o condutor revela as respostas e faz um pequeno comentário a respeito de cada uma. Ex.: Quem serviu sete anos Labão, pai de Raquel, para casar-se com ela? a) Esaú; b) Urias; c) Jacó. Pregação I: escolher uma passagem da Bíblia que mencione um lugar (morro, casa, templo, cidade) e fazer uma pregação escrita sobre ela. Dessa
  • 11. 11 forma, objetiva-se fazer com que os participantes tenham mais contato com a Bíblia e suas narrativas. Pregação II: Fazer uma pregação, utilizando-se como o tema principal o significado de uma palavra. Podem pegar, por exemplo: PÁSCOA, PECADO, PEDRO, ABRÃO, ESÁU, GÓLGOTA. O objetivo é fazer com que os participantes percebam a riqueza dos detalhes bíblicos. Perfil de Pregador: identificar personagens (exceto os relacionados na pregação sobre o Perfil do Pregador) bíblicos que servem de modelo para a pregação ou para o serviço e relacionar os traços deles (por escrito). O objetivo é construir mais intimidade com a Palavra, além de buscar uma análise mais profunda sobre o sentido religioso que os livros bíblicos exprimem. Exercício de Pregação: Os participantes devem preparar uma pregação com características previamente definidas pelo condutor (podem estar divididos em grupos). Aqui temos algumas sugestões: 1. Recurso: festas ou personagens Via: cosmológica Técnica: dramatização 2. Recurso: parábola ou visão Via: cosmológica Técnica: visualização 3. Recurso: costumes ou milagres Usar magistério Técnica: repetição 4. Recurso: objetos ou perguntas Via: antropológica Técnica: opostos
  • 12. 12 A AVALIAÇÃO DA PREGAÇÃO É necessário que todas os crivos da Escola de Pregação sejam avaliados. A avaliação é um grande meio de crescimento, quando acontece de uma maneira motivante, sincera e com critérios. A partir dela, identificamos nossos erros, o que é o primeiro passo para corrigi-los. Com tamanha importância dentro do crescimento dos participantes, a avaliação deve ser bem conduzida, com zelo, oração e preparação para que não construa somente mágoas entre os pregadores. Provavelmente, haverão as pregações que sempre ficam na defensiva. Alguns pode encarar as avaliações como ataques pessoais, críticas podem ser feitas de forma agressiva, pode acontecer uma disputa para ver quem prega melhor. Para evitar isso, é necessário que tenhamos uma postura madura e orante dentro da Escola de Pregação. O condutor deve ser um servo experiente e que tenha bom senso e sensibilidade para poder fazer uma avaliação sempre motivadora, seja mais firme, seja mais superficial, eliminando problemas pessoais e centrando a avaliação nos critérios pré-definidos e já estabelecidos. É importante dizer que a avaliação deve ser feita pelos participantes, em primeiro lugar e depois pelo condutor, para que se exercite um espírito crítico fundamentado, pois, para avaliar alguém, é necessário conhecer bem os critérios e, portanto, os conteúdos das formações. É também importante que seja conversado no primeiro dia da Escola sobre a forma de avaliar as pregações, evitando problemas futuros. Seguem algumas dicas:  É comum termos medo de machucar as pessoas que estão sendo avaliadas, mas as pessoas só vão crescer quando formos sinceros e dissermos a verdade em relação à pregação delas. No entanto, verdades colocadas sem caridade não oferecem crescimento. Devemos sim falar a verdade, mas sempre de maneira motivante.  Devemos aprender a olhar especialmente para o lado positivo das pregações. Identificar as áreas fortes do pregador faz com que ele tenha segurança e o ajuda a crescer ainda mais em seus pontos fortes. Começar com o lado bom também é uma grande arma para desarmar os servos que não reagem bem às críticas.  Não podemos colocar nosso lado pessoal dentro da Escola. Problemas pessoais fazem com que sejamos mais severos ou indiferentes nos crivos de quem não gostamos ou temos problema. Devemos ser justos e agir com seriedade.  Devemos tratar todos os participantes igualmente. Ainda que uma pregação seja muito, muito boa, devemos elogiá-la e mostrar aos outros que é exemplo de boa pregação, mas não podemos exaltar demais o pregador, fazendo com que os outros participantes se tornem indiferentes àquela pessoa ou até mesmo ignorem-no.  O ideal é que não façamos comentários sobre ter o dom da pregação ou não. Esse discernimento, na maioria das vezes, é alcançado pelo próprio servo. Somente em casos extremos nos referimos a ter ou não o dom da Palavra.
  • 13. 13  Enquanto alguém criva, não podemos deixar que ninguém converse! Além de ser uma falta de respeito, desmotiva quem está pregando e insinua que a pregação não está sendo boa.  Muitos ficam inseguros quando alguém faz anotações durante a pregação. Diga que sempre irá anotar pontos bons e ruins, portanto, não há necessidade de temer.  Deixe claro que não há necessidade de justificar-se após a avaliação. Inclusive, coloque como isto como regra. O pregador não deve desculpar-se ou perder-se em explicações após uma crítica. Simplesmente a acolhe no coração e discerne o que pode ajudá-lo a crescer. Os pontos a serem avaliados são os seguintes: 1) Fidelidade ao tempo: a pregação deve terminar perto do tempo permitido. Passar do tempo não é bom e deixar muito tempo sobrando também. Durante o crivo, devemos avisar o pregador que estaremos fazendo algum sinal quando faltar um ou dois minutos para o fim da pregação, conforme ele desejar. Naturalmente, aqui estamos tratando de técnica, por isso a necessidade de sermos rigorosos. O pregador não é escravo do tempo. 2) Fidelidade ao tema: talvez um dos mais importantes pontos a serem avaliados. O pregador deve manter uma linha de raciocínio coerente e clara. Quando se propõe a falar de Amor do Pai, o tema deve ser única e somente Amor do Pai. Deve haver um fio condutor central na pregação para que, quando o participante perder seu raciocínio ou divagar em algum exemplo, sabe que tem que voltar para este fio condutor. 3) Estrutura do Plano de Pregação: ponto essencial na preparação da pregação. O que é repassado nas pregações de formação deve ser colocado em prática e devemos cobrar que todas as pregações estejam dentro de uma das estruturas apresentadas. Com o tempo, os pregadores conseguem modelá-las, colocar uma maneira própria de montar a pregação. No entanto, dentro da Escola, o objetivo é modelar as pregações de acordo uma das estruturas apresentadas, buscando maior clareza e organização de idéias. Algumas vezes, como condutores, não cobramos esse quesito porque nós mesmos não somos capazes de montar um roteiro de pregação. Precisamos estudar para, mais do que saber montar, poder ajudar as pessoas a aprenderem a fazer o mesmo. Sugerimos que o condutor procure identificar qual das estruturas foi utilizada no crivo e faça as correções necessárias. Se necessário, deve solicitar que os participantes tragam a pregação por escrito e entreguem-na a ele. Pontos a avaliar: Estrutura I Introdução (do pregador, do tema, motivação) Desenvolvimento: palavras chaves adequadas, idéias lógicas, ligação entre as idéias.
  • 14. 14 Conclusão (resumo, ato concreto) Oração (opcional) Estrutura II Motivação Leitura da Palavra Ambientação Aplicação Exemplificação Imperativos Conclusão Oração Final (opcional) 4) Técnicas de Pregação: devemos identificar quais técnicas foram usadas, e se foram bem utilizadas. 5) Tipos de mensagem: avaliar se a pregação atendeu ao tipo de mensagem solicitado. 6) Postura: avaliar os pontos da pregação “Comunicando a Mensagem” Seguem posteriormente nesta apostila dois pequenos roteiros para a avaliação.
  • 15. 15 O PARTICIPANTE E O CONDUTOR Para participar da Escola, é necessário: Ter feito o encontro de 1º Anúncio (Experiência de Oração, Seminário de vida no Espírito); Já ter cursado ou estar cursando o Módulo Básico da Escola Paulo Apóstolo. Frisamos a importância da participação de: Servos antigos: muitos servos pregam sem ter o conteúdo de suas pregações renovado ou sem estar acompanhando as orientações do Ministério da Palavra Nacional. Portanto, é necessário que façam a Escola de Pregação. Em alguns casos, segundo o discernimento e a sabedoria do coordenador, referindo-se a servos antigos e que já tem um conhecimento informal das orientações para pregadores sugeridas pela RCC, sugerimos que ajudem na condução da Escola de Pregação, mas que estejam participando de todas as pregações de formação dentro da Escola; Servos de outros ministérios: a Escola não limita-se somente ao ministério da Palavra e tem o objetivo de formar todos os servos que pregam. Se, dentro do grupo de oração, há músicos, intercessores ou ministros de cura, por exemplo, que pregam, é necessário que façam a Escola de Pregação. Para ser o condutor da Escola de Pregação, o servo deve ser maduro, com experiência no Ministério de Pregação, com o carisma da liderança, organizado e com facilidade para formação. Será ele o responsável por todas as avaliações de pregação e pela formação dos futuros pregadores. Uma boa sugestão é que não haja somente um condutor, mas sim condutores. Agir em mais de uma pessoa facilita o trabalho, dá uma visão mais abrangente e divide as responsabilidades. Outra necessidade para o condutor é que, de preferência, já tenha participado de uma Escola de Pregação. Para tanto, se o grupo estiver fazendo a Escola pela primeira vez, sugerimos que os condutores procurem outro grupo que já a faça para participarem, salvo algumas exceções. As pregações de formação não precisam ser dadas apenas pelos condutores. Podem ser chamados servos de outros grupos ou do próprio grupo que já tenham feito a Escola. Para ajudar na elaboração das pregações, sugerimos uma bibliografia e apresentamos um resumo de cada uma nesta segunda parte.
  • 16. 16 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA Livros COUTINHO, Taciano J. Andrade. Formação de pregadores. 7. ed. Aparecida: Santuário, 2000. Col. Paulo Apóstolo; vol. 8. FLORES, José H. Prado; GOMES, Salvador. Formação de pregadores. São Paulo: Loyola, 1996. Col. Kerigma; vol. 2. OLIVEIRA, Lázaro Praxedes (Org.). Ministério de pregação. 2. ed. Porto Alegre: RCC Brasil, 2007. Coleção RCC Responde; vol. 9. PEDRINI, Alírio José. A palavra de Deus nas reuniões de oração. In: _______. Saiba participar de grupos carismáticos. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2005, p. 59-65. SILVA, Dercides Pires da. Ardor missionário: dom do Espírito Santo para o Coordenador, o Pregador, o Cantor, o Intercessor. 2. ed. Aparecida: Santuário, 2005. Col. RCC – Novo Milênio; vol. 10. SILVA, Dercides Pires da. Oratória sacra: Roteirização. São Paulo: Canção Nova, 2005. Vol. 1. SILVA, Dercides Pires da. Oratória sacra: Roteirização. São Paulo: Canção Nova, 2005. Vol. 2. SILVA, Dercides Pires da. Pregação: fundamentos. Porto Alegre: RCC Brasil, 2010. SOUSA, Ronaldo José de. Pregador ousado. 2. ed. Aparecida: Santuário, 2008. Col. RCC – Novo Milênio vol. 25. SOUSA, Ronaldo José de. Pregador ungido.9. ed. Aparecida: Santuário, 2009. Col. RCC – Novo Milênio vol. 1. Apostilas MACHADO, Helena L. Rios e outros. A importância da Palavra no grupo de oração. In: ______. Grupo de oração: um tesouro de Deus. Porto Alegre: RCC Brasil, 2009. Encontro para formação de coordenadores; módulo 2. SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Ardor Missionário. São Paulo: Dispa. SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Roteirização. São Paulo: Dispa. SILVA, Dercides Pires da. Oratória Sacra: Verbalização. São Paulo: Dispa. SILVA, Dercides Pires da. Pregação e ensino inspirados. Porto Alegre: RCC Brasil, 2010. PROGRAMA DE FORMAÇÃO – MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO NACIONAL (2010) METODOLOGIA COM PODER DO ESPÍRITO SANTO I - Módulo Fundamental: Roteirização, Verbalização, Voz e unção, Palavra viva. II - Módulo Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Pregar com Sinais e Prodígios, Os Carismas na pregação, Aprofundamento da Mensagem. III - Módulo Espiritualidade: Ardor Missionário, Pregador Ungido, Pregador Ousado, Pregação inspirada. IV - Módulo Bíblico: Leitura Bíblica, Lectio Divina na missão do Pregador, Historicidade dos Evangelhos, O perfil do pregador nas cartas Paulinas, O Poder da Palavra de Deus, O Profetismo no Antigo Testamento, Onde buscar a Mensagem bíblica. V - Módulo Doutrina: Fundamentos teológicos do carisma de pregação, Tradição da Igreja, Doutrina e documento à serviço da mensagem. VI - Módulo Geral: Se Eu me Calar as Pedras Falarão. Uma metodologia que facilite a docilidade ao Espírito Santo para pregar com simplicidade sem perder a ciência e aplicar a metodologia sem extinguir a unção.
  • 17. 17 ROTEIROS DE AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO – ESCOLA DE PREGAÇÃO Pregador: Tema: Tempo: PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS Apres. Pessoal: ________________________ Apres. Tema: __________________________ Motivação: ____________________________ Idéias claras: __________________________ Boa leitura: ____________________________ Organização: __________________________ Exemplificação:_________________________ Inovações: ____________________________ Distribuição do tempo: ___________________ Téc. de aprofundamento: _________________ Postura do pregador: ____________________ Conhecimento do pregador: ______________ AVALIAÇÃO - Dinâmicas Nome: Via utilizada: Recurso utilizado: Técnica utilizada: Tipo de Mensagem: Tempo: Mensagem: FOI CLARAMENTE COMPREENDIDA POR TODOS? (Comunicar só uma mensagem e não uma mistura de mensagens ao mesmo tempo) ( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não. Estava confusa. FOI REALMENTE BASEADA NA VIA CORETA? ( ) Sim ( ) Sim, mas estava desorganizado ( ) Não. Utilizou outra via. HOUVE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO? ( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não. O TIPO DA MENSAGEM FOI CLARAMENTE OBSERVADO? ( ) Sim ( ) Sim, mas com algumas deficiências ( ) Não ficou claro.
  • 18. 18 QUERIGMA – AUXÍLIO PARA PARTICIPANTES (OPCIONAL) Amor do Pai 1. Objetivo: Identificar o amor de Deus como uma necessidade para os homens, sendo um amor perfeito e profundo, incondicional. 2. Tópicos: 2.1. Deus é amor 2.2. Deus te ama 2.3. Amor como o de um pai 2.4. Amor eterno 2.5. Amor ilimitado 2.6. Amor incondicional 2.7. Plano de Deus Passagens sugeridas: Is 49, 14-15; I Jo 4, 8.16; Is 54, 10; Jr 31, 3, Is 43, 1-5. Pecado e suas conseqüências Objetivo: Mostrar o grande motivo pelo qual não conseguimos sentir o amor de Deus e ficamos tão infelizes. O pecado é o grande causador de nossa tristeza e não Deus. O pecado gera a morte. Tópicos: Dificuldade em sentir o amor de Deus O que é o pecado O pecado nos separa do amor O fruto do pecado Não podemos nos livrar sozinhos Passagens sugeridas: Rm 6, 23; Dt 18, 9-14; Hb 9, 27; At 19, 19; Gl 5, 19-21; Mc 1, 14-15; Gn 1, 2-3; Is 59, 1-2; Rm 3, 23. Jesus Salvador 1. Objetivo: Apresentar Jesus como libertador do pecado, fonte única de salvação e última e eterna aliança. Apresentar um pouco de sua história, frisando sua paixão e dando especial ênfase para sua ressurreição. 2. Tópicos: 2.1. Deus vem ao encontro do homem 2.2. Alianças 2.3. Jesus é a última aliança 2.4. Jesus já nos salvou 2.5. Paixão de Jesus 2.6. Ressurreição de Jesus 3. Passagens sugeridas: Lc 23, 24; Hb 4, 15; II Cor 5, 17; Jr 31, 34; Mc 10, 46-52; Jo 3, 16-17; Jo 16, 33; Rm 7, 19. Fé e Conversão / Senhorio de Jesus 1. Objetivo: Inserir-nos no plano de salvação e colocar nossa resposta pessoal diante do sacrifício e ressurreição de Jesus. Mostrar a conversão como gesto natural do coração que foi tocado por Jesus, aceitando-o como Senhor, dono de tudo o que somos e temos. 2. Tópicos: 2.1. É necessário ter fé / o que é fé 2.2. A fé causa em nós a conversão 2.3. A mudança é fruto da Experiência com Deus 2.4. Jesus que cuidar de toda a nossa vida, ser o nosso Senhor 3. Passagens Sugeridas: Ef 2, 8; At 13, 38; Fl 2, 9; Rm 5, 12; At 2, 36; Rm 1, 17; Rm 10, 9-10; Hb 11, 1; Gl 2, 16. Espírito Santo Objetivo: Apresentar a promessa do alto, o Espírito que Jesus deixou, a força para que o cristão consiga viver a fé e a conversão. Tópicos: 2.1.Espírito, força de Deus 2.2.O Espírito Santo no Antigo Testamento 2.3.A promessa do alto 2.4.Pentecostes – os apóstolos e nós 2.5.Promessa para hoje 2.6.Espírito como santificador 2.7.Efusão 3. Passagens Sugeridas: Jo 16; At 2; Ez 36. Vida em comunidade 1. Objetivo: Falar da necessidade de caminhar com passos firmes em direção à Deus, de começar uma vida de constante conversão. Integrar a pessoa à comunidade. 2. Tópicos: 2.1.Importância da comunidade 2.2.Necessidade de perseverar 2.3.Como Perseverar 2.4.Integrar-se ao grupo de oração. 3. Passagens Sugeridas: Rm 12, 4-5; At 2, 44ss; Ef 5, 10-11; Ef 4, 22-24.
  • 19. 19 2 Roteiros das pregações de formação Apresentaremos, a seguir, pequenos roteiros referentes às pregações de formação, elaborados a partir da síntese do material disposto na bibliografia sugerida. Frisamos que são somente resumos, especialmente no intuito de motivar o desenvolvimento de pregações criativas por parte dos formadores. Muito deste material foi escrito a partir da apostila de formação de pregadores elaborada pela antiga Secretaria Pedro Estadual do Paraná, sob a coordenação de Paulo Blanco. O CHAMADO DO PREGADOR E SEUS OBSTÁCULOS Nós somos chamados a Falar em nome de Deus (Rm 10, 13-14, II Tm 4, 2). Somos chamados a atuarmos como colaboradores de Deus. O Chamado Recebemos um chamado de Deus, não por méritos nossos, mas por vontade dele (Mc 3, 13-15; Jo 15, 16; I Sm 16, 7b). “Existe na Igreja diversidades de serviços, mas unidade de missão. Aos apóstolos e aos seus sucessores foi por Cristo conferido o múnus de, em nome e com o poder d’Ele, ensinar, santificar e reger. Os leigos, por sua vez, participante do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, compartilham a missão de todo o povo de Deus na Igreja e no mundo. Realizam verdadeiramente apostolado, quando se dedicam a evangelizar e santificar os homens e animar e aperfeiçoar a ordem temporal com o do Evangelho, de maneira a dar com a sua ação neste campo claro testemunho de Cristo e a ajudar à salvação dos homens. Já que é realmente característico do estado leigo viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles chamados por Deus para, abrasados no espírito de Cristo, exercerem o apostolado a modo de fermento no mundo” (Lumen Gentium 31) O Batismo concede ao cristão uma tríplice dimensão, de sacerdote, profeta e rei. Assim, somos chamados a ser: Sacerdotes (para estar com Deus): Precisamos estar com Jesus, para sermos como Ele (Gl 2, 20). Para tanto, é preciso ser íntimo de Deus. Ao ser íntimo de Deus, o pregador:
  • 20. 20 a) desenvolve laços de confiança com a Trindade; b) supera as dificuldades, em especial a incredulidade; c) busca a comunhão, através: dos sacramentos; da oração (meditação, contemplação, adoração); dos estudos (Bíblia, documentos e livros). Profetas (para falar em nome de Deus): Consiste em falar d’Ele (Mc 16, 15). A evangelização é uma ordem de Jesus, anúncio da Boa Nova. A pregação é uma necessidade no plano de Deus. Porém, devemos nos lembrar do célebre exemplo – há muitos pregadores que falam grandes verdades como se fossem mentiras; e há muitos artistas que falam grandes mentiras como se fossem verdades. A meta do evangelizador é viver o que a Samaritana ouviu: já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo (Jo 4, 42). Reis (para agir em nome de Deus): Devemos agir em seu nome, atuar nele. Trabalhamos impulsionados pelo mesmo Espírito de Deus (Jo 20, 21-22). Foi-nos confiados carismas para fazer o que Ele fez. Somos chamados a instaurar o Reino de Deus. Porém, não é imitando a outra pessoa, por maior e mais capaz que seja, que nossa pregação vai obter frutos (cf. ex. de Eliseu e Elias – I Ts 1, 5). Obstáculos na vida do Pregador Enfrentamos muitos obstáculos que nos impedem de aceitar o nosso chamado, a exemplo de alguns personagens bíblicos: Isaías (Is 6, 1-9): impureza Jeremias (Jr 1, 4-10): imaturidade Gedeão (Jz 6, 11-16): complexo de inferioridade Moisés (Ex 3, 11): desmotivado (Ex 3, 13): ignorância (Ex 3, 13): ignorância (Ex 4, 10): incapacidade (Ex 4, 13): omissão
  • 21. 21 IR ALÉM Muitos pregadores fazem pregações muito desacertadas não por falta de qualidades, mas porque não sabem ir além. Não conseguem mergulhar na mensagem, compreender a revelação, para colocá-la em simples palavras para o povo. Para aprendermos a ir além, vamos seguir os passos de Moisés, conhecer sua história: Ex 3, 1-9 Moisés cumpria todos os dias a mesma rotina. Quando decidiu-se por ir além, passar por lugares onde nunca havia estado, Deus concedeu-lhe maravilhas. 1. Através da pregação, o pregador tem que levar as ovelhas para além do deserto. Nossas pregações devem ir além, cruzar o limite do convencional, sem medo de ser guiado por Deus para lugares nunca antes visitados. Quando Moisés ultrapassou o horizonte do cotidiano, Deus o considerou apto para libertar seu povo e conduzi-lo à terra prometida. Quem não cruzou o limite do convencional não pode levar o povo à aliança. 2. Sair do cotidiano. Precisamos sair daquilo que é cotidiano, que sempre vimos e aprendemos, precisamos ser ousados, saber chamar atenção das pessoas, e principalmente, criar um próprio estilo. Lembre-se: Você não precisa ter o estilo de grandes e conhecidos pregadores, você é você. Ir além não significa imitar quem está acertando, é sim acertar sendo você mesmo. 3. Chegar ao novo. O bom pregador não se repete sempre o mesmo, mas sempre pergunta como poderia pregar isto de forma diferente? É como um produto que, se for o caso, troca de embalagem para que possa vender mais, mesmo continuando com o mesmo conteúdo. Exemplo de chamado e ir além: At 16, 6-10. Ir além significa dar o melhor que tem para Deus, o que implica em colocar sua inteligência à disposição do Pai, pensando nas melhores palavras, escolhendo os melhores exemplos, dando tempo para que a pregação caia no coração antes de se exteriorizar.
  • 22. 22 O PERFIL DO PREGADOR O que é perfil? Segundo o dicionário, perfil é o contorno do rosto de alguém visto de lado. É a descrição de alguém em traços rápidos. Quem é o pregador? A palavra pregador vem do radical grego “KERYX” que significa ARAUTO. Arauto, na idade média, era o oficial que fazia publicações solenes, anunciava a guerra e proclamava a paz, ou seja, eram mensageiros do rei. E é isso que o pregador é, um mensageiro do Rei Jesus, aquele que simplesmente transmite as ordens de Jesus. CARACTERÍSTICAS DO PREGADOR 1. Inserido na realidade do seu povo. 2. Equilíbrio Jesus nos chamou a ser sal da terra (Mat 5,13), pois o sal dá gosto a comida, e nas nossa pregações, pois, sal de menos deixa a comida sonsa, e sal de mais torna impossível comê-la. 3. Responsável Com compromisso assumidos / Pontualidade / Preparação e Oração da pregação. 4. Paciência 5. Intimidade com Deus 6. Abandono / Pessoa de fé Fé inabalável, madura. É inconcebível que se coloque para pregar pessoas que têm restrições a dogmas da Igreja, pregadores que não aceitam totalmente a doutrina Católica, que se colocam numa possível de dúvida, principalmente em temas difíceis. 7. Humildade Não é ciumento, desapegado das coisas do mundo, sem soberba, mas também sem falsa humildade. Tem consciência de quem ele serve e de que a glória é do Senhor. 8. O pregador fala a Verdade A face do pregador é marcada pelo amor a verdade. A pregação precisa ser autêntica, de nossa boca precisa fluir a verdade, sem fachadas de cristão. Ter testemunho de vida. 9. O pregador é o homem das bem-aventuranças Possui um coração de pobre, é aquele que chora, manso, justo, misericordioso e àquele que sofre calúnias e é perseguido por causa de Jesus. 10.O pregador usa os carismas 11.Membro do corpo místico de Cristo 12.Zelo pelo Evangelho
  • 23. 23 Dom do espírito santo, faz o coração do pregador arder de desejo de pregar a tempo e a destempo, esse Dom jamais deixa o pregador ficar calado. Mostra o amor a palavra. 13.Experiência pessoal Exemplos de Perfil Jesus: Tinha autoridade, dócil ao espírito, obediente ao Pai, fidelidade exemplar, homem de oração, sempre viveu em comunidade. Paulo: Conhecedor das escrituras, fé inquebrantável, linguagem precisa, dócil ao espírito, abertura aos dons, tinha senso de comunidade. Apolo: Atos 18, 24-28.
  • 24. 24 PREGADOR CONDUZIDO PELO ESPÍRITO SANTO O pregador que é conduzido pelo Espírito Santo é feliz e eficaz, porque faz a vontade de Deus. Ser conduzido e fazer com que eu não dirija meu ministério mas, que o próprio Senhor me faça dócil e atento ao seu chamado, sempre pronto a servi-lo, vigilante na oração e vencendo os empecilhos à ação do Espírito Santo. Ex: Mt 4,1 – Luc 24,49 – At 1,8; 2, 1-4. Apóstolos antes e depois do Pentecostes! Jesus nos dá o ES - Você e eu antes e depois do Batismo no ES Barreiras que impedem a ação do Espírito Santo. Demônio - Diretamente – IPed 5,8; Indiretamente – Ef 4,27 Natureza Humana X Meio Social; Pecado, perda de unção, falta de entusiasmo, apatia, tristeza, mornidão, etc. Requisitos para ser conduzido Estar Cheio – Permanecer cheios. Buscar os Sacramentos, Vida de Oração. Renunciar ao Pecado e reconhecer-se pecador – Jo 16,9 Andar na Fé - AT 19,13-17 – Fé verdadeira que Deus te deu. Ser e querer ser testemunha de Jesus – At 4, 16-22 Pedir – Luc 11, 13 Perdoar – Mat 6, 14; 5,23-24; Mc 11, 25 Ser indignado – Ter paz inquieta (Jesus no Templo – Fariseus). Como ser conduzido Exemplo dos Apóstolos At 8, 26-40; At 15, 28; At 16, 6-10. Método Prático De moção em moção; De inspiração em inspiração; De revelação em revelação. Como acolher a moção, a inspiração e a revelação Com fé e obediência - Fé Heb 11,1-6 Somos templos do Espírito Santo de Deus, temos que ter essa consciência e nos despojar, saber que o mesmo Espírito que agia nos Apóstolos está em nosso coração, que temos de estar dóceis a voz do Senhor, buscando fazer a Sua vontade, sempre vigilantes, buscando a santidade para que o Senhor possa usar-nos da melhor forma, sempre à anunciar a Boa Nova de Jesus.
  • 25. 25 ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO I Os passos para uma pregação são: 1º) orar; 2º) anotar tudo o que foi revelado; 3º) discernir o que vem de Deus; 4º) organizar o que foi discernido e definir um tema, com um objetivo claro e específico (I Cor 9, 26). Como organizar? Com uma Estrutura do Plano de Pregação. Estrutura I – usada geralmente para pregações um pouco mais longas, para pregações com um conteúdo mais extenso, com mais de uma passagem que fundamente seu conteúdo, extraída do livro Formação de Pregadores, Col. Paulo Apóstolo, vol. 8. Consiste em: Introdução Do pregador: nome, idade, paróquia, pastoral a que pertence, tempo de grupo, estado civil. Motivação: dizer algo que motive as pessoas a continuarem nos ouvindo. É extremamente necessária, a partir dela as pessoas vão escolher se continuam ouvindo ou não a nossa pregação. Normalmente, colocamos uma aplicação prática do que vamos falar ou algo que desperte a curiosidade. Ex.: At 17, 16. Do tema: deixar bem claro no início da pregação o tema da pregação e o que o pregador vai falar dentro do tema. Colocamos as palavras-chave. Desenvolvimento Baseia-se em palavras chaves. Dentro do tema que vamos falar, escolhemos algumas palavras chaves que norteiem a pregação e estejam intimamente ligadas a ele. Por exemplo: se o tema é “Amor do Pai”, podemos escolher como palavras chave “Deus nos ama”, “Amor incondicional” e “Plano de Amor”. Então, dentro das palavras chaves, também chamadas de itens, escolhemos subitens. Por exemplo: Item: Deus nos ama. Subitem 1: Vivemos uma história de desamor. Subitem 2: Sentimos falta do amor dos outros. Subitem 3: O amor mais profundo e verdadeiro vem de Deus. I Jo 4, 8 Conclusão retomar palavras chaves tirar dúvidas, fazer colocações complementares fazer o fecho e chamar à oração
  • 26. 26 ESTRUTURA DO PLANO DE PREGAÇÃO II Existem várias outras estruturas do plano de pregação. Neste curso, nos limitamos a apresentar mais uma, normalmente usada para pregações querigmáticas, que são desenvolvidas em torno de uma passagem principal, extraída do livro Formação de Pregadores, de José H. Prado Flores. 1. Motivação Com o mesmo objetivo da introdução da estrutura anterior. Acrescenta apenas uma dica: a motivação pode ser usada para conhecer a assembléia. Por exemplo, o pregador poderia dizer: “Quem aqui faz parte da renovação há mais de 5 anos? E até 3 anos? Menos de 1 ano?” Assim conheceria mais a assembléia para qual ele vai falar. 2. Leitura da Palavra Essa estrutura baseia-se em uma passagem principal, da qual vai formar-se toda a pregação. É importante ressaltar que a leitura deve ser feita pausadamente, dando ênfase na parte que quer fixar mais. O pregador deve utilizar poucos versículos, para que as pessoas consigam concentrar-se. Depois da leitura, dizemos “Palavra da Salvação” quando for extraída de evangelhos e “Palavra do Senhor” nos outros casos. 3. Ambientação ou orientação Na ambientação, situamos o ouvinte dentro da passagem que acabamos de ler. Colocamos costumes da época, apresentamos a passagem de forma mais completa e, gradativamente, vamos nos focando no que mais está relacionado com o tema que vamos falar. Por exemplo, se utilizamos a passagem da Samaritana e nos propomos a falar de “Testemunho de vida”, nos prendemos mais na parte final da passagem. 4. Aplicação As pessoas querem ouvir o que a passagem tem para nos dizer hoje e é isso que mostramos na aplicação. Dizemos como a leitura pode servir em nossa vida. 5. Exemplificação Para que o conteúdo fique ainda melhor fixado, colocamos um exemplo, seja de via cosmológica quanto antropológica (vistos posteriormente). Quem não se lembra da história dos lencinhos na pregação do amor do pai 6. Imperativos Rumo ao final da pregação, fazemos os imperativos. Isso consiste em dar ordens, literalmente, para a assembléia: “Se abra para o amor de Deus!”, “Mude de vida!”, “Deixe o Senhor te tocar hoje!”. Assim, as pessoas se sentem mais chamadas a viver o que foi proposto na pregação e ficam mais abertas para a oração 7. Resumo final Da mesma forma que o anterior, damos uma visão geral do que falamos na pregação para fixar ainda mais o conteúdo e preparar a assembléia para a oração. Porém, devemos tomar cuidado para não sermos repetitivos e começarmos a pregação novamente. 8. Oração final
  • 27. 27 O CONHECIMENTO DE DEUS E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que Dele se achava dito nas Escrituras (Lc 24,27). Para que nós, pregadores, tenhamos o que falar do Senhor, é necessário estar com Ele, ouvir Dele e aprender com Ele. Para anunciarmos o Evangelho ele precisa estar em nosso corações (Lc 6,45), e para ensinar da nossa Igreja, precisamos ter o conteúdo em nossa mente. Conforme o Catecismo, as fontes primárias do conhecimento de Deus, onde poderemos buscar este conteúdo são: a Bíblia Sagrada, a Sagrada Tradição, o Sagrado Magistério e o Senso Sobrenatural da Fé 1. A Bíblia Deus quis revelar-se aos homens, falar-lhes em palavras humanas. Da mesma forma que o Verbo de Deus se fez carne, fazendo-se semelhante aos homens, as palavras de Deus expressas por línguas humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana. Por este motivo, a Igreja sempre venerou as divinas escrituras como venera também o Corpo do Senhor. Ou seja, a eucaristia, Pão da vida, é tomada da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. (Cf. CIC 101-103). A Igreja recomenda a leitura da Sagrada Escritura orientando aos que se consagram ao ministério da palavra (podemos colocar aqui a Secretaria Pedro), que se apeguem as Escrituras, mediante assídua leitura e cuidadoso estudo das mesmas, para que não venha a ser “vão pregador da palavra de Deus externamente, quem a ela não presta ouvido interiormente”. (Sto. Agostinho). Em nossas pregações devemos pois utilizar da Palavra de Deus assim como os Apóstolos utilizavam o Antigo Testamento, que, na época, compunha a parte disponível da Bíblia. Ex: Paulo em Atos 17, 1-3 ou Apolo em Atos 18,24. No entanto, devemos tomar o cuidado de, ao ler a Bíblia, prestar grande atenção ao conteúdo e a unidade de toda a Escritura, evitando o Iluminismo (acreditar que Deus só se revela a ele, passando a ser o dono da verdade), o Fundamentalismo (interpretação ao “pé da letra”, não aceitando a Sagrada Tradição) e a Livre Interpretação (ao contrário do fundamentalismo, não se firma em “letra nenhuma”). A Palavra de Deus deve-se fazer carne em nós, porque a nossa religião não é um livro, mas é a religião do Verbo Encarnado e Vivo (CIC 108). 2. A Sagrada Tradição O que é a Sagrada Tradição? É a transmissão dos acontecimentos e ensinamentos dos Apóstolos e de outros em sua geração. Aqueles primeiros que escutam uma notícia conseguem transmiti-la com mais autenticidade, do que aqueles que escutam posteriormente. A Sagrada Tradição conserva toda a autenticidade e o calor do anúncio de Jesus, pois dela fazem parte os primeiros que escutaram (os Apóstolos) e os outros de sua geração próxima.
  • 28. 28 Esta transmissão foi ordenada pelo próprio Jesus (Cf. Mc 16,15), e para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles transmitindo o seu próprio encargo de Magistério (DV 7). A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, ocorreu de duas maneiras (CIC 76): a) oralmente: pregações, exemplos e instituições; b) por escrito: os apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação. O Magistério da Igreja considerou Sagrada Tradição, os escritos fiéis, a quatro princípios: fidelidade doutrinária; aprovação eclesial; antiguidade e santidade do autor. São considerados também os escritos dos chamados “Padres da Igreja” ou “Santos Padres”. Estes padres escreveram na maioria das vezes, para defender a fé de elementos estranhos a sua pureza (heresias), naquilo que chamamos apologética, isto é, defesa da fé. Quanto a antiguidade, são considerados escritos até o século VIII, de S. Gregório Magno e S. João Damasceno. Somente na Igreja Católica está a plenitude dos meios de salvação, que chegaram até nós por meio da Tradição, como os Sacramentos, a santificação do Domingo, a Santa Missa, devoções como o Rosário, entre outros. 3. O Sagrado Magistério Palavra derivada do latim “magister“ que se traduz por mestre. Compreende-se o conjunto de ensinamentos da Igreja, repassado principalmente através de documentos. O Magistério da Igreja são os bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma (Papa). A divisão dos documentos da Igreja (Magistério) pode ser feita conforme a sua destinação, assim, há os destinados: à Igreja Universal – para toda a Igreja (ex: CIC, Compêndio do Vaticano II, Encíclicas do Santo Padre, etc.); à Igreja Latino-Americana, emitidos pela Conferência Episcopal da América Latina – CELAM, destina ao nosso continente (ex: São Domingos, Puebla, etc.); e a Igreja no Brasil, emitidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (ex: Doc. 45 e 54). Importante ressaltar que o Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não ensinando senão o que foi transmitido (CIC 86). Estes documentos são importantes fontes de conteúdo de pregação, quer seja por expressarem a tradição apostólica, em linha sucessiva, quer seja por tratarem de problemas atuais, à luz do Evangelho, ou ainda, por trazerem a fiel interpretação da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição. 4. Senso Sobrenatural da Fé Havendo um consenso universal sobre as questões de fé e costumes, sob a direção do Magistério da Igreja, haverá o senso sobrenatural da fé. Este senso é adquirido “pela contemplação e estudo dos que creêm, os quais meditam em seu coração; é em especial a pesquisa teológica que aprofunda o
  • 29. 29 conhecimento da verdade revelada. Pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais, as palavras divinas crescem com o leitor” (Catecismo 94 – citações).
  • 30. 30 PROVAS DO CONHECIMENTO DE DEUS O Catecismo ensina que há certas vias (caminhos) que comprovam a existência de Deus. Porém, tais caminhos não são provas no sentido que as ciências naturais buscam, mas no sentido de “argumentos convergentes e convincentes” que permitem chegar a verdadeiras certezas (CIC 31). Podemos denominar estas vias de fontes auxiliares do conhecimento de Deus. O ponto de partida para descobrirmos estas provas está na criação: o mundo material (via cosmológica / natureza) e o ser humano (via antropológica / homem). Por isso, passaremos a estudar, um pouco, sobre cada uma, para utilizarmos em nossa pregações ou ensinamentos. Através destas vias encontraremos excelentes modelos para exemplificar nossas pregações. (cf. Rom 1,19-20). 1. O Caminho da Natureza A natureza, tão bela, é uma grande demonstração da grandeza de Deus. Como ensina Provérbios 6,6: Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga, observa seu proceder e torna-te sábio. O pregador é chamado a buscar na natureza a revelação da existência de Deus, como origem e fim do Universo. A natureza é divida pela ciência em reinos: a) Reino mineral: que são pedras (preciosas ou não), rochas, calcário, água, terra, sal, etc. Exemplo: a pérola que se forma dentro da ostra, que é um incômodo grão de areia, pode ser comparada aos estudos de um adolescente, que muitas vezes o incomoda, mas no futuro lhe será de grande valor. b) Reino vegetal: as plantas em geral, árvores, flores, trepadeiras, etc. Exemplo: o girassol, que está sempre voltado para o sol, é um modelo a ser seguido: não devemos desviar nosso olhar do grande Sol que é nosso Deus. c) Reino animal: são todos os seres vertebrados ou invertebrados, mamíferos ou não, ou seja, todos os animais. Exemplo: o pelicano, que tira carne do seu próprio peito para alimentar seus filhos, exemplifica claramente Jesus, que deu sua própria vida por nós e sua carne como alimento na Eucaristia. d) Fenômenos da Natureza: exprimem também o conhecimento de Deus. São os ventos, terremotos, maremotos, tempestades, eclipses, vulcão, tornado, etc. Exemplo: o fenômeno da “pororoca”, encontro do rio Amazonas como Oceano Atlântico; como nosso encontro com Deus: nosso fim é o seio da imensidão de Deus.
  • 31. 31 Jesus usou e abusou dos exemplos da natureza, podemos citar as ovelhas e o pastor, os pássaros do céu, a pérola preciosa, a água, o mar, a rocha, os lírios do campo, o grão de trigo, o grão de mostarda, o vento e outros. Você já meditou na natureza e dela retirou mensagens? 2. Caminho do Homem O homem em si mesmo e universo a ser descoberto e o qual revela Deus. Somos à sua imagem e semelhança. Descobrir Deus no homem é o caminho mas fácil para chamá-lo de Pai: quem não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. (Jo 4,20). Essa via reúne várias áreas comuns que envolve o homem, áreas estas que o analisam com base nas características biológicas e culturais dos grupos em que se distribui. É um conjunto de vida e suas condições: habitação, vestuário, alimentação, utensílios e instrumentos diversos, músicas e danças tradicionais, língua, lendas e contos, artes e religião, costumes e leis. Podemos meditar, para tirar exemplos na pregação ou ensinamento, dentro da via antropológica, alguns pontos, vejamos: a) No organismo humano: deve-se ter acesso a livros de anatomia, fisiologia, genética e outros. b) Na história universal: aqui abrange: personagens, fatos, épocas, acontecimentos. Podemos citar como fonte de estudos, livros de história, livros de santos, documentários, etc. c) Nas ciências modernas: utilização dos recursos científicos e tecnológicos de nosso dias: descobertas da Psicologia, pesquisas antropológicas, conhecimentos da Medicina, da Sociologia, da Geografia, da Matemática, da Teologia entre outras. d) Na história atual: entra aqui tudo sobre os acontecimentos atuais, é a história da humanidade que está se realizando em nossos tempos – fontes para estudo: jornais, revistas, noticiários, livros, filmes, entre outros. Também podemos utilizar fatos da vida, ou seja, do nosso dia-a- dia, como a dona de casa que perdeu a moeda, citada por Jesus; obs.: Devemos tentar perceber o lado positivo e negativo da história, transformando estas vias em mensagens de denúncia ao pecado ou de edificação para o povo de Deus. “...examinai tudo e abraçai o que é bom.” (ITes 5,21). e) Na história pessoal: Sua história, é uma grande ilustradora daquilo que você prega, o testemunho é muito importante na pregação querigmática, porém precisa alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e Centrado em Cristo; Seja, de preferência, o seu próprio testemunho;
  • 32. 32 tenha o objetivo de construir a conversão dos ouvintes; seja de um processo acabado, ou seja, que Deus já realizou. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia que gostaria de ser uma bola para que quando o menino Jesus quisesse brincar, Ele brincaria. Quando quisesse chutar, chutaria; e se Ele não quisesse nada com a bola, poderia deixá-la ali no cantinho, que ela continuaria sendo a bola do Menino Jesus. E nós, queremos sempre estarmos nas mãos de Deus, a sua disposição para fazermos o que ele quiser? Ser bola e ser objeto e a disposição do seu dono. Nós somos assim? Conclui-se, assim, que o pregador não pode passar distraído pelo caminho. Os anúncios e os nomes que lê pelos caminhos, os lugares que vê como bares, lojas, clubes, tudo é material para sua próxima pregação. Basta ter atenção e dedicação.
  • 33. 33 ENCONTRANDO A MENSAGEM NA BÍBLIA O pregador em primeiro lugar, antes de transmitir a palavra ele é um caçador da palavra e quando a encontra aplica a si mesmo e depois transmite aos demais. Jesus nos disse que o Espírito Santo nos recordaria tudo o que Ele nos disse, mas para recordar é primordial que exista antes na nossa memória. É importante que nos apresentemos a Deus com as nossa talhas cheias de água e com os nossos 5 pães e dois peixes. Veremos a seguir, formas de se encontrar, na palavra, a mensagem de Deus: Parábolas No Evangelho temos 38 parábolas. O comunicador não se atém ao óbvio e elementar expresso nas parábolas. Extrai mensagens novas e apropriadas a cada caso. Ex. Semeador – Mt 13, 1-9. Milagres Sarça Ardente (Ex 3,1-4), diz que Moisés parou para contemplar o espetáculo. Por que a sarça ardia e não se consumia? O comunicador deve contemplar os milagres e perceber o que Deus está falando através deles. Devemos sempre transportar os ouvintes dos milagres para tempo presente, e então extrairmos a mensagem. Ex: (Mc 8,22-26) Personagens Estudar sobre a vida de todos os personagens bíblicos que nos são colocados na Sagrada Escritura. Ex: Moisés, Filho Pródigo, Maria Madalena, Davi, Abraão, etc. Guerras Apesar da forma cruel, nos mostra a luta diária contra o mal. Ex: A guerra de Israel contra os amalecitas nos mostra a importância da intercessão, por exemplo. Perguntas São inúmeras as perguntas que encontramos na Bíblia, que o homem fez a Deus e vice-versa. Ex: Tu me amas? Por que me Seguem? Por que choras? Querem me deixar? Dialógo Ex: Jó e os amigos; Eva e a Serpente; Maria e Isabel; Pedro e Jesus. Discursos Muitos dos discursos da Bíblia, são mensagens do próprio Deus e ricos de contéudo. Visões, Sonhos ou Revelações Ossos Secos (Ez 37, 1-10); Sonho de José, de Pedro; Revelações feitas a Abraão. Lugares Cidades, povoados, templos. Ex: Mc 1,29 a sinagoga e a casa de Pedro. Oração Uma das mais belas formas de falar com Deus. Ex: Gen 4,26 – o primeiro – At 4,24-30 – Pedem a Deus coragem.
  • 34. 34 TÉCNICAS DE PREGAÇÃO Técnica é o modo pela qual o pregador vai falar a mensagem. Todos os pregadores usam algum tipo de técnica. Aquela que melhor se sobressai é a que melhor se adapta a mensagem e ao pregador. Antes, alguns pontos essenciais para utilizar as técnicas: 1) Ter a mente imbuída do assunto: Antes de pregar, o pregador deve estudar muito sobre o assunto. Além disso, deve estar atento a situações, testemunhos e acontecimentos que podem ter relação com o tema. 2) Fidelidade ao tema: A melhor pregação não é aquela que aborda todos os assuntos, mas aquela que aborda tudo sobre aquele único assunto. Quando o pregador é fiel ao tema, está sendo fiel ao chamado de Deus e evitando que as pessoas se dispersem e não gravem a mensagem. Dizer que Deus o inspirou de última hora pode ser uma desculpa para a falta de escuta de Deus e até mesmo pela falta de tempo para preparar a pregação. 3) Praticar: Assim como um atleta que treina, o pregador deve escutar a palavra de Deus durante o seu dia. Alem disso, é muito importante que ele avalie outro pregadores e treine suas pregações (crivo) antes de pregar. Técnicas: 1) Testemunho: Muito importante na pregação querigmática, porém precisa alcançar seu objetivo, sendo: ABC, Alegre, Breve e Centrado em Cristo; Seja, de preferência, o seu próprio testemunho; tenha o objetivo de construir a conversão dos ouvintes; seja de um processo acabado, ou seja, que Deus já realizou. 2) Parábolas ou Alegorias: Tratam-se de histórias fictícias com um fundo moral. Elas devem ser utilizadas para reforçar o tema. Sua conclusão deve ser sempre positiva e voltada para Cristo. 3) Cachoeira: Trata-se de uma técnica em que o pregador vai expondo a mensagem sem interrupções, de maneira que caiam direto ao coração do ouvinte e não deixa tempo de raciocínio. 4) Dramatização: Significa comunicar uma passagem ou trecho bíblico, aumentando alguns diálogos ou situações com linguagens atuais, utilizando-se, principalmente, de expressão corporal. 5) Repetição: O pregador repete um trecho bíblico, uma frase que talvez tenha passado despercebido mas que deve ficar gravado no coração do ouvinte. 6) Não dar todas as resposta: É quando o pregador leva o ouvinte a mergulhar em si mesmo e buscar a resposta dentro do seu coração. 7) Aguçar a curiosidade: Muito usada na motivação inicial. É uma maneira de chamar a atenção do ouvinte. Esta técnica deve ser usada com muita sabedoria para não danificar a mensagem. 8) Descrição: É descrever detalhes de uma situação (bíblica, por exemplo) de maneira que o ouvinte possa sentir-se no local do acontecimento.
  • 35. 35 9) Histórias: O pregador auxilia-se de fatos verídicos como, por exemplo, dos Santos, da Igreja primitiva para reforçar ainda mais a mensagem. 10) Narração: É quando o pregador verbaliza acontecimentos da história da salvação. Esta técnica é muito utilizada para grandes trechos da bíblia, havendo somente a narração dos pontos mais importantes da passagem. 11) Quebra brusca de pensamento: É quando o pregador quebra uma linha de raciocínio para causar impacto nos ouvintes. Por exemplo: “Jesus não vai te salvar..................Ele já te salvou”. Técnicas para aprofundar o entendimento da mensagem: através destas técnicas, o pregador leva o ouvinte a mergulhar nas riquezas despercebidas das passagens bíblicas: Significado das palavras: O pregador recorre à origem, a verdadeira definição de determinada palavra e o que ela realmente quer dizer naquele contexto. Para isso, recorre-se a dicionários bíblicos, da língua portuguesa, gregos ou latinos, por exemplo. Contexto: Verificando apenas um único versículo da passagem, muitas vezes, podemos não entender o significado verdadeiro. É necessário portanto, recorrer a todo o contexto bíblico daquele capítulo ou livro, para se situar com o local, a situação, à época etc., assim entenderemos melhor o porque daquele versículo e o verdadeiro sentido da mensagem. Opostos: O pregador pode utilizar-se de palavras contrárias para fixar ainda mais a mensagem. Ex: Trevas x Luz, Abismo x Céu, Tristeza x Alegria, etc. É importante sempre citar o negativo primeiro e encerrar com o positivo. Geografia Bíblica: Tanto o antigo como o novo testamento sempre nos situam da cidade ou local a que se refere. No apêndice bíblico podemos encontrar alguns mapas com a maioria destas localidades e nos atentar para pontos importantíssimos, como por exemplo, a distância entre um local e outro. Ex: Maria ao visitar sua prima Isabel; recorrendo ao apêndice, podemos verificar que Maria percorreu uma distância de 150Km, aproximadamente. Conversão de Valores: Neste apêndice podemos encontrar também os valores citados na palavra de Deus (talento, dinheiro, estádios, prata) convertidos para o dia de hoje. Nos espantaremos quando, por exemplo, vermos que um talento equivalia a 36Kg de ouro. Além destas, podemos descobrir com o auxílio do Espírito Santo outras técnicas que, se adequadas a nós e à mensagem, podem auxiliar e muito na ação de Deus no coração de nosso ouvintes.
  • 36. 36 TIPOS DE MENSAGENS Mensagem Querigmática Mensagem de anúncio A palavra Kerigma significa proclamar, anunciar São basicamente as pregações da Experiência de Oração Amor do Pai, Pecado, Salvação, Senhorio de Jesus, Fé e Conversão, Espírito Santo, Vida Nova (Perseverança ou Comunidade Cristã). Mensagem Catequética Mensagem de ensino A palavra Catequese significa ensinar, reter Trata-se do ensino gradual da nossa fé e razões Se divide em Doutrinária e Apologética Doutrinária  Para pessoas que já conhecem a Jesus, e agora precisam assimilar sobre sua doutrina. Ex: Sacramentos, Moral, Sagrada Escritura, etc. Apologética  Tem a função de esclarecer para as pessoas pontos polêmicos dentro da doutrina, não para ser discutido mas para o conhecimento. Ex: Existência do Purgatório, Virgindade de Maria, Imagens, etc. Essas mensagens devem estar muito bem fundamentadas dentro da Palavra de Deus e deve ser interpretada à luz do Magistério da Igreja. Mensagem de Perseverança Aborda temas que dizem respeito à fragilidade humana que buscam a Deus como refúgio e proteção. Se divide em 4 tipos: Espiritualidade, Compromisso, Fortalecimento e Contrição. a) Espiritualidade: Leva a uma comunhão mais íntima com Deus, à adoração, contemplação a Deus, recorda que dependemos Dele. b) Compromisso: Traz uma dimensão horizontal, (Eu e os irmãos), nos leva ao serviço com os irmãos. Não existe compromisso sem serviço. Temos duas linhas: Linha do Amor (relações fraternas, perdão, paciência, bondade e a Linha do Apostolado (ministérios, obras de misericórdia etc.) c) Fortalecimento: São usadas para momentos difíceis, tribulações, provações, situações desanimadoras, levanta os caídos. d) Contrição: Fortes exortações para aqueles que esfriaram, que abandonaram a caminhada. Sacode as pessoas que possam estar meio mornas no caminho de Deus. Claro que para esse tipo de pregação deve-se observar bem o público ouvinte. Não comunicamos o que bem queremos, mas sim o que nosso irmãos precisam ouvir. Somos instrumentos de Deus para que ele alimente o seu povo com o pão da palavra.
  • 37. 37 COMUNICANDO A MENSAGEM É necessário antes de entrarmos nos objetivos da pregação, estabelecer a diferença entre as várias espécies de alocuções e a pregação. 1. Conferência – Discurso didático. Tem por objetivo ensinar, transmitir conhecimento literário e científico. Sua linguagem é técnico-científica. O conferencista não tem a preocupação de dialogar com os ouvintes. 2. Discurso Político – Todos conhecemos. Sua linguagem é livre e a mais coloquial possível. Normalmente é dirigido as massas. Prima pela persuasão. 3. Discurso Acadêmico - Discurso inteiramente formal. Valoriza a técnica. 4. Palestra – Pouca formalidade, permite ao orador maior liberdade. O Orador não precisa esforçar-se para dialogar com seus ouvintes. 5. Ensino – É um dos métodos mais eficazes de se transmitir conhecimento. É denso em conteúdo. 6. Pregação – É o ato de pregar, proclamar a Boa Nova de Jesus. Esta proclamação é dotada de alguma disciplina, porém não anula a liberdade do pregador. Prima pela condução do Espírito Santo. Objetivos da Pregação A) Imediato – Evangelizar, anunciar a Boa Nova. O discípulo, quando prega, deve utilizar todos os seus talentos, dons, todo o seu amor, toda sua intercessão, em prol da evangelização. B) Mediato – É conseguido com a obtenção do objetivo imediato. A finalidade mediata consiste na conversão dos ouvintes e também de curas, prodígios e milagres durante a pregação. É importante ressaltar que cabe primeiro ao pregador preocupar-se com uma boa evangelização, pois a conversão, cura, prodígios e milagres são obras do Espírito Santo. Antes do Anúncio Estudo e Oração: Tempo dobrado de estudo e oração. Preparação Espiritual: Missam mortificações, jejuns. Busque também o sacramento da confissão antes da pregação, se necessário. Apresentação Física: Roupas adequadas, unhas cortadas, barba etc. Cuidados com maquiagem, acessórios (brincos, pulseiras) e falta de higiene em geral. Horário: Conversar sempre antes com a pessoa que o convidou, se informar sobre a realidade das pessoas, do grupo ou do evento em questão, ore junto com eles, se possível. Chegar sempre com antecedência, recomenda-se um mínimo entre trinta e quinze minutos. Durante o Anúncio
  • 38. 38 Autoridade Espiritual: Não se está falando em seu próprio nome (IICor 5,20). Não importa o tamanho da platéia, o zelo precisa se o mesmo, para 1000 ou 2 pessoas. A Voz: Ferramenta de Trabalho; evitar gelado, pastilhas, gritos. Intensidade (volume) adequado, sem gritaria, nem falar murmurado, manter uma sintonia. Sem vícios (falar igual o Pe. Jonas, ou o Pe. Roberto, Eugênio Jorge etc.). Utilizar a voz para acentuar partes importantes Os Olhos: São a janela da alma; olhe para as pessoas, não para o teto ou para o chão. Nunca olhe diretamente para uma pessoa por muito tempo, saiba dividir o público. A Face: Reflexo do coração; mantenha sempre um semblante tranqüilo, demonstrando firmeza ou austeridade somente quando for necessário. Não ficar todo o tempo carrancudo ou rindo à toa. As Mãos: Deve-se usar as mão para se expressar, porém sem exageros, não somos maestro. Evitar: Mão no bolso, segurando o púlpito, apoiar- se sobre a mesa, coçar-se etc. Corpo: Não ficar parado como uma estátua, mas também não ficar de um lado para o outro de maneira frenética. Não subir em cadeiras, mesas (somente se necessário); nunca pregue sentado, encostado ou pendurado Os Pés: Mantenha os pés na mesma abertura dos ombros para Ter equilíbrio A Respiração: Alimenta a voz, procurar sempre manter uma respiração tranquila e não falar quando o ar estiver acabado, deve-se evitar ao máximo aquelas “fungadas” no microfone. Linguagem: Procure ter uma linguagem simples e direta. Fale de acordo com a cultura que você possui, nunca use termos, ou palavras bonitas que você desconhece com o intuito de enriquecer a pregação. Cuidado com os vício de linguagem (né, tá, então, amém, certo...) Implementos para pregar: Microfone – ajuste com antecedência a altura ideal do som. Cuidado para não se enrolar no cabo. Observe o comprimento do fio para saber até onde você pode ir. Biombo ou púlpito – Cuidado para não ficar encostado, eles servem somente para eu você coloque sua Bíblia e pregação, ou seja, seu material de pregação. Retroprojetor – Escolha o local e ajuste a luz com antecedência. Peça ajuda de alguém para o momento em que for utilizá-lo. Cartaz – Deixe sempre pronto com antecedência. Depois do Anúncio Não somos artistas, devemos permanecer no local, louvar a Deus pela pregação, cumprimentar as pessoas (dependendo do evento e do número de participantes, claro), devemos sempre ter uma postura de servos, e não de estrelas de TV. Nunca saia correndo, coloque-se a disposição para tirar dúvidas. Confie sempre em Deus. Por pior que você ache que tenha sido sua pregação, lembre-se que Deus pode fazer milagres com o nosso pouco.
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  • 40. 40 LECTIO DIVINA A Lectio Divina é o exercício ordenado da escuta pessoal da Palavra, um método dinâmico de leitura. Um monge da Idade Média, Guido II, estabeleceu uma fórmula para a sua realização de um modo muito simples, como uma escada de quatro degraus: Leitura – Meditação – Oração – Contemplação. Esse degraus são mais para compreensão, visto que fazem parte de um único encontro e que o Senhor, na liberdade do se Espírito, pode elevar à oração e a contemplação no momento que lhe aprouver. Mas vale ressaltar que esses degraus nos levarão a um exercitar-se, a um buscar mais profundo, a vencer as limitações de querer para nas primeiras dificuldades. Exercício que dá fruto para toda a vida. É interessante o que diz o próprio Guido II: “Buscai na leitura e encontrareis na meditação; batei pela oração e encontrareis na contemplação.” Encontramos na Lectio Divina tudo o que necessitamos para conhecer a amar a Deus. É necessário antes de mais nada “fé”, que faz o homem entregar-se em submissão à Revelação. Ao mesmo tempo que se necessita de fé para se fazer a Lectio, a Lectio amadurece a fé. LEITURA Lê-se o texto repetidas vezes, tentando responder a pergunta: “O que o texto diz?”, procurando prestar atenção ao desenrolar dos fatos, à reação das pessoas, procurando perceber os seus sentimentos, os pontos mais importantes, as palavras mais fortes, enfim, estar atento a todos os detalhes do texto. Esse degrau é o que exigirá maior esforço de sua parte. Nesse primeiro degrau, não é o momento de procurar direcionamentos, normas para sua vida, mas perceber o que o texto fala de forma genérica. É importante que você procure um momento e um lugar calmo onde possa escutar a palavra de Deus através da sua palavra. A leitura em meia voz o ajudará usando mais um sentido. MEDITAÇÃO Agora sim, é o momento de se colocar de forma mais pessoal diante da Palavra e buscar responder: “O que o texto me diz?” É hora de “ruminar” a Palavra. Tudo o que você encontrar na leitura deve agora ser questionado com sua vida, através do Espírito Santo. Não é preciso deter-se agora no texto todo como na leitura, mas naquilo que o Espírito Santo tiver suscitado. Você deve confrontar sua vida com a Palavra. ORAÇÃO A oração brota como fruto da meditação. Como a oração é um diálogo de amor, a pergunta agora é: “O que o texto me faz dizer?” Depois da leitura e da meditação, você terá a segurança de não estar diante de Deus somente como o que quer, mas com a força, a luz da Palavra fez gerar em você. Seja
  • 41. 41 uma ação de graças, um clamor, uma oração penitencial... O que o Espírito Santo suscitar. CONTEMPLAÇÃO Agora, a questão é: “O que a Palavra faz?” É o próprio Deus agindo. É um deliciar-se com a ação de Deus que toma a sua oração e leva você até o coração Dele. A contemplação não é fruto dos sues esforços, é pura graça de Deus. E como disse Santa Teresa: “Quereis saber se estais adiantadas na oração? Olhai se na vossa vida tem virtudes.” É pelos frutos de conversão que reconhecemos se estamos orando de verdade.