1. Material para uso pedagógico/didático
Função do Ego no Aparelho Psíquico
Por Márcia Vasconcellos de Lima e
Silvahttp://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Psicologia/Funca
o_do_ego_no_aparelho_psiquico.htm
Em 1900, no livro "A Interpretação dos Sonhos", Freud fez sua
primeira tentativa de construir o que poderia ser um modelo do
aparelho psíquico. Assim, Freud descreveu o aparelho psíquico
em dois sistemas: o preceptivo e o motor. Entre ambos haveria
uma quantidade (quantum) de energia psíquica que circularia de um
sistema para outro pelos traços mnêmicos. Este poderia ser
considerado um percurso energético na busca do objeto perdido.
Em 1915, Freud construiu um segundo modelo teórico no qual
dividiu o aparelho psíquico em três sistemas mentais:
Inconsciente (Esse); Pré - Consciente (Paz) e Consciente (CST).
Posteriormente, denominou esta formulação de divisão topográfica.
Esta ficou sendo conhecida como a primeira tópica.
Enquanto Freud estudava o Inconsciente, dando-se conta de sua
complexidade, em 1923, formulou uma nova hipótese acerca do
aparelho psíquico - a hipótese estrutural - que divide aquele em
três estruturas ou instâncias psíquicas às quais denominou ID;
EGO e SUPEREGO.
““ “Sendo o ID considerado a instância psíquica conhecida por
“princípio do prazer” e o EGO,” “princípio da realidade”. Esta
hipótese ficou sendo conhecida como a segunda tópica.
Porque relacionar o EGO ao chamado princípio da realidade?
Porque cabe a ele, a partir da realidade interna - referente às
exigências do id de um lado e do superego do outro - e da
realidade externa tentar conciliar da melhor forma possível
esses dois "mundos", a fim de satisfazer as necessidades do id
e as exigências do superego de acordo com as reais
possibilidades.
Desta forma, conclui-se que uma das principais funções do
EGO é a de manter a homeostase (equilíbrio) do aparelho
psíquico.
Inúmeras são as
2. Funções do EGO, tais como
A) A aquisição do controle motor, a questão da percepção
sensorial e sua ligação direta com o meio ambiente (ou
realidade externa),
B) Todos os aspectos relacionados à memória (armazenamento
de experiências, lembranças),
C) C) O EGO tem, ainda, por função a criação dos
mecanismos de defesa (aspecto inconsciente do EGO).
São eles: projeção, introjeção, formação reativa, cisão,
racionalização, regressão, negação e outros.
Penso ser interessante e oportuno fazer uma breve distinção entre
as posições de Freud e a Psicanálise e as concepções de Anna
Freud e a Psicologia do Ego no que diz respeito ao EGO e suas
funções - tema do presente trabalho.
Anna Freud foi uma das principais líderes do movimento
neofreudiano denominado de Psicologia do Ego. Os Anna
freudianos - como ficaram sendo chamados - aceita as
premissas/pressupostos básicos da Psicanálise e, ao longo dos
anos, apenas modificaram e/ou ampliaram alguns de seus aspectos
da teoria e da técnica psicanalítica tradicional.
Sua principal modificação é a que se refere a uma visão mais
ampliada do EGO. Por esta visão, o ego possui energia própria, tem
funções distintas das do id chegando a ser até mais independente
do que este.
Tudo isto constitui um significativo afastamento do pensamento
original de Freud no qual o ego nunca estava livre das demandas
do id. Segundo a Psicologia do Ego, este não só deixa de ser
considerado como uma estrutura escravizada pelo id, mas se
apresenta até mais independente do que o id. E no dizer de Freud:
"O ego não é senhor nem em sua própria casa".
Os annafreudianos ou psicólogos do Ego introduziram outras
mudanças interessantes, tais como, a diminuição da
importância relegada à sexualidade infantil e ao Complexo de
Édipo - sugerindo que o desenvolvimento da personalidade
deve-se muito mais a forças psicossociais do que
psicossexuais. Diferem, ainda, de Freud quando remetem tudo à
trama edípica e trabalham as defesas, as resistências e as
identificações.