Este documento descreve vários ofícios e personagens típicos de Lisboa em épocas passadas. Ao longo do texto, vários trabalhadores descrevem em poucas palavras o que fazem, incluindo o aguadeiro, o alfaiate, o barbeiro e outros.
7. A CRIADA DE SERVIR
“Adeus ó terra, adeus linda xerra do Sol a brilhar...”
8. O ENGRAXADOR
“Sentado na banqueta, pano nas mãos, curvado
sobre o sapato do freguês, concentrado e absorto,
como se nada no mundo fosse capaz de o fazer
levantar a cabeça.”
10. O MOÇO DE FRETES
“Com passinhos curtos, anda dobrado, como se
tivesse dores de bexiga. A cara e os olhos, são
vermelhos, ensopados em sangue. Carrega tudo aos
ombros com uma complicação de cordéis...”
11. O LIMPA-CHAMINÉS
“Muitas vezes parece que o diabo bate à nossa porta
mas é simplesmente o limpa-chaminés”
12. A MODISTA
“...muito valorizada entre os anos 30 e 40. Ela fazia o
trabalho que hoje faz o estilista e tinha um status
maior que a costureira. Ser modista era chique...”
13. O PADEIRO
“Olha o padeiro entregando o pão
De casa em casa entregando o pão
Menos naquela, aquela, aquela, aquela não
Pois quem se arrisca a cair no alçapão? “
14. O PESCADOR
“Rede que volta vazia
Traz tristeza ao pescador
Que apesar da arrelia
Leva em frente o seu labor”
17. A VENDEDEIRA DE GALINHAS
“Ó freguesa...essa até tem ovinhos”
18. O VENDEDOR DE CASTANHAS
“São quentes e boooas”
Ao canto do Outono,
à esquina do Inverno,
o homem das
castanhas é eterno.
Não tem eira nem
beira, nem guarida, e
apregoa como um
desafio.
É um cartucho pardo
a sua vida,
e, se não mata a
fome, mata o frio.
30. O CALCETEIRO
“De cócoras, em linha, os calceteiros, com
lentidão, terrosos e grosseiros, calçam de
lado a lado a longa rua.”
31. O CALISTA
“Ó Sôr Hilário, está aqui uma unha quase
encravada...”
32. O CARTEIRO
Quando o carteiro chegou
e o meu nome gritou
com um carta na mão.
Ante surpresa tão rude,
nem sei como pude
chegar ao portão.
“...quanta verdade tristonha
a mentira risonha
que uma carta nos traz...”