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Campus Académico de Vila Nova de Gaia
              Escola Superior de Educação Jean Piaget / Arcozelo
                 (Decreto-Lei nº 468/88, de 16 de Dezembro)




       Planificação da dinâmica de grupo




                Público-alvo – Imigrantes de Leste



4ºSemestre do curso de Educação Socioprofissional
Unidade Curricular: MTEGE II
Docente: Dr.Carlos Jorge De Sá Pinto Correia
Discente: Sandrina Mendes Pereira Valente, nº 43518
Ano lectivo: 2010/2011
Data: 16 de Julho de 2010
I




Índice


Introdução                p.1

Enquadramento teórico     p.3

Tabela de registo         p.6

Conclusão                 p.11

Bibliografia/sitografia   p.12
Introdução

O presente trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular MTEGE II
(Metodologias e Técnicas de Educação Gerais e Especiais II), tendo como
finalidade a realização de dinâmicas de grupo, assim como a sensibilização
acerca do modo como estas podem levar à promoção do desenvolvimento
pessoal e social, bem como serem ferramentas úteis no trabalho de um
educador socioprofissional para que assim possa trabalhar na integração de
populações, comunidades e grupos socialmente desfavorecidos e excluídos.


Este trabalho contempla, numa primeira parte, um enquadramento teórico
relativo à problemática que caracteriza o público-alvo, imigrantes de leste,
alguns em situação de ilegalidade e com dificuldades acentuadas na
verbalização e compreensão da língua portuguesa. É neste âmbito que a
presente dinâmica de grupo se enquadra, uma vez que pretende sensibilizar os
imigrantes para a língua portuguesa.
Numa segunda parte apresenta a ficha de registo da dinâmica de grupo que foi
planificada.
O educador socioprofissional procura estabelecer um diálogo entre as várias
instituições sociais, educativas e a sociedade, nesse sentido, é expectável que
na sua prática profissional, baseada numa formação pluridisciplinar, consiga
intervir na resolução de problemas sociais e educacionais e prevenir situações
de exclusão social no campo individual, colectivo e relacional.
Para que a sua intervenção nos diferentes locus em que se encontra seja uma
mais-valia, tem que saber respeitar o reportório individual de cada indivíduo de
quem interaja consigo, permitindo assim que não sejam feitos juízos de valor
que possam comprometer a qualidade da sua intervenção.
Deparamo-nos com um processo de globalização crescente que espera que
saibamos viver em sociedade, com espírito de comunhão, com capacidades
comunicativas, partilha, entreajuda e respeito, o que vai ao encontro do que se
preconiza num dos pilares da educação – o saber estar (DELORS, 2005).
Esta vertente de consciência social será certamente uma orientação para o
futuro que será conseguida através da educação, elemento essencial que
articula uma sociedade.

                                                                              1
A educação (formal, não formal e informal) terá cada vez mais que ser um
veículo   potenciador   da   cidadania,   procurando   que   desta   forma   o
desenvolvimento humano contemple objectivos comuns, que poderão ser
amplamente alcançados através de uma boa comunicação entre todos os
intervenientes.
Consciente das dificuldades inerentes ao processo de integração na sociedade,
o educador socioprofissional poderá intervir de um modo mais assertivo
perante situações socialmente desfavoráveis/desfavorecidos, onde alguns
indivíduos apresentam dificuldades na expressão verbal, na descodificação ou
interpretação da mensagem, devendo assim, potenciar contextos e condições
que sejam facilitadores da comunicação. No caso em concreto e uma vez que
o público alvo desta actividade é constituído por imigrantes, o trabalhar e
desenvolver as capacidades comunicativas e de entendimento da língua do
país de acolhimento, confere ao aspecto supra citado uma extrema
importância.
Teremos, enquanto educadores socioprofissionais, e, através de dinâmicas de
grupo, que estar atentos a toda a comunicação não verbal, que não requer o
uso de um código linguístico mas que é extremamente rica em informação
nomeadamente      os gestos,   os movimentos corporais que transmitem
informação (comunicação cinésica), o tom de voz e a maneira de falar
(comunicação paralinguística), as expressões faciais, o toque, o contacto
ocular, a expressão corporal, o modo como os indivíduos se colocam
espacialmente (comunicação proxémica). Todas estas formas de comunicação
são descritas por FACHADA (2003) e são universais, inatas à espécie humana.
Todos estes comportamentos acompanham a linguagem verbal e conferem um
significado ainda mais profundo à comunicação.
Percebendo uma realidade e as suas causas, que, conscientemente ou não,
envolve descriminação, quer pelas próprias características do público, por
exemplo, crianças/ jovens, adultos, imigrantes, imigrantes ilegais, população
desempregada com baixa escolaridade e em risco de exclusão social, assim
como toda a sociedade fragilizada e pouco interventiva, quer pela
desadequação das ofertas formativas, o educador tem a função e o dever de
ajudar todos a participar nas grandes áreas da vida em sociedade.


                                                                             2
Enquadramento Teórico

Uma das principais forças motrizes da imigração, assenta na busca de
melhores condições de vida, esperando encontrar um trabalho que permita o
sustento e que corresponda a uma profissão que dignifique a pessoa e respeite
a condição humana. No entanto, e pelas informações que nos chegam através
da comunicação social, ou de literatura relativa a esta temática, é possível
aferir que a esperança e expectativas iniciais, na maioria dos casos, não serão
realizadas.
De acordo com a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural,
Rosário Farmhouse, é relevante referir que apesar de os imigrantes
corresponderem a uma força de trabalho fundamental para o desenvolvimento
económico e social dos países de acolhimento, nem sempre encontram o
devido reconhecimento do seu contributo, encontrando-se muitas vezes, e
independentemente das suas qualificações, nos trabalhos mais precários e
perigosos.
Decorrendo da resolução do Conselho de Ministros, nº 74/2010, que teve o seu
enfoque no acolhimento e integração dos imigrantes, bem como numa nova
geração de políticas sociais, foi aprovado o II Plano de Integração dos
Imigrantes (2010-2013), que contemplou noventa medidas que pretendem
assegurar a plena integração dos imigrantes, nomeadamente nas áreas da
língua, cultura, emprego, formação profissional e habitação.
No que concerne ao domínio da língua e cultura, que serão alicerces
indispensáveis à construção identitária do imigrante assim como à sua
integração, o desenvolvimento de cursos de português básico auxilia e
potencia o conhecimento da língua portuguesa, e torna-se factores de
integração permitindo também, o acesso à nacionalidade, autorização de
residência permanente e estatuto residente de longa duração, conforme
descrito na medida 7 da supra citada resolução do Conselho de Ministros.


Os elevados processos migratórios actuais, entre outros factores podem ser
explicados à luz do que é referido por BAGANHA “a facilidade de movimentos
no interior do espaço Schengen, a falta de controlo na emissão de vistos de
curta duração por parte de alguns países da União Europeia, a industrialização


                                                                             3
da migração organizada a partir da Europa de Leste, normalmente sob o
disfarce de denominadas “agências de viagens” que procuramos enquadrar
numa emergente indústria de migrações”.
Os processos migratórios na actualidade revestem-se de complexidade pois
envolvem, e de acordo com o explanado no Relatório de Imigração Fronteiras e
Asilo, aspectos como “a globalização, o envelhecimento populacional, a
segurança e o terrorismo, o respeito pelos direitos humanos e a luta contra o
tráfico de pessoas ou a ajuda ao desenvolvimento e à democracia nos países
de origem”.
A actual política nacional de imigração pauta-se por quatro grandes eixos,
nomeadamente: regulação dos fluxos migratórios, promoção da imigração
legal, luta contra a imigração clandestina e integração dos imigrantes (idem).


No limiar do novo século ocorreram novos fluxos migratórios do leste europeu,
nomeadamente da Ucrânia, que rapidamente se tornou das comunidades
estrangeiras com maior representação oficial em Portugal, com 52.293
cidadãos (dados de 2009).
A Ucrânia representa 12% do universo de residentes, embora registando uma
sensível descida face ao ano transacto (52.494 em 2008).


A Roménia manteve em 2009 um crescimento expressivo, atingindo os 32.457
cidadãos (27.769 em 2008), representando 7% dos residentes estrangeiros
(6% em 2008) e consolidando a sua posição de Estado Membro da União
Europeia com maior número de residentes em Portugal (lugar tradicionalmente
ocupado pelo Reino Unido). Entre as comunidades mais representativas,
encontra-se a Moldávia, com um total de 20.773 residentes (21.147 em 2008),
representando 5% dos estrangeiros em Portugal. Os supra citados dados
encontram-se disponíveis no Relatório de Imigração Fronteiras e Asilo.


Será relevante referir, e de acordo com o supra citado relatório, de 2008 para
2009, verificou-se um crescimento de cerca de 3 % da população estrangeira
em Portugal.
Os dados de 2009 divulgados em Junho de 2010 no Relatório de imigração
Fronteiras e Asilo, apontam para 454.191 estrangeiros residentes, no entanto,

                                                                                 4
estima-se que o número seja consideravelmente superior devido à situação de
ilegalidade que muitos imigrantes vivenciam.




                                                                          5
Tabela de registo


       TEMA         Técnica para sensibilizar e melhor compreender a língua
                    portuguesa
      TÍTULO        “À descoberta da língua portuguesa”
                    Objectivo geral:
                    Melhorar a compreensão e expressão da língua portuguesa;


                    Objectivos específicos:

   OBJECTIVOS       Sensibilizar para a língua portuguesa;
                    Promover um maior domínio da língua portuguesa;
                    Associar imagens a palavras portuguesas;
                    Identificar objectos em português;
                    Melhorar a confiança na interacção comunicativa;
                    Melhorar a auto-estima;
                    Potenciar a socialização e a integração através do
                    conhecimento da língua portuguesa;
                    Promover interacção com os restantes elementos do grupo;
                    Permitir que através de um maior domínio da língua
                    portuguesa possam encetar o processo de legalização;
                    Promover a interculturalidade e a expressão da criatividade.
                    Grupo de adultos imigrantes de leste que apresentam sérias
   DIAGNÓSTICO      dificuldades na compreensão e expressão da língua
                    portuguesa, o que condiciona as actividades da vida diária e
                    os isola na sociedade portuguesa.
                    Este grupo é detentor de baixa auto estima em virtude de
                    não conseguir emprego adequado aos seus conhecimentos,
                    exercendo          actividades      profissionais       diversas,
                    maioritariamente precárias e temporárias.
                    Alguns elementos deste grupo são imigrantes ilegais mas
                    demonstram vontade de se legalizarem e solicitarem a
                    autorização   de     residência,   necessitando     portanto   de
                    desenvolver competências tanto a nível pessoal como social,
                    especialmente linguística.


                                                                                    6
CARACTERIZAÇÃO       Grupo de 8 participantes: 5 Homens (2 ilegais) e 3 mulheres
DOS PARTICIPANTES (1 ilegal) com idades compreendidas entre os 20 e 35 anos;
                      Os participantes dividem-se em grupos de dois.
                      É efectuada a leitura em voz alta da seguinte história, que
                      servirá de indutor: "Dimitri é um imigrante na tua cidade. Ele

   DINÂMICA DA        chegou há dois meses do seu país, onde estava em perigo

      TÉCNICA         de perder a própria casa e os seus filhos devido às suas
                      condições económicas”
                      Nos grupos já formados anteriormente, é pedido para
                      imaginarem uma história acerca de como Dimitri deixou o
                      seu país e de como está a ser a sua vida no nosso. É pedido
                      que transponham para o papel, com o vocabulário que
                      dispõem, a história por eles imaginada.
                      Devem reflectir acerca de como é a vida de Dimitri,
                      comparar com as próprias vivências, que dificuldades
                      enfrenta, que ajudas dispõe, como aprende a língua
                      portuguesa, se tem emprego e em que área, quais os
                      motivos que o levaram a deixar o país, quem o ajudou, como
                      enfrenta a distância. Para a elaboração da história podem
                      recorrer aos cartões que são disponibilizados na mesa de
                      apoio, podendo e devendo os grupos explorarem a
                      criatividade e com base na história indutora inicial,
                      construírem uma nova história de forma lúdica mas
                      educativa.

                      Após as apresentações das histórias de cada grupo é
                      realizada uma pequena discussão conjunta acerca da
                      história de Dimitri, como é que ela se assemelha com a
                      deles, até que ponto é que a sociedade os auxilia, por
                      exemplo na procura de emprego. Partindo deste ponto,
                      introduz-se os anúncios de emprego e em grupo debate-se o
                      que será mais importante e relevante para a resposta a um
                      anúncio de emprego e consequente entrevista.
     DURAÇÃO          Aproximadamente 30 minutos
 CARACTERIZAÇÃO       Sala ampla, com boa luminosidade dispondo de mesas e
  DO LOCAL IDEAL      cadeiras



                                                                                  7
- Humanos: 1 educador socioprofissional
     RECURSOS               - Materiais: Canetas e/ou lápis, papel, mesas, cartões de
   NECESSÁRIOS              imagens, anúncios com ofertas de emprego
                            - Físicos: sala
                            - Usar cartões com imagens e respectiva glossa;
     VARIANTES              - Permitir a exploração da criatividade não restringindo
                            qualquer desenvolvimento nas histórias;
                            - Utilizar recortes de jornal com ofertas de emprego;


                            - Finalizar a dinâmica com uma reflexão que deverá
                            constituir a avaliação da mesma e o seu grau de satisfação
                            na realização da mesma;
     AVALIAÇÃO              - Reflectirem acerca dos conhecimentos adquiridos;
                            - Enunciarem algumas palavras que adquiriram;
                            - Verbalizam-se as vivências de cada um
                            - Perceber de que forma um maior domínio e compreensão
                            da língua portuguesa os ajudou a aumentar a auto estima;
    DOCUMENTOS              Nenhum documento
                            As mesas deverão ser agrupadas para que os dois grupos
   OBSERVAÇÕES              possam trabalhar a uma certa distância, diminuindo assim o
                            ruído de fundo.
                            Deverá ser colocada uma mesa de apoio ao centro onde se
                            colocarão os cartões de apoio com algum vocabulário.


                            Sitografia complementar:
BIBLIOGRAFIA/SITO
        GRAFIA              http://www.mce.pt/site/index.php?option=com_content&view
                            =article&catid=52%


Nota: O trabalho que se pretende desenvolver não encerrará na presente actividade, uma vez
que seria redutor. Por conseguinte a sensibilização para a língua portuguesa, e a melhoria da
sua expressão e compreensão da língua portuguesa, continuaria com actividades que
focassem as necessidades presentes na vida diária, por exemplo dinâmicas que auxiliassem
no preenchimento de documentos da segurança social, elaboração de um curriculum vitae etc
etc…




                                                                                                8
Conclusão

No âmbito da educação informal e não formal pretende-se trabalhar e
desenvolver as capacidades comunicativas e de entendimento da língua do
país de acolhimento e, de acordo com o evidenciado por CORDEIRO “uma
melhor percepção do fenómeno migratório dependerá, da consciencialização
da sua complexidade. Da consciencialização da sua complexidade resultará
também uma melhor compreensão do fenómeno da imigração…”.
Será através da consciencialização e compreensão, que se percebe a
importância do reforço do ensino da língua portuguesa, para que os imigrantes,
especialmente os ilegais, possam aceder, por exemplo, a documentação que
lhes permita a legalização e o ingresso em instituições de ensino, assim como
à sua consequente integração no mundo do trabalho.
Desta forma afigura-se possível respeitar um dos direitos inegáveis, que é o da
cidadania, que conceptualmente enuncia o conjunto de direitos e deveres a que
um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Desta forma,
ser-se cidadão implica ser um indivíduo équo em relação aos restantes
elementos dessa sociedade.


O atrás exposto infirma o que a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo
Intercultural, Rosário Farmhouse, advogava “Só assim poderemos ascender os
imigrantes ao estatuto de uma cidadania plena, como expressão de maturidade
da sociedade portuguesa no séc. XX”.




                                                                             9
Bibliografia

BAGANHA, Maria Ioannis - coord., Marques, José Carlos, Góis, Pedro,
Imigração Ucraniana em Portugal e no sul da Europa: a emergência de uma ou
várias comunidades? Colecção Comunidades nº 3, ACIDI, Janeiro 2010

DELORS, Jacques, coord. Et al, Educação, um tesouro a descobrir,”IIª parte,
capítulo 4”, Edições Asa, 9ª edição, 2005

FACHADA, M, Odete, Psicologia das Relações Interpessoais, 1º Volume,
Edições Rumo, 6ª edição, 2003

Sitografia

CORDEIRO, José Manuel in Revista Migração, migrações e mercado de
trabalho, nº 2 Abril de 2008, disponível em
http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Revista_2/migracoes2_completo.pdf ,
consultado em 1 de Junho de 2011


FARMHOUSE, Rosário, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Relatório de
imigração, fronteiras e asilo, disponível em
http://sefstat.sef.pt/Docs/Rifa_2009.pdf, Consultado em 27 de Maio de 2011

Resolução do Conselho de Ministros disponível em
http://www.acidi.gov.pt/_cfn/4d346c9b80687/live/Consulte+a+vers%C3%A3o+d
o+Plano+2010-2013+em+portugu%C3%AAs, consultado em 8 de Junho de
2011




                                                                             10

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Planificação da Dinâmica de Grupo

  • 1. Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Educação Jean Piaget / Arcozelo (Decreto-Lei nº 468/88, de 16 de Dezembro) Planificação da dinâmica de grupo Público-alvo – Imigrantes de Leste 4ºSemestre do curso de Educação Socioprofissional Unidade Curricular: MTEGE II Docente: Dr.Carlos Jorge De Sá Pinto Correia Discente: Sandrina Mendes Pereira Valente, nº 43518 Ano lectivo: 2010/2011 Data: 16 de Julho de 2010
  • 2. I Índice Introdução p.1 Enquadramento teórico p.3 Tabela de registo p.6 Conclusão p.11 Bibliografia/sitografia p.12
  • 3. Introdução O presente trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular MTEGE II (Metodologias e Técnicas de Educação Gerais e Especiais II), tendo como finalidade a realização de dinâmicas de grupo, assim como a sensibilização acerca do modo como estas podem levar à promoção do desenvolvimento pessoal e social, bem como serem ferramentas úteis no trabalho de um educador socioprofissional para que assim possa trabalhar na integração de populações, comunidades e grupos socialmente desfavorecidos e excluídos. Este trabalho contempla, numa primeira parte, um enquadramento teórico relativo à problemática que caracteriza o público-alvo, imigrantes de leste, alguns em situação de ilegalidade e com dificuldades acentuadas na verbalização e compreensão da língua portuguesa. É neste âmbito que a presente dinâmica de grupo se enquadra, uma vez que pretende sensibilizar os imigrantes para a língua portuguesa. Numa segunda parte apresenta a ficha de registo da dinâmica de grupo que foi planificada. O educador socioprofissional procura estabelecer um diálogo entre as várias instituições sociais, educativas e a sociedade, nesse sentido, é expectável que na sua prática profissional, baseada numa formação pluridisciplinar, consiga intervir na resolução de problemas sociais e educacionais e prevenir situações de exclusão social no campo individual, colectivo e relacional. Para que a sua intervenção nos diferentes locus em que se encontra seja uma mais-valia, tem que saber respeitar o reportório individual de cada indivíduo de quem interaja consigo, permitindo assim que não sejam feitos juízos de valor que possam comprometer a qualidade da sua intervenção. Deparamo-nos com um processo de globalização crescente que espera que saibamos viver em sociedade, com espírito de comunhão, com capacidades comunicativas, partilha, entreajuda e respeito, o que vai ao encontro do que se preconiza num dos pilares da educação – o saber estar (DELORS, 2005). Esta vertente de consciência social será certamente uma orientação para o futuro que será conseguida através da educação, elemento essencial que articula uma sociedade. 1
  • 4. A educação (formal, não formal e informal) terá cada vez mais que ser um veículo potenciador da cidadania, procurando que desta forma o desenvolvimento humano contemple objectivos comuns, que poderão ser amplamente alcançados através de uma boa comunicação entre todos os intervenientes. Consciente das dificuldades inerentes ao processo de integração na sociedade, o educador socioprofissional poderá intervir de um modo mais assertivo perante situações socialmente desfavoráveis/desfavorecidos, onde alguns indivíduos apresentam dificuldades na expressão verbal, na descodificação ou interpretação da mensagem, devendo assim, potenciar contextos e condições que sejam facilitadores da comunicação. No caso em concreto e uma vez que o público alvo desta actividade é constituído por imigrantes, o trabalhar e desenvolver as capacidades comunicativas e de entendimento da língua do país de acolhimento, confere ao aspecto supra citado uma extrema importância. Teremos, enquanto educadores socioprofissionais, e, através de dinâmicas de grupo, que estar atentos a toda a comunicação não verbal, que não requer o uso de um código linguístico mas que é extremamente rica em informação nomeadamente os gestos, os movimentos corporais que transmitem informação (comunicação cinésica), o tom de voz e a maneira de falar (comunicação paralinguística), as expressões faciais, o toque, o contacto ocular, a expressão corporal, o modo como os indivíduos se colocam espacialmente (comunicação proxémica). Todas estas formas de comunicação são descritas por FACHADA (2003) e são universais, inatas à espécie humana. Todos estes comportamentos acompanham a linguagem verbal e conferem um significado ainda mais profundo à comunicação. Percebendo uma realidade e as suas causas, que, conscientemente ou não, envolve descriminação, quer pelas próprias características do público, por exemplo, crianças/ jovens, adultos, imigrantes, imigrantes ilegais, população desempregada com baixa escolaridade e em risco de exclusão social, assim como toda a sociedade fragilizada e pouco interventiva, quer pela desadequação das ofertas formativas, o educador tem a função e o dever de ajudar todos a participar nas grandes áreas da vida em sociedade. 2
  • 5. Enquadramento Teórico Uma das principais forças motrizes da imigração, assenta na busca de melhores condições de vida, esperando encontrar um trabalho que permita o sustento e que corresponda a uma profissão que dignifique a pessoa e respeite a condição humana. No entanto, e pelas informações que nos chegam através da comunicação social, ou de literatura relativa a esta temática, é possível aferir que a esperança e expectativas iniciais, na maioria dos casos, não serão realizadas. De acordo com a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, é relevante referir que apesar de os imigrantes corresponderem a uma força de trabalho fundamental para o desenvolvimento económico e social dos países de acolhimento, nem sempre encontram o devido reconhecimento do seu contributo, encontrando-se muitas vezes, e independentemente das suas qualificações, nos trabalhos mais precários e perigosos. Decorrendo da resolução do Conselho de Ministros, nº 74/2010, que teve o seu enfoque no acolhimento e integração dos imigrantes, bem como numa nova geração de políticas sociais, foi aprovado o II Plano de Integração dos Imigrantes (2010-2013), que contemplou noventa medidas que pretendem assegurar a plena integração dos imigrantes, nomeadamente nas áreas da língua, cultura, emprego, formação profissional e habitação. No que concerne ao domínio da língua e cultura, que serão alicerces indispensáveis à construção identitária do imigrante assim como à sua integração, o desenvolvimento de cursos de português básico auxilia e potencia o conhecimento da língua portuguesa, e torna-se factores de integração permitindo também, o acesso à nacionalidade, autorização de residência permanente e estatuto residente de longa duração, conforme descrito na medida 7 da supra citada resolução do Conselho de Ministros. Os elevados processos migratórios actuais, entre outros factores podem ser explicados à luz do que é referido por BAGANHA “a facilidade de movimentos no interior do espaço Schengen, a falta de controlo na emissão de vistos de curta duração por parte de alguns países da União Europeia, a industrialização 3
  • 6. da migração organizada a partir da Europa de Leste, normalmente sob o disfarce de denominadas “agências de viagens” que procuramos enquadrar numa emergente indústria de migrações”. Os processos migratórios na actualidade revestem-se de complexidade pois envolvem, e de acordo com o explanado no Relatório de Imigração Fronteiras e Asilo, aspectos como “a globalização, o envelhecimento populacional, a segurança e o terrorismo, o respeito pelos direitos humanos e a luta contra o tráfico de pessoas ou a ajuda ao desenvolvimento e à democracia nos países de origem”. A actual política nacional de imigração pauta-se por quatro grandes eixos, nomeadamente: regulação dos fluxos migratórios, promoção da imigração legal, luta contra a imigração clandestina e integração dos imigrantes (idem). No limiar do novo século ocorreram novos fluxos migratórios do leste europeu, nomeadamente da Ucrânia, que rapidamente se tornou das comunidades estrangeiras com maior representação oficial em Portugal, com 52.293 cidadãos (dados de 2009). A Ucrânia representa 12% do universo de residentes, embora registando uma sensível descida face ao ano transacto (52.494 em 2008). A Roménia manteve em 2009 um crescimento expressivo, atingindo os 32.457 cidadãos (27.769 em 2008), representando 7% dos residentes estrangeiros (6% em 2008) e consolidando a sua posição de Estado Membro da União Europeia com maior número de residentes em Portugal (lugar tradicionalmente ocupado pelo Reino Unido). Entre as comunidades mais representativas, encontra-se a Moldávia, com um total de 20.773 residentes (21.147 em 2008), representando 5% dos estrangeiros em Portugal. Os supra citados dados encontram-se disponíveis no Relatório de Imigração Fronteiras e Asilo. Será relevante referir, e de acordo com o supra citado relatório, de 2008 para 2009, verificou-se um crescimento de cerca de 3 % da população estrangeira em Portugal. Os dados de 2009 divulgados em Junho de 2010 no Relatório de imigração Fronteiras e Asilo, apontam para 454.191 estrangeiros residentes, no entanto, 4
  • 7. estima-se que o número seja consideravelmente superior devido à situação de ilegalidade que muitos imigrantes vivenciam. 5
  • 8. Tabela de registo TEMA Técnica para sensibilizar e melhor compreender a língua portuguesa TÍTULO “À descoberta da língua portuguesa” Objectivo geral: Melhorar a compreensão e expressão da língua portuguesa; Objectivos específicos: OBJECTIVOS Sensibilizar para a língua portuguesa; Promover um maior domínio da língua portuguesa; Associar imagens a palavras portuguesas; Identificar objectos em português; Melhorar a confiança na interacção comunicativa; Melhorar a auto-estima; Potenciar a socialização e a integração através do conhecimento da língua portuguesa; Promover interacção com os restantes elementos do grupo; Permitir que através de um maior domínio da língua portuguesa possam encetar o processo de legalização; Promover a interculturalidade e a expressão da criatividade. Grupo de adultos imigrantes de leste que apresentam sérias DIAGNÓSTICO dificuldades na compreensão e expressão da língua portuguesa, o que condiciona as actividades da vida diária e os isola na sociedade portuguesa. Este grupo é detentor de baixa auto estima em virtude de não conseguir emprego adequado aos seus conhecimentos, exercendo actividades profissionais diversas, maioritariamente precárias e temporárias. Alguns elementos deste grupo são imigrantes ilegais mas demonstram vontade de se legalizarem e solicitarem a autorização de residência, necessitando portanto de desenvolver competências tanto a nível pessoal como social, especialmente linguística. 6
  • 9. CARACTERIZAÇÃO Grupo de 8 participantes: 5 Homens (2 ilegais) e 3 mulheres DOS PARTICIPANTES (1 ilegal) com idades compreendidas entre os 20 e 35 anos; Os participantes dividem-se em grupos de dois. É efectuada a leitura em voz alta da seguinte história, que servirá de indutor: "Dimitri é um imigrante na tua cidade. Ele DINÂMICA DA chegou há dois meses do seu país, onde estava em perigo TÉCNICA de perder a própria casa e os seus filhos devido às suas condições económicas” Nos grupos já formados anteriormente, é pedido para imaginarem uma história acerca de como Dimitri deixou o seu país e de como está a ser a sua vida no nosso. É pedido que transponham para o papel, com o vocabulário que dispõem, a história por eles imaginada. Devem reflectir acerca de como é a vida de Dimitri, comparar com as próprias vivências, que dificuldades enfrenta, que ajudas dispõe, como aprende a língua portuguesa, se tem emprego e em que área, quais os motivos que o levaram a deixar o país, quem o ajudou, como enfrenta a distância. Para a elaboração da história podem recorrer aos cartões que são disponibilizados na mesa de apoio, podendo e devendo os grupos explorarem a criatividade e com base na história indutora inicial, construírem uma nova história de forma lúdica mas educativa. Após as apresentações das histórias de cada grupo é realizada uma pequena discussão conjunta acerca da história de Dimitri, como é que ela se assemelha com a deles, até que ponto é que a sociedade os auxilia, por exemplo na procura de emprego. Partindo deste ponto, introduz-se os anúncios de emprego e em grupo debate-se o que será mais importante e relevante para a resposta a um anúncio de emprego e consequente entrevista. DURAÇÃO Aproximadamente 30 minutos CARACTERIZAÇÃO Sala ampla, com boa luminosidade dispondo de mesas e DO LOCAL IDEAL cadeiras 7
  • 10. - Humanos: 1 educador socioprofissional RECURSOS - Materiais: Canetas e/ou lápis, papel, mesas, cartões de NECESSÁRIOS imagens, anúncios com ofertas de emprego - Físicos: sala - Usar cartões com imagens e respectiva glossa; VARIANTES - Permitir a exploração da criatividade não restringindo qualquer desenvolvimento nas histórias; - Utilizar recortes de jornal com ofertas de emprego; - Finalizar a dinâmica com uma reflexão que deverá constituir a avaliação da mesma e o seu grau de satisfação na realização da mesma; AVALIAÇÃO - Reflectirem acerca dos conhecimentos adquiridos; - Enunciarem algumas palavras que adquiriram; - Verbalizam-se as vivências de cada um - Perceber de que forma um maior domínio e compreensão da língua portuguesa os ajudou a aumentar a auto estima; DOCUMENTOS Nenhum documento As mesas deverão ser agrupadas para que os dois grupos OBSERVAÇÕES possam trabalhar a uma certa distância, diminuindo assim o ruído de fundo. Deverá ser colocada uma mesa de apoio ao centro onde se colocarão os cartões de apoio com algum vocabulário. Sitografia complementar: BIBLIOGRAFIA/SITO GRAFIA http://www.mce.pt/site/index.php?option=com_content&view =article&catid=52% Nota: O trabalho que se pretende desenvolver não encerrará na presente actividade, uma vez que seria redutor. Por conseguinte a sensibilização para a língua portuguesa, e a melhoria da sua expressão e compreensão da língua portuguesa, continuaria com actividades que focassem as necessidades presentes na vida diária, por exemplo dinâmicas que auxiliassem no preenchimento de documentos da segurança social, elaboração de um curriculum vitae etc etc… 8
  • 11. Conclusão No âmbito da educação informal e não formal pretende-se trabalhar e desenvolver as capacidades comunicativas e de entendimento da língua do país de acolhimento e, de acordo com o evidenciado por CORDEIRO “uma melhor percepção do fenómeno migratório dependerá, da consciencialização da sua complexidade. Da consciencialização da sua complexidade resultará também uma melhor compreensão do fenómeno da imigração…”. Será através da consciencialização e compreensão, que se percebe a importância do reforço do ensino da língua portuguesa, para que os imigrantes, especialmente os ilegais, possam aceder, por exemplo, a documentação que lhes permita a legalização e o ingresso em instituições de ensino, assim como à sua consequente integração no mundo do trabalho. Desta forma afigura-se possível respeitar um dos direitos inegáveis, que é o da cidadania, que conceptualmente enuncia o conjunto de direitos e deveres a que um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Desta forma, ser-se cidadão implica ser um indivíduo équo em relação aos restantes elementos dessa sociedade. O atrás exposto infirma o que a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, advogava “Só assim poderemos ascender os imigrantes ao estatuto de uma cidadania plena, como expressão de maturidade da sociedade portuguesa no séc. XX”. 9
  • 12. Bibliografia BAGANHA, Maria Ioannis - coord., Marques, José Carlos, Góis, Pedro, Imigração Ucraniana em Portugal e no sul da Europa: a emergência de uma ou várias comunidades? Colecção Comunidades nº 3, ACIDI, Janeiro 2010 DELORS, Jacques, coord. Et al, Educação, um tesouro a descobrir,”IIª parte, capítulo 4”, Edições Asa, 9ª edição, 2005 FACHADA, M, Odete, Psicologia das Relações Interpessoais, 1º Volume, Edições Rumo, 6ª edição, 2003 Sitografia CORDEIRO, José Manuel in Revista Migração, migrações e mercado de trabalho, nº 2 Abril de 2008, disponível em http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Revista_2/migracoes2_completo.pdf , consultado em 1 de Junho de 2011 FARMHOUSE, Rosário, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Relatório de imigração, fronteiras e asilo, disponível em http://sefstat.sef.pt/Docs/Rifa_2009.pdf, Consultado em 27 de Maio de 2011 Resolução do Conselho de Ministros disponível em http://www.acidi.gov.pt/_cfn/4d346c9b80687/live/Consulte+a+vers%C3%A3o+d o+Plano+2010-2013+em+portugu%C3%AAs, consultado em 8 de Junho de 2011 10