O documento discute a espiritualidade mundial ao longo da história, dividindo-a em três fases principais: 1) A fase das explicações sagradas, 2) A fase das explicações racionais que substituíram as religiosas, 3) A fase pós-moderna da ressacralização da sociedade. Ele também aborda os desafios da igreja na pós-modernidade.
3. O cenário histórico da espiritualidade mundial passou por três grandes fases
(esta classificação corre o risco inerente a toda classificação e periodização): a
primeira, a FASE DAS EXPLICAÇÕES SAGRADAS, mediante as quais a
natureza, o homem e a sociedade eram interpretados sob a ótica (premissa)
religiosa. Nada mais além da compreensão mística explicava o mundo, e fora
desta explicação nenhuma outra sobrevivia. Essa fase nasce com o tribalismo
primitivo das mais rudimentares formas de associações humanas, é continuada
com o surgimento das civilizações e homogeneizada pelo cristianismo do século
IV ao século XV.
4. A SEGUNDA FASE SUBSTITUI AS EXPLICAÇÕES RELIGIOSAS PELAS EXPLICAÇÕES
RACIONAIS – dilaceramento do sagrado. É decretada a morte de Deus. Nela,
apenas o argumento racional tem validade. A razão última da filosofia clássica
que buscava, no Espírito Absoluto as explicações para o cosmo, é descartada.
Não existe outra razão senão a humana, e nada existe fora da razão (este
argumento colocava a manifestação religiosa em pé de igualdade com a
ignorância, a alienação, a estupidez); é bem verdade que há um tipo de
religiosidade que pode ser comparada a isto ou a coisa pior. Com advento do
racionalismo e o consequente advento da MODERNIDADE, (tem, portanto início
aproximadamente no século XVI), passou-se a rejeitar a realidade como uma
condição imposta pela natureza (algo dado) e passou-se a afirmar o homem
como um ser capaz de transformar a realidade.
5. A MODERNIDADE teve como pilares a
ascensão da burguesia (abertura do comércio
mundial, a indústria manufatureira) aliada ao
desenvolvimento da crença na capacidade do
conhecimento como único elemento
transformador da realidade, a partir de
Francis Bacon (1561-1626).
Dois outros fatores de grande significado para
consolidação da modernidade foram a
Reforma protestante (que contrapôs-se a
cosmovisão unitária da Igreja, rachando o
pensamento religioso da Europa) e a
revolução industrial.
6. O modernismo padeceu
internamente quatro grandes crises:
• Era positivista = cria no progresso linear através da arte e da ciência
(determinismo histórico);
• Era tecnocêntrico = porque alimentava ingenuamente a perspectiva da máquina
como mito eficiente capaz de realizar todas as aspirações da humanidade;
• Era racionalista = porque não conhecia outra forma de representar o mundo senão
pela linguagem da razão;
• Era imposta = como pensamento de uma elite de planejadores, artistas, arquitetos
críticos. Com isto fomentou a ditadura da tecno-burocracia e do autoritarismo
estatal. Isto produziu o chamado desencanto com a modernidade?
7. A terceira fase é a chamada ressacralização
da sociedade na pós-modernidade.
O pós modernismo emerge na história
humana em algum ponto entre 1968 e 1972
sob a paternidade dos movimentos
estudantis na Europa e atlântico norte, da
contra cultura de resistência dos
movimentos pacifistas e da rejeição do
status quo (a exemplo do movimento
mundial de Hippies), das artes inspiradas
na teoria do absurdo de Nietzsche (enfatiza
o caos da vida moderna e a impossibilidade
de lidar com ela com o pensamento
racional); e do novo pensamento científico
tendo como expoentes Habermas, e Karl
Popper que negam o saber absoluto e
afirmam o saber relativo. Popper afirma
que “não sabemos, conjecturamos.”
A partir do início da década de 70 o mundo
pode constatar uma avalanche de
mudanças de ordem cultural, política e
econômica:
8. As bases se sustenta o pensamento pós-moderno.
• o pluralismo (culto das diferenças);
• a efemeridade (culto das emoções);
• a fragmentaridade (culto das divisões);
• a alteridade (culto das mudanças);
• o desconstrucionismo (culto à relatividade);
• a divergência (culto à suspeita);
• a instantaneidade (culto da superficialidade do momento)
9. Observe que o pensamento pós-moderno transita em meio ao diferente, ao
divergente e ao múltiplo, justapondo-os, reconhecendo nas partes a constituição
autêntica da realidade social. Essa nova perspectiva redescobre o místico, os valores
transcendentais e a racionalidade religiosa, atribuindo ao sagrado um lugar
específico na configuração da vida social, mas ao mesmo tempo negando a
prioridade dos valores espirituais sobre os demais.
10. A relação de uma espiritualidade bíblica na sociedade pós-moderna deveria levar-
nos a percorrer pelo menos quatro caminhos.
• o primeiro caminho: A afirmação da intransitoriedade da revelação de Deus e a
validade supra-temporal das escrituras.
• o segundo caminho: A rejeição do dogmatismo sectarizado evangélico expresso na
indagação: a igreja tem algo a aprender e acertos estratégicos a fazer em relação ao
pensamento pós-moderno?
• o terceiro caminho: As influências negativas da pós-modernidade no conteúdo da fé
protestante – adoção de medidas profilácticas.
• o quatro caminho: Reafirma o caráter inegociável da doutrina neo-testamentaria
fundamentada na ética de Jesus e na doutrina apostólica.
11.
12. A vida é relacionamento, o resto não passa de
detalhe.
Essa é a maior verdade.
Tudo na vida que realmente importa resume-se aos
relacionamentos.
_ Dr. Gary Smalley
13. 50 anos atrás, Maslow pesquisou motivação
humana e descobriu que as necessidades
impulsionam a motivação.
Desde nossas necessidades mais básicas de
alimentação, vestimenta, abrigo, segurança
e ou as nossas mais sofisticadas necessidades
de satisfação do ego e auto realização, somos
impulsionados para preencher essas
necessidades.
Normalmente, experimentamos alguma tensão
interna (por exemplo, a tensão da fome quando
precisamos comer), até que a necessidade
seja satisfeita. Esta tensão nos motiva
constantemente, até que a necessidade
seja satisfeita.
Auto-realização
Autoestima
reconhecimento,
respeito
Pertencer
amizade, família, trabalho em
equipe
Segurança
segurança pessoal e financeira, saúde
Fisiológico
respiração, água, sono, alimentação, roupas, calor
14. Os outros Eu
Deus
Harmonia
Saudável
Complexado Solitário
Você foi feito para
três tipos de
relacionamentos:
com os outros, com
você mesmos e
com Deus.
Os relacionamentos
não são uma opção
15. Romanos 15.1
1 Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as
fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.
Expulsemos o espírito de Procusto de nossas vidas e que flua
em nós o Espírito de Deus, que criou pessoas de estatura
alta e baixa, gordos e magros, negros e brancos, mulheres e
homens, ricos e pobres, ilustres e desconhecidos,
inteligentes e sábios, doutores e os que detêm só o
conhecimento popular etc.,
Aprendamos então a conviver com as diferenças,
respeitando a individualidade e a forma que cada
um vê o mundo no Senhor.
16. Criando um ambiente relacionamento harmonioso
1. Respeite o muro;
2. Honre os outros;
3. Não julgue;
4. Valorize as diferenças;
5. Seja digno de confiança.
Romanos 13.7
7 Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
Romanos 12.10
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em
honra uns aos outros;
17. É fácil trocar palavras, desafie-se a
interpretar o silêncio...
É fácil caminhar lado a lado, desafie-
se a saber como se encontrar...
É fácil beijar o rosto, desafie-se a
chegar ao coração...
É fácil apertar as mãos, desafie-se a
reter o calor...
E então você experimentará a
plenitude dos relacionamentos.
18. Princípios Bíblicos para um Bom Relacionamento
• 1. Saiba ouvir (Pv 18.13).
• 2. Não se apresse para falar (Pv 19.2; 17.28).
• 3. Fale pouco (Pv 10.19; 13.3; 12.18).
• 4. Fale coisas boas das pessoas (Pv 16.24; 16.28; 20.19).
• 5. Não atice (fomente) conversas (Pv 30.33; 26.20,21).
• 6. Fale pouco de si mesmo (Pv 27.2).
19.
20. Vocação, Igreja e Missão: A
Espiritualidade a serviço da
igreja e do próximo.
21. Vocação
O que é Vocação:
Vocação é um termo derivado do verbo no latim
“vocare” que significa “chamar”. É uma
inclinação, uma tendência ou habilidade que leva
o indivíduo a exercer uma determinada carreira
ou profissão.
Vocação é uma competência que estimula as
pessoas para a prática de atividades que estão
associadas aos seus desejos de seguir
determinado caminho.
Por extensão, vocação é um talento, uma aptidão
natural, um pendor, uma capacidade específica
para executar algo que vai lhe dar prazer.
22. A caminhada da igreja no mundo é o exercício de sua vocação. A igreja
tem por finalidade última, na história e na eternidade, a adoração a Deus,
glorificando-o pela pregação e vivência do evangelho, em todas as esferas
da existência e da ação humana. Ela o faz de modo particular e público,
individual serviço que glorifica a Deus através da vida e dos atos de seus
membros é a essência de sua vocação. A Reforma Protestante resgatou a
doutrina do sacerdócio universal dos crentes, não apenas produzindo um
rompimento com a corroída estrutura romana distante das Escrituras e seu
modo distorcido de servir ao Senhor, mas impulsionando a vida orgânica
integral do corpo de Cristo na terra.
23. Daí se segue que leigos, sacerdotes, bispos ou como dizem,
espirituais e seculares, no fundo verdadeiramente não têm
qualquer diferença senão em função do cargo ou da
ocupação, e não pela sua classe, pois todos eles são de
classes espirituais, autênticos sacerdotes, bispos e papas.
Contudo, nem todos têm a mesma ocupação, assim também
entre os sacerdotes e monges nem todos tem a mesma
ocupação.
(Martinho Lutero)
24. O conceito de “sacerdócio universal” da Reforma não denigre de forma alguma o oficio
pastoral, como geralmente se pensa, nem ensina que pastores e cooperadores da igreja
são desnecessário tão pouco afirma que qualquer pessoa possa apresentar sua própria
teologia. Pelo contrário, ela ensina que o oficio pastoral é uma vocação, um chamado de
Deus com sua autoridade, suas responsabilidades específicas e suas bênçãos.
Observando a funcionalidade do corpo de Cristo, inclusive o exercício do dom pastoral e de
todas as demais atividades exercidas pelos salvos em sua caminhada, percebe-se que o
exercício funcional não interfere na condição sacerdotal em Cristo.
É possível e necessário observar pessoas servindo como sacerdotes, sem, contudo destituí-
las das funções em que foram colocadas pelo Espírito para crescimento do próprio corpo.
Lutero restaurou a sistemática do verdadeiro do verdadeiro modelo orgânico conforme o
ensino do apóstolo Paulo no Novo Testamento, observando o escrito apostólico quanto ao
funcionamento do corpo de Cristo e o serviço sacerdotal de todos os crentes (Efésios 4 e
1Pedro 2)
25. Vocação e Pós-Modernidade
O ministério pastoral no cenário religioso
brasileiro vem sofrendo transformações nos
aspectos da sua função social. A função social
dos pastores foi alterada por causa do
surgimento de profissionais que ocuparam o
espaço anteriormente destinado aos pastores na
vida dos membros de suas comunidades,
ocorrendo à perda de legitimidade social que é
um grande desafio enfrentado por estes líderes.
Entretanto, na atualidade, os pastores têm tido
uma influência e presença mais forte na
liderança política. Eles são carismáticos e têm
bom desempenho nos meios de comunicação e
mídia. Contudo, o conceito de vocação sagrada
para
o pastorado também sofre mudanças, o que tem
implicações no exercício ministerial e na função
social. O processo de secularização transmutou a
concepção de vocação sagrada do pastorado.
Portanto, procura-se entender nesta pesquisa
como a secularização da vocação sagrada tem
impactado as lideranças evangélicas brasileiras.
27. Igreja. Vemos esta palavra por toda a
parte. Algumas pessoas usam “igreja” para
descrever um belo edifício no centro de
uma praça proeminente. Outros a usam
para descrever uma organização religiosa
mundial, completa com regiões, distritos e
dioceses. As definições confusas de igreja,
em nosso tempo, muitas vezes vedam o
significado original desta palavra quando
aplicada, no Novo Testamento, ao povo de
Deus. Neste artigo, examinaremos
brevemente o significado de “igreja” na
Bíblia.
28. Igreja é um edifício construído com blocos
e cimento? Não. É um edifício construído
com pedras vivas. “Também vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados
casa espiritual para serdes sacerdócio
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por
intermédio de Jesus Cristo”(1 Pedro 2:5).
Estas pedras vivas são chamadas santos e
são membros da família de Deus: “Assim, já
não sois estrangeiros e peregrinos, mas
concidadãos dos santos, e sois da família
de Deus, edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no
qual todo o edifício, bem ajustado, cresce
para santuário dedicado ao Senhor, no
qual também vós juntamente estais sendo
edificados para habitação de Deus no
Espírito” (Efésios 2:19-22).
29. A IGREJA E OS DESAFIOS
NA PÓS-MODERNIDADE
SECULARIZAÇÃO
GERAÇÃO NOVIDADE
INDIFERENÇA RELIGIOSA
SEXUALIDADE
DESENFREADA
30. DERROTANDO O
PÓS-MODERNISMO
A VERDADE
CORAGEM DE ANDAR
NA VERDADE
BASES DA NOSSA FÉ
Nós, cristãos, cuja tarefa é ser “sal da terra”, devemos dar sabor e preservar os valores que
restauram a vida. Eis o nosso desafio: “recuperar os valores perdidos”.
São eles:
36. Não tem como a igreja prosseguir sem seguir os exemplos
deixados por seus percussores, homens chamados por Deus para
uma missão. Precisamos retornar as primeiras obras, a vida
cristã é a prática diária dos ensinamentos de Jesus, como o
trabalho desenvolvido pelos irmãos, sobre os heróis da fé, havia
entre todos algo comum, oração, jejum e leitura da palavra,
somando a pratica de tudo que era aprendido, estratégias para
vencer na pós- modernidade só pode ser revelada através dessas
três atitudes. Viva a plenitude de uma Vida Cristã frutífera.
37. Bibliografia:
BEZERRA, Durvalina. Ministério Cristão e a espiritualidade. Belo Horizonte: Betânia, 2009.
PACKER. J. I. O Conhecimento de Deus. Ed. Mundo Cristão, 2005
STOTT, J. R. W. Cristianismo Básico. Cultura Cristã, 2006
LLOYD-JONES, Martim. O soldado cristão. São Paulo: PES, 1991
Professor Sebastião Luiz Chagas