Apresentação realizada por Ana Rita Sá Carneiro (Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE) no Seminário sobre a Cobertura Vegetal na paisagem do Sítio Histórico de Olinda, em 04/10/2011.
Manual de Identidade Visual - Prefeitura de Olinda - 2013
A Paisagem do Sítio Histórico de Olinda: Conceito e Conservação (Ana Rita Sá Carneiro)
1. Ana Rita Sá Carneiro Laboratório da paisagem UFPE A paisagem do Sítio Histórico de Olinda: conceito e conservação Olinda, outubro 2011
2. Paisagem do Sitio Histórico de Olinda vista da confluência dos rios Capibaribe/Beberibe: as colinas e a vegetação
3. Paisagem do Sitio Histórico de Olinda: a vegetação/jardins, a igreja, o casario histórico, o mar, as pedras, o relevo e além do que se vê: o equilíbrio, a composição, a história, a cor,
4. 1656: Paisagem brasileira – Frans Post 1641: Mulher Mameluca Albert Eckhout Paisagens e jardins: pinturas dos holandeses
7. A noção de paisagem no Ocidente começa com a pintura – século XVII : Landscape: landshaft: forma da terra Paysage vem de pays: país, região Aproximações com natureza; região; sensação estética; campo; rio; bosque; montanhas, construções. Meio ambiente: montanha, rio, construções. A paisagem se constitui de formas criadas por idéias e valores: literária, musical, pictórica. A paisagem tem: forma e estrutura (articulação, função); e intenção (algo que me envolve física e emocionalmente).
9. Século XIX: paisagem geográfica Paisagem é moldada pelo homem e pelas manifestações dos fenômenos da natureza: vulcão, terremoto, chuva. Século XX: paisagem cultural (Sauer, 1925): as montanhas, os jardins e cidades são moldados pelos vulcões, chuvas, plantas, animais, mãos e mentes humanas. Legislação, políticas públicas, planos.
10. Meio ambiente e paisagem Meio ambiente : elementos naturais e construídos – plano objetivo Paisagem está no plano subjetivo ; é criação do homem.
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13. O que é um jardim ? O jardim é um local onde o homem pode mostrar seu controle da natureza – se preferirem sua amizade para com ela – pelo reconhecimento de sua dependência da natureza(Marx, 1962) Lugar de prazer: paz e serenidade (nosso imaginário) de festas e brincadeiras de reclusão: claustro de exibição do poder do soberano de expressão da liberdade
14. Orlande y Maugis de Renaud de Montauban, 1468 – O jardim do amor (Impelluso, 2007) Jardim medieval: lugar de prazer
15. Jardim medieval : lugar de reclusão Herbarium, 1470-1475, Pierpont Morgan Library, New York (Impelluso, 2007).
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17. Jardim de Friburgo: Nassau, 1642 – Reconstituição por Liana Mesquita a partir da planta e vistas de Post e Wagner
21. Valor universal excepcional – Olinda (1982) ( Pedrosa, 2011 ) Relação entre o conjunto construído e a vegetação exuberante que o emoldura Tipologias e elementos estilísticos do conjunto arquitetônico Topografia Manifestações populares
36. Horto D’El Rey; Convento de São Francisco, do Carmo, Igreja do Monte, Sítio Seu Reis (Jong, 2006)
37. Horto D’El Rey; Convento de São Francisco, do Carmo, Igreja do Monte, Sítio Seu Reis Como era a ocupação no momento da criação do Jardim Botânico de Olinda (1811)?
38. Michel Parent , consultor da UNESCO(1967) ao defender a preservação como patrimônio da humanidade 1982: “Olinda não é uma cidade, é um jardim transbordante de obras de arte , e que não cessa de polarizar e de perseguir a imaginação dos artistas” Ferdinando Novaes, 1990 (Olinda: evolução urbana): O Jardim Botânico de Olinda é criado pela Carta Régia de 1798 com a finalidade de fazer uma sementeira de árvores.
39. Jardim é em sua essência natureza organizada subordinada às leis arquitetônicas. O jardim moderno comporta vários objetivos: higiene, educação e arte (Marx, 1935) Segundo Burle Marx o jardim público influencia o jardim privado. Sendo o jardim uma manifestação de arte tem sua função educativa de instruir as pessoas a respeitar a natureza.
40. Desenho Burle Marx, 1935 Natureza organizada Plantas da Amazônia Planta: Unidade Ordem Reclusão Ritmo Cor Luz Textura Movimento Profundidade Verticalidade Praça de Casa Forte (princípios projetuais) Paisagem
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42. Desenho de Burle Marx, 1935. Ampla distribuição fitogeográfica Amazônia Exóticas Unidade Ordem Simetria Praça de Casa Forte
43. Plantas da Mata Atlântica e plantas exóticas Desenho de Burle Marx, 1935 Higiene, educação e arte Praça de Casa Forte
45. No Jardim Botânico de Olinda foram introduzidas plantas européias, indianas e africanas além de outras do interior do Brasil (Novaes, 1990) Início do século 20: Pereira da Costa faz uma relação de aproximadamente 85 espécies: frutíferas e outras: pitangueira, mangueira, fruta pão, jaqueira, carambola, abacate, babosa, melaleuca,etc. 1983 (Montenegro Filho): mangueira, coqueiros, tamarindos, fruta-pão, jambeiros (India). E poucas nativas: araça, mangaba, guabiraba, abiu, massaranduba . Isso influenciou o plantio nos quintais.
46. Vista do Horto para o litoral norte (Liesbeth de Jong ,2006)
47. No Jardim Botânico de Dahlem, em 1928, Burle Marx começa a compreender a potencialidade das plantas brasileiras observando as associações entre elas, o que possibilitaria a composição do jardim, entendida como uma totalidade (Duarte, 2011)
48. Jardim Botânico de Dahlem – Berlim Estufas organizadas pelo botânico Adolph Engler (1928-29)
49. Pintura feita por Burle Marx na Alemanha em 1929 “ Quando me perguntam onde percebi as qualidades estéticas dos elementos autóctones da flora brasileira, aonde fui haurir a vontade de construir, com plantas nativas desta terra, uma ordem inteiramente nova de composição plástica, francamente só me resta responder que isso aconteceu estudando pintura numa estufa de plantas tropicais brasileiras do Jardim Botânico de Berlim” (Marx in Leenhardt, 1996).
53. Segundo Jokilehto (2009): Delimitação da paisagem urbana histórica : Características definidas pelas vistas distantes que tenham valor paisagístico ou a partir das relações visuais que se quer preservar. Pode ser definido a partir de um passeio a pé ou de carro de forma vagarosa e se basear na identificação de elementos significativos. A área de proteção será o polígono que resultar da ligação entre essas paisagens. Critérios: qualidades estéticas e visuais e história.
54. Experiência sequencial para a percepção do jardim e da paisagem : Disposição de pontos de vista ou visada, a partir de um passeio técnico, que recortam ou enquadram paisagens segundo ângulos privilegiados; Também devem ser registrados vistas de dentro do jardim para fora guardando imagens de paisagem a serem preservadas.
56. Estudo de Jokilehto (2009) sobre definição e conservação da paisagem urbana histórica : se reporta a Bernardo Secchi quando compara uma cidade a um jardim: Art. 9 da Carta de Florença / a preservação do jardim histórico depende de sua identificação e levantamento dos seus componentes. Impõe intervenções diferenciadas que são a manutenção, a restauração…….A autenticidade depende tanto do projeto e volumetria de suas partes quanto dos elementos decorativos, da escolha das plantas ou materiais inorgânicos que o constituem.
64. 3. Aspectos da Paisagem Atual 3.1Estudo Arquitetônico Mobiliário, infraestrutura, revestimento e traçado Praça Euclides da Cunha, Recife
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66. Excursões 1a excursão : Nordeste brasileiro Pesquisa anterior sobre as províncias botânicas Observação in-loco para a compreensão das associações vegetais Heliconia burle-marxii
67. Desenho de Burle Marx, 1935. O Jardim Brasileiro Tema: caatinga Praça Euclides da Cunha
68. Desenhos de Burle Marx, 1935. Plantas da caatinga : Dahlem e “Os Sertões” Praça Euclides da Cunha
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74. Depois da restauração, 2004 Árvores plantadas: 52 Durante a restauração, 2003 Árvores retiradas: 25 Praça Euclides da Cunha
75. 1935 2004 Praça Euclides da Cunha Fenômeno: muitos significados
85. Ameaças ao jardim: construções, legislação. Plano de gestão da conservação Perfis longitudinal e transversal da Praça de Casa Forte, Recife. Cortes esquemáticos AA’ e BB’ . Fonte: MARQUES, BARRADAS E NASCIMENTO JR.,2007
86. 1999 Praça da República e Jardim do Campo das Princesas
93. Jardins botânicos são instituições que guardam coleções documentadas de plantas vivas, visando à pesquisa científica, à conservação, à exposição e à educação (Natureza e Arte n.4,junho 2010).
94. Jardins Botânicos no Brasil (desde século 18) Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Jardim Botânico de Belém Jardim Botânico de Curitiba
100. Seria ele (o jardim) justamente o paradigma de todas as construções que depois passei a chamar de “paisagens”? (Cauquelin, 2004) Desenho de Burle Marx Árvore: Chloroleucon tortun