Além de abordar as alterações na composição dos setores de atividade económica, este trabalho inclui um número razoável de mapas distorcidos que ajudam a perceber as assimetrias entre os dois principais grupos de países, os desenvolvidos e os em desenvolvimento.
1. A S AT I V IDA DES
E C O N ÓM ICAS
Tipos de recursos
Setores de atividade económica
2. As atividades económicas: o que são?
Resultados da combinação dos fatores produtivos (mão-de-obra,
matérias-primas, equipamentos, etc.), com vista à produção de
bens e serviços.
A produção de bens (tudo o que é próprio para satisfazer uma
necessidade) implica a utilização de recursos e, necessariamente,
a sua obtenção e transformação.
Os recursos são bens que são usados para produzir outros bens.
Na maioria dos casos, os recursos são limitados. O acesso à sua
aquisição gera interdependência entre Estados e alimenta, muitas
vezes, tensões entre os governos.
3. Como classificar as atividades económicas?
• Tradicionalmente,
agrupavam-se em
Secundário:
Indústria transformadora,
Produção de energia e água
Construção civil e Obras
públicas
três setores:
Primário:
Terciário:
Agricultura, Pecuária
Silvicultura
Pesca, Caça
Atividades extrativas
Comércio, Transportes,
Saúde, Educação,
Banca, Seguros
Prestação de serviços
Setores
de
atividade
6. Quais as alterações à composição dos setores de
atividade?
Segundo alguns autores:
As atividades extrativas devem ser consideradas como indústrias integrando,
por isso, o setor secundário. Porquê?
Os minérios e as rochas extraídas das minas ou pedreiras são sujeitos a
tratamento à saída das mesmas. Logo, dizem, se há transformação trata-se de
um tipo de indústria transformadora.
Em Portugal, as estatísticas publicadas pelo INE (Instituto Nacional de
Estatística) já considera a atual inclusão da atividade extrativa no setor
secundário, como se pode ver nos dois diapositivos seguintes.
7. Fonte: INE - Estatísticas do Emprego - 3.º Trimestre de 2013
Ano de Edição: 2013
8. Como podemos constatar
na consulta à
”Classificação
Portuguesa das
Atividades Económicas,
Revisão3” publicada
pelo INE, as indústrias
extrativas já não são
incluídas na secção A,
secção que corresponde
ao setor primário
tradicional.
No diapositivo anterior, vemos que as atividades incluídas nas secções de B a F,
constituem, atualmente, o setor secundário tradicional.
De G a U, são classificadas as diversas atividades do setor terciário.
Fonte: INE – Tema D Economia e Finanças – Classificação Portuguesa das Atividades Económicas – Rev3
9. Quais as alterações à composição dos setores de
atividade?
Outros autores consideram que se deveria criar um novo setor, o setor
quaternário. Porquê?
Se atendermos às várias atividades incluídas no setor terciário verificaremos
que, algumas delas, implicam profissionais altamente qualificados.
Com a chamada Era do Conhecimento a gestão e troca de informação, a
educação, a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias da informação e da
comunicação são atividades que se destacam pelas competências
específicas que exigem aos profissionais que as desenvolvem.
(Um pequeno exemplo: muitos de nós usamos PC´s. Pouquíssimos serão os que têm capacidade para desenvolver
software para ser utilizado nos PC´s)
10. As atividades ditas de “Conhecimento” trabalham com uma matéria-prima
específica – a informação – e o processo de produção que desenvolvem
depende da capacidade de raciocínio dos profissionais responsáveis.
As atividades ligadas ao “Conhecimento” servem para distinguir o grau de
desenvolvimento de um país.
População ativa por ocupação
(%)
Lugar
IDH
Média de
anos
de estudo
EUA
3º
0,937
13,3
43 480
0,7
20,3
79,0
Japão
10º
0,912
11,6
32 545
3,9
26,2
69,8
Canadá
11º
0,911
12,3
35 369
2,0
19,0
79,0
Coreia do Sul
12º
0,909
11,6
28 231
6,2
23,8
70,0
Portugal
43º
0,816
7,7
19 907
11,7
28,5
59,8
Bolívia
108º
0,675
9,2
4 444
32,0
20,0
48,0
Índia
136º
0,554
4,4
3 285
53,0
19,0
28,0
IDH 2013
País
Rendimento
nacional per capita
(em dólares, PPC)
Primário
Secundário
Terciário
Fontes: Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 e The World Factbook 2013
11. Como se classificam os recursos naturais e qual a sua utilidade?
Recursos não
renováveis
Recursos renováveis
Recursos
inesgotáveis
• Recursos do subsolo cuja renovação sucede ao fim de milhares
de anos
• Incluem as rochas, os minerais metálicos e não metálicos
• Constituem matérias-primas para a indústria
• Alguns constituem fontes energéticas fósseis (carvão, petróleo)
• Recursos existentes à superfície da Terra: recursos hídricos,
radiação solar, fauna (pesca e guano), vegetação natural.
• Recursos com capacidade de regeneração num curto espaço de
tempo à escala humana
• Alguns são também fontes energéticos: água, madeira, sol
• Recursos que, além de renováveis, não correm o risco de se
esgotarem mesmo que explorados intensivamente
• Recursos com capacidade constante de regeneração constituindo
fontes energéticas: energia solar, energia eólica, energia das
marés, energia das ondas
12. Mapas distorcidos
Publicados em www.worldmapper.org, os mapas que se seguem permitem
verificar os contrastes entre continentes, países e regiões a diversos níveis
e entre os dois grupos de países que se opõem quanto ao grau de
desenvolvimento económico e social. As assimetrias revelam-se,
igualmente, na distribuição geográfica dos recursos naturais. Estas
desigualdades justificam a cada vez maior dependência entre os países e
as regiões.
13. Recursos hídricos – apenas é considerada a quantidade de água doce. Onde chove mais, de princípio, existe
uma maior quantidade de recursos hídricos. Como podemos ver neste mapa distorcido, é na América do Sul e na
região Ásia-Pacífico que se registam as mais elevadas quotas de água disponível. Climaticamente, são as
regiões que correspondem aos climas equatorial (Amazónia e Insulíndia) e tropical húmido.
14. Florestas – As áreas florestais mais extensas no inicio deste milénio encontravam-se na Federação Russa, no
Brasil e no Canadá. Em África, destacam-se Angola e a República Democrática do Congo
15. Exportação de petróleo – neste mapa distorcido é evidente o primeiro lugar ocupado pelos países árabes
produtores de petróleo. Noruega, Venezuela, Nigéria e México são outros produtores com destaque. O Japão, o
Sul da Ásia e o Sudeste de África não foram contemplados com a existência de quaisquer jazidas petrolíferas.
16. Exportações químicas – Existe uma enorme variedade de produtos, tais como tintas, perfumes, fertilizantes,
pesticidas e sabão. O fabrico destes produtos concentra-se nas regiões mais desenvolvidas tecnologicamente.
Não admira, portanto, o papel evidenciado pelos países da Europa Ocidental, do Japão e dos EUA.
Pelo contrário, a América Latina, África e a maioria do continente asiático revelam o seu atraso económico e
industrial.
17. Produção de eletricidade – a eletricidade é produzida a partir de variadas fontes: hidroelétrica, carvão, petróleo,
gás, nuclear, geotérmica, solar, eólica, das marés e das ondas. Em 2002, foram produzidos 2 584 horas de
quilowatts de eletricidade por habitante da Terra. As assimetrias mostram que o Benin e o Togo produziram 10 e 11
quilowatts-hora por pessoa. Noruega e Islândia produziram cerca de 3 000 vezes mais por pessoa e por ano.
18. Publicação de artigos científicos – Física, biologia, química, matemática, medicina clínica, engenharia, tecnologia
e ciências da Terra e do espaço são exemplos de áreas científicas investigadas nos países mais ricos da Europa
Ocidental, da América do Norte e do Japão. Os continentes africano e sul americano são insignificantes na
produção de artigos científicos relativamente aquelas três áreas geográficas atrás mencionadas.
19. Pobreza Humana – Expectativa de vida, alfabetização de adultos, qualidade da água e crianças com baixo peso
são alguns dos indicadores usados para avaliar o grau de pobreza de um território. Como vemos, os valores mais
elevados da pobreza encontram-se na África Central. O menor localiza-se no Japão.
20. PIB (Produto Interno Bruto) em 2010 – os países estão redimensionados neste planisfério de acordo com as
estimativas calculadas para o ano 2010. Uma vez mais, a riqueza está concentrada num número reduzido de
países, tais como, EUA, Japão e países da Europa Central e do Norte. Além do Japão, na Ásia começam a
evidenciar-se outros países. São os casos da China, Taiwan, Coreia do Sul, Índia. China e Índia fazem parte de um
grupo de 4 países chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). China, Taiwan e Coreia do Sul são conhecidos
por Tigres Asiáticos. China, Índia e Brasil são, também, conhecidos por países emergentes.
21. Cartografia com base no
espaço real
Os mapas que se seguem cartografam indicadores mantendo a
configuração mais aproximada do espaço real correspondente a cada
continente, país ou região.
22. Água – principal
recurso natural
Neste planisfério,
retirado do Le
Monde
Diplomatique,
constatam-se as
assimetrias na
disponibilidade em
água doce, em
metros cúbicos por
pessoa e por ano
no início da década
de 2000, a nível
global. As áreas
mais críticas
encontram-se em
África e na Ásia à
latitude dos
trópicos.
23. População rural em % da população total (2009-2013) – nesta publicação do Banco Mundial constata-se que os
países mais pobres e atrasados, como são a maioria dos países africanos e os países da Ásia do Sul e de
Sudeste, são aqueles onde é maior o peso da população rural.
24. Utilização de energia (quilo toneladas equivalente a petróleo por habitante). Mais uma oportunidade de verificarmos
as assimetrias entre os países.
Fonte: La Banque Mondiale
25. Riqueza por adulto (dólares)
Abaixo de 5 000 dól.
De 5 000 a 25 000
De 25 000 a 100 000
Acima de 100 000
Sem dados
26. Os dados dos Censos 2011 revelam que
existe uma especialização, à escala
regional, em Portugal. Pelo mapa constatase que:
O setor primário destaca-se na maior
parte das NUTS III;
O Algarve evidencia-se no ramo do
Comércio, Alojamento, Transporte e
Comunicações;
A Grande Lisboa, a Península de Setúbal
e o Grande Porto destacam-se pelas
atividades financeira, imobiliárias e
serviços às empresas;
Cávado, Ave, Entre Douro e Vouga e
Pinhal Litoral revelam a importância da
indústria nas suas áreas;
Minho-Lima, Tâmega, Pinhal Interior
Norte e Médio-Tejo apresentam-se com
especialização na construção civil.
27. Estudo sobre o
Poder de Compra
Concelhio - 2011
Ano de Edição: 2013
INE
Neste estudo, as assimetrias estão de
acordo com as diferenças de
crescimento e desenvolvimento dos
municípios portugueses.
Lisboa representa 11% do poder de
compra total.
22 municípios das áreas
metropolitanas de Lisboa (Sintra,
Oeiras, Cascais, Loures, Almada,
Amadora, Seixal, V.F. de Xira,
Odivelas e Setúbal) e do Porto (Porto,
V.N. de Gaia, Matosinhos, Maia,
Gondomar e Stª M.da Feira) bem
como de municípios capitais de distrito
(Braga, Coimbra e Leiria), os
municípios do Funchal, de Guimarães
e de V.N. de Famalicão, concentravam
individualmente mais de 1% do poder
de compra nacional.
28. Onde
predomina a
agricultura, de
um modo geral
no Interior do
país e no
Alentejo, é
onde se verifica
o menor poder
de compra por
NUTS em
2011.
Comparando os dois
mapas, verifica-se
que o poder de
compra é mais
elevado, a nível de
NUTS III, onde se
concentram as
atividades
financeiras,
imobiliárias e
serviços às
empresas.