O documento descreve a diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento ao longo da história. A divisão teve início na Revolução Industrial no século 18 e aumentou as desigualdades econômicas, sociais e de desenvolvimento humano entre os dois grupos ao longo dos séculos. As principais diferenças atuais incluem taxa de crescimento, esperança de vida, educação, PIB per capita e nível de industrialização.
3. Definições
Países Desenvolvidos - países cujo Índice de
Desenvolvimento Humano é muito elevado ou elevado, isto é,
entre 0,955 e 0,712.
Países em Desenvolvimento – países cujo IDH é médio ou
baixo, isto é, entre 0,710 e 0,304.
Índice de Desenvolvimento Humano – medida estatística
que combina três dimensões: riqueza, educação e esperança
média de vida, para avaliar o nível de vida e o bem-estar de
uma determinada população.
O IDH varia entre 0 e 1.
3
4. 4
Distribuição do Índice de Desenvolvimento Humano 2013 segundo o
Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas
5. 5
IDH MUITO
ALTO
• 0,955 a 0,805
• 1º Noruega
• 47º Croácia
IDH ALTO
• 0,796 a 0,712
• 48º Bahrein
• 94º Tunísia
IDH MÉDIO
•0,710 a 0,536
• 95º Tonga
• 141º Suazilândia
IDH BAIXO
• 0,534 a 0,304
• 142º Rep.Congo
• 187º Níger
Termos semelhantes aos de países desenvolvidos: países avançados, países
industrializados, países mais desenvolvidos (PMD), países mais economicamente
desenvolvidos (PMED), países de primeiro mundo e países pós-industriais.
Termos semelhantes aos de países em desenvolvimento: países emergentes,
países recentemente industrializados, países subdesenvolvidos, países de terceiro
mundo, países menos avançados ou países menos desenvolvidos (LDCs sigla em inglês: Least
Developed Countries)
6. Quando se iniciou a diferenciação?
Em meados do século XVIII, com a Revolução Industrial que teve
início na Inglaterra (Reino Unido).
Com a criação de um novo processo produtivo o qual, em meados do
séc. XIX, já estava difundido na Europa Ocidental e no nordeste dos
EUA.
E que transformou a sociedade rural e agrícola do mundo ocidental numa
sociedade basicamente urbana e industrial.
De facto, menos de 10% da população europeia vivia nas cidades antes
da Revolução Industrial. Havia poucas indústrias. A maioria dos produtos
manufaturados era feita em casas situadas nas zonas rurais.
A agricultura de subsistência dominava.
E, por isso, o crescimento económico era muito lento.
6
7. Retrato da sociedade dominante na Europa antes
da Revolução Industrial
Politicamente dominava o ABSOLUTISMO.
Socialmente existia uma estrutura estratificada e hierarquizada –
uma SOCIEDADE DE ORDENS: clero, nobreza e povo
Economicamente predominava uma ECONOMIA AGRÍCOLA
rudimentar, de produção escassa e irregular
Economicamente desenvolve-se, também, o COMÉRCIO à
DISTÂNCIA ligando países europeus às suas colónias.
Demograficamente, BAIXOS CRESCIMENTOS, fruto de
elevadas natalidades e mortalidades.
7
8. 8
Máquina de fiar
Primeira máquina a vapor
1804
Documentos que retratam
mudanças ligadas à Revolução
Industrial: a máquina de fiar, a
primeira máquina a vapor e uma
paisagem industrial.
9. Mudanças pós – Revolução Industrial
O Reino Unido torna-se o centro do mundo até à ascensão dos
EUA no século XX
Recrudesce o colonialismo – NEOCOLONIALISMO pela
necessidade de obter matérias primas e mercados
consumidores
Acentua-se a relação de dependência entre a metrópole –
dominadora – e as colónias – dominadas.
Emergem as empresas multinacionais, com origem na Europa
e América do Norte.
9
11. As diferenças quantificadas
76% da população mundial vive em
países pobres, 8% vive em países de
rendimento intermédio e 16% vive em
países ricos.
De acordo com o rendimento o resultado
é muito semelhante: 78% da população
mundial é pobre, 11% pertence à classe
média e 11% é rica.
11
Parece portanto que faltam classes médias no mundo …Este
parece-se com uma clepsidra tradicional: largo na base e muito
estreito no meio.
12. Desigualdades que se acentuam
900 milhões de privilegiados pela graça
de terem nascido no Ocidente, são
responsáveis por:
86% do consumo mundial
58% do fornecimento de energia
79% do rendimento mundial
74% de todas as ligações
telefónicas.
12
Ulrich Beck (2010), “Remapping social inequalities in an age of climate change”, Global Networks 10, 2, pg 167.
1,2 biliões de pessoas, os mais
pobres, um quinto da população
mundial, são responsáveis por:
1,3% do consumo mundial,
4% do fornecimento de
energia
1,5% de todas as chamadas
telefónicas.
É fácil de perceber a abundante fortuna dos ricos, mas por que
razão os subordinados pobres a têm de suportar?
14. O que diz a pirâmide da riqueza mundial
A pirâmide da riqueza mundial permite-nos constatar os grandes
contrastes na distribuição da riqueza mundial.
Segundo este estudo do ano de 2013, e convertendo os dados
referenciados em dólares, dos Estados Unidos, em euros:
68,7% da população mundial conta, em média, com:
Menos de 7 352,94 €, isto é, 612,7 €/mês e 20,14 €/dia
0,7% da população mundial dispõe, em média, de:
Mais de 735 294,1 €, isto é, 61 274,5 €/mês e 2 014,5 €/dia!
14
15. Conversão dos dados da pirâmide em euros
População mundial
(%)
Dispõe/capita
(€)
Dispõe em relação ao total
(mil milhões de €)
0,7 Mais de 735 294,1 72,6
7,7 Entre 73 529,41 e 735 294, 1 74,9
22,9 Entre 7 325,94 e 73 529,41 24,3
68,7 Menos de 7 352,94 5,4
15
17. Planisférios da riqueza segundo o PIB
De acordo com o relatório “Credit Suisse 2013 Wealth Report” apesar do
crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com índices
elevados.
Os 10% mais ricos do planeta detêm atualmente 86% da riqueza mundial.
Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.
http://revistaforum.com.br/blog/2013/10/desigualdade-mundial-em-2013-07-da-populacao-detem-41-da-riqueza/
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Os países mais ricos em PIB Continente Os países mais pobres em PIB
EUA e Canadá América Honduras, Nicarágua, Guiana, Haiti, República Dominicana, Bolívia
Islândia, Europa Ocidental Europa Moldávia e Ucrânia
África África Subsariana e Madagáscar
Japão Ásia Índia, Paquistão, Bangladesh, Myanamar, Camboja, Vietnam, Yemen
Austrália e Nova Zelândia Oceânia
18. As principais diferenças entre os dois grupos de países
Países Desenvolvidos Caraterísticas Países em desenvolvimento
Baixo/Muito baixo Crescimento populacional Alto/Muito alto
Alta Esperança média de vida Baixa
Elevada Taxa de alfabetização Baixa
Elevado PIB per capita Fraco/muito fraco
Alta Taxa de urbanização Fraca
Muito volumosos Recursos financeiros Fracos
Muito alto Crescimento económico Fraco
Elevado Nível de industrialização Baixo
Elevado Investimento científico e tecnológico Fraco
Completas e diversificadas Redes de transportes e comunicações Reduzidas e pouco eficazes
Democracias parlamentares Regime político Totalitários/tribais
Moderna e especializada Tipo de agricultura Tradicional/subsistência
18
19. 19
As diferenças são maiores entre os países do grupo dos em desenvolvimento
do que no dos desenvolvidos. No caso da China (IDH médio: 0,699 em 2012),
a riqueza projetada para 2015 aponta para que, esta potência em emergência,
venha a produzir 27% de toda a riqueza do mundo
Projeção da riqueza criada para o ano de 2015
África quase
desaparece
neste mapa
distorcido. Na
América
Latina, o
Brasil é o país
que mais se
evidencia.
China e Índia
salientam-se
na Ásia com o
Japão, Coreia
do Sul e
Taiwan.
20. 20
Mapa-múndi indicando o Índice de Desenvolvimento
Humano (dados de 2012, publicados em 14 de março de 2013)
Fonte - Wikipédia
21. 21
A partir do século 18, a revolução industrial produziu um aumento gigantesco
da riqueza na Europa e América do Norte. Mas o abismo entre os ricos e o
resto, como um fenómeno global, alargou-se ainda mais até a II Guerra
Mundial.
Mas depois da Guerra Fria, no final dos anos 1980, a globalização económica
acelerou-se e a distância entre as nações começou a encolher. O período entre
1988 e 2008 “pode ter representado o primeiro declínio na desigualdade global
entre cidadãos do mundo desde a Revolução Industrial”.
Contudo, embora a distância entre algumas regiões tenha diminuído
notavelmente – em especial, entre a Ásia e as economias avançadas do
Ocidente –, persistem grandes desigualdades. Os rendimentos globais, por
país, aproximaram-se uns dos outros nas últimas décadas, particularmente
devido à força do crescimento da China e da Índia. Mas a igualdade geral entre
os seres humanos, considerados como indivíduos, melhorou muito pouco.
Em síntese:
22. 22
De facto, nações da Ásia, do Médio Oriente e da América Latina, como um
todo, estão a aproximar-se do Ocidente mas, os pobres, são deixados para
trás em toda parte.
Entre 1988 e 2008, os rendimentos do 1% dos mais ricos do planeta
cresceram 60%, enquanto os 5% mais pobres não tiveram mudanças nos
seus rendimentos. Mais, 8% da humanidade concentra 50% do rendimento
global; o 1% mais rico fica, sozinho, com 15%. Os ganhos de rendimentos
foram maiores entre a elite global – executivos financeiros e corporativos nos
países ricos – e entre as grandes “classes médias emergentes” da China,
Índia, Indonésia e Brasil. Quem perdeu? Os africanos, alguns latino-
americanos e gente na Europa Oriental pós-comunista e na antiga União
Soviética.
Adaptado de “Os que têm e os que não têm: uma história breve e idiossincrática da desigualdade global” de Branko Milanovic