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Quadrinhos e
      Ideologias




Natania Nogueira e Valéria Fernandes
O QUE É IDEOLOGIA?
• “Sistema de ideias peculiar a determinado grupo
  social, condicionado quase sempre pela
  experiência e interesses desse grupo. A função
  da ideologia consiste na conquista ou
  conservação de determinado status social no
  grupo.   Atitudes    ou   doutrinas   políticas,
  econômicas ou filosóficas desempenham,
  geralmente, funções de ideologia. Uma ideologia
  pode estar em harmonia com valores que
  prevalecem na própria sociedade, ou opor-se a
  eles.”                                         2
FUNÇÃO IDEOLÓGICA DOS
       QUADRINHOS
• A     importância    dos
  quadrinhos    pode   ser
  medida por capas como
  esta de 1988 da revista
  Time, marcando os 50
  anos do Super-Homem.
• A Morte do Super Homem
  foi inclusive tema de
  redação no vestibular da
  UFRJ para o ano de
  1993.                      3
FUNÇÃO IDEOLÓGICA DOS
       QUADRINHOS
• Os quadrinhos passam mensagens.
• Eles podem ou não serem fruto de um
  engajamento consciente.
• No entanto, como fruto de uma determinada
  conjuntura     social estão   parcialmente
  condicionados por pelas condições de
  produção do momento.
• Quem produz e quem consome, onde e
  quando o material foi produzido, tudo isso
  influencia as HQs.                        4
BÉCASSINE: HEROÍNA
         PEDAGÓGICA
• Bécassine, criada em 1905,
foi a primeira personagem
feminina protagonista.
• A empregada bretã saia na
revista para meninas       La
Semaine de Suzette, ela era
carregada de estereótipos.
• Representada sem boca e
orelhas, era modelo para as
leitoras e outras criadas.      5
BÉCASSINE: HEROÍNA
         PEDAGÓGICA
• Com o tempo e a
popularidade,      Bécassine
passou a ser retratada de
forma mais favorável.
• Foi até convocada para
lutar contra os alemães na I
Guerra.
• Posteriormente, ganhou
boca, desenho animado e
mesmo filme.                   6
OS HERÓIS VÃO À GUERRA...




Cartaz da exposição “General   Mobilisation!
1914-1918 In The Comics”.                  7
O FARDO DO HOMEM BRANCO

arzan, criado por Edgar
Rice Burroughs, em
1912.

streou em 1929 em
tiras dominicais de
jornal.               • Típico herói branco do
                        início   do     século,
esenhado inicialmente   encarnava     o    bom
por Hal Foster, mas     selvagem.            8
O FARDO DO HOMEM BRANCO




  O Fantasma, de Lee Falk, criado em 1936.   9
O FARDO DO HOMEM BRANCO
• Personagens como Tarzan e Fantasma
  ajudaram a cria um imaginário fantástico
  sobre o continente africano.
• Tais personagens reforçam a ideia da
  superioridade do homem branco sobre a
  natureza hostil, e, também, sobre os negros.
• Estes são vistos, assim como no poema de
  Kipling, como selvagens, ora, perigosos, ora,
  vítimas que precisavam do auxílio do herói.
                                             10
PARA LER O PATO DONALD
• Uma das mais famosas obras
  abordando o uso ideológico
  dos quadrinhos é Para Ler o
  Pato Donald – Comunicação
  de Massa e Colonialismo.
• Esta obra aponta como os
  quadrinhos     Disney   foram
  utilizados para disseminar os
  valores do capitalismo norte
  americano pelo mundo.
                                  11
O ENGAJAMENTO POLÍTICO
      DE WALT DISNEY
• O comprometimento dos
  produtos Disney com os
  valores norte americanos
  nunca foi negado.
• Um dos exemplos mais
  importantes do engajamento
  é a Política de Boa
  Vizinhança.
• Uma das expressões dessa
  política foi a criação da
  personagem Zé Carioca.       12
NASCE O ZÉ CARIOCA




• Zé, Panchito e Donald no desenho de 1945:
  política de boa vizinhança contra o nazismo 13
OS LIMITES DE UMA ANÁLISE
         IDEOLÓGICA
• O que escapa muitas vezes para quem lê a obra
  de Ariel Dorfman e Armand Mattelart é que eles
  também estavam norteados por uma ideologia,
  neste caso, o marxismo.
• Limitados por suas condições de produção, os
  autores percebiam as HQs como um mero
  mecanismo de dominação capitalista.
• Tal análise elimina qualquer outra possibilidade
  de percepção e fruição.
• Esta tese vem sendo combatida nos últimos
                                                 14
  anos.
A PLURALIDADE NOS
       QUADRINHOS DISNEY
• Em sua obra Para Reler os Quadrinhos Disney,
  Roberto Elísio dos Santos, ressalta que os
  quadrinhos Disney são uma obra coletiva.
• Vários autores produziram para a empresa,
  inclusive brasileiros (Renato Canini, Fernando
  Ventura, Deiverson, Carlos Mota).
• Os artistas não-americanos inscreveram nos
  quadrinhos Disney traços da realidade social de
  diferentes nações, de seu imaginário, costumes e
  lugares. Não se tratava somente de reprodução
  de valores americanos.                        15
• Zé Carioca por Roberto Canini. Paisagens e
  hábitos dos brasileiros presentes nos quadrinhos
  Disney.                                       16
A PERSEGUIÇÃO AOS
           QUADRINHOS
• Em      1954,  no      auge   do
  Macarthismo, momento marcado
  pelo conservadorismo político e
  social, o psicólogo Frederick
  Wertham iniciou uma guerra
  contra as HQ.
• Com base em uma “pesquisa”,
  Wertham concluiu que a
  insubordinação e delinqüência
  juvenil, homossexualidade, eram
  estimuladas pela leitura de HQs.   17
A PERSEGUIÇÃO AOS
         QUADRINHOS
• Como resultado, foi criado o Comics Code
  Authority. Assim, foi criado um sistema de
  classificação e censura à temáticas.


uadrinhos para adultos foram
particularmente atingidas.

êneros como o de guerra, de
terror e mesmo de romance
entraram em decadência.                  18
A PERSEGUIÇÃO AOS
         QUADRINHOS
s heróis e heroínas sobreviventes foram
descaracterizados, idiotizados. A partir de
então HQs passaram a ser coisa de criança.




                                         19
QUADRINHOS “EDUCATIVOS”
•A Editora Brasil-América
(EBAL) foi fundada em 1945
por Adolfo Aizen.
• A EBAL foi pioneira no Brasil
na produção em massa de
HQs com proposta educativa.
• Com a proposta de
exaltação dos heróis da
pátria, um dos destaques foi a
coleção “Grandes Figuras em
Quadrinhos”.                      20
HERÓIS DA PÁTRIA PELA EBAL




                        21
RELIGIÃO EM QUADRINHOS
• Para os editores da
  EBAL, os heróis eram
  aqueles     que estavam
  nos livros de História, em
  sua maioria brancos e do
  sexo masculino.
• Na mesma linha havia a
  “Série Sagrada” com a
  história    de      santos
  católicos.                   22
A BÍBLIA PARA AS CRIANÇAS




• A própria Bíblia virou quadrinho várias vezes.
  Normalmente,     o    material  se    apresenta
  abertamente como educativo e/ou catequético. 23
QUADRINHOS E ESTRATÉGIAS
     DE CONVERSÃO
• Um dos quadrinhos mais
  comprometidos com a difusão
  de valores religiosos cristãos
  em       uma       perspectiva
  protestante é a coletânea O
  Novo Testamento Ilustrado.
• Publicado originalmente nos
  Estados Unidos, a HQ traz
  um encarte no final com
  perguntas e respostas de
  cunho catequético.               24
IDEOLOGIA




            25
IDEOLOGIA




            26
APRENDENDO A AMAR...
• Quadrinhos também são
  tecnologias de gênero,
  como tais, eles disseminam
  e reforçam papéis de
  gênero.
• As Romance Comics,
  criadas no final dos anos
  1940, tinham esse papel
  nos Estados Unidos.
• Algumas foram adaptadas
  e publicadas no Brasil.      27
E VOLTAR PARA CASA

m 1947, foi criada a My Date,
de Joe Simon e Jack Kirby.
Primeira revista em quadrinhos
para mulheres adultas.

s      Romance       Comics
colocavam contos e romances
em formato HQ.

stes materiais promoviam o
backlash cultural que marcou
ROMANCE COMICS NO BRASIL

 mais famosa publicação foi a
Rosalinda da EBAL, que
publicava material da revista
Young Love da DC Comics.

 primeira edição é de 1973 e as
histórias eram adaptadas para
cidades brasileiras.

o entanto, as        Romance
Comics   eram       publicadas
PRODUÇÃO FEMININA DE
     QUADRINHOS NO JAPÃO
o Ocidente a maioria dos
quadrinistas    era   do    sexo
masculino, e no Japão, não era
diferente até os anos 1970.

avia quadrinhos para meninas
(shoujo), mas os autores eram
homens.

om a expansão do mercado e o Arte de Machiko Satonaka.
crescimento das leitoras, as
PRODUÇÃO FEMININA DE
   QUADRINHOS NO JAPÃO
• A entrada em massa das mulheres
  japonesas no mercado de quadrinhos
  começou em 1966, quando a jovem Machiko
  Satonaka, então com 16 anos, ganhou um
  concurso de uma editora.
• Na década de 1970, o Nijûyonen Gumi,
  grupo do ano 24, pois a maioria das autoras
  era nascida no ano 24 da Era Showa, o
  nosso ano de 1949.       Revolucionou os
  mangás femininos.
PRODUÇÃO FEMININA DE
    QUADRINHOS NO JAPÃO
• Ainda que o romance fosse universal, as autoras
  ampliaram as temáticas e as ambientações dos
  quadrinhos femininos.
• Homossexualidade, o direito de escolher o marido,
  estupro, racismo, a lutas das mulheres por um
  lugar no mercado de trabalho, nada era proibido.
• Linda Hutcheon (1991) diz que “(...) foi nesses
  anos que ocorreu o registro, na história, de
  grupos anteriormente ‘silenciosos’ definidos
  por diferenças de raça, sexo, preferências
  sexuais (...)”
PRODUÇÃO FEMININA DE
QUADRINHOS NO JAPÃO




    Arte de Hagio Moto,Keiko Takemiya, Riyoko Ikeda e Yasuko Aoike.
PRODUÇÃO FEMININA DE
   QUADRINHOS NO JAPÃO
• Machiko Satonaka, definiu assim as suas
  motivações para se tornar autora de mangá:
  “Eu achava que poderia fazer um trabalho
  melhor eu mesma, e que as mulheres eram
  mais capacitadas para entender o que as
  meninas queriam ler do que os homens. (...) Era
  alguma coisa que eu poderia fazer por mim
  mesma, era um tipo de trabalho que permitia
  que as mulheres fossem iguais aos
  homens.” (Frederik Schodt, 1983) (Grifo meu)
A CRIAÇÃO DOS SUPER-
         HERÓIS
  “Nos anos de 1930, o Sonho Americano
tinha se tornado um pesadelo, (...) e os
super-heróis em particular ofereceram uma
forma escapista de entretenimento que
permitia ao público americano entrar em um
mundo de fantasia onde os males do mundo
eram     corrigidos      por esses    heróis
extraordinários, (...)” (1)
                                           35
A CRIAÇÃO DOS SUPER-
           HERÓIS
•O primeiro super-herói foi o
Super-Homem, criado em
1933, por Jerry Siegel e Joe
Schuster.
• O Super-Homem apareceu
oficialmente no primeiro
número da revista Action
Comics em 1938.
                                36
A CRIAÇÃO DOS SUPER-
       HERÓIS
•  Em 1941, William M.
Marston criou a primeira
super-heroína dos comics:
a Mulher Maravilha.
• Criada adulta e sem a
tutela masculina, a Mulher
Maravilha   servia   para
propagandear o modelo de
mulher moderna defendido
pelo autor.                  37
OS HERÓIS VÃO À GUERRA...
“Uma vez que a Guerra começou, sentimos
a necessidade de heróis mais patrióticos
para lutar contra Hitler. (...) Na verdade,
Hitler baniu os quadrinhos americanos, pelo
menos Super-Homem e os super-heróis. Ele
disse que eles eram judeus. Ele mal sabia
que os seus criadores eram judeus de
verdade... Hitler baniu os quadrinhos
americanos, exceto um: Mickey Mouse, que
era o seu favorito.” (2)                  38
OS HERÓIS VÃO À GUERRA...




Um dos super heróis mais importantes da II
Grande Guerra foi o Capitão América
criado por Joe Simon and Jack Kirby.    39
OS HERÓIS VÃO À GUERRA
• Se o Capitão América e
  outros super-heróis foram
  criados para combater os
  nazistas, O Homem de
  Ferro nasceu atrelado á
  Guerra Fria.
• O primeiro super vilão
  enfrentado pelo herói, foi o
  líder comunista vietnamita,
  Wong-Chu, no episódio
  "The Origin of Iron Man”.      40
OS HERÓIS VÃO À GUERRA




• No filme Homem de Ferro de 2008, a origem do herói
  foi atualizada. O inimigo era outro, desta vez, afegão.
                                                        41
A PROPAGANDA DE GUERRA
        JAPONESA
 expansionismo japonês, também
produziu quadrinhos e animações
belicistas.   A maioria usava
animais antropomorfizados.

orakuro, de Suihō Tagawa, era um
cão soldado e sua publicação
começou em 1931.

á Momotarō: Umi no Shinpei         42
OS MANGÁS E A CRÍTICA À
          GUERRA
• A política expansionista e
  militarista japonesa marcou
  as primeiras décadas do
  século XX.
• Autores de mangá, como
  Osamu Tezuka, criticaram
  esta política que culminou na
  II Guerra Mundial em suas
  obras, como Adolf.
• A série foi publicada no
  Brasil.                         43
OS MANGÁS E A CRÍTICA À
          GUERRA
• Talvez o mangá pacifista
  mais conhecido seja Gen Pés
  Descalços (1973-1985), de
  Kenji Nakazawa.
• O mangá é lembrado pelo
  retrato da tragédia nuclear,
  mas sua crítica é bem mais
  ampla.
• O autor mostra os excessos
  do militarismo japonês e a
  violência contra os civis.     44
DESMONTANDO O COMPLÔ
• O Complô foi um dos últimos
  trabalhos de Will Eisner e,
  talvez, o mais engajado
  politicamente.
• Seu     objetivo  expor   a
  construção de um dos
  maiores mitos antissemitas:
  O Protocolo dos Sábios de
  Sião.
• Em tempos de neonazismo, é
  uma obra obrigatória.         45
ASTERIX, OBELIX E A
       GUERRA CULTURAL...
ntre os quadrinhos franceses,
um dos mais conhecidos
mundialmente é Asterix,
criado por Albert Uderzo e
René Goscinny no ano de
1959.

Asterix critica a invasão
cultural norte americana e
mostra a resistência de uma
pequena vila gaulesa ao         46
ASTERIX, OBELIX E A
       GUERRA CULTURAL...

Asterix, o herói que
muitas vezes é evocado
para     simbolizar    a
resistência à influência
norte-americana      na
França, agora come no
McDonald’s.”
A agência BETC Euro RSCG fez uma campanha
publicitária com o personagem e, segundo o site do
                                                 47
jornal Le Figaro irritou os franceses.” Fonte: Radar
VELHOS HERÓIS CONTRA A
   CRISE ECONÔMICA...

urante a crise de 2008/2009,
um dos mangás japoneses
mais icônicos teve capítulos
republicados em uma revista
para homens adultos.

shita no Joe foi publicado
inicialmente entre 1968-1973,
e contava o sonho de um
jovem que queria ser lutador    48
VELHOS HERÓIS CONTRA A
    CRISE ECONÔMICA...
 objetivo de republicar
um      mangá      para
meninos     em     uma
revista para adultos é
estimular os salaryman
a superar o desânimo
provocados pela crise
econômica.
• Joe não desistiu de seu ideal e sacrificou-se até o
  fim, e os tempos difíceis exigem o mesmo dos
  trabalhadores japoneses.                         49

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Minicurso: Racismos, Relações de Gênero e Ideologias Políticas nas Histórias em Quadrinhos: perspectivas de ensino e pesquisa - Parte 1

  • 1. Quadrinhos e Ideologias Natania Nogueira e Valéria Fernandes
  • 2. O QUE É IDEOLOGIA? • “Sistema de ideias peculiar a determinado grupo social, condicionado quase sempre pela experiência e interesses desse grupo. A função da ideologia consiste na conquista ou conservação de determinado status social no grupo. Atitudes ou doutrinas políticas, econômicas ou filosóficas desempenham, geralmente, funções de ideologia. Uma ideologia pode estar em harmonia com valores que prevalecem na própria sociedade, ou opor-se a eles.” 2
  • 3. FUNÇÃO IDEOLÓGICA DOS QUADRINHOS • A importância dos quadrinhos pode ser medida por capas como esta de 1988 da revista Time, marcando os 50 anos do Super-Homem. • A Morte do Super Homem foi inclusive tema de redação no vestibular da UFRJ para o ano de 1993. 3
  • 4. FUNÇÃO IDEOLÓGICA DOS QUADRINHOS • Os quadrinhos passam mensagens. • Eles podem ou não serem fruto de um engajamento consciente. • No entanto, como fruto de uma determinada conjuntura social estão parcialmente condicionados por pelas condições de produção do momento. • Quem produz e quem consome, onde e quando o material foi produzido, tudo isso influencia as HQs. 4
  • 5. BÉCASSINE: HEROÍNA PEDAGÓGICA • Bécassine, criada em 1905, foi a primeira personagem feminina protagonista. • A empregada bretã saia na revista para meninas La Semaine de Suzette, ela era carregada de estereótipos. • Representada sem boca e orelhas, era modelo para as leitoras e outras criadas. 5
  • 6. BÉCASSINE: HEROÍNA PEDAGÓGICA • Com o tempo e a popularidade, Bécassine passou a ser retratada de forma mais favorável. • Foi até convocada para lutar contra os alemães na I Guerra. • Posteriormente, ganhou boca, desenho animado e mesmo filme. 6
  • 7. OS HERÓIS VÃO À GUERRA... Cartaz da exposição “General Mobilisation! 1914-1918 In The Comics”. 7
  • 8. O FARDO DO HOMEM BRANCO arzan, criado por Edgar Rice Burroughs, em 1912. streou em 1929 em tiras dominicais de jornal. • Típico herói branco do início do século, esenhado inicialmente encarnava o bom por Hal Foster, mas selvagem. 8
  • 9. O FARDO DO HOMEM BRANCO O Fantasma, de Lee Falk, criado em 1936. 9
  • 10. O FARDO DO HOMEM BRANCO • Personagens como Tarzan e Fantasma ajudaram a cria um imaginário fantástico sobre o continente africano. • Tais personagens reforçam a ideia da superioridade do homem branco sobre a natureza hostil, e, também, sobre os negros. • Estes são vistos, assim como no poema de Kipling, como selvagens, ora, perigosos, ora, vítimas que precisavam do auxílio do herói. 10
  • 11. PARA LER O PATO DONALD • Uma das mais famosas obras abordando o uso ideológico dos quadrinhos é Para Ler o Pato Donald – Comunicação de Massa e Colonialismo. • Esta obra aponta como os quadrinhos Disney foram utilizados para disseminar os valores do capitalismo norte americano pelo mundo. 11
  • 12. O ENGAJAMENTO POLÍTICO DE WALT DISNEY • O comprometimento dos produtos Disney com os valores norte americanos nunca foi negado. • Um dos exemplos mais importantes do engajamento é a Política de Boa Vizinhança. • Uma das expressões dessa política foi a criação da personagem Zé Carioca. 12
  • 13. NASCE O ZÉ CARIOCA • Zé, Panchito e Donald no desenho de 1945: política de boa vizinhança contra o nazismo 13
  • 14. OS LIMITES DE UMA ANÁLISE IDEOLÓGICA • O que escapa muitas vezes para quem lê a obra de Ariel Dorfman e Armand Mattelart é que eles também estavam norteados por uma ideologia, neste caso, o marxismo. • Limitados por suas condições de produção, os autores percebiam as HQs como um mero mecanismo de dominação capitalista. • Tal análise elimina qualquer outra possibilidade de percepção e fruição. • Esta tese vem sendo combatida nos últimos 14 anos.
  • 15. A PLURALIDADE NOS QUADRINHOS DISNEY • Em sua obra Para Reler os Quadrinhos Disney, Roberto Elísio dos Santos, ressalta que os quadrinhos Disney são uma obra coletiva. • Vários autores produziram para a empresa, inclusive brasileiros (Renato Canini, Fernando Ventura, Deiverson, Carlos Mota). • Os artistas não-americanos inscreveram nos quadrinhos Disney traços da realidade social de diferentes nações, de seu imaginário, costumes e lugares. Não se tratava somente de reprodução de valores americanos. 15
  • 16. • Zé Carioca por Roberto Canini. Paisagens e hábitos dos brasileiros presentes nos quadrinhos Disney. 16
  • 17. A PERSEGUIÇÃO AOS QUADRINHOS • Em 1954, no auge do Macarthismo, momento marcado pelo conservadorismo político e social, o psicólogo Frederick Wertham iniciou uma guerra contra as HQ. • Com base em uma “pesquisa”, Wertham concluiu que a insubordinação e delinqüência juvenil, homossexualidade, eram estimuladas pela leitura de HQs. 17
  • 18. A PERSEGUIÇÃO AOS QUADRINHOS • Como resultado, foi criado o Comics Code Authority. Assim, foi criado um sistema de classificação e censura à temáticas. uadrinhos para adultos foram particularmente atingidas. êneros como o de guerra, de terror e mesmo de romance entraram em decadência. 18
  • 19. A PERSEGUIÇÃO AOS QUADRINHOS s heróis e heroínas sobreviventes foram descaracterizados, idiotizados. A partir de então HQs passaram a ser coisa de criança. 19
  • 20. QUADRINHOS “EDUCATIVOS” •A Editora Brasil-América (EBAL) foi fundada em 1945 por Adolfo Aizen. • A EBAL foi pioneira no Brasil na produção em massa de HQs com proposta educativa. • Com a proposta de exaltação dos heróis da pátria, um dos destaques foi a coleção “Grandes Figuras em Quadrinhos”. 20
  • 21. HERÓIS DA PÁTRIA PELA EBAL 21
  • 22. RELIGIÃO EM QUADRINHOS • Para os editores da EBAL, os heróis eram aqueles que estavam nos livros de História, em sua maioria brancos e do sexo masculino. • Na mesma linha havia a “Série Sagrada” com a história de santos católicos. 22
  • 23. A BÍBLIA PARA AS CRIANÇAS • A própria Bíblia virou quadrinho várias vezes. Normalmente, o material se apresenta abertamente como educativo e/ou catequético. 23
  • 24. QUADRINHOS E ESTRATÉGIAS DE CONVERSÃO • Um dos quadrinhos mais comprometidos com a difusão de valores religiosos cristãos em uma perspectiva protestante é a coletânea O Novo Testamento Ilustrado. • Publicado originalmente nos Estados Unidos, a HQ traz um encarte no final com perguntas e respostas de cunho catequético. 24
  • 25. IDEOLOGIA 25
  • 26. IDEOLOGIA 26
  • 27. APRENDENDO A AMAR... • Quadrinhos também são tecnologias de gênero, como tais, eles disseminam e reforçam papéis de gênero. • As Romance Comics, criadas no final dos anos 1940, tinham esse papel nos Estados Unidos. • Algumas foram adaptadas e publicadas no Brasil. 27
  • 28. E VOLTAR PARA CASA m 1947, foi criada a My Date, de Joe Simon e Jack Kirby. Primeira revista em quadrinhos para mulheres adultas. s Romance Comics colocavam contos e romances em formato HQ. stes materiais promoviam o backlash cultural que marcou
  • 29. ROMANCE COMICS NO BRASIL mais famosa publicação foi a Rosalinda da EBAL, que publicava material da revista Young Love da DC Comics. primeira edição é de 1973 e as histórias eram adaptadas para cidades brasileiras. o entanto, as Romance Comics eram publicadas
  • 30. PRODUÇÃO FEMININA DE QUADRINHOS NO JAPÃO o Ocidente a maioria dos quadrinistas era do sexo masculino, e no Japão, não era diferente até os anos 1970. avia quadrinhos para meninas (shoujo), mas os autores eram homens. om a expansão do mercado e o Arte de Machiko Satonaka. crescimento das leitoras, as
  • 31. PRODUÇÃO FEMININA DE QUADRINHOS NO JAPÃO • A entrada em massa das mulheres japonesas no mercado de quadrinhos começou em 1966, quando a jovem Machiko Satonaka, então com 16 anos, ganhou um concurso de uma editora. • Na década de 1970, o Nijûyonen Gumi, grupo do ano 24, pois a maioria das autoras era nascida no ano 24 da Era Showa, o nosso ano de 1949. Revolucionou os mangás femininos.
  • 32. PRODUÇÃO FEMININA DE QUADRINHOS NO JAPÃO • Ainda que o romance fosse universal, as autoras ampliaram as temáticas e as ambientações dos quadrinhos femininos. • Homossexualidade, o direito de escolher o marido, estupro, racismo, a lutas das mulheres por um lugar no mercado de trabalho, nada era proibido. • Linda Hutcheon (1991) diz que “(...) foi nesses anos que ocorreu o registro, na história, de grupos anteriormente ‘silenciosos’ definidos por diferenças de raça, sexo, preferências sexuais (...)”
  • 33. PRODUÇÃO FEMININA DE QUADRINHOS NO JAPÃO Arte de Hagio Moto,Keiko Takemiya, Riyoko Ikeda e Yasuko Aoike.
  • 34. PRODUÇÃO FEMININA DE QUADRINHOS NO JAPÃO • Machiko Satonaka, definiu assim as suas motivações para se tornar autora de mangá: “Eu achava que poderia fazer um trabalho melhor eu mesma, e que as mulheres eram mais capacitadas para entender o que as meninas queriam ler do que os homens. (...) Era alguma coisa que eu poderia fazer por mim mesma, era um tipo de trabalho que permitia que as mulheres fossem iguais aos homens.” (Frederik Schodt, 1983) (Grifo meu)
  • 35. A CRIAÇÃO DOS SUPER- HERÓIS “Nos anos de 1930, o Sonho Americano tinha se tornado um pesadelo, (...) e os super-heróis em particular ofereceram uma forma escapista de entretenimento que permitia ao público americano entrar em um mundo de fantasia onde os males do mundo eram corrigidos por esses heróis extraordinários, (...)” (1) 35
  • 36. A CRIAÇÃO DOS SUPER- HERÓIS •O primeiro super-herói foi o Super-Homem, criado em 1933, por Jerry Siegel e Joe Schuster. • O Super-Homem apareceu oficialmente no primeiro número da revista Action Comics em 1938. 36
  • 37. A CRIAÇÃO DOS SUPER- HERÓIS • Em 1941, William M. Marston criou a primeira super-heroína dos comics: a Mulher Maravilha. • Criada adulta e sem a tutela masculina, a Mulher Maravilha servia para propagandear o modelo de mulher moderna defendido pelo autor. 37
  • 38. OS HERÓIS VÃO À GUERRA... “Uma vez que a Guerra começou, sentimos a necessidade de heróis mais patrióticos para lutar contra Hitler. (...) Na verdade, Hitler baniu os quadrinhos americanos, pelo menos Super-Homem e os super-heróis. Ele disse que eles eram judeus. Ele mal sabia que os seus criadores eram judeus de verdade... Hitler baniu os quadrinhos americanos, exceto um: Mickey Mouse, que era o seu favorito.” (2) 38
  • 39. OS HERÓIS VÃO À GUERRA... Um dos super heróis mais importantes da II Grande Guerra foi o Capitão América criado por Joe Simon and Jack Kirby. 39
  • 40. OS HERÓIS VÃO À GUERRA • Se o Capitão América e outros super-heróis foram criados para combater os nazistas, O Homem de Ferro nasceu atrelado á Guerra Fria. • O primeiro super vilão enfrentado pelo herói, foi o líder comunista vietnamita, Wong-Chu, no episódio "The Origin of Iron Man”. 40
  • 41. OS HERÓIS VÃO À GUERRA • No filme Homem de Ferro de 2008, a origem do herói foi atualizada. O inimigo era outro, desta vez, afegão. 41
  • 42. A PROPAGANDA DE GUERRA JAPONESA expansionismo japonês, também produziu quadrinhos e animações belicistas. A maioria usava animais antropomorfizados. orakuro, de Suihō Tagawa, era um cão soldado e sua publicação começou em 1931. á Momotarō: Umi no Shinpei 42
  • 43. OS MANGÁS E A CRÍTICA À GUERRA • A política expansionista e militarista japonesa marcou as primeiras décadas do século XX. • Autores de mangá, como Osamu Tezuka, criticaram esta política que culminou na II Guerra Mundial em suas obras, como Adolf. • A série foi publicada no Brasil. 43
  • 44. OS MANGÁS E A CRÍTICA À GUERRA • Talvez o mangá pacifista mais conhecido seja Gen Pés Descalços (1973-1985), de Kenji Nakazawa. • O mangá é lembrado pelo retrato da tragédia nuclear, mas sua crítica é bem mais ampla. • O autor mostra os excessos do militarismo japonês e a violência contra os civis. 44
  • 45. DESMONTANDO O COMPLÔ • O Complô foi um dos últimos trabalhos de Will Eisner e, talvez, o mais engajado politicamente. • Seu objetivo expor a construção de um dos maiores mitos antissemitas: O Protocolo dos Sábios de Sião. • Em tempos de neonazismo, é uma obra obrigatória. 45
  • 46. ASTERIX, OBELIX E A GUERRA CULTURAL... ntre os quadrinhos franceses, um dos mais conhecidos mundialmente é Asterix, criado por Albert Uderzo e René Goscinny no ano de 1959. Asterix critica a invasão cultural norte americana e mostra a resistência de uma pequena vila gaulesa ao 46
  • 47. ASTERIX, OBELIX E A GUERRA CULTURAL... Asterix, o herói que muitas vezes é evocado para simbolizar a resistência à influência norte-americana na França, agora come no McDonald’s.” A agência BETC Euro RSCG fez uma campanha publicitária com o personagem e, segundo o site do 47 jornal Le Figaro irritou os franceses.” Fonte: Radar
  • 48. VELHOS HERÓIS CONTRA A CRISE ECONÔMICA... urante a crise de 2008/2009, um dos mangás japoneses mais icônicos teve capítulos republicados em uma revista para homens adultos. shita no Joe foi publicado inicialmente entre 1968-1973, e contava o sonho de um jovem que queria ser lutador 48
  • 49. VELHOS HERÓIS CONTRA A CRISE ECONÔMICA... objetivo de republicar um mangá para meninos em uma revista para adultos é estimular os salaryman a superar o desânimo provocados pela crise econômica. • Joe não desistiu de seu ideal e sacrificou-se até o fim, e os tempos difíceis exigem o mesmo dos trabalhadores japoneses. 49