8. • Nasceu, muito provavelmente, no Rio de Janeiro, por volta de 1738. Há, no
entanto, dúvidas a respeito. Ary Vasconcelos acredita que o compositor nasceu em
1740, e nos oferece em " Raízes na música popular brasileira" uma versão de um
sobrinho do próprio Caldas Barbosa: a de que o compositor tenha nascido ainda a
caminho do Rio de Janeiro, em navio vindo de Angola.
• É certo que era filho de um comerciante português com uma negra angolana (não
há referências a respeito de seus nomes). O pai, depois de longo período na
colônia africana, veio para o Brasil trazendo a negra grávida do compositor.
• Este estudou, por desejo do pai, no Colégio dos Jesuítas. Por volta de 1760, foi
mandado à Colônia do Sacramento (extremo sul do Brasil hoje parte do Uruguai).
Sabe-se que seu recrutamento foi um castigo por conta de versos satíricos seus,
criticando os portugueses.
• Retornou ao Rio de Janeiro em 1762, dando baixa logo depois.
• Em 1775, chegou a Portugal sob a proteção dos irmãos do Vice-rei do Brasil,
José e Luís de Vasconcelos e Sousa. Tornou-se capelão da Casa de Suplicação,
por influência de seus protetores. Essa parece ter sido a solução encontrada para
superar as dificuldades de inserção social motivada por sua condição de mestiço
de origem humilde.
• De fato, a partir de então, o compositor ingressa na alta sociedade, adotando o
nome Lereno Salinuntino .
• Aos 60 anos, faleceu em Lisboa. Foi sepultado na Igreja Paroquial de Nossa
Senhora dos Anjos.
10. • Xisto de Paula Bahia, cantor, compositor, violinista, violonista e dramaturgo. Filho do major
Francisco de Paula Bahia e Teresa de Jesus Maria do Sacramento Bahia, nasceu em
Salvador, BA, em 6 de agosto (ou 5 de setembro) de 1841 e faleceu em Caxambu, MG, em
29 (ou 30) de outubro de 1894.
• Não chegou a completar o primário. Aos 13 anos freqüentou o grêmio dramático da Bahia
denominado Regeneração Dramática, tornando-se profissional aos 18 anos.
• Paralelamente, aos 17 anos, os baianos já o viam cantando modinhas e lundus, tocando
violão e compondo, tal como Iaiá, você quer morrer?.
• Nunca estudou música, foi um músico intuitivo. Compôs pouco, mas o que fez foi de
qualidade. Foi o autor da primeira música gravada no Brasil, Isto é bom, na voz
de Bahiano, selo Zon-O-Phone (alemã).
• Considerado pelo escritor Arthur de Azevedo o "ator mais nacional que tivemos", Xisto
escreveu e representou comédias da qual destaca-se a sua Duas páginas de um livro e,
apenas como ator, Uma véspera de reis, de Artur de Azevedo.
• Em 1880, no Rio, recebeu aplausos de Pedro II, pelo seu desempenho em Os perigos do
coronel. Atuou, além do norte e nordeste, em São Paulo e Minas Gerais, sempre com
sucesso.
• Em 1891 transfere-se para o Rio de Janeiro e largando por um ano a carreira artística, foi
escrevente da penitenciária de Niterói.
• Casou-se com a atriz portuguesa Maria Vitorina e com ela teve 4 filhos, Augusta, Maria,
Teresa e Manuela.
• Doente, em 1893 retirou-se da vida artística dirigindo-se para Caxambu, MG, onde morreu
no ano seguinte.
12. • Catulo da Paixão Cearense (São Luis do Maranhão, 8 de outubro de 1863 –
Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um poeta, músico e compositor brasileiro.
Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina
Braga (natural do Maranhão)
• Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como
relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, como Anacleto de Medeiros e,
Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Integrado nos meios
boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário
da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de
modinhas da época.
• Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor
fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado,
pois era boêmio, e morreu na pobreza.
• Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de
Medeiros , Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga e outros. Como
interprete, o maior Tenor do Brasil, Vicente Celestino.
• Suas mais famosas composições são Luar do Sertão, de 1908, que na opinião de
Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e Flor amorosa (sem data).
Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade
carioca e pela reforma da ´modinha´.
14. • Eduardo Sebastião das Neves (Rio de janeiro, 1874 — Rio de janeiro,
11 de novembro de 1919) foi um palhaço, poeta, cantor, compositor e
violonista brasileiro. É pai do músico Cândido das Neves.
• Freqüentava círculos de chorões e boêmios no final do século XIX. Após
sua expulsão do Corpo de Bombeiros, passou a trabalhar como palhaço,
cantor e violonista de circo no Rio de Janeiro, viajando para vários estados.
Ao lado de figuras como Mário Pinheiro, Cadete e Baiano, foi um dos
pioneiros da indústria fonográfica.
• Deixou extensa discografia e alguns livros de poesia. Alguns grandes
êxitos foram "Estela" (A. Lira/ A. Tavares), "O Aquidabã", "Isto É Bom" (Xisto
Bahia) "O Meu Boi Morreu" e "A Conquista do Ar", marcha de 1902 que
homenageia os feitos de Santos Dumont.