Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Agroecológico Setembro 2012
1. Informativo Técnico do Sindicato dos
Trabalhadores em Assistência Técnica e
Extensão Ruraldo Estado de Minas Gerais
Ano 4 | Edição nº 24 | Setembro de 2012
www.sinter-mg.org.br
Azedinha ou Oxalis pes-caprae
Fotografia da internet
DESTAQUE
Plantas invasoras: conheça algumas delas e saiba
tudo o que elas podem indicar.
págs. 03 e 04
OUTRAS NOTÍCIAS
02 Bio Dicas: Saiba produzir inseticidas caseiros e quais os seus usos
2. Edição nº 24 | Setembro de 2012 | Ano 4
02
Editorial Bio Dicas
Inseticidas Caseiros:
A natureza é sábia e constantemente nos
indica o “caminho” que devemos tomar.
O olhar observador, atento ao ambiente, Nome Material Como fazer Como usar Observações
é necessário. Esta metodologia poderá
Quebrarão • ¼L de água Corte o sabão em fatias Pulgão: Dissolver a pasta A pasta pode ser
nos mostrar como está a área a ser traba-
• ¼L de quero- bem finas e coloque para em 7L de água e colocar usada até 3 dias
lhada. Chamar uma planta de “invasora”
sene ferver junto com a água, no pulverizador. Aplicar após a fabrica-
é denegrir a importância de uma planta
• 100g de sa- mexendo sempre até na horta e pomar. ção, pois come-
que está ali indicando uma deficiência. O
bão em pedra total dissolução. Retire ça a degradar-se
correto, talvez, seria chamar esta planta
• 1 vasilha de do fogo e acrescente o Cochonilha: Dissolver a (Querosene
de “indicadora”, seria o mais sensato. O
2L querosene lentamente, pasta em 5L de água e separa da
que você acha?
sempre mexendo, até vi- colocar no pulverizador. água).
rar uma pasta. Aplicar na horta e pomar.
Constantemente, no dia a dia da ex-
Fumacol • 10 a 15cm Pique o fumo em peda- Pragas de hortas em O sabão só é
tensão rural, somos solicitados sobre
de fumo cinhos e junte-o com a geral: Dissolva o sabão misturado na
informações de como “tratar” algumas
em corda água e o álcool numa em 10L de água e jun- hora do uso.
“pragas” e o uso de inseticidas neste
• ½L de álcool vasilha. Feche bem a te à mistura já curtida
combate, principalmente em hortas e po-
• ½L de água vasilha e deixe curtir por de fumo e álcool. Pode
mares domésticos. O uso de inseticidas
• 100g de sa- aproximadamente 15 regar as plantas com
caseiros, em muitos casos, irá resolver o
bão em pedra dias. pulverizador ou regador.
“problema”. Por isso estamos disponibili-
• Vasilha
zando receitas já conhecidas por muitos,
com tampa
mas é sempre bom recordarmos.
Água e • 15 a 20cm Coloque o fumo em ½L Pulgões e Vaquinhas: ******
Lembre-se que estamos no período elei- Fumo de fumo de água por 24h. Após Misture 4 a 5 colheres de
toral. Votar é expressar a sua vontade, é em corda este período, retire-o e sopa por litro de água e
exercer a sua cidadania. O ato de não vo- • ½L de água guarde a solução no vi- aplicar com regador.
tar e se eximir do futuro, pode afetar o seu • Vidro dro fechado.
município, a sua comunidade, a sua famí- com tampa
lia, a sua vida. Votar em branco ou nulo é Água e • Sabão Raspe o sabão até obter Conchonilha e Pulgão: O sabão pode
uma decisão, mas será a mais correta? Sabão em pedra 1 colher de sopa que Colocar a solução no também ser
Pense e decida pelos candidatos que re- • 5L de água será colocada em 5L regador e aplicar. fervido para dis-
almente farão diferença positiva. Participe de água até total disso- solver e aplicado
deste momento democrático que muitos lução. quando frio.
lutaram para acontecer. VOTE! Isca • Saco de Molhe bem o saco de
(Combate aniagem aniagem com água e um
Antônio Domingues às lesmas) • Água pouco de leite.
Diretor de Comunicação do Sinter-MG • Leite
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Plantas invasoras
As chamadas “plantas invasoras” não surgem acidental- de potássio. Recém-brotado, o gado o aceita. Banindo-se
mente, mas em circunstância bem definidas, como indi- o fogo, roçando-se e adubando, desaparece em um ano,
cadoras de determinadas carências ou excessos de ele- dando lugar a outras ferrugens.
mentos do solo. Assim, conhecendo-se as razões de seu
aparecimento, fica-se mais fácil não apenas combatê-las, 7. Beldroega (Portulaca oleracea e outras) - Recurso de
mas, principalmente, corrigir desequilíbrios do solo. pastagem na seca (NE). Nos campos agrícolas, invade os
solos melhores. Não precisa ser combatida, pois não pre-
Na relação que segue, estão as invasoras mais comuns, judica as lavouras e protege o solo.
suas características e indicações que fornecem. Nessa re-
lação, após o nome vulgar, vem o nome científico e o tipo 8. Berneira ou maria-mole (Senecio brasiliensis) - P - Indi-
de solo onde é mais frequente o seu aparecimento. Os ti- ca solos (pastagens) com uma camada adensada, entre
pos de solo ficam designados pelas seguintes abreviatu- 40 a 120 cm de profundidade. É depositária das larvas
ras: A = terra agrícola | A - P = solo agrícola deixado para do berne (SP). Venenosa para o gado. Regride mediante
formação de pasto | P= pasto | C = cerrado. adubação potássica e emprego de plantas subsoladoras.
1. Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) - A - 9. Buriti (Mauritia vinifera) - C - Típica de cerrado e lavrado
“Leiteira”que invade campos de soja; indica solos onde (NE). Indica sempre presença de água. Os frutos muídos
há desequilíbrio do nitrogênio com micronutrientes e, em servem de ração.
especial, com molibdênio e cobre.
10. Capim-amargoso ou capim-açu (Digitaria insularia ou
2. Ariri (Cocos vagans) - P - Aparece em solos muito quei- Trichachne insulares) A - P - Surge em lavouras abando-
mados, imprestáveis. nadas e em pastagens, nas manchas úmidas, onde a água
estagna após a chuva. Nunca indica solos com boa pro-
3. Assa-peixe (Veronica spp.) - P - Indica solos de cerrado dutividade.
secos e com lajes.
11. Capim-amoroso ou capim-carrapicho (Cenchrus echi-
4. Babaçu (Orbignya martiana) - C - Palmeira indicadora natus) - A - P - Indica campos agrícolas muito decaídos,
da transição da mata para o cerrado. Mais babaçu, maior erodidos e adensados. Surge também em pastagens onde
tendências para cerrado. o pisoteio foi intenso em época adversa. Afofado o solo,
desaparece.
5. Bacuri (Plantonia insignis) - C - Palmeira do cerrado.
Indica que ali há um solo fértil, tanto física como quimica- 12. Capim-arroz ou capim capivara (Echinocloa crusgalli)
mente. - A - Frequente em campos de arroz irrigados. Indica a for-
mação de um “horizonte de redução”(rico em substâncias
6. Barba-de-bode (Arristida pallens) - P - Capim típico de tóxicas) logo abaixo da superfície do solo. Eliminando-se
paisagem do fogo. Indica pobreza de fósforo, de cálcio e o “horizonte de redução” - por drenagem _ palha de arroz
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infestado + adubação fosfocálcica - o capim-arroz não to secos. Dependem da pobreza do solo em molibdênio.
mais germina. Remédio para males do estômago, do intestino, do fígado
(variedade de folhas estreitas).
13. Cabelo-de-porco (Carex ssp.) - A - P - Aparece em
solos muito compactados e anaeróbicos, com um nível 21. Chirca (Rupatorium spp.) P - Indica boas condições
de cálcio irrisório. Altamente beneficiado pelas queima- para o gado e só aparece em solos ricos em molibdênio e
das. Some com adubação e calagem. nos quais haja o manejo rotativo das pastagens.
14. Capim-caninha ou capim-colorado (Andropogon in- 22. Cravo-branco ou erva-fedorenta (Tagetes erecta e T.
canis) - P - Surge em solos temporariamente encharca- minuta) - A - Assentam-se, em grande quantidade, nos
dos e periodicamente queimados (RS). Indica deficiência solos infestados por nematóides. Com estrutura de solo
aguda de fósforo. Adubado com fosfato, torna-se forra- deficiente, alcançam mais de 2 m, formando talos de até
geira boa. Em pastejo rotativo, tende a desaparecer. 1 polegada, o que prjudica a colheita mecanizada. Quei-
madas podem procurar também as pastagens.
15. Capim-favorito, capim-gafanhoto ou capim-natal
(Rhynchelytrum roseum) - indicação de solos muito secos, 23. Dente-de-leão (Taraxum officilis) - P - Surge em pasta-
decaídos e onde o adubo quase não faz efeito. O capim- gens (S), indicando a presença de boro no solo. O gado o
-gafanhoto pode ser erradicado com a adição ao solo de aprecia como aperitivo. As folhas novas são comestíveis
matéria orgânica e fosfato para o homem. É medici-
cálcico. A princípio, viceja “(...) ‘Plantas invasoras’ não nal para o fígado, contra
mais, depois some. o reumatismo, nevragias,
16. Capim-marmelada ou
surgem acidentalmente, mas em diabetes.
capim-parapuã (Brachia- circunstância bem definidas, como 24. Fazendeiro ou picão-
ria plantaginea) - A - Sur- -branco (Galinsoaga par-
ge só em terra arada ou indicadoras de determinadas viflora) - A - Surge em
gradeada. Boa forrageira. solos com excesso de
Indica solos em decadên- carências ou excessos de nitrogênio, mas deficien-
cia. Quanto pior o solo tes em micronutrientes.
para cultura, melhor para elementos do solo”. Aparentemente, é benefi-
a marmelada. É prejudica- ciado pela deficiência de
do por produtos de sua própria decomposição (um com- cobre. Tóxico, não deve ser arrancado com a mão.
posto de capim-marmelada faz com que este desapareça).
Sofre hostilidade do centeio, da aveia-preta e da ervilhaça. 25. Grama-batatais, forquilha, mato-grosso e, em estado
melhorado, pensacola (Paspalum notatum var.) - Em so-
17. Capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis e outros) los argilosos, cresce rápido, dando folhas glabras (lisas).
- A - P - Invasor de terras abandonadas e pastos. Indica Em solos arenosos, cresce pouco e tem folhas pilosas,
solos muito ácidos, com baixo teor de cálcio e uma ca- que prejudicam o gado. Sinal de decadência do solo
mada impermeável entre 60 e 120 cm de profundidade. pastoril (SP), especialmente em pastagens plantadas. De
Fraco como forrageira. Rompida a laje subterrânea - com todo modo, suporta pisoteamento intenso.
plantio de guandu, por exemplo - desaparece.
26. Grama-seda, do burro, paulista e, em estado melho-
18. Capim-rabo-de-raposa (Setaria geniculata) - P - A - rado, bermudagrass (Cynodon dactylon) - A - P - Indica
Indica solos pobres. Faz pouca massa verde e floresce solos muito compactados, muito pisoteados. Surge tanto
cedo. Em campos, após a cultura, pode ser exuberante, em lavouras como em pastagens. Melhorando o solo, vi-
constituido-se, durante a seca, em recurso forrageiro. Tí- ceja mais, tornam-se menos persistentes e acaba sumin-
pico de beiras de campos e estradas, onde a compacta- do. O solo onde aparece é bem mais rico do que aquele
ção é maior. onde cresce o amoroso, mas é menos compactado.
19. Caranguatá ou gravatá (Eryggium ciliatum) - P - Típica 27. Guanxuma, malva ou vassourinha (Sida spp.) - Inva-
de pastos com húmus ácido. Em pastejos permanentes, de terrenos onde o subsolo é adensado ou, pela erosão,
no lugar em que o solo é fraco, surge em grande quanti- o solo superficial for lavado. Indicadora de laje mais ou
dade. Com pastejo rotativo e calagem, desaparece. menos grossa, que restringe o crescimento radicular em
geral, mas que a guaxuma consegue vencer. Em solo fér-
20. Carquejas (Baccharis spp.) - P - Preferem terrenos til, guanxuma viçosa, em solo pobre, guanxuma pequena.
que, na estação das chuvas, estagnam água, do subsolo Aparece por efeito de aração profunda demais, de piso-
até a superfície, mas que, na época de estiagem, são mui- teio de gado ou de movimentação.