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Topografia
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA
Maputo, 21 a 25 de Fevereiro de 2022
MRM
UNIVERSIDADE WUTIVI
Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Planeamento Físico
FEAPF
1.1 INTRODUÇÃO
 No passado: representação do espaço com
base na observação e descrição do meio.
 Actualmente: surgimento de técnicas e
equipamentos de medição que facilitam a
obtenção de dados para posterior
representação.
1.1 INTRODUÇÃO
 Etimologicamente, em grego
TOPOS = LUGAR
GRAPHEN = DESCRIÇÃO
 De forma simples: Topografia significa
descrição do lugar.
1.1 INTRODUÇÃO
 Objectivo principal: é efectuar o levantamento
(executar medições de ângulos, distâncias e
desníveis) que permita representar uma porção
da superfície terrestre em uma escala
adequada.
 Levantamento topográfico são as operações
efectuadas em campo com o objectivo de coletar
dados para a posterior representação.
1.1 INTRODUÇÃO
 A Topografia pode ser entendida como parte da
Geodesia, ciência que tem por objectivo determinar a
forma e dimensões da Terra.
 Na Topografia trabalha-se com medições (lineares e
angulares) realizadas sobre a superfície da Terra e a
partir destas são calculadas as coordenadas, áreas e
volumes, etc.
 Além disso, estas grandezas poderão ser representadas
de forma gráfica através de mapas ou plantas.
1.1 INTRODUÇÃO
O trabalho prático da topografia pode ser dividido em
cinco etapas, nomeadamente:
 Tomada de decisão (reconhecimento), onde se
relacionam os métodos de levantamento,
equipamentos, posições ou pontos a serem
levantados, etc;
 Trabalho de campo ou aquisição de dados: fazer
as medições e gravar ou registar os dados;
1.1 INTRODUÇÃO
 Cálculo ou processamento: elaboração dos
cálculos baseados nas medidas obtidas em
campo, para a determinação das coordenadas,
volumes, etc;
 Mapeamento ou representação: produzir o
mapa ou carta a partir dos dados medidos;
 Locação
1.1 INTRODUÇÃO
Aplicações da Topografia: a Topografia é a
base para diversos trabalhos de engenharia,
onde o conhecimento das formas e dimensões
do terreno é importante. Alguns exemplos de
aplicação.
 Projectos e execução de estradas;
 Geologia e indústria extrativa;
1.1 INTRODUÇÃO
 Grandes obras de engenharia, como pontes,
portos, viadutos, túneis, etc;
 Trabalhos de terraplenagem;
 Monitoramento de estruturas;
 Planeamento urbano;
 Irrigação e drenagem;
 Reflorestamento;
 etc.
1.2 SISTEMAS DE COORDENADAS
Um dos principais objectivos da Topografia é
a determinação de coordenadas relativas
de pontos.
Para tal é necessário que estas sejam
expressas em um sistema de coordenadas.
1.2 SISTEMAS DE COORDENADAS
Basicamente são utilizados dois tipos de
sistemas para a definição unívoca da posição
tridimensional de pontos:
 Sistema de coordenadas cartesianas
 Sistema de coordenadas esféricas
1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas
1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas
No espaço tridimensional
Dextrógiro é aquele onde um observador situado no
semi-eixo OZ vê o semi-eixo OX coincidir com o semi-
eixo OY através de um giro de 90º no sentido anti-
horário.
1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas
Levógiro é aquele em que o semi-eixo OX
coincide com o semi-eixo OY através de um
giro de 90º no sentido horário.
1.2.2 Sistema de coordenadas esféricas
Um ponto no espaço tridimensional pode ser determinado
de forma unívoca, conforme a figura abaixo.
r – é o afastamento entre a origem
do sistema e o ponto R conside-
rado;
β – é o ângulo formado entre o seg-
mento OR e a projecção ortogo-
nal deste sobre o plano xy.
- é o ângulo formado pela projec-
ção do segmento OR sobre o pla-
no xy com o semi-eixo OX.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Devido às irregularidades da superfície terrestre,
utilizam-se modelos para a sua representação, mais
simples, regulares e geométricos e que mais se
aproximam da forma real para efectuar os cálculos.
Cada um destes modelos tem a sua aplicação, e
quanto mais complexa a figura empregada para a
representação da Terra, mais complexos serão os
cálculos sobre esta superfície.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Latitude Astronômica ( ): é o arco de meridiano
contado desde o equador até o ponto considerado,
sendo, por convenção, positiva no hemisfério
Norte e negativa no hemisfério Sul.
1.3.1 Modelo esférico (adoptado pela astronomia)
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Longitude Astronômica (Λ): é o arco do equador
contado desde o meridiano de origem (Greenwich
até o meridiano do ponto considerado. Por
convenção a longitude varia de 0º a +180º no
sentido leste de Greenwich e de 0º a 180º por
oeste de Greenwich.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
1.3.2 Modelo elipsoidal (adoptado pela geodesia)
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Latitude Geodésica ( ): ângulo que a normal
forma com sua projecção no plano do equador,
sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul.
Longitude Geodésica (λ): ângulo diedro formado
pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e
o ponto P, sendo positivo para Leste e negativo
para Oeste.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
1.3.3 Modelo geoidal
O modelo geoidal é o que mais se aproxima da
forma da Terra. É definido teoricamente como
sendo o nível médio dos mares em repouso,
prolongado através dos continentes.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Não é uma superfície regular e é de difícil
tratamento matemático
O geoide é uma superfície equipotencial do
campo da gravidade ou superfície de nível, sendo
utilizado como referência para as altitudes
ortométricas (distância contada sobre a vertical,
do geóide até a superfície física) no ponto
considerado.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
1.3.4 Modelo plano (adoptado pela Topografia)
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Esta aproximação é válida dentro de certos
limites e facilita bastante os cálculos
topográficos.
Tem-se adoptado como limite para este
plano na prática a dimensão de 20 a 30
km.
1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Para a representação de pontos este sistema
pode ser caracterizado da seguinte forma:
Eixo Z: materializado pela vertical do lugar (linha
materializada pelo fio de prumo);
Eixo Y: definido pela meridiana (linha norte-sul
magnética ou verdadeira);
Eixo X: sistema dextrógiro (formando 90º na
direcção leste).
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
 Para representar a superfície da Terra
são efetuadas medidas de grandezas
como direções, distâncias e desníveis.
 Estas observações inevitavelmente
estarão afetadas por erros.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
As fontes de erro poderão ser:
a) Condições ambientais: causados pelas
variações das condições ambientais, como
vento, temperatura, etc.
Exemplo: variação do comprimento de uma
fita métrica com a variação da temperatura.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
b) Instrumentais: causados por problemas como
a imperfeição na construção de equipamento ou
ajuste do mesmo.
A maior parte dos erros instrumentais pode ser
reduzida adotando técnicas de
verificação/retificação, calibração e classificação,
além de técnicas particulares de observação.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
c) Pessoais: causados por falhas humanas, como
falta de atenção ao executar uma medição, cansaço,
etc.
Os erros, causados por estes três elementos
apresentados anteriormente, poderão ser
classificados em:
 Erros grosseiros
 Erros sistemáticos
 Erros aleatórios
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
1.4.1 Erros grosseiros
Causados por:
a) Engano na medição;
b) Leitura errada nos instrumentos;
c) Identificação de alvo, etc.,
Normalmente estes erros estão relacionados
com a falta de atenção do observador ou uma
falha no equipamento.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
Cabe ao observador cercar-se de cuidados
para evitar a sua ocorrência ou detectar a sua
presença. A repetição de leituras é uma forma
de evitar erros grosseiros.
Exemplos: Anotar 169 ao invés de 196;
Engano na contagem de lances durante a
medição de uma distância com fita métrica
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
1.4.2 Erros sistemáticos
São aqueles erros cuja magnitude e sinal
algébrico podem ser determinados, seguindo leis
matemáticas ou físicas.
Pelo fato de serem produzidos por causas
conhecidas podem ser evitados através de
técnicas particulares de observação ou mesmo
eliminados mediante a aplicação de fórmulas
específicas.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
São erros que se acumulam ao longo do
trabalho.
Exemplos:
1) Efeito da temperatura e pressão na
medição de distâncias com medidor eletrônico
de distância;
2) Correção do efeito de dilatação de uma fita
métrica em função da temperatura
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
3) Um exemplo clássico apresentado na
literatura, referente a diferentes formas de
eliminar e ou minimizar erros sistemáticos é o
posicionamento do nível a igual distância entre
as miras durante o nivelamento geométrico pelo
método das visadas iguais, o que proporciona a
minimização do efeito da curvatura terrestre no
nivelamento e falta de paralelismo entre a linha
de visada e eixo do nível tubular.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
1.4.3 Erros acidentais e aleatórios
São aqueles que permanecem após os erros
anteriores terem sido eliminados. São erros
que não seguem nenhum tipo de lei e ora
ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a
se neutralizar quando o número de
observações é grande.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
De acordo com GEMAEL (1991, p.63), quando
o tamanho de uma amostra é elevado, os
erros acidentais apresentam uma distribuição
de frequência que muito se aproxima da
distribuição normal.
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
1.4.4 Precisão e acurácia
A precisão está ligada a repetibilidade de medidas
sucessivas feitas em condições semelhantes, estando
vinculada somente a efeitos aleatórios.
A acurácia expressa o grau de aderência das
observações em relação ao seu valor verdadeiro,
estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos.

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  • 1. Topografia CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA Maputo, 21 a 25 de Fevereiro de 2022 MRM UNIVERSIDADE WUTIVI Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Planeamento Físico FEAPF
  • 2. 1.1 INTRODUÇÃO  No passado: representação do espaço com base na observação e descrição do meio.  Actualmente: surgimento de técnicas e equipamentos de medição que facilitam a obtenção de dados para posterior representação.
  • 3. 1.1 INTRODUÇÃO  Etimologicamente, em grego TOPOS = LUGAR GRAPHEN = DESCRIÇÃO  De forma simples: Topografia significa descrição do lugar.
  • 4. 1.1 INTRODUÇÃO  Objectivo principal: é efectuar o levantamento (executar medições de ângulos, distâncias e desníveis) que permita representar uma porção da superfície terrestre em uma escala adequada.  Levantamento topográfico são as operações efectuadas em campo com o objectivo de coletar dados para a posterior representação.
  • 5. 1.1 INTRODUÇÃO  A Topografia pode ser entendida como parte da Geodesia, ciência que tem por objectivo determinar a forma e dimensões da Terra.  Na Topografia trabalha-se com medições (lineares e angulares) realizadas sobre a superfície da Terra e a partir destas são calculadas as coordenadas, áreas e volumes, etc.  Além disso, estas grandezas poderão ser representadas de forma gráfica através de mapas ou plantas.
  • 6. 1.1 INTRODUÇÃO O trabalho prático da topografia pode ser dividido em cinco etapas, nomeadamente:  Tomada de decisão (reconhecimento), onde se relacionam os métodos de levantamento, equipamentos, posições ou pontos a serem levantados, etc;  Trabalho de campo ou aquisição de dados: fazer as medições e gravar ou registar os dados;
  • 7. 1.1 INTRODUÇÃO  Cálculo ou processamento: elaboração dos cálculos baseados nas medidas obtidas em campo, para a determinação das coordenadas, volumes, etc;  Mapeamento ou representação: produzir o mapa ou carta a partir dos dados medidos;  Locação
  • 8. 1.1 INTRODUÇÃO Aplicações da Topografia: a Topografia é a base para diversos trabalhos de engenharia, onde o conhecimento das formas e dimensões do terreno é importante. Alguns exemplos de aplicação.  Projectos e execução de estradas;  Geologia e indústria extrativa;
  • 9. 1.1 INTRODUÇÃO  Grandes obras de engenharia, como pontes, portos, viadutos, túneis, etc;  Trabalhos de terraplenagem;  Monitoramento de estruturas;  Planeamento urbano;  Irrigação e drenagem;  Reflorestamento;  etc.
  • 10. 1.2 SISTEMAS DE COORDENADAS Um dos principais objectivos da Topografia é a determinação de coordenadas relativas de pontos. Para tal é necessário que estas sejam expressas em um sistema de coordenadas.
  • 11. 1.2 SISTEMAS DE COORDENADAS Basicamente são utilizados dois tipos de sistemas para a definição unívoca da posição tridimensional de pontos:  Sistema de coordenadas cartesianas  Sistema de coordenadas esféricas
  • 12. 1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas
  • 13. 1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas No espaço tridimensional Dextrógiro é aquele onde um observador situado no semi-eixo OZ vê o semi-eixo OX coincidir com o semi- eixo OY através de um giro de 90º no sentido anti- horário.
  • 14. 1.2.1 Sistema de coordenadas cartesianas Levógiro é aquele em que o semi-eixo OX coincide com o semi-eixo OY através de um giro de 90º no sentido horário.
  • 15. 1.2.2 Sistema de coordenadas esféricas Um ponto no espaço tridimensional pode ser determinado de forma unívoca, conforme a figura abaixo. r – é o afastamento entre a origem do sistema e o ponto R conside- rado; β – é o ângulo formado entre o seg- mento OR e a projecção ortogo- nal deste sobre o plano xy. - é o ângulo formado pela projec- ção do segmento OR sobre o pla- no xy com o semi-eixo OX.
  • 16. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Devido às irregularidades da superfície terrestre, utilizam-se modelos para a sua representação, mais simples, regulares e geométricos e que mais se aproximam da forma real para efectuar os cálculos. Cada um destes modelos tem a sua aplicação, e quanto mais complexa a figura empregada para a representação da Terra, mais complexos serão os cálculos sobre esta superfície.
  • 17. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Latitude Astronômica ( ): é o arco de meridiano contado desde o equador até o ponto considerado, sendo, por convenção, positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul. 1.3.1 Modelo esférico (adoptado pela astronomia)
  • 18. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Longitude Astronômica (Λ): é o arco do equador contado desde o meridiano de origem (Greenwich até o meridiano do ponto considerado. Por convenção a longitude varia de 0º a +180º no sentido leste de Greenwich e de 0º a 180º por oeste de Greenwich.
  • 19. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA 1.3.2 Modelo elipsoidal (adoptado pela geodesia)
  • 20. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Latitude Geodésica ( ): ângulo que a normal forma com sua projecção no plano do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul. Longitude Geodésica (λ): ângulo diedro formado pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e o ponto P, sendo positivo para Leste e negativo para Oeste.
  • 21. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA 1.3.3 Modelo geoidal O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra. É definido teoricamente como sendo o nível médio dos mares em repouso, prolongado através dos continentes.
  • 22. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Não é uma superfície regular e é de difícil tratamento matemático O geoide é uma superfície equipotencial do campo da gravidade ou superfície de nível, sendo utilizado como referência para as altitudes ortométricas (distância contada sobre a vertical, do geóide até a superfície física) no ponto considerado.
  • 23. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA 1.3.4 Modelo plano (adoptado pela Topografia)
  • 24. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Esta aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos. Tem-se adoptado como limite para este plano na prática a dimensão de 20 a 30 km.
  • 25. 1.3 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Para a representação de pontos este sistema pode ser caracterizado da seguinte forma: Eixo Z: materializado pela vertical do lugar (linha materializada pelo fio de prumo); Eixo Y: definido pela meridiana (linha norte-sul magnética ou verdadeira); Eixo X: sistema dextrógiro (formando 90º na direcção leste).
  • 26. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO  Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distâncias e desníveis.  Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros.
  • 27. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO As fontes de erro poderão ser: a) Condições ambientais: causados pelas variações das condições ambientais, como vento, temperatura, etc. Exemplo: variação do comprimento de uma fita métrica com a variação da temperatura.
  • 28. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO b) Instrumentais: causados por problemas como a imperfeição na construção de equipamento ou ajuste do mesmo. A maior parte dos erros instrumentais pode ser reduzida adotando técnicas de verificação/retificação, calibração e classificação, além de técnicas particulares de observação.
  • 29. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO c) Pessoais: causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar uma medição, cansaço, etc. Os erros, causados por estes três elementos apresentados anteriormente, poderão ser classificados em:  Erros grosseiros  Erros sistemáticos  Erros aleatórios
  • 30. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO 1.4.1 Erros grosseiros Causados por: a) Engano na medição; b) Leitura errada nos instrumentos; c) Identificação de alvo, etc., Normalmente estes erros estão relacionados com a falta de atenção do observador ou uma falha no equipamento.
  • 31. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO Cabe ao observador cercar-se de cuidados para evitar a sua ocorrência ou detectar a sua presença. A repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros. Exemplos: Anotar 169 ao invés de 196; Engano na contagem de lances durante a medição de uma distância com fita métrica
  • 32. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO 1.4.2 Erros sistemáticos São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas conhecidas podem ser evitados através de técnicas particulares de observação ou mesmo eliminados mediante a aplicação de fórmulas específicas.
  • 33. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO São erros que se acumulam ao longo do trabalho. Exemplos: 1) Efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de distância; 2) Correção do efeito de dilatação de uma fita métrica em função da temperatura
  • 34. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO 3) Um exemplo clássico apresentado na literatura, referente a diferentes formas de eliminar e ou minimizar erros sistemáticos é o posicionamento do nível a igual distância entre as miras durante o nivelamento geométrico pelo método das visadas iguais, o que proporciona a minimização do efeito da curvatura terrestre no nivelamento e falta de paralelismo entre a linha de visada e eixo do nível tubular.
  • 35. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO 1.4.3 Erros acidentais e aleatórios São aqueles que permanecem após os erros anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande.
  • 36. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO De acordo com GEMAEL (1991, p.63), quando o tamanho de uma amostra é elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de frequência que muito se aproxima da distribuição normal.
  • 37. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO 1.4.4 Precisão e acurácia A precisão está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas feitas em condições semelhantes, estando vinculada somente a efeitos aleatórios. A acurácia expressa o grau de aderência das observações em relação ao seu valor verdadeiro, estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos.