O documento resume informações sobre tumores de nasofaringe, incluindo:
1) A anatomia da nasofaringe e pontos de referência anatômicos importantes como a fossa de Rosenmüller.
2) Fatores de risco, história natural, apresentação clínica e estágios de tumores de nasofaringe.
3) Abordagem diagnóstica e tratamento, incluindo radioterapia isolada ou combinada à quimioterapia.
1. INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL
PROF. FERNANDO FIGUEIRA
SERVIÇO DE RADIO-ONCOLOGIA
CABEÇA E PESCOÇO
TUMORES
DE
NASOFARINGE
MR1 Sonmi Lee
Recife, 25 de abril de 2019
2. ANATOMIA
Nasofaringe = rinofaringe
Parte exclusiva respiratória
2,0 cm AP // 4,0 cm crânio-caudal
Osso esfenóide
Atlas e Axis →
Base de crânio
Palato mole
Coanas
Orofaringe
Palato mole
Fossa de
Rosenmuller
(recesso faíngeo)
NPC
3. PONTOS DE REPARO ANATÔMICO
Avaliação clínica e na interpretação dos cortes
RNM e TAC
4. PONTOS DE REPARO ANATÔMICO
Avaliação clínica e na
interpretação dos
cortes RNM e TAC
Toro tubário
Mais proeminente das
estruturas
Protusão de parte da
cartilagem da tuba
auditiva
Óstio da tuba auditiva
Imediatamente ântero-
inferior ao toro tubário
Discreta reentrância na
parede lateral da
nasofaringe
5. PONTOS DE REPARO ANATÔMICO
Avaliação clínica e na
interpretação dos
cortes RNM e TAC
Recesso faríngeo lateral
(Fosseta de Rosenmuller)
Situado posteriormente
Sítio mais comum de
origem do NPC
6. FOSSETA DE ROSENMÜLLER
Superior: forame lacerum
Carótida interna
Disseminação pro seio cavernoso
Anterior: nervo mandibular
Atravessa base de crânio pelo forame oval
Posterior: forame julgular
NC IX, X, XI
RELAÇÕES
ANATÔMICAS
QUADRO
CLÍNICO
EVOLUÇÃO
7. FOSSETA DE ROSENMÜLLER
Superior: forame lacerum
Carótida interna
Disseminação pro seio cavernoso
Anterior: nervo mandibular
Atravessa base de crânio pelo
forame oval
Posterior: forame julgular
NC IX, X, XI
8. O QUE É O ANEL LINFÁTICO DE
WALDEYER ?
Conjunto de tecidos linfoides
Primeira linha de defesa
aero-digestiva
9. IRRIGAÇÃO E DRENAGEM VENOSA
Irrigação arterial: a. carótida externa
A. faríngea ascendente
A. palatina
A. faciais
10. IRRIGAÇÃO E DRENAGEM VENOSA
Drenagem venosa
Plexo pterigoide
Plexo faríngeo
V. julgular interna
11. INTERVAÇÃO
Sensitiva
Anterior a tuba auditiva: n. maxilar
Posterior a tuba adutiva: n. glossofaríngeo (IX)
Motor
Plexo faríngeo (IX, X, XI)
12. DRENAGEM LINFÁTICA
LND retrofaríngeo laterais
(Nodes of Rouviere)
Primeiros LND da drenagem
Base de crânio → C3
14. EPIDEMIOLOGIA
2% dos TU de cabeça e pescoço
0,25% de todos os tumores
86.000 caso/ano → 50.000 mortes
2-3x mais comum em homens
Diferença racial e distribuição geográfica
SUL CHINA
SUL DA ÁSIA
EUA EUROPA OCIDENTAL
0,5 a 2 casos por 100.000
Aumenta com a idade
25 casos por 100.000
Pico entre 50-59 anos
ALTO RISCOBAIXO RISCO
RISCO INTERMEDIÁRIO
NORTE DA ÁFRICA
ORIENTE MÉDIO ÁRTICO
15. FATORES DE RISCO
Epstein-Barr Virus
Lesões precursoras: EBV DNA e expressão do gene
Tabagismo→ reativação EBV
HPV
Relação pouco definida
Difere nas regiões endêmicas e não endêmicas
2000-2015 // 1328 pct // Sul da China
EBV + 91,9% // HPV/p16 7,7%
Coinfecção 0,6%
IMRT – estágio I e II
IMRT _ QT – estágio III e IV
Follow-up 72,8m
Recorrência: Menor EBV-/HPV+ comparado com EBV+/HPV- (6.4% vs 13.8%; P = .03)
16. FATORES DE RISCO
GENÉTICA
MEIO
AMBIENTE
VIRAL
HLAA2
HLA B46
HLA B17
POLIMORFISMO CYP2A6
PEIXE SALGADO
(NITROSAMINAS)
VIT C ↓
FUMAÇA DE MADEIRA
ALCOOL+CIGARRO
NÃO QUERATINIZANTE NPC
2 GENES LATENTES:
• LATENT MEMBRANE PROTEINS
(LMP)
• EBV-NUCLEAR ANTIGEN (EBNA)
17. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
INÍCIO
PERÍODO SILENCIOSO
INVASÃO FOCAL
PRIMEIRA CADEIA LINFONODAL INVASÃO LOCORREGIONAL
INVASÃO SISTÊMICA
Fatores genéticos, ambientais e viral
Retrofaríngeo
Parafaríngeo
Base de crânio
18. TUMORES DE NASOFARINGE
Benignos
Raros
Fibromas, papilomas, pólipos
SNC na nasofaringe:
Angiofibromas*
Crâniofaringiomas
Meningiomas extra cranianos
Encefaloceles
Hemangiomas
Cordomas
19. TUMORES DE NASOFARINGE
Malignos
Epiteliais
75 a 85%
CEC
Linfoepitelioma
Linfáticos
10 a 15%
Linfoma de células B
Linfoma de células gigantes
Outros
<5%
Sarcoma
Adenocarcinoma
Melanoma
20. TUMORES DE NASOFARINGE
NEOPLASIAS EPITELIAIS
NÃO GLADULARES
E
NÃO LINFÁTICAS
NPC
ENDÊMICOS
99% NÃO QUERATINIZANTES
EBV +
5
75% NÃO QUERATINIZANTES
EBV +
25% QUERATINIZANTES
NÃO ENDÊMICOS
21. TUMORES DE NASOFARINGE
MASSA TUMORAL NASAL
OUVIDO NEURAL
SINTOMAS
NPC
Apresentação clínica
Localização Tu primário
Tamanho
Velocidade crescimento
PERDA DE PESO
22. TUMORES DE NASOFARINGE
70% acometimento ganglionar no momento do diagnóstico
É frequente o cometimento linfonodoal cervical bilateral
principalmente no espaço retrofaríngeo
SINTOMA INICIAL
(mais comum)
MASSA CERVICAL
ASSINTOMÁTICA
23. TUMORES DE NASOFARINGE
Secreção nasal
Epistaxe
Obstrução
NASAL
NEURAL
Cefaleia
Diplopia
Parestesia facial
OUVIDO
Zumbido
Perda de audição
Plenitude
Paralisia de n. craniano: mais comum VI (abducente)
Acometimento
Massa cervical 60%
Plenitude em ouvido 41%
Perda audição 37%
Diplopia 8%
Symptom & sign of NPC frequency at diagnostic in Mayo clinic series
24. TUMORES DE NASOFARINGE
Apresentação clínica
Localização:
NPC normalmente se originam
na fossa de Rosenmuller
Pode se apresentar como disfagia
25. TUMORES DE NASOFARINGE
Extensão local
ANTERIOR
Cavidade nasal
Sinus paranasal
Invasão de órbita
Sinus esfenoidal
Sinus cavernoso
Orofaringe
Vértebra C1
Espaço parafaríngeo lateral
Cavidade auditiva média
Base de crânio
Clivus
LND retrofaríngeos
27. TUMORES DE NASOFARINGE
Síndromes
O espaço parafaríngeo
Espaço virtual separa o lobo profundo da g. parótida
das partes moles na nasofaringe
Estrututas neurovasculares: a. carótida, v. julgular int, n.
glossofaríngeo, vago, acessório, hipoglosso e a via
simpática cervical
Villaret
Vernet
Collet - Sicard
28. TUMORES DE NASOFARINGE
Síndrome de Villaret
Descrita em 1916
Raro
Comprometimento seletivo e homolateral
n. glossofaríngeo (IX)
n. vago (X)
n. acessório(XI)
n. hipoglosso(XII)
e a via simpática cervical
DISFAGIA
DISFONIA
ANESTESIA DO PALATO
PERDA GUSTAÇÃO
1/3 POST LINGUA
PARESEIA:
ESTERNOCLEIDOMAST E
PARTE DO TRAPÉZIO
DERREAMENTO DO
OMBRO
MIOSE
ENOFTALMIA
REDUÇÃO RIMA
PALPEBRAL
ANIDROSE
SINAL DE HORNER
30. TUMORES DE NASOFARINGE
Síndrome de Vernet ou do forame julgular
Comprometimento homolateral
n. glossofaríngeo (IX)
n. vago (X)
n. acessório (XI)
Síndrome de Collet - Sicard
Forame jugular quanto o canal do hipoglosso
n. glossofaríngeo (IX)
n. vago (X)
n. acessório(XI)
n. hipoglosso(XII)
31. TUMORES DE NASOFARINGE
Síndrome de Jacob
Invasão tumoral em base de crânio
Pode envolver n. craniano II ao VI
n. óptico (II)
↓ visual, amaurose
n. trigêmeo, n. toclear, abducente (III, IV, VI)
Oftalmoplegia
n. abducente (VI)
Estrabismo e diplopia
n. trigêmo (V)
Dor facial e reflexo corneal ausente
32. TUMORES DE NASOFARINGE
Extensão LND
Superior
Meio/Inferior
Posterior
Estágios LND
5A
5B
4A4B
39. TUMORES DE NASOFARINGE
Estadiamento / tratamento
AJCC
DOENÇA INICIAL
RT isolada
SG 90% em 5 anos
Irradiação:
1) TU primário
2) LND II/III e Va
(se IV e Vb s/ alt)
5A
5B
4A4B
40. TUMORES DE NASOFARINGE
Estadiamento / tratamento
AJCC
DOENÇA LOCALMENTE
AVANÇADA
RT + QT
QT: cisplatina 100mg/m2
D1, D22, D43
QT adj: cisplatina + fluoracil
D1 a D4 (a cada 4 semanas)
(NE1B)
5A
5B
4A4B
41. TUMORES DE NASOFARINGE
Estadiamento / tratamento
AJCC
DOENÇA LOCALMENTE
AVANÇADA
QT neo:
(Docetaxel + cisplatina) 21/21d
ou
Docetaxel D1 + cisplatina D1
+ fluoracil D1 a D5
Seguida de RT
(NE2C)
5A
5B
4A4B
42. TUMORES DE NASOFARINGE
19 trials
4806 pacientes
Follow up 7,7 anos
Adição QT à RT: ↑ sobrevida global IC (0,73-0,86), p<0,0001
Benefício em 5 anos IC (3,5-9,1)
QT+ RT concomitante + QT adj: HR 0,65 IC (0,56 – 0,76)
Add de QT mostrou benefício em todos os desfechos: sobrevida livre
de doença, controle regional, controle a distância e morte por CA
44. TUMORES DE NASOFARINGE
Radioterapia radical
Isolada
Alto risco: LND + local subclínico
66 Gy / 30 fx
70-70,2 Gy / 35 fx
Baixo/intermediário risco: locais
suspeitos de extensão subclínica
44-50 Gy / 25 fx
54-63 Gy / 35 fx
45. TUMORES DE NASOFARINGE
Radioterapia radical
Associada a QT
Alto risco:
70-72 Gy / 35 fx
Baixo/intermediário risco: locais
suspeitos de extensão subclínica
44-50 Gy / 25 fx
54-63 Gy / 35 fx
46. TUMORES DE NASOFARINGE
Radioterapia Paliativa
30 Gy / 10 fx
20 Gy / 5 fx
800 a 1000 cGy / DU
47. TUMORES DE NASOFARINGE
TÉCNICA RADIOTERÁPICA
Volume de tratamento
Nasofaringe
2cm posterior da cavidade nasal
Posterior sinus etmoidal
Todo sinus esfenoidal
Parte basilar do osso occipital
(anterior ao forame magno unindo ao corpo do osso esfenoide)
Sinus cavernoso
Base de crânio: forame oval, canal caratótido
Fossa pterigoide
1/3 posterior do sinu maxilar
Lateral e posterior no nível da fossa tonsilar média
? Posterior ¼ da órbita (Fletcher: sim, Perez: não)
50. TUMORES DE NASOFARINGE
TÉCNICAS
Convencional
3D conformacional
IMRT
IGRT
ENERGIA
Co60: 1.25 MeV
LINAC: 4-6 MV
51. TUMORES DE NASOFARINGE
TÉCNICAS
FASE INICIAL
2 campos paralelos opostos
Abordagem com 3 campos
BOOST
Técnica de Fletcher – 4 campos
Anterolateral
52. TUMORES DE NASOFARINGE
REFERÊNCIAS
Borda superior:
2,5cm acima do arco zigomático
5,0cm acima se acometimento intra
cranial
Borda anterior
2cm
Borda posterior
Ao longo da ponta do mastoide
Borda inferior
Ao longo da borda superior da clavícula
Em jovens tem menor amplitude devido à maior presença de tecido linfóide retrofaríngeo
A fosseta de Rosenmüller repousa sobre o espaço parafaríngeo e relaciona-se com o espaço retrofaríngeo (contendo os nódulos de Rouvière). Este último é contíguo com o espaço retrofaríngeo contralateral, favorecendo o acometimento linfonodal contra-lateral.
A fosseta de Rosenmüller repousa sobre o espaço parafaríngeo e relaciona-se com o espaço retrofaríngeo (contendo os nódulos de Rouvière). Este último é contíguo com o espaço retrofaríngeo contralateral, favorecendo o acometimento linfonodal contra-lateral.
A fosseta de Rosenmüller repousa sobre o espaço parafaríngeo e relaciona-se com o espaço retrofaríngeo (contendo os nódulos de Rouvière). Este último é contíguo com o espaço retrofaríngeo contralateral, favorecendo o acometimento linfonodal contra-lateral.
A fosseta de Rosenmüller repousa sobre o espaço parafaríngeo e relaciona-se com o espaço retrofaríngeo (contendo os nódulos de Rouvière). Este último é contíguo com o espaço retrofaríngeo contralateral, favorecendo o acometimento linfonodal contra-lateral.
Populations that migrate from areas of high to low risk retain an elevated risk, although this
A incidência de carcinoma nasofaríngeo diminuiu nos últimos 30 anos em muitas áreas endêmicas, incluindo Hong Kong, Cingapura e Taiwan [5-7]. As razões para esse declínio não são claras, embora sejam geralmente atribuídas a mudanças no estilo de vida associadas ao rápido desenvolvimento econômico que ocorreu nessas áreas. Como exemplo, tem havido um decréscimo no uso de peixe salgado em lactentes e uma menor exposição a alimentos conservados tradicionais. No entanto, a incidência em declínio pode também ser devida a mudanças populacionais como resultado de padrões alterados de imigração.risk typically diminishes in successive generations
Basaloides: As células basalóides são pequenas com citoplasma escasso, os núcleos são hipercromáticos e sem nucléolos evidentes, geralmente encontradas em ilhas ou lóbulos
Basaloides: As células basalóides são pequenas com citoplasma escasso, os núcleos são hipercromáticos e sem nucléolos evidentes, geralmente encontradas em ilhas ou lóbulos