Seminário de Incidência de Automedicação entre estudantes da Universidade Católica de Brasília, na faixa de 18 a 24 anos, apresentado ao Curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para aprovação na disciplina de Vigilância em Saúde.
Professor: Marcos Grams
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
PREVALÊNCIA DE AUTOMEDICAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, NA FAIXA DE 18 A 24 ANOS
1. PREVALÊNCIA DE AUTOMEDICAÇÃO ENTRE ESTUDANTES
DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, NA FAIXA DE
18 A 24 ANOS.
INÊS PEREIRA DOS SANTOS
JULIANA COSTA GOMES
MARINA SOUSA DA SILVA
RAQUEL NASCIMENTO MATIAS
REBECA ALEVATO DONADON
PROFESSOR: MARCOS GRAMS
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE
2. • Automedicação:
O uso de medicamentos sem prévia indicação médica
Autoridade na decisão de tomar medicamentos
circunscrita à profissão médica.
Excluída qualquer legitimidade profissional exterior à
medicina
Abrange diversas formas pelas quais o indivíduo ou
responsáveis decidem, sem avaliação médica, o
medicamento e como poderá utilizá-lo para alívio
sintomático.
▫ Compartilhamento de medicamentos
Exercício ilegal da medicina.
INTRODUÇÃO
3. Criação do Sistema Único de Saúde
Aumento do contato da população com a profissão
médica
Familiarização com os fármacos
Apropriação leiga dos critérios de decisão médica
INTRODUÇÃO
4. • Formalmente, a profissão médica rejeita qualquer
forma de automedicação, partindo do princípio
que qualquer solução terapêutica pressupõe
sempre um diagnóstico e que estes são
exclusivos da competência médica, cuja
usurpação pode colocar em risco a saúde dos
indivíduos.
INTRODUÇÃO
5. • Problemas:
▫ Setor farmacêutico: Grande flexibilidade com relação à
automedicação:
Vantagens para os sintomas “menores”
Aconselhamento instantâneo e gratuito ao paciente
Economia de tempo, de custos
Mais rápida recuperação do bem-estar
▫ Medicamentos de venda livre, cuja aquisição não está
sujeita à prescrição médica e seu alto risco para saúde,
se não usados corretamente.
▫ Salicilatos potencialização do risco de hemorragias
gastrintestinais.
INTRODUÇÃO
6. • Problemas:
Paracetamol gravíssimas lesões hepáticas
Mascara doenças graves
Atraso no diagnóstico
Prejuízo no seguimento médico de situações
potencialmente graves
Interação entre medicamentos prescritos e não prescritos
INTRODUÇÃO
Assim, a venda de medicamentos sem
prescrição médica pode engrossar as
estatísticas de incidência de intoxicações
medicamentosas.
7. • Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA):
Ilegal a venda de medicamentos em estabelecimentos
que não sejam de saúde e que não possuam um
farmacêutico
Lei 5.991/73 define esse comércio como clandestino
• Medicamentos que precisam de receituário
médico para serem comercializados a pessoa
poderá responder por tráfico de entorpecentes.
• Medicamentos falsificados a venda do produto
será considerada crime hediondo.
INTRODUÇÃO
8. • No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira
das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca
de 80 milhões de pessoas são adeptas da
automedicação, devido à má qualidade da oferta
de medicamentos nos postos de saúde, o não-
cumprimento da obrigatoriedade da apresentação
do receituário médico e a carência de informação
e instrução da população em geral.
INTRODUÇÃO
9. INTRODUÇÃO
• Faixa Etária do Presente Estudo:
▫ Adoção de Novas Práticas Comportamentais
▫ Exposição a Diversas Situações
▫ Riscos Presentes e Futuros Para a Saúde
10. • No Âmbito da Política Nacional de Saúde:
Não há Centros de Referência Específicos para a Atenção
à Saúde de Adolescentes e de Jovens.
• Iniciativas Direcionadas à Promoção da Saúde
dos Adolescentes e dos Jovens:
Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)
Direito Sexual e Reprodutivo e Prevenção ao Uso de
Drogas.
• Necessária Também a Educação do Jovem no que
Tange a Automedicação.
INTRODUÇÃO
11. OBJETIVO GERAL
Determinar a prevalência de automedicação entre
estudantes da Universidade Católica de Brasília,
na faixa dos 18 aos 24 anos de idade.
12. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Buscou-se:
▫ Traçar um paralelo entre o acesso aos serviços de saúde e a
automedicação;
▫ Determinar dentre as áreas dos cursos aquela com maior
prevalência de automedicação;
▫ Verificar os medicamentos de uso mais freqüente;
▫ Demonstrar em qual sexo a automedicação está mais evidente,
e
▫ Relacionar a prática com a relação social na qual está inserido o
estudante.
13. METODOLOGIA
• Estudo Transversal
• Questionário fechado com perguntas gerais e
específicas:
Idade, sexo, área do curso
Acesso à plano de saúde
Prática da automedicação
• Classe do medicamento
• Relação do hábito com indicações de familiares ou pessoas próximas
• Motivos e Resultados
• Perfil da Automedicação em Pacientes
Otorrinolaringológicos
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, n. 72, v. 1, p. 83-88,
2006.
14. METODOLOGIA
*2 desvios padrão = 95,5% nível de confiança
Variável Significado Valor utilizado
n Tamanho da amostra 165
σ Nível de confiança escolhido,
expresso em números de desvio
padrão
2
p Percentagem com a qual o
fenômeno se verifica
90
q Percentagem complementar (100-
p)
10
e Estimativa de erro máximo
permitido
4,6%
n Tamanho da população 15000
n= σ² . p . q . N
e² (N-1) + σ² . p . q
n = 164,67
15. METODOLOGIA
• 209 questionários, sendo 165 viáveis
▫ Foram eliminados os questionários respondidos de forma
incompleta e os participantes fora da faixa etária pré-
estabelecida (18-24 anos).
• Questionário individual e anônimo dentro das
dependências da universidade entre os dias 6 e 10 de
maio de 2010.
16. RESULTADOS E DICUSSÃO
0,36.
0,04.
Incidência da automedicação
para não usuários de planos de
saúde
Já fez uso de medicação sem
prescrição médica
Nunca fez uso de medicação sem
prescrição médica
0,53.
0,07.
Incidência da automedicação para
usuários de planos de saúde
Já fez uso de medicação sem
prescrição médica
Nunca fez uso de medicação sem
prescrição médica
17. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• 60% dos entrevistados possuem plano de saúde
▫ A maior incidência está no grupo dos que possuem plano de
saúde
▫ Não ter plano de saúde não implica em praticar automedicação
18. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,79.
0,10.
0,11.
Incidência da
automedicação por área
do curso universitário
Saúde Exatas Humanidades
• Área da saúde apresentou
maior prevalência
• Início precoce da prática
▫ Público alvo entre 18 e 24
anos e cursando os primeiros
semestres de graduação
20. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analgésicos e antitérmicos são as classes mais
utilizadas seguidos dos Antiinflamatórios, Antialérgicos
e Antibióticos
• O maior índice está associado à medicamentos de
venda livre, sem necessidade de receituário
21. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Maior procura pelos serviços
de saúde por parte das
mulheres
▫ Aumento da prática leiga de
diagnóstico e tratamento
0,58.
0,31.
Distribuição por sexo da
incidência da
automedicação
Feminino Maculino
22. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,00.
0,10.
0,20.
0,30.
0,40.
0,50.
0,60.
Já aconselhou-se
com parente
acerca de
automedicação
Recomendaria
medicamentos a
familiares e
amigos
Não
recomendaria
medicamentos à
familiares e
amigos
Já aconselhou-se
com amigos
acerca de
automedicação
0,38.
0,21.
0,35.
0,55.
Relação entre a ocorrência da automedicação com a relação
social dos praticantes
Já fez uso de medicação sem prescrição médica
23. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• 70,91% o fizeram aconselhamento com terceiros
• A automedicação está ligada a indicações por parte de
parentes e terceiros, em sua maioria.
• É recorrente o hábito de adaptar tratamentos adotados
por terceiros, para si, independentemente de levar em
consideração diferenças de idade, sexo, diagnóstico e
resultados de exames laboratoriais.
24. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• O estudo apresentado corrobora a idéia da
automedicação como prática comum e freqüente entre
os estudantes dos mais diversos cursos da Universidade
Católica de Brasília.
• Há necessidade de se investir em políticas públicas
específicas para a atenção ao jovem, sendo que estas
devem atendê-lo de maneira não somente curativa,
mas, também preventiva, incluindo assim uma
abordagem acerca dos riscos advindos com o uso de
drogas e de medicamentos sem prescrição médica.
25. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. LEI Nº 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO
DE 1973 (Publicado no D.O.U. de 19.12.1973, p. 13049-Retificação no
D.O.U. de 21.12.1973, p. 13182). Disponível em: <http://e-
legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=16614>. Acesso em 20
Mar.2010.
ARRAIS et al. Perfil da automedicação no Brasil. Revista de Saúde Pública,
São Paulo, n.1, v.31, p. 71-77, 1997.
DAELE, M; GEET, C; WOUTERS, C. Reye syndrome revisited: a descriptive
term covering a group of heterogeneous disorders. Eur. J. Pediatr. n.159,
v.9, p.641-648, 2000.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Texto para discussão n.1335.
Disponível em: <
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1335.pdf>.
Acesso em 06 Abr.2010.
26. KOVACS, F; BRITO M. Percepção da doença e automedicação em pacientes com
escabiose. An Bras Dermatol., Rio de Janeiro, n.81, v.4, p.335-340, Jul./Ago,
2006.
LOPES, N. Automedicação: algumas reflexões sociológicas. Sociologia,
Problemas e práticas, Portugal, n. 37, p. 141-165, 2001.
MARIA, V. Automedicação, Custos e Saúde. Rev. Port. Clin. Geral, Portugal,
n.16, p.11-14, 2000.
MARQUES, F; COBRADO, N; CARAMONA, M. Caracterização da natureza e
dos custos financeiros directos da automedicação. Rev. Port. Clin. Geral,
Portugal, n.16, p.23-34, 2000.
MELO, E; TEIXEIRA, J; MÂNICA, G. Histórico das tentativas de liberação da
venda de medicamentos em estabelecimentos leigos no Brasil a partir da
implantação do Plano Real. Ciência & Saúde Coletiva, Cascavel, n.12, v.5,
p. 1333-1340, 2007.
PEREIRA, F; BUCARETCHI, F; STEPHAN, C; CORDEIRO, R. Automedicação
em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, Campinas, n.5, v.83,
p.453-458, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
27. SERVIDONI, A. B. Et al. Perfil da automedicação em pacientes otorrinolaringológicos.
Rev Bras Otorrinolaringol, n. 72, v. 1, p. 83-88, 2006.
SILVA, M. et al. Consumos de medicamentos por estudantes adolescentes de Escola de
Ensino Fundamental do município de Vitória. Rev. Ciên. Farm. Básica Apl., Vitória,
n.30, v.1, p.84-89, 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS