Este documento discute a ordem Siphonaptera, que inclui as pulgas. Ele descreve o ciclo de vida, morfologia, famílias e espécies importantes de pulgas, incluindo seu papel na transmissão de doenças como a peste e o tifo murino. O documento também fornece detalhes sobre a biologia, sintomas, diagnóstico e tratamento dessas doenças, além da epidemiologia e medidas de prevenção.
1. Seminário Parasitologia Ordem Siphonaptera Universidade Católica de Brasília Medicina Marina Sousa da Silva Raquel Nascimento Matias Rebeca Alevato Donadon Paulo Victor Pereira Yuri Raslan Professor: Douglas Albernaz
2. Biologia Reino: animalia Filo: arthropoda Classe: insecta Ordem: siphonaptera Figura 1: microscopia eletrônica de pulga
3. Biologia São organismos holometábolos Ovo, larva, pulpa, adulto Podem parasitar diversas espécies Alguns dão preferência a espécies específicas
4. Biologia Ovos São depositados sobre o hospedeiro, no seu ninho ou no chão. Larvas Sem patas e cegas Se alimentam das fezes das formas adultas, não tem capacidade de sugar sangue.
5. Biologia Pupas Casulo de seda fabricado pela larva Vai dar origem à forma adulta Forma adulta Hematófaga São capazes de não se alimentar por meses Tempo de vida variando de acordo com a espécies e com as condições ambientais
7. Morfologia São ápteros Coloração marrom avermelhada 2,5 a 3,0 mm de comprimento 3 pares de patas O par de patas traseiras são adaptadas ao pulo Corpo endurecido e achatado verticalmente Figura 1:
8. Morfologia Corpo coberto por microscópicos espinhos voltados para traz, que ajudam na movimentação Aparelho bucal do tipo sugados - pungitivo Fêmeas são maiores que os machos
9. Famílias As famílias das pulgas são separadas pelo tipo de hospedeiro que parasitam Tungidae Pulicidae – pulga comum Coptopsyllidae Vermipsyllida - carnívoros Rhopalopsyllidae - marsupiais Hypsophthalmidae Stephanocircidae - roedores Pygiopsyllidae Hystrichopsyllidae - ratos Leptopsyllidae - aves e coelhos Ischnopsyllidae - morcegos Ceratophyllidae malacopsyllidae Amphipsyllidae Dolichopsyllidae - roedores ctenopsyllidae As famílias mais importantes na área de controle de pragas são: Pulicidae e Tungidae
10. As Pulgas São conhecidas mais de 3.000 espécies de pulgas por todo o mundo: Aproximadamente 200 são encontradas na América do Sul Por volta de 59 espécies são encontradas no Brasil 36 delas só no Estado de São Paulo Podem ser: Parasitos propriamente ditos Transmissores (vetores) Hospedeiros Intermediários
11. Espécies de Importância Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis Pulgas do cão e do gato Podem picar o homem Ações irritativas mais severas que as da pulga do homem Hospedeiras intermediárias do Dipylidiumcaninum Figura 2: Ctenocephalides canis Figura 3: Ctenocephalides felis
12. Espécies de Importância Pulex irritans Principal ectoparasita do homem Pode parasitar outros hospedeiros Suínos, cães, gatos. Não participa da transmissão de doenças Vive fora do corpo de seus hospedeiros Hematofagia Controle requer uso de inseticidas e limpeza dos locais Figura 4: Pulexirritans
13. Espécies de Importância Polygenesspp. Transmitem a peste entre roedores Contribuem para a manutenção da peste enzoótica rural no Brasil Tunga penetrans Menor das pulgas conhecidas Inseto Adulto mede 1 mm de comprimento Fêmea é o “bicho-do-pé” Figura 5: Tunga penetrans
14. Espécies de Importância Xenopsyllacheopis Pulga vetor da Peste Bubônica Bactéria Yersiniapestis Principal transmissora da peste entre os ratos e entre o rato e o homem É a pulga mais encontrada nos ratos domésticos Transmite o Tifo Murino Bactéria Rickettsiatyphi Transmissão pelas fezes das pulgas Zoonose própria do rato Homem contamina-se esporadicamente Figura 6: Xenopsyllacheopis
15. Tungíase - Aspectos Gerais Bicho-de-pé Tunga penetrans (penetração da fêmea na epiderme) Doença ectoparasitária Pulga que hipertrofia até atingir cerca de 1cm Autolimitada duração de 4 a 6 semanas Figura 7: Ovos de T. penetrans (setas amarelas).
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17. Tungíase - Ciclo de Vida Os estágios larvais se alimentam de restos orgânicos do ambiente As pupas são envolvidas por casulos geralmente cobertos por areia, terra ou seixos Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam do sangue do hospedeiro Apenas a fêmea fertilizada é capaz de cavar na epiderme inchaço
18. Tungíase - Ciclo de Vida Fêmeas de T. enetrans: Ausência de estruturas especializadas para cavar Apenas acoplam o aparelho bucal Mantêm a porção posterior voltada para o ambiente Alimentam-se distendendo o abdome até cerca de 1cm Liberam cerca de 100 ovos em um período de 2 semanas Morrem expulsas pela pele do hospedeiro Figura 8: Tunga penetrans. Seta azul: parte posterior da pulga; seta verde: anterior dapulga, mostrando a cabeça, bucaisesobrecoxa, e,seta amarela: ovo.
19. Tungíase - Aspectos Clínicos Incialmente assintomático (penetração da fêmea) Coceita, irritação fêmea já no estágio final Inflamação e ulceração Múltiplas lesões Dificuldade para caminhar Figura 9: Lesão por T. penetrans em paciente.
20. Tungíase - Diagnóstico e Tratamento Diagnóstico pela indentificação das pulgas e seus ovos nas lesões Tratamento limitado à remoção completa da pulga Remoção parcial (fragmentação do inseto) Complicações (inflamaçõesouinfecções) Figura 10: Pé com tungíase.
21. Tungíase - Complicações Clínicas Regiões endêmicas Recorrente reinfestaçãoparasitosemestágiosvariados de desenvolvimento Regiões com baixos IDH e condições de higiene Retirada da pulga sem assepsia Superinfecção por bactérias Clostridiumtetani Graves sequelas documentadas Deformaçãoeperda de unhas Deformaçãoeamputação de dígitos Sepse Morte
22. Figura 11: Péesquerdo de uma de menina de seteanos. Os dedosapresentamlesõesemtodososestágios de desenvolvimento.Ovospodem ser identificadosaderidosàpeleeemtodas as unhas (e.g., seisovos no bordo lateral daunha do 4o pododáctilo). Inflamaçãoestápresenteemtodososdedos; todas as unhas e o 5o pododáctiloapresentamdeformação. Figura 12: Região plantar dos pés de umamenina de seteanos. Lesõesemtodososestágios de desenvolvimentoestãopresentes. Váriosagrupamentos de lesõessãovisíveisem ambos ospés.
23. Tungíase - Epidemiologia Regiões tropicais e sub-tropicais México América do Sul Oeste da Índia África Regiões com areia: praias, fazendas
27. Revervatórios: roedores slivestres – campestres Doença bacteriana que se espalha por populações animais, inclusive humanos, por meio do contato com ratos infectados . Figura 13: Bactéria Yersiniapetis Figura 14: Pulga Xenipsyllachopis
28. Transmissão A pulga alimenta-se do sangue de ratos e de outros roedores Seu sistema digestivo fica obstruído por grande quantidade de bactérias Ao picar um hospedeiro , a pulga regurgita o sangue infectado dentro da ferida A bactéria cai no sistema linfático, chegando aos linfonodos
29. Ciclo de Vida Adultos em busca de hospedeiro de sangue quente Larvas se tornam pupas Ovos atingem o estágio larval (3-4 dias) Ovos depositados pela fêmea no ambiente
30. Sintomas Após 7 dias: FEBRE MAL-ESTAR Gânglios linfáticos hemorrágicos e inchados. BULBOS Bactérias invadem a corrente sanguínea, multiplicando-se. Hemorragia em vários órgãos, principalmente nos pulmões. PESTE SEPTICÊMICA
31. Formas Clínicas PESTE BUBÔNICA PESTE PNEUMÔNICA Tosse com expectoração sanguinolenta, purulenta e infecciosa. INALAÇÃO DIRETA DE GOTAS INFECCIOSAS EXPELIDAS PELO DOENTE Na peste pneumônica o período de incubação é menor, de 2 a 3 dias , e é logo de início pulmonar , sem passar pela fase de formação dos bulbos. Logo após o surgimento dos sintomas pulmonares , a peste não tratada é mortal em quase 100% dos casos.
32. Diagnóstico e Tratamento Diagnóstico Feito com o recolhimento de amostra de líquido dos bulbos , pus ou sangue; Cultura em meios de nutrientes para observação ao microscópio e análise bioquímica Tratamento Antibióticos são utilizados, sendo bastante eficazes: Estreptomicina Tetraciclinas Cloranfenicol Os mais recentes são Gentamicina e a Doxiciclina
33. Epidemiologia Ainda hoje registram-se casos em vários locais do mundo: Ocidente dos Estados Unidos Mongólia Manchúria Ucrânia Região dos lagos na África Algumas regiões no Brasil Andes
34. Profilaxia Evitar o contato com roedores e erradicá-los das áreas de habitação Medida mais eficaz É UMA DOENÇA NA QUAL A CONTAMINAÇÃO DEVE SER IMEDIATAMENTE INFORMADA ÀS AUTORIDADES COMPETENTES, E A PESSOA INFECTADA DEVE FICAR EM QUARENTENA .
35. Pulgas e Tifo Murino Tifo Endêmico ou Tifo Transmitido por Pulgas Agente etiológico bacteriano: Rickettsia typhi Obrigatoriamente intracelulares Sobrevivem somente dentro do hospedeiro Transmitida pelo vetor infectado Pulga Xenopsyllacheopis As pulgas ficam infectadas para o resto da vida e não apresentam sintomas da doença, mesmo albergando a bactéria
36. Ciclo de Vida Hospedeiros Roedores da Família Muridae Ratos Gatos, Gambás e Esquilos Homem “Hospedeiro Acidental” Quando há muitos roedores contaminados (epizootia) Pulgas buscam novos hospedeiros Figura 15: Ciclo de Vida Rickettsiatyphi
37. Infecção Figura 3 Pelas fezes das pulgas Inalação de aerossóis das fezes secas Raramente pela picada Aparelho digestivo da pulga fica bloqueado pela bactéria Ela regurgita sangue infectado quando pica Defecam enquanto se alimentam do sangue do hospedeiro Adultas Larvas Alimentam das fezes pulga adulta Hospedeiro coça Substância urticante na saliva da pulga
38. Infecção Fezes infectadas Penetram pela lesão da picada Hospedeiro pode lesar a pele durante a coceira Figura 16: Pulga Xenopsyllacheopis
39. Sintomas Rickettsia typhi habita células endoteliais dos vasos sangüíneos do homem Causa inflamação, obstrução e sangramento Consumo de leucócitos e plaquetas no local da infecção Trombocitopenia grave Falência multiorgânica 6 - 18 dias após infecção Febre alta e persistente Calafrios com tremores Náusea e vômitos Cefaléias Manchas vermelhas no corpo Hemorragias subcutâneas provocadas pela bactéria nos vasos Duram cerca de 12 dias
40. Sintomas Exantema ou rash cutâneo (erupção cutânea) 32% dos doentes aparecem em 2 dias 50% dos doentes aparecem 4 – 5 dias 18% nunca apareceu No início afeta pequena parte do organismo, sendo difícil vê-la Axila ou face interna do braço Em seguida, aparecem no tronco 7 – 10 dias desaparecem gradualmente Geralmente doentes leves se recuperam totalmente Figura 17: Exantema ou rash cutâneo
51. Prevenção Consiste em combater as pulgas e ratos Livrar-se das pulgas é prioridade Controlar a proliferação de ratos Manter condições adequadas de higiene Limpeza freqüente e manutenção das moradias Tanto parte interna como externa da casa Produtos para matar pulgas MorteinNeocid Inseticida em pó que as extermina
52. Epidemiologia Presente em todo o mundo Manifesta-se como surtos Áreas urbanas muito habitadas, docas e armazéns Freqüência de ratos Regiões Prevalentes Costeiras Temperadas Subtropicais Incidência máxima Meses quentes do Verão Princípio do Outono Pode ocorrer ao longo de todo o ano No Brasil MG, SP e RJ
53. Referências Bibliográficas ARIZA, Liana et al. Tungíase: doençanegligenciadacausandopatologia grave emumafavela de Fortaleza, Ceará. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 40, n. 1, Feb. 2007. DPDx. LaboratoryIdentificationof Parasites ofPublicHelfConcern. Disponível em <http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Tungiasis.htm> Acessoem: 6 Nov, 2010. REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara – Koogan, 2002. SIPHONAPTERA. Departamento de Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em http://www.biota.org.br/pdf/v5cap24.pdf Acesso em 7 Nov, 2010.
54. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Disponivel em http://www.saudeanimal.com.br/artig108.htm acessado em 6 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.caminoanimalclinic.com/articles/images/flea02.jpg&imgrefurl acessado em 6 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tifo/imagens/tifo-1.jpg&imgrefurl acessado em 7 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.lookformedical.com/search.php?lang=3&q=Tifo+End%C3%AAmico+Transmitido+por+Pulgas&src=faq acessado em 6 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.manualmerck.net/?id=209&cn=1722 acessado em 6 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.dedetizacao-consulte.com.br/pulgas-doencas-causadas.asp acessado em 7 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.spmi.pt/revista/medicinainternavol09N1.2002/tifo.pdf/ acessado em 7 de novembro de 2010 Disponivel em http://www.institutocamoes.pt/glossario/Textos/Medicina/HTM/rickettsiaceae.html acessado em 7 de novembro de 2010