O documento discute as instituições sociais e a coerção social. Apresenta como as instituições sociais como a família, religião e escola exercem coerção sobre os indivíduos, fazendo-os se comportar de acordo com padrões sociais. Também define instituição social como qualquer forma de organização que reúne pessoas com objetivos comuns e que exercem coerção sobre os comportamentos individuais. Por fim, discute como Weber definia diferentes tipos de dominação social - legal, tradicional e carismática.
2. • Muitas vezes, por influência da família,
da religião, da escola, dos hábitos de
nossos amigos, acabamos vestindo
“máscaras sociais”, comportando-nos
segundo modelos aceitos pelos demais,
pois sabemos que nossas atitudes estão
sempre sendo julgadas – muitas vezes, é
dessa forma que reagimos ao
sentimento de necessidade de
adequação aos valores estabelecidos.
• Isso significa que estamos sempre
sujeitos a coerções sociais, isto é, a
aceitar valores que podem não
ser compatíveis com nossas opiniões e
crenças pessoais.
3. O fato social
A noção de coerção social é a base para entendermos um dos co
nceitos mais relevantes da Sociologia moderna: o de fato social,
proposto por Durkheim em sua obra As regras do
método sociológico (1895).
A apreensão de um fato social passa pela observação da
realidade. É observando-a e analisando-a que o sociólogo
identifica o fato social, que pode ser inicialmente definido como
tudo aquilo que exerce uma força de coerção sobre os indivíduos.
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5. Instituições Sociais
• A coerção social é uma característica
fundamental da vida em sociedade. Isso
porque os comportamentos humanos têm
uma tendência contínua à padronização, à
uniformização.
• Muitas vezes, as responsáveis por essa padro
nização, por essa uniformização, são as
instituições sociais. Em sentido geral,
instituição é qualquer forma de organização
que reúna pessoas com objetivos comuns,
como uma escola, um hospital ou uma
empresa. Também se emprega o termo
“instituição” para designar entidades mais amp
las, como o governo, o sistema educacional ou
a Igreja.
6. De acordo com
a proposta dos pesquisad
ores Peter L. Berger e
Brigitte Berger, a institui-
ção social pode ser defini
da como um padrão de c
ontrole, ou seja, uma prog
ramação da conduta indiv
idual imposta pela socied
ade.
7. • Nesse sentido, também as institui
ções possuem uma realidade exter
ior aos indivíduos, na medida em
que elas existem
independentemente da vontade
isolada de cada um deles, até
porque têm história própria:
normalmente, as instituições já
existiam antes de o indivíduo
nascer e permanecerão existindo
após sua morte.
• Desse modo, as instituições
acumulam contribuições e
características de várias gerações e
vão tornando-se forças cada vez
mais poderosas, que moldam o
jeito de ser das pessoas.
8. • A exterioridade e a coercitividade das
instituições sociais mostram, de um lado,
que elas existem ainda que à revelia das
crenças e dos desejos das pessoas e, de
outro, que elas inevitavelmente influem nos
comportamentos individuais;
• As punições podem variar do simples olhar
de reprovação até a prisão, passando ainda
pela ridicularização pública e
pela segregação social. Em casos de
comunidades mais intolerantes, as sanções
podem chegar a espancamentos e até
mesmo a mortes.
• Em todas essas situações, só pode haver sa
nções, só pode haver punições, ou melhor,
elas só podem ser aceitas pela
coletividade se esta reconhece a autoridade
da instituição que as aplica.
9. A propriedade privada como Instituição Social
Adotando a perspectiva
econômica de análise, há uma
instituição social fundamental
para a sociedade capitalista
contemporânea: a propriedade
privada dos meios de
produção. Ela é a base
da estrutura de classes da
sociedade atual, e sua
autoridade é tamanha que
grande parte das leis é feita
para garanti-la.
10. Ainda é preciso
lembrar que as instituições
sociais são
fenômenos históricos e,
como tais, podem sofrer
mudanças e até
mesmo deixar de existir.
A Igreja e o Exército já
tiveram, no Brasil,
mais importância do que
têm hoje. Já a propriedade
privada continua sendo um
dos pilares da sociedade
capitalista. O que precisa ficar claro é que essas mudanças
ocorrem – e ocorrem muito –não por vontades
individuais, mas, sim, por processos coletivos.
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13. Castas, estamentos e classes sociais
• Na evolução social dos homens, sempre foi comum a
divisão dos membros de uma mesma sociedade em grupos,
cada um com sua função, seus direitos e seus deveres.
• Da divisão sexual do trabalho, os grupos tribais evoluíram para
uma divisão social do trabalho e conheceram, então, a
possibilidade de dominar outros grupos ou tribos. Foi assim
que as diferenças étnicas, o controle de territórios definidos e
a dominação de sociedades rivais geraram o mito do
etnocentrismo.
14. O etnocentrismo
está na base, por exemplo,
da concepção eurocêntrica
que encontramos na
expansão colonizadora
ocorrida a partir do século
XV, com as Grandes
Navegações.
15. Ordem econômica, ordem social e ordem
política
•À medida que a humanidade foi se organizando em socie
dades mais amplas que as comunidades tribais, a
estratificação social se intensificou. Por estratificação
social, entende-se a divisão da sociedade em camadas em
que os indivíduos são hierarquizados.
• Dentro de um sistema de estratificação, pode haver mais ou menos mobili
dade social. O conceito de classe social é um dos mais polêmicos em toda a
história da Sociologia. De fato, muitos pesquisadores procuram estabelecer
critérios objetivos para a definição das camadas em que se divide a
sociedade contemporânea.
16. Classes sociais! Quais?
• O problema é que aquilo que alguns
analistas consideram “classe média” pode não
ser o mesmo para outros analistas da mesma
sociedade. Além disso, há a dificuldade
de comparar, por exemplo, a estratificação
social no campo e nas cidades de um mesmo
país.
• Para Marx, em sua visão de mundo associada
ao materialismo histórico, a história humana
sempre colocou frente a frente, em conflito,
com objetivos antagônicos, classes sociais, de
maneira que o motor da história seria
justamente a luta de classes.
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18. Na busca por critérios mais objetivos de análise da
estratificação social, um dos maiores teóricos da Sociologia, o
já citado Max Weber, propôs uma visão de
estrutura social distinguindo três
dimensões: a ordem econômica, a ordem
social e a ordem política. A ordem econômica
dividiria a sociedade em classes; a social, em status ou
estamentos; e a política, em partidos.
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20. Consciência de classe e consciência de
status
Essa leitura que Weber faz da
realidade social nos leva à
diferença entre consciência
de classe e consciência de
estamento (ou de status). A
questão da consciência que
os indivíduos podem
adquirir de sua condição de
classe será mais bem tratada
pelos teóricos marxistas
21. Weber preocupa-se mais com a
consciência de status, que sempre
estaria presente nos membros do
estamento. Os militares e os
religiosos, por exemplo, veem-se
como detentores de prestígio e
honra, o que os distinguiria dos
civis ou leigos. Têm orgulho disso e
criam rituais para reforçar a
consciência de seu status.
23. Sociedade de castas
Ainda hoje, na sociedade indiana,
verifica-se uma forma bastante
fechada de estamentos: as castas.
Nesses casos, os grupos de status
adotam estilos de vida e convenções
coletivas que são impostos a todos os
seus membros. No caso das castas
indianas, o estamento se dá a partir
da linhagem hereditária do grupo,
apesar de a Constituição de 1950 ter
abolido todas as formas de
discriminação, a diferenciação
por castas ainda está presente no
cotidiano da população.
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25. Fazendo uma relação entre a
consciência de estamento e
a questão do etnocentrismo,
lembremos que não raras vezes
o fechamento da comunidade
em si mesma pode gerar a
concepção de um “povo
escolhido pelos deuses” para o
cumprimento de uma missão
na Terra, como etnia superior
da humanidade. Não seria
exagero enxergar nisso a
semente do que viria a ser
chamado racismo, ou seja,
a postura de discriminação
para com indivíduos ou grupos
considerados “raças”
inferiores.
26. Weber e o conceito de dominação
• Para Weber, a dominação corresponde a “um estado de coisas pelo qual
uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi
sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que,
em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os
dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o
conteúdo do mandato (obediência)”.
•Weber enxerga três motivos de submissão ou princípios
de autoridade na dominação: os motivos racionais, os
tradicionais e os afetivos. Tais motivos gerariam, então,
três tipos de dominação legitimada socialmente: a legal, a
tradicional e a carismática.
27. Dominação Legal
Os motivos racionais da
submissão podem advir da
consideração de
interesses, vantagens ou
inconvenientes pensados
por aquele que obedece; -
dominação legal.
29. Dominação
carismático
Os motivos afetivos de
submissão movem a
dominação carismática,
pela admiração pessoal ao
líder ou herói, seja este o
profeta, o senhor guerreiro
ou o político demagogo. -
dominação carismático.