O documento descreve a formação e consolidação do território português entre os séculos XII e XIII. Começa com a divisão do Império Romano em 395 e as invasões bárbaras que fragmentaram a Europa política e economicamente. Portugal emergiu no contexto da Reconquista Cristã da Península Ibérica, liderada por D. Afonso Henriques que declarou a independência em 1179. A Reconquista terminou sob D. Afonso III com a conquista do Algarve em 1249, e as fronteiras foram definitivamente estabelec
3. O ESPAÇO EUROPEU CONHECEU UMA NOVA GEOGRAFIA POLÍTICA COM A
FORMAÇÃO DE NOVOS REINOS.
O Império Romano foi dividido em 395 e, em 476, o Império Romano do Ocidente desagregou-se com a
conquista de Roma durante a 1ª vaga de invasões bárbaras.
O espaço e o tempo
4. A 2ª vaga de invasões: séculos VII a IX
Cavalaria
muçulmana
Cavaleiro
húngaro
5. QUE CONSEQUÊNCIAS TROUXERAM ESTAS INVASÕES?
Fuga da população das cidades para os campos
Declínio e redução dos centros urbanos
Enfraquecimento do comércio
Desorganização da administração pública
Depressão demográfica (fome, peste e guerras)
Fragmentação política da Europa: reinos (senhorios e comunas) e Impérios (Sacro Império Romano-
Germânico e o Império Bizantino)
Instabilidade e recessão económica:
Unidade na crença: a Igreja romana está forte e organizada, constituindo um fator de coesão e
identidade no Ocidente
6. O que é que estava a acontecer na Península Ibérica?
Século VIII Século X Século XI
Século XII Século XIII Século XV
Cruzadas
Jihad – guerra santa
7. No quadro ibérico, a formação de Portugal insere-se no contexto da Reconquista Cristã, iniciada a
partir do Norte (fundação do reino das Astúrias com Pelágio em 718).
Neste processo formam-se vários reinos cristãos (Leão, Castela, Navarra e Aragão) que receberam o
apoio militar de cavaleiros de outros reinos europeus. D. Henrique de Borgonha, receberá o Condado
Portucalense em 1096 como recompensa pelos serviços prestados ao rei de Leão (Afonso VI).
8. D. Afonso Henriques -
autonomia relativamente
ao reino leonês (recusa a
autoridade do seu primo
Afonso VII de Leão e
Castela)
Luta pela independência
1143 - Conferência de Zamora
1179 – Bula Manifestis Probatum (Papa Alexandre III)
Conde D. Henrique
9. Alargamento das fronteiras - Reconquista dos territórios muçulmanos até à data da sua
morte (1185);
Processo de avanços e recuos:
In, Horizonte da História, texto Ed. Vol.II
10. D. Afonso III, O
Bolonhês
D. Afonso II, O
Gordo
D. Sancho II, O Capelo/ O
Piedoso
D. Sancho I, O
Povoador
- política guerreira, de
conquista
– avança até ao
Algarve, depois perde
as posições a sul do
Tejo (exceto Évora) ;
- atribuiu às ordens
religiosas e militares a
função de reconquistar
o território;
- Avança até ao
Alentejo;
- expansão pelo
Alentejo;
- A Reconquista
avança até ao
Algarve;
(irmão de D. Sancho II)
- conquistou o que
restava do Algarve e
termina a
Reconquista;
12. A conquista do Algarve representou o fim da Reconquista, mas trouxe um conflito com o rei
Afonso X, de Leão e Castela que reclamou o território.
O casamento de Afonso III com D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X, restabelece a paz e com o
Tratado de Badajoz (1267) Afonso X renuncia ao território a favor de seu neto D. Dinis, futuro rei
de Portugal.
13. A consolidação definitiva das fronteiras ocorre no reinado de D. Dinis com o Tratado de Alcanises
(1297) estabelecido com D. Fernando IV de Castela, no qual se definem as fronteiras dos dois reinos
peninsulares.
Territórios que passaram
a fazer parte de Portugal
pelo Tratado de
Alcanises
14. A Reconquista integra-se no espírito das Cruzadas e foi apoiada pela Santa Sé que atribuiu bulas papais aos
reis peninsulares que combatiam os muçulmanos, outorgando privilégios reais ou concedendo indulgências àqueles que
participavam na luta.
Neste processo destaca-se a ação das ordens religiosas-militares, fundadas no contexto das Cruzadas e
introduzidas na Península Ibérica no séc. XII: Ordem do Templo (Templários), do Hospital (Hospitalários), de Calatrava e de
Santiago (de Espada);
A estabilidade das fronteiras e a paz com Castela permitiram:
- internamente, o avanço no processo de centralização do poder real iniciado por D. Afonso II;
- externamente, a afirmação de Portugal no quadro político da Península Ibérica;