2. Desunião no seio da Igreja Católica
Grande Cisma do
Ocidente
Aparecimento de movimentos
religiosos que procuram uma
religiosidade mais intima e
individualizada com Deus
Criticas à conduta
do clero e à Igreja
Católica
1. Contexto
3. Conflitos entre a Santa Sé e o
poder régio: rei de França quer
manter os rendimentos dos
dízimos em França (entre 1378
e 1417 a Igreja tem 2 Papas). O
cisma termina em 1417 com a
eleição de Martinho V, que
volta a Roma.
Grande Cisma do Ocidente
Palácio Papal de Avinhão
O Grande Cisma do Ocidente
(1378-1417)
4. - Movimento da Devotio Moderna (os fiéis
tentavam conseguir uma vivência o mais
próxima possível dos princípios cristãos);
- Seguidores da obra “Imitação de Cristo”
de Thomas Kempis (1379-1471) ou “guia do
paraíso”, que guiava quem quisesse seguir
Cristo através da oração individual e do
conhecimento religioso.
Iluminura do “Livro de horas de Maria de Borgonha”, 1467-80
5. John Wicliffe – 1324-1384 (professor da
Universidade de Oxford) – traduziu a Bíblia
para inglês, censurou o culto dos santos e
relíquias e contestou a autoridade do Papa.
Jan Huss – 1374-1415 (reitor da
universidade de Praga) – opôs-se
abertamente à autoridade papal e defendeu
o regresso às verdades das Sagradas
Escrituras.
Exumação e cremação dos ossos de Wycliffe
Condenação à fogueira de Huss
6. Frei Jerónimo de Savonarola (1451-1498)
O clero com o seu mau exemplo, traz a morte espiritual aos crentes. Os padres afastaram-se
de Deus e a sua vida decorre no meio do vício. (…) Arrepende-te e volta atrás, Igreja
pecadora! Muitos de vós dizeis que o Papa [Alexandre VI] me excomungará. Ó Senhor, eu te
peço que a excomunhão venha depressa.
Sermões, 1495
A execução de Savonarola, 1498
7. Humanistas – criticavam a corrupção da Igreja, defendiam o regresso à pureza original do
Cristianismo e apelavam à moralização dos costumes.
Preparam o caminho para a Reforma Protestante
Martinho Lutero (1483-1546),
pintura de Lucas Cranach, o Velho, de 1529.
8. 2. A Reforma Protestante
Luteranismo
Rutura teológica com a Igreja Católica: redige e afixa as 95 Teses contra as Indulgências na
Catedral de Wittenberg (critica o Papa e os dogmas da Igreja, rejeita as indulgências e as
penitências e defende a salvação pela fé e não pelas obras).
Doc. C; pág- 97
9. Lutero e a venda das indulgências
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg,
sob a presidência do Padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes
para tratarem do assunto verbalmente connosco, poderão fazê-lo por escrito. Em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo. (…)
5. O Papa não tenciona dispensar, e não pode dispensar quaisquer penas, senão aquelas que derivam
da sua autoridade ou dos cânones.
6. O Papa não pode perdoar quaisquer culpas, apenas declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado
por Deus; apenas o pode fazer nos casos que lhe foram reservados. (…)
24. Daqui decorre que a maioria do povo é ludibriada com a pomposa e indiscriminada (discricionária)
promessa de dispensa da pena.
36. Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados tem o direito a ser
inteiramente absolvido de culpa e pena, mesmo sem cartas de perdão.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que procede melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados
do que os que compram indulgências.
83. Outrossim: Por que continuam [a praticar] as exéquias e missas em sufrágio das almas dos defuntos;
por que não se devolvem os pagamentos recebidos para esses fins, visto ser errado
continuar a rezar pelas almas dos redimidos?
86. Ainda: Por que é que o papa, cuja fortuna hoje é maior que as dos mais ricos, não edifica a catedral
de São Pedro com o seu dinheiro em vez de o fazer com o dinheiro de pobres crentes?
Martinho Lutero, As 95 teses contra as indulgências,
in http://www.iclnet.org/pub/resources/text/wittenberg/luther/web/ninetyfive.html (acedido em 10/12/12)
10. Lutero entra em confronto com a Igreja Católica;
• Em 1520, é excomungado pelo Papa;
• Em 1521, critica os dogmas da Igreja Católica, o luxo e opulência do clero e
propõe novos princípios doutrinários;
Defende a salvação pela fé e não pelas obras;
• Em 1521, é declarado herege na dieta de Worms, ou seja, é expulso do império e as suas obras são
queimadas.
• Sobrevive graças à proteção do príncipe Frederico III da Saxónia (vive refugiado no Castelo de
Wartburg).
11. • Lutero consegue o apoio da burguesia, dos
camponeses, da pequena nobreza e de vários príncipes,
não só pela religião que prega, mas também por
motivos económicos (possibilidade de confiscar os bens
da Igreja) e políticos (luta contra o imperador Carlos V).
• Traduz a Bíblia para alemão (promove a relação direta do crente com
Deus sem necessidade da intermediação da Igreja Católica).
Bíblia – a Sagrada Escritura completa
em alemão
• Em 1555, Carlos V declara a liberdade de credo – Paz
de Augsburgo.
12. O luteranismo expandiu-se não só na Alemanha como também na Europa. Até ao final do séc. XVI a
Suécia, a Finlândia, a Dinamarca e a Noruega convertem-se à nova religião.
http://4.bp.blogspot.com/-A9aquirnaQA/UFdglH028eI/AAAAAAAAAYU/pBXUOHfe0bI/s1600/Reforma.jpg
13. Nós denominamos de predestinação* o
conselho eterno de Deus pelo qual Ele
determinou o que queria fazer de cada
homem, ordenando uns à vida eterna e outros
ao castigo (…)
João Calvino, Instituições da religião cristã, 1536
Calvinismo
João Calvino (1509-1564) foi o
fundador de uma das Igrejas
Protestantes que nasceram no
século XVI – o calvinismo. A sua
doutrina tinha como base as ideias
de Lutero, mas com maior rigor e
austeridade.
* Conceito na pág. 99
14. •Salvação pela fé
•Teoria da predestinação absoluta
•Primazia das Sagradas Escrituras, aceitando apenas a sua interpretação
•Sacerdócio universal
•Autoridade da Igreja em deterimento do poder do Estado
•Dois sacramentos *: batismo e eucaristia
•Abolição do culto dos santos, imagens e relíquias
* Conceito na pág. 99
O Calvinismo defende:
15. Catarina de Aragão
(1509-1533)
Anne Boleyn
(1533 -1536)
Jane Seymour
(1536-1537)
Anne de Cléves
(1540)
Catherine Howard
(1540-1542)
Catherine Parr
(1543-1547)
Henrique VIII (1491-1547)
assumiu a Coroa inglesa
com 18 anos. Perante a
recusa do Papa ao seu
pedido de divórcio da sua
primeira esposa, Catarina
de Aragão, proclamou o Ato
de Supremacia, assumindo
a chefia da Igreja em
Inglaterra.
Anglicanismo
16. Não obstante, Sua Majestade justa e legalmente é e deve ser o líder supremo da Igreja de
Inglaterra, e como tal é reconhecido pelo clero deste reino nas suas Convocações [sínodos];
ainda assim para corroboração e confirmação daqui em diante, e para um incremento da
virtude na religião de Cristo neste reino de Inglaterra, e para reprimir e extirpar todos os erros,
heresias e outras enormidades e abusos até agora presentes no mesmo [reino], seja decretado
pela autoridade deste presente Parlamento que o Rei nosso senhor, seus herdeiros e
sucessores, reis deste reino, devem ser aceites como os únicos líderes na terra da Igreja de
Inglaterra que se designa Anglicana Ecclesia, e terá [o rei] anexados e unidos à coroa imperial
deste reino, além do título [de chefe supremo da Igreja de Inglaterra] (…) todas as honras,
dignidades, preeminências, jurisdições, privilégios, autoridades, imunidades, lucros e
comodidades, decorrentes da dita dignidade de liderança da Igreja que lhe pertencem e que
lhe estão associadas. E que o soberano nosso senhor, os seus herdeiros e sucessores, reis deste
reino, terão autoridade e poder absoluto para (…) visitar, reprimir, reparar, reformar, ordenar,
corrigir, limitar e emendar todos os erros, heresias, abusos, ofensas, desobediências e
enormidades, quaisquer que sejam, (…) a autoridade espiritual ou a jurisdição [espiritual]
deveria ou deve ser legalmente reformada, reprimida, ordenada, reparada, corrigida, coibida
ou emendada, para satisfação do Todo-Poderoso, incremento da virtude na religião de Cristo, e
pela conservação da paz, unidade e tranquilidade deste reino: [e também] qualquer uso,
costume, leis estrangeiras, autoridade estrangeira, prescrição, qualquer outra coisa ou coisas
contradizendo o que aqui foi dito não serão toleradas.
O Ato de Supremacia (1534)
17. •Salvação pela fé
•Primazia das Sagradas Escrituras
•Sacerdócio universal e abolição do
celibato
•Autoridade régia sobre a Igreja
•Dois sacramentos: batismo e
eucaristia
•Abolição do culto dos santos,
imagens e relíquias
O Anglicanismo defende:
18. Art.º 11º - Somos considerados justos diante de Deus, somente
pelos méritos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e
não por causa das nossas próprias obras e méritos. (...).
Art.º 22º - (...) o Purgatório, as indulgências, o culto e a adoração
tanto de imagens, como das relíquias, assim como a invocação dos
Santos, é uma invenção frívola que não é apoiada em nenhum
texto das Escrituras (...).
Art.º 24º - É preciso falar na Igreja uma língua compreensível pelo
povo. (…)
Art.º 25º - Há dois sacramentos instituídos por Cristo, Nosso
Senhor, no Evangelho: o Baptismo e a Ceia do Senhor.
Profissão de fé da Igreja Anglicana – Isabel I, 1563
Isabel I fez da Reforma um instrumento de reforço da autoridade real.
19. A Igreja Católica vai reagir a esta Reforma Protestante com:
A Reforma Católica e a Contrarreforma.