O submarino Nautilus e sua tripulação enfrentam um ataque de polvos gigantescos que prendiam a hélice do navio. O capitão Nemo e sua equipe lutam corpo a corpo com os polvos para libertar a hélice, mas um marinheiro é levado por um dos polvos durante o combate.
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A batalha contra gigantescos polvos no submarino Nautilus
1. Vinte mil léguas submarinas
No livro Vinte mil léguas submarinas,de Júlio Verne, conta-se que, em 1866, correu
o mundo uma história sobre a existência de um monstro gigantesco que habitava o
fundo do mar e causava danos às embarcações. O que não se sabia é que, na realidade,
tratava-se do submarino Nautilus, onde viviam o capitão Nemo e alguns
companheiros.
Ao tentar capturar esse monstro, alguns tripulantes de um navio caem no mar e são
salvos pelo capitão Nemo. São eles: o professor Aronnax, seu ajudante e Conselho e
Ned Land, um pescador de baleias. No Nautilus, eles acabam realizando uma
fantástica viagem submarina.
Veja a ilustração do filme Vinte mil léguas submarinas de Walt Disney. Que monstro
aparece em destaque?
. Será que essa criatura oferece perigo ao submarino e seus tripulantes?
O ataque dos polvos
O Nautilus navegava com rapidez. Ultrapassamos o círculo polar e, no dia
seguinte, avistamos uma coisa a oeste. Era a Terra do Fogo, na extremidade da
América do Sul. Submergimos e continuamos a seguir para o norte, pelo oceano
Atlântico. No dia 20 de abril, chegamos à altura das Antilhas. Navegávamos a uma
profundidade de mil e quinhentos metros. Conselho, Ned e eu observávamos o fundo
do mar, pela vidraça do salão. De repende, Ned exclamou:
—Vejam! Que monstro horrível!
Olhei para onde ele apontava e assustei-me. Diante de meus olhos agitava-se
um polvo de tamanho colossal, nada menos que oito metros de comprimento. Seus oito
2. braços contorciam-se com violência. No centro, destacavam-se da cabeça duas
mandíbulas medonhas, que lembravam um gigantesco bico de papagaio.
O Nautilus avançava devagar e o monstro acompanhou-nos.
—Lá estão outros! — gritou Conselho.
Mais seis monstros juntaram-se ao primeiro. Vez por outra, um deles investia
contra nós.
Ouvíamos o estalido de seu bico no casco de metal.
De repente, sentimos um choque. O ruído da hélice cessou. Passou-se um
minuto e entrou o capitão Nemo, acompanhado de seu imediato. Não nos
cumprimentou. Foi direto até a vidraça e observou os polvos. Disse algumas palavras
ao imediato e este saiu.
— Ótima coleção de monstros temos aqui — eu disse ao capitão.
— É verdade — respondeu ele — , e vamos combatê-los corpo a corpo.
— Corpo a corpo? — repeti.
— Sim, professor. A hélice está presa. Parece que um desses polvos se agarrou
nela. Não podemos navegar sem livrá-la.
O capitão dirigiu-se à escada da escotilha e nós o seguimos. Ali estavam uns dez
homens, armados de machadinhas. Eu e Conselho também pegamos armas iguais. Ned
preferiu seu arpão.
O Nautilus atingiu a superfície. Logo que a tranca da escotilha foi levantada, um
daqueles longos braços penetrou pela abertura. Com um golpe de machadinha, o
capitão Nemo cortou o tentáculo. O monstro retirou-se e saltamos para fora.
Dois outros braços agarraram um marinheiro e o ergueram no ar. O homem
gritava em desespero. Nemo lançou-se contra o monstro e cortou-lhe mais um braço.
Nesse momento, o animal expeliu um jato líquido escuro. Ficamos cegos. Quando a
nuvem se dissipou, o polvo havia desaparecido no mar e, com ele, o marinheiro que
segurava.
Outros polvos gigantes rastejavam sobre o Nautilus. Lancei-me sobre um deles e
enterrei-lhe a minha machadinha. Os homens distribuíam golpes cortantes entre a
profusão de tentáculos, sob ondas de sangue e tinta negra.
A luta durou cerca de quinze minutos. Os monstros, ferido de morte ou
mutilados, abandonaram o navio e desapareceram.
Depois de liberarem a hélice, os marujos voltaram para o interior do submarino.
O capitão Nemo, tinto de sangue, permaneceu imóvel no passadiço, contemplando o
mar que havia engolido um de seus homens. Algumas lágrimas corriam-lhe pela face.
Júlio Verne. Vinte mil léguas submarinas. São Paulo: Scipione, 2004. P. 38-40.
Análise da Leitura
1. Com base no que você leu, identifique cada personagem, anotando seu nome no
caderno, e aproveite para conhecer um pouco mais sobre elas.
a. Era o dono do submarino e evitava contato com as pessoas de fora.
b. Era professor de História Natural e autor de um livro sobre seres do mar.
c. Era um rapaz dedicado, que acompanhava e auxiliava o professor.
d. Nasceu no Canadá e era considerado o rei dos arpoadores de baleia.
2. Transcreva um trecho do texto que comprove que o narrador participa da história
como personagem.
3. 3. Por que o narrador chama os polvos de monstros?
4. O capitão Nemo, referindo-se aos polvos, informa: “vamos combatê-los corpo a
corpo”.
a. O que significa “corpo a corpo” nessa frase?
b. Por que, segundo o capitão Nemo, era preciso combater os polvos?
5.Que parte do submarino o polvo estava prendendo?
6. Por onde as pessoas entram e saem do submarino?
7. Por onde as personagens avistaram os polvos?
8. Qual arma foi usada por Ned para combater os gigantescos polvos? E os outros
tripulantes do navio , que armas usaram?
9. Segundo o texto, cada polvo tinha oito braços. Que outra palavra no texto define
com mais precisão essa parte do corpo dos polvos?
10. Releia este trecho de texto: “ Diante de meus olhos agitava-se um polvo de
tamanhocolossal”
a. Pesquise no dicionário o sentido da palavra “colossal” .
b. Com base na sua pesquisa explique por que os polvos do texto eram colossais?
11. Releia o trecho abaixo:
“No centro, destacavam-se da cabeça duas mandíbulas medonhas, que lembravam
umgigantesco bico de papagaio”
a. Que substantivos dão origem aos adjetivos medonho e gigantesco?
b. Consulte o significado dessas palavras no dicionário?
12. Em uma das paredes do submarino havia uma vidraça. Veja a impressão que o
narrador teve quando viu pela primeira vez o mar através dela.
“Lá fora, o mar era distintamente visível a uma longa distância. Que espetáculo!
Consegui distinguir alguns peixes. Era como se estivesse de um * sem fim.
Não sei quanto tempo teria permanecido alço se o capitão não me chamasse [...].”
Que palavra pode substituir o asterisco no texto?
( ) tanque ( ) lago ( ) aquário ( ) pesqueiro ( ) riacho
b. Por que o narrador ficaria muito tempo diante da vidraça?
13. Por que não foi possível salvar o marinheiro que fora pego pelo polvo?
14. O fato de o capitão Nemo ter chorado silenciosamente pela morte do companheiro
demonstra o quê?
4. 15. Uma das personagens do texto é um caçador de baleias.
a. Que personagem é esse?
b. Em 1866, ano em que se passa a história, ainda havia muitas baleias, mas
atualmente, esses animais correm risco de extinção. Em sua opinião, por que houve
uma grande redução do número de baleias?
c. Será que em nossa época alguém escreveria em que um dos heróis fosse um caçador
de baleias? Por quê
Prof.TamarOliveira