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LOUVOR E ADORAÇÃO
Tenho consciência de que ao falarmos sobre “louvor” e “adoração”, em diversas ocasiões
iremos nos repetir, seja em palavras, termos ou em algumas expressões. Vejo essa repetição
como necessária em alguns momentos para que possamos desenvolver plenamente o assunto
permitindo que nas diversas ocasiões onde elas ocorrerem, permitam que sejam concluídas as
ideias expostas.
Também vejo essas repetições pelo fato de os dois, louvor e adoração, estarem
intrinsecamente ligados, já que adoração deve ser uma constante na vida do cristão, em outras
palavras, deve ser de entrega total a Deus, enquanto que o louvor certamente é uma maneira
de externar essa entrega. Portanto, mesmo sendo louvor e adoração duas coisas distintas, os
termos se misturarão e se repetirão por diversas vezes por estarem tão intimamente ligados.
UM POUCO DE HISTÓRIA BÍBLICA:
Desde o início do Gênesis, o ser humano busca conhecer a Deus para cultua Lo de maneira a
deixa Lo feliz. Só que as tentativas nem sempre agradaram ao Senhor (Gn 4:3-5). Apesar de o
homem ter sido criado para o louvor da glória de Deus (Is 43:21 "ao povo que formei para mim
mesmo a fim de que proclamasse o meu louvor"), ele NECESSITAVA SER ENSINADO sobre
como deveria adora Lo.
O próprio Senhor foi o professor. Ele inicia esse ensino no Velho Testamento e continua
através do Novo Testamento. Precisamos entender duas coisas importantes:
A Revelação de Deus é PROGRESSIVA: ou seja, Ele começa a revelar Sua Pessoa e como agrada
Lo em Gênesis e vai acrescentando progressivamente, detalhe por detalhe a cada livro da
Bíblia, usando homens inspirados por Ele, terminando no Apocalipse. Agia assim, para que o
povo assimilasse Suas informações aos poucos. Por exemplo: se o povo que estivesse vivendo
na época do Gênesis, ouvisse sobre as revelações dos "finais dos tempos" de Apocalipse, sem
ter obtido as informações dos livros anteriores, poderia ficar apavorado e confuso. Daí, Deus
revelar aos poucos e progressivamente o Seu querer.
O Novo Testamento, interpreta o Velho Testamento: como já vimos, se a revelação de Deus é
progressiva, o que vem a partir de Jesus no N.T., é uma informação mais recente e que traz
esclarecimentos e explicações importantes, sobre o que o Senhor ensinou no Velho
Testamento. Cristo, sendo uma Pessoa da Trindade, chamado de "Emanuel" (Deus conosco),
viveu entre nós revelando a vontade do Pai, como ninguém poderia ter feito melhor. Assim, as
informações do N.T. interpretam as do V.T.
Analisaremos a seguir, alguns pontos importantes da Adoração, que foram dados no Velho
Testamento e suas diferenças com o ensino do Novo Testamento.
2. QUAL É O DIA CERTO PARA A ADORAÇÃO?
A Adoração no Velho Testamento, muitas vezes era expressa em eventos comemorativos, que
eram determinados por Deus. Não eram "cultos opcionais" (que poderiam ou não ser
realizados), mas sim obrigatórios! Eram parte da "didática" do Senhor para instruir o Seu povo,
como se Ele dissesse: "Prestem muita atenção: isto é importantíssimo para aprenderem a
como relacionar se comigo!".
Havia um "tempo certo" para adorar e buscar a Deus. Estes cultos eram considerados partes
centrais na adoração. Os eventos passados, nos quais o Senhor agira e que eram lembrados
nestas festas ou dias especiais, nunca deveriam ser esquecidos. (Nm 29:39 "Estas coisas
oferecereis ao Senhor, nas vossas festas fixas, além dos vossos votos e das vossas ofertas
voluntárias, para os vossos holocaustos, as vossas libações e as vossas ofertas pacíficas").
Havia o sacrifício diário (Nm 28:1-8), o descanso do Sábado (Ex 20:11), os primeiros dias do
mês (Nm 28:11), o ano do jubileu (Lv 25:10-13) e as festas anuais (Lv 23).
As festas comemorativas, mencionadas no V.T. eram:
Festa da Páscoa - (Lv 23:4-5) comemorava o livramento do povo da escravidão no Egito. Era
anual.
Festa do Pentecostes - (Dt 16:9-12) também chamada de Festa das "Semanas", da "Colheita", e
das "Primícias". Anual.
Festa dos Tabernáculos - (Lv 23:33-44) lembravam o tempo em que habitaram em tendas no
deserto. Anual.
Festa do Sábado - (Lv 23:2,3) dia de descanso e de alegria. Semanal.
Dia das Trombetas - (Nm 29:1) em Lv 23:23,24 é chamado de dia "memorial". Anual.
Dia da Expiação - (Lv 23:26,27) dia em que deveriam se humilhar pelos seus pecados. Anual.
Festa de Purim - Descrita no livro de Ester, cap. 9. Comemoram o livramento de Deus ao Seu
povo, não permitindo que fossem exterminados, nos dias do rei persa Assuero. Anual.
Alguns exemplos de manifestações corporais de louvor usadas no antigo testamento :Ficar em
Pé = Sinal de Reverência: Erguer as mãos = Sinal de Rendição. Sl 134.2Bater palmas = Sinal de
admiração e aprovação. Sl 47.1Inclinar-se = Sinal de Reverência, respeito e humildade. Sl
95.6Dançar = Sinal de alegria. Sl 150.4; 2 Sm 6.14,16. Quando lemos o salmo 47 “batei palmas
todos os povos.” vemos um exemplo do louvor através de palmas e brados de vitória.1.1. O
ministério levítico.
Algumas considerações importantes sobre os levitas do antigo testamento, e a formação do
ministério levítico. O ministério levítico foi instituído por Deus, quando escolheu Levi, e toda a
sua tribo como responsáveis em levar a arca da presença do Senhor, e estar diante do Senhor
servindo-o, e abençoando. “Por esse tempo o Senhor separou a tribo de Levi, para levar a arca
do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor, servindo-o, e para abençoar em seu nome
até o dia de hoje.” (Dt 10.8)
Para os cristãos da Nova Aliança com Deus no Novo Testamento, as "festas fixas" também
chamadas de "tempos designados", foram rompidas. O "tempo" (em grego "kairós") é
fundamental, por causa da salvação que Deus proporcionou na História. O tempo perdeu seu
significado sacro: a visão cristã santificou todos os tempos. Ou seja, o N.T. considera que o
nosso "dia especial", não é apenas o sábado, ou qualquer outro dia comemorativo do V.T. -
agora TODOS os dias são especiais e devem ser vividos como um "culto" na presença de Deus!
A Igreja Judaica continuou a observar os sábados e celebrar as festividades, mas a motivação
era meramente um fenômeno cultural. A celebração cristã do significado do sacrifício na cruz,
que liberta o homem do pecado, transpõe ao tempo e deve ser contínua. Todo o momento é
tempo para celebrar a Cristo.
Na visão do N.T., o mundo físico e material deve ser encarado do ponto de vista espiritual. Não
há mais diferença sobre o momento mais apropriado para adoração. Toda nossa vida, quer
seja em relação ao trabalho, estudos, relacionamento com os familiares, afazeres domésticos
ou em relação às nossas atitudes de oração, cantar louvores, ir à igreja etc, tudo deve ser uma
celebração da nossa vida em Cristo.
1Co 10:31 "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para
a glória de Deus".
3. QUAL É O LOCAL CERTO PARA A ADORAÇÃO?
No Velho Testamento, alguns encontros com Deus ficaram marcados na mente do povo de
Israel. Um destes exemplos é o monte Sinai, onde Moisés recebeu os 10 mandamentos (Ex
19:10-11,18). Lembram-se do que disse a mulher Samaritana, na conversa com Jesus? O que
ela entendia sobre "adoração", era semelhante à compreensão do povo judeu na Antiga
Aliança: de "adorar em um monte" ou em um local determinado (Jo 4:20).
O Senhor, continuando na didática de revelar-se progressivamente, escolheu locais especiais
para Se manifestar, no decorrer da história de Israel, como por exemplo o Tabernáculo (Ex
25:8,9) e o Templo (2Cr 7:1-3), que foram lugares de Adoração.
A situação muda completamente no Novo Testamento: Jesus diz que "o local" não seria o mais
importante, quando se trata de cultuar a Deus (Jo 4:21-24). O apóstolo Paulo também declara
que "Deus não habita em templo feito por mãos humanas" (At 17:24-25).
Anularam-se as distinções geográficas "santas", com o evento da ressurreição de Jesus e da
descida do Espírito Santo. A Glória de Deus ("Shekinah"), antes localizada no Templo, habitou
em Cristo (Jo 1:14) e foi compartilhada com todos os que n’Ele habitam (Jo 17:22).
Paulo identifica a Igreja como sendo aqueles que em todo lugar, invocam o nome do Senhor
Jesus Cristo (1Co 1:2) ou seja, a assembleia dos santos. Após converterem-se, são habitados
pelo Espírito Santo e seus corpos são chamados de "santuário de Deus" (1Co 3:16 e 6:19). Os
membros da Igreja precisam se reunir, para se edificarem uns aos outros (1Co 14:26). Assim,
no N.T. a Igreja são as PESSOAS e não UM LOCAL.
Devemos lembrar que a Igreja Primitiva foi violentamente perseguida no Império Romano.
Não tinham liberdade para se reunir e cultuar ao Senhor. Não tinham Templos e estavam
espalhados por várias partes do mundo. Sabe onde se reuniam? Nas "catacumbas" (cemitérios
subterrâneos), que por estarem escondidas, não sofriam tanta vigilância dos soldados.
Os primeiros cristãos sentiram-se à vontade para louvar a Deus "até no cemitério" (foi
necessário, devido à perseguição), porque o "lugar de adoração" no Novo Testamento, poderia
ser "qualquer lugar", onde a assembleia dos santos se reunisse!
4. O QUE DEVE SER OFERECIDO A DEUS?
O Velho Testamento mostra por diversas vezes, que o homem não deveria aproximar-se de
Deus, sem que tivesse algo para ofertar. Muitas vezes, as ofertas eram relativas às colheitas
que tinham, outras vezes visavam o suprimento dos levitas e sacerdotes. Mas a oferta feita em
reconhecimento ao arrependimento, pelo pecado praticado por alguém, invariavelmente era o
"sacrifício de um animal".
A morte e o sangue derramado por um animal inocente, também faziam parte da "didática
progressiva" de Deus. O Senhor não é alguém cruel e que não gosta de animais, muito pelo
contrário! Foi Ele quem fez os animais para povoarem a Terra, colocando ao homem para
cuidar deles. Caso não gostasse dos animais, não precisaria ter feito uma variedade tão grande
deles! Na didática divina, Ele quis que o ser humano entendesse que seu pecado, seu
afastamento da vontade de Deus, exigia um arrependimento e uma "retratação" diante de
Deus.
Por que havia a necessidade do sangue de um animal inocente? Exatamente porque este
animal prefigurava o que aconteceria com Jesus Cristo no N.T., que foi humilhado e morto
brutalmente, derramando Seu sangue inocente na Cruz. Cristo foi o último sacrifício, o último
Cordeiro (chamado "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" - Jo 1:29), sendo morto
para que nós pudéssemos HOJE ser aceitos na presença do Pai (Hb 10:19-22). Apenas através
do Servo Sofredor, o Filho de Deus, é que qualquer pecador tem livre e pleno acesso à
presença de Deus (Rm 5:1,7-11). Cabe a nós, sermos gratos pelo sacrifício que Cristo fez na
cruz, pois sendo inocente e não tendo pecado, deu Sua vida para nós nos reconciliássemos
com Deus.
5. QUEM PODE OFERECER UM CULTO A DEUS?
O sacerdócio no Velho Testamento, era o trabalho exercido no Templo, por pessoas escolhidas
por Deus, que realizavam os sacrifícios e festas, como uma parte essencial ao rito estabelecido
pelo Senhor. Só através da intermediação do sacerdote é que o povo poderia adorar ao
Senhor. Os sacerdotes eram pontes vivas entre o Deus Santo e o homem pecador.
Deus tinha confiado a Israel os Seus "oráculos" ou seja, Suas Escrituras reveladas (Rm 3:2), a
nação foi consagrada como um "reino de sacerdotes" (Ex 19:6). A missão de Israel consistia em
tornar o nome e a vontade de Deus, conhecidos por todas as nações. Assim sendo, os judeus
tinham a mensagem a ser entregue (as Escrituras) e a autoridade para falar em nome do
Senhor.
Entretanto, o povo que deveria exercer as funções de "sacerdotes", fracassou diante desta
missão no V.T.
Outros judeus fiéis a Deus, continuaram este projeto no Novo Testamento e com pleno
sucesso: Jesus Cristo e seus discípulos, mudaram o mundo pregando as Palavras de Deus !
Através de sua união com Cristo, a Igreja tornou-se um "reino" e seus membros "sacerdotes".
O novo Israel (formado por salvos em Jesus, de todas as nações), tem a responsabilidade de
executar a missão original do Antigo Israel, isto é, proclamar ao mundo as "virtudes daquele
que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9).
A Igreja de Cristo é composta por sacerdotes. Esta função "sacerdotal", não é apenas do pastor
ou da liderança da comunidade - é de TODOS os membros. O trabalho da Igreja será sempre
direcionado a glorificar a Deus, mas também tem a função de ministrar em favor dos homens,
através da intercessão. Outro ministério sacerdotal da Igreja, é o de ajuda mútua. Nas páginas
do Novo Testamento, acumulam se cerca de 35 exemplos de responsabilidade mútua,
indicados pela frase "uns aos outros". As reuniões públicas da Igreja devem ter
constantemente estes objetivos em vista.
O Novo Testamento faz o desafio a nos apropriarmos do verdadeiro conceito de Adoração.
Todo salvo por Cristo faz parte do grupo de "sacerdotes reais", que vivem para adorar ao
Senhor e levar o Evangelho ao mundo. Para honra e glória de Deus, falamos, escrevemos,
trabalhamos, brincamos, comemos e dormimos. Pois Ele é digno de toda força de vida que
pulsa dentro de nós. Todos os pensamentos, palavras e atos devem ser realizados como
Adoração, porque o Cordeiro (Jesus Cristo) é "digno de receber o poder, a riqueza e a
sabedoria, força, honra, glória e louvor" (Ap 5:12).
1) Adorar significa RENDER SE:
O NT destaca a palavra “adorar” (proskuneo) entre os 5 mil termos relacionados com o culto.
Originalmente significava “beijar”. Entre os gregos era um termo técnico que significava
“adorar os deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal
de adoração acompanhava o ato de prostrar-se ao chão. Colocar-se nesta posição comunicava
a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de
beijar os seus pés, quer dizer:
“Reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade, coloco me à sua inteira disposição”.
Adorar (proskunein) foi utilizado na tradução da palavra hebraica shachah, na septuaginta e
também transmitia o mesmo conceito. Com este termo Jesus anulou o culto tradicional da
mulher samaritana e seus conterrâneos. Tanto o local como a preocupação com o templo não
tinha mais importância alguma. Enquanto a mulher argumentava que era no monte Gerezim),
Jesus declarou que somente “em espirito e verdade” os verdadeiros adoradores adorarão ao
Pai (Jo. 4.23). E a salvação vem dos judeus, portanto Eles(os judeus) adoravam o que
conheciam. A revelação do AT foi dada a Israel (Rm.9.4), já os samaritanos e os gregos
(At.17.23) adoravam o deus desconhecido.
Mais do que inútil é o culto que desconhece Aquele a quem devemos submissão e lealdade.
Por isso o grau de beleza de um culto, o numero de adeptos, ou a sua antiguidade não tem
importância se o adorador não tiver contato vital com o Deus Único. Quadro que João
desvendou na adoração celestial do Apocalipse, que mostra 24 anciãos caindo prostrados
diante d’Aquele que estava sentado no trono (Apoc. 4.10) põe em relevo a posição física
daquelas misteriosas personagens para frisar a majestade de Deus e manifestar a disposição
delas para executar toda ordem de Deus.
Satanás quis que Jesus o adorasse (Mt.4:9,10), porque ser adorado é seu supremo. O diabo de
bom grado trocaria todos os reinos do mundo e a glória destes por um simples ato de
adoração (proskunesis) oferecido por Jesus.
Mas para o Senhor um gesto de culto não podia ser desvinculado da própria adoração. Ele não
ataca a ideia de que um ato externo podia deixar também de ser um ato interno, uma atitude
de entrega total. Por isso a sua resposta a serpente foi: “Ao Senhor teu Deus adorarás
(proskenesis) e só a Ele darás culto (latruseis) (Mt.4.10)” e assim Jesus encerrou a questão para
sempre. Adorar o inimigo de nossas almas ou um de seus representantes, significa render se a
ele.
2) Adorar significa SERVIR:
O culto também implica em serviço (latreia) usado por Jesus para responder ao diabo
(Mt.4.10). Este termo é usado na Septuaginta por 90 vezes especialmente em Êxodo,
Deuteronômio, Josué, Juízes, mas apenas uma vez nos profetas (Ez 20.32). Moisés, várias vezes
pediu a permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir (lautruein) a
Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da Aliança (Ex.
4.23; 8.1,20; 9.1).
Com muita naturalidade, Paulo emprega “latreia”, culto, serviço religioso, para descrever o
corpo entregue a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável (Rm.12.1). Podemos ver como o
culto relacionado com o Templo e sacrifício no AT, foram transformados em adoração
consumada pelo sacrifício de Jesus Cristo.
O significado central deste termo surge de “latron” (ordenado) no grego secular foi usado para
indicar um trabalho pago e mais tarde um trabalho não pago. Mantém a ideia de servir. Tanto
no AT como no NT, a relação entre o homem e Deus não deixa de ser a de servir como escravo
(abad em hebraico, douleou em grego). Na carta aos Hebreus, 4 referencias das 6 tratam do
culto judaico no templo. Nos outros 2 casos, notamos que a razão pela qual Jesus se ofereceu
por nós foi para que tenhamos consciências limpas, para podermos servir ao Deus vivo. O
autor aos Hebreus acrescenta que somente os que “tem graça” (Heb. 9.14), podem agradar a
Deus pelo seu “serviço”, oferecendo culto com reverência e santo temor.
Somente pelas misericórdias de Deus podemos oferecer tal adoração que agrade a Deus.
Reconhecemos a raiz da “latreia” em nosso vocabulário como “idolatria” serviço a um ídolo.
Foram os israelitas rebeldes que cultuaram as hostes do céu (At.7.42). Espíritos rebeldes
(demônios) dão realidade ao culto a ídolos que em si nada são (1Cor.10.19). Deus revela sua
ira contra todos os que idolatram a criatura mais que o criador (Rm. 1.25). O Senhor reivindica
a totalidade do “serviço” dos seres a quem Ele dá a vida.
João nos proporciona uma descrição da multidão que veio da Grande Tribulação, tendo
purificado suas vestes no sangue de Jesus. A atividade da referida multidão concentra se numa
frase; “servem ou adoram a Deus de dia e de noite” (Ap.7.15). É possível que este vocábulo
inclua mais do que cantar ao acompanhamento de harpas, sendo que “latreia”, o serviço
religioso, mas que abranja todo o serviço em volta do templo e seus ritos (Rm.9.4). Porém não
podemos esquecer a exclusividade, pois Jesus declarou: “só a ele (Deus) darás culto”
(lautreuseis) Mt.4.10. Os atos e ritos que expressam a adoração devem ser exclusivamente
dirigidos a Deus. Inadmissível ao Senhor da Glória seria um culto prestado aos ídolos por
cristãos, mesmo que estes afirmem que em seus corações estão realmente adorando a Deus
(2Co. 10.20). Concluímos que o requisito de sacrificar o corpo inteiro do cristão torna seu culto
(latreia) “genuíno, espiritual, verdadeiro, essencial” (Rm.12.1), na proporção que o Deus vivo é
o único alvo da oferta.
Dividir a lealdade, na tentativa de servir a dois Senhores, deve ser reconhecido no meio cristão
como falso culto (Mt.6.24).
SIGNIFICADOS DE “LOUVOR”
Na Bíblia encontramos por várias vezes as palavras: louvar, cantar, dançar, exaltar etc; mas as
raízes etimológicas destas palavras são diferentes, assim como seus significados.
As pessoas que se rendem ao Senhor em louvor e adoração liberam a gloriosa presença de
Deus mesmo que estejam enfrentando circunstâncias difíceis (At 16:25-26). Há poder no
louvor!
A seguir, vamos ver 7 palavras em hebraico que traduzem “louvor”:
1- YADAH
Significa uma ação voluntária que expressa dependência absoluta em Deus, estendendo os
braços e levantando as mãos, louvando ao Senhor (II Cr 20:19; Sl 63:4; 134:2; I Tm 2:8).
O antônimo de yadah é encolher os braços e as mãos em sinal de desespero e angústia. Alguns
cursos que falam da personalidade humana, falam sobre a importância da linguagem corporal,
e ensinam que sem palavras e apenas através de gestos, posturas e movimentos corporais,
podemos comunicar e expressar atitudes e mensagens positivas ou negativas.
2- TOWDAH (em hebraico se pronuncia TOVDA)
Significa levantar as mãos com ações de graças, apresentar sacrifícios de ações de graças, não
somente por tudo o que já recebeu, mas também por aquilo que se espera receber. Fé em
ação – Jr 33:11.
Segundo o Salmo 100:4, a “chave” para termos uma vida de louvor, de vitória e êxito é:
“Sacrifícios de ações de graças”. As pessoas que perdem essa “chave” tornam se pessoas
amargas, rancorosas, inconformadas, e vivem culpando e acusando a todos de tudo e por
tudo!
Algumas razões da importância de levantarmos as mãos: Sl 28:2; 134:2; 141:2; 63:4; I Tm 2:8.
3- HALAL
Significa celebrar com palavras, falar entusiasmadamente de algo ou alguém (Sl 35:37; 98:1;
106:1). O gozo interior deve expressar se exteriormente. O louvor sempre é extrovertido,
audível e visível (na adoração não acontece isso necessariamente).
Quando exaltamos ao Senhor e celebramos a sua vitória na cruz do calvário, automaticamente
estamos fazendo com que o diabo se lembre que está derrotado! Satanás odeia a Deus e, por
isso, quer roubar a alegria e a paz que há em nós (Jo 10:10).
O Salmo 66:1-2, nos exorta a expressarmos na terra o glorioso e eterno louvor celestial, em
outras palavras, que possamos experimentar em adoração um pedaço do céu aqui na terra. O
mundo precisa ver o amor e a graça de Deus através da unidade do corpo de Cristo aqui na
terra (a Igreja), unidos em espírito louvando e adorando ao Senhor a uma só voz!
O Salmo 69:30-32, diz: “Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-lo-ei com ações de
graça. Será isso muito mais agradável ao Senhor…. vejam isso os aflitos e se alegrem…”. Se
nós, em vez de louvarmos a Deus ficarmos murmurando, criticando e se queixando, as pessoas
não irão crer que o nosso Deus é bom, fiel e verdadeiro!
O tamanho da revelação que temos a respeito de Deus também será o tamanho do nosso
louvor e adoração a Ele! Se a revelação que temos de Deus é pobre, pequena ou medíocre,
assim será o nosso louvor a Ele.
Deus fala bem a respeito de nós, por isso devemos também falar bem a respeito dele! Ele disse
que somos o gozo do seu coração, que somos formosos, que somos seu especial tesouro, que
com amor eterno nos tem amado, que somos o objeto do seu amor (I Pe 2:9; Ec 3:11; Is 43:1-4;
Zc 2:8). Devemos louvar a Deus porque Ele é incomparável (Sl 89:8; 113:5).
4- SHABACH
Significa expressão de júbilo e vitória. Expressões em alta voz, forte voz, gritos de júbilo (Sl
47:1). Quando nos lembramos que maior é aquele que está em nós do que aquele que está no
mundo e celebramos ao Senhor com vozes de júbilo, estamos lembrando ao diabo que ele já
está derrotado!
5- BARAK
Significa bendizer ao Senhor, como um ato de adoração. Prostrado, ajoelhado na presença de
Deus, esperando receber um milagre dele (Sl 95:6; Ne 8:6). Deve haver uma coerência entre o
que cantamos e o que expressamos. Precisamos expressar e viver o que cantamos (Fl 2:10-11).
6- ZAMAR
Significa usar ritmos e música. Tocar com os dedos das mãos um instrumento musical. Tocar e
cantar a música com força, vigor, entusiasmo e sentimento (Sl 33:3; 57:9; 105:2; 108:3; 150:1-
6).
7- TEHILLAH
Significa a forma mais exaltada de louvor ao Senhor. É louvar ao Senhor com um cântico novo,
um canto não aprendido previamente de memória. A ênfase principal desta palavra é dar
liberdade ao espírito para que expresse com voz audível, palavras de gratidão e adoração,
estabelecendo uma relação íntima e amorosa com o Senhor.
O Senhor habita, reina, mora, governa, se manifesta entre nós com poder quando o adoramos
em espírito e verdade (Sl 22:3; Is 61:3; Êx15; Ef 5:18-19; II Cr 20:22; I Co14:15).
Já vimos que Jesus disse à mulher samaritana que Deus busca adoradores (João 4.22-24).
Fomos criados para adorar. Diante de Deus, que nos salvou de nosso estado de condenação,
que está sempre conosco, apesar de Sua glória e majestade, não podemos senão adorar. Mas
não O adoramos pelo que Ele fez e faz. Nós O adoramos pelo que Ele é.
Qual é o significado da adoração?
Em hebraico, significa ajoelhar-se, dobrar-se diante do Senhor.
Em grego, significa aproximar-se dele e beijar a Sua mão.
Em outras palavras, é entregar nos e dar tudo a Ele.
Deus deseja que declaremos que Ele é Deus e que só Ele O é. Na oração que o Senhor nos
ensinou, dizemos: “santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9b), isto é, teu nome seja separado
como especial, majestoso e incomparável. Na verdadeira adoração (“em espírito e em
verdade”), nós ficamos na nossa posição e Deus na d’Ele. Nós temos limites, Deus não tem.
Ele, e só Ele é o Senhor, sendo cada um de nós, servos rendidos total e incondicionalmente.
Mas o que é adorar a Deus? É: curvar se diante de Deus e amar todos os Seus caminhos, e
necessariamente não precisamos saber ou entender esses caminhos. Exemplo extraordinário
de adoração nos é dado por Jó. Quando vieram anunciar lhe a morte dos seus filhos, disse Jó:
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito
seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). A atitude de Jó aí descrita é: “Então, Jó se levantou, rasgou o
seu manto, rapou a cabeça e lançou se em terra e adorou” (Jó 1.20). Rendeu se a Deus, se
entregou completamente.
Quando oramos, estamos em nosso ambiente; quando adoramos, somos erguidos acima de
nosso ambiente, com suas dificuldades e limitações. Na adoração, somos erguidos acima dos
limites, acima da vergonha, acima das frustrações e sofrimentos, estamos simplesmente
entregues. Adorar é uma decisão final, e a hora de adorar a Deus é sempre.
Ninguém pode programar a si mesmo para adorar, é um ato de vontade e é somente quando o
nosso relacionamento com Deus é consumado em adoração que nós verdadeiramente
sentimos que estamos onde Ele está e Ele está onde nós estamos.
Voltemos a alguns conceitos:
ADORAR:
No dicionário podemos encontrar algumas definições para a palavra adorar, como por
exemplo: render culto, amar ao extremo, venerar e gostar muitíssimo, reverenciar, etc. No
original grego encontramos a palavra PROSKUNEO, que tem como significado: prostrar se,
vergar se, obedecer, mostrar reverência, homenagear, louvar, adorar. Na adoração à Deus não
existe uma fórmula exata de como fazer ou um modelo de adoração predefinido, a adoração é
algo que deve ser feito com espontaneidade, voluntariedade, em espírito e em verdade como
o próprio Jesus falou. Aquela mulher Samaritana trouxe a Jesus uma pergunta muito difícil de
ser respondida, pois, qualquer um que não fosse entendido diria que o modelo certo de
adoração seria o da sua igreja. Aquela mulher sendo Samaritana sabia que os seus pais
adoravam nos montes, mas ela também sabia que Jesus era Judeu e que os Judeus adoravam
em Jerusalém, no templo feito para adoração, porém Jesus conhece o verdadeiro significado
da adoração e ao responder Ele nos dá uma lição, uma grande lição. Não existe lugar específico
para adorar a Deus. Os Samaritanos subiam os montes para adorar, mas ao descer esqueciam
todo o sentido da reverência e do verdadeiro amor ao Pai, enquanto que os Judeus iam ao
templo para adorar, faziam longas viagens até Jerusalém no intuito de adorarem a Deus, mas,
também não conseguiam entender o verdadeiro sentido da adoração. Jesus Responde: nem
nos montes, nem em Jerusalém, mas, em espírito e em verdade.
LOUVAR:
Também, no dicionário encontramos algumas definições para o verbo louvar, como por
exemplo: dirigir louvores, elogiar, exaltar, glorificar, bendizer... Do original grego EPAINOS,
significa: aprovação, recomendação, homenagem, louvor. EPAINOS, não expressa somente
louvor pelo que Deus faz por nós, mas também por quem Ele é, reconhecendo sua glória.
ADORAÇÃO x LOUVOR:
Como podemos perceber nas respectivas definições, a adoração não significa apenas louvor,
nem louvor significa apenas adoração, mas, as duas atitudes podem conviver
harmoniosamente. Na adoração louvamos a Deus, e, com o louvor também adoramos a Deus.
No entanto, o louvor é algo que expressamos com nossa boca, elogiando a Deus,
homenageando O, proclamando Seus feitos e a Sua glória, agradecendo O, etc. Enquanto que
a adoração é um conjunto de muitas atitudes. Adoramos a Deus com o louvor, mas também
adoramos em uma oração, em um gesto de reverência, com um sentimento que só nós e Deus
sabemos, (o amor a Ele), adoramos com sons audíveis e ou inaudíveis, descritíveis ou
indescritíveis, com ou sem palavras. Adoramos em espírito, mas, também em verdade. De
acordo com a palavra de Deus em João 4: 23,24; não é o lugar que faz a diferença na adoração,
mas, a condição espiritual e racional do crente. Também, de acordo com o próprio Jesus em
Lucas 18:10-13, não são as muitas palavras que tocam o coração de Deus, mas uma verdadeira
humilhação, um verdadeiro quebrantamento. Para o verdadeiro adorador não existe lugar
predeterminado para adorar, não existe circunstância, não existe momento, não existe
condição, o verdadeiro adorador tem sua vida em completa adoração a Deus, onde quer que
esteja estará em adoração, na tempestade, no deserto, na dor, na angústia, na tribulação, na
perseguição... Em quaisquer circunstância, estará permanentemente sendo fiel ao Senhor, seu
coração jamais se apartará da adoração a Deus. Não depende de instrumentos de sopro, de
corda, de percussão, de teclas... O verdadeiro adorador adora a Deus com o seu corpo com o
seu coração, com o seu entendimento, com a sua alma... o verdadeiro adorador não depende
de música ou de uma multidão, mas adora até em silêncio, sozinho... O verdadeiro adorador
adora em espírito e em verdade. O verdadeiro adorador é uma pessoa que se rendeu
incondicional e irremediavelmente a Deus, nada mais importa.
Pois bem, vejamos algo mais sobre o “adorar em espírito e em verdade”:
"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." João 4.23
1- ADORAR: Muitas pessoas pensam que adorar é orar e cantar louvores. Na verdade isso é
apenas cultuar; adorar é muito mais profundo do que isso. Veja que enquanto amar significa
se relacionar com plena igualdade, seja na dor, na alegria etc.; adorar significa se submeter e
servir, seja na dor, na alegria etc. (quem ama, divide, compartilha; quem adora, se prostra, se
submete aos ensinamentos e ordenanças com total confiança).
2- ESPÍRITO: A palavra espírito está relacionada à alma, à parte do ser humano que não tem
aparência física, mas controla todo o corpo semelhantemente ao "software" nos
computadores e robôs. Referir se ao espírito é referir se a parte não aparente, porém, a mais
importante.
3- VERDADEIRO: A palavra verdadeiro significa sem falsidade, sem hipocrisia; de coração puro.
Então, a afirmação: "Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito..."; em palavras
mais simples poderíamos traduzir assim: os verdadeiros servos servirão ao Pai com o interior
da alma, isto é, por vontade própria e sem produzir aparências inúteis tais como discursos
demagogos, orações repetitivas, histerias em praça pública, etc.
Já a segunda afirmação: "Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai... em verdade";
poderíamos traduzir assim: os verdadeiros servos servirão ao Pai... sem falsidade, sem
hipocrisia e de coração puro, isto é, por entendimento e convicção e não por obrigatoriedade
desta ou daquela tradição.
Para concluirmos, vejamos agora mais alguns termos gregos e hebraicos para a palavra
“adoração” e sua utilização:
A palavra “adoração” em nosso idioma é muito forte e tem um sentido único e absoluto
aplicável somente a Deus quando usada em seu significado real. Isto é verdade no sentido de
que há um tipo de adoração exclusiva ao Deus Todo Poderoso, o Pai. Ele é nosso único Deus e,
portanto, só Ele deve ser adorado ou reconhecido como o Todo Poderoso e Eterno Deus. A
adoração devida ao único Deus não é devida a ninguém mais. No mais, apenas a utilizamos
para expressar um amor intenso por outra pessoa.
Já no hebraico há palavras mais amplas em seu sentido e não se aplicam apenas para a
adoração do único Deus verdadeiro. Um exame mais profundo da cultura judaica antiga como
descrita nas Escrituras Sagradas revelará que as palavras correspondentes envolviam
possibilidades mais abrangentes de reconhecimento de autoridade e rendição de honras.
Adoração significa prestação de honra ou homenagem reverente. A adoração verdadeira do
Criador abrange todo aspecto da vida da pessoa. O apóstolo Paulo salientou isso ao dizer:
"Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória
de Deus." - 1Coríntios 10:31
Nos termos Hebraicos e Gregos, a palavra adoração nem sempre está associada à Deus,
também podem ser aplicadas a atos que não são adoração. No entanto, o contexto determina
de que modo devem ser entendidas as respectivas palavras. Vamos a alguns exemplos.
Uma das palavras hebraicas que transmite a id ia de adoração ('a.vádh) significa basicamente
"servir". Caso o leitor não absorva corretamente a aplicação, ficará sem saber sobre a quem é
dirigida, aplicando tal termo apenas a Deus. É importante ler com atenção e considerar o
contexto para saber a quem tal termo se aplica para não confundir a adoração que é dirigida a
Deus, com outros atos dirigidos a outras pessoas.
Por exemplo, em Gênesis 14:4 usou-se 'a.vádh que também transmite ideia de adoração, mas
aqui no texto de Gênesis ela não se trata da adoração que é para Deus, o contexto mostra isso
claramente: "Doze anos tinham 'a.vádh ("servido") a Quedorlaomer, mas no décimo terceiro
ano rebelaram se."
Vemos aqui que a palavra hebraica 'a.vádh foi traduzida por "servir", não indica adoração.
Deus disse a Abraão que seu descendente moraria numa terra que não era dele e que as
pessoas teriam de "servir" ('a.vádh) a ele. Isso era referente ao povo antes de conquistar a
Terra da Promessa. (Gênesis 15:13; 29:15)
Servir ou adorar a Deus exige obediência a todas as Suas ordens, fazer Sua vontade como
alguém exclusivamente devotado a ele. É diferente de apenas "servir" um regente humano.
Mas em Deuteronômio 30:15-20, a palavra 'a.vádh incorpora um "servir" mas abrangente,
assume as palavras de Paulo, de que este "servir" ('a.vádh) tem de ser de corpo e alma, pois é
dirigido a Deus. A mesma palavra hebraica 'a.vádh sendo aplicada a homens e a Deus, o que
leva a uma consideração do contexto. Por conseguinte, empenhar se alguém em qualquer
ritual ou ato de devoção para com quaisquer outros deuses significa abandonar a adoração
verdadeira. (Deuteronômmio 11:13-17)
Outro termo hebraico que pode denotar adoração é hish.ta.hhawáh, que significa
primariamente "curvar-se" ou render homenagem, em Provérbios 12:25 diz: "A ansiedade no
coração do homem é o que o fará "curvar-se" (hish.ta.hhawáh). Portanto, lemos em Neemias
2:2 que o serviçal do rei estava abatido, muito triste, então sua face estava curvada, ou seja
abaixada perante o rei. Certamente, a ansiedade faz com que a pessoa seja quebrantada,
assim, Jesus Cristo alertou e ordenou que se parasse de estar ansiosos a certas coisas, pois elas
viriam a seu tempo certo. (Mateus 6:25)
Não devemos negligenciar a palavra hebraica hish.ta.hhawáh, pois ela denota tanto o "curvar
se" um ato de respeito ou cortesia, mas pode denotar também um ato de adoração, o que
envolve analisar o contexto para uma correta aplicação. Se a pessoa não fizer consideração
para com a palavra hebraica hish.ta.hhawáh, irá concluir que Ló adorava a anjos, o que não era
possível isso da parte dele, pois sabia que seu Deus exigia adoração exclusiva a Ele. (Gênesis
19:1,2).
Curvar se ou inclinar se demonstra respeito quando este é dirigido a homens, como podemos
ver no caso quando os irmãos de Jacó e o seus inclinaram ou curvaram diante dele. Não se
pode aqui aplicar hish.ta.hhawáh como sendo um ato de adoração, mas sim de respeito ou
homenagem, visto que eles curvaram se diante de um homem. Como já dito aqui,
hish.ta.hhawáh (curvar se ou inclinar a face) pode denotar um ato de adoração, indicando a
reverência e gratidão da pessoa a Deus e submissão à Sua vontade.
Quando usada com referência ao Deus verdadeiro, ou a deidades falsas, a palavra
hish.ta.hhawáh às vezes é associada com sacrifícios e orações, e fica fácil de se fazer uma
correta aplicação pelo leitor. No caso de Abraão, hish.ta.hhawáh é aplicado a Deus, pois ele
subia para adorá Lo (Gênesis 22:5-7), e hish.ta.hhawáh é aplicada também a adorar se a
deuses falsos (Isaías 44:7). Isto indica que era comum curvar se quando se orava ou se oferecia
um sacrifício.
A raiz hebraica sa.ghádh significa basicamente "prostrar se", como o que é dito em Isaías 44:
15,17,18, onde as pessoas prostravam se diante de deuses ídolos, feitos de madeiras e o
adoravam.(Isaías 46:6) A palavra aramaica equivalente usualmente é associada com adoração,
como no caso do rei Nabucodonosor, quando emitiu a ordem de que adorassem a estátua de
ouro, que era sua imagem.(Daniel 3: 5-7, 10-15,18,28), mas é usada em Daniel 2:46 para referir
se ao Rei Nabucodonosor prestar homenagem (não adoração) a Daniel, prostrando se diante
do profeta.
Reverência a algum homem não é tida como proibida, desde que corretamente aplicada, não
levando se em consideração que tal prostrar se (lançar o rosto por terra) é uma dedicação e
adoração. Daniel não aceitaria que se "prostrasse" diante dele caso isso indicasse alguém estar
adorando a ele, pois sabia que seu Deus exige "adoração exclusiva".
O verbo grego la.treú.o usado em alguns capítulos de Lucas e o substantivo la.treí.a nos livros
de João e de Romanos transmitem a ideia de se prestar não meramente um serviço comum,
ordinário, mas sim serviço sagrado, sendo aqui então indicando "adoração" no mais pleno
sentido da palavra, pois fala de um serviço prestado a Deus. (Lucas 1: 74)
Em todos os casos, os termos hebraicos usados aqui até agora denotam tanto estar
significando homenagear a alguém quanto a adorar. Quando dirigido a humanos, como
quando está se prestando um serviço secular, não envolve atos de adoração, como no caso de
Nabucodonosor prostrar se diante dos pés de Daniel, mas pode significar adoração quando
passa se a prestar um serviço como que sagrado, serviço este que Nabucodonosor ordenou a
todo o povo que prestassem, prostrando se aos pés de sua imagem de ouro.
Tal tipo de serviço que o Rei exigiu era ato de adoração e Daniel não sucumbiu a obedecer o
documento do Rei e não prestou adoração de sua imagem. Assim, como se sabe quando tais
termos hebraicos são ou não atos de adoração? Lembremos que adorar a Deus vem por meio
de "servir" a ele, e tais termos hebraicos indicam "servir", “render se”.
Assim, para distinguir o "servir" sendo ato de adoração com o "servir" como sendo um serviço
secular comum, notemos o seguinte: O "servir" como se estando adorando a algo vem com
modalidades exclusivas, tais como "servir de corpo e alma", ou seja, estar a pessoa devotando
se exclusivamente a serviço unicamente a tal deidade. Não é como um serviço secular
rotineiro, mas sim, um serviço que envolve a pessoa estar obediente a sua deidade
incondicionalmente.
Isto é o caso quando se está prestando um serviço sagrado a Deus, a pessoa se dedica
inteiramente a Ele sem reservas. É isso que expressa Lucas 1: 74, 2: 37, 4:8, um serviço sagrado
a Deus. Daniel prestava serviço ao Rei, mas não como de corpo e alma, pois este serviço de
corpo e alma, Daniel prestava a seu Deus.
Assim, o verbo grego la.treú.o expressa basicamente um serviço prestado a Deus de corpo e
alma, demonstrando estar a pessoa "adorando" a seu Deus. Por isso que Jesus disse a Satanás:
É a Teu Deus que tens de adorar, e é somente a Ele que tens de prestar serviço
sagrado(la.treú.o). Adorar a Deus é prestar serviço sagrado a Ele. (Atos 7:7)
A palavra grega usada em João é um substantivo de la.treú.o e não difere do termo la.treú.o:
"Os homens vos expulsarão da sinagoga. De fato, vem a hora em que todo aquele que vos
matar imaginará que tem prestado um serviço sagrado a Deus."(João 16:2) Assim, tal serviço
sagrado seria prestado, não por todas as pessoas como um todo, mas somente a um povo
exclusivo, os verdadeiros adoradores (Romanos 9:4) Assim, estes dois termos gregos
transmitem ideia de se prestar não meramente um serviço comum, mas sim serviço sagrado.
Temos outra palavra grega que corresponde de perto com o termo hebraico hish.ta.hhawáh
em expressar a ideia de homenagear e, às vezes, de adoração. É a palavra "pro.sky.né.o". Este
termo era usado quando um escravo prestava homenagem a um superior a ele ou a um Rei.
Assim, em Mateus 18: 26, lemos: "Por isso, o escravo prostrou se e começou a prestar lhe
homenagem . . . " Nesta ilustração, Jesus mostrava que se devia ser perdoador, para que seu
Pai também perdoe. Tal escravo não estava ali adorando aquela pessoa a quem ele devia certa
quantia de dinheiro, o que não seria coerente caso fosse um ato de adoração, Jesus ilustrar tal
ação. É interessante que a versão Almeida e demais versões não adotaram aqui como ato de
adoração o termo grego "pro.sky.né.o"!
O termo "pro.sky.né.o" indica também ato de adoração, como expresso em Mateus 4: 8,9,
onde Satanás tenta obter adoração de Jesus. Se Jesus rendesse homenagem do tipo estipulado
por Satanás, Ele teria com isso indicado Sua submissão ao Diabo e se tornado o Servo deste.
Mas Jesus recusou se, dizendo: "Vai te Satanás! Pois está escrito: 'É a Jeová, teu Deus, que tens
de adorar.” [forma do gr. pro.sky.né.o, ou, no relato de Deuteronômio que Jesus citava,
hebraico 'a.vádh’] (Mateus 4: 10; Deuteronômio 5:9; 6:13)
Similarmente, adorar, homenagear ou curvar se à "besta" e à sua "imagem" é ligado a serviço,
pois os adoradores são identificados como apoiadores da "besta" e de sua "imagem" por
terem uma marca, quer na mão (com a qual a pessoa presta serviço) quer na testa (para que
todos a vejam). Visto ser o Diabo quem dá autoridade à fera, adorar a fera significa, em
realidade, adorar ou servir o Diabo. Apocalipse 13:4, 15-17; 14: 9-11.
Outras palavras gregas ligadas à adoração são derivadas de eu.se.bé.o, thré.skeú.o e
sé.bo.mai. A palavra eu.se.bé.o significa "dar devoção piedosa a" ou "venerar, reverenciar",
portanto indica adoração. Em Atos 17: 23, este termo é usado com referência à devoção
piedosa ou veneração que os homens de Atenas davam a um "Deus Desconhecido".
De thre.skeú.o vem o substantivo thre.skeí.a, entendido como designando uma "forma de
adoração", quer verdadeira quer falsa. Esta adoração falsa era a que Paulo praticava antes de
se converter ao cristianismo (Atos 26: 5) ou na adoração falsa em Colosso, onde homens
tentavam subverter cristãos a adorar a anjos (Colossenses 2: 18). A adoração verdadeira
praticada pelos cristãos era assinalada pela genuína preocupação com os pobres e pela
completa separação do mundo impiedoso. (Tiago 1: 26,27)
A palavra sé.bo.mai (Mateus 15:9; Marcos 7:7; Atos:18:7; 19:27) e o termo relacionado
se.bá.zo.mai (Romanos 1:25) significam "reverenciar"; venerar; adorar". Objetos de adoração
ou de devoção são designados pelo substantivo sé.ba.sma em Atos 17:23 e 2Tessalonicenses
2:4.
Dois outros termos são desta mesma raiz verbal, juntando se lhes o prefixo The.ós, Deus. Um
deles the.o.se.bés, que significa "reverente a Deus", como em João 9:3, e o outro
the.o.sé.bei.a, denotando "reverência a Deus", em 1Timóteo 2:10. Estes dois termos
correspondem um tanto à palavra alemã para "adoração pública", a saber, Gottesdienst
(combinação de "Deus" e "serviço").
Vemos então que os termos hebraicos e gregos aqui expostos denotam tanto "servir" (serviços
seculares a homens), quanto também "servir" (serviço sagrado a Deus), ambos denotando
adoração, e se pode distinguir uma da outra quando a pessoa conhece realmente a quem se
aplica e a quem se deve prestar serviço sagrado e devoção piedosa. Quando tais termos são
dirigidos a homens, pratica se a homenagem, mas quando são dirigidos a Deus, então é uma
forma de adoração, um serviço sagrado. Reconhecendo que o "serviço sagrado" e a
"adoração" só devem ser prestados a Deus, a pessoa saberá distinguir. Jesus recomenda: "É
somente a Deus que tens de prestar serviço sagrado, e é somente a Deus que se deve adorar".
(Mateus 4: 10; Deuteronômio 5:9; 6:13)
Deus só aceita a adoração dos que se comportam em harmonia com Sua vontade. (Mt 165:9;
Mc 7:7) A uma samaritana, Cristo disse: "Vem a hora em que nem neste monte (Gerizim), nem
em Jerusalém, adorareis o Pai. . . Não obstante, vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois, deveras, o Pai está procurando a tais
para o adorarem. Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adora Lo em espírito e verdade."
João 4:21-24
As palavras de Jesus mostravam claramente que a adoração verdadeira não dependeria da
presença nem do uso de coisas visíveis, ou de localidades geográficas. Ao invés de depender da
visão ou do tato, o adorador verdadeiro exerce fé, e, sem considerar o local ou as coisas em
sua volta, mantém uma atitude de adoração.
Assim, ele faz sua adoração, não com a ajuda de algo que possa ver ou tocar, mas em espírito.
Visto que possui a verdade conforme revelada por Deus, sua adoração está de acordo com a
verdade. Tendo se familiarizado com Deus por meio da Bíblia e da evidência da operação do
Espírito de Deus em sua vida, aquele que adora em espírito e verdade definitivamente
conhece A quem adora.

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Louvor e adoração: significados e diferenças no Antigo e Novo Testamento

  • 1. LOUVOR E ADORAÇÃO Tenho consciência de que ao falarmos sobre “louvor” e “adoração”, em diversas ocasiões iremos nos repetir, seja em palavras, termos ou em algumas expressões. Vejo essa repetição como necessária em alguns momentos para que possamos desenvolver plenamente o assunto permitindo que nas diversas ocasiões onde elas ocorrerem, permitam que sejam concluídas as ideias expostas. Também vejo essas repetições pelo fato de os dois, louvor e adoração, estarem intrinsecamente ligados, já que adoração deve ser uma constante na vida do cristão, em outras palavras, deve ser de entrega total a Deus, enquanto que o louvor certamente é uma maneira de externar essa entrega. Portanto, mesmo sendo louvor e adoração duas coisas distintas, os termos se misturarão e se repetirão por diversas vezes por estarem tão intimamente ligados. UM POUCO DE HISTÓRIA BÍBLICA: Desde o início do Gênesis, o ser humano busca conhecer a Deus para cultua Lo de maneira a deixa Lo feliz. Só que as tentativas nem sempre agradaram ao Senhor (Gn 4:3-5). Apesar de o homem ter sido criado para o louvor da glória de Deus (Is 43:21 "ao povo que formei para mim mesmo a fim de que proclamasse o meu louvor"), ele NECESSITAVA SER ENSINADO sobre como deveria adora Lo. O próprio Senhor foi o professor. Ele inicia esse ensino no Velho Testamento e continua através do Novo Testamento. Precisamos entender duas coisas importantes: A Revelação de Deus é PROGRESSIVA: ou seja, Ele começa a revelar Sua Pessoa e como agrada Lo em Gênesis e vai acrescentando progressivamente, detalhe por detalhe a cada livro da Bíblia, usando homens inspirados por Ele, terminando no Apocalipse. Agia assim, para que o povo assimilasse Suas informações aos poucos. Por exemplo: se o povo que estivesse vivendo na época do Gênesis, ouvisse sobre as revelações dos "finais dos tempos" de Apocalipse, sem ter obtido as informações dos livros anteriores, poderia ficar apavorado e confuso. Daí, Deus revelar aos poucos e progressivamente o Seu querer. O Novo Testamento, interpreta o Velho Testamento: como já vimos, se a revelação de Deus é progressiva, o que vem a partir de Jesus no N.T., é uma informação mais recente e que traz esclarecimentos e explicações importantes, sobre o que o Senhor ensinou no Velho Testamento. Cristo, sendo uma Pessoa da Trindade, chamado de "Emanuel" (Deus conosco), viveu entre nós revelando a vontade do Pai, como ninguém poderia ter feito melhor. Assim, as informações do N.T. interpretam as do V.T. Analisaremos a seguir, alguns pontos importantes da Adoração, que foram dados no Velho Testamento e suas diferenças com o ensino do Novo Testamento. 2. QUAL É O DIA CERTO PARA A ADORAÇÃO? A Adoração no Velho Testamento, muitas vezes era expressa em eventos comemorativos, que eram determinados por Deus. Não eram "cultos opcionais" (que poderiam ou não ser realizados), mas sim obrigatórios! Eram parte da "didática" do Senhor para instruir o Seu povo, como se Ele dissesse: "Prestem muita atenção: isto é importantíssimo para aprenderem a como relacionar se comigo!".
  • 2. Havia um "tempo certo" para adorar e buscar a Deus. Estes cultos eram considerados partes centrais na adoração. Os eventos passados, nos quais o Senhor agira e que eram lembrados nestas festas ou dias especiais, nunca deveriam ser esquecidos. (Nm 29:39 "Estas coisas oferecereis ao Senhor, nas vossas festas fixas, além dos vossos votos e das vossas ofertas voluntárias, para os vossos holocaustos, as vossas libações e as vossas ofertas pacíficas"). Havia o sacrifício diário (Nm 28:1-8), o descanso do Sábado (Ex 20:11), os primeiros dias do mês (Nm 28:11), o ano do jubileu (Lv 25:10-13) e as festas anuais (Lv 23). As festas comemorativas, mencionadas no V.T. eram: Festa da Páscoa - (Lv 23:4-5) comemorava o livramento do povo da escravidão no Egito. Era anual. Festa do Pentecostes - (Dt 16:9-12) também chamada de Festa das "Semanas", da "Colheita", e das "Primícias". Anual. Festa dos Tabernáculos - (Lv 23:33-44) lembravam o tempo em que habitaram em tendas no deserto. Anual. Festa do Sábado - (Lv 23:2,3) dia de descanso e de alegria. Semanal. Dia das Trombetas - (Nm 29:1) em Lv 23:23,24 é chamado de dia "memorial". Anual. Dia da Expiação - (Lv 23:26,27) dia em que deveriam se humilhar pelos seus pecados. Anual. Festa de Purim - Descrita no livro de Ester, cap. 9. Comemoram o livramento de Deus ao Seu povo, não permitindo que fossem exterminados, nos dias do rei persa Assuero. Anual. Alguns exemplos de manifestações corporais de louvor usadas no antigo testamento :Ficar em Pé = Sinal de Reverência: Erguer as mãos = Sinal de Rendição. Sl 134.2Bater palmas = Sinal de admiração e aprovação. Sl 47.1Inclinar-se = Sinal de Reverência, respeito e humildade. Sl 95.6Dançar = Sinal de alegria. Sl 150.4; 2 Sm 6.14,16. Quando lemos o salmo 47 “batei palmas todos os povos.” vemos um exemplo do louvor através de palmas e brados de vitória.1.1. O ministério levítico. Algumas considerações importantes sobre os levitas do antigo testamento, e a formação do ministério levítico. O ministério levítico foi instituído por Deus, quando escolheu Levi, e toda a sua tribo como responsáveis em levar a arca da presença do Senhor, e estar diante do Senhor servindo-o, e abençoando. “Por esse tempo o Senhor separou a tribo de Levi, para levar a arca do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor, servindo-o, e para abençoar em seu nome até o dia de hoje.” (Dt 10.8) Para os cristãos da Nova Aliança com Deus no Novo Testamento, as "festas fixas" também chamadas de "tempos designados", foram rompidas. O "tempo" (em grego "kairós") é fundamental, por causa da salvação que Deus proporcionou na História. O tempo perdeu seu significado sacro: a visão cristã santificou todos os tempos. Ou seja, o N.T. considera que o nosso "dia especial", não é apenas o sábado, ou qualquer outro dia comemorativo do V.T. - agora TODOS os dias são especiais e devem ser vividos como um "culto" na presença de Deus! A Igreja Judaica continuou a observar os sábados e celebrar as festividades, mas a motivação era meramente um fenômeno cultural. A celebração cristã do significado do sacrifício na cruz,
  • 3. que liberta o homem do pecado, transpõe ao tempo e deve ser contínua. Todo o momento é tempo para celebrar a Cristo. Na visão do N.T., o mundo físico e material deve ser encarado do ponto de vista espiritual. Não há mais diferença sobre o momento mais apropriado para adoração. Toda nossa vida, quer seja em relação ao trabalho, estudos, relacionamento com os familiares, afazeres domésticos ou em relação às nossas atitudes de oração, cantar louvores, ir à igreja etc, tudo deve ser uma celebração da nossa vida em Cristo. 1Co 10:31 "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus". 3. QUAL É O LOCAL CERTO PARA A ADORAÇÃO? No Velho Testamento, alguns encontros com Deus ficaram marcados na mente do povo de Israel. Um destes exemplos é o monte Sinai, onde Moisés recebeu os 10 mandamentos (Ex 19:10-11,18). Lembram-se do que disse a mulher Samaritana, na conversa com Jesus? O que ela entendia sobre "adoração", era semelhante à compreensão do povo judeu na Antiga Aliança: de "adorar em um monte" ou em um local determinado (Jo 4:20). O Senhor, continuando na didática de revelar-se progressivamente, escolheu locais especiais para Se manifestar, no decorrer da história de Israel, como por exemplo o Tabernáculo (Ex 25:8,9) e o Templo (2Cr 7:1-3), que foram lugares de Adoração. A situação muda completamente no Novo Testamento: Jesus diz que "o local" não seria o mais importante, quando se trata de cultuar a Deus (Jo 4:21-24). O apóstolo Paulo também declara que "Deus não habita em templo feito por mãos humanas" (At 17:24-25). Anularam-se as distinções geográficas "santas", com o evento da ressurreição de Jesus e da descida do Espírito Santo. A Glória de Deus ("Shekinah"), antes localizada no Templo, habitou em Cristo (Jo 1:14) e foi compartilhada com todos os que n’Ele habitam (Jo 17:22). Paulo identifica a Igreja como sendo aqueles que em todo lugar, invocam o nome do Senhor Jesus Cristo (1Co 1:2) ou seja, a assembleia dos santos. Após converterem-se, são habitados pelo Espírito Santo e seus corpos são chamados de "santuário de Deus" (1Co 3:16 e 6:19). Os membros da Igreja precisam se reunir, para se edificarem uns aos outros (1Co 14:26). Assim, no N.T. a Igreja são as PESSOAS e não UM LOCAL. Devemos lembrar que a Igreja Primitiva foi violentamente perseguida no Império Romano. Não tinham liberdade para se reunir e cultuar ao Senhor. Não tinham Templos e estavam espalhados por várias partes do mundo. Sabe onde se reuniam? Nas "catacumbas" (cemitérios subterrâneos), que por estarem escondidas, não sofriam tanta vigilância dos soldados. Os primeiros cristãos sentiram-se à vontade para louvar a Deus "até no cemitério" (foi necessário, devido à perseguição), porque o "lugar de adoração" no Novo Testamento, poderia ser "qualquer lugar", onde a assembleia dos santos se reunisse! 4. O QUE DEVE SER OFERECIDO A DEUS?
  • 4. O Velho Testamento mostra por diversas vezes, que o homem não deveria aproximar-se de Deus, sem que tivesse algo para ofertar. Muitas vezes, as ofertas eram relativas às colheitas que tinham, outras vezes visavam o suprimento dos levitas e sacerdotes. Mas a oferta feita em reconhecimento ao arrependimento, pelo pecado praticado por alguém, invariavelmente era o "sacrifício de um animal". A morte e o sangue derramado por um animal inocente, também faziam parte da "didática progressiva" de Deus. O Senhor não é alguém cruel e que não gosta de animais, muito pelo contrário! Foi Ele quem fez os animais para povoarem a Terra, colocando ao homem para cuidar deles. Caso não gostasse dos animais, não precisaria ter feito uma variedade tão grande deles! Na didática divina, Ele quis que o ser humano entendesse que seu pecado, seu afastamento da vontade de Deus, exigia um arrependimento e uma "retratação" diante de Deus. Por que havia a necessidade do sangue de um animal inocente? Exatamente porque este animal prefigurava o que aconteceria com Jesus Cristo no N.T., que foi humilhado e morto brutalmente, derramando Seu sangue inocente na Cruz. Cristo foi o último sacrifício, o último Cordeiro (chamado "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" - Jo 1:29), sendo morto para que nós pudéssemos HOJE ser aceitos na presença do Pai (Hb 10:19-22). Apenas através do Servo Sofredor, o Filho de Deus, é que qualquer pecador tem livre e pleno acesso à presença de Deus (Rm 5:1,7-11). Cabe a nós, sermos gratos pelo sacrifício que Cristo fez na cruz, pois sendo inocente e não tendo pecado, deu Sua vida para nós nos reconciliássemos com Deus. 5. QUEM PODE OFERECER UM CULTO A DEUS? O sacerdócio no Velho Testamento, era o trabalho exercido no Templo, por pessoas escolhidas por Deus, que realizavam os sacrifícios e festas, como uma parte essencial ao rito estabelecido pelo Senhor. Só através da intermediação do sacerdote é que o povo poderia adorar ao Senhor. Os sacerdotes eram pontes vivas entre o Deus Santo e o homem pecador. Deus tinha confiado a Israel os Seus "oráculos" ou seja, Suas Escrituras reveladas (Rm 3:2), a nação foi consagrada como um "reino de sacerdotes" (Ex 19:6). A missão de Israel consistia em tornar o nome e a vontade de Deus, conhecidos por todas as nações. Assim sendo, os judeus tinham a mensagem a ser entregue (as Escrituras) e a autoridade para falar em nome do Senhor. Entretanto, o povo que deveria exercer as funções de "sacerdotes", fracassou diante desta missão no V.T. Outros judeus fiéis a Deus, continuaram este projeto no Novo Testamento e com pleno sucesso: Jesus Cristo e seus discípulos, mudaram o mundo pregando as Palavras de Deus ! Através de sua união com Cristo, a Igreja tornou-se um "reino" e seus membros "sacerdotes". O novo Israel (formado por salvos em Jesus, de todas as nações), tem a responsabilidade de executar a missão original do Antigo Israel, isto é, proclamar ao mundo as "virtudes daquele que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9). A Igreja de Cristo é composta por sacerdotes. Esta função "sacerdotal", não é apenas do pastor ou da liderança da comunidade - é de TODOS os membros. O trabalho da Igreja será sempre direcionado a glorificar a Deus, mas também tem a função de ministrar em favor dos homens, através da intercessão. Outro ministério sacerdotal da Igreja, é o de ajuda mútua. Nas páginas
  • 5. do Novo Testamento, acumulam se cerca de 35 exemplos de responsabilidade mútua, indicados pela frase "uns aos outros". As reuniões públicas da Igreja devem ter constantemente estes objetivos em vista. O Novo Testamento faz o desafio a nos apropriarmos do verdadeiro conceito de Adoração. Todo salvo por Cristo faz parte do grupo de "sacerdotes reais", que vivem para adorar ao Senhor e levar o Evangelho ao mundo. Para honra e glória de Deus, falamos, escrevemos, trabalhamos, brincamos, comemos e dormimos. Pois Ele é digno de toda força de vida que pulsa dentro de nós. Todos os pensamentos, palavras e atos devem ser realizados como Adoração, porque o Cordeiro (Jesus Cristo) é "digno de receber o poder, a riqueza e a sabedoria, força, honra, glória e louvor" (Ap 5:12). 1) Adorar significa RENDER SE: O NT destaca a palavra “adorar” (proskuneo) entre os 5 mil termos relacionados com o culto. Originalmente significava “beijar”. Entre os gregos era um termo técnico que significava “adorar os deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal de adoração acompanhava o ato de prostrar-se ao chão. Colocar-se nesta posição comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar os seus pés, quer dizer: “Reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade, coloco me à sua inteira disposição”. Adorar (proskunein) foi utilizado na tradução da palavra hebraica shachah, na septuaginta e também transmitia o mesmo conceito. Com este termo Jesus anulou o culto tradicional da mulher samaritana e seus conterrâneos. Tanto o local como a preocupação com o templo não tinha mais importância alguma. Enquanto a mulher argumentava que era no monte Gerezim), Jesus declarou que somente “em espirito e verdade” os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai (Jo. 4.23). E a salvação vem dos judeus, portanto Eles(os judeus) adoravam o que conheciam. A revelação do AT foi dada a Israel (Rm.9.4), já os samaritanos e os gregos (At.17.23) adoravam o deus desconhecido. Mais do que inútil é o culto que desconhece Aquele a quem devemos submissão e lealdade. Por isso o grau de beleza de um culto, o numero de adeptos, ou a sua antiguidade não tem importância se o adorador não tiver contato vital com o Deus Único. Quadro que João desvendou na adoração celestial do Apocalipse, que mostra 24 anciãos caindo prostrados diante d’Aquele que estava sentado no trono (Apoc. 4.10) põe em relevo a posição física daquelas misteriosas personagens para frisar a majestade de Deus e manifestar a disposição delas para executar toda ordem de Deus. Satanás quis que Jesus o adorasse (Mt.4:9,10), porque ser adorado é seu supremo. O diabo de bom grado trocaria todos os reinos do mundo e a glória destes por um simples ato de adoração (proskunesis) oferecido por Jesus. Mas para o Senhor um gesto de culto não podia ser desvinculado da própria adoração. Ele não ataca a ideia de que um ato externo podia deixar também de ser um ato interno, uma atitude de entrega total. Por isso a sua resposta a serpente foi: “Ao Senhor teu Deus adorarás (proskenesis) e só a Ele darás culto (latruseis) (Mt.4.10)” e assim Jesus encerrou a questão para sempre. Adorar o inimigo de nossas almas ou um de seus representantes, significa render se a ele.
  • 6. 2) Adorar significa SERVIR: O culto também implica em serviço (latreia) usado por Jesus para responder ao diabo (Mt.4.10). Este termo é usado na Septuaginta por 90 vezes especialmente em Êxodo, Deuteronômio, Josué, Juízes, mas apenas uma vez nos profetas (Ez 20.32). Moisés, várias vezes pediu a permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir (lautruein) a Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da Aliança (Ex. 4.23; 8.1,20; 9.1). Com muita naturalidade, Paulo emprega “latreia”, culto, serviço religioso, para descrever o corpo entregue a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável (Rm.12.1). Podemos ver como o culto relacionado com o Templo e sacrifício no AT, foram transformados em adoração consumada pelo sacrifício de Jesus Cristo. O significado central deste termo surge de “latron” (ordenado) no grego secular foi usado para indicar um trabalho pago e mais tarde um trabalho não pago. Mantém a ideia de servir. Tanto no AT como no NT, a relação entre o homem e Deus não deixa de ser a de servir como escravo (abad em hebraico, douleou em grego). Na carta aos Hebreus, 4 referencias das 6 tratam do culto judaico no templo. Nos outros 2 casos, notamos que a razão pela qual Jesus se ofereceu por nós foi para que tenhamos consciências limpas, para podermos servir ao Deus vivo. O autor aos Hebreus acrescenta que somente os que “tem graça” (Heb. 9.14), podem agradar a Deus pelo seu “serviço”, oferecendo culto com reverência e santo temor. Somente pelas misericórdias de Deus podemos oferecer tal adoração que agrade a Deus. Reconhecemos a raiz da “latreia” em nosso vocabulário como “idolatria” serviço a um ídolo. Foram os israelitas rebeldes que cultuaram as hostes do céu (At.7.42). Espíritos rebeldes (demônios) dão realidade ao culto a ídolos que em si nada são (1Cor.10.19). Deus revela sua ira contra todos os que idolatram a criatura mais que o criador (Rm. 1.25). O Senhor reivindica a totalidade do “serviço” dos seres a quem Ele dá a vida. João nos proporciona uma descrição da multidão que veio da Grande Tribulação, tendo purificado suas vestes no sangue de Jesus. A atividade da referida multidão concentra se numa frase; “servem ou adoram a Deus de dia e de noite” (Ap.7.15). É possível que este vocábulo inclua mais do que cantar ao acompanhamento de harpas, sendo que “latreia”, o serviço religioso, mas que abranja todo o serviço em volta do templo e seus ritos (Rm.9.4). Porém não podemos esquecer a exclusividade, pois Jesus declarou: “só a ele (Deus) darás culto” (lautreuseis) Mt.4.10. Os atos e ritos que expressam a adoração devem ser exclusivamente dirigidos a Deus. Inadmissível ao Senhor da Glória seria um culto prestado aos ídolos por cristãos, mesmo que estes afirmem que em seus corações estão realmente adorando a Deus (2Co. 10.20). Concluímos que o requisito de sacrificar o corpo inteiro do cristão torna seu culto (latreia) “genuíno, espiritual, verdadeiro, essencial” (Rm.12.1), na proporção que o Deus vivo é o único alvo da oferta. Dividir a lealdade, na tentativa de servir a dois Senhores, deve ser reconhecido no meio cristão como falso culto (Mt.6.24). SIGNIFICADOS DE “LOUVOR”
  • 7. Na Bíblia encontramos por várias vezes as palavras: louvar, cantar, dançar, exaltar etc; mas as raízes etimológicas destas palavras são diferentes, assim como seus significados. As pessoas que se rendem ao Senhor em louvor e adoração liberam a gloriosa presença de Deus mesmo que estejam enfrentando circunstâncias difíceis (At 16:25-26). Há poder no louvor! A seguir, vamos ver 7 palavras em hebraico que traduzem “louvor”: 1- YADAH Significa uma ação voluntária que expressa dependência absoluta em Deus, estendendo os braços e levantando as mãos, louvando ao Senhor (II Cr 20:19; Sl 63:4; 134:2; I Tm 2:8). O antônimo de yadah é encolher os braços e as mãos em sinal de desespero e angústia. Alguns cursos que falam da personalidade humana, falam sobre a importância da linguagem corporal, e ensinam que sem palavras e apenas através de gestos, posturas e movimentos corporais, podemos comunicar e expressar atitudes e mensagens positivas ou negativas. 2- TOWDAH (em hebraico se pronuncia TOVDA) Significa levantar as mãos com ações de graças, apresentar sacrifícios de ações de graças, não somente por tudo o que já recebeu, mas também por aquilo que se espera receber. Fé em ação – Jr 33:11. Segundo o Salmo 100:4, a “chave” para termos uma vida de louvor, de vitória e êxito é: “Sacrifícios de ações de graças”. As pessoas que perdem essa “chave” tornam se pessoas amargas, rancorosas, inconformadas, e vivem culpando e acusando a todos de tudo e por tudo! Algumas razões da importância de levantarmos as mãos: Sl 28:2; 134:2; 141:2; 63:4; I Tm 2:8. 3- HALAL Significa celebrar com palavras, falar entusiasmadamente de algo ou alguém (Sl 35:37; 98:1; 106:1). O gozo interior deve expressar se exteriormente. O louvor sempre é extrovertido, audível e visível (na adoração não acontece isso necessariamente). Quando exaltamos ao Senhor e celebramos a sua vitória na cruz do calvário, automaticamente estamos fazendo com que o diabo se lembre que está derrotado! Satanás odeia a Deus e, por isso, quer roubar a alegria e a paz que há em nós (Jo 10:10). O Salmo 66:1-2, nos exorta a expressarmos na terra o glorioso e eterno louvor celestial, em outras palavras, que possamos experimentar em adoração um pedaço do céu aqui na terra. O mundo precisa ver o amor e a graça de Deus através da unidade do corpo de Cristo aqui na terra (a Igreja), unidos em espírito louvando e adorando ao Senhor a uma só voz! O Salmo 69:30-32, diz: “Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-lo-ei com ações de graça. Será isso muito mais agradável ao Senhor…. vejam isso os aflitos e se alegrem…”. Se nós, em vez de louvarmos a Deus ficarmos murmurando, criticando e se queixando, as pessoas não irão crer que o nosso Deus é bom, fiel e verdadeiro! O tamanho da revelação que temos a respeito de Deus também será o tamanho do nosso louvor e adoração a Ele! Se a revelação que temos de Deus é pobre, pequena ou medíocre, assim será o nosso louvor a Ele.
  • 8. Deus fala bem a respeito de nós, por isso devemos também falar bem a respeito dele! Ele disse que somos o gozo do seu coração, que somos formosos, que somos seu especial tesouro, que com amor eterno nos tem amado, que somos o objeto do seu amor (I Pe 2:9; Ec 3:11; Is 43:1-4; Zc 2:8). Devemos louvar a Deus porque Ele é incomparável (Sl 89:8; 113:5). 4- SHABACH Significa expressão de júbilo e vitória. Expressões em alta voz, forte voz, gritos de júbilo (Sl 47:1). Quando nos lembramos que maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo e celebramos ao Senhor com vozes de júbilo, estamos lembrando ao diabo que ele já está derrotado! 5- BARAK Significa bendizer ao Senhor, como um ato de adoração. Prostrado, ajoelhado na presença de Deus, esperando receber um milagre dele (Sl 95:6; Ne 8:6). Deve haver uma coerência entre o que cantamos e o que expressamos. Precisamos expressar e viver o que cantamos (Fl 2:10-11). 6- ZAMAR Significa usar ritmos e música. Tocar com os dedos das mãos um instrumento musical. Tocar e cantar a música com força, vigor, entusiasmo e sentimento (Sl 33:3; 57:9; 105:2; 108:3; 150:1- 6). 7- TEHILLAH Significa a forma mais exaltada de louvor ao Senhor. É louvar ao Senhor com um cântico novo, um canto não aprendido previamente de memória. A ênfase principal desta palavra é dar liberdade ao espírito para que expresse com voz audível, palavras de gratidão e adoração, estabelecendo uma relação íntima e amorosa com o Senhor. O Senhor habita, reina, mora, governa, se manifesta entre nós com poder quando o adoramos em espírito e verdade (Sl 22:3; Is 61:3; Êx15; Ef 5:18-19; II Cr 20:22; I Co14:15). Já vimos que Jesus disse à mulher samaritana que Deus busca adoradores (João 4.22-24). Fomos criados para adorar. Diante de Deus, que nos salvou de nosso estado de condenação, que está sempre conosco, apesar de Sua glória e majestade, não podemos senão adorar. Mas não O adoramos pelo que Ele fez e faz. Nós O adoramos pelo que Ele é. Qual é o significado da adoração? Em hebraico, significa ajoelhar-se, dobrar-se diante do Senhor. Em grego, significa aproximar-se dele e beijar a Sua mão. Em outras palavras, é entregar nos e dar tudo a Ele. Deus deseja que declaremos que Ele é Deus e que só Ele O é. Na oração que o Senhor nos ensinou, dizemos: “santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9b), isto é, teu nome seja separado como especial, majestoso e incomparável. Na verdadeira adoração (“em espírito e em verdade”), nós ficamos na nossa posição e Deus na d’Ele. Nós temos limites, Deus não tem. Ele, e só Ele é o Senhor, sendo cada um de nós, servos rendidos total e incondicionalmente. Mas o que é adorar a Deus? É: curvar se diante de Deus e amar todos os Seus caminhos, e necessariamente não precisamos saber ou entender esses caminhos. Exemplo extraordinário
  • 9. de adoração nos é dado por Jó. Quando vieram anunciar lhe a morte dos seus filhos, disse Jó: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). A atitude de Jó aí descrita é: “Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou se em terra e adorou” (Jó 1.20). Rendeu se a Deus, se entregou completamente. Quando oramos, estamos em nosso ambiente; quando adoramos, somos erguidos acima de nosso ambiente, com suas dificuldades e limitações. Na adoração, somos erguidos acima dos limites, acima da vergonha, acima das frustrações e sofrimentos, estamos simplesmente entregues. Adorar é uma decisão final, e a hora de adorar a Deus é sempre. Ninguém pode programar a si mesmo para adorar, é um ato de vontade e é somente quando o nosso relacionamento com Deus é consumado em adoração que nós verdadeiramente sentimos que estamos onde Ele está e Ele está onde nós estamos. Voltemos a alguns conceitos: ADORAR: No dicionário podemos encontrar algumas definições para a palavra adorar, como por exemplo: render culto, amar ao extremo, venerar e gostar muitíssimo, reverenciar, etc. No original grego encontramos a palavra PROSKUNEO, que tem como significado: prostrar se, vergar se, obedecer, mostrar reverência, homenagear, louvar, adorar. Na adoração à Deus não existe uma fórmula exata de como fazer ou um modelo de adoração predefinido, a adoração é algo que deve ser feito com espontaneidade, voluntariedade, em espírito e em verdade como o próprio Jesus falou. Aquela mulher Samaritana trouxe a Jesus uma pergunta muito difícil de ser respondida, pois, qualquer um que não fosse entendido diria que o modelo certo de adoração seria o da sua igreja. Aquela mulher sendo Samaritana sabia que os seus pais adoravam nos montes, mas ela também sabia que Jesus era Judeu e que os Judeus adoravam em Jerusalém, no templo feito para adoração, porém Jesus conhece o verdadeiro significado da adoração e ao responder Ele nos dá uma lição, uma grande lição. Não existe lugar específico para adorar a Deus. Os Samaritanos subiam os montes para adorar, mas ao descer esqueciam todo o sentido da reverência e do verdadeiro amor ao Pai, enquanto que os Judeus iam ao templo para adorar, faziam longas viagens até Jerusalém no intuito de adorarem a Deus, mas, também não conseguiam entender o verdadeiro sentido da adoração. Jesus Responde: nem nos montes, nem em Jerusalém, mas, em espírito e em verdade. LOUVAR: Também, no dicionário encontramos algumas definições para o verbo louvar, como por exemplo: dirigir louvores, elogiar, exaltar, glorificar, bendizer... Do original grego EPAINOS, significa: aprovação, recomendação, homenagem, louvor. EPAINOS, não expressa somente louvor pelo que Deus faz por nós, mas também por quem Ele é, reconhecendo sua glória. ADORAÇÃO x LOUVOR: Como podemos perceber nas respectivas definições, a adoração não significa apenas louvor, nem louvor significa apenas adoração, mas, as duas atitudes podem conviver harmoniosamente. Na adoração louvamos a Deus, e, com o louvor também adoramos a Deus. No entanto, o louvor é algo que expressamos com nossa boca, elogiando a Deus, homenageando O, proclamando Seus feitos e a Sua glória, agradecendo O, etc. Enquanto que a adoração é um conjunto de muitas atitudes. Adoramos a Deus com o louvor, mas também
  • 10. adoramos em uma oração, em um gesto de reverência, com um sentimento que só nós e Deus sabemos, (o amor a Ele), adoramos com sons audíveis e ou inaudíveis, descritíveis ou indescritíveis, com ou sem palavras. Adoramos em espírito, mas, também em verdade. De acordo com a palavra de Deus em João 4: 23,24; não é o lugar que faz a diferença na adoração, mas, a condição espiritual e racional do crente. Também, de acordo com o próprio Jesus em Lucas 18:10-13, não são as muitas palavras que tocam o coração de Deus, mas uma verdadeira humilhação, um verdadeiro quebrantamento. Para o verdadeiro adorador não existe lugar predeterminado para adorar, não existe circunstância, não existe momento, não existe condição, o verdadeiro adorador tem sua vida em completa adoração a Deus, onde quer que esteja estará em adoração, na tempestade, no deserto, na dor, na angústia, na tribulação, na perseguição... Em quaisquer circunstância, estará permanentemente sendo fiel ao Senhor, seu coração jamais se apartará da adoração a Deus. Não depende de instrumentos de sopro, de corda, de percussão, de teclas... O verdadeiro adorador adora a Deus com o seu corpo com o seu coração, com o seu entendimento, com a sua alma... o verdadeiro adorador não depende de música ou de uma multidão, mas adora até em silêncio, sozinho... O verdadeiro adorador adora em espírito e em verdade. O verdadeiro adorador é uma pessoa que se rendeu incondicional e irremediavelmente a Deus, nada mais importa. Pois bem, vejamos algo mais sobre o “adorar em espírito e em verdade”: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." João 4.23 1- ADORAR: Muitas pessoas pensam que adorar é orar e cantar louvores. Na verdade isso é apenas cultuar; adorar é muito mais profundo do que isso. Veja que enquanto amar significa se relacionar com plena igualdade, seja na dor, na alegria etc.; adorar significa se submeter e servir, seja na dor, na alegria etc. (quem ama, divide, compartilha; quem adora, se prostra, se submete aos ensinamentos e ordenanças com total confiança). 2- ESPÍRITO: A palavra espírito está relacionada à alma, à parte do ser humano que não tem aparência física, mas controla todo o corpo semelhantemente ao "software" nos computadores e robôs. Referir se ao espírito é referir se a parte não aparente, porém, a mais importante. 3- VERDADEIRO: A palavra verdadeiro significa sem falsidade, sem hipocrisia; de coração puro. Então, a afirmação: "Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito..."; em palavras mais simples poderíamos traduzir assim: os verdadeiros servos servirão ao Pai com o interior da alma, isto é, por vontade própria e sem produzir aparências inúteis tais como discursos demagogos, orações repetitivas, histerias em praça pública, etc. Já a segunda afirmação: "Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai... em verdade"; poderíamos traduzir assim: os verdadeiros servos servirão ao Pai... sem falsidade, sem hipocrisia e de coração puro, isto é, por entendimento e convicção e não por obrigatoriedade desta ou daquela tradição. Para concluirmos, vejamos agora mais alguns termos gregos e hebraicos para a palavra “adoração” e sua utilização:
  • 11. A palavra “adoração” em nosso idioma é muito forte e tem um sentido único e absoluto aplicável somente a Deus quando usada em seu significado real. Isto é verdade no sentido de que há um tipo de adoração exclusiva ao Deus Todo Poderoso, o Pai. Ele é nosso único Deus e, portanto, só Ele deve ser adorado ou reconhecido como o Todo Poderoso e Eterno Deus. A adoração devida ao único Deus não é devida a ninguém mais. No mais, apenas a utilizamos para expressar um amor intenso por outra pessoa. Já no hebraico há palavras mais amplas em seu sentido e não se aplicam apenas para a adoração do único Deus verdadeiro. Um exame mais profundo da cultura judaica antiga como descrita nas Escrituras Sagradas revelará que as palavras correspondentes envolviam possibilidades mais abrangentes de reconhecimento de autoridade e rendição de honras. Adoração significa prestação de honra ou homenagem reverente. A adoração verdadeira do Criador abrange todo aspecto da vida da pessoa. O apóstolo Paulo salientou isso ao dizer: "Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória de Deus." - 1Coríntios 10:31 Nos termos Hebraicos e Gregos, a palavra adoração nem sempre está associada à Deus, também podem ser aplicadas a atos que não são adoração. No entanto, o contexto determina de que modo devem ser entendidas as respectivas palavras. Vamos a alguns exemplos. Uma das palavras hebraicas que transmite a id ia de adoração ('a.vádh) significa basicamente "servir". Caso o leitor não absorva corretamente a aplicação, ficará sem saber sobre a quem é dirigida, aplicando tal termo apenas a Deus. É importante ler com atenção e considerar o contexto para saber a quem tal termo se aplica para não confundir a adoração que é dirigida a Deus, com outros atos dirigidos a outras pessoas. Por exemplo, em Gênesis 14:4 usou-se 'a.vádh que também transmite ideia de adoração, mas aqui no texto de Gênesis ela não se trata da adoração que é para Deus, o contexto mostra isso claramente: "Doze anos tinham 'a.vádh ("servido") a Quedorlaomer, mas no décimo terceiro ano rebelaram se." Vemos aqui que a palavra hebraica 'a.vádh foi traduzida por "servir", não indica adoração. Deus disse a Abraão que seu descendente moraria numa terra que não era dele e que as pessoas teriam de "servir" ('a.vádh) a ele. Isso era referente ao povo antes de conquistar a Terra da Promessa. (Gênesis 15:13; 29:15) Servir ou adorar a Deus exige obediência a todas as Suas ordens, fazer Sua vontade como alguém exclusivamente devotado a ele. É diferente de apenas "servir" um regente humano. Mas em Deuteronômio 30:15-20, a palavra 'a.vádh incorpora um "servir" mas abrangente, assume as palavras de Paulo, de que este "servir" ('a.vádh) tem de ser de corpo e alma, pois é dirigido a Deus. A mesma palavra hebraica 'a.vádh sendo aplicada a homens e a Deus, o que leva a uma consideração do contexto. Por conseguinte, empenhar se alguém em qualquer ritual ou ato de devoção para com quaisquer outros deuses significa abandonar a adoração verdadeira. (Deuteronômmio 11:13-17) Outro termo hebraico que pode denotar adoração é hish.ta.hhawáh, que significa primariamente "curvar-se" ou render homenagem, em Provérbios 12:25 diz: "A ansiedade no coração do homem é o que o fará "curvar-se" (hish.ta.hhawáh). Portanto, lemos em Neemias 2:2 que o serviçal do rei estava abatido, muito triste, então sua face estava curvada, ou seja abaixada perante o rei. Certamente, a ansiedade faz com que a pessoa seja quebrantada,
  • 12. assim, Jesus Cristo alertou e ordenou que se parasse de estar ansiosos a certas coisas, pois elas viriam a seu tempo certo. (Mateus 6:25) Não devemos negligenciar a palavra hebraica hish.ta.hhawáh, pois ela denota tanto o "curvar se" um ato de respeito ou cortesia, mas pode denotar também um ato de adoração, o que envolve analisar o contexto para uma correta aplicação. Se a pessoa não fizer consideração para com a palavra hebraica hish.ta.hhawáh, irá concluir que Ló adorava a anjos, o que não era possível isso da parte dele, pois sabia que seu Deus exigia adoração exclusiva a Ele. (Gênesis 19:1,2). Curvar se ou inclinar se demonstra respeito quando este é dirigido a homens, como podemos ver no caso quando os irmãos de Jacó e o seus inclinaram ou curvaram diante dele. Não se pode aqui aplicar hish.ta.hhawáh como sendo um ato de adoração, mas sim de respeito ou homenagem, visto que eles curvaram se diante de um homem. Como já dito aqui, hish.ta.hhawáh (curvar se ou inclinar a face) pode denotar um ato de adoração, indicando a reverência e gratidão da pessoa a Deus e submissão à Sua vontade. Quando usada com referência ao Deus verdadeiro, ou a deidades falsas, a palavra hish.ta.hhawáh às vezes é associada com sacrifícios e orações, e fica fácil de se fazer uma correta aplicação pelo leitor. No caso de Abraão, hish.ta.hhawáh é aplicado a Deus, pois ele subia para adorá Lo (Gênesis 22:5-7), e hish.ta.hhawáh é aplicada também a adorar se a deuses falsos (Isaías 44:7). Isto indica que era comum curvar se quando se orava ou se oferecia um sacrifício. A raiz hebraica sa.ghádh significa basicamente "prostrar se", como o que é dito em Isaías 44: 15,17,18, onde as pessoas prostravam se diante de deuses ídolos, feitos de madeiras e o adoravam.(Isaías 46:6) A palavra aramaica equivalente usualmente é associada com adoração, como no caso do rei Nabucodonosor, quando emitiu a ordem de que adorassem a estátua de ouro, que era sua imagem.(Daniel 3: 5-7, 10-15,18,28), mas é usada em Daniel 2:46 para referir se ao Rei Nabucodonosor prestar homenagem (não adoração) a Daniel, prostrando se diante do profeta. Reverência a algum homem não é tida como proibida, desde que corretamente aplicada, não levando se em consideração que tal prostrar se (lançar o rosto por terra) é uma dedicação e adoração. Daniel não aceitaria que se "prostrasse" diante dele caso isso indicasse alguém estar adorando a ele, pois sabia que seu Deus exige "adoração exclusiva". O verbo grego la.treú.o usado em alguns capítulos de Lucas e o substantivo la.treí.a nos livros de João e de Romanos transmitem a ideia de se prestar não meramente um serviço comum, ordinário, mas sim serviço sagrado, sendo aqui então indicando "adoração" no mais pleno sentido da palavra, pois fala de um serviço prestado a Deus. (Lucas 1: 74) Em todos os casos, os termos hebraicos usados aqui até agora denotam tanto estar significando homenagear a alguém quanto a adorar. Quando dirigido a humanos, como quando está se prestando um serviço secular, não envolve atos de adoração, como no caso de Nabucodonosor prostrar se diante dos pés de Daniel, mas pode significar adoração quando passa se a prestar um serviço como que sagrado, serviço este que Nabucodonosor ordenou a todo o povo que prestassem, prostrando se aos pés de sua imagem de ouro. Tal tipo de serviço que o Rei exigiu era ato de adoração e Daniel não sucumbiu a obedecer o documento do Rei e não prestou adoração de sua imagem. Assim, como se sabe quando tais
  • 13. termos hebraicos são ou não atos de adoração? Lembremos que adorar a Deus vem por meio de "servir" a ele, e tais termos hebraicos indicam "servir", “render se”. Assim, para distinguir o "servir" sendo ato de adoração com o "servir" como sendo um serviço secular comum, notemos o seguinte: O "servir" como se estando adorando a algo vem com modalidades exclusivas, tais como "servir de corpo e alma", ou seja, estar a pessoa devotando se exclusivamente a serviço unicamente a tal deidade. Não é como um serviço secular rotineiro, mas sim, um serviço que envolve a pessoa estar obediente a sua deidade incondicionalmente. Isto é o caso quando se está prestando um serviço sagrado a Deus, a pessoa se dedica inteiramente a Ele sem reservas. É isso que expressa Lucas 1: 74, 2: 37, 4:8, um serviço sagrado a Deus. Daniel prestava serviço ao Rei, mas não como de corpo e alma, pois este serviço de corpo e alma, Daniel prestava a seu Deus. Assim, o verbo grego la.treú.o expressa basicamente um serviço prestado a Deus de corpo e alma, demonstrando estar a pessoa "adorando" a seu Deus. Por isso que Jesus disse a Satanás: É a Teu Deus que tens de adorar, e é somente a Ele que tens de prestar serviço sagrado(la.treú.o). Adorar a Deus é prestar serviço sagrado a Ele. (Atos 7:7) A palavra grega usada em João é um substantivo de la.treú.o e não difere do termo la.treú.o: "Os homens vos expulsarão da sinagoga. De fato, vem a hora em que todo aquele que vos matar imaginará que tem prestado um serviço sagrado a Deus."(João 16:2) Assim, tal serviço sagrado seria prestado, não por todas as pessoas como um todo, mas somente a um povo exclusivo, os verdadeiros adoradores (Romanos 9:4) Assim, estes dois termos gregos transmitem ideia de se prestar não meramente um serviço comum, mas sim serviço sagrado. Temos outra palavra grega que corresponde de perto com o termo hebraico hish.ta.hhawáh em expressar a ideia de homenagear e, às vezes, de adoração. É a palavra "pro.sky.né.o". Este termo era usado quando um escravo prestava homenagem a um superior a ele ou a um Rei. Assim, em Mateus 18: 26, lemos: "Por isso, o escravo prostrou se e começou a prestar lhe homenagem . . . " Nesta ilustração, Jesus mostrava que se devia ser perdoador, para que seu Pai também perdoe. Tal escravo não estava ali adorando aquela pessoa a quem ele devia certa quantia de dinheiro, o que não seria coerente caso fosse um ato de adoração, Jesus ilustrar tal ação. É interessante que a versão Almeida e demais versões não adotaram aqui como ato de adoração o termo grego "pro.sky.né.o"! O termo "pro.sky.né.o" indica também ato de adoração, como expresso em Mateus 4: 8,9, onde Satanás tenta obter adoração de Jesus. Se Jesus rendesse homenagem do tipo estipulado por Satanás, Ele teria com isso indicado Sua submissão ao Diabo e se tornado o Servo deste. Mas Jesus recusou se, dizendo: "Vai te Satanás! Pois está escrito: 'É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar.” [forma do gr. pro.sky.né.o, ou, no relato de Deuteronômio que Jesus citava, hebraico 'a.vádh’] (Mateus 4: 10; Deuteronômio 5:9; 6:13) Similarmente, adorar, homenagear ou curvar se à "besta" e à sua "imagem" é ligado a serviço, pois os adoradores são identificados como apoiadores da "besta" e de sua "imagem" por terem uma marca, quer na mão (com a qual a pessoa presta serviço) quer na testa (para que todos a vejam). Visto ser o Diabo quem dá autoridade à fera, adorar a fera significa, em realidade, adorar ou servir o Diabo. Apocalipse 13:4, 15-17; 14: 9-11.
  • 14. Outras palavras gregas ligadas à adoração são derivadas de eu.se.bé.o, thré.skeú.o e sé.bo.mai. A palavra eu.se.bé.o significa "dar devoção piedosa a" ou "venerar, reverenciar", portanto indica adoração. Em Atos 17: 23, este termo é usado com referência à devoção piedosa ou veneração que os homens de Atenas davam a um "Deus Desconhecido". De thre.skeú.o vem o substantivo thre.skeí.a, entendido como designando uma "forma de adoração", quer verdadeira quer falsa. Esta adoração falsa era a que Paulo praticava antes de se converter ao cristianismo (Atos 26: 5) ou na adoração falsa em Colosso, onde homens tentavam subverter cristãos a adorar a anjos (Colossenses 2: 18). A adoração verdadeira praticada pelos cristãos era assinalada pela genuína preocupação com os pobres e pela completa separação do mundo impiedoso. (Tiago 1: 26,27) A palavra sé.bo.mai (Mateus 15:9; Marcos 7:7; Atos:18:7; 19:27) e o termo relacionado se.bá.zo.mai (Romanos 1:25) significam "reverenciar"; venerar; adorar". Objetos de adoração ou de devoção são designados pelo substantivo sé.ba.sma em Atos 17:23 e 2Tessalonicenses 2:4. Dois outros termos são desta mesma raiz verbal, juntando se lhes o prefixo The.ós, Deus. Um deles the.o.se.bés, que significa "reverente a Deus", como em João 9:3, e o outro the.o.sé.bei.a, denotando "reverência a Deus", em 1Timóteo 2:10. Estes dois termos correspondem um tanto à palavra alemã para "adoração pública", a saber, Gottesdienst (combinação de "Deus" e "serviço"). Vemos então que os termos hebraicos e gregos aqui expostos denotam tanto "servir" (serviços seculares a homens), quanto também "servir" (serviço sagrado a Deus), ambos denotando adoração, e se pode distinguir uma da outra quando a pessoa conhece realmente a quem se aplica e a quem se deve prestar serviço sagrado e devoção piedosa. Quando tais termos são dirigidos a homens, pratica se a homenagem, mas quando são dirigidos a Deus, então é uma forma de adoração, um serviço sagrado. Reconhecendo que o "serviço sagrado" e a "adoração" só devem ser prestados a Deus, a pessoa saberá distinguir. Jesus recomenda: "É somente a Deus que tens de prestar serviço sagrado, e é somente a Deus que se deve adorar". (Mateus 4: 10; Deuteronômio 5:9; 6:13) Deus só aceita a adoração dos que se comportam em harmonia com Sua vontade. (Mt 165:9; Mc 7:7) A uma samaritana, Cristo disse: "Vem a hora em que nem neste monte (Gerizim), nem em Jerusalém, adorareis o Pai. . . Não obstante, vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois, deveras, o Pai está procurando a tais para o adorarem. Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adora Lo em espírito e verdade." João 4:21-24 As palavras de Jesus mostravam claramente que a adoração verdadeira não dependeria da presença nem do uso de coisas visíveis, ou de localidades geográficas. Ao invés de depender da visão ou do tato, o adorador verdadeiro exerce fé, e, sem considerar o local ou as coisas em sua volta, mantém uma atitude de adoração. Assim, ele faz sua adoração, não com a ajuda de algo que possa ver ou tocar, mas em espírito. Visto que possui a verdade conforme revelada por Deus, sua adoração está de acordo com a verdade. Tendo se familiarizado com Deus por meio da Bíblia e da evidência da operação do Espírito de Deus em sua vida, aquele que adora em espírito e verdade definitivamente conhece A quem adora.