2. População Portuguesa
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Introdução
Este trabalho tem como objetivo retratar a
população portuguesa no geral e as suas
transformações ao longo das décadas, referindo as
alterações sofridas a nível social e as adaptações
ocorridas.
Nele serão focados vários temas, nomeadamente a
distribuição geográfica da população, a sua
evolução, o fenómeno da litoralização em
consequência do abandono das regiões do interior
e os novos enquadramentos do espaço rural e
urbano, como estratégia para encontrar novas
formas de vida e novas imagens para as cidades.
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Portugal está situado no Continente Europeu (coordenadas
geográficas 39 30 N, 8 00 O), com uma costa marítima de 1.793
Km e uma superfície total de 92,090 km2
(incluindo Açores e
Madeira), divididos por:
Terra - 91,470 km2
Água - 620 km2
Em 31 de dezembro de 2011, (resultados censitários), residiam
em Portugal:
10 541 840 Indivíduos, tendo-se registado um crescimento
negativo de -0,29% face aos números registados em 2010:
o -0,06% - taxa de crescimento natural
o -0,23% - taxa de crescimento migratório
Os fatores condicionantes da evolução da população portuguesa
em geral, refeletem-se na:
Baixa natalidade, População envelhecida e Imigração
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É uma realidade, o facto que
se assiste há décadas em
Portugal, que a distribuição
da sua população não é
homogénea, havendo assim
uma maior concentração de
habitantes junto à faixa
litoral (onde existe uma
maior oferta de emprego,
principalmente na área da
indústria), em especial nas
cidades de Lisboa e Porto, e
uma menor concentração no interior do país.
Tal fator fez com que tenhamos assistido nos últimos 30 a 40
anos a uma desertificação do interior do país, ficando este com
uma população envelhecida, havendo um decréscimo ou até
ausência de natalidade em algumas regiões, que implicou fortes
alterações quer ao nível social quer ao nível económico e ainda a
nível psicológico (aumento do suicídio).
O elevado número de habitantes nos grandes centros (Lisboa e
Porto nomeadamente), provoca alguns constrangimentos na vida
dos cidadãos.
Exemplos serão vários e podemos referir a dificuldade que é para
as pessoas com menores capacidades financeiras, a procura de
habitação (dado o valor elevado nas grandes cidades), levando-
as a deslocarem-se para a periferia (normalmente bairros
problemáticos), o que faz com que a sua vida sofra uma
degradação na qualidade da mesma pois aumentam os tempos
no trajeto casa-trabalho e vice-versa, aumentam os custos com
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transportes, aumenta o stress, enfim, acaba por se reflectir no
seu rendimento no trabalho, e acaba por afetar inevitavelmente
as relações familiares.
Outro dos constrangimentos por exemplo, são fatores como a
poluição atmosférica
e/ou sonora, que apesar
da recente legislação
que limita o tráfego nas
grandes cidades e das
alterações promovidas
no trânsito por forma a
reduzir o elevado
número de viaturas a
circular na cidade, não
têm surtido efeito e por isso continua a afetar a vida de cada um
de nós.
Face ao exposto e resumindo, verificamos que o fenómeno da
litoralização, devido ao excesso da população, provoca diversos
problemas:
Problemas de cariz social;
Recursos insuficientes;
Empregos insuficientes;
Crescente aumento da pobreza e da marginalidade;
Diminuição da qualidade de vida e dos serviços prestados;
Aumento da poluição e da pressão demográfica;
Aumento do stress.
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Porém, o fenómeno
da litoralização
também leva à
fixação da população
na periferia das
localidades, levando
ao processo de
suburbanização, que
por um lado poderá
ser benéfico:
Possibilita o descongestionamento dos grandes centros
urbanos;
Possibilita o desenvolvimento/crescimento dos subúrbios,
através do aumento do seu poder competitivo.
Contudo, verificam-se também consequências negativas:
Custos Económicos e Sociais;
Desperdício de tempo, fadiga e nervosismo provocado pela
deslocação em transporte público ou particular;
O elevado consumo de combustível ou despesa com o
transporte;
A frequente rutura das redes de saneamento básico,
eletricidade, telefone por falta de planeamento;
A ausência de emprego e equipamentos socioculturais
mínimos, promovendo formas de habitação que favorecem
a violência e a marginalidade;
A destruição de solos agrícolas férteis que no passado
desempenhavam importante papel no abastecimento de
produtos frescos à população citadina.
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Com este factor de migração, assistimos ao abandono das
explorações agrícolas que eram o pilar da estrutura económica e
do tecido social das regiões e passou-se a ter uma agricultura de
subsistência.
Os jovens agricultores que existem nas regiões do interior,
tiveram que se adaptar também eles às novas tecnologias e fruto
da modernidade e das contingências atuais, optaram por se
dedicar na sua grande maioria à agricultura dos novos tempos, a
chamada “agricultura biológica”.
Os problemas das zonas rurais, devido ao êxodo rural são, entre
outros:
Desertificação de aldeias;
Envelhecimento da população;
Decréscimo da natalidade;
Perda de costumes e práticas locais;
Uma agricultura não competitiva.
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Impactos económicos:
Diminuição na arrecadação de impostos;
Diminuição do Turismo;
O desaproveitamento das potencialidades dos territórios
(recursos naturais, aptidão para a agricultura e agro-
indústria, etc.).
O abandono das regiões do interior, deve-se aos seguintes
fatores:
Reduzidas oportunidades de emprego;
Fracas condições nos serviços sociais;
Redução da oferta de serviços e respetiva degradação da
qualidade dos mesmos.
Face a estes problemas, o turismo no espaço rural (Turismo de
Habitação, Turismo Rural e Agroturismo – três géneros de
alojamento de turismo em espaço rural), tornou-se uma
atividade com potencial para o desenvolvimento de algumas
localidades, nomeadamente daquelas que possuem recursos de
elevada qualidade natural e cultural.
Existem três elementos essenciais no espaço rural, gerados e
defendidos pela população
local:
1. O ambiente
2. A cultura local
3. O património
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Por outro lado, surge também a necessidade de se proceder à
valorização do espaço urbano, também como apelo ao turismo,
requalificando-se espaços, nascendo uma nova filosofia de
planeamento das cidades, assente no conceito de “Projeto
Urbano”, o qual se baseia nas seguintes noções:
Planeamento estratégico;
Cidade sustentável;
Espaço público;
Qualidade de vida;
Cultura urbana.
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Nalgumas cidades portuguesas, o espaço urbano está a ser
modificado com o objetivo de criar condições de apelo ao
Turismo Urbano, através das seguintes ações:
Redefinir estratégias de recuperação dos centros urbanos
(habitação degradada e comércio);
Preservação do património histórico e cultural;
Animação cultural dos centros históricos;
Criação de ruas pedonais e ciclovias;
Requalificação das zonas ribeirinhas (ex: frentes de água
com esplanadas);
Criação de novas infra-estruturas (ex: teleféricos, itinerários
turísticos em transportes públicos, etc.)
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Conclusão
Após a realização deste trabalho, podemos
concluir que Portugal, ao longo das últimas
décadas, sofre vários fenómenos demográficos.
É visível a existência duma adaptação a costumes e
modos de vida diferentes por parte das
populações, nomeadamente das que se
deslocaram do interior para o litoral.
Face a estes fenómenos, tanto as zonas rurais
como zonas as urbanas vêem-se “obrigadas” a
adotar novas estratégias, apostando
nomeadamente no Turismo.