2. OBJETIVOS
• entender a concepção de alfabetização na perspectiva do letramento;
• analisar e planejar projetos didáticos para turmas de alfabetização,
integrando diferentes componentes curriculares, e atividades voltadas
para o desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita;
• conhecer os recursos didáticos distribuídos pelo Ministério da
Educação e planejar situações didáticas em que tais materiais sejam
usados.
3. Considerações iniciais sobre os gêneros
textuais
• Anos 70 – estudo dos gêneros textuais ou gêneros discursivos
desenvolveu-se com o auge do estruturalismo e os avanços teóricos
da Gramática de Texto e da Linguística Textual;
• 1997 – o estudo dos gêneros ganhou impulso com a implantação dos
Parâmetros Curriculares;
• O ensino de Língua Portuguesa centrou-se inicialmente na Gramática,
no texto e atualmente no estudo do funcionamento enunciativodiscursivo dos gêneros
4. GÊNEROS TEXTUAIS
• Os gêneros podem ser considerados, seguindo Bakhtin (1984),
instrumentos culturais disponíveis nas interações sociais. São
historicamente mutáveis e relativamente estáveis e se concretizam em
textos que são singulares.
• Trata-se de formas relativamente estáveis tomadas pelos enunciados
em situações habituais, entidades culturais intermediárias que permitem
estabilizar os elementos formais e rituais das práticas de linguagem.
• Através do gênero os conhecimentos são partilhados e se alteram,
desaparecem ou se transformam em outros gêneros como
consequências das mudanças sociais.
• Escola como autêntico lugar de produção e utilização de textos
5. Como os gêneros se constituem?
Um gênero vai-se constituindo no uso coletivo da linguagem – oral e
escrita. Os membros de uma comunidade linguística vão
estabelecendo, no decorrer de sua história, modos específicos de
se dirigirem a determinado público, para alcançarem determinados
objetivos ou funções.
6. •
“Dois conceitos bakhtinianos podem auxiliar nossa reflexão:o
conceito esfera de atividade ou circulação de discursos e o
conceito de gêneros discursivos (Bakhtin 1992 [ 1952-53/1979]).
Na vida cotidiana, circulamos por diferentes esferas de
atividades ( doméstica e familiar, do trabalho, escolar, acadêmico,
jornalística, publicitária, burocrática, religiosa, artística, etc.), em
diferentes posições sociais , como produtores ou
receptores/consumidores de discursos, em gêneros variados,
mídias diversas e em culturas também diferentes.” (Rojo, 2009
p.109)
7. Esferas ou campos de circulação de
discursos na vida- LETRAMENTO
Artístico cultural
Cotidiana
Jornalística
Escolar
Política
Publicitária
Científica
Religiosa
8. Demandas de uma esfera de atividade
Toda esfera de atividade humana cria necessidades de
comunicação próprias das situações e dos papéis sociais
característicos dessa esfera. Numa esfera como a educacional, por
exemplo, participar de uma situação de sala de aula gera demandas
como a de interpelar um aluno, pedir licença ao professor, conversar
com o colega, discutir um texto, pedir explicações, definir um
conceito.
9. Tipos de discurso
Há muitas concepções diferentes de tipos de discurso, na literatura
especializada. Entretanto, considerando que discurso é a linguagem
em uso entre parceiros, definiremos os tipos de
discurso como ações linguísticas, passíveis de serem designadas
por verbos de dizer. Assim, relatar, narrar, opinar, argumentar, expor,
anunciar etc. são tipos de discurso. Entre outras coisas, os gêneros
caracterizam-se pelos tipos de discurso que mobilizam.
10. Algumas Definições Importantes
•
Discurso: é a linguagem posta em ação e necessariamente entre parceiros. O discurso como
toda e qualquer ação humana é um acontecimento determinado por condições de produção
específicas. Todo discurso é uma ato único, de caráter histórico, impossível de se repetir
•
Memória discursiva: é o universo de discursos já ditos que permitem significar. Todo discurso
significa em relação a discursos anteriores que estão presentes na sociedade como memória
•
Enunciação (ato de)
Toda enunciação é um uso particular da língua. Assim como, no teatro, a encenação é o ato
de produzir uma cena, a enunciação, nos domínios da linguagem, é o ato de produzir um
enunciado,— oral ou escrito — com um conteúdo definido e um formato determinado pela
situação de comunicação em que vai se dar.
11. •
Texto: num ato de enunciação, o texto corresponde ao enunciado que se produz. Nesse sentido,
um texto é o produto material — oral ou escrito — de um discurso. Portanto, todo texto é uma
espécie de registro, tanto do ponto de vista das formas quanto dos sentidos, das escolhas que um
enunciador fez, considerando o que pretendia dizer a um enunciatário, nesta ou naquela
situação de comunicação
•
Para entender bem a diferença entre texto e discurso, pense no enunciado: “Mas isso são horas?”.
Ele poderia ser usado em várias esferas e por diferentes participantes. Na esfera cotidiana, se dito
pela mulher a seu marido, pode ser uma cobrança do horário que ele chegou em casa; já na esfera
jurídica, o mesmo enunciado pode querer dizer que não há mais tempo para apresentar provas
no tribunal de júri, produzindo um outro efeito de sentido.
•
Efeito de sentido
No interior de um discurso, as palavras não têm um sentido único e fechado, como nas definições
de dicionário, mesmo quando empregadas numa acepção claramente determinada. Dependendo
de fatores como o fato de serem faladas ou escritas, proferidas por alguém identificado ou anônimo,
numa esfera pública ou privada, num conto ou numa notícia, numa situação formal ou informal,
com esta ou aquela intenção etc., as palavras desse discurso produzirão efeitos próprios. É um
conjunto particular de condições de produção, portanto, que determina os efeitos de sentido de
um discurso.
13. Suporte
designa o meio material em que um discurso se dá. A voz ao vivo, o
impresso, os muros, os ambientes digitais são exemplos de suportes
para, respectivamente, o bate-papo, a bula de remédio, a pichação e
o e-mail.
14. Algumas considerações sobre gêneros textuais
Aspectos que caracterizam ou delimitam um gênero textual:
•Função social do texto: quais as principais finalidades ou objetivos do texto;
•Tipos de situação em que o gênero se situa : pública, privada, corriqueira, solene,
etc.;
•Assunto/Tema: natureza da informação ou do conteúdo vinculado;
•Modalidade e tipo da linguagem: formal, informal, oral, escrita, etc;
•possíveis interlocutores: relação entre os participantes (conhecidos, desconhecidos,
nível social, formação, etc.);
•Suporte no qual o texto é veiculado;
•Os aspectos gráficos utilizados.
15. Gêneros e esferas - 4 grupos –
produzir uma lista de gêneros pertencentes às
esferas
GRUPO 1
•Artístico cultural
•Escolar
GRUPO 3
•Religiosa
•Jornalística
GRUPO 2
•Cotidiana
•Política
GRUPO 4
•Publicitária
•Literária
16. Vídeos sobre Diversidade Textual Diversidade textual – vídeo CEEL PARTE I
http://youtu.be/nGAfO44WJcs
Diversidade textual - vídeo CEEL: Parte II
http://youtu.be/5D8zKC5uXDI
Diversidade textual – vídeo CEEL: Parte III
http://youtu.be/aug6ePKxLAw
17. Tarefa de CasaQue gêneros estão presentes nos Livros Didáticos adotados na sua
escola? E no ambiente escolar, quais gêneros textuais mais
circulam?
Leituras: texto das diretrizes curriculares Lingua Portuguesa páginas
98-102
18. Leitura complementar
Agrupamentos de gêneros propostos pelo PNAIC, para estudos mais
sistemáticos ao longo da escolaridade, por meio de diversas
organizações pedagógicas projetos didáticos, sequências didáticas
entre outras
Fonte Caderno do PNAIC- Unidade 5 – Ano 3, p. 8 e 9 (QUADRO COM ONZE GRUPOS,
VER SÍNTESE U 5)
19. 1) Textos literários ficcionais
São textos voltados para a narrativa de fatos e episódios
do mundo imaginário (não real).
Entre estes, podemos destacar:
contos,
lendas,
fábulas,
crônicas,
obras
teatrais,
novelas e causos.
20. 2) Textos do patrimônio oral, poemas e letras de músicas
Os textos do patrimônio oral, os quais logo que são produzidos têm
autoria, mas, depois, sem um registro escrito, tornam-se
anônimos, passando a ser patrimônio das comunidades.
São exemplos:
os trava- línguas,
parlendas,
quadrinhas,
adivinhas,
provérbios.
Também fazem parte do segundo agrupamento
os poemas e as letras de músicas.
21. 3) Textos com a finalidade de registrar e analisar
as ações humanas individuais e coletivas e contribuir
para que as experiências sejam guardadas na memória
das pessoas
Tais textos analisam e narram situações
vivenciadas pelas sociedades,
tais como:
biografias,
testemunhos orais e escritos,
obras historiográficas e noticiários.
22. 4) Textos com a finalidade de construir e fazer circular
entre as pessoas o conhecimento escolar/científico
São textos mais expositivos, que socializam
informações, por exemplo:
as notas de enciclopédia,
os verbetes de dicionário,
os seminários orais,
os textos didáticos,
os relatos de experiências científicas e
os textos de divulgação científica.
23. 5) Textos com a finalidade de debater temas que suscitam
pontos de vista diferentes, buscando o convencimento
do outro.
Com base nos textos do agrupamento 5, os sujeitos
exercitam suas capacidades argumentativas.
São exemplos de textos com tais finalidades:
Cartas de reclamação,
cartas de leitores,
artigos de opinião,
editoriais,
debates regrados e
reportagens
24. 6) Textos com a finalidade de divulgar produtos e/ou
serviços - e promover campanhas educativas no setor
da publicidade
Também aqui a persuasão está presente, mas com a
finalidade de fazer o outro adquirir produtos e/ou
serviços ou mudar determinados comportamentos.
São exemplos:
cartazes educativos,
anúncios publicitários,
placas e
faixas.
25. 7) Textos com a finalidade de orientar e prescrever
formas de realizar atividades diversas ou formas de
agir em determinados eventos
Fazem parte do grupo sete os chamados textos
instrucionais, tais como:
receitas,
manuais de uso de eletrodomésticos,
instruções de jogos,
instruções de montagem
regulamentos.
26. 8) Textos com a finalidade de orientar a organização do
tempo e do espaço nas atividades individuais e coletivas
necessárias à vida em sociedade.
São eles:
as agendas,
os cronogramas,
os calendários,
os quadros de horários,
as folhinhas
os mapas.
27. 9) Textos com a finalidade de mediar as ações
institucionais.
São textos que fazem parte,principalmente, dos espaços
de trabalho:
os requerimentos,
os formulários,
os ofícios,
os currículos
os avisos.
28. 10) Textos epistolares utilizados para as mais diversas
finalidades
as cartas pessoais,
os bilhetes,
os e-mails,
os telegramas
mediam as relações entre as pessoas,
em diferentes tipos de situações de interação.
29. 11) Textos não verbais
Os textos que não veiculam a linguagem verbal,
escrita, tendo, portanto, foco na linguagem não
verbal, tais como:
as histórias em quadrinhos só com
imagens,
as charges,
pinturas,
esculturas
e placas de trânsito
compõem tal agrupamento.