SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 19
QUALIDADE De ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO




1- INTRODUÇÃO




               A qualidade da água para irrigação nem sempre é definida com
perfeição e os técnicos e as autoridades no assunto não chegaram a um acordo com
referência a um padrão universal, porque a reação de qualquer cultura em especial
depende de muitos fatores e não meramente da química do suprimento de água para
irrigação. A natureza do solo, o clima, o tipo de cultura, o método de irrigação,
as condições locais de drenagem e os métodos de orientação da cultura são fatores
importantes para a aplicação correta da água.

              Sabemos que a cultura e o solo não reagirão diretamente a água de
irrigação, porém a solução do solo resultante da mesma. A água aplicada no cultivo
ao penetrar no solo pode ser utilizada e transpirada pelas plantas, pode retornar a
superfície por transferência capilar e depois evaporar, pode ser temporariamente
estocada no solo ou penetrar abaixo da zona de solo. Isso faz com que a água esteja
sujeita a evaporação e conseqüente concentração em sais. Como poucas plantas
utilizam quantidades significativas de sais, a salinidade do solo é gradativamente
aumentada por irrigações sucessivas, a menos que os sais possam ser removidos. Tal
fato ocorre frequentemente em "regiões de baixo índice pluviômetros de intensa
evapotranspiração fazendo que a cal e o gesso precipitem. 0 aumento da salinidade
do solo pode ocorrer de duas maneiras:

      - Uma certa quantidade de água de irrigação aplicada no solo se infiltra em
      profundidade levando juntamente os sais contidos no solo até o nível do
      lençol freático elevando com o tempo esse nível, o descontrole dessa ação faz
      com que o nível da água subterrânea atinja a superfície e fica sujeito a
      evapotranspiração pela capilaridade, ocasionando um acréscimo de sais a zona
      de solo ;

      - 0 reaproveitamento da água de irrigação drenada nas partes baixas e
      interceptada por uma represa ou por um poço   para ser novamente utilizada na
      irrigação tende a aumentar a concentração em sais. A cada vez—que a água é
      utilizada, a evaporação concentra os sais na água remanescente degradando-a e
      contribuindo com mais_sais para o solo.




              Para contornar essas situações é conveniente controlar a drenagem do
solo através de um manejo correto da irrigação.

              0 conhecimento desses parâmetros serão necessários para compensar ou
controlar os problemas relacionados com a qualidade da água, e se fazer uma correta
interpretação quanto a sua adequabilidade para a irrigação. Assim, de um modo
geral, a qualidade da água para irrigação deve ser analisada em função das
características básicas seguintes:




  •   concentração total de sais;
  •   proporção relativa de sódio em relação aos outros cátions ;
- concentração de bicarbonatos;

      - concentração de elementos tóxicos;

  •   reação sobre os equipamentos de irrigação.




              Antes de chegar a classificação da água para irrigação é conveniente
saber como se fazem a amostragem e a interpretação dos resultados das analises
fornecidos pelos laboratórios.




  ��.2AMOSTRAGEM E ANALISE DE ÁGUA



2.1) Amostragem

               As amostras coletadas, seja em córregos, rios, reservatórios ou
poços, devem ser as mais representativas, enquanto for possível, para se obterem o
máximo de informações com as quais se julgará a qualidade da água. De modo geral,
recomenda-se os seguintes procedimentos:

      - Para os poços profundos', com condições normais de operação, a amostragem
      não apresenta nenhum problema. As características da água são consideradas
      praticamente constantes, uma vez que a intensidade de recarga do poço esteja
      em equilíbrio com a retirada da água. Todavia, quando um poço capta água de
      vário aqüíferos são necessárias várias horas de bombeamento para obter uma
      amostra representativa do principal aqüífero fornecedor de água. Da mesma
      forma que uma amostra nunca deve ser colhida em poço muito profundo nas
      primeiras horas de bombeamento.

      - Para rios e córregos, a amostragem é mais problemática. A coleta deve ser
      feita semanalmente ou mensalmente, devendo-se atentar para as características
      do fluxo e a vazão dos mesmos.

      - Para pequenos reservatórios, a água sendo praticamente homogênea, a coleta
      pode ser feita na saída do reservatório.

      -_Para grandes reservatórios, a água varia de composição em função da
      profundidade, portanto, torna-se necessário efetuar as coletas a várias
      profundidades e em vários locais do reservatório.

              Em todos os casos as amostras devem ser coletadas em garrafas de
vidro ou plástico de 1 a 2 litros previamente lavadas com álcool e a própria água a
ser coletada. As garrafas lacradas com fita adesiva e com as indicações da coleta
(local, profundidade dia, hora, chuvas nas ultimas 24 h, etc .) devem ser
encaminhadas ao laboratório o mais breve possível, para análise, a fim de evitar as
modificações físico-químicas da composição da água com o tempo. Certos elementos
químicos     tendem      a     reagir     por     oxidação      enquanto     outros
precipitam.
��.2Apresentação das Análises



              A concentração total e individual dos elementos de maior importância
deve ser determinada para que se possa julgar       a qualidade de uma água para
irrigação. Assim devem ser determinados os seguintes parâmetros físico-químicos :




PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS PARÂMETROS QUÍMICOS
                           PARÂMETROS QUÍMICOS
                           Cátions    Ânions
Temperatura '              Cálcio   Carbonato
Condutividade elétrica    Magnésio Bicarbonato
Sólidos dissolvidos         Sódio    Sulfato
pH                        Potássio   Cloreto
Dureza total                Ferro     Boro




               Os parâmetros pH, dureza, ferro são importantes para definir,
juntamente com O2 dissolvido, C02 e manganês, o tipo de água, corrosiva ou
incrustante, perante o material empregado nos equipamentos de irrigação.

              Na Figura 1,          como exemplo, estão apresentados os resultados de uma
análise de água de poço              realizada pela CETESB .Nem .todos os laboratórios
apresentam as determinações         de forma padronizada e tão completo. Por isso, chama-se
atenção quanto às unidades          que podem divergir de um laboratório para outro, como
por exemplo:

        - a condutividade elétrica a 25°C é dada em micromhos/cm (μmho/cm)_;=
        microSiemens/cm (μS/cm). Em muitos casos, a condutividade elétrica é para
        avaliar a concentração total de sais dispensando a determinação dos sólidos
        dissolvidos totais (SDT)como veremos adiante;

        - certos laboratórios determinam o resíduo seco filtravél a l80 C (RS),
        outros a matéria dissolvida (MD), outros ainda os sólidos dissolvidos totais
        (SDT)podendo ser considerados praticamente equivalentes; - As unidades da
        alcalinidade de carbonato e bicarbonato são em geral em mg/l de       CaCO3,
        enquanto que o carbonato é em mg/l de CO3, e o bicarbonato em-mg/1 de HCO3,.
        Uma água só contém carbonato (CO3,) se o pH for superior a 8,3 (caso da
        análise da Figura 1) .

        - Em geral todos os elementos químicos tem por unidade o miligrama/litro (mg/
        l) equivalente a parte por milhão (ppm).

        - 0 boro, às vezes, é dado em micrograma/litro (μg/lt ou ppb, em vez do mg/l.
        Sua   determinação pode ser dispensada quando as determinações na região
        indicam concentrações baixas.

        - A dureza total da água em mg/l de CaCO-, corresponde a dureza em Ca e Mg, o
        que permite checar a validade das concentrações de Ca e Mg.
��.3INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS ANALISES



              Em geral,os laboratórios só fornecem as determinações cabendo ao
técnico se certificar da confiabilidade dos dados fornecidos e interpreta-los com
os devidos cálculos.




                 3.1) Balanço Iôníco de uma. Análise

              Antes de qualquer interpretação deve ser calculado o erro de analise
a partir do balanço iônico entre os câtions e ânions transformando as concentrações
em mg/l para miliequivalente/litro (me/l).

0 calculo da concentração em me/l é feito da seguinte maneira:




PA = peso atómico;

V =   valência    do
íon




Exempló: ++   =    0,76mg/l                   Na+ =    105   mg/l




Ca = =,76 x0,0499      = 0,038   me/l
Na = =106   x       0,04349        = 4,610     me/l




Alcalinidade        de    bicarbonàto           (HCO3 ) =       98 mg/l    CaCO3,

Alcalinidade        de    carbonato           (CO3)     =     114   mg/l    CaCO3,




HC03 = =    98 * 0,02          =       1,96 me/l




C03 =   =   l14 *     0,02         =    2,28 me/l




                                         ++     --
isso porque     a    unidade é Ca             CO     (PA    =100 V = 2)

                             --
verificação      com     CO3       =    68,4.mg/l




   --
CO3   = =   68,4     x   0,0333         =     2,28 me/l.
Na literatura certos autores   anotam     a       concentração   do   elemento
químico precedida da letra r por exemplo:

rCa = Ca me/l

              Para fazer a conversão do mg/l de cada elemento em me/l ou vice-versa
existem tabelas de fatores de conversão para os ânions e dos cátions (Tabela 1).

               Como_a soma dos ânions e dos cátions existente em qualquer solução
em me/l são iguais a porcentagem de erro, a equação abaixo permite verificar se a
analise é equilibrada ionicamente:




                A diferença entre a soma dos cátions         e dos ânions é em valor
absoluto

              Esse erro deve ser proporcional a soma dos cátions ou dos ânions
conforme o quadro a seguir, em virtude das dificuldades em dosar concentrações
baixas.




                            Σ cátions ou Σ ánions                       permissível

                      1                                  10

                      2                                      6

                      6                                      4

                      14                                     3

                      30                                     2




Aplicação: Analise da Figura   1




Ca   = 0,038   me/l                     =   2,280 me/l
Mg    =     0,008                                 =       1,960

Na    =     4,610                                 =       0,125

K =       0,008                                 Cl =       0,127

Σ    cátions = 4,664                      Σânions     =    4,492




= 2%




o balanço iônico da análise é correto. Outra observação:   .carbonatos pelo fato
que o pH é superior a 8,3, mas -se. Perceber que a composição da água mudou entre o
tempo coleta e     a análise (4 dias)     quando pH de campo era de      5,8.




Pode ser verificado           a. dureza total   proporcional             a    soma      em me/l   de   Ca + Mg.




      Dureza =0,046 me/l

      rCa'+rMg = 0,046         me/l




Analise no.        2   de poço




Ca    =     5,2    mg/l    =     0,260 me/l                =    0    mg/l         =    0   me/l

Mg    =     0,3            =     0,025                 =       98            =     1.960

Na    =     55             =     2,391                    =    6,0            =       0,125

K.    =    0,4            =     0,010                     =    0,5            =       0,014

Σ cátions         =    2,686                                         Σ       =     2,099
E   =   8%

              Esse erro pode ser ainda considerado permissível   tendo em vista a
baixa concentração de cada elemento químico.
Análise n° 3 do poço em região litorânea.




Ca = 301 mg/l = 15,05 me/l            C03 = 0 mg/l = 0 me/l

Mg = 76,2        = 6,27              HCO3 = 156       = 3,12

Na = 182,0       = 7,91              SO3. = 415      = 8,64

K   = 76         =1,94               Cl   = 3,180    = 89,58




                Σc =31,17                           Σa =101,34




                           E = 53%




               Essa análise-deveria ser rejeitada mas é possível       descobrir o
elemento transcrito erradamente com os dados complementares. Se        CE = 7.540
micromho/cm e a dureza total em CaCO3 = 1070 microg/l.




Ca + Mg = 21,32 me/l

Dureza     = 21,40 me/l.




              O erro só pode ser nos cátions e no Na,que é muito baixo., não se
equilibrando com Cloreto. Existe um erro de vírgula na concentração de Na= 1820
mg/l;   Assim :




Σ c. = 102,36     Σ =.101,34     .             =.0,5.%




              Esse tipo de erro de transcrição de resultados é bastante freqüente e
pode falsificar totalmente a interpretação de qualidade de uma água para irrigação,
já que são poucos os laboratórios que tem o cuidado de verificar o balanço iônico
de uma análise antes de entregar os resultados (Observação:no calculo 1 do1 SAR
obter-se-ia um valor 10 vezes menor).




3.2) Concentração total de sais solúveis                 •
A concentração total; de .sais de uma água para          irrigação
corresponde a salinidade da água e se encontra relacionada       a condutividade
elétrica (CE). Pode ser expressa nas analises em SDT, RS ou matéria dissolvida em
mg/l ou ppm.

               Em razão da facilidade e rapidez de determinação no campo com
condutivimetro, a condutividade elétrica tornou-se o procedimento padrão para
expressar a concentração total de sais para classificação e diagnose das águas
destinadas a irrigação.

Ha dois testes para avaliar a concentração total em sais de uma água de forma
rápida, mas nem sempre precisa:




      - pela relação entre a concentração de   sólidos dissolvidos e a condutividade
      elétrica a partir de equação de Hem.




      SDT em ppm = A x CE em umho/cm




      sendo que A pode variar de 0,5 a 1, com valor médio calculado em torno de
      0,64.




      -    pela    razão    entre     condutividade    elétrica    em    umhos/cm_e
      a                                               concentração   de cátions em
      me/l em torno de 100. Essa razão tende a 80, para águas ricas em cálcio e
      magnésio, ou para 110 para águas ricas em sódio.




              Acontece que essas aproximações são cada vez mais imprecisas quanto
maiores as condutividades elétricas.




3.3) Porcentagem de Sódio

              Até 1954 a porcentagem de sódio foi muito usada para definir a
qualidade da água. A % de Na pode ser calculada pela equação:
A partir desse conceito Eaton tenta mostrar a tendência            de
precipitação dos sais Ca e Mg sob a forma de carbonatos pela expressão:




desde   que   a   concentração de   CO3 + HCO3   não   supere   a de   Ca + Mg.




_Aplicação na análise no. 1




Análise
no.3:
��.3Proporção         de Adsorção      de    Sódio    -   SAR




             Com o passar do tempo a % de Na         foi    substituída por uma
unidade mais   significativa,a razão de  adsorção de    sódio -     SAR (Sódio
Adsorption  Ratio)   expressa pela equação:




e   pelo monograma        da    figura      2.




FIGURA 2 - Monograma para determinar a SAR da água para irrigação e estimar o valor correspondente da
percentagem de sódio trocável do solo que esta em equilíbrio com a referida água, segundo o "U.S. Salinity
Laboratory Staff".


Exemplo_da      análise ..no. 3       (o cálculo SAR pelo monograma é             impossível)
SAR =




Análise   no. 2




SAR :(nomograma) = 6,00 (bastante impreciso).




    ��.35   Carbonato de Sódio Residual – CSR




               Nas águas que contêm elevadas concentrações de íons bicarbonatos
existe uma tendência a precipitação_do cálcio e magnésio sob forma de carbonatos;
reduzindo, então a concentração de Ca e Mg na solução do solo, e conseqüentemente
enriquecendo em Na essa solução. Esse aumento de Na prejudica a estrutura e a
textura do solo em conseqüência da precipitação abundante dos carbonatos de Ca e
Mg. Para se predizer o aumento de sódio na solução de solo calcula-se o CSR

CSR = (CO3 + HC03) - (Ca++ + Mg++)

              Se a soma de Ca + Mg é maior do que a de CO3+HCO3 o valor de CSR será
negativo, nesse caso não se calcula o resultado anotando-se meramente "negativo".




3.6) Concentração de Elementos Tóxicos

0 boro encontrado nas águas naturais em concentração   elevada pode ser tóxico, bem
como o sulfato e o cloreto.
4. CLASSIFICAÇÃO. DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

Qualquer esquema de classificação deve levar em consideração o efeito da água de
irrigação nas plantas e no solo^ desde que no campo, as plantas reagem a água e ao
solo e este pode ser afetado pela água. Assim dificilmente um esquema de
classificação é adequado para todas as condições, havendo para tanto vários modelos
de classificação de água para irrigação desde alguns empíricos até os mais usados
hoje em dia.




   ��.4Classificação da água para irrigação, segundo "U.S. Salinity Laboratory
      Staff".
FIGURA 4 - Diagrama para classificação da água para irrigação, segundo "U.S.
Salinity Laboratory Staff".




a) Perigo de Salinizaçao

              As águas são divididas em" quatro classes, segundo sua condutividade
elétrica (CE) , ou seja, em função de sua concentração total de sais solúveis:

Cl - Água com salinidade baixa (CE_entre 0 e 250 micromhos/ cm, a 250C). Pode ser
usada para irrigação da maioria das culturas e na maioria dos solos, com pouca
probabilidade de ocasionar salinidade. Alguma lixiviaçao é necessária, mas isso
ocorre nas práticas de irrigação,.a exceção dos solos com permeabilidade
extremamente baixa

C2 Água com salinidade média CE entre 250 e 270 micromhos/cm a 25C) .Pode ser
usadas sempre que houver um grau moderado




C3 Água com salinidade alta(CE entre 750 e 22501 micromhos/cm a 25C Não pode ser
.usada em solos deficiência de drenagem. Mesmo nos solos com drenagem adequadas
podem-sé necessitar de práticas especiais para o controle da salinidade .Pode ser
usada somente para irrigação de plantas com boa tolerância aos sais.




C4----Água   com salinidade muito      alta       (CE   entre    2250    e    5000
micromhos/cm, a ;25C). Não é apropriada para irrigações , sob condições normais,
mas pode ser usada ocasionalmente,em circunstâncias muito especiais. Os solos
deverão ser muito permeáveis e com drenagem adequada, devendo ser aplicado excesso
de água nas irrigações para ter boa lixiviaçao. A água somente deve ser usada
para culturas que     sejam tolerantes  aos   sais,




b)   Perigo de Alcalinização ou Sodificação




As águas são divididas em quatro classes, segundo sua razão de adsorção de sódio.
(SAR) • ou seja,: em função do ... sódio trocável,   nas condições físicas    do
solo:




...S1 Água-,-com baixa concentração de Sódio   (SAR .< 18,87 - 4,44 log CE) Pode
ser usada para: irrigação, em quase todos os solos;com pequena possibilidade de
alcançar níveis perigosos de sódio trocável.
S2 – água com concentração média de sódio (18,87-4,44:log CE <SAR<= 31,31 - 6,66
log CE).Só pode ser usada em solos de textura. grossa ou em .solos orgânicos com
boa permeabilidade .    Ela apresenta um perigo de sodificação considerável,  em
solos de textura fina,com alta capacidade de troca catiônica, especialmente sob
baixa condição de lixiviaçao,amenos que haja gesso no solo.




S3 - Água com alta concentração de sódio (31,31 -6,66 log CE < SAR < 43,75 - 8,87
log CE). Pode produzir níveis maléficos de sódio trocável, na maioria dos solos, e
requer práticas especiais de manejo do solo, boa drenagem, alta lixiviaçao        e
adição_de matéria orgânica. Nos solos que têm muito gesso, ela pode não desenvolver
níveis maléficos de sódio trocável. Pode requerer- o uso de corretivos químicos
para substituir—o sódio trocável, exceto no caso de apresentar salinidade muito
alta, quando o uso de corretivos       não seria viável.




S4 - Água com muito alta concentração de sódio (SAR > 43,75 -8,87 log CE).
geralmente  imprópria para irrigação exceto quando sua salinidade for baixa
ou, em alguns casos, média e a concentração de cálcio do solo ou o uso de
gesso ou   outros corretivos  tornarem o uso      desta água viável.




Algumas    vezes,    a   água de    irrigação pode dissolver suficiente quantidade
de cálcio de solos calcários,            diminuindo,     assim,    apreciavelmente;    o
perigo de    sodificação . Isso deve- ser levado em conta,         no uso de     águas
C1-S3   e   C1-S4.     Para  solos   calcários    com pH alto,       ou para solos   não
calcários,    o nível de sodio nas         águas    das    classes    C1-S3,   C1-S4 e
C2-S4   pode    ser melhorado    com    a   adição   de     gesso.    Também poderá ser
benéfico,     quando     se usarem    águas     das     classes     C2-S3   e   C3-S2,
adicionando,    periodicamente,    gesso ao solo.




c)   Efeito   da   Concentração   de   Boro




                Plantas   Plantas      .Plantas
                *-
Classes para    Sensíveis SemitoleranteTolerante
Boro                      s            s
                (ppm)     (ppm)        (ppm)
1 - Excelente < 0,33      <0,67        <1,00
2 - Boa         0,33 a    0r67 a 1,33 1,00 a
                0,67                   2,00
3 - Permissível 0,67 a    1,33 a 2,00 2,00 a
                1,00                   3,00
4 - Duvidosa    1,00 a    2,00 a 2,50 3,00 a
1,25                    3,75
5 - Inadequada >    1,25   > 2,50      •> 3,75




d)   Efeito da Concentração de Bicarbonato

Nas águas com alta, concentração do íon bicarbonato há     a tendência' para
precipitação dos íons cálcio e magnésio; sob a forma de. carbonato,   com isso,
aumentando a proporção relativa de sódio na solução do solo.

Eaton propôs a classificação das águas para irrigação   em função do. Conceito- "
Carbonato de Sódio Residual CSR) :




     CSR =    (CO3-- + HCO3- ) - .(Ca+++ Mg++)




Acredita-se que. com bom manejo de irrigação, no que         diz respeito a
drenagem e a lixiviaçao,    e com uso apropriado de corretivos , é    possível,
usar na irrigação algumas das águas     classificadas   como "duvidosas".




     Classe    Classe CRS
               (me/l) CRS
               (me/l) CRS
                   (me/l)
1   -              1     -
Aceitável        Aceitável
             <1,25      '
                 ' <1,25
                 '          '
             <1,25      '
                      '
2 - Duvidosa 2 - Duvidosa
                1,25-2,'SO
                1,25-2,'SO
                1,25-2,'SO
3 -          3 - Inadequada
Inadequada  '     > 2,50 '     >
             2,50 '      > 2,50
e) Efeito das Concentrações de Cloreto e Sulfato




Concentrações elevadas de íon cloreto não são    desejáveis em águas para irrigação
sendo proposta a seguinte..classificação::




          Classe        Cl
                    (me/l)
1   - -   Aceitável  <      5
2     -    Duvidosa    5-10
-
3    -                   >10
-    Inadequada




Para as concentrações de íon sulfato foi estabelecido a seguinte classificação:




          Classe          .       S04     (me/
                          l)
1    2    -   Aceitável          < 10
3
          -   Duvidosa          10 - 20

          -                      > 20
          Inadequada

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Microbiologia do solo
Microbiologia do soloMicrobiologia do solo
Microbiologia do soloPessoal
 
Pós-colheita e Beneficiamento do Arroz
Pós-colheita e Beneficiamento do ArrozPós-colheita e Beneficiamento do Arroz
Pós-colheita e Beneficiamento do ArrozGeagra UFG
 
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoPlantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoGeagra UFG
 
Manejo Ecologico Do Solo
Manejo Ecologico Do SoloManejo Ecologico Do Solo
Manejo Ecologico Do SoloMarcelo Venturi
 
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.AM Placas Ltda. Placas
 
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)Elvio Giasson
 
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01   noções de cartografia e geoprocessamentoAula 01   noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento42549299272
 
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...Elvio Giasson
 

La actualidad más candente (20)

Rotação de culturas
Rotação de culturasRotação de culturas
Rotação de culturas
 
Aula 9 fertilidade dos solos
Aula 9   fertilidade dos solosAula 9   fertilidade dos solos
Aula 9 fertilidade dos solos
 
Microbiologia do solo
Microbiologia do soloMicrobiologia do solo
Microbiologia do solo
 
Pós-colheita e Beneficiamento do Arroz
Pós-colheita e Beneficiamento do ArrozPós-colheita e Beneficiamento do Arroz
Pós-colheita e Beneficiamento do Arroz
 
Solo - manejo do solo
Solo -  manejo do soloSolo -  manejo do solo
Solo - manejo do solo
 
Sistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestaisSistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestais
 
Manejo e conservação dos solos
Manejo e conservação dos solosManejo e conservação dos solos
Manejo e conservação dos solos
 
Solo planta - atmosfera
Solo planta - atmosferaSolo planta - atmosfera
Solo planta - atmosfera
 
Estoque de Carbono no Solo e Fluxo de Gases de Efeito Estufa na Cana-de-açúcar
Estoque de Carbono no Solo e Fluxo de Gases de Efeito Estufa na Cana-de-açúcarEstoque de Carbono no Solo e Fluxo de Gases de Efeito Estufa na Cana-de-açúcar
Estoque de Carbono no Solo e Fluxo de Gases de Efeito Estufa na Cana-de-açúcar
 
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoPlantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
 
Mip- mandioca
Mip- mandiocaMip- mandioca
Mip- mandioca
 
Manejo Ecologico Do Solo
Manejo Ecologico Do SoloManejo Ecologico Do Solo
Manejo Ecologico Do Solo
 
Solo
SoloSolo
Solo
 
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
 
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)
Sistema Brasileiro de Classificação da Aptidão Agrícola das Terras (SiBCAAT)
 
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01   noções de cartografia e geoprocessamentoAula 01   noções de cartografia e geoprocessamento
Aula 01 noções de cartografia e geoprocessamento
 
Informativo técnico
Informativo técnicoInformativo técnico
Informativo técnico
 
Introdução - Dendrologia
Introdução - DendrologiaIntrodução - Dendrologia
Introdução - Dendrologia
 
Manejo e Conservação do Solo
Manejo e Conservação do SoloManejo e Conservação do Solo
Manejo e Conservação do Solo
 
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...
Aula sobre "Classificação da capacidade de uso dos solos", preparada para a d...
 

Similar a Apostila de Qualidade de àgua para Irrigação

Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradas
Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradasAula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradas
Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradasGiovanna Ortiz
 
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poços
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de PoçosProblemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poços
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poçosslides-mci
 
09 esgostos vazao dbo dqo
09   esgostos vazao dbo dqo09   esgostos vazao dbo dqo
09 esgostos vazao dbo dqoMarlos Nogueira
 
Tratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisTratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisEdir Leite Freire
 
Relatório Potenciometria
Relatório PotenciometriaRelatório Potenciometria
Relatório PotenciometriaLuaneGS
 
Matrizes Aquosas2017.pdf
Matrizes Aquosas2017.pdfMatrizes Aquosas2017.pdf
Matrizes Aquosas2017.pdfprofAlexLima1
 
Aula 2 exercício od tratamento de águas residuárias
Aula 2   exercício od tratamento de águas residuáriasAula 2   exercício od tratamento de águas residuárias
Aula 2 exercício od tratamento de águas residuáriasGiovanna Ortiz
 
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptx
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptxQUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptx
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptxmiboxs1
 
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape2904201115273 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527Gisah Silveira
 
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...Gabriella Ribeiro
 
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdfOnesimoFranciscoSamb
 
Determinação de oxigênio dissolvido em água
Determinação de oxigênio dissolvido em águaDeterminação de oxigênio dissolvido em água
Determinação de oxigênio dissolvido em águaRahisa Scussel
 

Similar a Apostila de Qualidade de àgua para Irrigação (20)

Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradas
Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradasAula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradas
Aula 7 lagoas anaeróbias e lagoas aeradas
 
Teli 7
Teli 7Teli 7
Teli 7
 
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poços
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de PoçosProblemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poços
Problemas de Qualidade e Tratamento de Água de Poços
 
09 esgostos vazao dbo dqo
09   esgostos vazao dbo dqo09   esgostos vazao dbo dqo
09 esgostos vazao dbo dqo
 
Tratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriaisTratamento de efluentes industriais
Tratamento de efluentes industriais
 
50379032 calculos-ppm (2)
50379032 calculos-ppm (2)50379032 calculos-ppm (2)
50379032 calculos-ppm (2)
 
Texto 1 -_caracterização
Texto 1 -_caracterizaçãoTexto 1 -_caracterização
Texto 1 -_caracterização
 
Relatório Potenciometria
Relatório PotenciometriaRelatório Potenciometria
Relatório Potenciometria
 
Matrizes Aquosas2017.pdf
Matrizes Aquosas2017.pdfMatrizes Aquosas2017.pdf
Matrizes Aquosas2017.pdf
 
Determinação de-cloretos
Determinação de-cloretosDeterminação de-cloretos
Determinação de-cloretos
 
Aula 2 exercício od tratamento de águas residuárias
Aula 2   exercício od tratamento de águas residuáriasAula 2   exercício od tratamento de águas residuárias
Aula 2 exercício od tratamento de águas residuárias
 
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptx
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptxQUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptx
QUALIDADE DA ÁGUA_aula2013-2014-aula2.pptx
 
Analítica
AnalíticaAnalítica
Analítica
 
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape2904201115273 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527
3 em -1tri-lista_de_exercicios_ape290420111527
 
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...
COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS ANALÍTICOS DE METAIS PESADOS OBTIDOS DE AMOSTRAS ...
 
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf
2019-Trat biologico Anaer [Compatibility Mode].pdf
 
Parcial química
Parcial químicaParcial química
Parcial química
 
Determinação de oxigênio dissolvido em água
Determinação de oxigênio dissolvido em águaDeterminação de oxigênio dissolvido em água
Determinação de oxigênio dissolvido em água
 
Ap 15
Ap 15Ap 15
Ap 15
 
Lista analitica
Lista analiticaLista analitica
Lista analitica
 

Más de IF Baiano - Campus Catu

Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02
Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02
Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02IF Baiano - Campus Catu
 
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto Wilson
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto WilsonProdução de Hortaliças - Prof. Roberto Wilson
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto WilsonIF Baiano - Campus Catu
 
Catalogo de Irrigação da Rainbird - Ingles
Catalogo de Irrigação da Rainbird - InglesCatalogo de Irrigação da Rainbird - Ingles
Catalogo de Irrigação da Rainbird - InglesIF Baiano - Campus Catu
 
Levantamento do potencial de uso agrícola do solo
Levantamento do potencial de uso agrícola do soloLevantamento do potencial de uso agrícola do solo
Levantamento do potencial de uso agrícola do soloIF Baiano - Campus Catu
 

Más de IF Baiano - Campus Catu (20)

Potencial de agua 1
Potencial de agua 1Potencial de agua 1
Potencial de agua 1
 
It157 manejo2000
It157 manejo2000It157 manejo2000
It157 manejo2000
 
Apostila 2006 completa
Apostila 2006 completaApostila 2006 completa
Apostila 2006 completa
 
Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02
Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02
Propriedadesfsicasdosolo 110218164754-phpapp02
 
Fisica do solo 1 - 2014
Fisica do solo 1 - 2014Fisica do solo 1 - 2014
Fisica do solo 1 - 2014
 
Sdc219 fertirrigacao josè maria pinto
Sdc219 fertirrigacao  josè maria pintoSdc219 fertirrigacao  josè maria pinto
Sdc219 fertirrigacao josè maria pinto
 
Métodos de fertirrigação
Métodos de fertirrigaçãoMétodos de fertirrigação
Métodos de fertirrigação
 
Fertirrigação2
Fertirrigação2Fertirrigação2
Fertirrigação2
 
Qualidade da água para irrigação
Qualidade da água para irrigaçãoQualidade da água para irrigação
Qualidade da água para irrigação
 
Fertirrigação 1
Fertirrigação 1Fertirrigação 1
Fertirrigação 1
 
Irrigação revisão e 2 bim 2013
Irrigação revisão e 2 bim 2013Irrigação revisão e 2 bim 2013
Irrigação revisão e 2 bim 2013
 
Evapotranspira2013
Evapotranspira2013Evapotranspira2013
Evapotranspira2013
 
Infiltraçao1
Infiltraçao1Infiltraçao1
Infiltraçao1
 
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto Wilson
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto WilsonProdução de Hortaliças - Prof. Roberto Wilson
Produção de Hortaliças - Prof. Roberto Wilson
 
Catalogo de Irrigação da Rainbird - Ingles
Catalogo de Irrigação da Rainbird - InglesCatalogo de Irrigação da Rainbird - Ingles
Catalogo de Irrigação da Rainbird - Ingles
 
Uso agricola solos brasileiros
Uso agricola solos brasileirosUso agricola solos brasileiros
Uso agricola solos brasileiros
 
Apresentação aula 1010
Apresentação aula 1010Apresentação aula 1010
Apresentação aula 1010
 
Apresentação aula 99
Apresentação aula 99Apresentação aula 99
Apresentação aula 99
 
Levantamento do potencial de uso agrícola do solo
Levantamento do potencial de uso agrícola do soloLevantamento do potencial de uso agrícola do solo
Levantamento do potencial de uso agrícola do solo
 
Apresentação aula 9
Apresentação aula 9Apresentação aula 9
Apresentação aula 9
 

Último

Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...AnaAugustaLagesZuqui
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptxMarlene Cunhada
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedJaquelineBertagliaCe
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Cabiamar
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxMarcosLemes28
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRafaelaMartins72608
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptxJssicaCassiano2
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdfjacquescardosodias
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptjricardo76
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptNathaliaFreitas32
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 

Último (20)

Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 

Apostila de Qualidade de àgua para Irrigação

  • 1. QUALIDADE De ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO 1- INTRODUÇÃO A qualidade da água para irrigação nem sempre é definida com perfeição e os técnicos e as autoridades no assunto não chegaram a um acordo com referência a um padrão universal, porque a reação de qualquer cultura em especial depende de muitos fatores e não meramente da química do suprimento de água para irrigação. A natureza do solo, o clima, o tipo de cultura, o método de irrigação, as condições locais de drenagem e os métodos de orientação da cultura são fatores importantes para a aplicação correta da água. Sabemos que a cultura e o solo não reagirão diretamente a água de irrigação, porém a solução do solo resultante da mesma. A água aplicada no cultivo ao penetrar no solo pode ser utilizada e transpirada pelas plantas, pode retornar a superfície por transferência capilar e depois evaporar, pode ser temporariamente estocada no solo ou penetrar abaixo da zona de solo. Isso faz com que a água esteja sujeita a evaporação e conseqüente concentração em sais. Como poucas plantas utilizam quantidades significativas de sais, a salinidade do solo é gradativamente aumentada por irrigações sucessivas, a menos que os sais possam ser removidos. Tal fato ocorre frequentemente em "regiões de baixo índice pluviômetros de intensa evapotranspiração fazendo que a cal e o gesso precipitem. 0 aumento da salinidade do solo pode ocorrer de duas maneiras: - Uma certa quantidade de água de irrigação aplicada no solo se infiltra em profundidade levando juntamente os sais contidos no solo até o nível do lençol freático elevando com o tempo esse nível, o descontrole dessa ação faz com que o nível da água subterrânea atinja a superfície e fica sujeito a evapotranspiração pela capilaridade, ocasionando um acréscimo de sais a zona de solo ; - 0 reaproveitamento da água de irrigação drenada nas partes baixas e interceptada por uma represa ou por um poço para ser novamente utilizada na irrigação tende a aumentar a concentração em sais. A cada vez—que a água é utilizada, a evaporação concentra os sais na água remanescente degradando-a e contribuindo com mais_sais para o solo. Para contornar essas situações é conveniente controlar a drenagem do solo através de um manejo correto da irrigação. 0 conhecimento desses parâmetros serão necessários para compensar ou controlar os problemas relacionados com a qualidade da água, e se fazer uma correta interpretação quanto a sua adequabilidade para a irrigação. Assim, de um modo geral, a qualidade da água para irrigação deve ser analisada em função das características básicas seguintes: • concentração total de sais; • proporção relativa de sódio em relação aos outros cátions ;
  • 2. - concentração de bicarbonatos; - concentração de elementos tóxicos; • reação sobre os equipamentos de irrigação. Antes de chegar a classificação da água para irrigação é conveniente saber como se fazem a amostragem e a interpretação dos resultados das analises fornecidos pelos laboratórios. ��.2AMOSTRAGEM E ANALISE DE ÁGUA 2.1) Amostragem As amostras coletadas, seja em córregos, rios, reservatórios ou poços, devem ser as mais representativas, enquanto for possível, para se obterem o máximo de informações com as quais se julgará a qualidade da água. De modo geral, recomenda-se os seguintes procedimentos: - Para os poços profundos', com condições normais de operação, a amostragem não apresenta nenhum problema. As características da água são consideradas praticamente constantes, uma vez que a intensidade de recarga do poço esteja em equilíbrio com a retirada da água. Todavia, quando um poço capta água de vário aqüíferos são necessárias várias horas de bombeamento para obter uma amostra representativa do principal aqüífero fornecedor de água. Da mesma forma que uma amostra nunca deve ser colhida em poço muito profundo nas primeiras horas de bombeamento. - Para rios e córregos, a amostragem é mais problemática. A coleta deve ser feita semanalmente ou mensalmente, devendo-se atentar para as características do fluxo e a vazão dos mesmos. - Para pequenos reservatórios, a água sendo praticamente homogênea, a coleta pode ser feita na saída do reservatório. -_Para grandes reservatórios, a água varia de composição em função da profundidade, portanto, torna-se necessário efetuar as coletas a várias profundidades e em vários locais do reservatório. Em todos os casos as amostras devem ser coletadas em garrafas de vidro ou plástico de 1 a 2 litros previamente lavadas com álcool e a própria água a ser coletada. As garrafas lacradas com fita adesiva e com as indicações da coleta (local, profundidade dia, hora, chuvas nas ultimas 24 h, etc .) devem ser encaminhadas ao laboratório o mais breve possível, para análise, a fim de evitar as modificações físico-químicas da composição da água com o tempo. Certos elementos químicos tendem a reagir por oxidação enquanto outros precipitam.
  • 3. ��.2Apresentação das Análises A concentração total e individual dos elementos de maior importância deve ser determinada para que se possa julgar a qualidade de uma água para irrigação. Assim devem ser determinados os seguintes parâmetros físico-químicos : PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS PARÂMETROS QUÍMICOS PARÂMETROS QUÍMICOS Cátions Ânions Temperatura ' Cálcio Carbonato Condutividade elétrica Magnésio Bicarbonato Sólidos dissolvidos Sódio Sulfato pH Potássio Cloreto Dureza total Ferro Boro Os parâmetros pH, dureza, ferro são importantes para definir, juntamente com O2 dissolvido, C02 e manganês, o tipo de água, corrosiva ou incrustante, perante o material empregado nos equipamentos de irrigação. Na Figura 1, como exemplo, estão apresentados os resultados de uma análise de água de poço realizada pela CETESB .Nem .todos os laboratórios apresentam as determinações de forma padronizada e tão completo. Por isso, chama-se atenção quanto às unidades que podem divergir de um laboratório para outro, como por exemplo: - a condutividade elétrica a 25°C é dada em micromhos/cm (μmho/cm)_;= microSiemens/cm (μS/cm). Em muitos casos, a condutividade elétrica é para avaliar a concentração total de sais dispensando a determinação dos sólidos dissolvidos totais (SDT)como veremos adiante; - certos laboratórios determinam o resíduo seco filtravél a l80 C (RS), outros a matéria dissolvida (MD), outros ainda os sólidos dissolvidos totais (SDT)podendo ser considerados praticamente equivalentes; - As unidades da alcalinidade de carbonato e bicarbonato são em geral em mg/l de CaCO3, enquanto que o carbonato é em mg/l de CO3, e o bicarbonato em-mg/1 de HCO3,. Uma água só contém carbonato (CO3,) se o pH for superior a 8,3 (caso da análise da Figura 1) . - Em geral todos os elementos químicos tem por unidade o miligrama/litro (mg/ l) equivalente a parte por milhão (ppm). - 0 boro, às vezes, é dado em micrograma/litro (μg/lt ou ppb, em vez do mg/l. Sua determinação pode ser dispensada quando as determinações na região indicam concentrações baixas. - A dureza total da água em mg/l de CaCO-, corresponde a dureza em Ca e Mg, o que permite checar a validade das concentrações de Ca e Mg.
  • 4. ��.3INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS ANALISES Em geral,os laboratórios só fornecem as determinações cabendo ao técnico se certificar da confiabilidade dos dados fornecidos e interpreta-los com os devidos cálculos. 3.1) Balanço Iôníco de uma. Análise Antes de qualquer interpretação deve ser calculado o erro de analise a partir do balanço iônico entre os câtions e ânions transformando as concentrações em mg/l para miliequivalente/litro (me/l). 0 calculo da concentração em me/l é feito da seguinte maneira: PA = peso atómico; V = valência do íon Exempló: ++ = 0,76mg/l Na+ = 105 mg/l Ca = =,76 x0,0499 = 0,038 me/l
  • 5. Na = =106 x 0,04349 = 4,610 me/l Alcalinidade de bicarbonàto (HCO3 ) = 98 mg/l CaCO3, Alcalinidade de carbonato (CO3) = 114 mg/l CaCO3, HC03 = = 98 * 0,02 = 1,96 me/l C03 = = l14 * 0,02 = 2,28 me/l ++ -- isso porque a unidade é Ca CO (PA =100 V = 2) -- verificação com CO3 = 68,4.mg/l -- CO3 = = 68,4 x 0,0333 = 2,28 me/l.
  • 6. Na literatura certos autores anotam a concentração do elemento químico precedida da letra r por exemplo: rCa = Ca me/l Para fazer a conversão do mg/l de cada elemento em me/l ou vice-versa existem tabelas de fatores de conversão para os ânions e dos cátions (Tabela 1). Como_a soma dos ânions e dos cátions existente em qualquer solução em me/l são iguais a porcentagem de erro, a equação abaixo permite verificar se a analise é equilibrada ionicamente: A diferença entre a soma dos cátions e dos ânions é em valor absoluto Esse erro deve ser proporcional a soma dos cátions ou dos ânions conforme o quadro a seguir, em virtude das dificuldades em dosar concentrações baixas. Σ cátions ou Σ ánions permissível 1 10 2 6 6 4 14 3 30 2 Aplicação: Analise da Figura 1 Ca = 0,038 me/l = 2,280 me/l
  • 7. Mg = 0,008 = 1,960 Na = 4,610 = 0,125 K = 0,008 Cl = 0,127 Σ cátions = 4,664 Σânions = 4,492 = 2% o balanço iônico da análise é correto. Outra observação: .carbonatos pelo fato que o pH é superior a 8,3, mas -se. Perceber que a composição da água mudou entre o tempo coleta e a análise (4 dias) quando pH de campo era de 5,8. Pode ser verificado a. dureza total proporcional a soma em me/l de Ca + Mg. Dureza =0,046 me/l rCa'+rMg = 0,046 me/l Analise no. 2 de poço Ca = 5,2 mg/l = 0,260 me/l = 0 mg/l = 0 me/l Mg = 0,3 = 0,025 = 98 = 1.960 Na = 55 = 2,391 = 6,0 = 0,125 K. = 0,4 = 0,010 = 0,5 = 0,014 Σ cátions = 2,686 Σ = 2,099
  • 8. E = 8% Esse erro pode ser ainda considerado permissível tendo em vista a baixa concentração de cada elemento químico.
  • 9. Análise n° 3 do poço em região litorânea. Ca = 301 mg/l = 15,05 me/l C03 = 0 mg/l = 0 me/l Mg = 76,2 = 6,27 HCO3 = 156 = 3,12 Na = 182,0 = 7,91 SO3. = 415 = 8,64 K = 76 =1,94 Cl = 3,180 = 89,58 Σc =31,17 Σa =101,34 E = 53% Essa análise-deveria ser rejeitada mas é possível descobrir o elemento transcrito erradamente com os dados complementares. Se CE = 7.540 micromho/cm e a dureza total em CaCO3 = 1070 microg/l. Ca + Mg = 21,32 me/l Dureza = 21,40 me/l. O erro só pode ser nos cátions e no Na,que é muito baixo., não se equilibrando com Cloreto. Existe um erro de vírgula na concentração de Na= 1820 mg/l; Assim : Σ c. = 102,36 Σ =.101,34 . =.0,5.% Esse tipo de erro de transcrição de resultados é bastante freqüente e pode falsificar totalmente a interpretação de qualidade de uma água para irrigação, já que são poucos os laboratórios que tem o cuidado de verificar o balanço iônico de uma análise antes de entregar os resultados (Observação:no calculo 1 do1 SAR obter-se-ia um valor 10 vezes menor). 3.2) Concentração total de sais solúveis •
  • 10. A concentração total; de .sais de uma água para irrigação corresponde a salinidade da água e se encontra relacionada a condutividade elétrica (CE). Pode ser expressa nas analises em SDT, RS ou matéria dissolvida em mg/l ou ppm. Em razão da facilidade e rapidez de determinação no campo com condutivimetro, a condutividade elétrica tornou-se o procedimento padrão para expressar a concentração total de sais para classificação e diagnose das águas destinadas a irrigação. Ha dois testes para avaliar a concentração total em sais de uma água de forma rápida, mas nem sempre precisa: - pela relação entre a concentração de sólidos dissolvidos e a condutividade elétrica a partir de equação de Hem. SDT em ppm = A x CE em umho/cm sendo que A pode variar de 0,5 a 1, com valor médio calculado em torno de 0,64. - pela razão entre condutividade elétrica em umhos/cm_e a concentração de cátions em me/l em torno de 100. Essa razão tende a 80, para águas ricas em cálcio e magnésio, ou para 110 para águas ricas em sódio. Acontece que essas aproximações são cada vez mais imprecisas quanto maiores as condutividades elétricas. 3.3) Porcentagem de Sódio Até 1954 a porcentagem de sódio foi muito usada para definir a qualidade da água. A % de Na pode ser calculada pela equação:
  • 11. A partir desse conceito Eaton tenta mostrar a tendência de precipitação dos sais Ca e Mg sob a forma de carbonatos pela expressão: desde que a concentração de CO3 + HCO3 não supere a de Ca + Mg. _Aplicação na análise no. 1 Análise no.3:
  • 12. ��.3Proporção de Adsorção de Sódio - SAR Com o passar do tempo a % de Na foi substituída por uma unidade mais significativa,a razão de adsorção de sódio - SAR (Sódio Adsorption Ratio) expressa pela equação: e pelo monograma da figura 2. FIGURA 2 - Monograma para determinar a SAR da água para irrigação e estimar o valor correspondente da percentagem de sódio trocável do solo que esta em equilíbrio com a referida água, segundo o "U.S. Salinity Laboratory Staff". Exemplo_da análise ..no. 3 (o cálculo SAR pelo monograma é impossível)
  • 13. SAR = Análise no. 2 SAR :(nomograma) = 6,00 (bastante impreciso). ��.35 Carbonato de Sódio Residual – CSR Nas águas que contêm elevadas concentrações de íons bicarbonatos existe uma tendência a precipitação_do cálcio e magnésio sob forma de carbonatos; reduzindo, então a concentração de Ca e Mg na solução do solo, e conseqüentemente enriquecendo em Na essa solução. Esse aumento de Na prejudica a estrutura e a textura do solo em conseqüência da precipitação abundante dos carbonatos de Ca e Mg. Para se predizer o aumento de sódio na solução de solo calcula-se o CSR CSR = (CO3 + HC03) - (Ca++ + Mg++) Se a soma de Ca + Mg é maior do que a de CO3+HCO3 o valor de CSR será negativo, nesse caso não se calcula o resultado anotando-se meramente "negativo". 3.6) Concentração de Elementos Tóxicos 0 boro encontrado nas águas naturais em concentração elevada pode ser tóxico, bem como o sulfato e o cloreto.
  • 14. 4. CLASSIFICAÇÃO. DA ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO Qualquer esquema de classificação deve levar em consideração o efeito da água de irrigação nas plantas e no solo^ desde que no campo, as plantas reagem a água e ao solo e este pode ser afetado pela água. Assim dificilmente um esquema de
  • 15. classificação é adequado para todas as condições, havendo para tanto vários modelos de classificação de água para irrigação desde alguns empíricos até os mais usados hoje em dia. ��.4Classificação da água para irrigação, segundo "U.S. Salinity Laboratory Staff".
  • 16. FIGURA 4 - Diagrama para classificação da água para irrigação, segundo "U.S. Salinity Laboratory Staff". a) Perigo de Salinizaçao As águas são divididas em" quatro classes, segundo sua condutividade elétrica (CE) , ou seja, em função de sua concentração total de sais solúveis: Cl - Água com salinidade baixa (CE_entre 0 e 250 micromhos/ cm, a 250C). Pode ser usada para irrigação da maioria das culturas e na maioria dos solos, com pouca probabilidade de ocasionar salinidade. Alguma lixiviaçao é necessária, mas isso ocorre nas práticas de irrigação,.a exceção dos solos com permeabilidade extremamente baixa C2 Água com salinidade média CE entre 250 e 270 micromhos/cm a 25C) .Pode ser usadas sempre que houver um grau moderado C3 Água com salinidade alta(CE entre 750 e 22501 micromhos/cm a 25C Não pode ser .usada em solos deficiência de drenagem. Mesmo nos solos com drenagem adequadas podem-sé necessitar de práticas especiais para o controle da salinidade .Pode ser usada somente para irrigação de plantas com boa tolerância aos sais. C4----Água com salinidade muito alta (CE entre 2250 e 5000 micromhos/cm, a ;25C). Não é apropriada para irrigações , sob condições normais, mas pode ser usada ocasionalmente,em circunstâncias muito especiais. Os solos deverão ser muito permeáveis e com drenagem adequada, devendo ser aplicado excesso de água nas irrigações para ter boa lixiviaçao. A água somente deve ser usada para culturas que sejam tolerantes aos sais, b) Perigo de Alcalinização ou Sodificação As águas são divididas em quatro classes, segundo sua razão de adsorção de sódio. (SAR) • ou seja,: em função do ... sódio trocável, nas condições físicas do solo: ...S1 Água-,-com baixa concentração de Sódio (SAR .< 18,87 - 4,44 log CE) Pode ser usada para: irrigação, em quase todos os solos;com pequena possibilidade de alcançar níveis perigosos de sódio trocável.
  • 17. S2 – água com concentração média de sódio (18,87-4,44:log CE <SAR<= 31,31 - 6,66 log CE).Só pode ser usada em solos de textura. grossa ou em .solos orgânicos com boa permeabilidade . Ela apresenta um perigo de sodificação considerável, em solos de textura fina,com alta capacidade de troca catiônica, especialmente sob baixa condição de lixiviaçao,amenos que haja gesso no solo. S3 - Água com alta concentração de sódio (31,31 -6,66 log CE < SAR < 43,75 - 8,87 log CE). Pode produzir níveis maléficos de sódio trocável, na maioria dos solos, e requer práticas especiais de manejo do solo, boa drenagem, alta lixiviaçao e adição_de matéria orgânica. Nos solos que têm muito gesso, ela pode não desenvolver níveis maléficos de sódio trocável. Pode requerer- o uso de corretivos químicos para substituir—o sódio trocável, exceto no caso de apresentar salinidade muito alta, quando o uso de corretivos não seria viável. S4 - Água com muito alta concentração de sódio (SAR > 43,75 -8,87 log CE). geralmente imprópria para irrigação exceto quando sua salinidade for baixa ou, em alguns casos, média e a concentração de cálcio do solo ou o uso de gesso ou outros corretivos tornarem o uso desta água viável. Algumas vezes, a água de irrigação pode dissolver suficiente quantidade de cálcio de solos calcários, diminuindo, assim, apreciavelmente; o perigo de sodificação . Isso deve- ser levado em conta, no uso de águas C1-S3 e C1-S4. Para solos calcários com pH alto, ou para solos não calcários, o nível de sodio nas águas das classes C1-S3, C1-S4 e C2-S4 pode ser melhorado com a adição de gesso. Também poderá ser benéfico, quando se usarem águas das classes C2-S3 e C3-S2, adicionando, periodicamente, gesso ao solo. c) Efeito da Concentração de Boro Plantas Plantas .Plantas *- Classes para Sensíveis SemitoleranteTolerante Boro s s (ppm) (ppm) (ppm) 1 - Excelente < 0,33 <0,67 <1,00 2 - Boa 0,33 a 0r67 a 1,33 1,00 a 0,67 2,00 3 - Permissível 0,67 a 1,33 a 2,00 2,00 a 1,00 3,00 4 - Duvidosa 1,00 a 2,00 a 2,50 3,00 a
  • 18. 1,25 3,75 5 - Inadequada > 1,25 > 2,50 •> 3,75 d) Efeito da Concentração de Bicarbonato Nas águas com alta, concentração do íon bicarbonato há a tendência' para precipitação dos íons cálcio e magnésio; sob a forma de. carbonato, com isso, aumentando a proporção relativa de sódio na solução do solo. Eaton propôs a classificação das águas para irrigação em função do. Conceito- " Carbonato de Sódio Residual CSR) : CSR = (CO3-- + HCO3- ) - .(Ca+++ Mg++) Acredita-se que. com bom manejo de irrigação, no que diz respeito a drenagem e a lixiviaçao, e com uso apropriado de corretivos , é possível, usar na irrigação algumas das águas classificadas como "duvidosas". Classe Classe CRS (me/l) CRS (me/l) CRS (me/l) 1 - 1 - Aceitável Aceitável <1,25 ' ' <1,25 ' ' <1,25 ' ' 2 - Duvidosa 2 - Duvidosa 1,25-2,'SO 1,25-2,'SO 1,25-2,'SO 3 - 3 - Inadequada Inadequada ' > 2,50 ' > 2,50 ' > 2,50
  • 19. e) Efeito das Concentrações de Cloreto e Sulfato Concentrações elevadas de íon cloreto não são desejáveis em águas para irrigação sendo proposta a seguinte..classificação:: Classe Cl (me/l) 1 - - Aceitável < 5 2 - Duvidosa 5-10 - 3 - >10 - Inadequada Para as concentrações de íon sulfato foi estabelecido a seguinte classificação: Classe . S04 (me/ l) 1 2 - Aceitável < 10 3 - Duvidosa 10 - 20 - > 20 Inadequada