O documento discute disfagia, incluindo sua definição, avaliação e tratamento. Apresenta as três fases da deglutição normal e fatores de risco para disfagia, como idade avançada e acidente vascular cerebral. Destaca a importância da avaliação multidisciplinar e da terapia fonoaudiológica e nutricional no manejo clínico da disfagia.
2. INTRODUÇÃO
•
Disfagia é qualquer dificuldade na efetiva
condução do alimento da boca até o
estômago
por
meio
das
fases
interrelacionadas, comandadas por um
complexo mecanismo neuromotor.
3. Deglutição normal
•
•
•
•
Três fases : preparatória oral, faringe e
esôfago
Este processo envolve mais do que 30
músculos
Os centros de deglutição no SNC são
representados bilateralmente e são
interdependentes.
O grau de representação dentro de cada
hemisfério pode ser crucial para determinar a
recuperação da função da deglutição após
um AVC
4. Deglutição normal
•
Fase de preparação oral = o bolus é processado
por mastigação para um tamanho , forma e
consistência apropriados para passar através da
faringe e esôfago.
•
Fase faríngea = o bolo é avançado através da
faringe e no esôfago pelos movimentos
peristálticos da faringe.
•
Fase esofágica =contrações peristálticas no corpo
do esôfago combinado com o relaxamento
5. INTRODUÇÃO
•
A prevalência de disfagia pode aumentar
após a internação (Garcia et al.,
avaliaram 440 pacientes internados e
encontraram prevalência de disfagia
menor no momento da internação
comparada a 1 mês de hospitalização).
•
Os fatores mais associados à disfunção
foram idade, demência e AVE
6. INTRODUÇÃO
•
12,5% dos pacientes internados
•
A incidência em torno de 50% decorrentes
de AVC ( causa mais freqüente de disfagia)
7. INTRODUÇÃO
•
De acordo com Barbosa & Freitas, 2005 a
disfagia, principalmente nos casos não
diagnosticados, é um dos fatores que
contribui para que os hospitais brasileiros
sejam considerados verdadeiros spas,
levando a desnutrição e piora da
morbi/mortalidade
dos
pacientes
hospitalizados
8. INTRODUÇÃO
•
-
Pode causar risco clínico de
Desidratação
Desnutrição
aspiração de saliva, secreções
alimento para o pulmão
•
Prejuízos em aspectos
nutricionais,
hidroeletrolíticos e no estado pulmonar do
indivíduo,
aumentando
a
morbi/mortalidade.
ou
9. INTRODUÇÃO
•
•
Causas obstrutivas:
secundárias a
massas, vias aéreas artificiais e presença de
sondas, entre outros;
Causas não obstrutivas: inabilidade de
iniciar ou completar o processo de deglutição
que por várias etiologias como: depressão
do nível de consciência, hipotonia ou
fraqueza muscular, posturas desfavoráveis
ou alteradas ou mesmo lesões nervosas
envolvendo as estruturas do processo
10. INTRODUÇÃO
•
•
•
A disfagia pode ser classificada como
orofaríngea ou esofágica.
A avaliação inicial de disfagia orofaríngea
e esofágica é diferente, tornando a sua
distinção importante.
Na maioria dos casos um exame
completo e uma história cuidadosa são
suficientes para orientar uma avaliação
adequada.
11. INTRODUÇÃO
•
Disfagia orofaríngea = Disfagia de
transferência, surge de doenças do
esófago superior e da faringe ou da
disfunção do esfíncter esofagiano superior
(EES).
•
Disfagia esofágica = surge dentro do
corpo do esófago, e pode ser devido a
causas mecânicas ou de uma perturbação
da motilidade
12.
13. INTRODUÇÃO
•
•
A identificação idosos hospitalizados com
risco de disfagia de forma precoce, por
meio
de
instrumentos
de
fácil
aplicabilidade e altas especificidade e
sensibilidade
Desafio = ausência de diretrizes concretas
para a população brasileira e o panorama
atual dos serviços de saúde, muitas vezes
limitado em número de profissionais,
recursos e formação específica da equipe.
14. INTRODUÇÃO
•
É um sintoma que deve ser abordado
interdisciplinarmente
por
médicos,
fonoaudiólogos, nutricionistas e enfermeiros
•
Pode levar à desnutrição e à desidratação
•
Há um aumento do risco de pneumonia
aspirativa, sendo a avaliação precoce
fundamental para minimizar ou mesmo evitar
intercorrências clínicas
15. QUADRO CLÍNICO
•
-
Sintomas mais comuns:
Tosse antes, durante ou após a deglutição
Pigarro
Dificuldade em iniciar a deglutição
Sensação de alimento parado na
garganta
Sensação de falsa rota ao deglutir
Engasgos
Sensação de afogamento
16. INTRODUÇÃO
•
A triagem para avaliação de risco de
disfagia visa a transpor e otimizar a AGA,
pois
compreende
um
processo
diagnóstico multidimensional e ramifica-se
em domínios avaliados por meio de
protocolos específicos.
17. Avaliação multiprofissional
•
Sugere-se que uma equipe mínima seja
representada por enfermeiro e/ou médico
na etapa de triagem de risco de disfagia e
desnutrição
•
Esses profissionais atendem também a
otimização de custos relacionados à equipe
assistencial e à qualidade da comunicação
da equipe.
18.
19. Avaliação multiprofissional
•
Os profissionais da equipe mínima podem
identificar situações de risco para disfagia
por meio da checagem de critérios de
risco, sem necessariamente oferecer
alimentos
•
A opção deve estar voltada para
instrumentos validados, de fácil aplicação,
sensíveis e específicos para essa
20.
21. Avaliação multiprofissional
•
A indicação da presença de risco de
disfagia é consolidada por meio da
identificação de um ou mais critérios
maiores ou dois critérios menores
29. Avaliação Estrutural
●
●
●
Mobilidade, tônus, coordenação dos
movimentos e sensibilidade -> lábios, língua,
bochechas, palato duro e palato mole (véu
palatino)
Estado geral da dentição?
Uso de próteses?
30. Deglutição de Saliva
●
●
●
Deglute saliva?
Espontaneamente ou sob comando?
Sinais clínicos => Sem sinais? Alteração
vocal? Tosse?Pigarro? Elevação laríngea?
Pigarro? Ausculta cervical? Queda de
saturação?
31. Blue Dye
●
Avaliar broncoaspiração de saliva
●
Azul de metileno
●
Pré-requisito: paciente permanecer com cuff
desinsuflado
• PROCEDIMENTO
●
Duração de,no mínimo, 24 horas
• Posso trocar cânula plástica por metálica?
32. Cuff
- Função:
• Velar a via aérea e evitar o escape de ar
• Manter uma ventilação adequada
• Diminuir a incidência de broncoaspiração
- Pressão: 20-30 cmH20
33. Avaliação Funcional
●
●
●
●
●
●
Ingestão de diferentes consistências:
líquido, líquido engrossado, pastoso,
semissólido e sólido;
O que observamos?
Captação oral; TTO; Tempo do disparo do
reflexo; elevação laríngea; resíduos em
cavidade oral; ausculta cervical
Sinais clínicos de penetração e/ou aspiração
laringotraqueal?
Mudança do padrão respiratório?
Queda de SPO2?
34. Manobras
●
Durante avaliação, utilizei alguma manobra?
Tosse? Pigarro? Posicionamento? Inclinação
cervical? Deglutição com esforço? Intercalar
consistências? Deglutições múltiplas?
35. ●
●
●
Conclusão: Disfagia oral? Orofaríngea?
Faríngea?
Grau?
Conduta: Qual dieta (consistência)? Alguma
manobra? V.O assistida? Terapia? Alta?
38. Prescrição Dietética - Disfagia
Fatores a serem considerados:
Grau de disfagia;
Estado cognitivo;
Capacidade de incorporar manobras
compensatórias;
Grau de independência alimentar;
Estado Nutricional;
Aceitação alimentar e
Disponibilidade de supervisão.
•
•
•
•
•
•
•
40. Terapia Nutricional Oral
Finalidade: complementar ou suplementar as
necessidades nutricionais
e não deve ser utilizada como substituta das
refeições ou como única
fonte alimentar.
Tem efeito positivo no
estado nutricional, com ganho de peso,
redução do tempo de permanência
hospitalar e redução da mortalidade.
41. Terapia Nutricional Enteral
A terapia nutricional enteral (TNE) deve ser
indicada quando a ingestão
alimentar não atingir as necessidades
nutricionais e houver perda de peso e/
ou presença de doenças/cirurgias que
impossibilitem a alimentação via oral,
devendo estar o trato gastrointestinal íntegro
ou parcialmente funcionante.
42. Terapia Nutricional Parenteral
A principal indicação da terapia nutricional
parenteral (TNP) é oferecer
aporte nutricional e metabólico aos pacientes
que não podem se alimentar
adequadamente pelo trato gastrointestinal,
seja por via oral ou via enteral, em
razão da disfunção ou oclusão.
43. Terapia Nutricional Parenteral
Indicações absolutas:
• vômitos incoercíveis ou intratáveis;
• diarreia grave de difícil controle;
• mucosite ou esofagite (quimioterapia, por exemplo);
• íleo paralítico/grandes cirurgias abdominais;
• obstrução intestinal completa;
• repouso intestinal/fístulas enterocutâneas de alto débito;
• peritonite;
• síndrome do intestino curto;
• má absorção grave;
• pré-operatório no qual a cirurgia não possa ser adiada e o
paciente tem
desnutrição grave.
45. Fisioterapia
- Pacientes em VM, traqueostomizado ou com sondagem
gástrica devem permanecer posicionados com a cabeça
elevada em ângulo de 30 a 45 graus para evitar bronco
aspiração
- Se o paciente estiver em uso de sondagem gástrica, esta
deve ser fechada antes do inicio do procedimento de
aspiração para se evitar a aspiração do conteúdo gástrico
- Deve-se ter cuidado com o posicionamento da sonda ao
realizar manobras e exercícios
46. Serviço Social e Disfagia
Implicações Sociais:
Cuidado
✔
Recursos pós-alta
✔
Isolamento social
✔
Impactos econômicos
✔
47. Referências Bibliográficas
•
•
I Consenso Brasileiro de Nutrição e Dis
fagia em Idosos hospitalizados – 2011
Incidência de disfagia orofaríngea após
acidente vascular encefálico em Hospital
Público de Refrência ( Arq Neuropsiquiatr
2004;62(2-B)
Notas del editor
(possuem uma rotina de maior contato com o idoso, facilitando a aplicação dos instrumentos de triagem e a identificação de sinais de risco)