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Moleka

                                     Moleka

     –“Moleka...Moleka!” Meu nome era grito em tons claros pela a voz de meu pai.
    Muitas vezes ele me chamava de Moleka, uma palavra que não se consta no
dicionário mais sim no coração do meu pai. Que o seu significado era por apenas ser
menina fisicamente. Porem bagunço de mais e acabo me encrencando. Vou dar uma
breve explicação deste meu apelido que para mim é meu nome. Moleka: menina
brincalhona, alegre, bagunceira... Tem tantas coisas que sou que eu mesmo me perco
em minhas definições.
    Sempre gostei de ouvir estas palavras de meu pai, este meu nome suposto por
ele. Mas hoje não era o dia que eu queria ouvir estas palavras, não por causa de
minha bagunça e agora a devida bronca, mas por motivos que iriam mudar meu
mundinho onde eu vivia.
Minha mãe já não estava mais em casa e eu ainda não sabia o motivo, até agora.
    –“Moleka! Eu e sua mãe não somos mais casados! E por isto eu estou te
expulsando daqui. Não quero uma menina interesseira pelo o meu dinheiro, não
quero ter que cuidar de você, e para mim nunca a chamarei de minha filha. Leve
com você somente as lembranças, por que é somente isto que irá restar.
  Pela primeira vez, vi o que meu herói realmente era. No meu olhar tudo mudou. O
significado de quando eu chamava-o de Pai havia sumido. Senti um nó em minha
garganta, e não conseguia entender por que uma pessoa que brincava comigo de
jogar jabuticabas um no outro, brincava de mil coisas comigo, era meu melhor
amigo. Por que ele simplesmente resolveu morrer no meu futuro? Será que não
aguenta mais minhas birras atrás de seu carinho? Será que seria de eu tanto insistir
para ouvir: filha eu tenho orgulho de você, eu te amo. Por que se fosse
simplesmente por isto, podia desistir de tudo somente para viver com ele.
    E depois disto ele pegou em suas mãos um fósforo e colocou fogo em todas
minhas coisas: em nossas fotos, em minhas roupas, meus brinquedos... E depois
simplesmente me puxou pelo o braço e me lançou na rua.
    Quando ali na rua, olhava para dentro do portão da casa do homem que eu já
não conhecia mais. O vi abraçando meu irmão e dizendo todas as palavras que eu
á muito tempo gostaria de ouvir e ambos estão tão amigos que me davam inveja de
meu próprio irmão. Será que foi pelo o fato de eu ser mulher? Ou simplesmente de
eu não ter valor nenhum pra ele? Não sei até onde vai á diferença de homem e
mulher. A desigualdade é tanta a ponto de um pai jogar a sua própria filha na rua.
Fisicamente eu estava chorando e minha alma se quebrando, porem não poderia
mais ficar ali depois de descobrir que o meu herói havia acabo de morrer para
sempre, e que agora eu lutaria para apagar todas as lembranças que se tornaram
sem valor para mim.
    O tempo passou e eu cresci, morava agora com minha mãe e vivia até uma vida
estável. Tudo havia mudado a partir daquele dia, uma nova menina nascia em mim,
a ponto de nem eu mesma me reconhecer.
    Depois de minha escola, na quinta feira, resolvi passar por um supermercado.
Tudo estava normal como um dia comum. Até eu olhar para um simples senhor e
ele retribuiu o meu olhar e bem ao seu lado uns de meus irmãos. Eles estavam com
o carrinho lotado de compras, de coisas que eu nunca comi quando viva lá com ele,
de coisas que eu sempre quis. Uma lágrima queria cair pelo os meus olhos, se eu
fosse aquela Moleka que antes vivia em mim, eu até libertava este sentimento, mas


Uma Pequena Escritora              Página 1
Moleka
não era mais. Observei a cena de meu pai e seu suposto melhor filho, e fiquei ali
com apenas uma bolacha na mão.
   –“Oh pai! A interesseira esta ali, a filha da vagabunda esta ali.” Para os meus
ouvidos foi uma bomba, não espera ouvir isto de meu irmão que eu também
considerava amigo.

    –“Ah! Não vejo ninguém meu filho querido, esqueceu que para mim nem a
reconheço mais! Não tenho nenhuma filha com este nome que você antes me
falava!” Já não me assustava com a palavra daquele homem.

   Enquanto ali em minha frente estava meu pai com o seu querido filho e
desprezando-me e logo ao meu lado tinha um retrato perfeito de pai e filha. Um
homem de boa estatura apreciava e amava sua filha. Não a invejei, pois desejo
sorte para ela ter sempre o seu herói ali do seu lado e que nunca precisasse apagar
o que era para se transformar em uma pessoa cheia de mascaras, não digo falsa,
mas completamente diferente. Depois de um tempo foram pagar a conta e entrei na
mesma fila que eles, só que em sua frente.

   –“Boa tarde! Cartão?”

   –“Pois não... boa tarde!” Falei o numero do cartão e logo foi passando minha
bolacha ao caixa.

   –“Dois reais, moça!” E quando reparei a bolacha havia subido e eu apenas
estava com R$1,50. Sei que a diferença era mínima, mas no mundo em que
vivemos, eles não aceitam desculpas.

  –“Bom moça eu não tenho R$2,00 reais. Desculpe! Pode cancelar, eu fico sem
meu lanche de hoje... obrigada!” E a moça do caixa fechou e cancelou a compra.

   Quando falei que não tinha dinheiro suficiente, percebi o olhar do homem que eu
não conheço mais, e de outro supostamente melhor filho. O moço estava rindo de
minha cara, e se deliciando em me ver ali sem se querer poder comprar uma
bolacha para o lanche. A vida para mim e minha mãe não estava nada fácil. Ela
uma grande guerreira trabalhava de catar reciclagem para poder me dar uma vida
estável e não decairmos a pontos de mendigar.

  Deixei que eles rissem e não me importei em ficar ali no caixa para ver a enorme
compra passar, e ver o resultado da conta. Olhei fixamente para os dois homens
que passavam com gosto a enorme compra. Quando acabou tudo o preço foi alto e
sobraram 0,50 centavos de sua conta, o exato para minha bolacha.

  Eles caminhavam para o seu chique carro e observando cada passo deles.

  –“Bom pai, você não quer dar esmola para aquela menina?” Meu “pai” olhou para
mim e jogou em minha direção o 0,50 centavos.

  –“Oh meu caro homem! Deixou cair isto! Não preciso de seu dinheiro. Por favor,
guarda-o com você. Vejo que tem uma enorme boca para alimentar. Não digo boca
de comer, mas sim de uma alma faminta de mundo.” O meu “pai” olhou para mim e



Uma Pequena Escritora               Página 2
Moleka
não acreditou em minha coragem de ir ali a sua frente e de direcionar estas
palavras para ele.

  –“Moleka! Por favor, o aceite e compre sua bolacha!”

  –“Não posso aceitar um dinheiro de uma pessoa que não conheço. E esta
Moleka que o senhor fala eu fui ao enterro dela a uns bons anos atrás.”

  –“Pai deixe esta garota ai!” Meu suposto irmão me olhava com cara de nojo e
nem sequer tinha a coragem de dizer com mais dignidade.

   –“Você pensa que pode tudo moço? Você pensa que pela sua aparência de
Homem pode te dar o direito a muitas coisas? Pensa que eu sou uma qualquer,
para um homem jogar fora como este senhor fez? Pensastes que eu não tenho a
coragem de ir atrás de meus sonhos e futuramente te chamar de meu empregado?
Uma informação para você! Pode ter tomado o meu lugar ao lado deste senhor.Vejo
pelo olhar dele que você não pode tomar as minhas lembranças, e não pode tirar o
peso deste senhor de não poder chamar a esta garota, que esta a sua frente agora
de sua filha.” Tinha tantas coisas para falar para aquele moço que eu não me
segurei e fiz aparentemente uma discussão com ele.

   –“Uma pergunta. O que é ser Homem para você?”

   –“Ah sua pirralha! Que não sabe o que fala. Ser Homem é muito mais do que
você pode imaginar. Serei sempre maior que você, e nunca virarei seu empregado.”

      –“Sabe de uma coisa, que sua burrice não deixa ver. Que o mundo não é medido
pelo que você é aparentemente, e sim pelo o que você tem. Aqui te vejo como apenas
um homem que não tem sonhos. Posso ser mulher e tenho a certeza de meus sonhos
irei realizá-los com minha força de vontade e fé, que você nunca teve. Por que vejo que
transformou seu próprio pai em um banco de dinheiro para tudo que você quer.” O
suposto irmão me encarou nos olhos e me deu um tapa forte em meu rosto. Não se
tratava de uma briga de irmão, mas sim de uma luta de gêneros.

     O meu suposto pai, observou que apesar do forte tapa, não me rebaixei para
revidar. Fiquei ali quieta deixando que ele fala-se e pensa-se o que quisesse. Não
iria me rebaixar a um homem, que é apenas diferente pelo o fato de termos físicos
diferentes. Não vale a pena deixar minha dignidade e ir mais longe da pessoa que
eu era nos tempos de Moleka. Meu suposto pai não fez nada em relação a isto.
Nem ao menos, me socorreu do outro tapa. Ás pessoa que passavam ao meu redor
a grande maioria eram homens, e alguns estavam dispostos a me proteger. E
muitos outros apenas passaram por nós e deu o seu voto ao Homem que me
sultava. Acredito que de muitos outros homens não ligar para a cena de ser uma
mulher a frente de um covarde, apenas me criticaram pelas minhas vestias e pelo o
fato de minha aparência física. Não sou modelo, e nem aquela suposta gostosa a
frente de homem. Sou apenas uma mulher simples com o passado sucumbido com
a troca de gêneros. Tornando-me com uma pessoa morta pela as lembranças e viva
pelo o fato de ter que respirar até o dia de minha vida e então morrer. Toda a cena
ali não me surpreendeu muito, como o olhar de uma senhora que catava reciclagem
ali perto, e ao seu lado estava o seu marido com vestias caras e a fazendo-a de
apenas um banco de dinheiro, ou melhor, sua escrava.

Uma Pequena Escritora              Página 3
Moleka
   È fácil apagar o passado e se transformar em uma nova pessoa, o que
realmente não é fácil e olhar para o mundo de homem e mulheres. Onde os
vencedores de vitorias são escolhidos pelos os gêneros e não pelas ás guerras que
enfrentaram para conquistá-lo.

   –“Moleka! Eu... peço desculpas!” Meu suposto pai depois de toda a cena teve a
coragem de me olhar e me pedir desculpas.

    –“Se eu falasse que eu o perdoo, estaria mentindo. Pois o passado não é
resolvido tão simples assim. Não se pode apagar o que se foi feito e não posso
reescrever em cima de algo. Pois as marcas continuaram! Não se preocupe! Não
tenho magoas e nem rancor de ti. Apenas tenho apresso pelo o que você já foi e
viveu comigo. È o que o senhor mesmo disse: apenas levei as lembranças e nada
mais.”

   –“O que aconteceu com a minha Moleka? Com o menino que eu queria ganhar
da gravidez de sua mãe, e que apessar de ter físicos femininos era para mim um
grande garoto em meu olhar. Cadê a minha Moleka?”

    –“O senhor com suas duvidas e eu com a minhas. Cadê o meu herói que
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Moleka =

  • 1. Moleka Moleka –“Moleka...Moleka!” Meu nome era grito em tons claros pela a voz de meu pai. Muitas vezes ele me chamava de Moleka, uma palavra que não se consta no dicionário mais sim no coração do meu pai. Que o seu significado era por apenas ser menina fisicamente. Porem bagunço de mais e acabo me encrencando. Vou dar uma breve explicação deste meu apelido que para mim é meu nome. Moleka: menina brincalhona, alegre, bagunceira... Tem tantas coisas que sou que eu mesmo me perco em minhas definições. Sempre gostei de ouvir estas palavras de meu pai, este meu nome suposto por ele. Mas hoje não era o dia que eu queria ouvir estas palavras, não por causa de minha bagunça e agora a devida bronca, mas por motivos que iriam mudar meu mundinho onde eu vivia. Minha mãe já não estava mais em casa e eu ainda não sabia o motivo, até agora. –“Moleka! Eu e sua mãe não somos mais casados! E por isto eu estou te expulsando daqui. Não quero uma menina interesseira pelo o meu dinheiro, não quero ter que cuidar de você, e para mim nunca a chamarei de minha filha. Leve com você somente as lembranças, por que é somente isto que irá restar. Pela primeira vez, vi o que meu herói realmente era. No meu olhar tudo mudou. O significado de quando eu chamava-o de Pai havia sumido. Senti um nó em minha garganta, e não conseguia entender por que uma pessoa que brincava comigo de jogar jabuticabas um no outro, brincava de mil coisas comigo, era meu melhor amigo. Por que ele simplesmente resolveu morrer no meu futuro? Será que não aguenta mais minhas birras atrás de seu carinho? Será que seria de eu tanto insistir para ouvir: filha eu tenho orgulho de você, eu te amo. Por que se fosse simplesmente por isto, podia desistir de tudo somente para viver com ele. E depois disto ele pegou em suas mãos um fósforo e colocou fogo em todas minhas coisas: em nossas fotos, em minhas roupas, meus brinquedos... E depois simplesmente me puxou pelo o braço e me lançou na rua. Quando ali na rua, olhava para dentro do portão da casa do homem que eu já não conhecia mais. O vi abraçando meu irmão e dizendo todas as palavras que eu á muito tempo gostaria de ouvir e ambos estão tão amigos que me davam inveja de meu próprio irmão. Será que foi pelo o fato de eu ser mulher? Ou simplesmente de eu não ter valor nenhum pra ele? Não sei até onde vai á diferença de homem e mulher. A desigualdade é tanta a ponto de um pai jogar a sua própria filha na rua. Fisicamente eu estava chorando e minha alma se quebrando, porem não poderia mais ficar ali depois de descobrir que o meu herói havia acabo de morrer para sempre, e que agora eu lutaria para apagar todas as lembranças que se tornaram sem valor para mim. O tempo passou e eu cresci, morava agora com minha mãe e vivia até uma vida estável. Tudo havia mudado a partir daquele dia, uma nova menina nascia em mim, a ponto de nem eu mesma me reconhecer. Depois de minha escola, na quinta feira, resolvi passar por um supermercado. Tudo estava normal como um dia comum. Até eu olhar para um simples senhor e ele retribuiu o meu olhar e bem ao seu lado uns de meus irmãos. Eles estavam com o carrinho lotado de compras, de coisas que eu nunca comi quando viva lá com ele, de coisas que eu sempre quis. Uma lágrima queria cair pelo os meus olhos, se eu fosse aquela Moleka que antes vivia em mim, eu até libertava este sentimento, mas Uma Pequena Escritora Página 1
  • 2. Moleka não era mais. Observei a cena de meu pai e seu suposto melhor filho, e fiquei ali com apenas uma bolacha na mão. –“Oh pai! A interesseira esta ali, a filha da vagabunda esta ali.” Para os meus ouvidos foi uma bomba, não espera ouvir isto de meu irmão que eu também considerava amigo. –“Ah! Não vejo ninguém meu filho querido, esqueceu que para mim nem a reconheço mais! Não tenho nenhuma filha com este nome que você antes me falava!” Já não me assustava com a palavra daquele homem. Enquanto ali em minha frente estava meu pai com o seu querido filho e desprezando-me e logo ao meu lado tinha um retrato perfeito de pai e filha. Um homem de boa estatura apreciava e amava sua filha. Não a invejei, pois desejo sorte para ela ter sempre o seu herói ali do seu lado e que nunca precisasse apagar o que era para se transformar em uma pessoa cheia de mascaras, não digo falsa, mas completamente diferente. Depois de um tempo foram pagar a conta e entrei na mesma fila que eles, só que em sua frente. –“Boa tarde! Cartão?” –“Pois não... boa tarde!” Falei o numero do cartão e logo foi passando minha bolacha ao caixa. –“Dois reais, moça!” E quando reparei a bolacha havia subido e eu apenas estava com R$1,50. Sei que a diferença era mínima, mas no mundo em que vivemos, eles não aceitam desculpas. –“Bom moça eu não tenho R$2,00 reais. Desculpe! Pode cancelar, eu fico sem meu lanche de hoje... obrigada!” E a moça do caixa fechou e cancelou a compra. Quando falei que não tinha dinheiro suficiente, percebi o olhar do homem que eu não conheço mais, e de outro supostamente melhor filho. O moço estava rindo de minha cara, e se deliciando em me ver ali sem se querer poder comprar uma bolacha para o lanche. A vida para mim e minha mãe não estava nada fácil. Ela uma grande guerreira trabalhava de catar reciclagem para poder me dar uma vida estável e não decairmos a pontos de mendigar. Deixei que eles rissem e não me importei em ficar ali no caixa para ver a enorme compra passar, e ver o resultado da conta. Olhei fixamente para os dois homens que passavam com gosto a enorme compra. Quando acabou tudo o preço foi alto e sobraram 0,50 centavos de sua conta, o exato para minha bolacha. Eles caminhavam para o seu chique carro e observando cada passo deles. –“Bom pai, você não quer dar esmola para aquela menina?” Meu “pai” olhou para mim e jogou em minha direção o 0,50 centavos. –“Oh meu caro homem! Deixou cair isto! Não preciso de seu dinheiro. Por favor, guarda-o com você. Vejo que tem uma enorme boca para alimentar. Não digo boca de comer, mas sim de uma alma faminta de mundo.” O meu “pai” olhou para mim e Uma Pequena Escritora Página 2
  • 3. Moleka não acreditou em minha coragem de ir ali a sua frente e de direcionar estas palavras para ele. –“Moleka! Por favor, o aceite e compre sua bolacha!” –“Não posso aceitar um dinheiro de uma pessoa que não conheço. E esta Moleka que o senhor fala eu fui ao enterro dela a uns bons anos atrás.” –“Pai deixe esta garota ai!” Meu suposto irmão me olhava com cara de nojo e nem sequer tinha a coragem de dizer com mais dignidade. –“Você pensa que pode tudo moço? Você pensa que pela sua aparência de Homem pode te dar o direito a muitas coisas? Pensa que eu sou uma qualquer, para um homem jogar fora como este senhor fez? Pensastes que eu não tenho a coragem de ir atrás de meus sonhos e futuramente te chamar de meu empregado? Uma informação para você! Pode ter tomado o meu lugar ao lado deste senhor.Vejo pelo olhar dele que você não pode tomar as minhas lembranças, e não pode tirar o peso deste senhor de não poder chamar a esta garota, que esta a sua frente agora de sua filha.” Tinha tantas coisas para falar para aquele moço que eu não me segurei e fiz aparentemente uma discussão com ele. –“Uma pergunta. O que é ser Homem para você?” –“Ah sua pirralha! Que não sabe o que fala. Ser Homem é muito mais do que você pode imaginar. Serei sempre maior que você, e nunca virarei seu empregado.” –“Sabe de uma coisa, que sua burrice não deixa ver. Que o mundo não é medido pelo que você é aparentemente, e sim pelo o que você tem. Aqui te vejo como apenas um homem que não tem sonhos. Posso ser mulher e tenho a certeza de meus sonhos irei realizá-los com minha força de vontade e fé, que você nunca teve. Por que vejo que transformou seu próprio pai em um banco de dinheiro para tudo que você quer.” O suposto irmão me encarou nos olhos e me deu um tapa forte em meu rosto. Não se tratava de uma briga de irmão, mas sim de uma luta de gêneros. O meu suposto pai, observou que apesar do forte tapa, não me rebaixei para revidar. Fiquei ali quieta deixando que ele fala-se e pensa-se o que quisesse. Não iria me rebaixar a um homem, que é apenas diferente pelo o fato de termos físicos diferentes. Não vale a pena deixar minha dignidade e ir mais longe da pessoa que eu era nos tempos de Moleka. Meu suposto pai não fez nada em relação a isto. Nem ao menos, me socorreu do outro tapa. Ás pessoa que passavam ao meu redor a grande maioria eram homens, e alguns estavam dispostos a me proteger. E muitos outros apenas passaram por nós e deu o seu voto ao Homem que me sultava. Acredito que de muitos outros homens não ligar para a cena de ser uma mulher a frente de um covarde, apenas me criticaram pelas minhas vestias e pelo o fato de minha aparência física. Não sou modelo, e nem aquela suposta gostosa a frente de homem. Sou apenas uma mulher simples com o passado sucumbido com a troca de gêneros. Tornando-me com uma pessoa morta pela as lembranças e viva pelo o fato de ter que respirar até o dia de minha vida e então morrer. Toda a cena ali não me surpreendeu muito, como o olhar de uma senhora que catava reciclagem ali perto, e ao seu lado estava o seu marido com vestias caras e a fazendo-a de apenas um banco de dinheiro, ou melhor, sua escrava. Uma Pequena Escritora Página 3
  • 4. Moleka È fácil apagar o passado e se transformar em uma nova pessoa, o que realmente não é fácil e olhar para o mundo de homem e mulheres. Onde os vencedores de vitorias são escolhidos pelos os gêneros e não pelas ás guerras que enfrentaram para conquistá-lo. –“Moleka! Eu... peço desculpas!” Meu suposto pai depois de toda a cena teve a coragem de me olhar e me pedir desculpas. –“Se eu falasse que eu o perdoo, estaria mentindo. Pois o passado não é resolvido tão simples assim. Não se pode apagar o que se foi feito e não posso reescrever em cima de algo. Pois as marcas continuaram! Não se preocupe! Não tenho magoas e nem rancor de ti. Apenas tenho apresso pelo o que você já foi e viveu comigo. È o que o senhor mesmo disse: apenas levei as lembranças e nada mais.” –“O que aconteceu com a minha Moleka? Com o menino que eu queria ganhar da gravidez de sua mãe, e que apessar de ter físicos femininos era para mim um grande garoto em meu olhar. Cadê a minha Moleka?” –“O senhor com suas duvidas e eu com a minhas. Cadê o meu herói que existia?” Uma Pequena Escritora Página 4