SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 40
Shakespeare –
o Teatro da Palavra

       Fernanda Medeiros
Uerj
• A palavra-veneno de Iago; a palavra-paixão de Romeu e
  Julieta; a palavra-persuasão de Marco Antonio; a
  palavra-tempestade de Lear; a palavra-equívoco das
  Bruxas; a palavra-brinquedo de Feste; a palavra-
  malandragem de Falstaff; a palavra-flor de Ofélia; as
  palavras-palavras-palavras de Hamlet, e tantas outras
  palavras...
• Trabalhando com a matéria-prima do teatro do seu
  tempo - a linguagem - Shakespeare, poeta e
  dramaturgo, forjou palavras novas para antigas
  histórias, reinventando-as e criando, nesse processo,
  inúmeras possibilidades de representação do humano.
“To hear a play”
William Shakespeare
         1564 – 1616



       TRANSIÇÃO do
   Mundo Medieval para o
Mundo Moderno (Renascimento)
Transformações em diversas áreas:
A cartografia do mundoestámudada;
O regime feudal
  ésubstituídopelamonarquiaabsolutista;
A ReformaProtestantecindeomundocristão;
O relativismocomeça a influenciar a filosofia
  (Michel de Montaigne, 1533-1592).
William Shakespeare – 1564 – 1616

A Inglaterra dos Tudors
             Henrique VII (1485 – 1509)
             Henrique VIII (1509 – 1547)
             Eduardo VI (1547-1553)
             Maria I      (1553-1558)
             Elizabeth I (1558-1603)

A Inglaterra dos Stuarts
             Jaime I (1603-1625)
             Carlos I
             Carlos II
             Jaime II
A Questão Religiosa em Tudors e
               Stuarts:
Henrique VII (1485 – 1509)
Henrique VIII (1509 – 1547) – REFORMA (1531) – Criação
daIgrejaAnglicana
Eduardo VI (1547-1553) - Protestantismo
Maria I       (1553-1558) - Catolicismo
Elizabeth I (1558-1603) - Anglicanismo
Jaime I       (1603-1625) -
   AceitaoAnglicanismomasrepresentaumaameaça de retorno
   do Catolicismo
Shakespeare e a língua inglesa
• Entre 1500 e 1650, cerca de 12.000 novas
  palavras entraram na língua inglesa.
• Shakespeare foi o primeiro a usar – ou a
  cunhar – 2.035 palavras. Apenas em Hamlet,
  encontram-se 600 palavras que eram novas
  até então.
• 309 novas palavras com o sufixo “un” (ex.:
  unmask; unhand; unlock; untie; unveil).
• Expressões de Shakespeare que se tornaram parte da
  língua inglesa: vanishintothinair;
  themilkofhumankindness, more
  sinnedagainstthansinning, remembranceofthingspast;
  coldcomfort; to thineownselfbetrue; thewish is father
  to thethought; saladdays; fleshandblood; foul play;
  pompandcircumstance; foregoneconclusion – e muitas
  outras.
• O inglês não era uma língua de prestígio como o latim.
  Na BodleyanLibrary, em Oxford, em 1605, havia cerca
  de 6.000 livros. Desses, apenas 36 eram escritos em
  inglês.
As ferramentas poético-cênicas de
            Shakespeare
1. O pentâmetroiâmbico
2. O verso branco
3. O verso rimado
4. A prosa
Emmédia, as peçasconsistiam de 70% de verso
  branco, 5 % de verso rimadoe 25% de prosa.
  Masisso podia variarmuito.
A obra de Shakespeare
• 38 peças de teatro: 18 comédias (4
  “romances”), 10 peças históricas, 10 tragédias
• 154 Sonetos (publicados em vida – 1609)
• Poemas narrativos
Linguagem como caracterização de
             personagem:
FREI LOURENÇO
Antes que o olho do céu venha queimar,
Pro dia, alegre, o orvalho secar,
Tenho de encher a cesta com os odores
Que vêm das ervas e do mel das flores.
A terra-mãe de tudo é também cova:
O que ela enterra o seu ventre renova;
E como é vária a prole que aqui veio
Vemos quando mamamos no seu seio.
Há filhos com virtudes excelentes;
São todos bons, mas todos diferentes.
É grande e forte a graça que é encontrada
Na virtude que a planta e erva é dada.
Não há nada tão vil no que aqui vem
Que a terra não lhe dê sequer um bem;
E nem nada é tão bom que, exagerado,
Não caia em perversão e traia o fado.
A virtude é um vício, mal gerida;
E o vício, vez por outra, salva a vida.     Romeu e Julieta, II.3, trad. Barbara Heliodora
Primeira aparição de Hamlet (I.2)
                            trad. Millôr Fernandes
KING CLAUDIUS
Take thy fair hour, Laertes; time be thine,
And thy best graces spend it at thy will!
But now, my cousin Hamlet, and my son…
HAMLET (Aside)
A little more than kin, and less than kind.
KING CLAUDIUS
How is it that the clouds still hang on you?
REI
Escolhetuamelhorhora, Laertes; o tempo tepertence.
E gastacomoentenderes as qualidadesque tens!
E agora, caro Hamlet, meu primo emeufilho…
HAMLET (à parte)
Me perfilhacomo primo, poisnão primo comofilho.
REI
Por que essas nuvens sombrias ainda em teu semblante?
Primeira aparição de Macbeth (I.3)
MACBETH
Sofoulandfair a day I havenotseen.



(ecoando a fala das Bruxas em I.1:
“Fair is foul, andfoul is fair”)
Linguagemcomoveículo de
           transmissão de ideias
HAMLET (para Rosencrantz e Guildenstern):

Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua
  razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e
  bem-feito em forma e movimento! Um anjo na
  ação! Um deus no entendimento, paradigma dos
  animais, maravilha do mundo. Contudo, pra mim, é
  apenas a quintessência do pó.
           (Hamlet, II.2 – trad. Millôr Fernandes)
LEAR (para Edgar):

Estarias melhor na sepultura do que expondo teu corpo nu a tais
   extremos do céu. O homem é apenas isto? Observem-no
   bem. Não deve a seda ao verme, a pele ao animal, a lã à
   ovelha, nem seu odor ao almiscareiro. Ah! Aqui estamos nós
   três, tão adulterados. Tu não, tu és a própria coisa. O
   homem, sem os artifícios da civilização, é só um pobre animal
   como tu, nu e bifurcado. (Começa a despir-se.) Fora, fora com
   estes trapos emprestados. Desabotoa aqui. (Começa a
   arrancar as roupas.)


                  (Rei Lear, III. 4 – trad. Millôr Fernandes)
Linguagem como ferramenta de
           construção cênica
         Romeu e Julieta (1595)
Fontes:
  Conto deMasuccioSalernitano (1476) →
  versão de Luigi da Porto (1525) → versão de
  Bandello (1554) → versãofrancesaemprosa de
  Pierre Boiastuau (1559) → poemanarrativo de
  Arthur Brooke Tragical History of Romeus and
  Juliet (1562).
•   SONETO
•   Francesco Petrarca (1304 – 1374)
•   O que é um soneto
•   O soneto na Inglaterra
•   Shakespeare e os sonetos
Romeu e Julieta, I.5


ROMEU:    Se a minha mão profana esse sacrário,
         Pagarei docemente o meu pecado:
         Meu lábio, peregrino temerário,
         O expiará com um beijo delicado.
JULIETA:   Bom peregrino, a mão que acusas tanto
           Revela-me um respeito delicado;
           Juntas, a mão do fiel e a mão do santo
           Palma com palma se terão beijado.
ROMEU:      Os santos não têm lábios, mãos, sentidos?

JULIETA:    Ai, têm lábios apenas para a reza.

ROMEU:      Fiquem os lábios, como as mãos, unidos;
           Rezem também, que a fé não os despreza.
JULIETA:     Imóveis, eles ouvem os que choram.

ROMEU:       Santa, que eu colha o que os meus ais
           imploram.
Romeu e Julieta, I.5
ROMEU:        Se a minha mão profana esse sacrário, (a)
           Pagarei docemente o meu pecado:            (b)
           Meu lábio, peregrino temerário,           (a)
          O expiará com um beijo delicado.       (b)
JULIETA: Bom peregrino, a mão que acusas tanto(c)
              Revela-me um respeito delicado;         (d)
           Juntas, a mão do fiel e a mão do santo(c)
           Palma com palma se terão beijado.          (d)
ROMEU: Os santos não têm lábios, mãos, sentidos? (e)
JULIETA: Ai, têm lábios apenas para a reza.      (f)
ROMEU: Fiquem os lábios, como as mãos, unidos; (e)
           Rezem também, que a fé não os despreza. (f)
JULIETA: Imóveis, eles ouvem os que choram.               (g)
ROMEU: Santa, que eu colha o que os meus ais imploram. (g)
Sonnet 18
Shall I compare thee to a summer’s day?
Thou art more lovely and more temperate.
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer’s lease hath all too short a date.
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimmed;
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature’s changing course untrimmed;
But thy eternal summer shall not fade,
Nor lose possession of that fair thou ow’st,
Nor shall Death brag thou wand’rest in his shade,
When in eternal lines to time thou grow’st.
   So long as men can breathe or eyes can see,
   So long lives this, and this gives life to thee.
Soneto 18
              (translatedby Ivo Barroso)
Devo igualar-te a um dia de verão?
Mais afável e belo é o teu semblante:
O vento esfolha Maio inda em botão,
Dura o termo estival um breve instante.
Muitas vezes a luz do céu calcina,
Mas o áureo tom também perde a clareza:
De seu belo a beleza enfim declina,
Ao léu ou pelas leis da Natureza.
Só teu verão eterno não se acaba
Nem a posse da tua formosura;
De impor-te a sombra a Morte não se gaba
Pois que esta estrofe eterna ao Tempo dura.
   Enquanto houver viventes nesta lida,
Há-de viver meu verso e te dar vida.
Soneto 18
        (translatedby Geraldo Carneiro)
Te comparar com um dia de verão?
Tuésmaistemperadaeadorável.
Vento balançaemmaio a flor-botão,
 eoprazo do verãonãoédurável.
 O sol àsvezesbrilha com rigor,
 ousuatezdouradaémaisescura;
 todabelezaenfimperdeoesplendor,
 poracasooudescasodanatura.
 Masteuverãonunca se apagará,
perdendo a posse dabelezatua,
 nem a morteriráporteofuscar,
se em versos imortaisteperpetuas.
     Enquantoalguém respire, eveja, e viva,
     Viva este verso etemantenha viva
Soneto 130
Seus olhos nada têm de um sol que arda
E mais rubro é o coral que sua boca:
Se a neve é branca, sua tez é parda;
São fios negros seu cabelo em touca.
Vi rosas mescladas de rubor e alvura,
Mas tais rosas não vejo em sua face.
Sei de perfumes que têm mais doçura
Que o hálito da amada se evolasse.
Amo ouvi-la falar, porém insisto
Que mais me agrada ouvir uma canção.
De deuses nunca devo o andar ter visto –
Minha amante ao andar pisa no chão.
   No entanto, pelos céus, acho-a mais rara
    Do que a mulher que em falso se compara.
Sonnet 130
My mistress’ eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips’ red;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damasked, red and white,
But no such roses see I in her cheeks,
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound.
I grant I never saw a goddess go;
My mistress when she walks treads on the ground.
    And yet, by heaven, I think my love as rare
    As any she belied with false compare.
Shakespeare e Petrarca
idealização da mulher transferida para a idealização de
   um homem;
modelo petrarquiano de beleza se aplica ao homem;
amor-devoção é de um homem para outro homem;
relação com a mulher é desidealizada e se dá no âmbito
   da paixão erótica;
a beleza feminina é uma desconstrução do modelo
   petrarquiano;
nomes dos “musos” jamais são mencionados.
Porqueoteatro se torna a principal
    manifestaçãoartísticadesseperíodo?

1567 – Construção do primeiroteatro: The Red
  Lion (algunslivrosaindaapresentamo The
   Theatre (1576) comooprimeiroteatro)
Quantos vão ao teatro?
• Entre 1567 (construção do Red Lion) e 1642
  (fechamento dos teatros pelos puritanos), estima-se

  que 50 milhões de espectadores pagantes
  tenham ido ao teatro.
• (50.000.000 / 75 = apr. 667.000 espectadores/ano;
  apr. 56.000 espectadores/mês)
• População da Inglaterra no período de Shakespeare:
  5.000.000 pessoas
A frequência aos teatros
• Os teatros precisavam atrair em média
2 mil espectadores por dia – 1 % da
população de Londres – para ter bons lucros.
• As companhias apresentavam em média 5 peças
  diferentes por semana.
• Uma nova peça era representada em geral três
  vezes em seu mês de estreia. Poucas peças
  conseguiam chegar a ter dez performances num
  ano.
“THE LIBERTIES”
E por que se vai tanto ao teatro?
• Elizabeth I – um “modo performático” de reinar
• Os temas abordados pelo teatro: a política, o poder, o
  amor, o sobrenatural, a vida como teatro – são temas
  que interessam à platéia
• O teatro é um ponto de encontro, “uma bolsa de valores”
  de ideias
• O teatro é um lugar de exercício de identidade – haja
  vista a quantidade de peças sobre a história inglesa
• O lugar marginal do teatro permitia que se falasse de
  tudo ou quase tudo, apesar da censura
• As mulheres eram membros assíduos nas platéias
• A língua inglesa em transformação – nacionalismo?
William Shakespeare
•   Nasceu em Stratford-upon-Avon em 1564
•   Filho de um fabricante de luvas
•   Sua família era possivelmente católica
•   Casou-se com Anne Hathaway, 8 anos mais velha que
    ele, aos 18 anos
•   Foi para Londres em 1587
•   Trabalhou como ator, diretor e autor de peças
    teatrais
•   Um homem comum, um burguês
•   Em 1611-12, retorna para Stratford, onde tem uma
    grande propriedade, e adquire um título de nobreza
    para sua família.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

La actualidad más candente (20)

Operações unitárias
Operações unitáriasOperações unitárias
Operações unitárias
 
Politica de estoque
Politica de estoquePolitica de estoque
Politica de estoque
 
Equipamentos utilizados no transporte de fluidos
Equipamentos utilizados no transporte de fluidos Equipamentos utilizados no transporte de fluidos
Equipamentos utilizados no transporte de fluidos
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidadeGestão da qualidade
Gestão da qualidade
 
Gestão da Cadeia de Suprimentos - E-Commerce
Gestão da Cadeia de Suprimentos - E-CommerceGestão da Cadeia de Suprimentos - E-Commerce
Gestão da Cadeia de Suprimentos - E-Commerce
 
1. dispersões
1. dispersões1. dispersões
1. dispersões
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
SONETO-CAMÕES.ppt
SONETO-CAMÕES.pptSONETO-CAMÕES.ppt
SONETO-CAMÕES.ppt
 
Fisiopatologia endócrina
Fisiopatologia endócrinaFisiopatologia endócrina
Fisiopatologia endócrina
 
Aula 2 controle da qualidade total
Aula 2  controle da qualidade totalAula 2  controle da qualidade total
Aula 2 controle da qualidade total
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidadeGestão da qualidade
Gestão da qualidade
 
Resolução comentada de exercícios de química analítica.docx
Resolução comentada de exercícios de química analítica.docxResolução comentada de exercícios de química analítica.docx
Resolução comentada de exercícios de química analítica.docx
 
Fisiologia Cardiovascular
Fisiologia CardiovascularFisiologia Cardiovascular
Fisiologia Cardiovascular
 
Eras da qualidade
Eras da qualidadeEras da qualidade
Eras da qualidade
 
Análise instrumental aula1 introducao
Análise instrumental   aula1 introducaoAnálise instrumental   aula1 introducao
Análise instrumental aula1 introducao
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Morte cerebral
Morte cerebralMorte cerebral
Morte cerebral
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Oximetria De Pulso
Oximetria De PulsoOximetria De Pulso
Oximetria De Pulso
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidadeGestão da qualidade
Gestão da qualidade
 

Destacado (20)

William Shakespeare - Poeta, Dramaturgo e Ator Inglês.
William Shakespeare - Poeta, Dramaturgo e Ator Inglês.William Shakespeare - Poeta, Dramaturgo e Ator Inglês.
William Shakespeare - Poeta, Dramaturgo e Ator Inglês.
 
Renascimento na Inglaterra
Renascimento na Inglaterra Renascimento na Inglaterra
Renascimento na Inglaterra
 
William shakespear
William shakespearWilliam shakespear
William shakespear
 
Shakespeare
ShakespeareShakespeare
Shakespeare
 
A importância do teatro de william shakespeare para o período elisabetano e p...
A importância do teatro de william shakespeare para o período elisabetano e p...A importância do teatro de william shakespeare para o período elisabetano e p...
A importância do teatro de william shakespeare para o período elisabetano e p...
 
Teatro clássico
Teatro clássicoTeatro clássico
Teatro clássico
 
Trabalho William Shakespeare 2014
Trabalho William Shakespeare 2014Trabalho William Shakespeare 2014
Trabalho William Shakespeare 2014
 
Plano de ensino
Plano de ensinoPlano de ensino
Plano de ensino
 
Charlotte Brontë
Charlotte BrontëCharlotte Brontë
Charlotte Brontë
 
Inglês
InglêsInglês
Inglês
 
Panorama Do Teatro Ocidental Elisab Oro
Panorama Do Teatro Ocidental Elisab OroPanorama Do Teatro Ocidental Elisab Oro
Panorama Do Teatro Ocidental Elisab Oro
 
A Republica de Platão.
A Republica de Platão.A Republica de Platão.
A Republica de Platão.
 
Shakespeare
ShakespeareShakespeare
Shakespeare
 
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉSWILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
 
Renascimento shakespeare e o teatro elisabetano
Renascimento shakespeare e o teatro elisabetanoRenascimento shakespeare e o teatro elisabetano
Renascimento shakespeare e o teatro elisabetano
 
Shakespeare
ShakespeareShakespeare
Shakespeare
 
A tempestade - Sheakespeare
A tempestade - SheakespeareA tempestade - Sheakespeare
A tempestade - Sheakespeare
 
Charlotte brontë
Charlotte brontëCharlotte brontë
Charlotte brontë
 
A megera domada
A megera domadaA megera domada
A megera domada
 
Emilly brontë ii
Emilly brontë iiEmilly brontë ii
Emilly brontë ii
 

Similar a Shakespeare – o Teatro da Palavra, por Fernanda Medeiros (UERJ)

Similar a Shakespeare – o Teatro da Palavra, por Fernanda Medeiros (UERJ) (20)

Soneto 18, william shakespeare
Soneto 18, william shakespeare Soneto 18, william shakespeare
Soneto 18, william shakespeare
 
5 exercicios arcadismo-literatura_portugues
5   exercicios arcadismo-literatura_portugues5   exercicios arcadismo-literatura_portugues
5 exercicios arcadismo-literatura_portugues
 
Os Lusíadas Ilha dos Amores - Canto X
Os Lusíadas   Ilha dos Amores -  Canto XOs Lusíadas   Ilha dos Amores -  Canto X
Os Lusíadas Ilha dos Amores - Canto X
 
Pedro Peixoto
Pedro PeixotoPedro Peixoto
Pedro Peixoto
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Topicos em literatura
Topicos em literaturaTopicos em literatura
Topicos em literatura
 
Shakespeare VitóRia
Shakespeare VitóRiaShakespeare VitóRia
Shakespeare VitóRia
 
Humanismo português
Humanismo portuguêsHumanismo português
Humanismo português
 
Luís vaz de camões (1524 – 1580
Luís vaz de camões (1524 – 1580Luís vaz de camões (1524 – 1580
Luís vaz de camões (1524 – 1580
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
I introdução
I   introduçãoI   introdução
I introdução
 
Os lusiadas
Os lusiadasOs lusiadas
Os lusiadas
 
RecuperaçãO Final 1 Em
RecuperaçãO Final 1 EmRecuperaçãO Final 1 Em
RecuperaçãO Final 1 Em
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
 
Literatura portuguesa
Literatura portuguesaLiteratura portuguesa
Literatura portuguesa
 
LITERATURA, apostila-253pag pré vestibular gratuita material para estudar em pdf
LITERATURA, apostila-253pag pré vestibular gratuita material para estudar em pdfLITERATURA, apostila-253pag pré vestibular gratuita material para estudar em pdf
LITERATURA, apostila-253pag pré vestibular gratuita material para estudar em pdf
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
O classicismo em portugal
O classicismo em portugalO classicismo em portugal
O classicismo em portugal
 
Gêneros literários 3º ano
Gêneros literários  3º anoGêneros literários  3º ano
Gêneros literários 3º ano
 

Más de Universidade das Quebradas

O movimento negro brasileiro no Brasil Republicano
O movimento negro brasileiro no Brasil RepublicanoO movimento negro brasileiro no Brasil Republicano
O movimento negro brasileiro no Brasil RepublicanoUniversidade das Quebradas
 
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014Universidade das Quebradas
 
Apresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasApresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasUniversidade das Quebradas
 

Más de Universidade das Quebradas (20)

Universidade quebadas
Universidade quebadasUniversidade quebadas
Universidade quebadas
 
Jandir jr
Jandir jrJandir jr
Jandir jr
 
íNdios keynote
íNdios keynoteíNdios keynote
íNdios keynote
 
O Espírito da Intimidade
O Espírito da IntimidadeO Espírito da Intimidade
O Espírito da Intimidade
 
O movimento negro brasileiro no Brasil Republicano
O movimento negro brasileiro no Brasil RepublicanoO movimento negro brasileiro no Brasil Republicano
O movimento negro brasileiro no Brasil Republicano
 
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014
Como escrever um bom parágrafo | Aula Sandra Portugal | 18/02/2014
 
Angela Carneiro: As quebradas nos transformam
Angela Carneiro: As quebradas nos transformamAngela Carneiro: As quebradas nos transformam
Angela Carneiro: As quebradas nos transformam
 
Quebradas (aula 12 de novembro 2013)
Quebradas   (aula 12 de novembro 2013)Quebradas   (aula 12 de novembro 2013)
Quebradas (aula 12 de novembro 2013)
 
Aula Território da Linguagem - 2
Aula Território da Linguagem - 2Aula Território da Linguagem - 2
Aula Território da Linguagem - 2
 
Apresentação quebradas out 2013
Apresentação quebradas out 2013Apresentação quebradas out 2013
Apresentação quebradas out 2013
 
Clá‡udio Manuel da Costa
Clá‡udio Manuel da CostaClá‡udio Manuel da Costa
Clá‡udio Manuel da Costa
 
Quebradas (aula 03 setembro 2013)
Quebradas   (aula 03 setembro 2013)Quebradas   (aula 03 setembro 2013)
Quebradas (aula 03 setembro 2013)
 
Apresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradasApresentação power point aula universidade das quebradas
Apresentação power point aula universidade das quebradas
 
Apresentação quebradas (formatura)
Apresentação quebradas   (formatura)Apresentação quebradas   (formatura)
Apresentação quebradas (formatura)
 
Negativos fotos
Negativos fotosNegativos fotos
Negativos fotos
 
Linha de cor
Linha de corLinha de cor
Linha de cor
 
Tv
TvTv
Tv
 
Quebradas (aula 21 de maio 2013)
Quebradas   (aula 21 de maio 2013)Quebradas   (aula 21 de maio 2013)
Quebradas (aula 21 de maio 2013)
 
Dissertação Mestrado – Fabiana Éramo
Dissertação Mestrado – Fabiana ÉramoDissertação Mestrado – Fabiana Éramo
Dissertação Mestrado – Fabiana Éramo
 
Quebradas (aula 07 de maio 2013)
Quebradas   (aula 07 de maio 2013)Quebradas   (aula 07 de maio 2013)
Quebradas (aula 07 de maio 2013)
 

Último

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 

Último (20)

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 

Shakespeare – o Teatro da Palavra, por Fernanda Medeiros (UERJ)

  • 1. Shakespeare – o Teatro da Palavra Fernanda Medeiros Uerj
  • 2. • A palavra-veneno de Iago; a palavra-paixão de Romeu e Julieta; a palavra-persuasão de Marco Antonio; a palavra-tempestade de Lear; a palavra-equívoco das Bruxas; a palavra-brinquedo de Feste; a palavra- malandragem de Falstaff; a palavra-flor de Ofélia; as palavras-palavras-palavras de Hamlet, e tantas outras palavras... • Trabalhando com a matéria-prima do teatro do seu tempo - a linguagem - Shakespeare, poeta e dramaturgo, forjou palavras novas para antigas histórias, reinventando-as e criando, nesse processo, inúmeras possibilidades de representação do humano.
  • 3. “To hear a play”
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7. William Shakespeare 1564 – 1616 TRANSIÇÃO do Mundo Medieval para o Mundo Moderno (Renascimento)
  • 8. Transformações em diversas áreas: A cartografia do mundoestámudada; O regime feudal ésubstituídopelamonarquiaabsolutista; A ReformaProtestantecindeomundocristão; O relativismocomeça a influenciar a filosofia (Michel de Montaigne, 1533-1592).
  • 9. William Shakespeare – 1564 – 1616 A Inglaterra dos Tudors Henrique VII (1485 – 1509) Henrique VIII (1509 – 1547) Eduardo VI (1547-1553) Maria I (1553-1558) Elizabeth I (1558-1603) A Inglaterra dos Stuarts Jaime I (1603-1625) Carlos I Carlos II Jaime II
  • 10.
  • 11.
  • 12. A Questão Religiosa em Tudors e Stuarts: Henrique VII (1485 – 1509) Henrique VIII (1509 – 1547) – REFORMA (1531) – Criação daIgrejaAnglicana Eduardo VI (1547-1553) - Protestantismo Maria I (1553-1558) - Catolicismo Elizabeth I (1558-1603) - Anglicanismo Jaime I (1603-1625) - AceitaoAnglicanismomasrepresentaumaameaça de retorno do Catolicismo
  • 13. Shakespeare e a língua inglesa • Entre 1500 e 1650, cerca de 12.000 novas palavras entraram na língua inglesa. • Shakespeare foi o primeiro a usar – ou a cunhar – 2.035 palavras. Apenas em Hamlet, encontram-se 600 palavras que eram novas até então. • 309 novas palavras com o sufixo “un” (ex.: unmask; unhand; unlock; untie; unveil).
  • 14. • Expressões de Shakespeare que se tornaram parte da língua inglesa: vanishintothinair; themilkofhumankindness, more sinnedagainstthansinning, remembranceofthingspast; coldcomfort; to thineownselfbetrue; thewish is father to thethought; saladdays; fleshandblood; foul play; pompandcircumstance; foregoneconclusion – e muitas outras. • O inglês não era uma língua de prestígio como o latim. Na BodleyanLibrary, em Oxford, em 1605, havia cerca de 6.000 livros. Desses, apenas 36 eram escritos em inglês.
  • 15. As ferramentas poético-cênicas de Shakespeare 1. O pentâmetroiâmbico 2. O verso branco 3. O verso rimado 4. A prosa Emmédia, as peçasconsistiam de 70% de verso branco, 5 % de verso rimadoe 25% de prosa. Masisso podia variarmuito.
  • 16. A obra de Shakespeare • 38 peças de teatro: 18 comédias (4 “romances”), 10 peças históricas, 10 tragédias • 154 Sonetos (publicados em vida – 1609) • Poemas narrativos
  • 17. Linguagem como caracterização de personagem: FREI LOURENÇO Antes que o olho do céu venha queimar, Pro dia, alegre, o orvalho secar, Tenho de encher a cesta com os odores Que vêm das ervas e do mel das flores. A terra-mãe de tudo é também cova: O que ela enterra o seu ventre renova; E como é vária a prole que aqui veio Vemos quando mamamos no seu seio. Há filhos com virtudes excelentes; São todos bons, mas todos diferentes. É grande e forte a graça que é encontrada Na virtude que a planta e erva é dada. Não há nada tão vil no que aqui vem Que a terra não lhe dê sequer um bem; E nem nada é tão bom que, exagerado, Não caia em perversão e traia o fado. A virtude é um vício, mal gerida; E o vício, vez por outra, salva a vida. Romeu e Julieta, II.3, trad. Barbara Heliodora
  • 18. Primeira aparição de Hamlet (I.2) trad. Millôr Fernandes KING CLAUDIUS Take thy fair hour, Laertes; time be thine, And thy best graces spend it at thy will! But now, my cousin Hamlet, and my son… HAMLET (Aside) A little more than kin, and less than kind. KING CLAUDIUS How is it that the clouds still hang on you? REI Escolhetuamelhorhora, Laertes; o tempo tepertence. E gastacomoentenderes as qualidadesque tens! E agora, caro Hamlet, meu primo emeufilho… HAMLET (à parte) Me perfilhacomo primo, poisnão primo comofilho. REI Por que essas nuvens sombrias ainda em teu semblante?
  • 19. Primeira aparição de Macbeth (I.3) MACBETH Sofoulandfair a day I havenotseen. (ecoando a fala das Bruxas em I.1: “Fair is foul, andfoul is fair”)
  • 20. Linguagemcomoveículo de transmissão de ideias HAMLET (para Rosencrantz e Guildenstern): Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em forma e movimento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento, paradigma dos animais, maravilha do mundo. Contudo, pra mim, é apenas a quintessência do pó. (Hamlet, II.2 – trad. Millôr Fernandes)
  • 21. LEAR (para Edgar): Estarias melhor na sepultura do que expondo teu corpo nu a tais extremos do céu. O homem é apenas isto? Observem-no bem. Não deve a seda ao verme, a pele ao animal, a lã à ovelha, nem seu odor ao almiscareiro. Ah! Aqui estamos nós três, tão adulterados. Tu não, tu és a própria coisa. O homem, sem os artifícios da civilização, é só um pobre animal como tu, nu e bifurcado. (Começa a despir-se.) Fora, fora com estes trapos emprestados. Desabotoa aqui. (Começa a arrancar as roupas.) (Rei Lear, III. 4 – trad. Millôr Fernandes)
  • 22. Linguagem como ferramenta de construção cênica Romeu e Julieta (1595) Fontes: Conto deMasuccioSalernitano (1476) → versão de Luigi da Porto (1525) → versão de Bandello (1554) → versãofrancesaemprosa de Pierre Boiastuau (1559) → poemanarrativo de Arthur Brooke Tragical History of Romeus and Juliet (1562).
  • 23. SONETO • Francesco Petrarca (1304 – 1374) • O que é um soneto • O soneto na Inglaterra • Shakespeare e os sonetos
  • 24. Romeu e Julieta, I.5 ROMEU: Se a minha mão profana esse sacrário, Pagarei docemente o meu pecado: Meu lábio, peregrino temerário, O expiará com um beijo delicado.
  • 25. JULIETA: Bom peregrino, a mão que acusas tanto Revela-me um respeito delicado; Juntas, a mão do fiel e a mão do santo Palma com palma se terão beijado.
  • 26. ROMEU: Os santos não têm lábios, mãos, sentidos? JULIETA: Ai, têm lábios apenas para a reza. ROMEU: Fiquem os lábios, como as mãos, unidos; Rezem também, que a fé não os despreza.
  • 27. JULIETA: Imóveis, eles ouvem os que choram. ROMEU: Santa, que eu colha o que os meus ais imploram.
  • 28. Romeu e Julieta, I.5 ROMEU: Se a minha mão profana esse sacrário, (a) Pagarei docemente o meu pecado: (b) Meu lábio, peregrino temerário, (a) O expiará com um beijo delicado. (b) JULIETA: Bom peregrino, a mão que acusas tanto(c) Revela-me um respeito delicado; (d) Juntas, a mão do fiel e a mão do santo(c) Palma com palma se terão beijado. (d) ROMEU: Os santos não têm lábios, mãos, sentidos? (e) JULIETA: Ai, têm lábios apenas para a reza. (f) ROMEU: Fiquem os lábios, como as mãos, unidos; (e) Rezem também, que a fé não os despreza. (f) JULIETA: Imóveis, eles ouvem os que choram. (g) ROMEU: Santa, que eu colha o que os meus ais imploram. (g)
  • 29. Sonnet 18 Shall I compare thee to a summer’s day? Thou art more lovely and more temperate. Rough winds do shake the darling buds of May, And summer’s lease hath all too short a date. Sometime too hot the eye of heaven shines, And often is his gold complexion dimmed; And every fair from fair sometime declines, By chance, or nature’s changing course untrimmed; But thy eternal summer shall not fade, Nor lose possession of that fair thou ow’st, Nor shall Death brag thou wand’rest in his shade, When in eternal lines to time thou grow’st. So long as men can breathe or eyes can see, So long lives this, and this gives life to thee.
  • 30. Soneto 18 (translatedby Ivo Barroso) Devo igualar-te a um dia de verão? Mais afável e belo é o teu semblante: O vento esfolha Maio inda em botão, Dura o termo estival um breve instante. Muitas vezes a luz do céu calcina, Mas o áureo tom também perde a clareza: De seu belo a beleza enfim declina, Ao léu ou pelas leis da Natureza. Só teu verão eterno não se acaba Nem a posse da tua formosura; De impor-te a sombra a Morte não se gaba Pois que esta estrofe eterna ao Tempo dura. Enquanto houver viventes nesta lida, Há-de viver meu verso e te dar vida.
  • 31. Soneto 18 (translatedby Geraldo Carneiro) Te comparar com um dia de verão? Tuésmaistemperadaeadorável. Vento balançaemmaio a flor-botão, eoprazo do verãonãoédurável. O sol àsvezesbrilha com rigor, ousuatezdouradaémaisescura; todabelezaenfimperdeoesplendor, poracasooudescasodanatura. Masteuverãonunca se apagará, perdendo a posse dabelezatua, nem a morteriráporteofuscar, se em versos imortaisteperpetuas. Enquantoalguém respire, eveja, e viva, Viva este verso etemantenha viva
  • 32. Soneto 130 Seus olhos nada têm de um sol que arda E mais rubro é o coral que sua boca: Se a neve é branca, sua tez é parda; São fios negros seu cabelo em touca. Vi rosas mescladas de rubor e alvura, Mas tais rosas não vejo em sua face. Sei de perfumes que têm mais doçura Que o hálito da amada se evolasse. Amo ouvi-la falar, porém insisto Que mais me agrada ouvir uma canção. De deuses nunca devo o andar ter visto – Minha amante ao andar pisa no chão. No entanto, pelos céus, acho-a mais rara Do que a mulher que em falso se compara.
  • 33. Sonnet 130 My mistress’ eyes are nothing like the sun; Coral is far more red than her lips’ red; If snow be white, why then her breasts are dun; If hairs be wires, black wires grow on her head. I have seen roses damasked, red and white, But no such roses see I in her cheeks, And in some perfumes is there more delight Than in the breath that from my mistress reeks. I love to hear her speak, yet well I know That music hath a far more pleasing sound. I grant I never saw a goddess go; My mistress when she walks treads on the ground. And yet, by heaven, I think my love as rare As any she belied with false compare.
  • 34. Shakespeare e Petrarca idealização da mulher transferida para a idealização de um homem; modelo petrarquiano de beleza se aplica ao homem; amor-devoção é de um homem para outro homem; relação com a mulher é desidealizada e se dá no âmbito da paixão erótica; a beleza feminina é uma desconstrução do modelo petrarquiano; nomes dos “musos” jamais são mencionados.
  • 35. Porqueoteatro se torna a principal manifestaçãoartísticadesseperíodo? 1567 – Construção do primeiroteatro: The Red Lion (algunslivrosaindaapresentamo The Theatre (1576) comooprimeiroteatro)
  • 36. Quantos vão ao teatro? • Entre 1567 (construção do Red Lion) e 1642 (fechamento dos teatros pelos puritanos), estima-se que 50 milhões de espectadores pagantes tenham ido ao teatro. • (50.000.000 / 75 = apr. 667.000 espectadores/ano; apr. 56.000 espectadores/mês) • População da Inglaterra no período de Shakespeare: 5.000.000 pessoas
  • 37. A frequência aos teatros • Os teatros precisavam atrair em média 2 mil espectadores por dia – 1 % da população de Londres – para ter bons lucros. • As companhias apresentavam em média 5 peças diferentes por semana. • Uma nova peça era representada em geral três vezes em seu mês de estreia. Poucas peças conseguiam chegar a ter dez performances num ano.
  • 39. E por que se vai tanto ao teatro? • Elizabeth I – um “modo performático” de reinar • Os temas abordados pelo teatro: a política, o poder, o amor, o sobrenatural, a vida como teatro – são temas que interessam à platéia • O teatro é um ponto de encontro, “uma bolsa de valores” de ideias • O teatro é um lugar de exercício de identidade – haja vista a quantidade de peças sobre a história inglesa • O lugar marginal do teatro permitia que se falasse de tudo ou quase tudo, apesar da censura • As mulheres eram membros assíduos nas platéias • A língua inglesa em transformação – nacionalismo?
  • 40. William Shakespeare • Nasceu em Stratford-upon-Avon em 1564 • Filho de um fabricante de luvas • Sua família era possivelmente católica • Casou-se com Anne Hathaway, 8 anos mais velha que ele, aos 18 anos • Foi para Londres em 1587 • Trabalhou como ator, diretor e autor de peças teatrais • Um homem comum, um burguês • Em 1611-12, retorna para Stratford, onde tem uma grande propriedade, e adquire um título de nobreza para sua família.