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A flor do
              deserto...



“A mim ninguém mais pode prejudicar, somente DEUS “
“Nasci no deserto da
      Somália, não sei
a idade que tenho, a única
 coisa que sei é que cada
         dia é novo.
     33 anos? 36 anos?
     o que mais me dê!,
         no deserto
       não há papeis,
      nem fazem falta.
   O deserto foi meu lar
        durante toda
     minha infância, eu
 pastoreava o rebanho de
    camelos e cabras de
         meu pai”.
O pior era estar descalça,
      o solo salpicado
         de pedras,
   não podíamos pagar
       uma sandália.

As vezes os pés sangravam!...

   Não tínhamos nada,
  nem casa, nem água,
   éramos nômades...
 mas tínhamos o rebanho
     e a nós mesmos.
Estávamos bem!
    Sempre unidos:
minha mãe, meus irmãos,
       meu Pai...

   Ele me batia, mas...
      ele mandava.
Era um homem forte, alto,
  rígido, um guerreiro.

  E devo dizer que anos
          depois
  quando estava só em
        Nova York,
   preferiria mil vezes
   um tapa de meu pai
      à essa solidão
Cheguei à Nova York
 por um milagre, quando
      tinha 13 anos
           fugi.

   Meu pai ia casar-me
    com um velho de
         70 anos,
  em troca de 5 camelos.

 Eu era especial, rebelde
       As meninas
    são educadas para
    trabalhar e serem
oferecidas em matrimônio

Isso é o que querem os pais
      para suas filhas.
A mãe se preocupa que
       sua filha seja pura,
    limpa, virgem e por isso
a minha aos cinco anos me levou
         Para a ablação.

       Por amor a mim...

          E eu, claro,
   queria ser “pura e limpa”!

    Na Somália se pratica a
     ablação mais severa:

   Extirpam-se o clitóris e os
        pequenos lábios
          da vagina.
A ferida é costurada deixando
       só uma abertura do
  diâmetro de uma cabeça de
           de fósforo.

  Para urinar e menstruar...

Uma irmã morreu de hemorragia
      e eu desde aquele
            dia...

  Soube que já nada poderia
        me Destruir.

      Só temo a Deus!
        É O ÚNICO
   QUE PODE ME CAUSAR
          DANO…
Quando comecei a falar sobre isso
 me senti muito culpada, porque
       estava criticando a
   cultura de minha família.

 Hoje me dedico a conseguir meios
            para formar
professores na Somália para educar
      as meninas e as mães...

 Eu pelo menos consegui com os
            meus.

   Vinte anos depois de escapar
  de minha casa volto à Somália.
Reencontrei-me com
   minha mãe…
     já pensa
     como eu.

  HÁ ESPERANÇA!

  Para fugir, cruzei
      o deserto.
     Uma manhã
despertei com um leão
   na minha frente,
com sua enorme juba
     e lhe disse:
Coma-me. Estou preparada…
       e ele se foi.

   Nesse dia soube que
    ALÁ me reservava
       para algo...

  foi aí que encontrei uma
    tia que estava casada
 com um diplomata somali
 designado para Londres e
  pedi que me levasse dali
         como criada.

  Nunca antes havia visto
        brancos!
Perguntam-me se mudaria
   algo em meu corpo?
 se minhas pernas estão
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    Lhes agradeço,
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  São rijas de minha
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     A única beleza
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    estarmos vivos…
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      roubado o rebanho
         e lhe operado
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          no deserto:

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     confessou-me:

     “Você é como eu”.

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        CHOREI…

(Estas palavras foram pronunciadas em Barcelona, numa entrevista realizada
                    a Víctor Amela, jornalista e escritor. )
Waris Dirie reencontrou-
se com sua família depois
      de 22 anos.

A viagem de regresso foi
    muito chocante.
Atravessando o deserto,
    quis parar para
 recolher uma senhora
que caminhava com os
 pés ensanguentados.

O chofer lhe respondeu:
“Não se preocupe, é só
    uma mulher.”
Como num conto de
         fadas.
Waris Dirie, converteu-se
        em uma
           das
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 solicitadas na época.

   Um dia enquanto
     esfregava pisos
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um fotógrafo a descobriu.

          Logo,
  sua figura desfilava
por Paris, Londres, Itália
            e
       Nova York.
Waris Dirie deixou para
 trás as passarelas, o
   cinema e a moda.

 Como Embaixadora das
     Nações Unidas,
   percorreu a África e
 conseguiu que 15 países
penalizassem a mutilação
        feminina.

   Criou a fundação
     Desert Dawn
(Amanhecer no Deserto)
 para lutar contra essa
       violência.
“No meu regresso da
  África, contei tudo.
     A jornalistas,
   em conferências,
   em programas de
    televisão, como
defensora das seis mil
meninas que, dia a dia
    são mutiladas.

Nada é pior que urinar
     e menstruar
 por uma abertura do
   tamanho de uma
       ervilha.”
“Não são vítimas.
Ajudamos a mulheres que
    querem melhorar
       sua vida e
   que lutam por ela.”

  “Não sei se existe algo
chamado valor e não sei se
        eu o tenho”
         disse esta
   'Ave Fênix de ébano',
  renascida várias vezes
      de suas cinzas.

 “Quem se vir nas minhas
 circunstâncias, terá força
para chegar ao outro lado.”
É algo que fazem
        milhões
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cada dia, e aqueles que
  queremos ajudar,
     propõe Dirie.

 “Meu modo de ajudar
    é ser como sou;
       fazer o que
      faço cada dia,
      convencendo
     às pessoas que
   é possível mudar”
Dirie escreveu vários
      livros sobre
 sua vida e percorre o
 mundo numa batalha,
     sem descanso,
   contra a ablação,
  mas assegura que,
        dia a dia,
    sua única meta
   “é alcançar a paz,
  o amor e o respeito
 que sempre buscou”,
  um dos valores que
   “exijo do mundo,
para mim e para todos”.
Sherry Hormann, diretora do
filme sobre sua vida (baseada
   em novela original) disse:

    “Fiz o filme porque sou
    mulher, mãe e um ser
            humano.
      Todos nós humanos
      compartilhamos ter
         sido crianças
e as crianças deveriam estar a
   salvo de qualquer dano”

   Dirie coloca a “valentia”
   de sua autora “acima da
  tristeza de sua infância”.
A heroína desta história real,
                                                               foi
                                                      a primeiro modelo
                                                          africana a
                                                               ter
                                                 um contrato exclusivo com a
                                                            Revlon.


Em 1997, escreveu seu primeiro livro, sua autobiografia, Flor do deserto, que foi
publicado em Nova York.
Em seu segundo livro, no ano de 2002, Amanhecer no deserto, descreveu sua viagem.
Em seu terceiro livro, 2005, Meninas do deserto, fala do dia que rompeu o silêncio, seus
contratempos e seus êxitos.
Seu quarto livro, escrito em 2007, chama-se Cartas à minha mãe.
Waris Dirie disse que “Este é meu
 livro mais intimista. Há feridas
que tardam a cicatrizar. O desejo
    de ver minha mãe de novo,
   ...esquecê-la, ...foi intenso”.

   Tive que me dar conta que
  o amor e o sofrimento estão
   muitas vezes conectados.

   Trabalhar neste livro foi
          doloroso,
mas uma experiência realmente
    necessária para mim...
Hoje se dedica a su filho ALEEKE
    de 13 anos e a seu povo.

        Dizem dela que

 -É DIFÍCIL SUSTENTAR SEU
           OLHAR:
É O OLHAR ONIPOTENTTE DE
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    TENHA UMA VIDA FELIZ!
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A flor do deserto

  • 1. A flor do deserto... “A mim ninguém mais pode prejudicar, somente DEUS “
  • 2. “Nasci no deserto da Somália, não sei a idade que tenho, a única coisa que sei é que cada dia é novo. 33 anos? 36 anos? o que mais me dê!, no deserto não há papeis, nem fazem falta. O deserto foi meu lar durante toda minha infância, eu pastoreava o rebanho de camelos e cabras de meu pai”.
  • 3. O pior era estar descalça, o solo salpicado de pedras, não podíamos pagar uma sandália. As vezes os pés sangravam!... Não tínhamos nada, nem casa, nem água, éramos nômades... mas tínhamos o rebanho e a nós mesmos.
  • 4. Estávamos bem! Sempre unidos: minha mãe, meus irmãos, meu Pai... Ele me batia, mas... ele mandava. Era um homem forte, alto, rígido, um guerreiro. E devo dizer que anos depois quando estava só em Nova York, preferiria mil vezes um tapa de meu pai à essa solidão
  • 5. Cheguei à Nova York por um milagre, quando tinha 13 anos fugi. Meu pai ia casar-me com um velho de 70 anos, em troca de 5 camelos. Eu era especial, rebelde As meninas são educadas para trabalhar e serem oferecidas em matrimônio Isso é o que querem os pais para suas filhas.
  • 6. A mãe se preocupa que sua filha seja pura, limpa, virgem e por isso a minha aos cinco anos me levou Para a ablação. Por amor a mim... E eu, claro, queria ser “pura e limpa”! Na Somália se pratica a ablação mais severa: Extirpam-se o clitóris e os pequenos lábios da vagina.
  • 7. A ferida é costurada deixando só uma abertura do diâmetro de uma cabeça de de fósforo. Para urinar e menstruar... Uma irmã morreu de hemorragia e eu desde aquele dia... Soube que já nada poderia me Destruir. Só temo a Deus! É O ÚNICO QUE PODE ME CAUSAR DANO…
  • 8. Quando comecei a falar sobre isso me senti muito culpada, porque estava criticando a cultura de minha família. Hoje me dedico a conseguir meios para formar professores na Somália para educar as meninas e as mães... Eu pelo menos consegui com os meus. Vinte anos depois de escapar de minha casa volto à Somália.
  • 9. Reencontrei-me com minha mãe… já pensa como eu. HÁ ESPERANÇA! Para fugir, cruzei o deserto. Uma manhã despertei com um leão na minha frente, com sua enorme juba e lhe disse:
  • 10. Coma-me. Estou preparada… e ele se foi. Nesse dia soube que ALÁ me reservava para algo... foi aí que encontrei uma tia que estava casada com um diplomata somali designado para Londres e pedi que me levasse dali como criada. Nunca antes havia visto brancos!
  • 11. Perguntam-me se mudaria algo em meu corpo? se minhas pernas estão arqueadas, mas não: Lhes agradeço, porque São rijas de minha mal nutrição infantil e elas me recordam quem sou. A única beleza que valorizo é a da alma. Devemos dar graças por estarmos vivos…
  • 12. Hoje nada me falta... Mas quando vejo a água que se vai pelo ralo ao tomar banho me desespero. O QUE FARIAM NO DESERTO COM CADA GOTA...! Com o tempo voltei a ver meu pai, lhe haviam roubado o rebanho e lhe operado os olhos com uma faca no deserto: Ficou cego…
  • 13. Aquele homem tão poderoso e forte, o vi agora frágil e desvalido... Mas ainda de cabeça erguida! Quando nos despedimos confessou-me: “Você é como eu”. Meu pai… estava orgulhoso de mim! CHOREI… (Estas palavras foram pronunciadas em Barcelona, numa entrevista realizada a Víctor Amela, jornalista e escritor. )
  • 14. Waris Dirie reencontrou- se com sua família depois de 22 anos. A viagem de regresso foi muito chocante. Atravessando o deserto, quis parar para recolher uma senhora que caminhava com os pés ensanguentados. O chofer lhe respondeu: “Não se preocupe, é só uma mulher.”
  • 15. Como num conto de fadas. Waris Dirie, converteu-se em uma das modelos mais solicitadas na época. Um dia enquanto esfregava pisos em uma loja, um fotógrafo a descobriu. Logo, sua figura desfilava por Paris, Londres, Itália e Nova York.
  • 16. Waris Dirie deixou para trás as passarelas, o cinema e a moda. Como Embaixadora das Nações Unidas, percorreu a África e conseguiu que 15 países penalizassem a mutilação feminina. Criou a fundação Desert Dawn (Amanhecer no Deserto) para lutar contra essa violência.
  • 17. “No meu regresso da África, contei tudo. A jornalistas, em conferências, em programas de televisão, como defensora das seis mil meninas que, dia a dia são mutiladas. Nada é pior que urinar e menstruar por uma abertura do tamanho de uma ervilha.”
  • 18. “Não são vítimas. Ajudamos a mulheres que querem melhorar sua vida e que lutam por ela.” “Não sei se existe algo chamado valor e não sei se eu o tenho” disse esta 'Ave Fênix de ébano', renascida várias vezes de suas cinzas. “Quem se vir nas minhas circunstâncias, terá força para chegar ao outro lado.”
  • 19. É algo que fazem milhões de seres humanos cada dia, e aqueles que queremos ajudar, propõe Dirie. “Meu modo de ajudar é ser como sou; fazer o que faço cada dia, convencendo às pessoas que é possível mudar”
  • 20. Dirie escreveu vários livros sobre sua vida e percorre o mundo numa batalha, sem descanso, contra a ablação, mas assegura que, dia a dia, sua única meta “é alcançar a paz, o amor e o respeito que sempre buscou”, um dos valores que “exijo do mundo, para mim e para todos”.
  • 21. Sherry Hormann, diretora do filme sobre sua vida (baseada em novela original) disse: “Fiz o filme porque sou mulher, mãe e um ser humano. Todos nós humanos compartilhamos ter sido crianças e as crianças deveriam estar a salvo de qualquer dano” Dirie coloca a “valentia” de sua autora “acima da tristeza de sua infância”.
  • 22. A heroína desta história real, foi a primeiro modelo africana a ter um contrato exclusivo com a Revlon. Em 1997, escreveu seu primeiro livro, sua autobiografia, Flor do deserto, que foi publicado em Nova York. Em seu segundo livro, no ano de 2002, Amanhecer no deserto, descreveu sua viagem. Em seu terceiro livro, 2005, Meninas do deserto, fala do dia que rompeu o silêncio, seus contratempos e seus êxitos. Seu quarto livro, escrito em 2007, chama-se Cartas à minha mãe.
  • 23. Waris Dirie disse que “Este é meu livro mais intimista. Há feridas que tardam a cicatrizar. O desejo de ver minha mãe de novo, ...esquecê-la, ...foi intenso”. Tive que me dar conta que o amor e o sofrimento estão muitas vezes conectados. Trabalhar neste livro foi doloroso, mas uma experiência realmente necessária para mim...
  • 24. Hoje se dedica a su filho ALEEKE de 13 anos e a seu povo. Dizem dela que -É DIFÍCIL SUSTENTAR SEU OLHAR: É O OLHAR ONIPOTENTTE DE UM LEÃO. TENHA UMA VIDA FELIZ! ETERNAMENTE VANDO