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O presente relatório faz um RX minucioso da situação atual do Matadouro Público
Municipal, no que se refere às condições higiênico-sanitárias, diagnosticada pela Vigilância
Sanitária Municipal.

       A visita da Vigilância Sanitária Araripina ao Matadouro Público Municipal aconteceu
aos vinte e uma dias do mês de dezembro de 2010, e foi documentado também em fotos.
       Destacamos logo abaixo alguns pontos críticos encontrados no estabelecimento em
que se misturam uma série de fatores insalubres ao ser humano e ao animal que é abatido no
local.

        O abastecimento de água pelo que pudemos constatar não existe em sua forma potável
suficiente, para atender as necessidades das dependências em que principalmente necessitam
para manter o ambiente limpo e para fazer pelos menos o básico de higienização;

       O piso já sofreu corrosão e não escoam por completo as águas residuárias, concentrado
em alguns pontos restos de fezes e vísceras de animais, não permitindo uma fácil lavagem e
desinfecção, contaminando o ambiente e criando fatores de riscos para a saúde do trabalhador
do estabelecimento;

        As paredes que deveriam ser de material impermeável para facilitar a desinfecção
evitando o acúmulo de sujeiras, também estão corroídas e com fissuras, sujas de respingos de
sangue animal por quase toda parte da estrutura interna, ficando visível o estado caótico e de
fácil proliferação de doenças, criando um quadro de distanciamento para as condições de
higiene que vigora na legislação vigente;

        Conforme a legislação específica para o setor, as dependências sanitárias e os
vestiários não são adequados e as estas instalações praticamente, se misturam ao emaranhado
de problemas ali acumulados;

       Os currais e pocilgas que deviam apresentar caimento com declive de pelo menos dois
centímetros (2 cm) no sentido dos ralos, providos de bebedouros e pontos de água, com
pressão suficiente para facilitar a higienização dessas instalações, também não se adéquam as
normas exigidas e vigentes;

       Não existe seção para separação de miúdos, todas as vísceras, fezes e outros, fazem
parte de um conjunto do mesmo amontoado;

        Todos os recipientes presenciados pela nossa equipe estão fora das condições de uso,
seja para manejo, seja para utilização na separação de qualquer alimento;
Ainda existe no estabelecimento a presença de tronco e mesa de madeira em estado e
condições que favorecem a proliferação de bactérias nocivas ao homem;

       A cisterna que armazena água provavelmente para o consumo humano, foge das regras
da potabilidade e tem aspecto que também favorece vários fatores de risco para a saúde
humana;

        Os funcionários do estabelecimento segundo informações do responsável são
autônomos e fazem o serviço sem interferência do poder público. Não fazem uso de
equipamentos de proteção individual (EPI) e nem realizam exames periódicos para constatar a
existência de doenças de pele (dermatoses) e outras doenças infecto-contagiosas ou
repugnantes que podem afastá-lo da atividade ali exercida. Eles que deveriam ser portadores
de carteira de saúde fornecida por autoridade oficial e renovadas, anualmente, declarando que
os mesmos estão aptos a manipular produtos destinados à alimentação humana.

       As dependências são desprovidas de pias de água corrente, sabão líquido e toalhas
descartáveis. Os acessos também são desprovidos de lavadouros de botas e luvas que fazem
parte do EPI das pessoas que lidam com as atividades relacionadas naquele estabelecimento;

       As redes de esgotos em todas as dependências que deviam evitar o refluxo de odores e
a entrada de roedores e outros animais, não suportam as águas residuárias e os corpos
flutuantes, ficando todos ao ar livre e interferindo diretamente na situação contaminante do
ambiente;

       Não existe um depósito para guarda de recipientes e produtos de limpeza e outros
materiais utilizados no matadouro;

       Não existe norma e nem respeito aos operários para educar e mantê-lo a par das
condições necessárias durante a manipulação de todas as atividades exercidas no
estabelecimento;

       Não existe o equipamento necessário como: carrinhos, tanques, caixas, bandeja, mesas
de modo a evitar qualquer confusão entre os produtos comestíveis os descartados para a
alimentação de animais, usando-se as denominações “comestíveis”, “não cosmetíveis” e
“condenados”;

       Na situação em que se encontra o Matadouro Público de Araripina, não está livre de
moscas, mosquitos, baratas, ratos e quaisquer outros insetos, além de gatos, cães (que eram
presenças constante durante a nossa inspeção) e outros animais.


       Fizemos um resumo da situação em que podemos sublinhar vários fatores de risco
para a saúde humana proliferada em um ambiente propício á contaminação tanto dos que ali
labutam de forma subumana, como da população que vive nas cercanias.
Preferencialmente o matadouro público que segundo a legislação em vigor devia estar
em um centro de terreno, devidamente cercado, afastado dos limites das vias públicas e dispor
de toda uma estrutura, seja para dar uma melhor qualidade de trabalho aos operários que ali
exercem suas atividades, seja para o animal que será abatido e chegará ao ponto de revenda
saudável, transportado também em veículos limpos e com trabalhadores transportadores
adequados as exigências higiênico-sanitárias, está inoperante. Mas tomemos o cuidado de não
tomarmos decisão precipitada e criar um problema bem maior. Com o fechamento e a
interdição imediata do estabelecimento, no caso em pauta, o Matadouro Público Municipal,
pode ocorrer um aumento significativo dos abatedouros clandestinos. Nesse caso o
problema passa a se espalhar por vários pontos do município e cria um ambiente prospero
para a proliferação de doenças e sujeira.

        O Departamento de Vigilância Sanitária de Araripina está à disposição para quaisquer
outros esclarecimentos, no sentido de melhorar a qualidade de assistência ao trabalhador
dentro da legislação em que atua, no sentido de proteger o consumidor investigando e
fiscalizando os produtos que por ele será consumido e no sentido de direcionar nos
procedimentos que por ventura venha a concretizar o sonho de todos na realização de uma
nova obra e um novo prédio que irá com certeza acomodar as novas dependências de um
Novo Matadouro Público, que é o que na realidade já comporta o nosso município.

       (Segue anexo – fotos)




Araripina, 22 de dezembro de 2010.




                                    Everaldo Paixão e Silva
                                       Agente Sanitário




                               Departamento de Vigilância em Saúde
                                Rua Manoel Ferreira Sampaio – S/N
                                         Tel: (87) 3873 4002
                                E-mail – vigilancia.ara@hotmail.com
Relatório da Vigilância Sanitária sobre as condições do Matadouro Municipal

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Lei Nº 2 548, CóDigo SanitáRio Araripina
 

Relatório da Vigilância Sanitária sobre as condições do Matadouro Municipal

  • 1. O presente relatório faz um RX minucioso da situação atual do Matadouro Público Municipal, no que se refere às condições higiênico-sanitárias, diagnosticada pela Vigilância Sanitária Municipal. A visita da Vigilância Sanitária Araripina ao Matadouro Público Municipal aconteceu aos vinte e uma dias do mês de dezembro de 2010, e foi documentado também em fotos. Destacamos logo abaixo alguns pontos críticos encontrados no estabelecimento em que se misturam uma série de fatores insalubres ao ser humano e ao animal que é abatido no local. O abastecimento de água pelo que pudemos constatar não existe em sua forma potável suficiente, para atender as necessidades das dependências em que principalmente necessitam para manter o ambiente limpo e para fazer pelos menos o básico de higienização; O piso já sofreu corrosão e não escoam por completo as águas residuárias, concentrado em alguns pontos restos de fezes e vísceras de animais, não permitindo uma fácil lavagem e desinfecção, contaminando o ambiente e criando fatores de riscos para a saúde do trabalhador do estabelecimento; As paredes que deveriam ser de material impermeável para facilitar a desinfecção evitando o acúmulo de sujeiras, também estão corroídas e com fissuras, sujas de respingos de sangue animal por quase toda parte da estrutura interna, ficando visível o estado caótico e de fácil proliferação de doenças, criando um quadro de distanciamento para as condições de higiene que vigora na legislação vigente; Conforme a legislação específica para o setor, as dependências sanitárias e os vestiários não são adequados e as estas instalações praticamente, se misturam ao emaranhado de problemas ali acumulados; Os currais e pocilgas que deviam apresentar caimento com declive de pelo menos dois centímetros (2 cm) no sentido dos ralos, providos de bebedouros e pontos de água, com pressão suficiente para facilitar a higienização dessas instalações, também não se adéquam as normas exigidas e vigentes; Não existe seção para separação de miúdos, todas as vísceras, fezes e outros, fazem parte de um conjunto do mesmo amontoado; Todos os recipientes presenciados pela nossa equipe estão fora das condições de uso, seja para manejo, seja para utilização na separação de qualquer alimento;
  • 2. Ainda existe no estabelecimento a presença de tronco e mesa de madeira em estado e condições que favorecem a proliferação de bactérias nocivas ao homem; A cisterna que armazena água provavelmente para o consumo humano, foge das regras da potabilidade e tem aspecto que também favorece vários fatores de risco para a saúde humana; Os funcionários do estabelecimento segundo informações do responsável são autônomos e fazem o serviço sem interferência do poder público. Não fazem uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e nem realizam exames periódicos para constatar a existência de doenças de pele (dermatoses) e outras doenças infecto-contagiosas ou repugnantes que podem afastá-lo da atividade ali exercida. Eles que deveriam ser portadores de carteira de saúde fornecida por autoridade oficial e renovadas, anualmente, declarando que os mesmos estão aptos a manipular produtos destinados à alimentação humana. As dependências são desprovidas de pias de água corrente, sabão líquido e toalhas descartáveis. Os acessos também são desprovidos de lavadouros de botas e luvas que fazem parte do EPI das pessoas que lidam com as atividades relacionadas naquele estabelecimento; As redes de esgotos em todas as dependências que deviam evitar o refluxo de odores e a entrada de roedores e outros animais, não suportam as águas residuárias e os corpos flutuantes, ficando todos ao ar livre e interferindo diretamente na situação contaminante do ambiente; Não existe um depósito para guarda de recipientes e produtos de limpeza e outros materiais utilizados no matadouro; Não existe norma e nem respeito aos operários para educar e mantê-lo a par das condições necessárias durante a manipulação de todas as atividades exercidas no estabelecimento; Não existe o equipamento necessário como: carrinhos, tanques, caixas, bandeja, mesas de modo a evitar qualquer confusão entre os produtos comestíveis os descartados para a alimentação de animais, usando-se as denominações “comestíveis”, “não cosmetíveis” e “condenados”; Na situação em que se encontra o Matadouro Público de Araripina, não está livre de moscas, mosquitos, baratas, ratos e quaisquer outros insetos, além de gatos, cães (que eram presenças constante durante a nossa inspeção) e outros animais. Fizemos um resumo da situação em que podemos sublinhar vários fatores de risco para a saúde humana proliferada em um ambiente propício á contaminação tanto dos que ali labutam de forma subumana, como da população que vive nas cercanias.
  • 3. Preferencialmente o matadouro público que segundo a legislação em vigor devia estar em um centro de terreno, devidamente cercado, afastado dos limites das vias públicas e dispor de toda uma estrutura, seja para dar uma melhor qualidade de trabalho aos operários que ali exercem suas atividades, seja para o animal que será abatido e chegará ao ponto de revenda saudável, transportado também em veículos limpos e com trabalhadores transportadores adequados as exigências higiênico-sanitárias, está inoperante. Mas tomemos o cuidado de não tomarmos decisão precipitada e criar um problema bem maior. Com o fechamento e a interdição imediata do estabelecimento, no caso em pauta, o Matadouro Público Municipal, pode ocorrer um aumento significativo dos abatedouros clandestinos. Nesse caso o problema passa a se espalhar por vários pontos do município e cria um ambiente prospero para a proliferação de doenças e sujeira. O Departamento de Vigilância Sanitária de Araripina está à disposição para quaisquer outros esclarecimentos, no sentido de melhorar a qualidade de assistência ao trabalhador dentro da legislação em que atua, no sentido de proteger o consumidor investigando e fiscalizando os produtos que por ele será consumido e no sentido de direcionar nos procedimentos que por ventura venha a concretizar o sonho de todos na realização de uma nova obra e um novo prédio que irá com certeza acomodar as novas dependências de um Novo Matadouro Público, que é o que na realidade já comporta o nosso município. (Segue anexo – fotos) Araripina, 22 de dezembro de 2010. Everaldo Paixão e Silva Agente Sanitário Departamento de Vigilância em Saúde Rua Manoel Ferreira Sampaio – S/N Tel: (87) 3873 4002 E-mail – vigilancia.ara@hotmail.com