SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 44
Poemas  Completos  de Alberto Caeiro Heterônimo de  Fernando Pessoa
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
As Pessoas de Pessoa - Heteronímia Heterônimo ≠ Pseudônimo Multiplicidade de visões de mundo (modernidade) Alberto Caeiro – o homem do campo  O Guardador de Rebanhos O Pastor Amoroso Poemas Inconjuntos Álvaro de Campos -  o engenheiro – Moderno/Revolucionário Poesias Cancioneiro Poemas Franceses Poemas Ingleses Traduções Textos em Prosa Lírico Ricardo Reis – o médico - Clássico Odes  Heterônimos Ficções de Interlúdio Inter-ludus Fernando Pessoa – Literato Mensagem Épico Ortônimo  
[object Object],pólo da + objetividade - sensação pólo da  +  subjetividade  - pensar ALBERTO CAEIRO presente/simplicidade/cultura elementar/campo . RICARDO REIS passado/classicizante/cultura humanística/formal ÁLVARO DE CAMPOS presente/cidade//conflitos modernos, crises
[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
“ Os Amantes”, Magritte
Ideal Poético O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê, Nem ver quando se pensa. Sensasionismo: FP (1915)  ...nada existe, não existe a realidade, mas apenas sensações. As idéias são sensações, mas de coisas não colocadas no espaço e, por vezes, nem mesmo no tempo. A lógica, o lugar das idéias, é outra espécie de espaço.” Sensacionismo Paganismo absoluto Estilo A poesia descreve o real e o exterior ao homem sensação Tema
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[223] Quem me dera que eu fosse o pó da estrada E que os pés dos pobres me estivessem pisando... Quem me dera que eu fosse os rios que correm E que as lavadeiras estivessem à minha beira... Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio E tivesse só o céu por cima e a água por baixo... Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro E que ele me batesse e me estimasse... Antes isso que ser o que atravesse a vida Olhando para trás de si e tendo pena...
Outras Obras
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],.
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
  ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Caeiro por exercícios
“ Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa?” “Que é vento, e que passa, E que já passou antes, E que passará depois. E a ti o que te diz?” “Muita cousa mais do que isso. Fala-me de muitas outras cousas. De memórias e de saudades E de cousas que nunca foram.” “Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira, E a mentira está em ti.”
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
ENEM 2004 Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura...   (Alberto Caeiro) A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma idéia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente a) pelo alcance de cada cultura. b) pela capacidade visual do observador. c) pelo senso de humor de cada um. d) pela idade do observador. e) pela altura do ponto de observação.
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
(A traição das Imagens, 1928-1929) Fuvest - adaptado
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
(Fuvest-2006) Noite de S.João para além do muro do meu quintal. Do lado de cá, eu sem noite de S.João Porque há S.João onde o festejam. Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite, Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos. E um grito casual de quem não sabe que eu existo.
Considerando-se este poema no contexto das tendências dominantes da poesia de Caeiro, pode-se afirmar que, neste texto, o afastamento da festa de São João é vivido pelo eu-lírico como a) Oportunidade de manifestar seu desapreço pelas festividades que mesclam indevidamente o sagrado e o profano. b) Ânsia de integração em uma sociedade que o rejeita por causa de sua excentricidade e estranheza. c) Uma ocasião de criticar a persistência de costumes tradicionais, remanescentes no Portugal do Modernismo d) Frustração, uma vez que não experimenta as emoções profundas nem as reflexões filosóficas que tanto aprecia. e) Reconhecimento de que só tem realidade efetiva o que corresponde à experiência dos próprios sentidos. (alternativa E)
Drummond e Caeiro O canto não é a natureza Nem os homens em sociedade. Para ele, chuva e noite fadiga e esperança nada significam. A poesia (não tires a poesia das coisas) Elide sujeito e objeto  (“A procura da poesia”) Vomitar esse tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema Resolvido, sequer colocado. (...) Uma flor nasceu na rua! (...) É feia. Mas é realmente uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. (“A flor e a náusea”)
Caeiro revisitado: XLVI Deste modo ou daquele modo,  Conforme calha ou não calha,  Podendo às vezes dizer que o que penso, E outras vezes dizendo-o mal e com misturas, Vou escrevendo os meus versos sem querer, Como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos, Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse  Como dar-me o sol de fora. Procuro dizer o que sinto Sem pensar em que o sinto. Procuro encostar as palavras à idéia E não precisar dum corredor Do pensamento para as palavras Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir. O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.  
Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, Mas um animal humano que a Natureza produziu. E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um  [homem, Mas como quem sente a Natureza, e mais nada. Escrevo, ora bem, ora mal, Ora acertando com o que quero dizer, ora errando, Caindo aqui, levantando-me acolá, Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso. Ainda assim, sou alguém. Sou o Descobrir da Natureza. Sou o Argonauta das sensações verdadeiras. Trago ao Universo um novo Universo Porque trago ao Universo ele-próprio.
  Isto sinto e isto escrevo Perfeitamente sabedor e sem que não veja Que são cinco horas do amanhecer E que o sol, que ainda não mostrou a cabeça Por cima do muro do horizonte, Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos Agarrando o cimo do muro Do horizonte cheio de montes baixo in “O Guardador de Rebanhos”  
Caeiro e Bandeira  -  Visão oposta e modificada da natureza   O Cacto Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária: Laocoonte constrangido pelas serpentes, Ugolino e os filhos esfaimados. Evocava também o seco Nordeste, carnaubais, caatingas... Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.   Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. O cacto tombou atravessado na rua, Quebrou os beirais do casario fronteiro, Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças, Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia:   –  Era belo, áspero, intratável.
Laocoonte

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
AMLDRP
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Margarida Rodrigues
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
guest155834
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
Ana Tapadas
 

La actualidad más candente (20)

"Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade""Não sei se é sonhe, se realidade"
"Não sei se é sonhe, se realidade"
 
Síntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoaSíntese fernando pessoa
Síntese fernando pessoa
 
Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
 
A fragmentação do eu
A fragmentação do euA fragmentação do eu
A fragmentação do eu
 
"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - Mensagem"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - Mensagem
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
A debil cesario verde
A debil cesario verdeA debil cesario verde
A debil cesario verde
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
Análise do poema: "O que há em mim é sobretudo cansaço" - Álvaro de Campos
Análise do poema: "O que há em mim é sobretudo cansaço" - Álvaro de CamposAnálise do poema: "O que há em mim é sobretudo cansaço" - Álvaro de Campos
Análise do poema: "O que há em mim é sobretudo cansaço" - Álvaro de Campos
 
Pessoa ortónimo e heterónimos
Pessoa   ortónimo e heterónimosPessoa   ortónimo e heterónimos
Pessoa ortónimo e heterónimos
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 
Análise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando PessoaAnálise de poemas de Fernando Pessoa
Análise de poemas de Fernando Pessoa
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
 
Ceifeira
CeifeiraCeifeira
Ceifeira
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
 

Destacado (11)

Alberto Caeiro
Alberto CaeiroAlberto Caeiro
Alberto Caeiro
 
Ricardo Reis
Ricardo ReisRicardo Reis
Ricardo Reis
 
"Segue o teu destino" - Ricardo Reis
"Segue o teu destino" - Ricardo Reis"Segue o teu destino" - Ricardo Reis
"Segue o teu destino" - Ricardo Reis
 
Ricardo Reis em Fernando
Ricardo Reis em FernandoRicardo Reis em Fernando
Ricardo Reis em Fernando
 
Poesia
PoesiaPoesia
Poesia
 
Análise do poema viajar Perder Países
Análise do poema viajar Perder PaísesAnálise do poema viajar Perder Países
Análise do poema viajar Perder Países
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
Poemas de Alberto Caeiro
Poemas de Alberto CaeiroPoemas de Alberto Caeiro
Poemas de Alberto Caeiro
 
Fernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimosFernando Pessoa e seus heterónimos
Fernando Pessoa e seus heterónimos
 
Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Ricardo reis
Ricardo reisRicardo reis
Ricardo reis
 

Similar a Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa

Alberto%20 caeirosíntese
Alberto%20 caeirosínteseAlberto%20 caeirosíntese
Alberto%20 caeirosíntese
menaneto1
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
Luci Cruz
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
guesta742e2e
 
Poesia e heteronímia em fernando pessoa
Poesia e heteronímia em fernando pessoaPoesia e heteronímia em fernando pessoa
Poesia e heteronímia em fernando pessoa
ma.no.el.ne.ves
 
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta EnigmaFernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fabio Lemes
 
Historia social do classicismo
Historia social do classicismoHistoria social do classicismo
Historia social do classicismo
Angela Santos
 

Similar a Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa (20)

Trabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiro
Trabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiroTrabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiro
Trabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiro
 
trabalho: Alberto caeiro poema trigésimo nono
trabalho: Alberto caeiro poema trigésimo nonotrabalho: Alberto caeiro poema trigésimo nono
trabalho: Alberto caeiro poema trigésimo nono
 
Alberto%20 caeirosíntese
Alberto%20 caeirosínteseAlberto%20 caeirosíntese
Alberto%20 caeirosíntese
 
Alberto caeiro
Alberto caeiroAlberto caeiro
Alberto caeiro
 
Alberto caeiro
Alberto caeiroAlberto caeiro
Alberto caeiro
 
Fernando_Pessoa.pdf
Fernando_Pessoa.pdfFernando_Pessoa.pdf
Fernando_Pessoa.pdf
 
Fernando Pessoa - Alberto Caeiro.pptx
Fernando Pessoa - Alberto Caeiro.pptxFernando Pessoa - Alberto Caeiro.pptx
Fernando Pessoa - Alberto Caeiro.pptx
 
Fernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e HeterónimosFernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e Heterónimos
 
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 Poesia Heterônima de Alberto Caiero Poesia Heterônima de Alberto Caiero
Poesia Heterônima de Alberto Caiero
 
fernando pessoa
 fernando pessoa fernando pessoa
fernando pessoa
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
 
Diapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesiaDiapositivos dia da poesia
Diapositivos dia da poesia
 
Simbolismo e Baudelaire
Simbolismo e BaudelaireSimbolismo e Baudelaire
Simbolismo e Baudelaire
 
Aula cursinho
Aula cursinhoAula cursinho
Aula cursinho
 
Poesia e heteronímia em fernando pessoa
Poesia e heteronímia em fernando pessoaPoesia e heteronímia em fernando pessoa
Poesia e heteronímia em fernando pessoa
 
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta EnigmaFernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
 
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptxModernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
 
Historia social do classicismo
Historia social do classicismoHistoria social do classicismo
Historia social do classicismo
 

Más de vestibular (7)

Sagarana - Guimarães Rosa
Sagarana - Guimarães RosaSagarana - Guimarães Rosa
Sagarana - Guimarães Rosa
 
O Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
O Auto da Barca do Inferno - Gil VicenteO Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
O Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
 
Iracema - José de Alencar
Iracema - José de AlencarIracema - José de Alencar
Iracema - José de Alencar
 
Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida
Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de AlmeidaMemórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida
Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida
 
Dom Casmurro - Machado de Assis
Dom Casmurro - Machado de AssisDom Casmurro - Machado de Assis
Dom Casmurro - Machado de Assis
 
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de AndradeA Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
 
A Cidade e as Serras - Eça de Queirós
A Cidade e as Serras - Eça de QueirósA Cidade e as Serras - Eça de Queirós
A Cidade e as Serras - Eça de Queirós
 

Último

19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 

Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa

  • 1. Poemas Completos de Alberto Caeiro Heterônimo de Fernando Pessoa
  • 2.
  • 3.
  • 4. As Pessoas de Pessoa - Heteronímia Heterônimo ≠ Pseudônimo Multiplicidade de visões de mundo (modernidade) Alberto Caeiro – o homem do campo O Guardador de Rebanhos O Pastor Amoroso Poemas Inconjuntos Álvaro de Campos - o engenheiro – Moderno/Revolucionário Poesias Cancioneiro Poemas Franceses Poemas Ingleses Traduções Textos em Prosa Lírico Ricardo Reis – o médico - Clássico Odes Heterônimos Ficções de Interlúdio Inter-ludus Fernando Pessoa – Literato Mensagem Épico Ortônimo  
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 9. Ideal Poético O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê, Nem ver quando se pensa. Sensasionismo: FP (1915) ...nada existe, não existe a realidade, mas apenas sensações. As idéias são sensações, mas de coisas não colocadas no espaço e, por vezes, nem mesmo no tempo. A lógica, o lugar das idéias, é outra espécie de espaço.” Sensacionismo Paganismo absoluto Estilo A poesia descreve o real e o exterior ao homem sensação Tema
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19. [223] Quem me dera que eu fosse o pó da estrada E que os pés dos pobres me estivessem pisando... Quem me dera que eu fosse os rios que correm E que as lavadeiras estivessem à minha beira... Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio E tivesse só o céu por cima e a água por baixo... Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro E que ele me batesse e me estimasse... Antes isso que ser o que atravesse a vida Olhando para trás de si e tendo pena...
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26. “ Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa?” “Que é vento, e que passa, E que já passou antes, E que passará depois. E a ti o que te diz?” “Muita cousa mais do que isso. Fala-me de muitas outras cousas. De memórias e de saudades E de cousas que nunca foram.” “Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira, E a mentira está em ti.”
  • 27.
  • 28. ENEM 2004 Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma idéia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente a) pelo alcance de cada cultura. b) pela capacidade visual do observador. c) pelo senso de humor de cada um. d) pela idade do observador. e) pela altura do ponto de observação.
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34. (A traição das Imagens, 1928-1929) Fuvest - adaptado
  • 35.
  • 36.
  • 37. (Fuvest-2006) Noite de S.João para além do muro do meu quintal. Do lado de cá, eu sem noite de S.João Porque há S.João onde o festejam. Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite, Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos. E um grito casual de quem não sabe que eu existo.
  • 38. Considerando-se este poema no contexto das tendências dominantes da poesia de Caeiro, pode-se afirmar que, neste texto, o afastamento da festa de São João é vivido pelo eu-lírico como a) Oportunidade de manifestar seu desapreço pelas festividades que mesclam indevidamente o sagrado e o profano. b) Ânsia de integração em uma sociedade que o rejeita por causa de sua excentricidade e estranheza. c) Uma ocasião de criticar a persistência de costumes tradicionais, remanescentes no Portugal do Modernismo d) Frustração, uma vez que não experimenta as emoções profundas nem as reflexões filosóficas que tanto aprecia. e) Reconhecimento de que só tem realidade efetiva o que corresponde à experiência dos próprios sentidos. (alternativa E)
  • 39. Drummond e Caeiro O canto não é a natureza Nem os homens em sociedade. Para ele, chuva e noite fadiga e esperança nada significam. A poesia (não tires a poesia das coisas) Elide sujeito e objeto (“A procura da poesia”) Vomitar esse tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema Resolvido, sequer colocado. (...) Uma flor nasceu na rua! (...) É feia. Mas é realmente uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. (“A flor e a náusea”)
  • 40. Caeiro revisitado: XLVI Deste modo ou daquele modo, Conforme calha ou não calha, Podendo às vezes dizer que o que penso, E outras vezes dizendo-o mal e com misturas, Vou escrevendo os meus versos sem querer, Como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos, Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse Como dar-me o sol de fora. Procuro dizer o que sinto Sem pensar em que o sinto. Procuro encostar as palavras à idéia E não precisar dum corredor Do pensamento para as palavras Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir. O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.  
  • 41. Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, Mas um animal humano que a Natureza produziu. E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um [homem, Mas como quem sente a Natureza, e mais nada. Escrevo, ora bem, ora mal, Ora acertando com o que quero dizer, ora errando, Caindo aqui, levantando-me acolá, Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso. Ainda assim, sou alguém. Sou o Descobrir da Natureza. Sou o Argonauta das sensações verdadeiras. Trago ao Universo um novo Universo Porque trago ao Universo ele-próprio.
  • 42.   Isto sinto e isto escrevo Perfeitamente sabedor e sem que não veja Que são cinco horas do amanhecer E que o sol, que ainda não mostrou a cabeça Por cima do muro do horizonte, Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos Agarrando o cimo do muro Do horizonte cheio de montes baixo in “O Guardador de Rebanhos”  
  • 43. Caeiro e Bandeira - Visão oposta e modificada da natureza   O Cacto Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária: Laocoonte constrangido pelas serpentes, Ugolino e os filhos esfaimados. Evocava também o seco Nordeste, carnaubais, caatingas... Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.   Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. O cacto tombou atravessado na rua, Quebrou os beirais do casario fronteiro, Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças, Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia:   – Era belo, áspero, intratável.