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1 
HISTÓRIA 
DA 
ARTE 
1
2 
BIBLIOGRAFIA : HOME PAGE : 
http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html 
INDICE 
INTRODUÇÃO 
PRÉ HISTÓRIA 
PALEOLÍTICO INFERIOR 
PALEOLÍTICO SUPERIOR 
CONTEMPORÂNEA 
5.01 NEOCLÁSSICO 
5.02 ROMANTICA 
5.03 REALISTA 
5.04 IMPRESSIONISMO 
5.05 EXPRESSIONISMO 
5.06 CUBISMO 
5.07 ABSTRACIONISMO 
2
3 
NEOLÍTICO 
IDADE DOS METAIS 
ARTE ANTIGA 
2.01 EGÍPCIA 
2.02 GREGA 
2.03 ROMANA 
2.04 PALEOCRISTÃ 
2.05 BIZANTINA 
2.06 ISLÂMICA 
IDADE MÉDIA 
3.01 ROMÂNICA 
3.02 GÓTICA 
IDADE MODERNA 
4.01 RENASCIMENTO 
4.02 MANEIRISMO 
4.03 BARROCO 
4.04 ROCOCÓ 
5.08 FAUVISMO 
5.09 CONSTRUTIVISMO 
5.10 SURREALISMO 
5.11 DADAÍSMO 
5.12 OP ART 
5.13 POP ART 
5.14 INSTALAÇÃO 
5.15 INTERFERÊNCIA 
5.16 COBRA 
5.17 FUTURISMO 
5.18 ART NAIF 
5.19 PINTURA METAFÍSICA 
ARTE BRASILEIRA 
6.01 PRÉ HISTPORIA 
6.02 ARTE INDÍGENA 
6.03 COLONIAL 
6.04 HOLANDESA 
6.05 BARROCO 
6.06 MISSÃO FRANCESA 
6.07 ARTE ACADÊMICA 
6.08 MODERNISMO BRASILEIRO 
6.09 EXPRESSIONISMO 
6.10 ARTE NAIF 
INTRODUÇÃO 
O que é arte? 
Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, 
revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus 
sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos 
utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos 
conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, 
a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura 
etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: 
visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje, alguns tipos 
de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista 
precisa da arte e da técnica para comunicar-se. 
Quem faz arte? 
O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades 
práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de 
cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou 
possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de 
3
4 
vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas 
crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e 
aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar 
objetos e cenas. 
Por que o mundo necessita de arte? 
Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos 
de função da arte que pode ser: 
● feita para decorar o mundo 
● para espelhar o nosso mundo (naturalista) 
● para ajudar no dia-a-dia (utilitária) 
● para explicar e descrever a história 
● para ser usada na cura de doenças 
● para ajudar a explorar o mundo. 
Como entendemos a arte? 
O que vemos quando admiramos uma arte depende: 
● da nossa experiência e conhecimentos 
● da nossa disposição no momento 
● da imaginação e 
● daquilo que o artista pretendeu mostrar. 
PROCESSO DE DIÁLOGO COM O TRABALHO DO ARTISTA 
O ARTISTA 
Pode ter uma 
mensagem e toma 
decisões 
O 
TRABALH 
O 
(obra de 
arte) 
VOCÊ, O APRECIADOR 
Exige esforço, dedicação e 
diálogo com o trabalho, então 
pergunte-se: 
Qual é o tema? 
Quais são os materiais 
utilizados? 
A obra tem título? 
Quando e onde foi feita? 
Qual o seu tamanho? 
Quais são as suas cores? 
Como são as suas formas? 
Você gosta? 
Como ela faz se sentir? 
Já viu algo parecido? 
O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de arte? 
Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado 
suas decisões. Cada artista possui um estilo único. Imagine se 
todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala 
gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e 
como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na 
forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, 
costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. É um 
4
5 
procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento, 
Impressionismo Cubismo, Surrealismo, etc. 
Como conseguimos ver as transformações do mundo através da 
arte? 
Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde e como. 
Desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim 
podemos entender as mudanças que o mundo teve. 
Como as idéias se espalham pelo mundo? 
Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam 
apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os pregressos na 
tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham 
através da: 
● arqueologia , quando se descobrem objetos de outras 
civilizações. 
● Pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 
1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham 
fotos 
● pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a 
televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem 
transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de 
arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas 
compartilhadas 
● pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por 
volta de 1450, assim os livros e arte podiam ser impressos e 
distribuídos em grande quantidade 
● pela internet, alguns artistas colocam suas obras em 
exposição e podemos pesquisá-las, bem como saber sobre 
outros estilos. 
Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os 
períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para 
facilitar o entendimento das produções artísticas. 
Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois 
● a partir de 1848 consideramos o início da Arte Moderna e 
● o movimento Pop Art o início da Arte Pós-Moderna. 
Porém, optamos por apresentar a arte por meio da linha do tempo 
histórica, por considerarmos ser mais didática. 
1- PRE HISTORIA 
Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a 
Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento 
5
6 
escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que 
sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da 
pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna 
ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem. 
Divisão da Pré-História: 
1.1- PALEOLÍTICO INFERIOR 
● aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C. 
● primeiros hominídios 
● caça e coleta 
● controle do fogo e 
● instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e 
ossos: facas, machados. 
a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada 
é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por 
exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, 
reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a 
explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, 
e que fazia parte do processo de magia por meio do qual 
procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o 
pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal 
desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o 
animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente 
num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em 
rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era 
nômade. 
1.2- PALEOLÍTICO SUPERIOR 
● instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: 
machado, arco e flecha, lançador de 
dardos, anzol e linha; e 
● desenvolvimento da pintura e da escultura 
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em 
escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a 
ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com 
a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios 
volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus 
de Willendorf. 
1.3- NEOLÍTICO 
● instrumentos de pedra polida, enxada e tear; 
● início do cultivo dos campos; 
● artesanato: cerâmica e tecidos; 
6
7 
● construção de pedra; e 
● primeiros arquitetos do mundo. 
A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo 
cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um 
aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras 
instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem 
do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar 
cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os 
primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo 
através do atrito e deu início ao trabalho com metais. 
Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O 
homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os 
sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de 
observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como 
conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais 
e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os 
próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da 
vida coletiva. 
Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma 
cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas 
com a utilidade do objeto, também esculturas de metal. 
Desse período temos as construções denominadas dolmens. 
Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente 
no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada 
horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era 
monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra 
fincado no solo em sentido vertical. 
O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser 
considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a História 
registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a 
intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando 
outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco 
semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do 
horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de 
que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando 
que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de 
nenhuma argamassa. 
1.4- IDADE DOS METAIS 
● aparecimento de metalurgia; 
● aparecimento das cidades; 
● invenção da roda; 
● invenção da escrita; e 
● arado de bois. 
7
8 
As Cavernas 
Antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos 
corporais, como colares e, depois, magníficas estatuetas, como as 
famosas “Vênus”. 
Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura 
rupestre, algumas delas são: 
Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos 
feitos há 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, 
em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902. 
Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas são achadas em 1942, 
têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e 
dióxido de manganês. 
Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, 
mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais 
diversos, descoberta em 1994. 
Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos. 
Parque Nacional Serra da Capivara ­Sudeste 
do Estado do Piauí, ocupando 
áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e 
Coronel José Dias. Nessa região encontra­se 
uma densa concentração de 
sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres. Para saber 
mais visite: fumdham.org Onde havia gente ­Os 
arqueólogos já encontraram 
vários registros de seres humanos pré­históricos 
que viviam no Brasil há pelo 
menos 11.000 anos: 
8
9 
Os primeiros Inícions da América ­Estudos 
mostram que a colonização deve 
ter sido mais complexa do que se pensava: 
Curiosidades: "O trajeto marítimo do Homo erectus" e "Os ancestrais do 
Iníciom moderno": 
9
10 
IMAGENS 
10
11 
STONEHENGE 
Como foi construído: 
Os maciços arcos de pedra da Planície de Salisbury aguardam o nascer do 
sol como vêm fazendo, dia após dia, há 4 mil anos. Erguem­se 
em silêncio 
vigilante, a cor escura em contraste com o céu cinzento. 
Stonehenge pode ser a maior maravilha do mundo pré­histórico. 
Com 
certeza, é um de seus maiores mistérios. O círculo foi deliberadamente 
alinhado com o nascer do sol do solstício de verão, o amanhecer do dia mais 
longo do ano. Como poderiam os Inícions primitivos ter colocado aqueles 
gigantescos blocos de pedra, pesando até 50 toneladas cada um, em suas 
atuais posições? E por que fizeram isso? 
Na Idade Média, o monumento de Stonehenge era explicado pelo poder da 
magia: Merlin, mago da corte do Rei Arthur, invocara as forças das enormes 
pedras da Irlanda. No século 19, as pessoas estavam presas à idéia dos 
druidas, sem atentar para o fato de que aqueles antigos sacerdotes celtas 
faziam os cultos em bosques de carvalhos sagrados, e não em templos de 
pedra. Sacerdotes barbados em vestimentas brancas celebrando o solstício 
de verão em Stonehenge constituem sua imagem mais duradoura. 
O astrônomo Sir Fred Hoyle declarou que Stonehenge é um computador 
11
12 
pré­histórico, 
programado para prever os eclipses do sol e da lua. 
Ninguém sabe exatamente o que é Stonehenge. No entanto, hoje temos 
conhecimento de quando foi construído ­e 
como. Recente estudo feito pela 
Associação Arqueológica de Wessex resolve as discussões sobre a idade de 
Stonehenge. Tudo começou logo após o ano 3000 a.C, numa área circular 
delimitada por pequena encosta com grande fosso externo. "No ano 2600 
a.C, enormes pedras retangulares foram trazidas das Montanhas Preseli, 
situadas a cerca de 217 quilômetros dali", diz Andrew Lawson, diretor da 
Associação. 
O anel externo e a arcada interna foram feitos de blocos de arenito 
provenientes das Planícies MarIborough, situadas 40 quilômetros ao norte. 
Os maiores dolmens da arcada interna, chamados de trilithons, são 
constituídos por dois pilares denominados megálitos e uma pedra colocada 
sobre o topo. Os megálitos têm aproximadamente sete metros de altura e 
pesam até 50 toneladas. Acredita­se 
que foram construídos por volta do ano 
2400 a.C. 
Quando prepararam as pedras, os criadores de Stonehenge fizeram pequena 
elevação no meio das colunas, técnica que na Grécia, 1.500 anos mais tarde, 
seria chamada de êntase. Contrariando o efeito de distorção da paisagem, a 
êntase faz a aresta de uma coluna parecer perfeitamente reta. 
Entretanto, a descoberta mais intrigante da Associação é que o tempo de 
construção de Stonehenge talvez tenha sido bem menor do que se imaginava: 
"O monumento poderia ser construído em uma geração, com potencial 
humano e gerenciamento ágil." 
Isso é incrível. O transporte e a edificação de 40 blocos de rocha, com outro 
bloco de 10 toneladas colocado sobre eles, é obra que mesmo hoje seria de 
tirar o ânimo de qualquer um. Que força bruta foi necessária para colocar 
aquelas pedras na posição, sem guindastes ou roldanas? 
Há três verões, num campo não muito distante de Stonehenge, certo grupo 
de entusiastas liderado pelo engenheiro Mark Whitby e pelo arqueólogo 
Julian Richards mostrou como os arcos podem ter sido construídos. 
Whitby coordenou uma operação onde réplicas das pedras ­duas 
colunas 
de 45 toneladas e uma viga transversal de 10 toneladas, feitas de concreto ­foram 
puxadas sobre trilhos de madeira besuntados com sebo. Uma versão 
do sistema em que os grandes navios, com as quilhas lubrificadas, são 
lançados ao mar sobre trilhos. Os grandes blocos de pedra foram puxados 
colina acima por 130 soldados, bombeiros e estudantes usando quase 150 
metros de corda. 
A força bruta, no entanto, não foi suficiente para erguer as pedras. Para 
alcançar seu objetivo, Whitby teve de pensar como os construtores originais. 
"Esses rapazes da Idade da Pedra eram engenhosos", admite Whitby. Uma 
dica importante foi o formato do buraco onde fica a coluna maior. Ele era 
vertical, com um dos lados fortemente inclinado. Whitby construiu uma rampa 
perto do buraco e mandou que puxassem a enorme pedra sobre ela, até que 
12
13 
a terça parte da pedra se projetasse sobre o buraco. Pesados fragmentos de 
rocha foram colocados sobre o bloco de pedra e empurrados para sua 
extremidade. Momentos depois, o peso desses fragmentos fez o imenso bloco 
se inclinar e cair dentro do buraco abaixo dele. 
Uma vez erguido o segundo bloco, a viga transversal foi arrastada sobre a 
rampa mais íngreme. Os três blocos se adaptaram de maneira impecável e 
formaram a perfeita arcada do século 20. Whitby acredita ter solucionado o 
problema. "Com 140 pessoas, eu poderia construir Stonehenge em menos de 
20 anos.” 
2- ARTE ANTIGA 
2.1 – EGÍPCIA 
Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se 
desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em 
sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais. 
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, 
justificando sua organização social e política, determinando o papel 
de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a 
produção artística desse povo. 
Além de crer em deuses, que poderiam interferir na história 
humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte 
e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam 
no presente. 
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses 
e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos 
funerários e túmulos grandiosos. 
2.1.1- ARQUITETURA 
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais 
famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo 
Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três 
pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o 
faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto 
13
14 
deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e 
misterioso. 
As características gerais da arquitetura egípcia são: 
● solidez e durabilidade; 
● sentimento de eternidade; e 
● aspecto misterioso e impenetrável. 
As pirâmides tinham base quadrangular, eram feitas com pedras 
que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de 
largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente 
da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu 
influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro 
labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia 
do faraó e seus pertences. 
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos 
dedicados ao deus Amon.Os monumentos mais expressivos da arte 
egípcia são os túmulos, divididos em três categorias: 
Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó; 
Mastaba - túmulo para a nobreza; e 
Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo. 
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme 
seu capitel: 
Palmiforme - flores de palmeira; 
Papiriforme - flores de papiro; e 
Lotiforme - flor de lótus. 
Para seu conhecimento 
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana 
(sabedoria). Eram colocadas na alameda de 
entrada do templo para afastar os maus espíritos. 
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a 
luz solar. 
2.1.2- ESCULTURA 
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em 
posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma 
emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de 
imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente 
as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas 
uma impressão de força e de majestade. 
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente 
esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto 
14
15 
nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de 
inscrições. 
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram 
também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em 
seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo 
especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, 
muitas vezes, em baixo-relevo. 
2.1.3- PINTURA 
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação 
das atitudes religiosas. 
Suas características gerais são: 
● ausência de três dimensões; 
● ignorância da profundidade; 
● colorido à tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do 
relevo; e 
● Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa 
fosse representado sempre de frente, 
● enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de 
perfil. 
Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as 
pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de 
grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. 
As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as 
masculinas pintadas de vermelho. 
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como 
nós. Desenvolveram três formas de escrita: 
Hieróglifos - considerados a escrita sagrada; 
Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e 
pelos sacerdotes; e 
Demótica - a escrita popular. 
Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários 
que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas 
muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. 
Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram 
batidas e prensadas transformando-se em folhas. 
Para seu conhecimento 
Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu 
significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi 
encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo. 
Mumificação: 
a. eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, 
e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. 
b. nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e 
perfumes. 
15
16 
c. as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num 
tanque com Nitrato de Potássio. 
d. Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem 
de algodão, embebida em betume, que servia como 
impermeabilização. 
IMAGENS 
2.2 – GREGA 
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega 
liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres 
inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A 
arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a 
natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, 
exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, 
o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que 
predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Ele tem como 
características: 
● o racionalismo; 
● amor pela beleza; 
● interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida 
de todas as coisas”; e 
● a democracia. 
2.2.1- ARQUITETURA 
As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A 
16
17 
característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre 
o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre 
uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se 
estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas 
sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: 
a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram 
construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia. 
● Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era 
monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. 
Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o 
pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas 
gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, 
empresta uma idéia de solidez e imponência 
● Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna 
apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente 
sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel 
era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A 
ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica 
traduz a forma da mulher. 
● Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto 
e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel 
jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. 
Sugere luxo e ostentação. 
Os principais monumentos da arquitetura grega: 
● Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de 
Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides, 
que homenageavam as mulheres de Cária. 
● Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) 
e que compunham de três partes: 
○ a skene ou cena, para os atores; 
○ a konistra ou orquestra, para o coro; 
○ o koilon ou arquibancada, para os espectadores. 
Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. 
IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em 
duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação 
perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e 
tornou-se famoso por sua acústica perfeita. 
● Ginásios, edifícios destinados à cultura física. 
● Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os 
mais variados assuntos, entre eles; filosofia. 
2.2.2- PINTURA 
A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são 
também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas 
também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço 
utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais 
religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras 
17
18 
coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma 
correspondia à função para que eram destinados: 
● Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo 
ornado com duas asas; 
● Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma 
vertical para segurar enquanto corria a água e duas para 
levantar; 
● Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma 
de um sino invertido, servia para misturar água com o 
vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc. 
As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades 
diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras 
foi Exéquias. 
A pintura grega se divide em três grupos: 
● figuras negras sobre o fundo vermelho 
● figuras vermelhas sobre o fundo negro 
● figuras vermelhas sobre o fundo branco 
2.2.3- ESCULTURA 
A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos 
pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de 
formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do 
equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. 
No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, 
grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas 
simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo 
igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é 
chamado Kouros (palavra grega: homem jovem). 
No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, 
para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do 
que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o 
nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulheres eram 
esculpidas sempre vestidas. 
Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os 
seres humanos não eram representados apenas de acordo com a 
idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o 
estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande 
conquista da escultura do período helenístico foi a representação 
não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que 
mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos 
os ângulos que pudessem ser observados. 
Os principais mestres da escultura clássica grega são: 
● Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela 
lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o 
18
19 
primeiro artista que esculpiu o nu feminino. 
● Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões 
de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que 
deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça. 
● Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus 
Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a 
decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as 
esculturas dos frontões, métopas e frisos. 
● Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não 
como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a 
proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes 
a cabeças. 
● Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco. 
Para seu conhecimento: 
Mitologia: 
● Zeus: senhor dos céus; 
● Atenéia: deusa da guerra; 
● Afrodite: deusa do amor; 
● Apolo: deus das artes e da beleza; 
● Posseidon: deus das águas; entre outros. 
Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a 
Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas 
olímpicas serviam de base para marcar o tempo. 
Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: 
Édipo Rei de Sófocles. 
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o 
instrumento nacional. 
IMAGENS 
2.3 – ROMANA 
A arte romana sofreu duas fortes influências: 
● a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da 
realidade vivida, e 
● a da greco-helenística, orientada para a expressão de um 
ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes 
que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da 
abóbada nas construções. 
2.3.1- ARQUITETURA 
As características gerais da arquitetura romana são: 
● busca do útil imediato, senso de realismo; 
● grandeza material, realçando a idéia de força; 
● energia e sentimento; 
● predomínio do caráter sobre a beleza; 
19
20 
● originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas. 
As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções: 
1) Religião: Templos 
Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de 
Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O 
Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador 
Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses 
existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta 
circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior 
onde o povo se reunia para o culto. 
2) Comércio e civismo: Basílica 
A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a 
basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de 
editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma 
igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica 
inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) 
dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, 
iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de 
Otávio Augusto. 
3) Higiene: Termas 
Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram 
o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de 
Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões 
sociais e esportes. 
4) Divertimentos: 
● Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma 
que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: 
■ jogos circenses - corridas de carros; 
■ ginásios - incluídos neles o pugilato; 
■ jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a 
cavalo; 
■ jogos de escravos - executados por cavaleiros 
conduzidos por escravos; 
Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses 
romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o 
mais célebre é o "Circus Maximus". 
● Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de 
Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis. 
● Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos 
gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia 
ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro 
significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, 
certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. 
Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que 
20
21 
ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de 
colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem 
jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram 
meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. 
Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas 
apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes 
proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e 
mais de 5.000 em pé. 
5) Monumentos decorativos 
● Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem 
aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso 
deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no 
Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. 
● Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com 
seu característico friso em espiral que possui a narrativa 
histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no 
fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a 
vitória de Trajano sobre os dácios e os partos. 
6) Moradia: 
Casa : Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio. 
2.3.2 – PINTURA 
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da 
arquitetura em geral. 
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém 
das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela 
erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente 
em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos 
edifícios em quatro estilos. 
● Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma 
camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de 
mármore. 
● Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis 
que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas 
paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande 
mural. 
● Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou 
a delicadeza dos pequenos detalhes. 
● Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro 
uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um 
cenário teatral. 
2.3.3 – ESCULTURA 
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por 
temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem 
realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das 
21
22 
pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os 
gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais 
realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos 
retratos. 
Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes 
diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era 
o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - 
precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto 
território do Ocidente para os invasores germânicos. 
IMAGENS 
Baixo relevo | Pintura romana | Jogo de bola | Aqueduto | Mosaico | 
Anfiteatro | Arco do Triunfo 
2.4 – PALEOCRISTÃ 
Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam 
seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles 
que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar 
uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram 
grandes artistas.Surge a arte cristã primitiva. Os romanos 
testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma 
nova era e uma nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" 
espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve 
início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a 
todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram 
nos seus princípios. Esta perseguição marcou a primeira fase da 
arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido 
às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os 
primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos.Nesses 
locais, a pintura é simbólica. 
Para entender melhor a simbologia: 
● Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por 
um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as 
iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador". 
● Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com 
ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro 
"Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus". 
● Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por 
exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na 
cova dos leões. 
● Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e 
Santa Domitila, nos arredores de Roma. 
● Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 
313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, 
dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase 
22
23 
basilical.Tanto os gregos como os romanos, adotavam um 
modelo de edifício denominado "Basílica" (origem do nome: 
Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos 
judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano 
retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves 
separadas por colunas e uma única porta na fachada principal. 
Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam 
algumas basílicas para eles podessem usar como local para as 
suas celebrações. 
● O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o 
material escolhido para o revestimento interno das basílicas, 
utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse 
tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os 
sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados com 
relevos usando imagens de passagens bíblicas. 
● Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala 
Placídia e a igreja de Santo Apolinário, o Novo e a de São 
Vital com riquíssimos mosaicos. 
● Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano 
entre seus dois filhos: Honório e Arcádio.Honório ficou com o 
Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital , 
e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a 
capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). 
● O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, 
principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi 
completamente dominado (esta data, 476 d.c., marca o fim da 
Idade Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano 
do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das 
dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, 
conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital 
Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos 
(esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da 
Idade Moderna). 
IMAGENS 
Sidrac, Misac e Abdêgano | Sansão matando os Filiseus 
2.5 – BIZANTINA 
O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano 
nos primeiros séculos de nossa era.Por volta do século IV, começou 
a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a 
capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por 
Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia 
para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos 
Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte 
cristã - Arte Bizantina. 
23
24 
Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu 
influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns 
elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na 
técnica como na cor. 
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das 
suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas 
meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía 
poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, 
tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a 
cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente 
com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. 
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se 
destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os 
fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos 
vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se 
assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas 
diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. 
Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e 
verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o 
volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado 
devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro. 
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte 
bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal 
ou quadrada. Tinha imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e 
espaçosos, totalmente decorados. 
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi 
um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos 
arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. Ela possui uma 
cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método 
tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à 
abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. 
Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente 
decorado com mosaicos e o chão de mármore polido. A verdadeira 
beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do 
Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior.Um olhar mais 
atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices 
bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora 
restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das 
colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o 
monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre 
um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos 
candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a 
igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e 
prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua 
magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um 
24
25 
claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam 
o seu interior. 
Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos 
tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo 
romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a 
escultura não teve tanto destaque neste período.O que se 
encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração. 
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o 
reinado do Imperador Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um período 
de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de 
qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o 
clero. 
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda 
metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas 
regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro 
da arte bizantina. Essa arte extravasou em muito os limites 
territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países 
eslavos. 
IMAGENS 
A Imperatriz Teodora e sua Corte | Hipócrates | Igreja de Santa 
Sofia | Igreja de Santo Apolinário Novo | Mosaico da Igreja de Santo 
Apolinário Novo 
2.6 – ISLÂMICA 
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de 
Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina 
(Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos 
califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã 
até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e 
Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo 
tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de 
uma estética própria com a qual se identificassem. 
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços 
estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam 
adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, 
transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim 
que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os 
esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, 
as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na 
realidade, desde seu início, conceitual e religiosa. 
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no 
25
26 
geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A 
representação figurativa era considerada uma má imitação de uma 
realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os 
arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com 
caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino 
e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito, 
que contempla uma obra feita para deus. 
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no 
início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes 
mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir 
mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de 
governantes e guardiões do povo e conscientes da importância da 
religião como base para a organização política e social, eles 
realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os 
preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação. 
2.6.1- ARQUITETURA 
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos 
VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma 
planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas 
galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área 
de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as 
abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, 
centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas 
funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos. 
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a 
rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso 
as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula 
da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, 
persistiu a preocupação com a preservação de certas formas 
geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão 
importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem 
realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua 
realização. 
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um 
círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de 
mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As 
numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos 
ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas 
transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: 
por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na 
forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios 
públicos merece um capítulo à parte. 
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de 
26
27 
segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram 
planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo 
e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o 
Alhambra, em Granada. De planta quadrangular e cercado de 
muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se 
comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. 
O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono. 
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o 
minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no 
exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do 
almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, 
convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo 
minarete da cidade. Outras construções representativas foram os 
mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas 
na forma e destinados a santos e mártires. 
2.6.2- TAPETES 
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito 
importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como 
povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para 
decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando 
sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar 
palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas 
mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar 
em contato com a terra. 
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma 
unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI 
chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro 
quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós 
por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de 
Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre 
os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos 
florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de 
decoração. 
2.6.3- PINTURA E GRÁFICA 
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e 
miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias 
em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para 
decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e 
representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu 
estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o 
lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive 
chinesa. 
27
28 
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros 
religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para 
tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a 
narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito 
parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e 
ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras 
geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, 
por exemplo, separando um capítulo de outro. 
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. 
Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das 
disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, 
junto com a cerâmica. No início, as representações eram 
completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas 
paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em 
folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o 
que é conhecido como arabesco. 
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na 
simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e 
externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das 
cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas 
multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror 
ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais 
utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na 
Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano. 
IMAGENS 
Varanda de Lindajara | Cervo de Medina Azahara | Recipiente de 
Marfim | Tapete de Alcaraz | Taj Mahal | Domo da Roca 
3- IDADE MÉDIA 
3.1 – ROMÂNICA 
3.1.1- ARQUITETURA 
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja 
estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. 
As características mais significativas da arquitetura românica são: 
● abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; 
● pilares maciços que sustentavam as paredes espessas; 
● aberturas raras e estreitas usadas como janelas; 
● torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; 
e 
● arcos que são formados por 180 graus. 
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o 
28
29 
seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem 
chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as 
formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da 
arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das 
idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo 
essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim, a ser 
encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à 
divindade. 
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais 
conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser 
construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou 
porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. 
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas 
pesadas, duras e primitivas. 
3.1.2- PINTURA E ESCULTURA 
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à 
pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar 
valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas 
da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas 
grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que 
originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. 
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As 
características essenciais da pintura românica foram a deformação 
e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos 
religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da 
realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que 
as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de 
cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e 
sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. 
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, 
nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos 
arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas 
rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais. 
Mosaicos são pequenas pedras coloridas que colocadas lado a lado, 
vão formando o desenho. Usado desde a Antiguidade, veio do 
Oriente a técnica bizantina que utilizava o azul e dourado, para 
representar o próprio céu. No Ocidente foi utilizado principalmente 
nas igrejas. 
IMAGENS 
Românico | Afresco de Cristo | Afresco Românico | Basílica 
Românica 
29
30 
3.2 – GÓTICA 
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia 
fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social 
se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana. 
No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a 
românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que 
conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir 
grandes edifícios. 
3.2.1- ARQUITETURA 
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica 
é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta 
um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à 
três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves 
laterais. 
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do 
estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas 
entre os séculos XII e XIV. 
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos 
góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a 
luminosidade para o interior da igreja. 
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame 
de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres. 
3.2.2- ESCULTURA 
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, 
demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e 
as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa 
reconhecer facilmente a personagem representada. 
3.2.3- ILUMINURAS 
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. 
A gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da 
quase mística China. 
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de 
expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos 
ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre 
as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os 
artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as 
letras maiúsculas com que se iniciava um texto. 
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas 
conclusões: 
● a primeira é a compreensão do caráter individualista que a 
arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos 
possuidores das obras copiadas, 
● a segunda é que os artistas ilustradores ao períodos gótico 
tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço 
30
31 
tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que 
seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores. 
3.2.4- PINTURA 
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do 
século XV, quando começou a ganhar novas características que 
prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a 
procura do realismo na representação dos seres que compunham as 
obras pintadas. 
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros 
precursores da pintura do Renascimento (Duocento): 
Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação 
da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. 
E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais 
importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de 
destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de 
uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando 
até ganhar plenitude no Renascimento. 
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis 
(Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores. 
Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos 
da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas 
pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os 
detalhes e as paisagens. 
Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler 
Rolin. 
IMAGENS 
Catedral de Chartres | Escultura Gótica | Políptico Gótico | Catedral 
de Siena | Pintura de Giotto | Catedral Gótica | Pintura Gótica | 
Flagelação de Cristo | Vitral | Tímpano Gótico 
4- IDADE MODERNA 
4.1- RENASCIMENTO 
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia 
que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga 
cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e 
incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das 
ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo 
foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio 
espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser 
31
32 
entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da 
natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que 
haviam impregnado a cultura da Idade Média. 
Características gerais: 
● Racionalidade 
● Dignidade do Ser Humano 
● Rigor Científico 
● Ideal Humanista 
● Reutilização das artes greco-romana 
4.1.1- ARQUITETURA 
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício 
baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que 
o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer 
ponto em que se coloque. 
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo 
a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, 
Saber Ver a Arquitetura) 
Principais características: 
Ordens Arquitetônicas 
● Arcos de Volta-Perfeita 
● Simplicidade na construção 
● A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e 
passam a ser autônomas 
Construções palácios: 
● igrejas, 
● vilas (casa de descanso fora da cidade), 
● fortalezas (funções militares) 
O principal arquiteto renascentista: 
Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, 
pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos 
de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de 
Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais 
importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e 
a Capela Pazzi. 
4.1.2- PINTURA 
Principais características: 
● Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as 
diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos 
vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da 
geometria. 
● Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e 
outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão 
de volume dos corpos. 
● Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem 
32
33 
como simples observador do mundo que expressa a grandeza 
de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio 
Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser 
compreendida cientificamente, e não apenas admirada. 
● Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. 
Outra característica da arte do Renascimento, em especial da 
pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, 
diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de 
liberdade e, consequentemente, pelo individualismo. 
Os principais pintores foram: 
Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a 
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de 
beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por 
isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque 
manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas 
porque supõem que perderam esse dom de Deus. 
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus. 
Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo 
de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade 
mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um 
espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar 
trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. 
Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa. 
Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da 
Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou 
grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que 
expressam a genialidade do artista, uma particularmente 
representativa é a criação do homem. 
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família 
Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de 
ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros 
são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma 
simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. 
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã. 
4.1.3- ESCULTURA 
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para 
Roma, esta re-adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os 
papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. 
Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é 
Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. 
Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. 
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. 
33
34 
Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua 
escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze. 
Principais Características: 
● Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade 
● Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade 
● Profundidade e perspectiva 
● Estudo do corpo e do caráter humano 
O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos 
artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles: 
● Dürer 
● Hans Holbein 
● Bosch 
● Bruegel 
Para seu conhecimento 
● A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV 
(retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se 
faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa 
para proceder a eleição do próximo. Possui alareira que 
produz: 
○ fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; 
○ fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, 
e que avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano 
● Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo 
humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado 
cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, 
sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, 
cada veia. 
● Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre 
as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão 
do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo 
de asa-delta, etc. 
● Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não 
conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele 
nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos 
podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista 
e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será 
o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta 
uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para 
o espectador) tem-se a impressão que o personagem do 
quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os 
quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de 
outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta 
do nariz para a frente, e não poderemos ver o lado do seu 
rosto. Aí está o truque: em qualquer ângulo que se olhe a 
Monalisa a veremos sempre de frente. 
34
35 
IMAGENS 
A Degola dos Inocentes | Casamento da Virgem | Primavera | 
Virgem dos Rochedos | Anunciação | Cristo (Mategna) | Escravo 
Atlante | Igreja Santa Maria Pace | Jardim das Delícias | Monalisa | 
Nascimento de Vênus | Nossa Senhora Rolim | Os Cambistas | 
Piedade | Piedade (Michelangelo) | Pilastras Vaticano | Santa Maria 
Fiori | São Jerônimo | Virgem e o Menino | 
4.2 – MANEIRISMO 
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, 
do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico 
afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: o 
maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente 
tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes 
começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos 
cânones clássicos. 
Alguns historiadores o consideram uma transição entre o 
renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um 
estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é 
uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em 
decadência. Os artistas se vêem obrigados a partir em busca de 
elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as 
habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento. 
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso 
reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a 
Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois 
de derrotar as tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma. 
Reinam a desolação e a incerteza. Os grandes impérios começam a 
se formar, e o homem já não é a principal e única medida do 
universo. 
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com 
destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do 
renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, 
criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que 
são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais 
adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades 
européias. 
4.2.1- ARQUITETURA 
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de 
plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a 
cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano 
centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se 
35
36 
dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz 
refletem-se não somente na construção em si, mas também na 
distribuição da luz e na decoração. 
Principais características: 
Nas igrejas: 
● Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, 
coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes 
não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara 
singularidade. 
● Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de 
figuras caprichosas são a decoração mais característica desse 
estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, 
lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a 
vista. 
Nos ricos palácios e casas de campo: 
● Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra 
prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento. 
● A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos 
das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo que, 
mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a 
necessidade de renovação. 
Principais Artistas: 
BARTOLOMEO AMMANATI , (1511-1592), Autor de vários projetos 
arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo 
do conde de Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta del 
Popolo. a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela 
arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, 
com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os 
preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a 
eles todos os seus bens. 
GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra 
literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da 
arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas 
muito interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar 
de fazer comentários mal-intencionados e elogios exagerados. Sob 
a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obras 
significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também 
trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na década de 
30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que 
se seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em 
Florença, dedicado à arquitetura. 
PALLADIO, (1508-1580), O interesse que tinha pelas teorias de 
Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo 
caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a 
36
37 
harmonia das proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido 
a uma expressão mínima. Somente dez anos depois iria se dedicar à 
arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San 
Giorgio Maggiore e Il Redentore. Não se pode dizer que Palladio 
tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista, no entanto, é um 
dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi uma 
referência obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do 
barroco. 
4.2.2- PINTURA 
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro 
lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, 
afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, 
procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e 
tentando re-valorizar a arte pela própria arte. 
Principais características : 
● Composição em que uma multidão de figuras se comprime em 
espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação 
de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera 
de tensão permanente. 
● Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os 
membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem 
agora contorções absolutamente impróprias para os seres 
humanos. 
● Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de 
um drapeado minucioso e cores brilhantes. 
● A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras 
inadmissíveis. 
● Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam 
no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, 
onde o olho atento deve, não sem certa 
dificuldade,encontrá-lo. 
Principal Artista: 
EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as formas iconográficas 
bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a 
religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente 
compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, 
acredita-se que começou como pintor de ícones no convento de 
Santa Catarina, em Cândia. De acordo com documentos existentes, 
no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no 
ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. Depois de 
alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade 
de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a 
corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza 
toledana. Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do 
Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade 
37
38 
mística. Homem com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O 
Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte. 
4.2.3- ESCULTURA 
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por 
Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito 
intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em 
resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. 
Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as 
superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, 
elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do 
espírito maneirista. 
Principais características: 
● A composição típica desse estilo apresenta um grupo de 
figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio 
aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções 
extremadas e exagerado alongamento dos músculos. 
● O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade 
de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a 
reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando 
a composição geral da peça e a graciosidade de todo o 
conjunto. 
Principais Artistas: 
BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em 
várias cidades italianas. Decorou também o palácio dos Mantova e o 
túmulo do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com 
quem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa 
Júlio II, que incumbiu-o da construção de sua villa na Porta del 
Popolo. Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto. 
No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde 
venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della 
Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os 
tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou 
uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que 
proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens. 
GIAMBOLOGNA, (1529-1608), De origem flamenga, Giambologna 
deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês 
Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde 
se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas 
obras. Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. 
O Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre 
as obras mais importantes desse período. Participou também de um 
concurso na cidade de Bolonha, para o qual realizou uma de suas 
mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com igual 
maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da 
38
39 
técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas 
de bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo 
está para o renascimento. 
IMAGENS 
Apresentação de Jesus no Templo | Basílica (Palladio) | Bibliotecário 
| Eva com a Maça | Igreja Redentor | Laoconte | O Fogo | Palácio 
Uffizi | Pátio Palácio Pitti | Ponte Trinitá 
4.3 – BARROCO 
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a 
irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao 
continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e 
espanhóis. 
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a 
razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas 
procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca 
predominam as emoções e não o racionalismo da arte 
renascentista. 
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se 
coloca em constante dualismo: 
● Paganismo X Cristianismo e 
● Espírito X Matéria. 
Suas características gerais são: 
● emocional sobre o racional; 
● busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, 
contracurvas, colunas retorcidas; 
● entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; 
● violentos contrastes de luz e sombra; 
● pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a 
impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade 
conseguida. 
4.3.1- PINTURA 
Características da pintura barroca: 
● Composição em diagonal 
● Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos 
sentimentos) 
● Realista, abrangendo todas as camadas sociais 
Dentre os pintores barrocos italianos: 
Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo 
revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da 
39
40 
luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a 
atenção do observador. 
Obra destacada: Vocação de São Mateus. 
Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas 
pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que 
as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se 
abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para 
a santidade. 
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio. 
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores 
mais representativos, de outros países da Europa, temos: 
Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do 
século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos 
populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol 
num dado momento da história. 
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares. 
Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou 
por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos 
corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus 
quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores 
quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a 
luminosidade da pele clara das figuras humanas. 
Obra destacada: O Jardim do Amor. 
Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros 
deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, 
mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que 
envolvem áreas de luminosidade mais intensa. 
Obra destacada: Aula de Anatomia. 
4.3.2- ESCULTURA 
Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do 
dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções 
violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no 
Renascimento. 
Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de 
suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, 
por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na 
Basílica de São Pedro, no Vaticano. 
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de 
Santa Teresa. 
Para seu conhecimento : 
Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para 
40
41 
designar pérolas de forma irregular. 
IMAGENS 
Lição de Anatomia do Dr. Tulp | A Ronda Noturna | Mulher 
Banhando-se num Córrego | O Bobo da Corte Sebastián de Morra | 
Vênus ao Espelho | Os Síndicos da Corporação de Tecelões de 
Amsterdam | As Meninas | A Chegada de Maria de Médicis a 
Marselha | Retrato de Susanna Fourment | ACabeça de uma Criança 
4.4 – ROCOCÓ 
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como 
desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e 
usado inicialmente em decoração de interiores. 
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura 
disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da 
reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na 
parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal. 
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida 
cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao 
teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização 
naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras. 
O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", 
técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas 
originariamente na decoração de grutas artificiais. 
Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI. 
Características gerais: 
● Uso abundante de formas curvas e pela profusão de 
elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores. 
● Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, 
frivolidade e exuberante. 
4.4.1- ARQUITETURA 
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal 
corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos 
do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma 
para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre 
Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo. 
Principais características: 
41
42 
● Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa 
inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o 
relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves. 
● A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno 
foi unificado, com maior graça e intimidade. 
Principal Artista: 
Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia 
beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre 
do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. 
Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios. 
4.4.2- ESCULTURA 
Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário 
do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha 
divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer 
estilisticamente. 
Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da 
arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos 
coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência 
própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio 
geral da decoração interior das igrejas. 
Principais Artistas: 
Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor alemão, 
membro de um grupo de famílias de mestres da moldagem no 
estuque, distinguiu-se pela criação de santos e anjos de grande 
tamanho, obras-primas dos interiores rococós. 
Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um dos maiores 
representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram 
em geral feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação", 
"Anjo da guarda", "Pietà". 
4.4.3- PINTURA 
Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes 
decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura 
francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o 
predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, 
apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica 
de Rubens. 
Principais Artistas: 
Antoine Watteau, (1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se 
42
43 
converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que 
durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do 
artista para a pintura do século XIX. 
François Boucher, (1703-1770), as expressões ingênuas e 
maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes 
sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a 
solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo rococó. 
Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande 
perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de 
Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu estúdio"). 
Jean-Honoré Fragonard, (1732-1806), desenhista e retratista de 
talento, Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor 
e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos 
últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte 
alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do 
impressionismo. 
IMAGENS 
Banhistas | Carta de Amor | Embarque Citera | Igreja Ottobeuren | 
Personagens de Comédia Italiana 
5- CONTEMPORÂNEA 
5.1 – NEOCLÁSSICO 
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do 
século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações 
dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou 
Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e 
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade européia 
após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de 
Napoleão. 
Principais características: 
● retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos 
greco-latinos; 
● academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos 
modelos e às regras ensinadas nas escolas 
● ou academias de belas-artes; 
● arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro 
culto à teoria de Aristóteles. 
5.1.1- ARQUITETURA 
43
44 
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura 
neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o 
das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa 
arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no 
Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim. 
5.1.2- PINTURA 
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura 
clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em 
Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição. 
Características da pintura: 
● Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante. 
● Exatidão nos contornos 
● Harmonia do colorido 
Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida, 
Jacques-Louis David - foi considerado o pintor da Revolução 
Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de 
Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos 
ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um 
vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções. 
Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat 
Ingres - sua obra abrange, além de composições mitológicas e 
literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos 
retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar 
a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no 
gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. 
Obra destacada: Banhista de Valpinçon. 
Para seu conhecimento 
Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta 
arqueológica de Pompéia. Diante daquelas construções, num erro 
de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os 
edifícios gregos eram recobertos com mármore branco, ocasionando 
a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos 
Estados Unidos. 
5.2 – ROMÂNTICA 
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e 
culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução 
Francesa do final do século XVIII. Do mesmo modo, a atividade 
artística tornou-se complexa. 
44
45 
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções 
acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. 
Características gerais: 
● a valorização dos sentimentos e da imaginação; 
● o nacionalismo; 
● a valorização da natureza como princípios da criação artística; 
e 
● os sentimentos do presente. 
5.2.1- ARQUITETURA 
Característica principal da arquitetura: 
● Revaloriza-se o gótico, considerado estilo genuinamente 
europeu. 
Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês 
5.2.2- PINTURA 
Características da pintura: 
● Aproximação das formas barrocas 
● Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo 
ao observador 
● Valorização das cores, claro-escuro 
● Dramaticidade 
Temas da pintura: 
● Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos 
artistas 
● Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções 
humanas 
● Mitologia Grega 
Principais artistas: 
Goya - trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da 
corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a 
ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela 
liberdade. 
Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808. 
Turner - representou grandes movimentos da natureza, mas por 
meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever 
uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a 
arte registra a presença da máquina (locomotiva). 
Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, 
Veneza. 
45
46 
Delacroix - suas obras apresentam forte comprometimento 
político, e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das 
luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande 
movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os. 
Obras destacadas: A Liberdade guiando o povo e Agitação de 
Tânger. 
IMAGENS 
Auto-Retrato | A Barca de Dante | A Maja Desnuda | A Liberdade 
Guiando o Povo | A Mulher do Leque | Com Razão ou Sem Ela | A 
Morte de Sardanápalo | A Sombrinha 
5.3 – REALISTA 
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura 
francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se 
desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. 
O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento 
científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, 
convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas 
criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e 
emotivas da realidade. 
São características gerais: 
● o cientificismo 
● a valorização do objeto 
● o sóbrio e o minucioso 
● a expressão da realidade e dos aspectos descritivos 
5.3.1- ARQUITETURA 
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às 
novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As 
cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de 
fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, 
escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para 
a nova burguesia. 
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje 
logotipo da "Cidade Luz". 
5.3.2- ESCULTURA 
Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. 
Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além 
disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, 
assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua 
característica principal é a fixação do momento significativo de um 
46
47 
gesto humano. 
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O 
Pensador. 
5.3.3- PINTURA 
Características da pintura; 
● Representação da realidade com a mesma objetividade com 
que um cientista estuda um fenômeno da natureza. 
● Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois 
a beleza está na realidade tal qual ela é. 
● Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da 
realidade 
Temas da pintura: 
● Politização 
● Pintura social denunciando as injustiças e as imensas 
desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência 
da burguesia. 
Principais pintores: 
Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, 
pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, 
principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia 
particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da 
sociedade no século XIX. Courbet dizia: "Sou democrata, 
republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro" 
Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo. 
Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou 
uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica 
(características de ascendentes remotos) do homem com a terra. Foi 
educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela 
natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos 
desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van 
Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus". 
IMAGENS 
Pintura da Igreja de Gréville | As Respingadeiras | Honoré de Balzac 
| A Jovem Mãe | O Beijo | Os Burgueses de Calais | Angelus | 
Enterro em Ornans | O Atelie do Artista | Auto-Retrato 
5.4 – IMPRESSIONISMO 
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou 
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte 
47
48 
do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais 
práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus 
procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram 
a pintura impressionista. 
Principais Características: 
● A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos 
adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, 
pois as cores da natureza se modificam constantemente, 
dependendo da incidência da luz do sol. 
● As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma 
abstração do ser humano para representar imagens. 
● As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a 
impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, 
como os pintores costumavam representá-las no passado. 
● Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo 
com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo 
próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de 
sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado 
pelos pintores barrocos. 
● As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura 
das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras 
e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o 
observador que, ao admirar a pintura, combina as várias 
cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de 
ser técnica para se óptica. 
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos 
impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em 
abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo 
movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios 
acadêmicos da pintura. 
Principais artistas: 
Monet - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou 
vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as 
mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. 
Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em 
Pleno Sol. 
Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade 
e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. 
Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa 
movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o 
corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e 
sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com 
personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. 
Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière. 
48
49 
Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres 
fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era 
a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de 
poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus 
quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação 
era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento 
do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o 
teatro de bailados. 
Obra Destacada: O Ensaio. 
Seurat - Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo 
na Ilha Grande Jatte. 
Visconti (Brasileiro) - ele já não se preocupa mais em imitar 
modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da 
luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. 
Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos 
impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão 
grande que ele é considerado o maior representante dessa 
tendência na pintura brasileira. 
Obra destacada: Trigal. 
Para seu conhecimento 
● O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado 
totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. São cenas 
do jardim da casa do artista. 
● O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com 
seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio 
fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris. 
IMAGENS 
Monet 1 | Monet 2 | Ensaio | Nenúfares | O Palco | Final de Um 
Arabesco | Bailarina Diante da Janela | As Bailarinas Verdes | 
Bailarina Espanhola | Duas Lavadeiras | Bailarina Vestida em 
Repouso | A Ponte de Argenteuil | As Escarpas de Etretat | As 
Amapolas | O Tanque das Niféias | Impressão, Sol Nascente 
5.5- EXPRESSIONISMO 
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura 
dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. 
Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao 
medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a 
figura, para ressaltar o sentimento. 
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. 
49
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AULA 4 - ARTE - 1º E.MAULA 4 - ARTE - 1º E.M
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AULA 3 - ARTE - 1º E.M
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APOSTILA HISTÓRIA DA ARTE

  • 1. 1 HISTÓRIA DA ARTE 1
  • 2. 2 BIBLIOGRAFIA : HOME PAGE : http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html INDICE INTRODUÇÃO PRÉ HISTÓRIA PALEOLÍTICO INFERIOR PALEOLÍTICO SUPERIOR CONTEMPORÂNEA 5.01 NEOCLÁSSICO 5.02 ROMANTICA 5.03 REALISTA 5.04 IMPRESSIONISMO 5.05 EXPRESSIONISMO 5.06 CUBISMO 5.07 ABSTRACIONISMO 2
  • 3. 3 NEOLÍTICO IDADE DOS METAIS ARTE ANTIGA 2.01 EGÍPCIA 2.02 GREGA 2.03 ROMANA 2.04 PALEOCRISTÃ 2.05 BIZANTINA 2.06 ISLÂMICA IDADE MÉDIA 3.01 ROMÂNICA 3.02 GÓTICA IDADE MODERNA 4.01 RENASCIMENTO 4.02 MANEIRISMO 4.03 BARROCO 4.04 ROCOCÓ 5.08 FAUVISMO 5.09 CONSTRUTIVISMO 5.10 SURREALISMO 5.11 DADAÍSMO 5.12 OP ART 5.13 POP ART 5.14 INSTALAÇÃO 5.15 INTERFERÊNCIA 5.16 COBRA 5.17 FUTURISMO 5.18 ART NAIF 5.19 PINTURA METAFÍSICA ARTE BRASILEIRA 6.01 PRÉ HISTPORIA 6.02 ARTE INDÍGENA 6.03 COLONIAL 6.04 HOLANDESA 6.05 BARROCO 6.06 MISSÃO FRANCESA 6.07 ARTE ACADÊMICA 6.08 MODERNISMO BRASILEIRO 6.09 EXPRESSIONISMO 6.10 ARTE NAIF INTRODUÇÃO O que é arte? Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje, alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para comunicar-se. Quem faz arte? O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de 3
  • 4. 4 vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas. Por que o mundo necessita de arte? Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser: ● feita para decorar o mundo ● para espelhar o nosso mundo (naturalista) ● para ajudar no dia-a-dia (utilitária) ● para explicar e descrever a história ● para ser usada na cura de doenças ● para ajudar a explorar o mundo. Como entendemos a arte? O que vemos quando admiramos uma arte depende: ● da nossa experiência e conhecimentos ● da nossa disposição no momento ● da imaginação e ● daquilo que o artista pretendeu mostrar. PROCESSO DE DIÁLOGO COM O TRABALHO DO ARTISTA O ARTISTA Pode ter uma mensagem e toma decisões O TRABALH O (obra de arte) VOCÊ, O APRECIADOR Exige esforço, dedicação e diálogo com o trabalho, então pergunte-se: Qual é o tema? Quais são os materiais utilizados? A obra tem título? Quando e onde foi feita? Qual o seu tamanho? Quais são as suas cores? Como são as suas formas? Você gosta? Como ela faz se sentir? Já viu algo parecido? O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de arte? Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. É um 4
  • 5. 5 procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento, Impressionismo Cubismo, Surrealismo, etc. Como conseguimos ver as transformações do mundo através da arte? Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde e como. Desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo teve. Como as idéias se espalham pelo mundo? Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os pregressos na tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham através da: ● arqueologia , quando se descobrem objetos de outras civilizações. ● Pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham fotos ● pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas ● pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450, assim os livros e arte podiam ser impressos e distribuídos em grande quantidade ● pela internet, alguns artistas colocam suas obras em exposição e podemos pesquisá-las, bem como saber sobre outros estilos. Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para facilitar o entendimento das produções artísticas. Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois ● a partir de 1848 consideramos o início da Arte Moderna e ● o movimento Pop Art o início da Arte Pós-Moderna. Porém, optamos por apresentar a arte por meio da linha do tempo histórica, por considerarmos ser mais didática. 1- PRE HISTORIA Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento 5
  • 6. 6 escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem. Divisão da Pré-História: 1.1- PALEOLÍTICO INFERIOR ● aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C. ● primeiros hominídios ● caça e coleta ● controle do fogo e ● instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados. a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era nômade. 1.2- PALEOLÍTICO SUPERIOR ● instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha; e ● desenvolvimento da pintura e da escultura Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf. 1.3- NEOLÍTICO ● instrumentos de pedra polida, enxada e tear; ● início do cultivo dos campos; ● artesanato: cerâmica e tecidos; 6
  • 7. 7 ● construção de pedra; e ● primeiros arquitetos do mundo. A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais. Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva. Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal. Desse período temos as construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em sentido vertical. O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a História registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa. 1.4- IDADE DOS METAIS ● aparecimento de metalurgia; ● aparecimento das cidades; ● invenção da roda; ● invenção da escrita; e ● arado de bois. 7
  • 8. 8 As Cavernas Antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares e, depois, magníficas estatuetas, como as famosas “Vênus”. Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são: Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos há 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902. Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas são achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994. Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos. Parque Nacional Serra da Capivara ­Sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. Nessa região encontra­se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres. Para saber mais visite: fumdham.org Onde havia gente ­Os arqueólogos já encontraram vários registros de seres humanos pré­históricos que viviam no Brasil há pelo menos 11.000 anos: 8
  • 9. 9 Os primeiros Inícions da América ­Estudos mostram que a colonização deve ter sido mais complexa do que se pensava: Curiosidades: "O trajeto marítimo do Homo erectus" e "Os ancestrais do Iníciom moderno": 9
  • 11. 11 STONEHENGE Como foi construído: Os maciços arcos de pedra da Planície de Salisbury aguardam o nascer do sol como vêm fazendo, dia após dia, há 4 mil anos. Erguem­se em silêncio vigilante, a cor escura em contraste com o céu cinzento. Stonehenge pode ser a maior maravilha do mundo pré­histórico. Com certeza, é um de seus maiores mistérios. O círculo foi deliberadamente alinhado com o nascer do sol do solstício de verão, o amanhecer do dia mais longo do ano. Como poderiam os Inícions primitivos ter colocado aqueles gigantescos blocos de pedra, pesando até 50 toneladas cada um, em suas atuais posições? E por que fizeram isso? Na Idade Média, o monumento de Stonehenge era explicado pelo poder da magia: Merlin, mago da corte do Rei Arthur, invocara as forças das enormes pedras da Irlanda. No século 19, as pessoas estavam presas à idéia dos druidas, sem atentar para o fato de que aqueles antigos sacerdotes celtas faziam os cultos em bosques de carvalhos sagrados, e não em templos de pedra. Sacerdotes barbados em vestimentas brancas celebrando o solstício de verão em Stonehenge constituem sua imagem mais duradoura. O astrônomo Sir Fred Hoyle declarou que Stonehenge é um computador 11
  • 12. 12 pré­histórico, programado para prever os eclipses do sol e da lua. Ninguém sabe exatamente o que é Stonehenge. No entanto, hoje temos conhecimento de quando foi construído ­e como. Recente estudo feito pela Associação Arqueológica de Wessex resolve as discussões sobre a idade de Stonehenge. Tudo começou logo após o ano 3000 a.C, numa área circular delimitada por pequena encosta com grande fosso externo. "No ano 2600 a.C, enormes pedras retangulares foram trazidas das Montanhas Preseli, situadas a cerca de 217 quilômetros dali", diz Andrew Lawson, diretor da Associação. O anel externo e a arcada interna foram feitos de blocos de arenito provenientes das Planícies MarIborough, situadas 40 quilômetros ao norte. Os maiores dolmens da arcada interna, chamados de trilithons, são constituídos por dois pilares denominados megálitos e uma pedra colocada sobre o topo. Os megálitos têm aproximadamente sete metros de altura e pesam até 50 toneladas. Acredita­se que foram construídos por volta do ano 2400 a.C. Quando prepararam as pedras, os criadores de Stonehenge fizeram pequena elevação no meio das colunas, técnica que na Grécia, 1.500 anos mais tarde, seria chamada de êntase. Contrariando o efeito de distorção da paisagem, a êntase faz a aresta de uma coluna parecer perfeitamente reta. Entretanto, a descoberta mais intrigante da Associação é que o tempo de construção de Stonehenge talvez tenha sido bem menor do que se imaginava: "O monumento poderia ser construído em uma geração, com potencial humano e gerenciamento ágil." Isso é incrível. O transporte e a edificação de 40 blocos de rocha, com outro bloco de 10 toneladas colocado sobre eles, é obra que mesmo hoje seria de tirar o ânimo de qualquer um. Que força bruta foi necessária para colocar aquelas pedras na posição, sem guindastes ou roldanas? Há três verões, num campo não muito distante de Stonehenge, certo grupo de entusiastas liderado pelo engenheiro Mark Whitby e pelo arqueólogo Julian Richards mostrou como os arcos podem ter sido construídos. Whitby coordenou uma operação onde réplicas das pedras ­duas colunas de 45 toneladas e uma viga transversal de 10 toneladas, feitas de concreto ­foram puxadas sobre trilhos de madeira besuntados com sebo. Uma versão do sistema em que os grandes navios, com as quilhas lubrificadas, são lançados ao mar sobre trilhos. Os grandes blocos de pedra foram puxados colina acima por 130 soldados, bombeiros e estudantes usando quase 150 metros de corda. A força bruta, no entanto, não foi suficiente para erguer as pedras. Para alcançar seu objetivo, Whitby teve de pensar como os construtores originais. "Esses rapazes da Idade da Pedra eram engenhosos", admite Whitby. Uma dica importante foi o formato do buraco onde fica a coluna maior. Ele era vertical, com um dos lados fortemente inclinado. Whitby construiu uma rampa perto do buraco e mandou que puxassem a enorme pedra sobre ela, até que 12
  • 13. 13 a terça parte da pedra se projetasse sobre o buraco. Pesados fragmentos de rocha foram colocados sobre o bloco de pedra e empurrados para sua extremidade. Momentos depois, o peso desses fragmentos fez o imenso bloco se inclinar e cair dentro do buraco abaixo dele. Uma vez erguido o segundo bloco, a viga transversal foi arrastada sobre a rampa mais íngreme. Os três blocos se adaptaram de maneira impecável e formaram a perfeita arcada do século 20. Whitby acredita ter solucionado o problema. "Com 140 pessoas, eu poderia construir Stonehenge em menos de 20 anos.” 2- ARTE ANTIGA 2.1 – EGÍPCIA Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais. A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo. Além de crer em deuses, que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente. O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos. 2.1.1- ARQUITETURA As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto 13
  • 14. 14 deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso. As características gerais da arquitetura egípcia são: ● solidez e durabilidade; ● sentimento de eternidade; e ● aspecto misterioso e impenetrável. As pirâmides tinham base quadrangular, eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences. Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos, divididos em três categorias: Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó; Mastaba - túmulo para a nobreza; e Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo. Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel: Palmiforme - flores de palmeira; Papiriforme - flores de papiro; e Lotiforme - flor de lótus. Para seu conhecimento Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos. Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar. 2.1.2- ESCULTURA Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade. Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto 14
  • 15. 15 nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições. Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo. 2.1.3- PINTURA A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Suas características gerais são: ● ausência de três dimensões; ● ignorância da profundidade; ● colorido à tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e ● Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, ● enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil. Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho. Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas de escrita: Hieróglifos - considerados a escrita sagrada; Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e Demótica - a escrita popular. Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas. Para seu conhecimento Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo. Mumificação: a. eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. b. nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes. 15
  • 16. 16 c. as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio. d. Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização. IMAGENS 2.2 – GREGA Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Ele tem como características: ● o racionalismo; ● amor pela beleza; ● interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e ● a democracia. 2.2.1- ARQUITETURA As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A 16
  • 17. 17 característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia. ● Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência ● Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher. ● Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação. Os principais monumentos da arquitetura grega: ● Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides, que homenageavam as mulheres de Cária. ● Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: ○ a skene ou cena, para os atores; ○ a konistra ou orquestra, para o coro; ○ o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita. ● Ginásios, edifícios destinados à cultura física. ● Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia. 2.2.2- PINTURA A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras 17
  • 18. 18 coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados: ● Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas; ● Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar; ● Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc. As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. A pintura grega se divide em três grupos: ● figuras negras sobre o fundo vermelho ● figuras vermelhas sobre o fundo negro ● figuras vermelhas sobre o fundo branco 2.2.3- ESCULTURA A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem). No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulheres eram esculpidas sempre vestidas. Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Os principais mestres da escultura clássica grega são: ● Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o 18
  • 19. 19 primeiro artista que esculpiu o nu feminino. ● Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça. ● Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos. ● Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças. ● Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco. Para seu conhecimento: Mitologia: ● Zeus: senhor dos céus; ● Atenéia: deusa da guerra; ● Afrodite: deusa do amor; ● Apolo: deus das artes e da beleza; ● Posseidon: deus das águas; entre outros. Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo. Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles. Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional. IMAGENS 2.3 – ROMANA A arte romana sofreu duas fortes influências: ● a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e ● a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. 2.3.1- ARQUITETURA As características gerais da arquitetura romana são: ● busca do útil imediato, senso de realismo; ● grandeza material, realçando a idéia de força; ● energia e sentimento; ● predomínio do caráter sobre a beleza; 19
  • 20. 20 ● originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas. As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções: 1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto. 2) Comércio e civismo: Basílica A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto. 3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes. 4) Divertimentos: ● Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: ■ jogos circenses - corridas de carros; ■ ginásios - incluídos neles o pugilato; ■ jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; ■ jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus". ● Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis. ● Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que 20
  • 21. 21 ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé. 5) Monumentos decorativos ● Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. ● Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos. 6) Moradia: Casa : Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio. 2.3.2 – PINTURA O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral. A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos. ● Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore. ● Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. ● Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. ● Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral. 2.3.3 – ESCULTURA Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das 21
  • 22. 22 pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos. IMAGENS Baixo relevo | Pintura romana | Jogo de bola | Aqueduto | Mosaico | Anfiteatro | Arco do Triunfo 2.4 – PALEOCRISTÃ Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas.Surge a arte cristã primitiva. Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios. Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos.Nesses locais, a pintura é simbólica. Para entender melhor a simbologia: ● Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador". ● Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus". ● Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões. ● Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma. ● Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase 22
  • 23. 23 basilical.Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado "Basílica" (origem do nome: Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal. Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles podessem usar como local para as suas celebrações. ● O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas. ● Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Placídia e a igreja de Santo Apolinário, o Novo e a de São Vital com riquíssimos mosaicos. ● Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus dois filhos: Honório e Arcádio.Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital , e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). ● O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi completamente dominado (esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna). IMAGENS Sidrac, Misac e Abdêgano | Sansão matando os Filiseus 2.5 – BIZANTINA O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era.Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina. 23
  • 24. 24 Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro. A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada. Tinha imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos, totalmente decorados. A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. Ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido. A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior.Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um 24
  • 25. 25 claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior. Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a escultura não teve tanto destaque neste período.O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração. A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero. A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina. Essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos. IMAGENS A Imperatriz Teodora e sua Corte | Hipócrates | Igreja de Santa Sofia | Igreja de Santo Apolinário Novo | Mosaico da Igreja de Santo Apolinário Novo 2.6 – ISLÂMICA No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa. No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no 25
  • 26. 26 geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito, que contempla uma obra feita para deus. Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiões do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação. 2.6.1- ARQUITETURA As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos. No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização. A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte. As residências dos emires constituíram uma arquitetura de 26
  • 27. 27 segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono. Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires. 2.6.2- TAPETES Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra. Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração. 2.6.3- PINTURA E GRÁFICA As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa. 27
  • 28. 28 A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulo de outro. Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o que é conhecido como arabesco. Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano. IMAGENS Varanda de Lindajara | Cervo de Medina Azahara | Recipiente de Marfim | Tapete de Alcaraz | Taj Mahal | Domo da Roca 3- IDADE MÉDIA 3.1 – ROMÂNICA 3.1.1- ARQUITETURA No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. As características mais significativas da arquitetura românica são: ● abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; ● pilares maciços que sustentavam as paredes espessas; ● aberturas raras e estreitas usadas como janelas; ● torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e ● arcos que são formados por 180 graus. A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o 28
  • 29. 29 seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim, a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas. 3.1.2- PINTURA E ESCULTURA Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais. Mosaicos são pequenas pedras coloridas que colocadas lado a lado, vão formando o desenho. Usado desde a Antiguidade, veio do Oriente a técnica bizantina que utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu. No Ocidente foi utilizado principalmente nas igrejas. IMAGENS Românico | Afresco de Cristo | Afresco Românico | Basílica Românica 29
  • 30. 30 3.2 – GÓTICA No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios. 3.2.1- ARQUITETURA A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres. 3.2.2- ESCULTURA As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada. 3.2.3- ILUMINURAS Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. A gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mística China. Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto. Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: ● a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, ● a segunda é que os artistas ilustradores ao períodos gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço 30
  • 31. 31 tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores. 3.2.4- PINTURA A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas. Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento): Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento. Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores. Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens. Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin. IMAGENS Catedral de Chartres | Escultura Gótica | Políptico Gótico | Catedral de Siena | Pintura de Giotto | Catedral Gótica | Pintura Gótica | Flagelação de Cristo | Vitral | Tímpano Gótico 4- IDADE MODERNA 4.1- RENASCIMENTO O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser 31
  • 32. 32 entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. Características gerais: ● Racionalidade ● Dignidade do Ser Humano ● Rigor Científico ● Ideal Humanista ● Reutilização das artes greco-romana 4.1.1- ARQUITETURA Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. “Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura) Principais características: Ordens Arquitetônicas ● Arcos de Volta-Perfeita ● Simplicidade na construção ● A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas Construções palácios: ● igrejas, ● vilas (casa de descanso fora da cidade), ● fortalezas (funções militares) O principal arquiteto renascentista: Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi. 4.1.2- PINTURA Principais características: ● Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria. ● Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. ● Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem 32
  • 33. 33 como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. ● Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo. Os principais pintores foram: Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus. Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa. Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã. 4.1.3- ESCULTURA Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta re-adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. 33
  • 34. 34 Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze. Principais Características: ● Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade ● Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade ● Profundidade e perspectiva ● Estudo do corpo e do caráter humano O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles: ● Dürer ● Hans Holbein ● Bosch ● Bruegel Para seu conhecimento ● A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Possui alareira que produz: ○ fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; ○ fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, e que avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano ● Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia. ● Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc. ● Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente, e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque: em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente. 34
  • 35. 35 IMAGENS A Degola dos Inocentes | Casamento da Virgem | Primavera | Virgem dos Rochedos | Anunciação | Cristo (Mategna) | Escravo Atlante | Igreja Santa Maria Pace | Jardim das Delícias | Monalisa | Nascimento de Vênus | Nossa Senhora Rolim | Os Cambistas | Piedade | Piedade (Michelangelo) | Pilastras Vaticano | Santa Maria Fiori | São Jerônimo | Virgem e o Menino | 4.2 – MANEIRISMO Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: o maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos. Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em decadência. Os artistas se vêem obrigados a partir em busca de elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento. Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois de derrotar as tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma. Reinam a desolação e a incerteza. Os grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo. Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias. 4.2.1- ARQUITETURA A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se 35
  • 36. 36 dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na decoração. Principais características: Nas igrejas: ● Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade. ● Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista. Nos ricos palácios e casas de campo: ● Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento. ● A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação. Principais Artistas: BARTOLOMEO AMMANATI , (1511-1592), Autor de vários projetos arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo do conde de Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta del Popolo. a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens. GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas muito interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar de fazer comentários mal-intencionados e elogios exagerados. Sob a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obras significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na década de 30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado à arquitetura. PALLADIO, (1508-1580), O interesse que tinha pelas teorias de Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a 36
  • 37. 37 harmonia das proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão mínima. Somente dez anos depois iria se dedicar à arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il Redentore. Não se pode dizer que Palladio tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista, no entanto, é um dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi uma referência obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do barroco. 4.2.2- PINTURA É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando re-valorizar a arte pela própria arte. Principais características : ● Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente. ● Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os seres humanos. ● Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes. ● A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis. ● Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade,encontrá-lo. Principal Artista: EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. De acordo com documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza toledana. Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade 37
  • 38. 38 mística. Homem com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte. 4.2.3- ESCULTURA Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista. Principais características: ● A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos. ● O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto. Principais Artistas: BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em várias cidades italianas. Decorou também o palácio dos Mantova e o túmulo do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com quem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa Júlio II, que incumbiu-o da construção de sua villa na Porta del Popolo. Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto. No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens. GIAMBOLOGNA, (1529-1608), De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas obras. Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. O Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre as obras mais importantes desse período. Participou também de um concurso na cidade de Bolonha, para o qual realizou uma de suas mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com igual maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da 38
  • 39. 39 técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas de bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo está para o renascimento. IMAGENS Apresentação de Jesus no Templo | Basílica (Palladio) | Bibliotecário | Eva com a Maça | Igreja Redentor | Laoconte | O Fogo | Palácio Uffizi | Pátio Palácio Pitti | Ponte Trinitá 4.3 – BARROCO A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se coloca em constante dualismo: ● Paganismo X Cristianismo e ● Espírito X Matéria. Suas características gerais são: ● emocional sobre o racional; ● busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; ● entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; ● violentos contrastes de luz e sombra; ● pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida. 4.3.1- PINTURA Características da pintura barroca: ● Composição em diagonal ● Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) ● Realista, abrangendo todas as camadas sociais Dentre os pintores barrocos italianos: Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da 39
  • 40. 40 luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus. Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio. A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos: Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares. Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor. Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia. 4.3.2- ESCULTURA Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento. Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa. Para seu conhecimento : Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para 40
  • 41. 41 designar pérolas de forma irregular. IMAGENS Lição de Anatomia do Dr. Tulp | A Ronda Noturna | Mulher Banhando-se num Córrego | O Bobo da Corte Sebastián de Morra | Vênus ao Espelho | Os Síndicos da Corporação de Tecelões de Amsterdam | As Meninas | A Chegada de Maria de Médicis a Marselha | Retrato de Susanna Fourment | ACabeça de uma Criança 4.4 – ROCOCÓ Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores. Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal. Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras. O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais. Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI. Características gerais: ● Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores. ● Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante. 4.4.1- ARQUITETURA Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo. Principais características: 41
  • 42. 42 ● Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves. ● A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade. Principal Artista: Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios. 4.4.2- ESCULTURA Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer estilisticamente. Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas. Principais Artistas: Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor alemão, membro de um grupo de famílias de mestres da moldagem no estuque, distinguiu-se pela criação de santos e anjos de grande tamanho, obras-primas dos interiores rococós. Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um dos maiores representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram em geral feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação", "Anjo da guarda", "Pietà". 4.4.3- PINTURA Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens. Principais Artistas: Antoine Watteau, (1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se 42
  • 43. 43 converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX. François Boucher, (1703-1770), as expressões ingênuas e maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu estúdio"). Jean-Honoré Fragonard, (1732-1806), desenhista e retratista de talento, Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo. IMAGENS Banhistas | Carta de Amor | Embarque Citera | Igreja Ottobeuren | Personagens de Comédia Italiana 5- CONTEMPORÂNEA 5.1 – NEOCLÁSSICO Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão. Principais características: ● retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos; ● academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ● ou academias de belas-artes; ● arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles. 5.1.1- ARQUITETURA 43
  • 44. 44 Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim. 5.1.2- PINTURA A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição. Características da pintura: ● Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante. ● Exatidão nos contornos ● Harmonia do colorido Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida, Jacques-Louis David - foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções. Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat Ingres - sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. Obra destacada: Banhista de Valpinçon. Para seu conhecimento Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica de Pompéia. Diante daquelas construções, num erro de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore branco, ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos. 5.2 – ROMÂNTICA O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa do final do século XVIII. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se complexa. 44
  • 45. 45 Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. Características gerais: ● a valorização dos sentimentos e da imaginação; ● o nacionalismo; ● a valorização da natureza como princípios da criação artística; e ● os sentimentos do presente. 5.2.1- ARQUITETURA Característica principal da arquitetura: ● Revaloriza-se o gótico, considerado estilo genuinamente europeu. Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês 5.2.2- PINTURA Características da pintura: ● Aproximação das formas barrocas ● Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador ● Valorização das cores, claro-escuro ● Dramaticidade Temas da pintura: ● Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas ● Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas ● Mitologia Grega Principais artistas: Goya - trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade. Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808. Turner - representou grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina (locomotiva). Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza. 45
  • 46. 46 Delacroix - suas obras apresentam forte comprometimento político, e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os. Obras destacadas: A Liberdade guiando o povo e Agitação de Tânger. IMAGENS Auto-Retrato | A Barca de Dante | A Maja Desnuda | A Liberdade Guiando o Povo | A Mulher do Leque | Com Razão ou Sem Ela | A Morte de Sardanápalo | A Sombrinha 5.3 – REALISTA Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. São características gerais: ● o cientificismo ● a valorização do objeto ● o sóbrio e o minucioso ● a expressão da realidade e dos aspectos descritivos 5.3.1- ARQUITETURA Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz". 5.3.2- ESCULTURA Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um 46
  • 47. 47 gesto humano. Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador. 5.3.3- PINTURA Características da pintura; ● Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. ● Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. ● Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade Temas da pintura: ● Politização ● Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. Principais pintores: Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX. Courbet dizia: "Sou democrata, republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro" Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo. Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica (características de ascendentes remotos) do homem com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus". IMAGENS Pintura da Igreja de Gréville | As Respingadeiras | Honoré de Balzac | A Jovem Mãe | O Beijo | Os Burgueses de Calais | Angelus | Enterro em Ornans | O Atelie do Artista | Auto-Retrato 5.4 – IMPRESSIONISMO O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte 47
  • 48. 48 do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. Principais Características: ● A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. ● As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens. ● As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado. ● Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos. ● As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica. A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura. Principais artistas: Monet - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno Sol. Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière. 48
  • 49. 49 Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obra Destacada: O Ensaio. Seurat - Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande Jatte. Visconti (Brasileiro) - ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira. Obra destacada: Trigal. Para seu conhecimento ● O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. São cenas do jardim da casa do artista. ● O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris. IMAGENS Monet 1 | Monet 2 | Ensaio | Nenúfares | O Palco | Final de Um Arabesco | Bailarina Diante da Janela | As Bailarinas Verdes | Bailarina Espanhola | Duas Lavadeiras | Bailarina Vestida em Repouso | A Ponte de Argenteuil | As Escarpas de Etretat | As Amapolas | O Tanque das Niféias | Impressão, Sol Nascente 5.5- EXPRESSIONISMO O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. 49