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ARCADISMO
O QUE VOCÊ DEVERÁ SABER:
1) O que foi o iluminismo.
•   Como a natureza passou a simbolizar o belo

2) O que foi o Arcadismo.
•   Como o iluminismo influenciou a estética árcade.
•   Como os conceitos de equilíbrio, ordem e
    simplicidade definiram o projeto do Arcadismo.
3) Quais foram as características da produção árcade
    no Brasil.
•   De que modo Cláudio Manuel da Costa e Tomás
    Antônio Gonzaga exploraram o modelo da poesia
    árcade.
•   Como as primeiras tendências nativistas se
    manifestaram na poesia épica de Basílio da Gama e
    Santa Rita Durão.
CONTEXTO HISTÓRICO
Primeira metade do séc. XVIII:
 Decadência do pensamento Barroco.

 Burguesia ascendente;

 Preocupação com questões mundanas;

 Pensamentos de uma vida sem

  exageros ou questões metafísicas
O que estava acontecendo no
mundo?
   1670 – Término da construção do palácio de
    Versalhes;
   1687 – Newton publica a lei da gravidade;
   1698 – É inventada a bomba à vapor;
   1750 – A música sinfônica começa a se
    difundir pela Europa.
    O Tratado de Madri é firmado.
    Em Portugal, o Marquês de Pombal torna-se
    secretário de Estado.
   1751 – Diderot publica o primeiro volume da
    Enciclopédia;
   1756 – Fundação da Arcádia Lusitana;
   1759 – Os jesuítas são expulsos do Brasil;
    Voltaire publica Cândido;
   1762 – Rousseau lança O contrato social;
   1764 – Mozart escreve sua primeira sinfonia,
    aos 8 anos de idade;
   1774 – Luís XVI chega ao poder na França;
   1776 – A Declaração da Independência dos
    EUA é assinada;
   1789 – Revolução Francesa;
    No Brasil, acontece a Inconfidência Mineira.
O iluminismo

   Tendências ideológicas, filosóficas e
    científicas;
   Recuperação de um espírito
    experimental, racional
   Saber enciclopédico
   Razão e ciência = luz
   Apologia do saber e do conhecimento.
Diderot
   "O homem só será livre
    quando o último
    déspota for
    estrangulado com as
    entranhas do último
    padre".
   Criador da Enciclopédia;
   Preocupação com a
    natureza do homem e
    sua condição, os seus
    problemas morais e seu
    destino.
Montesquieu
                 “Não existem leis justas
                  ou injustas. O que existe
                  são leis mais ou menos
                  adequadas a um
                  determinado povo e a
                  uma determinada
                  circunstância de época
                  ou lugar.”
                 Estudioso das leis e dos
                  governos;
                 Acreditava existir 3
                  governos:República,
                  Monarquia e
                  despotismo.
Voltaire
              "Posso não concordar
               com nenhuma das
               palavras que
               dizeis, mas defenderei
               até a morte teu direito
               de dizê-las."
              O poder deve ser
               exercido de forma
               racional e benéfica;
              As pessoas comuns
               estão fadadas ao
               fanatismo e à
               superstição;
Rousseau
   “O homem nasce livre,
    porém está acorrentado
    de todos os lados” (O
    contrato social)
   Teoria do Bom
    selvagem;
   Contra a sociedade
    privada e exploração;
   Liberdade e igualdade.
O projeto literário do
Arcadismo
   Havia, na Grécia Antiga, uma parte central
    do Peloponeso denominada Arcádia.
    De relevo montanhoso, era habitada por
    pastores e vista com um lugar especial,
    quase mítico, em que os habitantes
    associavam o trabalho á poesia, cantando
    o paraíso em que viviam.
O projeto literário do
Arcadismo
   Criação da Arcádias literárias – que tinham
    seus doutrinadores, pessoas responsáveis
    pela estética do movimento;
   “Só o verdadeiro é belo”(equilíbrio,
    harmonia,arte ética)
   Retomada dos valores da Antiguidade
    Clássica;
   Artificialidade do cenário;
   Apologia dos valores espirituais em
    detrimento aos valores materiais;
   Reação aos excessos do Barroco;
   Simplicidade;
   Bucolismo;
   Inutilia truncat;
   Aurea mediocritas;
   Carpe diem;
   Locus amoenus;
   Fugere urbem;
Convite à Marília
Já se afastou de nós o inverno agreste.
Envolto nos seus úmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores,
O prado ameno de boninas veste.

Varrendo os ares, o sutil Nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste.
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.

Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!

                 BOCAGE, O delírio amoroso e outros poemas.
O Arcadismo brasileiro
   Febre do ouro em Minas Gerais;
   Vila Rica era uma das cidades mais
    avançadas socialmente;
   A    riqueza     do   ouro    patrocinava  o
    desenvolvimento artístico e cultural;
   Ideais de liberdade e igualdade baseados em
    textos iluministas;
   Inconfidência Mineira;
   Libertas quae sera tamen (Virgilio)
Cláudio Manuel da Costa
   1769 – Obras
   Glauceste Satúrnio;
   Musa – Nise;
   Sonetos;
   Poema épico – Vila Rica;
   Influenciado por Camões e Petrarca em seus
    sonetos;
   Preso e morto no cárcere.
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado,
Porque vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês Ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o Planeta louro,
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
   Toda a sua criação literária de Cláudio Manuel
      da Costa está em Obras Poéticas, obra que
      reúne a produção lírica do poeta, sonetos,
          éclogas, epicédios, cantatas e outras
      modalidades, e que dá início ao Arcadismo
          Brasileiro. Essa publicação marcou a
        fundação da Arcádia Ultramarina, uma
    instituição cultural onde os poetas se reuniam
       para escrever e declamar seus poemas.
O poeta admite a contradição que existe entre
     o ideal poético e a realidade de sua obra.
    Com efeito, se os poemas estão cheios de
        pastores - comprovando o projeto de
 literatura árcade - o seu gosto pela antítese e
  a preferência pelo soneto indicam a herança
     de uma tradição que remonta ao Camões
   lírico e à poesia portuguesa do século XVII.
A todo instante, o autor de Obras
 Poéticas vale-se de antíteses - típico
procedimento barroco - para registrar
os seus conflitos pessoais. No soneto
 LXXXIV, temos um belo exemplo de
contraste entre a dureza da pedra e a
         ternura do coração:
Destes penhascos fez a natureza
   O berço em que nasci! Oh, quem
              cuidara
 Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Tomás Antônio Gonzaga
   Pseudônimo – Dirceu;
   Musa – Marília;
   Autor da famosa obra Marília de
    Dirceu,escrita no cárcere e dividida em 2
    partes:
-   primeira: num tom mais esperançoso,
    antevendo o casamento;
-   segunda: tom mais melancólico, de saudades
    da amada.
   Foi degredado para Moçambique onde fez um
    bom casamento e ficou rico.
Poesia lírica
Lira I
  Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
  Que viva de guardar alheio gado;
  De tosco trato, d' expressões grosseiro,
  Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
  Tenho próprio casal, e nele assisto;
  Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
  Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
  E mais as finas lãs, de que me visto.

  Graças, Marília bela,
  Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q'um rebanho, e mais q'um trono.

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Poesia satírica
   Autor de Cartas Chilenas;
   Pseudônimo – Critilo;
   Escrevia à Doroteu ( Cláudio Manuel da
    Costa)
   O alvo é o governo de Luís da Cunha
    Menezes, chamado de “Fanfarrão
    Minésio”
Cartas Chilenas
Aquele, Doroteu, que não é santo,
Mas quer fingir-se santo aos outros homens,
Pratica muito mais do que pratica
Quem segue os sãos caminhos da verdade.
Mal se põe nas igrejas, de joelhos,
Abre os braços em cruz, a terra beija,
Entorta o seu pescoço, fecha os olhos,
Faz que chora, suspira, fere o peito
E executa outras muitas macaquices,
Estando em parte onde o mundo as veja.
Assim o nosso chefe, que procura
Mostrar-se compassivo, não descansa
Com estas poucas obras: passa a dar-nos
Da sua compaixão maiores provas.
(Carta 2ª, versos 81 a 94)
Bocage
   Português que veio morar no Brasil;
   Morou na Índia;
   Foi preso pela Inquisição;
   Pseudônimo – Elmano Sadino;
   Produziu poesia satírica, lírica e erótica.
Poesia satírica
 Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
 Puta tem sido muita gente boa;
 Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
 Milhões de vezes putas têm reinado:

 Dido foi puta, e puta dum soldado,
 Cleópatra por puta alcança a c’roa;
 Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
 O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa
Que ainda há pouco morreu (diz a Gazeta),
Entre mil porras expirou vaidosa:

Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques pois, oh Nise, duvidosa
Que isto de virgo e honra é tudo peta.
Poesia lírica (convencional)
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta e planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
Poesia lírica (pré-romântico)
 Incultas produções da mocidade
 Exponho a vossos olhos, ó leitores:
 Vede-as com mágoa, vede-as com piedade,
 Que elas buscam piedade, e não louvores:

 Ponderai da Fortuna a variedade
 Nos meus suspiros, lágrimas, e amores;
 Notai dos males seus a imensidade,
 A curta duração dos seus favores:

 E se entre versos mil de sentimento
 Encontrardes alguns, cuja aparência
 Indique festival contentamento,

 Crede, ó mortais, que foram com violência
 Escritos pela mão do Fingimento,
 Cantados pela voz da Dependência.
Os épicos árcades
   São o embrião dos símbolos de
    nacionalidade que povoarão os textos
    românticos: a natureza exuberante e os
    índios valorosos.
   O Uraguai – José Basílio da Gama
   Caramuru – Santa Rita Durão
O Uraguai
   Versos brancos;
   Poema épico;
   História da luta travada entre os índios que
    viviam nas Missões dos Sete Povos
    (Uruguai)e um exército luso-espanhol.
   Para cumprir o Tratado de Madri, os soldados
    deveriam transferir Sete Povos para os
    portugueses e Sacramento para os
    espanhóis.
Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão e a mão no tronco
Dum fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Caramuru
   Modelo camoniano: 10 cantos, oitava
    rima;
   História do descobrimento da Bahia por
    Diogo Álvares Correia;
   Exaltação da paisagem brasileira, dos
    recursos naturais, das tradições e dos
    costumes dos índios.
O poeta contemporâneo e a
natureza
             Vento no Litoral (Legião Urbana)
  De tarde quero descansar, chegar até a praia
  Ver se o vento ainda está forte
  E vai ser bom subir nas pedras.

  Sei que faço isso para esquecer
  Eu deixo a onda me acertar
  E o vento vai levando tudo embora

  Agora está tão longe
  Vê, a linha do horizonte me distrai:
  Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
  Quando olhávamos juntos na mesma direção.

  Aonde está você agora?
  Além de aqui, dentro de mim...
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo.

E quando vejo o mar
Existe algo que diz:
-Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim...
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei, olha só o que eu achei:
Cavalos-marinhos.

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda
Me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...
Uma releitura hippie dos ideais
árcades.
 Eu quero uma casa no campo
 Onde eu possa compor muitos rocks rurais
 E tenha somente a certeza
 Dos amigos do peito e nada mais
 Eu quero uma casa no campo
 Onde eu possa ficar no tamanho da paz
 E tenha somente a certeza
 Dos limites do corpo e nada mais
 Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
 No meu jardim
 Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
Para pensar...
   Reflita sobre a relação entre o conceito
    de mimese e a estética árcade.
   Procure identificar de que modo o
    Arcadismo projeta na natureza os
    principais valores que deseja divulgar
    junto ao público leitor.
   A imitação da natureza ocorre porque é nela
    que os gregos identificam as verdades
    universais.
   Por isso, o ideal de beleza e equilíbrio se
    manifesta, na poesia árcade, associado á
    criação de cenários naturais perfeitos, que
    convidam o ser humano a abandonar o luxo e
    a corrupção das cidades e retomar uma vida
    mais simples e natural.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.

(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
(USP) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao
   Arcadismo:
a) Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da
   corrente indianista na poesia brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse
   período.
c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a
   postura de pastores e transformam a realidade num quadro
   idealizado.
d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo
   político.
e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada à
   expressão de ter ou não fé.
(Mackenzie) Assinale a alternativa em que
  aparece uma característica imprópria do
  Arcadismo:
a) Bucolismo.
b) Presença de entidades mitológicas.
c) Exaltação da natureza.
d) Tranquilidade no relacionamento amoroso.
e) Evasão na morte.
(UFV) Todos os fragmentos abaixo representam, pela linguagem
   ou pela temática, o movimento árcade brasileiro, EXCETO:
a) “A mesma formosura/é dote que só goza a mocidade:/rugam-se
   as faces, o cabelo alveja/mal chega a longa idade.”
b) “Pastores que levais ao monte o gado,/Vede lá como andais por
   essa serra,/Que para dar contágio a toda a terra,/Basta ver-se o
   meu rosto magoado.”
c) “Passam, prezado amigo, de quinhentos/Os presos que se
   ajuntam na cadeia./Uns dormem encolhidos sobre a terra,/Mal
   cobertos dos trapos, que molharam/de dia, no trabalho.”
d) “Que havemos de esperar, Marília bela?/que vão passando os
   florescentes dias?/as glórias que vêm tarde, já vêm frias,/e
   pode enfim mudar-se a nossa estrela.”
e) “Oh! Que saudades que eu tenho/Da aurora da minha vida,/Da
   minha infância querida/Que os anos não trazem mais!”
Assinale o que não se refere ao Arcadismo:
a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza,
   simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o
   belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso
   de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.

e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat
   (“corta o que é inútil”).
Arcadismo - Profª Vivian Trombini

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Arcadismo - Profª Vivian Trombini

  • 2. O QUE VOCÊ DEVERÁ SABER: 1) O que foi o iluminismo. • Como a natureza passou a simbolizar o belo 2) O que foi o Arcadismo. • Como o iluminismo influenciou a estética árcade. • Como os conceitos de equilíbrio, ordem e simplicidade definiram o projeto do Arcadismo.
  • 3. 3) Quais foram as características da produção árcade no Brasil. • De que modo Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga exploraram o modelo da poesia árcade. • Como as primeiras tendências nativistas se manifestaram na poesia épica de Basílio da Gama e Santa Rita Durão.
  • 4. CONTEXTO HISTÓRICO Primeira metade do séc. XVIII:  Decadência do pensamento Barroco.  Burguesia ascendente;  Preocupação com questões mundanas;  Pensamentos de uma vida sem exageros ou questões metafísicas
  • 5. O que estava acontecendo no mundo?  1670 – Término da construção do palácio de Versalhes;  1687 – Newton publica a lei da gravidade;  1698 – É inventada a bomba à vapor;  1750 – A música sinfônica começa a se difundir pela Europa. O Tratado de Madri é firmado. Em Portugal, o Marquês de Pombal torna-se secretário de Estado.
  • 6. 1751 – Diderot publica o primeiro volume da Enciclopédia;  1756 – Fundação da Arcádia Lusitana;  1759 – Os jesuítas são expulsos do Brasil; Voltaire publica Cândido;  1762 – Rousseau lança O contrato social;
  • 7. 1764 – Mozart escreve sua primeira sinfonia, aos 8 anos de idade;  1774 – Luís XVI chega ao poder na França;  1776 – A Declaração da Independência dos EUA é assinada;  1789 – Revolução Francesa; No Brasil, acontece a Inconfidência Mineira.
  • 8. O iluminismo  Tendências ideológicas, filosóficas e científicas;  Recuperação de um espírito experimental, racional  Saber enciclopédico  Razão e ciência = luz  Apologia do saber e do conhecimento.
  • 9. Diderot  "O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre".  Criador da Enciclopédia;  Preocupação com a natureza do homem e sua condição, os seus problemas morais e seu destino.
  • 10. Montesquieu  “Não existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou menos adequadas a um determinado povo e a uma determinada circunstância de época ou lugar.”  Estudioso das leis e dos governos;  Acreditava existir 3 governos:República, Monarquia e despotismo.
  • 11. Voltaire  "Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."  O poder deve ser exercido de forma racional e benéfica;  As pessoas comuns estão fadadas ao fanatismo e à superstição;
  • 12. Rousseau  “O homem nasce livre, porém está acorrentado de todos os lados” (O contrato social)  Teoria do Bom selvagem;  Contra a sociedade privada e exploração;  Liberdade e igualdade.
  • 13. O projeto literário do Arcadismo  Havia, na Grécia Antiga, uma parte central do Peloponeso denominada Arcádia. De relevo montanhoso, era habitada por pastores e vista com um lugar especial, quase mítico, em que os habitantes associavam o trabalho á poesia, cantando o paraíso em que viviam.
  • 14. O projeto literário do Arcadismo  Criação da Arcádias literárias – que tinham seus doutrinadores, pessoas responsáveis pela estética do movimento;  “Só o verdadeiro é belo”(equilíbrio, harmonia,arte ética)  Retomada dos valores da Antiguidade Clássica;  Artificialidade do cenário;  Apologia dos valores espirituais em detrimento aos valores materiais;
  • 15. Reação aos excessos do Barroco;  Simplicidade;  Bucolismo;  Inutilia truncat;  Aurea mediocritas;  Carpe diem;  Locus amoenus;  Fugere urbem;
  • 16. Convite à Marília Já se afastou de nós o inverno agreste. Envolto nos seus úmidos vapores; A fértil Primavera, a mãe das flores, O prado ameno de boninas veste. Varrendo os ares, o sutil Nordeste Os torna azuis; as aves de mil cores Adejam entre Zéfiros e Amores, E toma o fresco Tejo a cor celeste.
  • 17. Vem, ó Marília, vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza, Destas copadas árvores o abrigo. Deixa louvar da corte a vã grandeza: Quanto me agrada mais estar contigo Notando as perfeições da Natureza! BOCAGE, O delírio amoroso e outros poemas.
  • 18. O Arcadismo brasileiro  Febre do ouro em Minas Gerais;  Vila Rica era uma das cidades mais avançadas socialmente;  A riqueza do ouro patrocinava o desenvolvimento artístico e cultural;  Ideais de liberdade e igualdade baseados em textos iluministas;  Inconfidência Mineira;  Libertas quae sera tamen (Virgilio)
  • 19. Cláudio Manuel da Costa  1769 – Obras  Glauceste Satúrnio;  Musa – Nise;  Sonetos;  Poema épico – Vila Rica;  Influenciado por Camões e Petrarca em seus sonetos;  Preso e morto no cárcere.
  • 20. Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Em meus versos teu nome celebrado, Porque vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio: Não vês nas tuas margens o sombrio, Fresco assento de um álamo copado; Não vês Ninfa cantar, pastar o gado Na tarde clara do calmoso estio.
  • 21. Turvo banhando as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro O vasto campo da ambição recreias. Que de seus raios o Planeta louro, Enriquecendo o influxo em tuas veias, Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
  • 22. Toda a sua criação literária de Cláudio Manuel da Costa está em Obras Poéticas, obra que reúne a produção lírica do poeta, sonetos, éclogas, epicédios, cantatas e outras modalidades, e que dá início ao Arcadismo Brasileiro. Essa publicação marcou a fundação da Arcádia Ultramarina, uma instituição cultural onde os poetas se reuniam para escrever e declamar seus poemas.
  • 23. O poeta admite a contradição que existe entre o ideal poético e a realidade de sua obra. Com efeito, se os poemas estão cheios de pastores - comprovando o projeto de literatura árcade - o seu gosto pela antítese e a preferência pelo soneto indicam a herança de uma tradição que remonta ao Camões lírico e à poesia portuguesa do século XVII.
  • 24. A todo instante, o autor de Obras Poéticas vale-se de antíteses - típico procedimento barroco - para registrar os seus conflitos pessoais. No soneto LXXXIV, temos um belo exemplo de contraste entre a dureza da pedra e a ternura do coração:
  • 25. Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! Oh, quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!
  • 26. Tomás Antônio Gonzaga  Pseudônimo – Dirceu;  Musa – Marília;  Autor da famosa obra Marília de Dirceu,escrita no cárcere e dividida em 2 partes: - primeira: num tom mais esperançoso, antevendo o casamento; - segunda: tom mais melancólico, de saudades da amada.  Foi degredado para Moçambique onde fez um bom casamento e ficou rico.
  • 27. Poesia lírica Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d' expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
  • 28. Eu vi o meu semblante numa fonte, Dos anos inda não está cortado: Os pastores, que habitam este monte, Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja até me tem o próprio Alceste: Ao som dela concerto a voz celeste; Nem canto letra, que não seja minha, Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
  • 29. Mas tendo tantos dotes da ventura, Só apreço lhes dou, gentil Pastora, Depois que teu afeto me segura, Que queres do que tenho ser senhora. É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte, e prado; Porém, gentil Pastora, o teu agrado Vale mais q'um rebanho, e mais q'um trono. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
  • 30. Poesia satírica  Autor de Cartas Chilenas;  Pseudônimo – Critilo;  Escrevia à Doroteu ( Cláudio Manuel da Costa)  O alvo é o governo de Luís da Cunha Menezes, chamado de “Fanfarrão Minésio”
  • 31. Cartas Chilenas Aquele, Doroteu, que não é santo, Mas quer fingir-se santo aos outros homens, Pratica muito mais do que pratica Quem segue os sãos caminhos da verdade. Mal se põe nas igrejas, de joelhos, Abre os braços em cruz, a terra beija, Entorta o seu pescoço, fecha os olhos, Faz que chora, suspira, fere o peito E executa outras muitas macaquices, Estando em parte onde o mundo as veja. Assim o nosso chefe, que procura Mostrar-se compassivo, não descansa Com estas poucas obras: passa a dar-nos Da sua compaixão maiores provas. (Carta 2ª, versos 81 a 94)
  • 32. Bocage  Português que veio morar no Brasil;  Morou na Índia;  Foi preso pela Inquisição;  Pseudônimo – Elmano Sadino;  Produziu poesia satírica, lírica e erótica.
  • 33. Poesia satírica Não lamentes, oh Nise, o teu estado; Puta tem sido muita gente boa; Putíssimas fidalgas tem Lisboa, Milhões de vezes putas têm reinado: Dido foi puta, e puta dum soldado, Cleópatra por puta alcança a c’roa; Tu, Lucrécia, com toda a tua proa, O teu cono não passa por honrado:
  • 34. Essa da Rússia imperatriz famosa Que ainda há pouco morreu (diz a Gazeta), Entre mil porras expirou vaidosa: Todas no mundo dão a sua greta: Não fiques pois, oh Nise, duvidosa Que isto de virgo e honra é tudo peta.
  • 35. Poesia lírica (convencional) Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali beijando-se os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta e planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folgas a abelhinha pára, Ora nos ares sussurrando gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara.
  • 36. Poesia lírica (pré-romântico) Incultas produções da mocidade Exponho a vossos olhos, ó leitores: Vede-as com mágoa, vede-as com piedade, Que elas buscam piedade, e não louvores: Ponderai da Fortuna a variedade Nos meus suspiros, lágrimas, e amores; Notai dos males seus a imensidade, A curta duração dos seus favores: E se entre versos mil de sentimento Encontrardes alguns, cuja aparência Indique festival contentamento, Crede, ó mortais, que foram com violência Escritos pela mão do Fingimento, Cantados pela voz da Dependência.
  • 37. Os épicos árcades  São o embrião dos símbolos de nacionalidade que povoarão os textos românticos: a natureza exuberante e os índios valorosos.  O Uraguai – José Basílio da Gama  Caramuru – Santa Rita Durão
  • 38. O Uraguai  Versos brancos;  Poema épico;  História da luta travada entre os índios que viviam nas Missões dos Sete Povos (Uruguai)e um exército luso-espanhol.  Para cumprir o Tratado de Madri, os soldados deveriam transferir Sete Povos para os portugueses e Sacramento para os espanhóis.
  • 39. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, Tinha a face na mão e a mão no tronco Dum fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia e cinge Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
  • 40. Caramuru  Modelo camoniano: 10 cantos, oitava rima;  História do descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia;  Exaltação da paisagem brasileira, dos recursos naturais, das tradições e dos costumes dos índios.
  • 41. O poeta contemporâneo e a natureza Vento no Litoral (Legião Urbana) De tarde quero descansar, chegar até a praia Ver se o vento ainda está forte E vai ser bom subir nas pedras. Sei que faço isso para esquecer Eu deixo a onda me acertar E o vento vai levando tudo embora Agora está tão longe Vê, a linha do horizonte me distrai: Dos nossos planos é que tenho mais saudade, Quando olhávamos juntos na mesma direção. Aonde está você agora? Além de aqui, dentro de mim...
  • 42. Agimos certo sem querer Foi só o tempo que errou Vai ser difícil sem você Porque você está comigo o tempo todo. E quando vejo o mar Existe algo que diz: -Que a vida continua E se entregar é uma bobagem... Já que você não está aqui O que posso fazer É cuidar de mim...
  • 43. Quero ser feliz ao menos Lembra que o plano Era ficarmos bem... Eieieieiei, olha só o que eu achei: Cavalos-marinhos. Sei que faço isso Pra esquecer Eu deixo a onda Me acertar E o vento vai levando Tudo embora...
  • 44. Uma releitura hippie dos ideais árcades. Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo Onde eu possa ficar no tamanho da paz E tenha somente a certeza Dos limites do corpo e nada mais Eu quero carneiros e cabras pastando solenes No meu jardim Eu quero o silêncio das línguas cansadas
  • 45. Eu quero a esperança de óculos Meu filho de cuca legal Eu quero plantar e colher com a mão A pimenta e o sal Eu quero uma casa no campo Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé Onde eu possa plantar meus amigos Meus discos e livros E nada mais
  • 46. Para pensar...  Reflita sobre a relação entre o conceito de mimese e a estética árcade.  Procure identificar de que modo o Arcadismo projeta na natureza os principais valores que deseja divulgar junto ao público leitor.
  • 47. A imitação da natureza ocorre porque é nela que os gregos identificam as verdades universais.  Por isso, o ideal de beleza e equilíbrio se manifesta, na poesia árcade, associado á criação de cenários naturais perfeitos, que convidam o ser humano a abandonar o luxo e a corrupção das cidades e retomar uma vida mais simples e natural.
  • 48. Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado.
  • 49. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro. (COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos)
  • 50. (USP) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo: a) Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na poesia brasileira. b) Presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período. c) Propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado. d) Circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político. e) Penetração de tendência mística e religiosa, vinculada à expressão de ter ou não fé.
  • 51. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparece uma característica imprópria do Arcadismo: a) Bucolismo. b) Presença de entidades mitológicas. c) Exaltação da natureza. d) Tranquilidade no relacionamento amoroso. e) Evasão na morte.
  • 52. (UFV) Todos os fragmentos abaixo representam, pela linguagem ou pela temática, o movimento árcade brasileiro, EXCETO: a) “A mesma formosura/é dote que só goza a mocidade:/rugam-se as faces, o cabelo alveja/mal chega a longa idade.” b) “Pastores que levais ao monte o gado,/Vede lá como andais por essa serra,/Que para dar contágio a toda a terra,/Basta ver-se o meu rosto magoado.” c) “Passam, prezado amigo, de quinhentos/Os presos que se ajuntam na cadeia./Uns dormem encolhidos sobre a terra,/Mal cobertos dos trapos, que molharam/de dia, no trabalho.” d) “Que havemos de esperar, Marília bela?/que vão passando os florescentes dias?/as glórias que vêm tarde, já vêm frias,/e pode enfim mudar-se a nossa estrela.” e) “Oh! Que saudades que eu tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!”
  • 53. Assinale o que não se refere ao Arcadismo: a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade. b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza). c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras. d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres. e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”).