O documento descreve o movimento literário Parnasianismo no Brasil, que buscava trazer rigor formal à poesia, eliminando o excesso sentimentalista do Romantismo. Destaca os poetas Olavo Bilac, que soube equilibrar forma e sensibilidade, e Raimundo Correia, que explorou imagens sugestivas oscilando entre descrição e sugestão. A popularidade de Bilac está associada à capacidade de criar versos memoráveis.
2. O Parnasianismo: a “disciplina do bom gosto”
Os romances realistas e naturalistas e a poesia parnasiana
são manifestações literárias dessas mudança. Na poesia, a
transformação será mais radical.
Ela foi durante décadas, o espaço privilegiado para a
expressão das emoções humanas. Em nome da expressão
de sentimentos e dos estados da alma, os românticos
haviam abandonados os rigores formais na composição dos
poemas.
Em 1866, alguns poetas franceses, como Théophile Gautier e
Lecontre de Lisle, publicam uma antologia de poemas
intitulada O Parnaso Contemporâneo, em que defendem a
necessidade de tratar os temas poéticos de modo mais
objetivo, pondo fim às “lamúrias” românticas.
3. O Projeto Literário do Parnasianismo
O objetivo declarado dos poetas parnasianos era um só: devolver a beleza formal à poesia,
eliminando o que consideravam os excessos sentimentalistas românticos que
comprometeriam a qualidade artística dos poemas.
-> Os agentes do discurso
A publicação dos poemas também era feita nos jornais, mas acabava tendo uma outra
forma de circulação importante: a memória dos leitores. Os versos considerados mais
bonitos eram logo decorados e citados na primeira oportunidade.
-> O parnasianismo e o público
É possível identificar as características do público do Parnasianismo a parti de uma
explicação, elaborada pelo crítico Nestor Vitor, em 1902, para justificar a grande
admiração do público pelos poemas de Olavo Bilac. Ele afirmava que Bilac correspondia
aos ideais da sociedade para a qual escrevia. A elite brasileira não buscava textos
profundo. O que ela queria – e encontrava principalmente nos versos de Bilac – era a
palavra de efeito, a rima trabalhada, o ritmo candente.
-. O modelo parnasiano
Os parnasianos adotam alguns princípios que orientam a seleção de temas e os modelos
literários a serem seguidos.
- Opção por uma poesia descritiva: uso de imagens que apresentem de modo mais
imparcial fenômenos naturais, fatos históricos.
- Resgate de temas da Antiguidade clássica (referência à mitologia e a personagens
históricas).
- Defesa da “arte pela arte”: a poesia deveria ser composta como um fim em si mesma.
4. Os parnasianos brasileiros
Em 1878, os jornais brasileiros deram notícia
de uma polêmica literária intitulada “ A
batalha do Parnaso”: debatia-se a
possibilidade de criação de uma poesia
filosófico-científica para refletir o espírito da
época.
A primeira obra a incorporar, de fato, os
princípios do projeto literário parnasiano foi
o livro fanfarras, de Teófilo Dias, publicado
em 1882, data associada ao início do
Parnasianismo no Brasil.
5. Olavo Bilac, o poeta das estrelas
Estrela maior do parnasianismo brasileiro, a
popularidade de Olavo Bilac está associada à
grande capacidade de trabalhar as palavras e criar
versos inesquecíveis.
Colocando-se entre o Parnasianismo mais rigoroso
e um Romantismo erotizado, Bilac tornou-se um
mestre. Como poeta, soube aproveitar o que essa
estética tinha de inovador no trabalho com a forma,
sem abrir mão da sensibilidade para identificar as
imagens e os temas que respondiam aos anseios de
um público até então habituados aos exageros
sentimentalistas românticos. Por esse motivo, muito
de seus versos são lembrados até hoje.
6. Raimundo Correia: as imagens mais
sugestivas
Ao lado de Olavo Bilac. Raimundo Correia
apresenta-se como um parnasiano que não
submeteu sua sensualidade à devoção da
forma. Embora tenha abraçado a ideia da
perfeição formal, seus sonetos exploram a
força das imagens sugestivas, fazendo com
que o autor oscile entre a descrição e a
sugestão.
7. Outros parnasianos brasileiros
Considerado, por Olavo Bilac, o “chefe” do Parnasianismo brasileiro, Alberto de Oliveira se dedicou
inteiramente ao culto à forma a partir do segundo livro de poesias