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20 sonetos – Luís de Camões
Classicismo (XVI)
Prof. Welington Fernandes, 2016
Leia essa canção, ouça esse poema
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
...sobre os ombros de gigantes:
mimese (imitação) e intertextualidade
Questa anima gentil che si disparte,
anzi tempo chiamata a l’altra vita,
se lassuso è quanto esser de’gradita,
terrà del ciel la più beata parte.
S’ella riman fra ‘l terzo lume e Marte
fia la vista del Sole scolorita,
poi ch’a mirar sua bellezza infinita
l’anime degne intorno a lei fien
sparte;
se si possasse sotto al quarto nido,
ciascuna de lê ter saria men bella,
et essa sola avria la fama e ‘l grido;
nel quinto giro non abitrebbe ella;
ma se vola più alto, assai mi fido
Che com Giove sai vinta altra Stella.
Esta alma gentil, que se departe,
Chamada antes da hora à outra vida,
Se é lá no além, como era aqui, querida, Terá do céu
a mais bendita parte.
Se ela ficasse dentre a Terra e Marte, Faria a luz do
Sol descolorida;
Pois que a mirar-lhe a graça tão subida, Toda alma
digna, em torno a ela, parte.
Se sob o quarto ninho ela pousasse, Qualquer das
três seria menos bela
E fama e voz talvez só ela achasse.
No quinto giro não pousara ela;
Porém, se ela a mais alto erguesse a face, Venceria
com Jove a toda estrela.
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etério, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
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Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
A história do amor de Jacó por Raquel,
Gênesis, cap. 29, v. 15 e ss.
Entre os gêmeos Esaú e Jacó, aquele foi o primeiro a nascer.
Como primogênito, Esaú teria todos os direitos de herança e de
mando, o que causava a rivalidade do irmão. Chegando a hora da
morte do pai, Isaque, como último desejo antes da bênção que
daria a Esaú, pede ao filho que prepare uma carne. A mãe,
Rebeca, sabendo disso, e mostrando preferência pelo mais
jovem, prepara ela mesma o prato e manda Jacó, vestido com
roupas do irmão, passar-se por ele diante do pai já cego, a fim de
que ele receba a bênção. Ludibriado, Isaque o abençoa,
provocando o desejo de vingança de Esaú em relação a Jacó. O
pai e a mãe, então, mandam o filho para a casa de Labão, seu
tio, onde Jacó entra em contato com Raquel e Lia. A partir daí, o
que se passa entre os primos pode ser lido no soneto camoniano.
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;
começa de servir outros sete anos,
dizendo: —Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.
Temáticas
I – O amor: ora espiritualizado; ora carnal
II – A instabilidade das cousas do mundo
III – Idealismo; perfeição e sofrimento
IV – O desconcerto do mundo
005 - Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
092 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
092 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
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Diálogo: epoesia e filosofia
Escola de Atenas
Dicotomia – Idealismo x Materialismo
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como ideia:
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
o amor personificado: Amor,
Eros ou Cupido e a temática do olhar
Pede o desejo, Dama, que vos veja;
Não entende o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
Que, quem o tem, não sabe o que deseja.
Não há cousa, a qual natural seja,
Que não queira perpétuo o seu estado;
Não quer logo o desejo o desejado,
Por que não falte nunca onde sobeja.
Mas este puro afeito em mim se dana;
Que, como a grave pedra tem por arte
O centro desejar da Natureza,
Assi o pensamento, pela parte
Que vai tomar de mim, terrestre, humana,
Foi, Senhora, pedir esta baixeza.
amor espiritualizado: neoplatonismo
escola filosófica alexandrina (Séc. II – Séc. V) que
interpreta o platonismo de forma mística e
espiritualista, supondo a transcendência de um Deus
[Seu principal representante é o filósofo egípcio
Plotino (205-270).] - Houaiss
De acordo com o neoplatonismo que aparece na
poesia lírica de Camões, a mulher amada é
caracterizada com um ser divino e o amor é
apresentado como um sentimento capaz de apurar a
alma do ser que ama, elevando-o e afastando-o do
imperfeito mundo da matéria.
A oscilação do eu lírico entre:
lucidez e comedimento (Classicismo)
e
confusão, desequilíbrio e
complexidade (Maneirismo)
Busque amor novas artes, novo engenho
para matar-me e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças
que mal me tirará o que eu não tenho
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças:
que não temo contrastes nem mudanças
andando em bravo mar perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê
que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê que nasce não sei onde
vem não sei como e dói não sei porquê.
Correm turvas as águas deste rio,
que as do Céu e as do monte as enturbaram;
os campos florescidos se secaram,
intratável se fez o vale, e frio.
Passou o Verão, passou o ardente Estio,
üas cousas por outras se trocaram;
os fementidos Fados já deixaram
do mundo o regimento, ou desvario.
Tem o tempo sua ordem já sabida;
o mundo, não; mas anda tão confuso,
que parece que dele Deus se esquece.
Casos, opiniões, natura e uso
fazem que nos pareça desta vida
que não há nela mais que o que parece.
De vós me aparto, ó vida! Em tal mudança,
sinto vivo da morte o sentimento.
Não sei para que é ter contentamento,
se mais há de perder quem mais alcança.
Mas dou vos esta firme segurança
que, posto que me mate meu tormento,
pelas águas do eterno esquecimento
segura passará minha lembrança.
Antes sem vós meus olhos se entristeçam,
que com qualquer cous' outra se contentem;
antes os esqueçais, que vos esqueçam.
Antes nesta lembrança se atormentem,
que com esquecimento desmereçam
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Como quando do mar tempestuoso
o marinheiro, lasso e trabalhado,
d'um naufrágio cruel já salvo a nado,
só ouvir falar nele o faz medroso;
e jura que em que veja bonançoso
o violento mar, e sossegado
não entre nele mais, mas vai, forçado
pelo muito interesse cobiçoso;
Assi, Senhora eu, que da tormenta,
de vossa vista fujo, por salvar me,
jurando de não mais em outra ver me;
minh'alma que de vós nunca se ausenta,
dá me por preço ver vos, faz tornar me
donde fugi tão perto de perder me.
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o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos ofrece,
me está (se não te vejo) magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
sem ti, perpetuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.
Metalinguagem:
quando a linguagem explica a si
mesma e/ou quando o poema tematiza
o próprio fazer poético
Está o lascivo e doce passarinho
com o biquinho as penas ordenando;
o verso sem medida, alegre e brando,
espedindo no rústico raminho;
o cruel caçador (que do caminho
se vem calado e manso desviando)
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lhe dá no Estígio lago eterno ninho.
Dest' arte o coração, que livre andava,
(posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.
Porque o Frecheiro cego me esperava,
para que me tomasse descuidado,
em vossos claros olhos escondido.
autobiografismo:
quando o eu-poético se assemelha ao
próprio Camões e o tema é a sua vida.
O dia em que eu nasci, moura e pereça,
não o queira jamais o tempo dar,
não torne mais ao mundo, e, se tornar,
eclipse nesse passo o sol padeça.
luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça,
mostre o mundo sinais de se acabar,
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o ar, a mãe ao próprio filho não conheça.
as pessoas pasmadas de ignorantes,
as lágrimas no rosto, a cor perdida,
cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
que este dia deitou ao mundo a vida
mais desgraçada que jamais se viu!
Ah! minha Dinamene! Assi deixaste
quem não deixara nunca de querer-te?
Ah! Ninfa minha! Já não posso ver-te,
tão asinha esta vida desprezaste!
Como já para sempre te apartaste
de quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te,
que não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura morte
me deixou, que tão cedo o negro manto
em teus olhos deitado consentiste!
Ó mar, ó Céu, ó minha escura sorte!
Que pena sentirei, que valha tanto,
que inda tenho por pouco o viver triste?
Vencido está de Amor meu pensamento,
O mais que pode ser, vencida a vida,
Sujeita a vos servir instituída,
Oferecendo tudo a vosso intento.
Contente deste bem, louva o momento
Ou hora em que se viu também perdida,
Mil vezes desejando a tal ferida
Outra vez renovar seu perdimento.
Com esta pretensão está segura
A causa que me guia nesta empresa,
Tão sobrenatural, honrosa e alta,
Jurando não seguir outra ventura,
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O amor em Camões

  • 1. 20 sonetos – Luís de Camões Classicismo (XVI) Prof. Welington Fernandes, 2016
  • 2. Leia essa canção, ouça esse poema
  • 3.
  • 4. Enquanto quis Fortuna que tivesse esperança de algum contentamento, o gosto de um suave pensamento me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse minha escritura a algum juízo isento, escureceu-me o engenho co tormento, para que seus enganos não dissesse. Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos a diversas vontades! Quando lerdes num breve livro casos tão diversos, verdades puras são, e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, tereis o entendimento de meus versos!
  • 5. ...sobre os ombros de gigantes: mimese (imitação) e intertextualidade
  • 6. Questa anima gentil che si disparte, anzi tempo chiamata a l’altra vita, se lassuso è quanto esser de’gradita, terrà del ciel la più beata parte. S’ella riman fra ‘l terzo lume e Marte fia la vista del Sole scolorita, poi ch’a mirar sua bellezza infinita l’anime degne intorno a lei fien sparte; se si possasse sotto al quarto nido, ciascuna de lê ter saria men bella, et essa sola avria la fama e ‘l grido; nel quinto giro non abitrebbe ella; ma se vola più alto, assai mi fido Che com Giove sai vinta altra Stella. Esta alma gentil, que se departe, Chamada antes da hora à outra vida, Se é lá no além, como era aqui, querida, Terá do céu a mais bendita parte. Se ela ficasse dentre a Terra e Marte, Faria a luz do Sol descolorida; Pois que a mirar-lhe a graça tão subida, Toda alma digna, em torno a ela, parte. Se sob o quarto ninho ela pousasse, Qualquer das três seria menos bela E fama e voz talvez só ela achasse. No quinto giro não pousara ela; Porém, se ela a mais alto erguesse a face, Venceria com Jove a toda estrela.
  • 7. Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etério, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te; Roga a Deus que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.
  • 8. A história do amor de Jacó por Raquel, Gênesis, cap. 29, v. 15 e ss. Entre os gêmeos Esaú e Jacó, aquele foi o primeiro a nascer. Como primogênito, Esaú teria todos os direitos de herança e de mando, o que causava a rivalidade do irmão. Chegando a hora da morte do pai, Isaque, como último desejo antes da bênção que daria a Esaú, pede ao filho que prepare uma carne. A mãe, Rebeca, sabendo disso, e mostrando preferência pelo mais jovem, prepara ela mesma o prato e manda Jacó, vestido com roupas do irmão, passar-se por ele diante do pai já cego, a fim de que ele receba a bênção. Ludibriado, Isaque o abençoa, provocando o desejo de vingança de Esaú em relação a Jacó. O pai e a mãe, então, mandam o filho para a casa de Labão, seu tio, onde Jacó entra em contato com Raquel e Lia. A partir daí, o que se passa entre os primos pode ser lido no soneto camoniano.
  • 9. Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando-se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida; começa de servir outros sete anos, dizendo: —Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida.
  • 10. Temáticas I – O amor: ora espiritualizado; ora carnal II – A instabilidade das cousas do mundo III – Idealismo; perfeição e sofrimento IV – O desconcerto do mundo
  • 11. 005 - Amor é um fogo que arde sem se ver Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
  • 12. 092 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía.
  • 13. 092 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía.
  • 14. Diálogo: epoesia e filosofia
  • 16. Dicotomia – Idealismo x Materialismo
  • 17. Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, que, como um acidente em seu sujeito, assi co a alma minha se conforma, está no pensamento como ideia: [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como a matéria simples busca a forma.
  • 18. o amor personificado: Amor, Eros ou Cupido e a temática do olhar
  • 19. Pede o desejo, Dama, que vos veja; Não entende o que pede; está enganado. É este amor tão fino e tão delgado, Que, quem o tem, não sabe o que deseja. Não há cousa, a qual natural seja, Que não queira perpétuo o seu estado; Não quer logo o desejo o desejado, Por que não falte nunca onde sobeja. Mas este puro afeito em mim se dana; Que, como a grave pedra tem por arte O centro desejar da Natureza, Assi o pensamento, pela parte Que vai tomar de mim, terrestre, humana, Foi, Senhora, pedir esta baixeza.
  • 20. amor espiritualizado: neoplatonismo escola filosófica alexandrina (Séc. II – Séc. V) que interpreta o platonismo de forma mística e espiritualista, supondo a transcendência de um Deus [Seu principal representante é o filósofo egípcio Plotino (205-270).] - Houaiss De acordo com o neoplatonismo que aparece na poesia lírica de Camões, a mulher amada é caracterizada com um ser divino e o amor é apresentado como um sentimento capaz de apurar a alma do ser que ama, elevando-o e afastando-o do imperfeito mundo da matéria.
  • 21. A oscilação do eu lírico entre: lucidez e comedimento (Classicismo) e confusão, desequilíbrio e complexidade (Maneirismo)
  • 22. Busque amor novas artes, novo engenho para matar-me e novas esquivanças; que não pode tirar-me as esperanças que mal me tirará o que eu não tenho Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças: que não temo contrastes nem mudanças andando em bravo mar perdido o lenho. Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê que dias há que na alma me tem posto um não sei quê que nasce não sei onde vem não sei como e dói não sei porquê.
  • 23. Correm turvas as águas deste rio, que as do Céu e as do monte as enturbaram; os campos florescidos se secaram, intratável se fez o vale, e frio. Passou o Verão, passou o ardente Estio, üas cousas por outras se trocaram; os fementidos Fados já deixaram do mundo o regimento, ou desvario. Tem o tempo sua ordem já sabida; o mundo, não; mas anda tão confuso, que parece que dele Deus se esquece. Casos, opiniões, natura e uso fazem que nos pareça desta vida que não há nela mais que o que parece.
  • 24. De vós me aparto, ó vida! Em tal mudança, sinto vivo da morte o sentimento. Não sei para que é ter contentamento, se mais há de perder quem mais alcança. Mas dou vos esta firme segurança que, posto que me mate meu tormento, pelas águas do eterno esquecimento segura passará minha lembrança. Antes sem vós meus olhos se entristeçam, que com qualquer cous' outra se contentem; antes os esqueçais, que vos esqueçam. Antes nesta lembrança se atormentem, que com esquecimento desmereçam a glória que em sofrer tal pena sentem.
  • 25. Como quando do mar tempestuoso o marinheiro, lasso e trabalhado, d'um naufrágio cruel já salvo a nado, só ouvir falar nele o faz medroso; e jura que em que veja bonançoso o violento mar, e sossegado não entre nele mais, mas vai, forçado pelo muito interesse cobiçoso; Assi, Senhora eu, que da tormenta, de vossa vista fujo, por salvar me, jurando de não mais em outra ver me; minh'alma que de vós nunca se ausenta, dá me por preço ver vos, faz tornar me donde fugi tão perto de perder me.
  • 26. A fermosura desta fresca serra, e a sombra dos verdes castanheiros, o manso caminhar destes ribeiros, donde toda a tristeza se desterra; o rouco som do mar, a estranha terra, o esconder do sol pelos outeiros, o recolher dos gados derradeiros, das nuvens pelo ar a branda guerra; enfim, tudo o que a rara natureza com tanta variedade nos ofrece, me está (se não te vejo) magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; sem ti, perpetuamente estou passando nas mores alegrias, mor tristeza.
  • 27. Metalinguagem: quando a linguagem explica a si mesma e/ou quando o poema tematiza o próprio fazer poético
  • 28. Está o lascivo e doce passarinho com o biquinho as penas ordenando; o verso sem medida, alegre e brando, espedindo no rústico raminho; o cruel caçador (que do caminho se vem calado e manso desviando) na pronta vista a seta endireitando, lhe dá no Estígio lago eterno ninho. Dest' arte o coração, que livre andava, (posto que já de longe destinado) onde menos temia, foi ferido. Porque o Frecheiro cego me esperava, para que me tomasse descuidado, em vossos claros olhos escondido.
  • 29. autobiografismo: quando o eu-poético se assemelha ao próprio Camões e o tema é a sua vida.
  • 30. O dia em que eu nasci, moura e pereça, não o queira jamais o tempo dar, não torne mais ao mundo, e, se tornar, eclipse nesse passo o sol padeça. luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça, mostre o mundo sinais de se acabar, nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, a mãe ao próprio filho não conheça. as pessoas pasmadas de ignorantes, as lágrimas no rosto, a cor perdida, cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes, que este dia deitou ao mundo a vida mais desgraçada que jamais se viu!
  • 31. Ah! minha Dinamene! Assi deixaste quem não deixara nunca de querer-te? Ah! Ninfa minha! Já não posso ver-te, tão asinha esta vida desprezaste! Como já para sempre te apartaste de quem tão longe estava de perder-te? Puderam estas ondas defender-te, que não visses quem tanto magoaste? Nem falar-te somente a dura morte me deixou, que tão cedo o negro manto em teus olhos deitado consentiste! Ó mar, ó Céu, ó minha escura sorte! Que pena sentirei, que valha tanto, que inda tenho por pouco o viver triste?
  • 32. Vencido está de Amor meu pensamento, O mais que pode ser, vencida a vida, Sujeita a vos servir instituída, Oferecendo tudo a vosso intento. Contente deste bem, louva o momento Ou hora em que se viu também perdida, Mil vezes desejando a tal ferida Outra vez renovar seu perdimento. Com esta pretensão está segura A causa que me guia nesta empresa, Tão sobrenatural, honrosa e alta, Jurando não seguir outra ventura, Votando só por vós rara firmeza, Ou ser no vosso amor achado em falta.