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Guilherme Souza Ferrara

                Gustavo Spina Trinca

                Thiago Juliani Amorim

                Wilson Peres da Silva




Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento
 das Comunicações em P&D na 3M do Brasil
                      Lt d a .




                   Campinas, 2009
                     SP – Brasil
Guilherme Souza Ferrara

                                 Gustavo Spina Trinca

                                 Thiago Juliani Amorim

                                 Wilson Peres da Silva




Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento
   das Comunicações em P&D na 3M do Brasil
                                       Lt d a .


Curso: Administração de Empresas
Orientador: Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti.




Monografia apresentada à comissão de graduação das Faculdades Integradas Metropolitanas
de Campinas como um dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Administração
de Empresas, sob orientação do Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti.




                                    Campinas, 2009
                                      SP – Brasil
Guilherme Souza Ferrara

                                Gustavo Spina Trinca

                               Thiago Juliani Amorim

                                Wilson Peres da Silva




Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento
   das Comunicações em P&D na 3M do Brasil
                                      Lt d a .

A banca examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta monografia:

_________________________________________________
Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti - Orientador
Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP

_________________________________________________
Prof. MSc.
Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP

_________________________________________________
Prof. MSc.
Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP




                                                  Campinas, 27 de outubro de 2009
Agradecimentos

     Este trabalho não poderia ser concluído sem a ajuda de diversas pessoas às quais
prestamos nossas homenagens:
       Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus, por nos proporcionar a saúde e a
       disposição para iniciar um curso de graduação, e que durante nossa vida e
       principalmente nesses quatro anos de muitas batalhas, nos deu força para nunca
       desistir.
       Aos nossos familiares e amigos que entenderam nossa ausência em alguns momentos
       e deram suporte para a conclusão de mais uma etapa em nossa vida.
       Ao nosso orientador Prof. Msc. Diego de Carvalho Moretti, que com muita paciência
       e com as adaptações de horário extra-aula, nos auxiliou no desenvolvimento deste
       trabalho. Aos cafezinhos também.
       Agradecemos a faculdade por nos disponibilizar uma estrutura na qual agregamos
       valores, tantos pessoais quanto profissionais.
       Aos alunos, que com o companheirismo e a solidariedade uns com os outros, foram
       todos compreensíveis e nos ajudaram á concretizar mais uma etapa da graduação.
       E por fim, a todos os funcionários e professores da faculdade, que direta ou
       indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
Resumo

AMORIM, Thiago Juliani. FERRARA, Guilherme Souza. SILVA, Wilson Peres. TRINCA,
Gustavo Spina. Os Benefícios do PMBOK® para o planejamento das comunicações em
P&D na 3M do Brasil Ltda. Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas, 2009. 66 p.
Trabalho de Conclusão de Curso de Administração de Empresas.

A disputa das organizações pelo mercado está cada vez mais acirrada, levando as mesmas a
fazerem altos investimentos em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Estes projetos
precisam ser gerenciados por meio de uma metodologia e neste contexto, destaca-se o
PMBOK® (Project Management Body of Knowledge), um guia considerado como o principal
método para apoiar os gerentes de projetos neste gerenciamento, fato que instigou o
desenvolvimento deste trabalho, realizado na 3M do Brasil Ltda. Dentre as várias áreas de
conhecimento nele envolvidas, a escolha pelo estudo do planejamento das comunicações se
mostrou a mais interessante, pois é uma variável considerada importantíssima para o sucesso
do projeto, segundo a organização. Deste modo, comparar a atual metodologia utilizada, com
as sugestões expostas no PMBOK® se fez necessária para a compreensão dos fatores que
podem ser considerados como oportunidades de melhoria, podendo assim agregar benefícios a
empresa. Apesar de parecer simples, um planejamento de comunicação envolve muitos
detalhes, como aspectos culturais, lições aprendidas, escopo do projeto, ferramentas e
técnicas, e os capítulos deste trabalho comprovarão que estes detalhes podem ser por muitas
vezes conhecidos, porém não mapeados, uma sutil diferença que pode ser a causa de um
fracasso de um projeto.


Palavras chave: Projetos, Gerenciamento de Projetos, PMBOK®, Gestão de Comunicação,
Plano de Comunicação.
6




Abstract

AMORIM, Thiago Juliani. FERRARA, Guilherme Souza. SILVA, Wilson Peres. TRINCA,
Gustavo Spina. The PMBOK® benefits in the planning of communications in the area of
Research & Development of 3M Brazil Ltd. Integrated College Metropolitan Campinas,
2009. 66 p. Conclusion Report of Business Administration Bachelor degree.


The battle for market organizations is increasingly bitter, leading them to make large
investments in projects of research and development projects, which need to be managed
through a methodology and in this context, we highlight the PMBOK® (Project Management
Body of Knowledge), a guide considered as the core methodology to support project
managers in project management, a fact which prompted the development of this work was
conducted at 3M Brazil Ltd. Among the various areas of expertise involved in it, the choice of
study of the design of communications proved to be the most interesting because it is
considered an important variable for the success of the project, it said. Thus, comparing the
current methodology used, with the suggestions outlined in PMBOK® was necessary to
understand the factors that may be considered as opportunities for improvement, so you can
add benefits to the company. Although this sounds simple, a communication planning
involves many details, such as cultural aspects, lessons learned, project scope, tools and
techniques, and the chapters of this study show that these details can be known by many
times, but not mapped, a subtle difference may be the cause of a failure of a project.


Keywords: Projects, Project Management, PMBOK®, Communication Management,
Communication Plan.
Sumário

Agradecimentos .......................................................................................................................... 4
Resumo ....................................................................................................................................... 5
Abstract ....................................................................................................................................... 6
Sumário....................................................................................................................................... 7
Lista de Figuras .......................................................................................................................... 9
Lista de Quadros ......................................................................................................................... 9
Nomenclaturas .......................................................................................................................... 10
Capítulo 1 ................................................................................................................................. 11
Introdução ................................................................................................................................. 11
1.1        Contexto e justificativa ................................................................................................. 11
1.2        Problema de Pesquisa ................................................................................................... 12
1.3        Hipótese ........................................................................................................................ 13
1.4        Objetivo Geral e Específico .......................................................................................... 13
1.5        Apresentação da Estrutura do Trabalho........................................................................ 13
Capítulo 2 ................................................................................................................................. 15
Revisão Bibliográfica ............................................................................................................... 15
2.1        Organizações e o ato de administrar ............................................................................. 15
2.2        Definição de Processos ................................................................................................. 16
2.3        Conceito de Projetos ..................................................................................................... 16
2.3.1      Ciclo de vida do projeto ............................................................................................... 18
2.4        Gerenciamento de Projetos ........................................................................................... 19
2.4.1      Processo: Iniciação ....................................................................................................... 20
2.4.2      Planejamento ................................................................................................................ 21
2.4.3      Implantação (execução) ................................................................................................ 22
2.4.4      Monitoramento e Controle............................................................................................ 22
2.4.5      Conclusão do projeto .................................................................................................... 23
2.5        As nove áreas de conhecimento do PMBOK® .............................................................. 23
2.5.1      Integração ..................................................................................................................... 24
2.5.2      Escopo .......................................................................................................................... 25
8




2.5.3      Gestão do Tempo .......................................................................................................... 26
2.5.4      Gestão de Custos .......................................................................................................... 26
2.5.5      Gestão da Qualidade ..................................................................................................... 27
2.5.6      Gestão de Recursos Humanos (Pessoas) ...................................................................... 28
2.5.7      Riscos (Incerteza) ......................................................................................................... 28
2.5.8      Suprimentos .................................................................................................................. 29
2.5.9      Gestão de Comunicações .............................................................................................. 30
2.6        Plano de Comunicação ................................................................................................. 30
Capítulo 3 ................................................................................................................................. 34
Procedimentos Metodológicos ................................................................................................. 34
3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................................................. 34
3.2 Método ................................................................................................................................ 36
3.3 Objeto de estudo ................................................................................................................. 38
Capitulo 4 ................................................................................................................................. 41
Resultados e Conclusão ............................................................................................................ 41
4.1        Resultados..................................................................................................................... 41
4.2        Propostas de Melhoria .................................................................................................. 53
4.3        Conclusão ..................................................................................................................... 55
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 57
Apêndice A ............................................................................................................................... 60
Questionário ............................................................................................................................. 60
Anexo A.................................................................................................................................... 63
Entrevista .................................................................................................................................. 63
Anexo B .................................................................................................................................... 66
Cronograma .............................................................................................................................. 66
Lista de Figuras
Figura 2.1 Exemplo de equipe de um projeto (adaptado de Chiavenato, 2003). .................... 18
Figura 2.2 Relação entre as fases e o tempo (adaptado de Valle et al. 2007). ........................ 19
Figura 2.3 Integração dos processos (adaptado de Valle et al. 2007). .................................... 20
Figura 2.4 Integração de projetos (adaptado de Curto, 2008). ................................................ 24
Figura 2.5 Escopo do projeto (adaptado de Curto, 2008)........................................................ 25
Figura 2.6 Gerenciamento do tempo (adaptado de Curto, 2008). ........................................... 26
Figura 2.7 Processo de comunicação (adaptado de Curto, 2008)............................................ 31
Figura 4.1 Fluxograma do processo de projetos. ..................................................................... 41
Figura 4.2 Organograma da equipe de projetos (Adaptado da Entrevista). ............................ 44
Figura 4.3 Resultados das características que influenciam na comunicação. ......................... 46
Figura 4.4 Resultado sobre a utilização de relatórios de desempenho. ................................... 48
Figura 4.5 Resultado sobre a disseminação do relatório de desempenho. .............................. 48
Figura 4.6 Fases mais importantes do projeto. ........................................................................ 49
Figura 4.7 Ferramentas mais utilizadas para a comunicação de projetos................................ 50
Lista de Quadros
Quadro 4.1 Comparativo entre o PMBOK® e a 3M do Brasil. ............................................... 51
10




Nomenclaturas

ABQUIM          Associação Brasileira da Indústria Química
CPM             Critical Path Method
e-NPI           Eletronic-New Project Introduction
PDCA            Plan, Do, Check and Action
P&D             Pesquisa e Desenvolvimento
PIB             Produto Interno Bruto
PMBOK®          Project Management Body of Knowledge
PMI             Project Management Institute
RH              Recursos Humanos
WBS             Work Breakdown Structure
11




Capítulo 1
Introdução

1.1 Contexto e justificativa


     No final do século XX, mais precisamente na década de 90, ocorreu um fenômeno
mundial onde diversas empresas passaram a participar do mercado internacional conhecida
como globalização (KEEGAN, 2005). Existem várias interpretações para globalização, alguns
entendem como a padronização das atitudes e comportamentos, e outros entendem como
ideologia do Banco Mundial para favorecer as empresas. O importante é dar uma atenção
especial a globalização, pois não são apenas fatores econômicos que se misturam, mas os
culturais também são atingidos (VIEIRA, 2005).
     O foco principal da globalização se deu pela necessidade de expansão dos negócios e
empresas, e só foi possível pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação. Uma
das conseqüências da globalização é o crescimento da concorrência entre as empresas, pois
grandes empresas Norte-Americanas e Européias se instalaram em países emergentes como o
Brasil. Assim o mercado nacional teve que se fortalecer para lidar com a chegada de novos
produtos e serviços.
     Em conseqüência de alguns fatores da globalização e objetivando combater a chegada
de novos produtos e serviços, as empresas nacionais tiveram que buscar recursos para se
tornarem mais competitivas, que segundo Lucato & Vieira (2009) apud Hamel & Prahalad
(1995), “competitividade é a sua capacidade de estar, continuamente, criando e renovando
suas estratégias concorrenciais”. Uma das formas de desenvolver a competitividade de uma
empresa é o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
     Buscando a vantagem competitiva perante o mercado as empresas investem em P&D,
que é um departamento para pesquisa e desenvolvimento de produtos ou serviços, criado para
atender a necessidade de inovar e assim se destacar diante dos concorrentes. Segundo Drucker
(2002), a inovação começa com a análise das oportunidades do ambiente em que se está
inserida para a implementação ou melhoria de um produto, serviço ou processo. Igualmente, a
12




inovação emprega a criatividade para buscar soluções para os problemas e criar ferramentas
que atendam as necessidades dos clientes e consumidores.
      O setor químico é um exemplo de setor que é atingido diretamente por esses efeitos da
globalização que acirrou a concorrência, pois segundo a Abiquim (2009) ocorreu o aumento
do número de empresas que atuam no território brasileiro e também as importações que estão
num nível acima das exportações, e com isso as empresas do setor buscam a inovação
constante para guerrear entre si e com os importados. Em 2008 as importações atingiram US$
35,1 bilhões enquanto as exportações ficaram em US$ 11,9 bilhões.
      Este setor pode ser dividido em dois grandes grupos:
      1. Uso industrial: produtos orgânicos e inorgânicos, resinas e preparados químicos
          diversos;

      2. Uso final: produtos farmacêuticos, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, adubos
          e fertilizantes, limpeza, defensivos agrícolas, tintas, esmaltes e vernizes.

      A indústria Química é o segundo setor que mais contribui para o PIB nacional com
3,2% do total representado no ano de 2007. O setor obteve faturamento líquido de US$ 123
Bilhões em 2008, o que representa a 9ª posição no ranking mundial. São cerca de 4.500
indústrias químicas no país, com mais de 300 mil empregos diretos, representando 15% dos
impostos arrecadados no setor industrial brasileiro (ABIQUIM, 2009).

      Assim torna-se pertinente o estudo da gestão de projetos, especificamente em relação
aos projetos de P&D de novos produtos de uma empresa química, onde se visualiza as
diretrizes do PMBOK®1 como uma importante ferramenta para planejamento, execução e
controle do projeto.



1.2 Problema de Pesquisa



    Considerando o contexto e justificativa apresentados, este trabalho de conclusão de curso
pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: o uso das diretrizes do Project
Management Institute (PMI) para elaboração de um plano estruturado de gerenciamento das
comunicações gera benefícios que podem facilitar o sucesso de um projeto?



1
  PMBOK®: A Guide to the Project Management Body of Knowledge é um guia que contém conceitos e
ferramentas para a gerência de um projeto (MAXIMIANO, 2009).
13




1.3 Hipótese



   A hipótese que se faz inicialmente é que o uso das diretrizes do PMBOK® influencia
positivamente na redução do risco de fracasso causado por problemas de comunicação, porém
esta hipótese terá sua comprovação, positiva ou negativa, a partir de um estudo focado do
planejamento das comunicações dos projetos da empresa em questão.



1.4 Objetivo Geral e Específico



   O objetivo geral deste trabalho é comparar o atual planejamento das comunicações no
departamento de pesquisa e desenvolvimento em uma empresa do setor químico com as boas
práticas sugeridas pelo PMBOK®, que seja aderente à realidade da empresa em estudo.

     Com relação aos objetivos específicos, tem-se:

      1. Relacionar quais requisições do plano de comunicação sugeridas pelo PMI através
         do PMBOK® agregam benefícios ao planejamento atual dos projetos;

      2. Pesquisar as causas que levam a organização a ter problemas relacionados à
         comunicação nos projetos e buscar com o uso do PMI forma para contê-las;

      3. Compreender quais recursos tecnológicos estão disponíveis e implementados na
         empresa objeto de estudo e se podem ser utilizados para a melhoria do processo de
         comunicação;

      4. Compreender quais departamentos se envolvem nas comunicações durante a
         desenvolvimentos dos projetos;

      5. Sugerir melhorias para o atual plano de comunicação inserido no gerenciamento dos
         projetos.


1.5 Apresentação da Estrutura do Trabalho



   Além desta introdução, o presente trabalho encontra-se estruturado em mais quatro
capítulos, tendo suas temáticas detalhadas a seguir:
14




     No capítulo 2 apresenta-se toda a revisão bibliográfica referente à administração no
contexto moderno, a pesquisa de projetos e ao plano de gerenciamento das comunicações.

     O capítulo 3, por sua vez, traz detalhes relacionados ao método (no qual se descreve o
passo a passo para a realização da pesquisa), à caracterização (também chamada de
classificação segundo a metodologia científica) e ao objeto de estudo, quando descreve a
empresa objeto de estudo.

     Já o capítulo 4 apresenta os resultados da pesquisa na empresa objeto de estudo,
salientando o desenvolvimento do uso do PMI, ainda no capítulo 4, são estabelecidas as
conclusões e considerações finais, sendo as mesmas acompanhadas das referências
bibliográficas utilizadas na confecção deste trabalho.
15




Capítulo 2
Revisão Bibliográfica
       Quando se inicia uma pesquisa é necessário que se tenham bases teóricas sobre o tema
abordado de maneira a embasar todas as análises que serão feitas. Para isso a revisão
bibliográfica a seguir foi realizada de maneira sistêmica levantando dados de importantes
autores da Administração e de Projetos, que colaboram de maneira direta com a abordagem
que será feita neste trabalho.


2.1    Organizações e o ato de administrar


       As organizações no contexto atual estão diretamente envolvidas com o atendimento às
necessidades das pessoas, tornando sua presença imprescindível para a sociedade humana em
todos os níveis de necessidade, sejam saúde, segurança e bens de consumo por exemplo.
(MAXIMIANO, 2006).
        “Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de
objetivo”, ou seja, todas elas procuram através de seus recursos (pessoas, informações,
conhecimento, espaço, tempo, dinheiro, instalações) obterem seus objetivos (ibid). E para a
obtenção de tais objetivos as organizações são regidas em seu dia a dia por atividades e
tarefas que impulsionam seus processos internos constituindo assim sua operação diária,
necessitando da administração.
       Durante os séculos passados, a administração existia de uma forma voltada a
sociedade como um todo, em hierarquias dentro de diversos povos, como posições militares e
políticas. Na história recente, a administração faz-se necessária para se compreender como
funciona uma organização, o porquê da sua existência e a importância de um gestor
administrativo movendo as engrenagens da mesma. (ibid)
       Administração, conforme Maximiano (2006), significa como devem ser feitas as
tomadas de decisão visando seus objetivos na organização com os recursos disponíveis a
serem utilizados, desencadeando assim o processo de gestão da administração. Já Drucker
(2002) diz que, “Administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar”.
16




       Enfim, a partir dos recursos de uma organização, a administração deve direcionar e
tirar o melhor proveito destes para que os objetivos finais sejam alcançados, de forma a
sempre utilizar o que está ao seu alcance. Nessa tarefa, conhecer os processos a serem
administrados e os diagnósticos de necessidades ou oportunidades que impulsionam novos
projetos é fundamental para o sucesso.



2.2    Definição de Processos


       Maximiano (2006) define processo como, “conjunto ou sequência de atividades
interligadas, com começo, meio e fim”. A forma pela qual o processo é trabalhado implica
nos resultados de uma organização eficiente. Processos bem definidos e claros são facilmente
trabalhados e alcançam resultados melhores e produtivos, desencadeando em menos erros e,
assim, menos custos e mais qualidade.
       Basicamente, todas as etapas devem ser desenvolvidas desta forma, formando uma
corrente que foca no objetivo ou resultado final do produto ou serviço. Para isto, os
departamentos de uma organização devem agir concomitantemente e de forma horizontal,
unindo informações para alcançar o melhor meio de executar o processo, por exemplo, a
comunicação mais efetiva para não haver divergências durante sua execução (ibid).
       Neste conceito o gerenciamento de projetos aparece elaborando um formato específico
para o processo ocorrer de uma maneira enxuta, e sem grandes interferências internas e
externas.



2.3    Conceito de Projetos


       O conceito de projetos é definido como um conjunto de atividades em prol de um
objetivo em comum, tendo como premissa o atendimento ao prazo, custo e qualidade
previamente acordada entre pessoas, no papel de executores e clientes. Um empreendimento
único que deve apresentar um início e um fim claramente definidos (MENEZES, 2008).
       Uma definição semelhante a esta apresentada do que é pertinente ao conceito de um
projeto é fornecida por Maximiano (2006) da seguinte forma: “projetos são atividades
temporárias, com começo, meio e fim programados, que tem com objetivo fornecer um
produto singular”.
17




          Chamado também de entrega, o fornecimento de um produto singular para um cliente
é o conceito principal da administração de projetos e divide-se em três categorias de produtos
(ibid):
          1. Produtos físicos: são tangíveis, como casas, prédios, máquinas, automóvel;
          2. Conceitos (ou informação): são intangíveis, como relatórios de pesquisa, plantas
          de construções civis, desenhos, fórmulas.
          3. Eventos e serviços: realização de tarefas ou atividades planejadas, organizadas e
com execução das tarefas. São exemplos: festa de lançamento de produtos, competição
esportiva como uma partida de futebol, produção de um comercial para televisão.
          Ainda conforme Maximiano (2009, p. 06),
                         Nenhum projeto pertence a apenas uma categoria. Todos os projetos sempre
                         combinam elementos físicos, conceitos e serviços. Um exemplo é a
                         realização de competições esportivas, que envolvem conceitos (idealização,
                         planejamento, organização), produtos físicos (construções) e eventos (os
                         jogos).


          O projeto de um produto compreende mais que uma área de conhecimento e não
apenas uma área específica, fazendo parte das três categorias de produtos exemplificadas
anteriormente.
          Uma das vertentes da área de projetos é a departamentalização, que foi implementada
para atender com eficiência o cliente, com intuito de gerenciar e otimizar cada projeto
separadamente. De acordo com Chiavenato (2003), ocorre a departamentalização quando a
organização trabalha voltada aos resultados, chamado na área de projetos de saídas (outputs).
Esta departamentalização é no fundo temporária por produto e tem foco no produto final.
          Assim que o cliente (patrocinador) solicita o projeto e o mesmo é aprovado pelo
diretor, um gerente de projetos é nomeado e é formado um grupo de profissionais para atender
os requisitos, e os membros deste grupo são especialistas de diversas áreas que são
relacionadas a cada sub-área do projeto e ao produto final. Com a integração e
comprometimento esse grupo se torna uma equipe. A figura 2.1 ilustra o esqueleto exemplo
de uma equipe.
18




           Figura 2.1 Exemplo de equipe de um projeto (adaptado de Chiavenato, 2003).

        O projeto inicialmente tem duração limitada, o que nem sempre é compreendido, mas
muitos não têm uma data para conclusão, começam sem definição clara do prazo ou terminam
após a data limite, podendo ser prorrogado ou suspenso devido a algum fato inesperado. Para
este controle temos o gerenciamento do tempo como uma das premissas do gerenciamento de
projetos (MAXIMIANO, 2009).
        Em um projeto são aplicados conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas
necessárias ao seu pleno desenvolvimento nas fases de iniciação, planejamento, execução,
monitoramento e controle e encerramento que são os processos pertinentes ao ciclo de vida do
projeto conforme (PMI, 2004), assunto que necessita de uma abordagem mais detalhada.



2.3.1   Ciclo de vida do projeto


        Segundo Menezes (2006), ciclo de vida de um projeto é a representação através da
determinação de fases que demonstram o projeto desde seu nascimento até seu encerramento,
ressaltando que entre o início e sua conclusão, deve passar pelo desenvolvimento, uma
estruturação, uma implantação e por final sua conclusão.
        Maximiano (2009) complementa que cada tipo de projeto pode ter um número
diferente de fases, mas todos são baseados em 5 fases:
   1. Idéia: quando o cliente encomenda o produto ou surge uma oportunidade;
   2. Concepção: transforma-se a idéia em um modelo mental do produto final;
   3. Desenho (ou projeto do produto): do modelo mental passa para uma maquete ou
        protótipo.
19




      4. Desenvolvimento: elaboração do produto;
      5. Entrega: apresentação do produto ao cliente.

         Como mostra a figura 2.2, relaciona-se a utilização dos recursos conforme as fases e o
tempo.




              Figura 2.2 Relação entre as fases e o tempo (adaptado de Valle et al. 2007).

         No final de cada uma destas fases, o projeto passa por uma avaliação para verificar sua
viabilidade, podendo ser interrompido ou reformulado no momento em que for pertinente ao
item gerenciamento de projetos, que estuda os processos envolvidos para o cumprimento
destas fases.


2.4      Gerenciamento de Projetos


         O gerenciamento de projetos é a utilização de conhecimentos, habilidades, ferramentas
e técnicas nas atividades necessárias ao seu desenvolvimento. Iniciação, planejamento,
execução, monitoramento e controle e encerramento são os processos aos quais devem ser
aplicados e integrados sob esta ótica, tornando o papel do gerente de projetos ser responsável
20




por esta realização objetivando o efetivo atendimento aos requisitos do projeto (PMI, 2004).
Tais processos são reconhecidos como boas práticas no mercado e aderentes a maioria das
iniciativas, porém cabe ao gerente de projeto em conjunto das partes interessadas e sua equipe
analisarem as requisições do cliente e definir se existe o real potencial de usos das mesmas e
principalmente qual o rigor a ser dado para cada processo em seu projeto (ibid).
        Xavier (2005), complementa ressaltando que tais processos (iniciação, planejamento,
execução, monitoramento e controle e encerramento) possuem uma integração na maioria das
vezes entre si, sendo normalmente entradas necessárias para execução de outros processos. A
integração destes se dá de forma única a cada projeto e complexa para serem detalhadas,
porém, graficamente é possível compreender o conceito básico da necessidade de integração
dos mesmos.




                Figura 2.3 Integração dos processos (adaptado de Valle et al. 2007).



2.4.1   Processo: Iniciação


        Esta é a fase que marca a iniciação do projeto e são executadas as atividades de
identificação das necessidades e oportunidades, definição de um problema, determinação dos
objetivos e metas a serem alcançados e análise do ambiente. Nesta etapa são estimados os
recursos necessários e avaliados sua viabilidade. Por fim desenvolvido a proposta,
apresentação e a aprovação do projeto (MENEZES, 2006).
        O PMI (2004) coloca como boa prática nesta etapa desenvolver o termo de abertura do
projeto, onde todas as informações iniciais necessárias para a compreensão dos objetivos
21




estejam descritas para que seja autorizada sua execução. E também coloca como boa prática
desenvolver o escopo preliminar do projeto, conceito que será mais detalhado nas áreas de
conhecimentos do PMBOK® (item 2.5).



2.4.2   Planejamento


        Keelling (2006) expõe que após a definição de prosseguir o projeto, a fase de
planejamento é iniciada levando uma valiosa consideração aos aspectos já definidos na
concepção, porém melhor detalhados nesta fase.
        Uma das premissas do planejamento é desenvolvê-lo preliminarmente à execução das
atividades, que são definidas anteriormente através do escopo do projeto e são as menores
células gerenciais como demonstra na seguinte citação.
        Segundo Valle et al. (2007, p. 90) apud Ackoff (1970),
                       Planejamento é algo feito antes da ação, sendo necessário quando a
                       realização do estado futuro almejado envolve um conjunto de decisões
                       interdependentes. Assim, está voltado para a obtenção de estados futuros,
                       que não deverão ocorrer a não ser que algo seja feito.


        Assim, o planejamento claramente influência as ações a serem tomadas no projeto,
pois definem seu futuro e consequentemente questões ligadas ao cumprimento de prazos de
tarefas, plano de execução e o rumo a ser tomado previamente ao que for feito.
        Menezes (2006) detalha que entre as atividades pertinentes ao planejamento como uma
revisão do detalhamento das metas e objetivos a ser alcançada, estruturação analítica do
projeto, ou seja, detalhamento das atividades de forma estruturada e com todos os recursos,
pontos de controles, recursos humanos, materiais e técnicos necessários para execução.
        Outro ponto importante definido na etapa de planejamento é a definição do gerente de
projetos e a definição de todas as necessidades técnicas e conhecimentos envolvendo a equipe
de projeto (ibid).
        Planejamento é um dos processos essenciais para o sucesso de um projeto, pois se for
eficaz fornece estimativas mais precisas para o resultado desejado e minimiza prazos, custos e
o risco. É uma visão do futuro para a solução do problema (VALLE et al., 2007).
        O PMI (2004) coloca como boa prática o envolvimento de todas as partes interessadas
no projeto, pois elas possuem habilidades e conhecimentos que podem ser interessantes para o
planejamento. Ainda neste contexto de boas práticas o PMBOK® sugere como saída deste um
22




plano de gerenciamento do projeto, declaração do escopo, estrutura de atividades
(cronograma), estimativa de recursos, estimativa de prazo, custos, orçamento, qualidade,
recursos humanos, planejamento das comunicações, mapeamento e gerenciamento de riscos.
Conceitos melhores abordados no PMBOK® em áreas de conhecimento (item 2.5) serão
apresentados neste trabalho.



2.4.3   Implantação (execução)


        Nesta etapa entra em execução todo o plano criado nas duas primeiras etapas para que
o objetivo seja alcançado. Mudanças são necessárias e podem ocorrer durante a execução,
como alterações de prazos e orçamentos (MENEZES, 2006).
        Este conceito é complementado por Keelling (2006), que explica a importância de que
cada atividade em execução seja monitorada, controlada e coordenada para alcançar os
objetivos do projeto e ainda cita que a eficiência do trabalho está diretamente ligada ao
planejamento (fase anterior), a gestão, tecnologia utilizada, liderança e controle.
        Menezes (2006) ressalta que assim como um projeto, único e específico, as atividades
pertinentes a esta fase (execução) também, porém há algumas características inerentes a todos
os projetos factíveis de citação, são elas: ativar a comunicação entre os membros da equipe de
projeto, executar as etapas previstas e programadas, utilização dos recursos humanos e
materiais necessários, sempre que possível e efetuar reprogramações se necessário.



2.4.4   Monitoramento e Controle


        A necessidade de monitoramento e controle do projeto é oriunda da oportunidade de
conhecer quaisquer desvios do projeto em relação ao planejado no que tange prazo, custo e
escopo de atendimento aos requisitos do cliente (PMI 2004). Para que também possam ser
tomadas ações para conter e corrigir tais desvios, a importância do monitoramento é
evidenciada pelo seguinte trecho do PMBOK® (2004 p.59) onde expõe que:
                        Esse monitoramento contínuo permite que a equipe do projeto tenha uma
                        visão clara da saúde do projeto e destaca as áreas que exigem atenção
                        adicional. O Grupo de processos de monitoramento e controle, além de
                        monitorar e controlar o trabalho que está sendo realizado dentro de um grupo
                        de processos, também monitora e controla todo o esforço do projeto.
23




         Ao se ter um monitoramento preciso, obtém-se feedback com informações reais e
essenciais para a tomada de decisão do gerente de projeto e as partes interessadas. Dentre as
variáveis a serem controladas, o PMBOK® sugere controle do escopo, cronograma, custos,
qualidade, recursos humanos, relatórios de desempenho, riscos e contrato, além do
monitoramento de qualquer mudança no escopo do projeto.



2.4.5    Conclusão do projeto


         Última fase correspondente ao término do projeto, claramente marcada pelo
encerramento gradual dos recursos envolvidos, por exemplo, pessoas envolvidas que
encerram suas atividades ao término do projeto (MENEZES, 2006). São atividades comuns à
sua conclusão levantar e acelerar a conclusão de atividades ainda em aberto, realocação dos
recursos envolvidos, elaboração da memória técnica (lições aprendidas) do projeto,
elaboração dos relatórios finais, avaliações de desempenho das equipes, resultados alcançados
e acompanhamento.
         Esta fase é caracterizada pela atividade de preparação do encerramento, preparação de
relatórios de fechamento que comprovam seu desempenho e seus resultados (KEELLING
2006).
         Neste contexto abordado de criar um resultado único e específico sob a ótica da
reunião de uma equipe para suprir o projeto e o entendimento de todo o seu ciclo de vida,
desde a iniciação até o encerramento, há uma tarefa extremamente relevante para a eficácia do
mesmo, denominado gerenciamento de projeto.



2.5      As nove áreas de conhecimento do PMBOK®


         Segundo o PMBOK®, existem nove áreas dentro de um projeto. Neste capítulo serão
explanadas todas estas áreas, a fim de demonstrar o quão é importante cada uma para o
sucesso de um projeto. As nove áreas são as seguintes:
         1.     Integração;
         2.     Escopo;
         3.     Tempo;
         4.     Custos;
24




        5.     Qualidade;
        6.     Recursos Humanos;
        7.     Comunicações;
        8.     Riscos;
        9.     Aquisições.


2.5.1   Integração


        Consentaneamente ao PMBOK®, a integração do projeto aparece de forma evidente ao
se identificar os processos de forma individual, mas que demonstram suas conexões em cada
etapa executada. Todas estas etapas estampam características únicas no seu desenvolvimento,
porém, elas estão em constante reavaliação pelos profissionais alocados e a cada processo em
que são executadas, uma nova reação é proposta para as atividades relacionadas e a sua nova
execução.
        Esta integração é essencial para que os objetivos da organização estejam dentro das
tarefas realizadas no gerenciamento do projeto, e sejam atingidos sempre da melhor maneira
possível, utilizando-se da menor quantidade de recursos possíveis, evitando riscos e
controlando os processos para verificar seu alinhamento ao projeto final.
        Para uma melhor visualização, a figura 2.4 define claramente como funciona a
primeira área de um gerenciamento de projetos.


                                           Escopo




                                         Qualidade



                          Custo                              Tempo

                     Figura 2.4 Integração de projetos (adaptado de Curto, 2008).
25




2.5.2   Escopo


        O escopo de um projeto visa assegurar se o que havia sido prometido esta sendo
cumprido e ocorra o mínimo de mudança possível no desenrolar dos processos. Para iniciar
um escopo de projeto, precisam ser definidas algumas prioridades no desenvolvimento do
mesmo, como qual a justificativa desse projeto, qual o produto a ser entregue, quais são os
subprodutos deste produto e as metas.
        Abrindo um parêntese nas metas, que é onde está definido o custo do projeto, as
medidas de qualidade e o cronograma de todo o projeto, enfatiza-se a importância de sua
existência e sua definição com clareza, pois é nela que será focado todo o desenrolar do
projeto.
        Um escopo mal feito pode-se ter graves falhas no projeto, e se não forem identificadas
essas falhas a tempo, com certeza a probabilidade do resultado do projeto ser negativo é muito
grande. Para a melhor visualização do escopo, a figura 2.5 mostrará como é o
desenvolvimento do planejamento correto de um escopo.



                                     Controle do
                                     Escopo
                                               Declaração           WBS + Dicionário
                                               do Escopo
   Planejamento                  Definição do                        WBS / EAP
   do Escopo               Plano Escopo
                           escopo
                                            Declaração
                                            do Escopo
                                                              WBS + Dicionário

                                    Verificação do
                                    Escopo
                     Figura 2.5 Escopo do projeto (adaptado de Curto, 2008).
26




2.5.3   Gestão do Tempo


        O tempo por definição aparenta ser uma coisa simples, mas aprofundando no assunto,
é possível identificar que este é imprescindível no gerenciamento de projeto. O gerenciamento
de tempo de um projeto é onde se identifica se o planejado esta de acordo com o real, ou seja,
o que foi planejado esta sendo cumprido no tempo estipulado. Para isto ocorrer é preciso
seguir corretamente o cronograma desenvolvido para as tarefas. Segundo a figura 2.6,
identifica-se como é a seqüência correta de um gerenciamento de tempo, iniciando com a
definição do escopo e seguindo com a definição das atividades (BARCAUI et. al., 2006).



               Definição                                   Definição das
               do Escopo                                   Atividades
               Seqüenciamento
                                                             Estimativas
               das Atividades
                                                            de recursos

              Estimativa
                                                         Desenvolvimento
              do Tempo
                                                         do Cronograma

              Controle do
              Cronograma

                  Figura 2.6 Gerenciamento do tempo (adaptado de Curto, 2008).



2.5.4   Gestão de Custos


        Segundo Maximiano (2009), os recursos utilizados em cada atividade e a própria mão-
de-obra custam dinheiro. No planejamento do projeto, deve ser definido o custo dos recursos
necessários para garantir a entrega do produto final do projeto.
        O planejamento do custo tem 3 etapas independentes:
27




        1. Planejamento de recursos - fazer a relação dos recursos necessários, que são
            divididos em: mão-de-obra, material permanente, material de consumo e serviços
            de terceiros;
        2. Estimativa de custos - existem três informações importantes para esta etapa: custo
            unitário de cada recurso, duração das atividades e custos indiretos;
        3. Elaboração do orçamento – composto por três demonstrativos principais: o
            próprio orçamento que é a estimativa de custos, curva dos custos acumulados
            conforme o tempo, e o fluxo de caixa.



2.5.5   Gestão da Qualidade


        Maximiano (2009) define qualidade como: “O conjunto das características (ou
especificações) de uma entidade (produto, serviço, evento, conceito, pessoa, grupo,
organização). As características definem a capacidade de a entidade atender necessidades
implícitas ou explícitas”. A qualidade reflete nas características que um produto ou serviço
oferece, sendo que cada um identifica as que lhes convém mais e opta por diferentes produtos,
por exemplo, mas que diferenciam-se em algum ponto em sua individualidade.
        A gestão da qualidade influencia no produto final do projeto e próprio processo de
administrar o projeto. O PMBOK® é um padrão estabelecido para avaliar a qualidade da
gestão de projetos (ibid).
        Para administrar a qualidade de um projeto deve-se seguir as especificações funcionais
que mostram as necessidades e expectativas do cliente, especificações técnicas (dimensões de
um objeto, quantidade de material, fórmula ou processo de fabricação), e níveis de qualidade,
como por exemplo, um produto pode ser de luxo ou básico (ibid).
        Existem também processos para garantia e controle da qualidade, sendo um deles o
PDCA, uma ferramenta utilizada para a garantia da melhoria continua das atividades
realizadas, garantindo assim, consequentemente, a qualidade das atividades desenvolvidas ao
longo do projeto, conforme as especificações do produto e procedimentos de análise. Outras
ferramentas que muitas organizações utilizam são o histograma, o gráfico de Pareto, gráficos
de controle (Diagrama de Gantt) e diagramas de causa e efeito (Ishikawa) para ações
corretivas e preventivas.
28




2.5.6   Gestão de Recursos Humanos (Pessoas)


        Conforme os conceitos de Maximiano (2009), administração das pessoas envolvidas
no projeto é papel do gerente de projeto, assim suas principais responsabilidades com esta
área são:
        1.     Tornar sua equipe interessada no sucesso do projeto;
        2.     Lidar com a flexibilidade dos colaboradores para não fugir das limitações da
        organização;
        3.     Controlar as emoções de cada integrante da equipe;
        4.     Planejamento de carreira;
        5.     Dar suporte técnico para a equipe;
        6.     Fornecer treinamentos;
        7.     Gerenciar crises (técnicas e humanas);
        8.     Integrar todos seus colaboradores das diferentes áreas do projeto;
        9.     Atender as necessidades do grupo;


        A gestão de recursos humanos dentro de um gerenciamento de projeto visa à utilização
de forma mais eficiente e eficaz de todo o capital humano envolvido no projeto. Pensando
pelo lado dos recursos necessários, a gestão de RH tem como intuito a utilização de toda a
competência aplicada às pessoas em cada atividade desenvolvida e no projeto como um todo.
Pensando pelo lado do desenvolvimento da equipe, a gestão desenvolve as pessoas através de
treinamentos visando cada habilidade necessária para o desenrolar das atividades.



2.5.7   Riscos (Incerteza)


        A palavra risco deriva do italiano risicare, que significa ousar. Assim, denomina-se
risco como uma opção, uma decisão que se toma durante ações. No caso da gerência de
projetos, o risco está presente na implementação do projeto e na execução das atividades
(BERNSTEIN, 1997).
        O problema atual com que as organizações se defrontam é a incerteza. A incerteza é o
desafio atual da administração. Contudo, a incerteza não está no ambiente. A incerteza está na
percepção e na interpretação das organizações e não na realidade ambiental percebida. Parece
mais adequado falar-se em incerteza na organização, pois o mesmo ambiente pode ser
29




percebido de maneiras diferentes por organizações diferentes. Melhor dizendo, a incerteza
está na cabeça dos seus administradores (CHIAVENATO, 2003).
             A essência da administração do risco está em maximizar as áreas onde se tem certo
controle sobre o resultado, e minimizar as áreas onde não tem-se absolutamente nenhum
controle sobre o resultado e onde o vínculo entre efeito e causa está oculto (BERNSTEIN,
1997).
             Relacionando a incerteza, risco e a administração do risco, entende-se que a
probabilidade, que é a chance de um evento ocorrer, está diretamente ligada à quantificação
do risco.



2.5.8        Suprimentos


             Recursos são necessários para a realização das tarefas dentro dos projetos, e não por
menos devem ser gerenciados de forma otimizada dentro do planejamento proposto. A área
de suprimentos da suporte para todas as áreas adjacentes do projeto. É através dela que são
realizadas todas as aquisições necessárias. O gerenciamento de aquisições é dividido em duas
perspectivas: do fornecedor e do comprador (XAVIER et al, 2006).
             A área de suprimentos contém cinco pontos importantes dentro do projeto, eles são:
        1.          Selecionar os possíveis fornecedores do projeto, de preferência fornecedores
que acompanhem o projeto do início ao fim, assim reduzindo despesas adicionais com a
contratação de outros fornecedores e também a segurança dos serviços prestados;
        2.          Planejar as contratações, que é nada mais que selecionar os fornecedores e
providenciar os produtos e serviços para o projeto;
        3.          Planejar compras e aquisições é simples definido em perguntas, o quê, como e
quando comprar, que é o planejamento de compras;
        4.          Administração do contrato é o ponto que acompanha o fornecedor, que verifica
se o mesmo atente as necessidades nos processos, a procedências dos produtos ou serviços
prestados, se o fornecedor esta cumprindo com o que foi acertado em contrato;
        5.          Encerramento de contrato, como o próprio nome apresenta, é o ato de encerrar
o contrato com o fornecedor, sendo ele aplicado ao projeto ou em alguns casos em apenas
algumas fases do projeto.
30




2.5.9     Gestão de Comunicações


          A comunicação e seus meios são extremamente importantes para qualquer atividade
em grupo. Sem a comunicação não há organização e nem tomada de decisão no grupo. Os
integrantes de um grupo ter algumas características para a comunicação fluir facilmente:
disposição para ouvir, disposição para falar e organização pessoal (MAXIMIANO, 2009).
          Para uma comunicação eficiente entre as partes dentro de um projeto, deve-se partir de
alguns pontos, são eles:
          1. O quê? Quais informações são necessárias?
          2. Quando? Com que freqüência?
          3. Para quem? Quem deve receber?
          4. Como? Qual meio utilizar?
          5. Por quem? Quem é responsável pelo envio?
          Com um plano bem estruturado e com os princípios citados por Maximiano, é bem
provável que a comunicação dentro do projeto será eficiente para alcançar o resultado.
          O que se deve atentar na organização e na criação de um plano de comunicação é que
nem todas as informações devem chegar a todas as pessoas envolvidas no projeto. Existem
informações confidenciais que devem ser mantidas em sigilo absoluto pelos seus
idealizadores e também existem ocasiões que ocorrem em pequena escala que, por exemplo,
não precisam chegar a pontos extremos do gerenciamento de comunicação, podem ser
resolvidas por líderes que coordenam as equipes.



2.6       Plano de Comunicação


          O planejamento das comunicações do projeto é integrante da área de gerenciamento
das comunicações do projeto fornecido no PMBOK® segundo o PMI (2004). Gerenciamento
das comunicações está relacionado a todos os processos envolvidos na geração, coleta,
distribuição armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto.
          Especificamente o planejamento das comunicações determina as necessidades
necessárias no que se refere às informações e comunicações das partes interessadas no
projeto, e é um fator crítico para o seu sucesso, como ressalta o PMI (2004 p.221) no seguinte
trecho:
31




                         “Um fator importante para o sucesso do projeto é identificar as necessidades
                         de informações das partes interessadas e determinar uma maneira adequada
                         para atender a essas necessidades.”

       Entende-se que o assunto comunicações e habilidades envolvidas não são exatamente
os mesmos envolvidos no gerenciamento de um projeto, porém reúnem um conjunto
significativo de conhecimentos necessários e importantes para o planejamento das
comunicações (ibid). São eles:
        1.     Modelos emissor-receptor.
        2.     Escolha dos Meios de Comunicação.
        3.     Estilo de redação
        4.     Técnicas de apresentação
        5.     Técnicas de gerenciamento de reuniões
        6.     Codificar
        7.     Mensagem
        8.     Meio Físico
        9.     Ruído
        10.    Decodificar

       Seguindo esta linha de raciocínio, onde o conhecimento sobre comunicações é
relevante, Boente (2003) expõe esta estrutura do processo de comunicação através da seguinte
figura 2.7.



              Transmissor                   Mensagem                       Receptor
                Origem                Meio de Comunicação                  Destino

                  Figura 2.7 Processo de comunicação (adaptado de Curto, 2008).


       Este processo de planejamento das informações reunindo os dados apresentados de
forma estruturada gera como saída um plano de gerenciamento de comunicações. Este plano
irá fornecer uma visão sistêmica da gestão das comunicações do projeto e será constituído das
seguintes informações:
        1.     Os requisitos de comunicação das partes interessadas;
        2.     As informações que serão comunicadas, inclusive o formato, conteúdo, e nível
        de detalhes;
32




       3.     A pessoa responsável pela comunicação das informações;
       4.     A pessoa ou grupos que receberão as informações;
       5.     Os métodos ou tecnologia usados para transmitir as informações;
       6.     A freqüência da comunicação;
       7.     Os prazos para alertas e delegação de responsabilidades;
       8.     O método para atualizar o plano de comunicação;
       9.     Glossário de termologias comuns e; diretrizes para reuniões de andamento do
       projeto e formas de promovê-las.

       Conforme o PMI, um o plano de comunicação eficaz deve utilizar de alguns fatores
para sua concepção:
        •     Fatores ambientais da empresa: Os fatores ambientais são todas as
        características inerentes aos aspectos culturais e características de ambiente da
        organização, sendo que influenciam negativamente ou positivamente no sucesso do
        projeto.
        •     Ativos de processos organizacionais: Ativos de processos organizacionais
        está relacionado a tudo que empresa possui de processos e procedimentos que podem
        influenciar no projeto, inclusive normas e diretrizes de trabalho. Inclui também como
        um aspecto importante e decisivo as lições aprendidas em outros projetos e situações
        cotidianas da empresa, como cronogramas de projetos já encerrados, estudos de
        viabilidades, riscos já mapeados, dentre outros inúmeros ativos de conhecimentos
        pertinentes a organização que podem influenciar nas fases do novo projeto em
        planejamento.
        •     Declaração do escopo do projeto: A declaração do escopo do projeto trás
        uma base documentada para futuras decisões do projeto e para confirmar um
        conhecimento comum entre as partes interessadas.
        •     Plano de gerenciamento do projeto: No plano de gerenciamento do projeto é
        possível encontrar informações básicas sobre o projeto, dentre elas restrições e
        premissas para que o plano de comunicações possa seguir também tais premissas e se
        manter alinhado ao objetivo de projeto.

       A função do plano de comunicação estende-se a tudo que há necessário para garantir a
funcionalidade do processo de comunicação, garantir a coleta e distribuição e armazenamento
adequado das informações na freqüência correta, além de fornecer a forma e
33




responsabilidades com a qual as pessoas vão se comunicar durante o projeto (BOENTE,
2003).
         Apresentadas as características de todo planejamento de projetos, faz-se necessária a
busca por uma comunicação efetiva e com a menor porcentagem de ruídos entre todas partes
envolvidas, alinhando as equipes em um objetivo único de metas a serem cumpridas através
de conceitos previamente estabelecidos no escopo do projeto. De tal forma, trata-se no
capítulo 3 a seguir como a pesquisa foi objetivada e a forma de coleta de dados para
apresentar os conceitos previamente explanados, fundamentados em base teórica e a busca em
campo para a comprovação futura sobre os benefícios que podem ser agregados à utilização
do recurso PMBOK® no objeto de estudo.
34




Capítulo 3
Procedimentos Metodológicos

       A fundamentação do projeto e seus processos devem ser identificados e se adequar em
uma base teórica. Desta forma, utilizando-se de conceitos pré-estabelecidos por autores, o
desenvolvimento do trabalho é detalhado para explicar como foram feitas as pesquisas, coleta
de dados, objetivos, análises e conclusões propostas para o problema evidenciado no ambiente
pesquisado.


3.1 Caracterização da pesquisa


       A primeira classificação utilizada para a adequação da pesquisa é a sua definição. A
pesquisa então é feita para se chegar a uma ou diversas respostas levantadas por problemas, os
quais não dispõem de informações completas ou ordenadas, e necessitam através de processos
e objetivos bem direcionados de uma pesquisa, de forma ao se utilizar das técnicas e métodos
existentes, conceituar de forma científica todas suas fases para se chegar ao resultado do
questionamento (GIL, 2002).
       A pesquisa apresenta-se como método amplo dedutivo, que segundo Lakatos e
Marconi (1991) apud Anholon e Pinto (2008), é uma premissa levantada como verdadeira,
sobre a utilização de uma ferramenta que pode minimizar os problemas de comunicação na
organização e que se obtém uma conclusão a partir do questionamento.
       A classificação sobre a estratégia da pesquisa através de seus procedimentos técnicos
delineia o rumo a ser tomado. Tomando por base Gil (2002 p.45):
                       A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A
                       diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
                       pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos
                       diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se
                       de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda
                       podem ser reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa.


        Dessa forma, o estudo se enquadra no âmbito documental, pois não foram utilizadas
apenas colaborações de autores em relação ao tema apresentado, mas também outros
35




documentos diversificados, como os do objeto de estudo, entrevistas realizadas com os
colaboradores, periódicos etc. Também dados de tabelas, gráficos e relatórios já apresentados
em outros documentos são reelaborados pelos pesquisadores de forma a se adequarem as
informações ao trabalho realizado.
       Concomitantemente, é realizado o estudo de caso, possibilitando sabedoria abrangente
e específica sobre o objeto estudado e, assim, a tese apresentada pode ser descrita e ordenada
na averiguação do caso e são desenvolvidas suspeitas e levantadas novas conclusões em uma
possível implementação do estudo realizado (ibid, p.54).
       O meio de abordagem e da finalidade da pesquisa é identificado através dos processos
envolvidos na comunicação de um projeto. As ocorrências são estudadas de forma qualitativa,
devido à variação descritiva de sua captação e através de sua explanação de acordo com a
individualidade de cada participante, porém, não impedindo de se expor dados quantitativos
de modo generalizado (Godoy 1995 apud Anholon e Pinto 2008).
       A situação delimitada pelas hipóteses e o problema levantado pelos pesquisadores
convergem à classificação da natureza da pesquisa. Lakatos e Marconi (2002) definem
problema como um empecilho, que deve ser determinado através de um estudo meticuloso e
restrito através de simplicidade. Este problema é identificado através de conhecimentos
prévios e com a ajuda de materiais e desenvolvimento criativo dos pesquisadores. A criação
do problema não pode tratar de um ambiente abrangente e deve limitá-lo em poucas variáveis,
pois desta forma ele se demonstra único e objetivando sua resolução futura. Segundo Ander-
Egg (1978:33) apud Lakatos e Marconi, a pesquisa apresentada se enquadra como de natureza
aplicada, havendo zelo pela aplicação dos resultados em solucionar os problemas
evidenciados na realidade do objeto de estudo.
       Para a verificação dos objetivos de pesquisa, Gil (2002) cita que as pesquisas
exploratórias “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”, ou seja, este tipo de objetivo
seguido leva à otimização ou descoberta de idéias, sendo bastante maleável quanto aos
fundamentos analisados. É por este objetivo que se adjetiva esta pesquisa como exploratória e,
ao se concluir a pesquisa, as análises e dados coletados podem ser utilizados e aplicados no
objeto de estudo.
       Ao se buscar e coletar dados, Gil (2002, p.141) elucida:
                       Pode-se dizer que, em termos de coleta de dados, o estudo de caso é o mais
                       completo dos delineamentos, pois vale-se tanto de dados de gente quanto
                       dados de papel.
36




          Devido a esta diversidade identificada e sua complexidade, a coleta dos dados foi
utilizada através da entrevista, que segundo Lakatos e Marconi (2002), é realizada por duas
pessoas, de maneira verbal e temática profissional, para se obter informações sobre algum
assunto. Esta entrevista foi realizada de maneira desestruturada, seguindo um roteiro
previamente estabelecido, mas concedendo liberdade de respostas ao entrevistado.             Em
contrapartida, um questionário foi entregue, definido por perguntas predeterminadas, fechadas
e de múltipla escolha. As pessoas envolvidas respondem as questões sem a preocupação de
saírem do contexto. Existe uma infinidade de questionários, sendo utilizada nesta pesquisa, a
forma padronizada ou estruturada.
          Quanto à observação, ocorre de forma direta e com contato com o objeto de estudo,
porém sem a integração ao mesmo, presenciando as ocorrências, vistas com uma perspectiva
de espectador, sem interação direta com as situações da realidade (Lakatos e Marconi, 2002).
          Ao se obter o fluxo de informações, organizá-lo e obter os resultados, deve-se fazer a
análise dos dados. Conforme Gil (2002), ao passo que o estudo de caso se baseia em diversas
fontes de dados, a sua análise obtém interpretações também variadas. Lakatos e Marconi
(2002, p.35) definem análise ou explicação como “a tentativa de evidenciar as relações
existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”. Desta forma, são identificadas as
situações-problema, onde se faz uma interpretação prévia conectando as variáveis para uma
futura compreensão, as quais são esclarecidas as variáveis, e então transformada em
racionalização, buscando apresentar até que ponto as conexões existentes podem alcançar em
virtude a outros conhecimentos amplos. (ibid).


3.2 Método


          Para que os objetivos propostos nesta pesquisa fossem alcançados, várias atividades
foram desenvolvidas. Tais eventos realizados foram registrados em escala semanal, no
cronograma que se encontra anexo2.
          A primeira fase constituiu-se da formação dos grupos e rapidamente a definição dos
temas propostos em fevereiro. Com isto, foi realizado durante o primeiro bimestre letivo, de
fevereiro até março, a realização do capítulo 1 e seu desenvolvimento primário.
          Inicia-se esta fase pelo contexto e justificativa do tema, abordando o assunto de forma
macro, até delimitar-se ao micro, identificando a relevância na abordagem da temática

2
    Anexo B - Cronograma
37




proposta. Logo após, são analisados os problemas possíveis e chega-se à questão levantada
nesta pesquisa. O problema científico, segundo Gil (2002), envolve diversidades que podem
ser testadas pela sua relação. Independente de sua veracidade, as variáveis envolvidas são
cabíveis de testes e avaliação conjunta para sustentabilidade dos fatores evidenciados.
       Imediatamente após a definição da problemática abordada, as hipóteses são
identificadas para contextualizar o problema. Gil (2002) explana hipótese como uma
proposição que pode ser reconhecida como fidedigna ou falsa, tornando-a hábil a ser
comprovada ou não através de uma pesquisa e ao próprio problema de pesquisa.
       Definido tais passos durante a primeira quinzena de março, os pesquisadores
contextualizam os objetivos gerais e específicos para a realização do estudo. Com a
colaboração do plano de comunicações do PMBOK®, são identificados processos sugestivos
de melhoria em termos de comunicação no gerenciamento de projetos para aperfeiçoamento e
baixo índice de falhas em sua utilização.
       A partir daí, é feita a pesquisa bibliográfica inicial, que segundo Manzo (1971:32)
apud Lakatos e Marconi (2002), são modos para se concluir problemas existentes e identificar
novos domínios ainda não totalmente convictos de pesquisas, utilizando-se do conhecimento
prévio, para evidenciar uma nova perspectiva ainda não analisada pelos pesquisadores. Nesta
etapa, definiram-se autores, monografias, jornais, filmes, gravações etc, contendo estes
conhecimentos prévios.
       Alinhados os dados, a transcrição de idéias passou a ser realizada através de encontros
quinzenais com o orientador e entre o grupo durante as semanas seguintes até a entrega do
capítulo 2, em junho. Os participantes traziam todo tipo de documento para as reuniões e
então em conjunto expunham as idéias evidenciadas. Através dessas discussões a escrita foi
desenvolvida e o orientador efetuava também por emails comunicados em relação à pesquisa,
além de correções e sugestões para o mesmo.
       Durante os meses seguintes, de agosto a setembro, o desenvolvimento deste capítulo 3
ocorreu. Foi feita uma visita pelos integrantes ao objeto de estudo em uma manhã com um dos
líderes de projetos, com um breve roteiro foram apresentadas questões referentes à
organização como um todo até os modos de comunicação efetuados em um projeto e o tipo de
abordagem dos profissionais em relação às diretrizes do PMBOK®. Além disto, um
questionário foi encaminhado ao líder de projeto entrevistado, aguardando a contribuição de
outros líderes para complementar a amostragem da pesquisa, lembrando de sua não
significância estatística, porém, de sua forma de coleta de dados quantitativa, com perguntas
fechadas e de múltipla escolha.
38




           Por fim, mas não menos importante, no capítulo 4 relembra-se o problema
apresentado inicialmente e são exibidos de forma organizada todos os dados coletados pelos
pesquisadores em conjunto, delineando uma resposta. Esta compilação da amostra é
apresentada através de gráficos e tabelas, objetivando sintetizar os dados obtidos de uma
forma simplificada e de fácil compreensão do leitor. Compreendido este passo, os
pesquisadores concluem o trabalho em outubro, levando em conta as delimitações prévias dos
objetivos e do problema de pesquisa, verificando sua validade no ambiente aplicado, e
comentando uma possível validação ou não dos projetos pela comunicação proposta pelos
processos concluídos pelas análises realizadas.


3.3 Objeto de estudo


           O objeto de estudo foi fundado em 1902 no estado de Minnesota, região dos Grandes
Lagos, nos Estados Unidos. Cinco empreendedores resolveram explorar reservas de minérios,
porém a exploração das minas provou ser de pouco valor e a nova empresa de Mineração e de
Manufatura de Minnesota (3M - Minnesota Mining Manufacturing) transferiu-se para a
cidade de Duluth, em 1905, para concentrar suas atividades na fabricação de abrasivos (lixas).
Todas as informações que seguem foram extraídas do sitio da empresa, porém houve o
tratamento das mesmas para que ficasse sintetizado para um melhor e mais fácil
entendimento.
           Para que a companhia chegasse à qualidade desejada de seus produtos, anos de
trabalho foram consumidos. Com novos investidores atraídos, a matriz da empresa foi
transferida para a cidade de Saint Paul, capital do estado de Minnesota, em 1910. As
inovações técnicas e de marketing começaram a produzir bons resultados, e em 1916, a
companhia pagou seu primeiro lucro de US$ 0,06 por ação. A inovação passou, então, a ser
enraizada como cultura organizacional na 3M.
           Ao longo de anos, a empresa conseguiu desenvolver muitos produtos com o foco de
atender o objetivo maior, que é a necessidade dos clientes. Entre as conquistas, pode-se
mencionar que a empresa foi a primeira a desenvolver uma primeira lixa à prova d’água, a fita
de mascaramento - uma etapa inovadora para a diversificação e a primeira de muitas fitas
adesivas sensíveis à pressão da marca Scotch®3, a fita adesiva de celofane Scotch® para selar



3
    Fitas adesivas, fitas para empacotamento e cola de alta performance e qualidade.
39




caixas. Também foram desenvolvidos materiais refletivos Scotchlite™4 para a sinalização de
estradas, a fita magnética para a gravação de som e fita adesiva de filamento, o processador de
cópia Thermo-Fax™5, o protetor de tecido Scotchgard™6, a fita de vídeo, as esponjas de
limpeza Scotch-Brite®7 e diversos novos produtos eletromecânicos, o microfilme Dry-silver8
e o mais conhecido, o bloco de recados adesivos Post-it®9.
         Depois de muitos anos de conquistas e sucesso, nos meados dos anos 90, as vendas
globais alcançaram a marca de US$ 15 bilhões. Em 2004, as vendas globais alcançaram, pela
primeira vez, a marca de US$ 20 bilhões. O objeto de estudo é fundamentalmente uma
companhia de base científica, ou seja, desenvolve e cria produtos desde cuidados com a saúde
e segurança no tráfego a produtos para escritório, abrasivos e adesivos.
         Para se manter no mercado, a empresa segue algumas premissas:
         •       Honestidade e integridade;

         •       Satisfazer os clientes;

         •       Retorno aos investidores;

         •       Respeitar o ambiente físico e social;

         •       Desenvolver e reconhecer a diversidade de talentos, iniciativa e a liderança;

         •       Conquistar a admiração de todos.

         No fechamento do ano-base de 2008, o objeto de estudo em questão atingiu US$ 25
bilhões nas vendas globais. Somente às vendas internacionais, com exceção dos EUA,
atingiram US$ 16.1 bilhões, valor este que representa 64% do total da companhia. A Empresa
opera em mais de 60 países, representando suas vendas em quase 200 países e totalizando
79.000 mil colaboradores em todo o mundo.
         No Brasil, a empresa é composta por 196.320m2 de área fabril, distribuídos nas
cidades de Sumaré, Ribeirão Preto, Itapetininga e Mairinque. Já as fábricas de Manaus e Abzil
Comércio e Indústria apresentam 11.088m2, respectivamente. Em 2008, a empresa fechou o
ano com mais de 3.500 colaboradores, que juntos com os 57 colaboradores de Manaus e mais

4
  Materiais refletivos utilizados em sinalizações nas estradas, bem como fitas.
5
  Tecnologia desenvolvida para a indústria fotográfica para imprimir em papel ou adesivo.
6
  Produto desenvolvido para proteger tecidos entre outros materiais. Os mais utilizados são moveis, bancos de
automóveis, roupas, toalhas de mesa, bolsas, gravatas, etc.
7
  Mais conhecida como a linha de esponjas da 3M, a diversidade desse produto é grande, e atende vários tipos de
clientes. Também existem luvas, filtros e panos da linha Scotch-Brite®.
8
  Microfilme utilizado em processos relacionados à fotografia.
9
  Da linha de produtos para escritórios. Papel com leve camada de cola no verso para deixar recados, lembretes,
etc.
40




os 313 de Abzil, são responsáveis pela fabricação e faturamento bruto da empresa no Brasil,
com base o ano de 2008, foi de R$ 1.981 bilhão, do qual cerca de 10% corresponde a
exportações. A quantidade de colaboradores da 3M do Brasil é em torno de 3.550 e a 3M
Manaus, 60. O número de profissionais em P&D, exatamente a área que foi destinada o
estudo deste trabalho, é superior á 6.500 colaboradores no mundo e no Brasil em torno de
111, os quais cooperaram em 2008 para o registro de 25 invenções e 03 patentes.
        Hoje, 6% das vendas da empresa são destinadas à área de P&D. Sabe-se também que
25% das vendas são de novos produtos, que da credibilidade a área de P&D, e demonstra que
essa área tem grande significância para o crescimento e a sustentabilidade da empresa no
mercado. Aproximadamente 70% dos produtos comercializados no Brasil são produzidos
localmente. A empresa atua com uma estrutura formada por 35 unidades de negócios e atua
em mais de 40 segmentos de mercado. Com esta variedade de produtos e serviços inovadores,
muitas soluções se mantêm no mercado há décadas, totalizando cerca de 250 marcas
registradas no Brasil. A subsidiária brasileira fornece para subsidiárias 3M no mundo: fitas
adesivas, abrasivos, fitas para fraldas e protetores auditivos.
        Por meio das informações apresentadas, o objeto de estudo mostra-se de suma
importância para esta pesquisa, o qual os projetos são sucesso em grande parte dos
investimentos e para cada um deles existe a comunicação de uma forma ou de outra, e devido
aos dados coletados juntamente a empresa, no capítulo 4 são exibidas estas informações
através da análise e os resultados obtidos são esclarecidos na conclusão.
41




Capitulo 4
Resultados e Conclusão
4.1 Resultados

       De acordo com o que foi apresentando nos capítulos anteriores, os resultados obtidos
com a entrevista e na aplicação do questionário serão apresentados a seguir. Foram coletadas
informações através de uma entrevista semi-estruturada, e também foram aplicados
questionários junto aos gerentes técnicos (de projetos) da empresa com perguntas de múltipla
escolha, estes respondidos e entregues para a análise e compilação dos dados quantitativos. Os
questionários (apêndice A) foram respondidos pelos gerentes da área de P&D. Todos possuem
experiência e conhecem o processo suficientemente na organização, dando confiabilidade aos
dados coletados. Na entrevista foram abordadas as principais fases e decisões envolvidas no
ciclo de vida dos projetos na empresa, expostas no fluxograma 4.1.


                                                                     Legenda
                                   IDÉIA          Project
                                                                          Fases do Projeto
                                                  Charter
                                     1
                                                                          Gate Review
       Iniciação                CONCEITO
                                      2

                               VIABILIDADE                  GO/NO GO

                                                                               NO GO
                                                            GO
                            DESENVOLVIMENTO
       Monitoramento
                                         4
       e
                                 PRODUÇÃO
       Controle
                                         5

                               LANÇAMENTO
                                         6

                             PÓS-LANÇAMENTO                          ENCERRAMENTO
                                                                      DO PROJETO

                         Figura 4.1 Fluxograma do processo de projetos.
42




           Conforme demonstrado na figura 4.1, o ciclo de vida do projeto inicia-se na concepção
da idéia, que pode ser dividida em duas categorias. A primeira é mais simples, onde a
necessidade de um novo produto é identificada no mercado. Outra é a criação ou invenção
para descobrir uma necessidade, que é um projeto mais complexo. Ambas iniciam-se com a
abertura do projeto, através de um documento chamado Project Charter, o qual é
confeccionado através da autorização de um diretor e a definição de uma equipe onde existem
dois líderes, um gerente técnico (um engenheiro que requisitou a autorização ao diretor) e
outro líder de negócios (da área de marketing), responsável pela análise do ambiente externo e
a viabilidade do lançamento deste produto. Em consequência à idéia remete-se a sua
maturação, denominada por conceituação, transformando-a em informações mais palpáveis
para a próxima fase, a análise de viabilidade.
           Esta fase, a viabilidade, é considerada como um milestone10 (marco), pois nesta etapa
que algumas importantes questões para o sucesso ou fracasso do projeto serão respondidas,
como a aderência deste produto ou processo no mercado, possibilidade de produção do
mesmo que propicie lucro a empresa e time to market11. O resultado desta análise é um
momento chamado de “Go/No Go”, onde “Go” é quando o projeto se mostra viável e “No
Go” é o resultado de uma análise que mostra a inviabilidade da continuação do projeto,
encerrando o mesmo.
           No caso do resultado ser positivo, ou seja, “Go”, a fase de desenvolvimento técnico se
inicia. Nesta ocasião é realizado o desenvolvimento do aspecto técnico, todo detalhamento
necessário para transformar a idéia em produto. Assim, com todos os aspectos técnicos
definidos, são iniciadas as fases de produção escalonada, definida por um pequeno lote para
compreensão e análise de aceitação em um mercado específico. Deste modo, é tomada a
decisão para este novo investimento e o lançamento do produto ou não.
           Com o sucesso na fase de produção escalonada, o lançamento do produto é iniciado
em algumas regiões definidas anteriormente e é feito o controle na etapa de pós-lançamento,
verificando o volume de vendas e retorno do investimento.
           Não há obrigatoriedade de um projeto passar por todas as fases, pois devido aos prazos
apertados e principalmente o tempo para o lançamento do produto no mercado (time to
market), pode-se pular algumas etapas aumentando os riscos do projeto, porém, esta decisão
também é vista como uma vantagem competitiva. Esta decisão é tomada pelos gerentes do



10
     É usado para estipular um marco do projeto.
11
     Momento ideal para introdução do produto no mercado.
43




projeto e no caso de projetos que envolvem quantias monetárias a qual a empresa entende
como significativas, algumas aprovações a nível de direção são solicitadas.
       Uma característica comum em todas as fases é o “Gate Review”, conforme
apresentado no capítulo 2.3.1 sobre o ciclo de vida do projeto, determina-se a viabilidade de
continuá-lo ou não. Na organização é feita uma reunião a qual compila-se a documentação
que evidencia o encerramento ou não de uma fase e o início da subseqüente. Esta evidência é
cadastrada no sistema coorporativo de gestão de projetos da 3M, software desenvolvido
exclusivamente para empresa, denominado Eletronic-New Project Introduction (e-NPI).
       O e-NPI é utilizado na empresa como uma ferramenta de apoio no armazenamento de
informações de projetos, bem como na padronização de alguns processos. Dentre eles se
destacam o preenchimento do Project Charter (termos de abertura do projeto) e o Gate
Review, comprovando o avanço das fases do projeto, uma ferramenta onde todos
colaboradores envolvidos nos projetos têm acesso e registram as informações pertinentes a
cada projeto em execução. Neste cenário foi questionado se esta ferramenta é também
utilizada como fonte de consulta para novos projetos como apoio a gestão dos ativos de
processos organizacionais, ou seja, gestão do conhecimento, lições aprendidas e informações
históricas, porém a resposta obtida foi que atualmente, pouco se utiliza esta ferramenta.
       A equipe de projeto é organizada de modo que cada colaborador podendo ser um
diretor, gerente ou outros especialistas podem participar de vários projetos simultaneamente,
ou seja, para cada projeto são alocados os recursos necessários para sua execução, podendo ao
mesmo tempo um colaborador ser requisitado para dois ou mais projetos. Para que tais
colaboradores possam compreender a relevância de cada projeto e tomar decisões alinhadas as
estratégias da empresa, existe na 3M uma política de priorização de projetos, onde o gerente
de projetos analisa qual projeto é mais importante para a empresa, levanto em consideração o
time to market, custos, lucratividade e decisões da alta administração. Observou-se como
partes inerentes e indispensáveis de cada equipe um membro da direção, denominado por eles
como champion e outros colaboradores, que respondem para o gerente e são de suma
importância para atender a demanda de conhecimentos de cada área dentro deste projeto.
       Particularmente no modelo de gestão adotado para o gerente de projetos foi colocado
que cada gerente tem a autonomia para definir como será a gestão de suas equipes no que
tange métodos e ferramentas utilizadas, modelos de cronograma e softwares. Atualmente
dentre as soluções em software disponíveis para o uso na organização estão o Microsoft Office
e o Microsoft Project, para a estruturação de atividades, obtendo assim um cronograma. Um
modelo de equipe de projetos é exibido conforme a Figura 4.2.
44




                                                    Diretor




                                       Gerente                 Gerente de
                                       Técnico                  Negócios




  Especialista      Especialista     Especialista      Especialista      Especialista
      1                 2                3                 4                 5

Legenda
  Lider    Liderados     Champion


            Figura 4.2 Organograma da equipe de projetos (Adaptado da Entrevista).


       Especificamente sobre a comunicação do projeto e o desenvolvimento de um plano de
comunicação, que rege como as comunicações devem ser realizadas durante a execução do
projeto, foi relatada a inexistência desta atividade de desenvolvimento do plano e que
atualmente a forma como as comunicações do projeto devem ser feitas pertencem ao know-
how do colaborador. Com esta autonomia oriunda dos aspectos culturais da empresa qual o
colaborador escolhe, em boa parte do projeto, quando e como informar sobre o andamento,
pode ocorrer o problema maior apontado pelo entrevistado que seria o atraso do projeto, ou
melhor, a demora para conhecer a necessidades de um plano de ação para que o projeto não
fique em atraso, pois muitas vezes o líder de projeto somente tem conhecimento do atraso, na
véspera de entrega do produto ou encerramento de uma das fases do projeto.
       Como características comuns que foram expostas estão às reuniões mensais e
extraordinárias, que são convocadas pelo gerente no caso do surgimento de alguma
emergência. Nestas ocasiões, ao final das mesmas são registradas em ata. Não há definido um
formato de comunicação, sendo ele em momentos realizados por e-mail, telefone ou
verbalmente. Os gerentes, quando questionados sobre a relevância da comunicação nos
projetos, ressaltaram como um ponto crítico para o bom andamento do projeto.
45




       Para enriquecer os dados da pesquisa alguns questionamentos foram feitos aos
colaboradores da organização, através de um questionário, levando em consideração sua
função, onde a predominância foi a de gerência.
       Ao se aplicar o questionário, procura-se sempre buscar respostas objetivas e que
agreguem algo ao trabalho, por isso o mesmo foi elaborado, conforme consta no apêndice A,
10 perguntas objetivas sobre o PMBOK® e dando foco ao plano de comunicação do projeto,
que é o objetivo maior desta pesquisa, para identificar as falhas e apurar como funciona o
processo de comunicação dentro das equipes de projetos.
       Quando questionados sobre o número de colaboradores (recursos) envolvidos por
projeto a resposta foi que atualmente são em média oito pessoas.
       Para dar continuidade ao questionamento, identificou-se a necessidade de saber qual o
grau de conhecimento dos entrevistados sobre o PMBOK®, sendo 50% dos gerentes que
utilizam o guia como referência. Os demais 50% não conhecem ou não se interessam por
utilizar o PMBOK® como referência em sua gestão, o que mostra a não padronização do uso
do planejamento das comunicações nos projetos, sendo assim, o PMBOK® é utilizado
somente como consulta e apoio aos gerentes que possuem interesse.
       Focando em comunicação de projetos, objetivo principal do estudo, numerou-se uma
questão com grau de importância da comunicação de 1 a 4, onde 1 refere-se a menor
importância   e 4 maior importância. Obteve-se que 100% dos gerentes consideram a
comunicação de projetos como nível 4, este considerado como o mais importante dentro de
um gerenciamento de projetos. Evidenciando que os gerentes se mostram interessados no
estudo das comunicações considerando-a como um aspecto importantíssimo para o
desenvolvimento de um efetivo projeto, ou seja, um projeto que obtenha sucesso. Um
resultado importante para o aprofundamento desta pesquisa, pois ao compreender que este
assunto, planejamento de comunicação, é considerado de forma unânime entre os gerentes
como mais relevante, fica claro que a aplicação de melhorias no gerenciamento dos projetos,
no que tange benefícios para o planejamento das comunicações são muito bem vindas para o
atual modelo de gestão adotado pela empresa.
       Na próxima questão o objetivo é de identificar quais fatores iniciais, ou seja, fatores
considerados pelo PMBOK® como entradas (Informações) do processo de desenvolvimento
do plano de comunicações, são importantes para o sucesso do mesmo. Foram três
possibilidades de escolha, fatores ambientais da empresa, ativos de processos organizacionais
e o escopo do projeto. Foi exposto com escala de importância que 42% dos entrevistados
consideram que os fatores ambientais, seguido dos ativos de processos organizacionais com
46




33% e por fim a descrição do escopo de projetos, restrições e premissas com 25%, conforme
Figura 4.3.




              Figura 4.3 Resultados das características que influenciam na comunicação.


       Este resultado mostra que os entrevistados defendem que o fato de seguirem uma
forma já conhecida, e concebida culturalmente como a melhor prática é o fator mais
importante para uma efetiva comunicação no projeto. É pertinente ressaltar que no fato dos
ativos dos processos organizacionais existe a premissa, muito bem exposta na entrevista, de
que os projetos desta organização se tornam obsoletos em uma escala de tempo muito curta,
por tratar-se de tecnologia e a utilização de lições apreendidas no projeto se restringe aos
conhecimentos adquiridos sobre gerenciamento, liderança, negociação dentre outros.
Entretanto na base de conhecimento técnico adquirido em outros projetos não há a extensiva
utilização, pois se tornam obsoletos com facilidade.
       Quando questionados sobre como é feita a distribuição dos comunicados, reuniões,
para quais pessoas são enviadas essas informações, 50% dos gerentes disseram que existe um
plano/documento para a realização dessa informação, e nesse documento já estão às pessoas
pertinentes a recebê-las. Os outros 50% disseram que não existe o plano de comunicação,
porém frisaram que todos os requisitos da comunicação são conhecidos pela equipe, e como
não há uma padronização de como emitir esses comunicados é viável ter essa diferença, pois
varia conforme o método de trabalho de cada gestor, pois eles enfatizam que existe a
liberdade para esta escolha.
47




       Em mais uma resposta a evidência de uma gestão onde a influencia do líder do projeto
para definir a existência ou não de um plano de comunicação fica nítida. Logicamente é
sabido que um projeto é singular e cabe mesmo a cada project leader uma abordagem, ou
melhor, um desenvolvimento único, incluindo o plano de comunicação, porém em algumas
características é importante o estudo da viabilidade de uma similaridade. Do contrário essa
atual característica de modelo de gestão (50% documentado e 50% oriundos dos fatores
ambientais da empresa) pode gerar uma divergência ao que o guia de gerenciamento de
projeto expõem com boa prática, no que tange, ao conhecimento dos recursos do projeto em
relação às ferramentas, métodos e tecnologia utilizados na comunicação.
       Com o resultado da questão anterior, foi desenvolvida uma segunda questão: que
buscava a opinião sobre a adoção de um plano detalhado de comunicação para cada tipo de
projeto, por parte da empresa, tentando identificar a influência na redução do risco do fracasso
de um projeto. Todos os gerentes entrevistados (100%) disseram que esse plano de
comunicação específico reduziria ou influenciaria na redução do risco de um fracasso no
projeto. O que expõe mais uma vez a importância da comunicação e o investimento de mais
tempo no planejamento deste tema.
       Outro ponto relevante foi identificar um modelo para a distribuição das informações,
por exemplo, e-mails, relatórios mensais, revisão de cronograma, entre outros, e apurou-se
que 75% dos gerentes utilizam um modelo, destes 75%, 50% disseram que existem outros
documentos, os outros 50% disseram que utilizam o Excel e o e-NPI. Também verificou-se
que o Gate Review é padronizado pela organização, assim, em cada etapa do processo de
projetos é feita esta reunião e coleta de informações. Outrossim, 25% dos entrevistados
disseram que não existe um modelo para a distribuição das informações. Essa divergência de
opinião expõe que atualmente a padronização a qual o PMBOK® sugere como uma boa
prática neste contexto não é realizada, o que pode ocasionar problemas de comunicação que
poderiam ser extintos no caso de uma criação do plano de comunicação. Ainda pertinente a
esta questão foi questionado se esta padronização influenciaria no sucesso do projeto e 50%
dos gestores disseram que influenciaria, e outros 50% disseram que não, mas uma vez
mostrando que as opiniões individuais na organização prevalecem em relação a alguma
iniciativa de padronização atualmente existente na organização.
       Outro questionamento feito foi sobre a existência de indicadores de desempenho
dentro da área pesquisada, e 100% dos gerentes afirmaram que sim, existem indicadores de
desempenho. Pensando nesse montante, foram levantadas mais duas questões, a primeira é se
existe um período pré-determinado na abertura do projeto onde fosse possível relatar o
48




desempenho e a segunda era se o relatório de desempenho é disseminando pelo líder dentro da
equipe, desta forma obtiveram-se os seguintes resultados, como mostram as figuras 4.4 e 4.5.




               Figura 4.4 Resultado sobre a utilização de relatórios de desempenho.




             Figura 4.5 Resultado sobre a disseminação do relatório de desempenho.


       Estas respostas mostram que independente do sistema de gerenciamento de projetos
estarem ou não aderente ao PMBOK®, boas práticas como a de monitoramento dos projetos
são utilizadas pelo cliente e por se tratar de assuntos muito relevantes para o andamento do
projeto, já está inerente ao cotidiano a comunicação do andamento do projeto e também a
prática da comunicação do mesmo durante o projeto, mas cabe salientar que se o processo de
comunicação estivesse bem padronizado e documentado as divergências de respostas
poderiam ficar em zero.
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  • 1. Guilherme Souza Ferrara Gustavo Spina Trinca Thiago Juliani Amorim Wilson Peres da Silva Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento das Comunicações em P&D na 3M do Brasil Lt d a . Campinas, 2009 SP – Brasil
  • 2. Guilherme Souza Ferrara Gustavo Spina Trinca Thiago Juliani Amorim Wilson Peres da Silva Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento das Comunicações em P&D na 3M do Brasil Lt d a . Curso: Administração de Empresas Orientador: Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti. Monografia apresentada à comissão de graduação das Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas como um dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas, sob orientação do Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti. Campinas, 2009 SP – Brasil
  • 3. Guilherme Souza Ferrara Gustavo Spina Trinca Thiago Juliani Amorim Wilson Peres da Silva Os Benefícios do PMBOK® para o Planejamento das Comunicações em P&D na 3M do Brasil Lt d a . A banca examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta monografia: _________________________________________________ Prof. MSc. Diego de Carvalho Moretti - Orientador Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP _________________________________________________ Prof. MSc. Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP _________________________________________________ Prof. MSc. Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP Campinas, 27 de outubro de 2009
  • 4. Agradecimentos Este trabalho não poderia ser concluído sem a ajuda de diversas pessoas às quais prestamos nossas homenagens: Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus, por nos proporcionar a saúde e a disposição para iniciar um curso de graduação, e que durante nossa vida e principalmente nesses quatro anos de muitas batalhas, nos deu força para nunca desistir. Aos nossos familiares e amigos que entenderam nossa ausência em alguns momentos e deram suporte para a conclusão de mais uma etapa em nossa vida. Ao nosso orientador Prof. Msc. Diego de Carvalho Moretti, que com muita paciência e com as adaptações de horário extra-aula, nos auxiliou no desenvolvimento deste trabalho. Aos cafezinhos também. Agradecemos a faculdade por nos disponibilizar uma estrutura na qual agregamos valores, tantos pessoais quanto profissionais. Aos alunos, que com o companheirismo e a solidariedade uns com os outros, foram todos compreensíveis e nos ajudaram á concretizar mais uma etapa da graduação. E por fim, a todos os funcionários e professores da faculdade, que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
  • 5. Resumo AMORIM, Thiago Juliani. FERRARA, Guilherme Souza. SILVA, Wilson Peres. TRINCA, Gustavo Spina. Os Benefícios do PMBOK® para o planejamento das comunicações em P&D na 3M do Brasil Ltda. Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas, 2009. 66 p. Trabalho de Conclusão de Curso de Administração de Empresas. A disputa das organizações pelo mercado está cada vez mais acirrada, levando as mesmas a fazerem altos investimentos em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Estes projetos precisam ser gerenciados por meio de uma metodologia e neste contexto, destaca-se o PMBOK® (Project Management Body of Knowledge), um guia considerado como o principal método para apoiar os gerentes de projetos neste gerenciamento, fato que instigou o desenvolvimento deste trabalho, realizado na 3M do Brasil Ltda. Dentre as várias áreas de conhecimento nele envolvidas, a escolha pelo estudo do planejamento das comunicações se mostrou a mais interessante, pois é uma variável considerada importantíssima para o sucesso do projeto, segundo a organização. Deste modo, comparar a atual metodologia utilizada, com as sugestões expostas no PMBOK® se fez necessária para a compreensão dos fatores que podem ser considerados como oportunidades de melhoria, podendo assim agregar benefícios a empresa. Apesar de parecer simples, um planejamento de comunicação envolve muitos detalhes, como aspectos culturais, lições aprendidas, escopo do projeto, ferramentas e técnicas, e os capítulos deste trabalho comprovarão que estes detalhes podem ser por muitas vezes conhecidos, porém não mapeados, uma sutil diferença que pode ser a causa de um fracasso de um projeto. Palavras chave: Projetos, Gerenciamento de Projetos, PMBOK®, Gestão de Comunicação, Plano de Comunicação.
  • 6. 6 Abstract AMORIM, Thiago Juliani. FERRARA, Guilherme Souza. SILVA, Wilson Peres. TRINCA, Gustavo Spina. The PMBOK® benefits in the planning of communications in the area of Research & Development of 3M Brazil Ltd. Integrated College Metropolitan Campinas, 2009. 66 p. Conclusion Report of Business Administration Bachelor degree. The battle for market organizations is increasingly bitter, leading them to make large investments in projects of research and development projects, which need to be managed through a methodology and in this context, we highlight the PMBOK® (Project Management Body of Knowledge), a guide considered as the core methodology to support project managers in project management, a fact which prompted the development of this work was conducted at 3M Brazil Ltd. Among the various areas of expertise involved in it, the choice of study of the design of communications proved to be the most interesting because it is considered an important variable for the success of the project, it said. Thus, comparing the current methodology used, with the suggestions outlined in PMBOK® was necessary to understand the factors that may be considered as opportunities for improvement, so you can add benefits to the company. Although this sounds simple, a communication planning involves many details, such as cultural aspects, lessons learned, project scope, tools and techniques, and the chapters of this study show that these details can be known by many times, but not mapped, a subtle difference may be the cause of a failure of a project. Keywords: Projects, Project Management, PMBOK®, Communication Management, Communication Plan.
  • 7. Sumário Agradecimentos .......................................................................................................................... 4 Resumo ....................................................................................................................................... 5 Abstract ....................................................................................................................................... 6 Sumário....................................................................................................................................... 7 Lista de Figuras .......................................................................................................................... 9 Lista de Quadros ......................................................................................................................... 9 Nomenclaturas .......................................................................................................................... 10 Capítulo 1 ................................................................................................................................. 11 Introdução ................................................................................................................................. 11 1.1 Contexto e justificativa ................................................................................................. 11 1.2 Problema de Pesquisa ................................................................................................... 12 1.3 Hipótese ........................................................................................................................ 13 1.4 Objetivo Geral e Específico .......................................................................................... 13 1.5 Apresentação da Estrutura do Trabalho........................................................................ 13 Capítulo 2 ................................................................................................................................. 15 Revisão Bibliográfica ............................................................................................................... 15 2.1 Organizações e o ato de administrar ............................................................................. 15 2.2 Definição de Processos ................................................................................................. 16 2.3 Conceito de Projetos ..................................................................................................... 16 2.3.1 Ciclo de vida do projeto ............................................................................................... 18 2.4 Gerenciamento de Projetos ........................................................................................... 19 2.4.1 Processo: Iniciação ....................................................................................................... 20 2.4.2 Planejamento ................................................................................................................ 21 2.4.3 Implantação (execução) ................................................................................................ 22 2.4.4 Monitoramento e Controle............................................................................................ 22 2.4.5 Conclusão do projeto .................................................................................................... 23 2.5 As nove áreas de conhecimento do PMBOK® .............................................................. 23 2.5.1 Integração ..................................................................................................................... 24 2.5.2 Escopo .......................................................................................................................... 25
  • 8. 8 2.5.3 Gestão do Tempo .......................................................................................................... 26 2.5.4 Gestão de Custos .......................................................................................................... 26 2.5.5 Gestão da Qualidade ..................................................................................................... 27 2.5.6 Gestão de Recursos Humanos (Pessoas) ...................................................................... 28 2.5.7 Riscos (Incerteza) ......................................................................................................... 28 2.5.8 Suprimentos .................................................................................................................. 29 2.5.9 Gestão de Comunicações .............................................................................................. 30 2.6 Plano de Comunicação ................................................................................................. 30 Capítulo 3 ................................................................................................................................. 34 Procedimentos Metodológicos ................................................................................................. 34 3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................................................. 34 3.2 Método ................................................................................................................................ 36 3.3 Objeto de estudo ................................................................................................................. 38 Capitulo 4 ................................................................................................................................. 41 Resultados e Conclusão ............................................................................................................ 41 4.1 Resultados..................................................................................................................... 41 4.2 Propostas de Melhoria .................................................................................................. 53 4.3 Conclusão ..................................................................................................................... 55 Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 57 Apêndice A ............................................................................................................................... 60 Questionário ............................................................................................................................. 60 Anexo A.................................................................................................................................... 63 Entrevista .................................................................................................................................. 63 Anexo B .................................................................................................................................... 66 Cronograma .............................................................................................................................. 66
  • 9. Lista de Figuras Figura 2.1 Exemplo de equipe de um projeto (adaptado de Chiavenato, 2003). .................... 18 Figura 2.2 Relação entre as fases e o tempo (adaptado de Valle et al. 2007). ........................ 19 Figura 2.3 Integração dos processos (adaptado de Valle et al. 2007). .................................... 20 Figura 2.4 Integração de projetos (adaptado de Curto, 2008). ................................................ 24 Figura 2.5 Escopo do projeto (adaptado de Curto, 2008)........................................................ 25 Figura 2.6 Gerenciamento do tempo (adaptado de Curto, 2008). ........................................... 26 Figura 2.7 Processo de comunicação (adaptado de Curto, 2008)............................................ 31 Figura 4.1 Fluxograma do processo de projetos. ..................................................................... 41 Figura 4.2 Organograma da equipe de projetos (Adaptado da Entrevista). ............................ 44 Figura 4.3 Resultados das características que influenciam na comunicação. ......................... 46 Figura 4.4 Resultado sobre a utilização de relatórios de desempenho. ................................... 48 Figura 4.5 Resultado sobre a disseminação do relatório de desempenho. .............................. 48 Figura 4.6 Fases mais importantes do projeto. ........................................................................ 49 Figura 4.7 Ferramentas mais utilizadas para a comunicação de projetos................................ 50
  • 10. Lista de Quadros Quadro 4.1 Comparativo entre o PMBOK® e a 3M do Brasil. ............................................... 51
  • 11. 10 Nomenclaturas ABQUIM Associação Brasileira da Indústria Química CPM Critical Path Method e-NPI Eletronic-New Project Introduction PDCA Plan, Do, Check and Action P&D Pesquisa e Desenvolvimento PIB Produto Interno Bruto PMBOK® Project Management Body of Knowledge PMI Project Management Institute RH Recursos Humanos WBS Work Breakdown Structure
  • 12. 11 Capítulo 1 Introdução 1.1 Contexto e justificativa No final do século XX, mais precisamente na década de 90, ocorreu um fenômeno mundial onde diversas empresas passaram a participar do mercado internacional conhecida como globalização (KEEGAN, 2005). Existem várias interpretações para globalização, alguns entendem como a padronização das atitudes e comportamentos, e outros entendem como ideologia do Banco Mundial para favorecer as empresas. O importante é dar uma atenção especial a globalização, pois não são apenas fatores econômicos que se misturam, mas os culturais também são atingidos (VIEIRA, 2005). O foco principal da globalização se deu pela necessidade de expansão dos negócios e empresas, e só foi possível pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação. Uma das conseqüências da globalização é o crescimento da concorrência entre as empresas, pois grandes empresas Norte-Americanas e Européias se instalaram em países emergentes como o Brasil. Assim o mercado nacional teve que se fortalecer para lidar com a chegada de novos produtos e serviços. Em conseqüência de alguns fatores da globalização e objetivando combater a chegada de novos produtos e serviços, as empresas nacionais tiveram que buscar recursos para se tornarem mais competitivas, que segundo Lucato & Vieira (2009) apud Hamel & Prahalad (1995), “competitividade é a sua capacidade de estar, continuamente, criando e renovando suas estratégias concorrenciais”. Uma das formas de desenvolver a competitividade de uma empresa é o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Buscando a vantagem competitiva perante o mercado as empresas investem em P&D, que é um departamento para pesquisa e desenvolvimento de produtos ou serviços, criado para atender a necessidade de inovar e assim se destacar diante dos concorrentes. Segundo Drucker (2002), a inovação começa com a análise das oportunidades do ambiente em que se está inserida para a implementação ou melhoria de um produto, serviço ou processo. Igualmente, a
  • 13. 12 inovação emprega a criatividade para buscar soluções para os problemas e criar ferramentas que atendam as necessidades dos clientes e consumidores. O setor químico é um exemplo de setor que é atingido diretamente por esses efeitos da globalização que acirrou a concorrência, pois segundo a Abiquim (2009) ocorreu o aumento do número de empresas que atuam no território brasileiro e também as importações que estão num nível acima das exportações, e com isso as empresas do setor buscam a inovação constante para guerrear entre si e com os importados. Em 2008 as importações atingiram US$ 35,1 bilhões enquanto as exportações ficaram em US$ 11,9 bilhões. Este setor pode ser dividido em dois grandes grupos: 1. Uso industrial: produtos orgânicos e inorgânicos, resinas e preparados químicos diversos; 2. Uso final: produtos farmacêuticos, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, adubos e fertilizantes, limpeza, defensivos agrícolas, tintas, esmaltes e vernizes. A indústria Química é o segundo setor que mais contribui para o PIB nacional com 3,2% do total representado no ano de 2007. O setor obteve faturamento líquido de US$ 123 Bilhões em 2008, o que representa a 9ª posição no ranking mundial. São cerca de 4.500 indústrias químicas no país, com mais de 300 mil empregos diretos, representando 15% dos impostos arrecadados no setor industrial brasileiro (ABIQUIM, 2009). Assim torna-se pertinente o estudo da gestão de projetos, especificamente em relação aos projetos de P&D de novos produtos de uma empresa química, onde se visualiza as diretrizes do PMBOK®1 como uma importante ferramenta para planejamento, execução e controle do projeto. 1.2 Problema de Pesquisa Considerando o contexto e justificativa apresentados, este trabalho de conclusão de curso pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: o uso das diretrizes do Project Management Institute (PMI) para elaboração de um plano estruturado de gerenciamento das comunicações gera benefícios que podem facilitar o sucesso de um projeto? 1 PMBOK®: A Guide to the Project Management Body of Knowledge é um guia que contém conceitos e ferramentas para a gerência de um projeto (MAXIMIANO, 2009).
  • 14. 13 1.3 Hipótese A hipótese que se faz inicialmente é que o uso das diretrizes do PMBOK® influencia positivamente na redução do risco de fracasso causado por problemas de comunicação, porém esta hipótese terá sua comprovação, positiva ou negativa, a partir de um estudo focado do planejamento das comunicações dos projetos da empresa em questão. 1.4 Objetivo Geral e Específico O objetivo geral deste trabalho é comparar o atual planejamento das comunicações no departamento de pesquisa e desenvolvimento em uma empresa do setor químico com as boas práticas sugeridas pelo PMBOK®, que seja aderente à realidade da empresa em estudo. Com relação aos objetivos específicos, tem-se: 1. Relacionar quais requisições do plano de comunicação sugeridas pelo PMI através do PMBOK® agregam benefícios ao planejamento atual dos projetos; 2. Pesquisar as causas que levam a organização a ter problemas relacionados à comunicação nos projetos e buscar com o uso do PMI forma para contê-las; 3. Compreender quais recursos tecnológicos estão disponíveis e implementados na empresa objeto de estudo e se podem ser utilizados para a melhoria do processo de comunicação; 4. Compreender quais departamentos se envolvem nas comunicações durante a desenvolvimentos dos projetos; 5. Sugerir melhorias para o atual plano de comunicação inserido no gerenciamento dos projetos. 1.5 Apresentação da Estrutura do Trabalho Além desta introdução, o presente trabalho encontra-se estruturado em mais quatro capítulos, tendo suas temáticas detalhadas a seguir:
  • 15. 14 No capítulo 2 apresenta-se toda a revisão bibliográfica referente à administração no contexto moderno, a pesquisa de projetos e ao plano de gerenciamento das comunicações. O capítulo 3, por sua vez, traz detalhes relacionados ao método (no qual se descreve o passo a passo para a realização da pesquisa), à caracterização (também chamada de classificação segundo a metodologia científica) e ao objeto de estudo, quando descreve a empresa objeto de estudo. Já o capítulo 4 apresenta os resultados da pesquisa na empresa objeto de estudo, salientando o desenvolvimento do uso do PMI, ainda no capítulo 4, são estabelecidas as conclusões e considerações finais, sendo as mesmas acompanhadas das referências bibliográficas utilizadas na confecção deste trabalho.
  • 16. 15 Capítulo 2 Revisão Bibliográfica Quando se inicia uma pesquisa é necessário que se tenham bases teóricas sobre o tema abordado de maneira a embasar todas as análises que serão feitas. Para isso a revisão bibliográfica a seguir foi realizada de maneira sistêmica levantando dados de importantes autores da Administração e de Projetos, que colaboram de maneira direta com a abordagem que será feita neste trabalho. 2.1 Organizações e o ato de administrar As organizações no contexto atual estão diretamente envolvidas com o atendimento às necessidades das pessoas, tornando sua presença imprescindível para a sociedade humana em todos os níveis de necessidade, sejam saúde, segurança e bens de consumo por exemplo. (MAXIMIANO, 2006). “Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo”, ou seja, todas elas procuram através de seus recursos (pessoas, informações, conhecimento, espaço, tempo, dinheiro, instalações) obterem seus objetivos (ibid). E para a obtenção de tais objetivos as organizações são regidas em seu dia a dia por atividades e tarefas que impulsionam seus processos internos constituindo assim sua operação diária, necessitando da administração. Durante os séculos passados, a administração existia de uma forma voltada a sociedade como um todo, em hierarquias dentro de diversos povos, como posições militares e políticas. Na história recente, a administração faz-se necessária para se compreender como funciona uma organização, o porquê da sua existência e a importância de um gestor administrativo movendo as engrenagens da mesma. (ibid) Administração, conforme Maximiano (2006), significa como devem ser feitas as tomadas de decisão visando seus objetivos na organização com os recursos disponíveis a serem utilizados, desencadeando assim o processo de gestão da administração. Já Drucker (2002) diz que, “Administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar”.
  • 17. 16 Enfim, a partir dos recursos de uma organização, a administração deve direcionar e tirar o melhor proveito destes para que os objetivos finais sejam alcançados, de forma a sempre utilizar o que está ao seu alcance. Nessa tarefa, conhecer os processos a serem administrados e os diagnósticos de necessidades ou oportunidades que impulsionam novos projetos é fundamental para o sucesso. 2.2 Definição de Processos Maximiano (2006) define processo como, “conjunto ou sequência de atividades interligadas, com começo, meio e fim”. A forma pela qual o processo é trabalhado implica nos resultados de uma organização eficiente. Processos bem definidos e claros são facilmente trabalhados e alcançam resultados melhores e produtivos, desencadeando em menos erros e, assim, menos custos e mais qualidade. Basicamente, todas as etapas devem ser desenvolvidas desta forma, formando uma corrente que foca no objetivo ou resultado final do produto ou serviço. Para isto, os departamentos de uma organização devem agir concomitantemente e de forma horizontal, unindo informações para alcançar o melhor meio de executar o processo, por exemplo, a comunicação mais efetiva para não haver divergências durante sua execução (ibid). Neste conceito o gerenciamento de projetos aparece elaborando um formato específico para o processo ocorrer de uma maneira enxuta, e sem grandes interferências internas e externas. 2.3 Conceito de Projetos O conceito de projetos é definido como um conjunto de atividades em prol de um objetivo em comum, tendo como premissa o atendimento ao prazo, custo e qualidade previamente acordada entre pessoas, no papel de executores e clientes. Um empreendimento único que deve apresentar um início e um fim claramente definidos (MENEZES, 2008). Uma definição semelhante a esta apresentada do que é pertinente ao conceito de um projeto é fornecida por Maximiano (2006) da seguinte forma: “projetos são atividades temporárias, com começo, meio e fim programados, que tem com objetivo fornecer um produto singular”.
  • 18. 17 Chamado também de entrega, o fornecimento de um produto singular para um cliente é o conceito principal da administração de projetos e divide-se em três categorias de produtos (ibid): 1. Produtos físicos: são tangíveis, como casas, prédios, máquinas, automóvel; 2. Conceitos (ou informação): são intangíveis, como relatórios de pesquisa, plantas de construções civis, desenhos, fórmulas. 3. Eventos e serviços: realização de tarefas ou atividades planejadas, organizadas e com execução das tarefas. São exemplos: festa de lançamento de produtos, competição esportiva como uma partida de futebol, produção de um comercial para televisão. Ainda conforme Maximiano (2009, p. 06), Nenhum projeto pertence a apenas uma categoria. Todos os projetos sempre combinam elementos físicos, conceitos e serviços. Um exemplo é a realização de competições esportivas, que envolvem conceitos (idealização, planejamento, organização), produtos físicos (construções) e eventos (os jogos). O projeto de um produto compreende mais que uma área de conhecimento e não apenas uma área específica, fazendo parte das três categorias de produtos exemplificadas anteriormente. Uma das vertentes da área de projetos é a departamentalização, que foi implementada para atender com eficiência o cliente, com intuito de gerenciar e otimizar cada projeto separadamente. De acordo com Chiavenato (2003), ocorre a departamentalização quando a organização trabalha voltada aos resultados, chamado na área de projetos de saídas (outputs). Esta departamentalização é no fundo temporária por produto e tem foco no produto final. Assim que o cliente (patrocinador) solicita o projeto e o mesmo é aprovado pelo diretor, um gerente de projetos é nomeado e é formado um grupo de profissionais para atender os requisitos, e os membros deste grupo são especialistas de diversas áreas que são relacionadas a cada sub-área do projeto e ao produto final. Com a integração e comprometimento esse grupo se torna uma equipe. A figura 2.1 ilustra o esqueleto exemplo de uma equipe.
  • 19. 18 Figura 2.1 Exemplo de equipe de um projeto (adaptado de Chiavenato, 2003). O projeto inicialmente tem duração limitada, o que nem sempre é compreendido, mas muitos não têm uma data para conclusão, começam sem definição clara do prazo ou terminam após a data limite, podendo ser prorrogado ou suspenso devido a algum fato inesperado. Para este controle temos o gerenciamento do tempo como uma das premissas do gerenciamento de projetos (MAXIMIANO, 2009). Em um projeto são aplicados conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas necessárias ao seu pleno desenvolvimento nas fases de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento que são os processos pertinentes ao ciclo de vida do projeto conforme (PMI, 2004), assunto que necessita de uma abordagem mais detalhada. 2.3.1 Ciclo de vida do projeto Segundo Menezes (2006), ciclo de vida de um projeto é a representação através da determinação de fases que demonstram o projeto desde seu nascimento até seu encerramento, ressaltando que entre o início e sua conclusão, deve passar pelo desenvolvimento, uma estruturação, uma implantação e por final sua conclusão. Maximiano (2009) complementa que cada tipo de projeto pode ter um número diferente de fases, mas todos são baseados em 5 fases: 1. Idéia: quando o cliente encomenda o produto ou surge uma oportunidade; 2. Concepção: transforma-se a idéia em um modelo mental do produto final; 3. Desenho (ou projeto do produto): do modelo mental passa para uma maquete ou protótipo.
  • 20. 19 4. Desenvolvimento: elaboração do produto; 5. Entrega: apresentação do produto ao cliente. Como mostra a figura 2.2, relaciona-se a utilização dos recursos conforme as fases e o tempo. Figura 2.2 Relação entre as fases e o tempo (adaptado de Valle et al. 2007). No final de cada uma destas fases, o projeto passa por uma avaliação para verificar sua viabilidade, podendo ser interrompido ou reformulado no momento em que for pertinente ao item gerenciamento de projetos, que estuda os processos envolvidos para o cumprimento destas fases. 2.4 Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de projetos é a utilização de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades necessárias ao seu desenvolvimento. Iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento são os processos aos quais devem ser aplicados e integrados sob esta ótica, tornando o papel do gerente de projetos ser responsável
  • 21. 20 por esta realização objetivando o efetivo atendimento aos requisitos do projeto (PMI, 2004). Tais processos são reconhecidos como boas práticas no mercado e aderentes a maioria das iniciativas, porém cabe ao gerente de projeto em conjunto das partes interessadas e sua equipe analisarem as requisições do cliente e definir se existe o real potencial de usos das mesmas e principalmente qual o rigor a ser dado para cada processo em seu projeto (ibid). Xavier (2005), complementa ressaltando que tais processos (iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento) possuem uma integração na maioria das vezes entre si, sendo normalmente entradas necessárias para execução de outros processos. A integração destes se dá de forma única a cada projeto e complexa para serem detalhadas, porém, graficamente é possível compreender o conceito básico da necessidade de integração dos mesmos. Figura 2.3 Integração dos processos (adaptado de Valle et al. 2007). 2.4.1 Processo: Iniciação Esta é a fase que marca a iniciação do projeto e são executadas as atividades de identificação das necessidades e oportunidades, definição de um problema, determinação dos objetivos e metas a serem alcançados e análise do ambiente. Nesta etapa são estimados os recursos necessários e avaliados sua viabilidade. Por fim desenvolvido a proposta, apresentação e a aprovação do projeto (MENEZES, 2006). O PMI (2004) coloca como boa prática nesta etapa desenvolver o termo de abertura do projeto, onde todas as informações iniciais necessárias para a compreensão dos objetivos
  • 22. 21 estejam descritas para que seja autorizada sua execução. E também coloca como boa prática desenvolver o escopo preliminar do projeto, conceito que será mais detalhado nas áreas de conhecimentos do PMBOK® (item 2.5). 2.4.2 Planejamento Keelling (2006) expõe que após a definição de prosseguir o projeto, a fase de planejamento é iniciada levando uma valiosa consideração aos aspectos já definidos na concepção, porém melhor detalhados nesta fase. Uma das premissas do planejamento é desenvolvê-lo preliminarmente à execução das atividades, que são definidas anteriormente através do escopo do projeto e são as menores células gerenciais como demonstra na seguinte citação. Segundo Valle et al. (2007, p. 90) apud Ackoff (1970), Planejamento é algo feito antes da ação, sendo necessário quando a realização do estado futuro almejado envolve um conjunto de decisões interdependentes. Assim, está voltado para a obtenção de estados futuros, que não deverão ocorrer a não ser que algo seja feito. Assim, o planejamento claramente influência as ações a serem tomadas no projeto, pois definem seu futuro e consequentemente questões ligadas ao cumprimento de prazos de tarefas, plano de execução e o rumo a ser tomado previamente ao que for feito. Menezes (2006) detalha que entre as atividades pertinentes ao planejamento como uma revisão do detalhamento das metas e objetivos a ser alcançada, estruturação analítica do projeto, ou seja, detalhamento das atividades de forma estruturada e com todos os recursos, pontos de controles, recursos humanos, materiais e técnicos necessários para execução. Outro ponto importante definido na etapa de planejamento é a definição do gerente de projetos e a definição de todas as necessidades técnicas e conhecimentos envolvendo a equipe de projeto (ibid). Planejamento é um dos processos essenciais para o sucesso de um projeto, pois se for eficaz fornece estimativas mais precisas para o resultado desejado e minimiza prazos, custos e o risco. É uma visão do futuro para a solução do problema (VALLE et al., 2007). O PMI (2004) coloca como boa prática o envolvimento de todas as partes interessadas no projeto, pois elas possuem habilidades e conhecimentos que podem ser interessantes para o planejamento. Ainda neste contexto de boas práticas o PMBOK® sugere como saída deste um
  • 23. 22 plano de gerenciamento do projeto, declaração do escopo, estrutura de atividades (cronograma), estimativa de recursos, estimativa de prazo, custos, orçamento, qualidade, recursos humanos, planejamento das comunicações, mapeamento e gerenciamento de riscos. Conceitos melhores abordados no PMBOK® em áreas de conhecimento (item 2.5) serão apresentados neste trabalho. 2.4.3 Implantação (execução) Nesta etapa entra em execução todo o plano criado nas duas primeiras etapas para que o objetivo seja alcançado. Mudanças são necessárias e podem ocorrer durante a execução, como alterações de prazos e orçamentos (MENEZES, 2006). Este conceito é complementado por Keelling (2006), que explica a importância de que cada atividade em execução seja monitorada, controlada e coordenada para alcançar os objetivos do projeto e ainda cita que a eficiência do trabalho está diretamente ligada ao planejamento (fase anterior), a gestão, tecnologia utilizada, liderança e controle. Menezes (2006) ressalta que assim como um projeto, único e específico, as atividades pertinentes a esta fase (execução) também, porém há algumas características inerentes a todos os projetos factíveis de citação, são elas: ativar a comunicação entre os membros da equipe de projeto, executar as etapas previstas e programadas, utilização dos recursos humanos e materiais necessários, sempre que possível e efetuar reprogramações se necessário. 2.4.4 Monitoramento e Controle A necessidade de monitoramento e controle do projeto é oriunda da oportunidade de conhecer quaisquer desvios do projeto em relação ao planejado no que tange prazo, custo e escopo de atendimento aos requisitos do cliente (PMI 2004). Para que também possam ser tomadas ações para conter e corrigir tais desvios, a importância do monitoramento é evidenciada pelo seguinte trecho do PMBOK® (2004 p.59) onde expõe que: Esse monitoramento contínuo permite que a equipe do projeto tenha uma visão clara da saúde do projeto e destaca as áreas que exigem atenção adicional. O Grupo de processos de monitoramento e controle, além de monitorar e controlar o trabalho que está sendo realizado dentro de um grupo de processos, também monitora e controla todo o esforço do projeto.
  • 24. 23 Ao se ter um monitoramento preciso, obtém-se feedback com informações reais e essenciais para a tomada de decisão do gerente de projeto e as partes interessadas. Dentre as variáveis a serem controladas, o PMBOK® sugere controle do escopo, cronograma, custos, qualidade, recursos humanos, relatórios de desempenho, riscos e contrato, além do monitoramento de qualquer mudança no escopo do projeto. 2.4.5 Conclusão do projeto Última fase correspondente ao término do projeto, claramente marcada pelo encerramento gradual dos recursos envolvidos, por exemplo, pessoas envolvidas que encerram suas atividades ao término do projeto (MENEZES, 2006). São atividades comuns à sua conclusão levantar e acelerar a conclusão de atividades ainda em aberto, realocação dos recursos envolvidos, elaboração da memória técnica (lições aprendidas) do projeto, elaboração dos relatórios finais, avaliações de desempenho das equipes, resultados alcançados e acompanhamento. Esta fase é caracterizada pela atividade de preparação do encerramento, preparação de relatórios de fechamento que comprovam seu desempenho e seus resultados (KEELLING 2006). Neste contexto abordado de criar um resultado único e específico sob a ótica da reunião de uma equipe para suprir o projeto e o entendimento de todo o seu ciclo de vida, desde a iniciação até o encerramento, há uma tarefa extremamente relevante para a eficácia do mesmo, denominado gerenciamento de projeto. 2.5 As nove áreas de conhecimento do PMBOK® Segundo o PMBOK®, existem nove áreas dentro de um projeto. Neste capítulo serão explanadas todas estas áreas, a fim de demonstrar o quão é importante cada uma para o sucesso de um projeto. As nove áreas são as seguintes: 1. Integração; 2. Escopo; 3. Tempo; 4. Custos;
  • 25. 24 5. Qualidade; 6. Recursos Humanos; 7. Comunicações; 8. Riscos; 9. Aquisições. 2.5.1 Integração Consentaneamente ao PMBOK®, a integração do projeto aparece de forma evidente ao se identificar os processos de forma individual, mas que demonstram suas conexões em cada etapa executada. Todas estas etapas estampam características únicas no seu desenvolvimento, porém, elas estão em constante reavaliação pelos profissionais alocados e a cada processo em que são executadas, uma nova reação é proposta para as atividades relacionadas e a sua nova execução. Esta integração é essencial para que os objetivos da organização estejam dentro das tarefas realizadas no gerenciamento do projeto, e sejam atingidos sempre da melhor maneira possível, utilizando-se da menor quantidade de recursos possíveis, evitando riscos e controlando os processos para verificar seu alinhamento ao projeto final. Para uma melhor visualização, a figura 2.4 define claramente como funciona a primeira área de um gerenciamento de projetos. Escopo Qualidade Custo Tempo Figura 2.4 Integração de projetos (adaptado de Curto, 2008).
  • 26. 25 2.5.2 Escopo O escopo de um projeto visa assegurar se o que havia sido prometido esta sendo cumprido e ocorra o mínimo de mudança possível no desenrolar dos processos. Para iniciar um escopo de projeto, precisam ser definidas algumas prioridades no desenvolvimento do mesmo, como qual a justificativa desse projeto, qual o produto a ser entregue, quais são os subprodutos deste produto e as metas. Abrindo um parêntese nas metas, que é onde está definido o custo do projeto, as medidas de qualidade e o cronograma de todo o projeto, enfatiza-se a importância de sua existência e sua definição com clareza, pois é nela que será focado todo o desenrolar do projeto. Um escopo mal feito pode-se ter graves falhas no projeto, e se não forem identificadas essas falhas a tempo, com certeza a probabilidade do resultado do projeto ser negativo é muito grande. Para a melhor visualização do escopo, a figura 2.5 mostrará como é o desenvolvimento do planejamento correto de um escopo. Controle do Escopo Declaração WBS + Dicionário do Escopo Planejamento Definição do WBS / EAP do Escopo Plano Escopo escopo Declaração do Escopo WBS + Dicionário Verificação do Escopo Figura 2.5 Escopo do projeto (adaptado de Curto, 2008).
  • 27. 26 2.5.3 Gestão do Tempo O tempo por definição aparenta ser uma coisa simples, mas aprofundando no assunto, é possível identificar que este é imprescindível no gerenciamento de projeto. O gerenciamento de tempo de um projeto é onde se identifica se o planejado esta de acordo com o real, ou seja, o que foi planejado esta sendo cumprido no tempo estipulado. Para isto ocorrer é preciso seguir corretamente o cronograma desenvolvido para as tarefas. Segundo a figura 2.6, identifica-se como é a seqüência correta de um gerenciamento de tempo, iniciando com a definição do escopo e seguindo com a definição das atividades (BARCAUI et. al., 2006). Definição Definição das do Escopo Atividades Seqüenciamento Estimativas das Atividades de recursos Estimativa Desenvolvimento do Tempo do Cronograma Controle do Cronograma Figura 2.6 Gerenciamento do tempo (adaptado de Curto, 2008). 2.5.4 Gestão de Custos Segundo Maximiano (2009), os recursos utilizados em cada atividade e a própria mão- de-obra custam dinheiro. No planejamento do projeto, deve ser definido o custo dos recursos necessários para garantir a entrega do produto final do projeto. O planejamento do custo tem 3 etapas independentes:
  • 28. 27 1. Planejamento de recursos - fazer a relação dos recursos necessários, que são divididos em: mão-de-obra, material permanente, material de consumo e serviços de terceiros; 2. Estimativa de custos - existem três informações importantes para esta etapa: custo unitário de cada recurso, duração das atividades e custos indiretos; 3. Elaboração do orçamento – composto por três demonstrativos principais: o próprio orçamento que é a estimativa de custos, curva dos custos acumulados conforme o tempo, e o fluxo de caixa. 2.5.5 Gestão da Qualidade Maximiano (2009) define qualidade como: “O conjunto das características (ou especificações) de uma entidade (produto, serviço, evento, conceito, pessoa, grupo, organização). As características definem a capacidade de a entidade atender necessidades implícitas ou explícitas”. A qualidade reflete nas características que um produto ou serviço oferece, sendo que cada um identifica as que lhes convém mais e opta por diferentes produtos, por exemplo, mas que diferenciam-se em algum ponto em sua individualidade. A gestão da qualidade influencia no produto final do projeto e próprio processo de administrar o projeto. O PMBOK® é um padrão estabelecido para avaliar a qualidade da gestão de projetos (ibid). Para administrar a qualidade de um projeto deve-se seguir as especificações funcionais que mostram as necessidades e expectativas do cliente, especificações técnicas (dimensões de um objeto, quantidade de material, fórmula ou processo de fabricação), e níveis de qualidade, como por exemplo, um produto pode ser de luxo ou básico (ibid). Existem também processos para garantia e controle da qualidade, sendo um deles o PDCA, uma ferramenta utilizada para a garantia da melhoria continua das atividades realizadas, garantindo assim, consequentemente, a qualidade das atividades desenvolvidas ao longo do projeto, conforme as especificações do produto e procedimentos de análise. Outras ferramentas que muitas organizações utilizam são o histograma, o gráfico de Pareto, gráficos de controle (Diagrama de Gantt) e diagramas de causa e efeito (Ishikawa) para ações corretivas e preventivas.
  • 29. 28 2.5.6 Gestão de Recursos Humanos (Pessoas) Conforme os conceitos de Maximiano (2009), administração das pessoas envolvidas no projeto é papel do gerente de projeto, assim suas principais responsabilidades com esta área são: 1. Tornar sua equipe interessada no sucesso do projeto; 2. Lidar com a flexibilidade dos colaboradores para não fugir das limitações da organização; 3. Controlar as emoções de cada integrante da equipe; 4. Planejamento de carreira; 5. Dar suporte técnico para a equipe; 6. Fornecer treinamentos; 7. Gerenciar crises (técnicas e humanas); 8. Integrar todos seus colaboradores das diferentes áreas do projeto; 9. Atender as necessidades do grupo; A gestão de recursos humanos dentro de um gerenciamento de projeto visa à utilização de forma mais eficiente e eficaz de todo o capital humano envolvido no projeto. Pensando pelo lado dos recursos necessários, a gestão de RH tem como intuito a utilização de toda a competência aplicada às pessoas em cada atividade desenvolvida e no projeto como um todo. Pensando pelo lado do desenvolvimento da equipe, a gestão desenvolve as pessoas através de treinamentos visando cada habilidade necessária para o desenrolar das atividades. 2.5.7 Riscos (Incerteza) A palavra risco deriva do italiano risicare, que significa ousar. Assim, denomina-se risco como uma opção, uma decisão que se toma durante ações. No caso da gerência de projetos, o risco está presente na implementação do projeto e na execução das atividades (BERNSTEIN, 1997). O problema atual com que as organizações se defrontam é a incerteza. A incerteza é o desafio atual da administração. Contudo, a incerteza não está no ambiente. A incerteza está na percepção e na interpretação das organizações e não na realidade ambiental percebida. Parece mais adequado falar-se em incerteza na organização, pois o mesmo ambiente pode ser
  • 30. 29 percebido de maneiras diferentes por organizações diferentes. Melhor dizendo, a incerteza está na cabeça dos seus administradores (CHIAVENATO, 2003). A essência da administração do risco está em maximizar as áreas onde se tem certo controle sobre o resultado, e minimizar as áreas onde não tem-se absolutamente nenhum controle sobre o resultado e onde o vínculo entre efeito e causa está oculto (BERNSTEIN, 1997). Relacionando a incerteza, risco e a administração do risco, entende-se que a probabilidade, que é a chance de um evento ocorrer, está diretamente ligada à quantificação do risco. 2.5.8 Suprimentos Recursos são necessários para a realização das tarefas dentro dos projetos, e não por menos devem ser gerenciados de forma otimizada dentro do planejamento proposto. A área de suprimentos da suporte para todas as áreas adjacentes do projeto. É através dela que são realizadas todas as aquisições necessárias. O gerenciamento de aquisições é dividido em duas perspectivas: do fornecedor e do comprador (XAVIER et al, 2006). A área de suprimentos contém cinco pontos importantes dentro do projeto, eles são: 1. Selecionar os possíveis fornecedores do projeto, de preferência fornecedores que acompanhem o projeto do início ao fim, assim reduzindo despesas adicionais com a contratação de outros fornecedores e também a segurança dos serviços prestados; 2. Planejar as contratações, que é nada mais que selecionar os fornecedores e providenciar os produtos e serviços para o projeto; 3. Planejar compras e aquisições é simples definido em perguntas, o quê, como e quando comprar, que é o planejamento de compras; 4. Administração do contrato é o ponto que acompanha o fornecedor, que verifica se o mesmo atente as necessidades nos processos, a procedências dos produtos ou serviços prestados, se o fornecedor esta cumprindo com o que foi acertado em contrato; 5. Encerramento de contrato, como o próprio nome apresenta, é o ato de encerrar o contrato com o fornecedor, sendo ele aplicado ao projeto ou em alguns casos em apenas algumas fases do projeto.
  • 31. 30 2.5.9 Gestão de Comunicações A comunicação e seus meios são extremamente importantes para qualquer atividade em grupo. Sem a comunicação não há organização e nem tomada de decisão no grupo. Os integrantes de um grupo ter algumas características para a comunicação fluir facilmente: disposição para ouvir, disposição para falar e organização pessoal (MAXIMIANO, 2009). Para uma comunicação eficiente entre as partes dentro de um projeto, deve-se partir de alguns pontos, são eles: 1. O quê? Quais informações são necessárias? 2. Quando? Com que freqüência? 3. Para quem? Quem deve receber? 4. Como? Qual meio utilizar? 5. Por quem? Quem é responsável pelo envio? Com um plano bem estruturado e com os princípios citados por Maximiano, é bem provável que a comunicação dentro do projeto será eficiente para alcançar o resultado. O que se deve atentar na organização e na criação de um plano de comunicação é que nem todas as informações devem chegar a todas as pessoas envolvidas no projeto. Existem informações confidenciais que devem ser mantidas em sigilo absoluto pelos seus idealizadores e também existem ocasiões que ocorrem em pequena escala que, por exemplo, não precisam chegar a pontos extremos do gerenciamento de comunicação, podem ser resolvidas por líderes que coordenam as equipes. 2.6 Plano de Comunicação O planejamento das comunicações do projeto é integrante da área de gerenciamento das comunicações do projeto fornecido no PMBOK® segundo o PMI (2004). Gerenciamento das comunicações está relacionado a todos os processos envolvidos na geração, coleta, distribuição armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto. Especificamente o planejamento das comunicações determina as necessidades necessárias no que se refere às informações e comunicações das partes interessadas no projeto, e é um fator crítico para o seu sucesso, como ressalta o PMI (2004 p.221) no seguinte trecho:
  • 32. 31 “Um fator importante para o sucesso do projeto é identificar as necessidades de informações das partes interessadas e determinar uma maneira adequada para atender a essas necessidades.” Entende-se que o assunto comunicações e habilidades envolvidas não são exatamente os mesmos envolvidos no gerenciamento de um projeto, porém reúnem um conjunto significativo de conhecimentos necessários e importantes para o planejamento das comunicações (ibid). São eles: 1. Modelos emissor-receptor. 2. Escolha dos Meios de Comunicação. 3. Estilo de redação 4. Técnicas de apresentação 5. Técnicas de gerenciamento de reuniões 6. Codificar 7. Mensagem 8. Meio Físico 9. Ruído 10. Decodificar Seguindo esta linha de raciocínio, onde o conhecimento sobre comunicações é relevante, Boente (2003) expõe esta estrutura do processo de comunicação através da seguinte figura 2.7. Transmissor Mensagem Receptor Origem Meio de Comunicação Destino Figura 2.7 Processo de comunicação (adaptado de Curto, 2008). Este processo de planejamento das informações reunindo os dados apresentados de forma estruturada gera como saída um plano de gerenciamento de comunicações. Este plano irá fornecer uma visão sistêmica da gestão das comunicações do projeto e será constituído das seguintes informações: 1. Os requisitos de comunicação das partes interessadas; 2. As informações que serão comunicadas, inclusive o formato, conteúdo, e nível de detalhes;
  • 33. 32 3. A pessoa responsável pela comunicação das informações; 4. A pessoa ou grupos que receberão as informações; 5. Os métodos ou tecnologia usados para transmitir as informações; 6. A freqüência da comunicação; 7. Os prazos para alertas e delegação de responsabilidades; 8. O método para atualizar o plano de comunicação; 9. Glossário de termologias comuns e; diretrizes para reuniões de andamento do projeto e formas de promovê-las. Conforme o PMI, um o plano de comunicação eficaz deve utilizar de alguns fatores para sua concepção: • Fatores ambientais da empresa: Os fatores ambientais são todas as características inerentes aos aspectos culturais e características de ambiente da organização, sendo que influenciam negativamente ou positivamente no sucesso do projeto. • Ativos de processos organizacionais: Ativos de processos organizacionais está relacionado a tudo que empresa possui de processos e procedimentos que podem influenciar no projeto, inclusive normas e diretrizes de trabalho. Inclui também como um aspecto importante e decisivo as lições aprendidas em outros projetos e situações cotidianas da empresa, como cronogramas de projetos já encerrados, estudos de viabilidades, riscos já mapeados, dentre outros inúmeros ativos de conhecimentos pertinentes a organização que podem influenciar nas fases do novo projeto em planejamento. • Declaração do escopo do projeto: A declaração do escopo do projeto trás uma base documentada para futuras decisões do projeto e para confirmar um conhecimento comum entre as partes interessadas. • Plano de gerenciamento do projeto: No plano de gerenciamento do projeto é possível encontrar informações básicas sobre o projeto, dentre elas restrições e premissas para que o plano de comunicações possa seguir também tais premissas e se manter alinhado ao objetivo de projeto. A função do plano de comunicação estende-se a tudo que há necessário para garantir a funcionalidade do processo de comunicação, garantir a coleta e distribuição e armazenamento adequado das informações na freqüência correta, além de fornecer a forma e
  • 34. 33 responsabilidades com a qual as pessoas vão se comunicar durante o projeto (BOENTE, 2003). Apresentadas as características de todo planejamento de projetos, faz-se necessária a busca por uma comunicação efetiva e com a menor porcentagem de ruídos entre todas partes envolvidas, alinhando as equipes em um objetivo único de metas a serem cumpridas através de conceitos previamente estabelecidos no escopo do projeto. De tal forma, trata-se no capítulo 3 a seguir como a pesquisa foi objetivada e a forma de coleta de dados para apresentar os conceitos previamente explanados, fundamentados em base teórica e a busca em campo para a comprovação futura sobre os benefícios que podem ser agregados à utilização do recurso PMBOK® no objeto de estudo.
  • 35. 34 Capítulo 3 Procedimentos Metodológicos A fundamentação do projeto e seus processos devem ser identificados e se adequar em uma base teórica. Desta forma, utilizando-se de conceitos pré-estabelecidos por autores, o desenvolvimento do trabalho é detalhado para explicar como foram feitas as pesquisas, coleta de dados, objetivos, análises e conclusões propostas para o problema evidenciado no ambiente pesquisado. 3.1 Caracterização da pesquisa A primeira classificação utilizada para a adequação da pesquisa é a sua definição. A pesquisa então é feita para se chegar a uma ou diversas respostas levantadas por problemas, os quais não dispõem de informações completas ou ordenadas, e necessitam através de processos e objetivos bem direcionados de uma pesquisa, de forma ao se utilizar das técnicas e métodos existentes, conceituar de forma científica todas suas fases para se chegar ao resultado do questionamento (GIL, 2002). A pesquisa apresenta-se como método amplo dedutivo, que segundo Lakatos e Marconi (1991) apud Anholon e Pinto (2008), é uma premissa levantada como verdadeira, sobre a utilização de uma ferramenta que pode minimizar os problemas de comunicação na organização e que se obtém uma conclusão a partir do questionamento. A classificação sobre a estratégia da pesquisa através de seus procedimentos técnicos delineia o rumo a ser tomado. Tomando por base Gil (2002 p.45): A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa. Dessa forma, o estudo se enquadra no âmbito documental, pois não foram utilizadas apenas colaborações de autores em relação ao tema apresentado, mas também outros
  • 36. 35 documentos diversificados, como os do objeto de estudo, entrevistas realizadas com os colaboradores, periódicos etc. Também dados de tabelas, gráficos e relatórios já apresentados em outros documentos são reelaborados pelos pesquisadores de forma a se adequarem as informações ao trabalho realizado. Concomitantemente, é realizado o estudo de caso, possibilitando sabedoria abrangente e específica sobre o objeto estudado e, assim, a tese apresentada pode ser descrita e ordenada na averiguação do caso e são desenvolvidas suspeitas e levantadas novas conclusões em uma possível implementação do estudo realizado (ibid, p.54). O meio de abordagem e da finalidade da pesquisa é identificado através dos processos envolvidos na comunicação de um projeto. As ocorrências são estudadas de forma qualitativa, devido à variação descritiva de sua captação e através de sua explanação de acordo com a individualidade de cada participante, porém, não impedindo de se expor dados quantitativos de modo generalizado (Godoy 1995 apud Anholon e Pinto 2008). A situação delimitada pelas hipóteses e o problema levantado pelos pesquisadores convergem à classificação da natureza da pesquisa. Lakatos e Marconi (2002) definem problema como um empecilho, que deve ser determinado através de um estudo meticuloso e restrito através de simplicidade. Este problema é identificado através de conhecimentos prévios e com a ajuda de materiais e desenvolvimento criativo dos pesquisadores. A criação do problema não pode tratar de um ambiente abrangente e deve limitá-lo em poucas variáveis, pois desta forma ele se demonstra único e objetivando sua resolução futura. Segundo Ander- Egg (1978:33) apud Lakatos e Marconi, a pesquisa apresentada se enquadra como de natureza aplicada, havendo zelo pela aplicação dos resultados em solucionar os problemas evidenciados na realidade do objeto de estudo. Para a verificação dos objetivos de pesquisa, Gil (2002) cita que as pesquisas exploratórias “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”, ou seja, este tipo de objetivo seguido leva à otimização ou descoberta de idéias, sendo bastante maleável quanto aos fundamentos analisados. É por este objetivo que se adjetiva esta pesquisa como exploratória e, ao se concluir a pesquisa, as análises e dados coletados podem ser utilizados e aplicados no objeto de estudo. Ao se buscar e coletar dados, Gil (2002, p.141) elucida: Pode-se dizer que, em termos de coleta de dados, o estudo de caso é o mais completo dos delineamentos, pois vale-se tanto de dados de gente quanto dados de papel.
  • 37. 36 Devido a esta diversidade identificada e sua complexidade, a coleta dos dados foi utilizada através da entrevista, que segundo Lakatos e Marconi (2002), é realizada por duas pessoas, de maneira verbal e temática profissional, para se obter informações sobre algum assunto. Esta entrevista foi realizada de maneira desestruturada, seguindo um roteiro previamente estabelecido, mas concedendo liberdade de respostas ao entrevistado. Em contrapartida, um questionário foi entregue, definido por perguntas predeterminadas, fechadas e de múltipla escolha. As pessoas envolvidas respondem as questões sem a preocupação de saírem do contexto. Existe uma infinidade de questionários, sendo utilizada nesta pesquisa, a forma padronizada ou estruturada. Quanto à observação, ocorre de forma direta e com contato com o objeto de estudo, porém sem a integração ao mesmo, presenciando as ocorrências, vistas com uma perspectiva de espectador, sem interação direta com as situações da realidade (Lakatos e Marconi, 2002). Ao se obter o fluxo de informações, organizá-lo e obter os resultados, deve-se fazer a análise dos dados. Conforme Gil (2002), ao passo que o estudo de caso se baseia em diversas fontes de dados, a sua análise obtém interpretações também variadas. Lakatos e Marconi (2002, p.35) definem análise ou explicação como “a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”. Desta forma, são identificadas as situações-problema, onde se faz uma interpretação prévia conectando as variáveis para uma futura compreensão, as quais são esclarecidas as variáveis, e então transformada em racionalização, buscando apresentar até que ponto as conexões existentes podem alcançar em virtude a outros conhecimentos amplos. (ibid). 3.2 Método Para que os objetivos propostos nesta pesquisa fossem alcançados, várias atividades foram desenvolvidas. Tais eventos realizados foram registrados em escala semanal, no cronograma que se encontra anexo2. A primeira fase constituiu-se da formação dos grupos e rapidamente a definição dos temas propostos em fevereiro. Com isto, foi realizado durante o primeiro bimestre letivo, de fevereiro até março, a realização do capítulo 1 e seu desenvolvimento primário. Inicia-se esta fase pelo contexto e justificativa do tema, abordando o assunto de forma macro, até delimitar-se ao micro, identificando a relevância na abordagem da temática 2 Anexo B - Cronograma
  • 38. 37 proposta. Logo após, são analisados os problemas possíveis e chega-se à questão levantada nesta pesquisa. O problema científico, segundo Gil (2002), envolve diversidades que podem ser testadas pela sua relação. Independente de sua veracidade, as variáveis envolvidas são cabíveis de testes e avaliação conjunta para sustentabilidade dos fatores evidenciados. Imediatamente após a definição da problemática abordada, as hipóteses são identificadas para contextualizar o problema. Gil (2002) explana hipótese como uma proposição que pode ser reconhecida como fidedigna ou falsa, tornando-a hábil a ser comprovada ou não através de uma pesquisa e ao próprio problema de pesquisa. Definido tais passos durante a primeira quinzena de março, os pesquisadores contextualizam os objetivos gerais e específicos para a realização do estudo. Com a colaboração do plano de comunicações do PMBOK®, são identificados processos sugestivos de melhoria em termos de comunicação no gerenciamento de projetos para aperfeiçoamento e baixo índice de falhas em sua utilização. A partir daí, é feita a pesquisa bibliográfica inicial, que segundo Manzo (1971:32) apud Lakatos e Marconi (2002), são modos para se concluir problemas existentes e identificar novos domínios ainda não totalmente convictos de pesquisas, utilizando-se do conhecimento prévio, para evidenciar uma nova perspectiva ainda não analisada pelos pesquisadores. Nesta etapa, definiram-se autores, monografias, jornais, filmes, gravações etc, contendo estes conhecimentos prévios. Alinhados os dados, a transcrição de idéias passou a ser realizada através de encontros quinzenais com o orientador e entre o grupo durante as semanas seguintes até a entrega do capítulo 2, em junho. Os participantes traziam todo tipo de documento para as reuniões e então em conjunto expunham as idéias evidenciadas. Através dessas discussões a escrita foi desenvolvida e o orientador efetuava também por emails comunicados em relação à pesquisa, além de correções e sugestões para o mesmo. Durante os meses seguintes, de agosto a setembro, o desenvolvimento deste capítulo 3 ocorreu. Foi feita uma visita pelos integrantes ao objeto de estudo em uma manhã com um dos líderes de projetos, com um breve roteiro foram apresentadas questões referentes à organização como um todo até os modos de comunicação efetuados em um projeto e o tipo de abordagem dos profissionais em relação às diretrizes do PMBOK®. Além disto, um questionário foi encaminhado ao líder de projeto entrevistado, aguardando a contribuição de outros líderes para complementar a amostragem da pesquisa, lembrando de sua não significância estatística, porém, de sua forma de coleta de dados quantitativa, com perguntas fechadas e de múltipla escolha.
  • 39. 38 Por fim, mas não menos importante, no capítulo 4 relembra-se o problema apresentado inicialmente e são exibidos de forma organizada todos os dados coletados pelos pesquisadores em conjunto, delineando uma resposta. Esta compilação da amostra é apresentada através de gráficos e tabelas, objetivando sintetizar os dados obtidos de uma forma simplificada e de fácil compreensão do leitor. Compreendido este passo, os pesquisadores concluem o trabalho em outubro, levando em conta as delimitações prévias dos objetivos e do problema de pesquisa, verificando sua validade no ambiente aplicado, e comentando uma possível validação ou não dos projetos pela comunicação proposta pelos processos concluídos pelas análises realizadas. 3.3 Objeto de estudo O objeto de estudo foi fundado em 1902 no estado de Minnesota, região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos. Cinco empreendedores resolveram explorar reservas de minérios, porém a exploração das minas provou ser de pouco valor e a nova empresa de Mineração e de Manufatura de Minnesota (3M - Minnesota Mining Manufacturing) transferiu-se para a cidade de Duluth, em 1905, para concentrar suas atividades na fabricação de abrasivos (lixas). Todas as informações que seguem foram extraídas do sitio da empresa, porém houve o tratamento das mesmas para que ficasse sintetizado para um melhor e mais fácil entendimento. Para que a companhia chegasse à qualidade desejada de seus produtos, anos de trabalho foram consumidos. Com novos investidores atraídos, a matriz da empresa foi transferida para a cidade de Saint Paul, capital do estado de Minnesota, em 1910. As inovações técnicas e de marketing começaram a produzir bons resultados, e em 1916, a companhia pagou seu primeiro lucro de US$ 0,06 por ação. A inovação passou, então, a ser enraizada como cultura organizacional na 3M. Ao longo de anos, a empresa conseguiu desenvolver muitos produtos com o foco de atender o objetivo maior, que é a necessidade dos clientes. Entre as conquistas, pode-se mencionar que a empresa foi a primeira a desenvolver uma primeira lixa à prova d’água, a fita de mascaramento - uma etapa inovadora para a diversificação e a primeira de muitas fitas adesivas sensíveis à pressão da marca Scotch®3, a fita adesiva de celofane Scotch® para selar 3 Fitas adesivas, fitas para empacotamento e cola de alta performance e qualidade.
  • 40. 39 caixas. Também foram desenvolvidos materiais refletivos Scotchlite™4 para a sinalização de estradas, a fita magnética para a gravação de som e fita adesiva de filamento, o processador de cópia Thermo-Fax™5, o protetor de tecido Scotchgard™6, a fita de vídeo, as esponjas de limpeza Scotch-Brite®7 e diversos novos produtos eletromecânicos, o microfilme Dry-silver8 e o mais conhecido, o bloco de recados adesivos Post-it®9. Depois de muitos anos de conquistas e sucesso, nos meados dos anos 90, as vendas globais alcançaram a marca de US$ 15 bilhões. Em 2004, as vendas globais alcançaram, pela primeira vez, a marca de US$ 20 bilhões. O objeto de estudo é fundamentalmente uma companhia de base científica, ou seja, desenvolve e cria produtos desde cuidados com a saúde e segurança no tráfego a produtos para escritório, abrasivos e adesivos. Para se manter no mercado, a empresa segue algumas premissas: • Honestidade e integridade; • Satisfazer os clientes; • Retorno aos investidores; • Respeitar o ambiente físico e social; • Desenvolver e reconhecer a diversidade de talentos, iniciativa e a liderança; • Conquistar a admiração de todos. No fechamento do ano-base de 2008, o objeto de estudo em questão atingiu US$ 25 bilhões nas vendas globais. Somente às vendas internacionais, com exceção dos EUA, atingiram US$ 16.1 bilhões, valor este que representa 64% do total da companhia. A Empresa opera em mais de 60 países, representando suas vendas em quase 200 países e totalizando 79.000 mil colaboradores em todo o mundo. No Brasil, a empresa é composta por 196.320m2 de área fabril, distribuídos nas cidades de Sumaré, Ribeirão Preto, Itapetininga e Mairinque. Já as fábricas de Manaus e Abzil Comércio e Indústria apresentam 11.088m2, respectivamente. Em 2008, a empresa fechou o ano com mais de 3.500 colaboradores, que juntos com os 57 colaboradores de Manaus e mais 4 Materiais refletivos utilizados em sinalizações nas estradas, bem como fitas. 5 Tecnologia desenvolvida para a indústria fotográfica para imprimir em papel ou adesivo. 6 Produto desenvolvido para proteger tecidos entre outros materiais. Os mais utilizados são moveis, bancos de automóveis, roupas, toalhas de mesa, bolsas, gravatas, etc. 7 Mais conhecida como a linha de esponjas da 3M, a diversidade desse produto é grande, e atende vários tipos de clientes. Também existem luvas, filtros e panos da linha Scotch-Brite®. 8 Microfilme utilizado em processos relacionados à fotografia. 9 Da linha de produtos para escritórios. Papel com leve camada de cola no verso para deixar recados, lembretes, etc.
  • 41. 40 os 313 de Abzil, são responsáveis pela fabricação e faturamento bruto da empresa no Brasil, com base o ano de 2008, foi de R$ 1.981 bilhão, do qual cerca de 10% corresponde a exportações. A quantidade de colaboradores da 3M do Brasil é em torno de 3.550 e a 3M Manaus, 60. O número de profissionais em P&D, exatamente a área que foi destinada o estudo deste trabalho, é superior á 6.500 colaboradores no mundo e no Brasil em torno de 111, os quais cooperaram em 2008 para o registro de 25 invenções e 03 patentes. Hoje, 6% das vendas da empresa são destinadas à área de P&D. Sabe-se também que 25% das vendas são de novos produtos, que da credibilidade a área de P&D, e demonstra que essa área tem grande significância para o crescimento e a sustentabilidade da empresa no mercado. Aproximadamente 70% dos produtos comercializados no Brasil são produzidos localmente. A empresa atua com uma estrutura formada por 35 unidades de negócios e atua em mais de 40 segmentos de mercado. Com esta variedade de produtos e serviços inovadores, muitas soluções se mantêm no mercado há décadas, totalizando cerca de 250 marcas registradas no Brasil. A subsidiária brasileira fornece para subsidiárias 3M no mundo: fitas adesivas, abrasivos, fitas para fraldas e protetores auditivos. Por meio das informações apresentadas, o objeto de estudo mostra-se de suma importância para esta pesquisa, o qual os projetos são sucesso em grande parte dos investimentos e para cada um deles existe a comunicação de uma forma ou de outra, e devido aos dados coletados juntamente a empresa, no capítulo 4 são exibidas estas informações através da análise e os resultados obtidos são esclarecidos na conclusão.
  • 42. 41 Capitulo 4 Resultados e Conclusão 4.1 Resultados De acordo com o que foi apresentando nos capítulos anteriores, os resultados obtidos com a entrevista e na aplicação do questionário serão apresentados a seguir. Foram coletadas informações através de uma entrevista semi-estruturada, e também foram aplicados questionários junto aos gerentes técnicos (de projetos) da empresa com perguntas de múltipla escolha, estes respondidos e entregues para a análise e compilação dos dados quantitativos. Os questionários (apêndice A) foram respondidos pelos gerentes da área de P&D. Todos possuem experiência e conhecem o processo suficientemente na organização, dando confiabilidade aos dados coletados. Na entrevista foram abordadas as principais fases e decisões envolvidas no ciclo de vida dos projetos na empresa, expostas no fluxograma 4.1. Legenda IDÉIA Project Fases do Projeto Charter 1 Gate Review Iniciação CONCEITO 2 VIABILIDADE GO/NO GO NO GO GO DESENVOLVIMENTO Monitoramento 4 e PRODUÇÃO Controle 5 LANÇAMENTO 6 PÓS-LANÇAMENTO ENCERRAMENTO DO PROJETO Figura 4.1 Fluxograma do processo de projetos.
  • 43. 42 Conforme demonstrado na figura 4.1, o ciclo de vida do projeto inicia-se na concepção da idéia, que pode ser dividida em duas categorias. A primeira é mais simples, onde a necessidade de um novo produto é identificada no mercado. Outra é a criação ou invenção para descobrir uma necessidade, que é um projeto mais complexo. Ambas iniciam-se com a abertura do projeto, através de um documento chamado Project Charter, o qual é confeccionado através da autorização de um diretor e a definição de uma equipe onde existem dois líderes, um gerente técnico (um engenheiro que requisitou a autorização ao diretor) e outro líder de negócios (da área de marketing), responsável pela análise do ambiente externo e a viabilidade do lançamento deste produto. Em consequência à idéia remete-se a sua maturação, denominada por conceituação, transformando-a em informações mais palpáveis para a próxima fase, a análise de viabilidade. Esta fase, a viabilidade, é considerada como um milestone10 (marco), pois nesta etapa que algumas importantes questões para o sucesso ou fracasso do projeto serão respondidas, como a aderência deste produto ou processo no mercado, possibilidade de produção do mesmo que propicie lucro a empresa e time to market11. O resultado desta análise é um momento chamado de “Go/No Go”, onde “Go” é quando o projeto se mostra viável e “No Go” é o resultado de uma análise que mostra a inviabilidade da continuação do projeto, encerrando o mesmo. No caso do resultado ser positivo, ou seja, “Go”, a fase de desenvolvimento técnico se inicia. Nesta ocasião é realizado o desenvolvimento do aspecto técnico, todo detalhamento necessário para transformar a idéia em produto. Assim, com todos os aspectos técnicos definidos, são iniciadas as fases de produção escalonada, definida por um pequeno lote para compreensão e análise de aceitação em um mercado específico. Deste modo, é tomada a decisão para este novo investimento e o lançamento do produto ou não. Com o sucesso na fase de produção escalonada, o lançamento do produto é iniciado em algumas regiões definidas anteriormente e é feito o controle na etapa de pós-lançamento, verificando o volume de vendas e retorno do investimento. Não há obrigatoriedade de um projeto passar por todas as fases, pois devido aos prazos apertados e principalmente o tempo para o lançamento do produto no mercado (time to market), pode-se pular algumas etapas aumentando os riscos do projeto, porém, esta decisão também é vista como uma vantagem competitiva. Esta decisão é tomada pelos gerentes do 10 É usado para estipular um marco do projeto. 11 Momento ideal para introdução do produto no mercado.
  • 44. 43 projeto e no caso de projetos que envolvem quantias monetárias a qual a empresa entende como significativas, algumas aprovações a nível de direção são solicitadas. Uma característica comum em todas as fases é o “Gate Review”, conforme apresentado no capítulo 2.3.1 sobre o ciclo de vida do projeto, determina-se a viabilidade de continuá-lo ou não. Na organização é feita uma reunião a qual compila-se a documentação que evidencia o encerramento ou não de uma fase e o início da subseqüente. Esta evidência é cadastrada no sistema coorporativo de gestão de projetos da 3M, software desenvolvido exclusivamente para empresa, denominado Eletronic-New Project Introduction (e-NPI). O e-NPI é utilizado na empresa como uma ferramenta de apoio no armazenamento de informações de projetos, bem como na padronização de alguns processos. Dentre eles se destacam o preenchimento do Project Charter (termos de abertura do projeto) e o Gate Review, comprovando o avanço das fases do projeto, uma ferramenta onde todos colaboradores envolvidos nos projetos têm acesso e registram as informações pertinentes a cada projeto em execução. Neste cenário foi questionado se esta ferramenta é também utilizada como fonte de consulta para novos projetos como apoio a gestão dos ativos de processos organizacionais, ou seja, gestão do conhecimento, lições aprendidas e informações históricas, porém a resposta obtida foi que atualmente, pouco se utiliza esta ferramenta. A equipe de projeto é organizada de modo que cada colaborador podendo ser um diretor, gerente ou outros especialistas podem participar de vários projetos simultaneamente, ou seja, para cada projeto são alocados os recursos necessários para sua execução, podendo ao mesmo tempo um colaborador ser requisitado para dois ou mais projetos. Para que tais colaboradores possam compreender a relevância de cada projeto e tomar decisões alinhadas as estratégias da empresa, existe na 3M uma política de priorização de projetos, onde o gerente de projetos analisa qual projeto é mais importante para a empresa, levanto em consideração o time to market, custos, lucratividade e decisões da alta administração. Observou-se como partes inerentes e indispensáveis de cada equipe um membro da direção, denominado por eles como champion e outros colaboradores, que respondem para o gerente e são de suma importância para atender a demanda de conhecimentos de cada área dentro deste projeto. Particularmente no modelo de gestão adotado para o gerente de projetos foi colocado que cada gerente tem a autonomia para definir como será a gestão de suas equipes no que tange métodos e ferramentas utilizadas, modelos de cronograma e softwares. Atualmente dentre as soluções em software disponíveis para o uso na organização estão o Microsoft Office e o Microsoft Project, para a estruturação de atividades, obtendo assim um cronograma. Um modelo de equipe de projetos é exibido conforme a Figura 4.2.
  • 45. 44 Diretor Gerente Gerente de Técnico Negócios Especialista Especialista Especialista Especialista Especialista 1 2 3 4 5 Legenda Lider Liderados Champion Figura 4.2 Organograma da equipe de projetos (Adaptado da Entrevista). Especificamente sobre a comunicação do projeto e o desenvolvimento de um plano de comunicação, que rege como as comunicações devem ser realizadas durante a execução do projeto, foi relatada a inexistência desta atividade de desenvolvimento do plano e que atualmente a forma como as comunicações do projeto devem ser feitas pertencem ao know- how do colaborador. Com esta autonomia oriunda dos aspectos culturais da empresa qual o colaborador escolhe, em boa parte do projeto, quando e como informar sobre o andamento, pode ocorrer o problema maior apontado pelo entrevistado que seria o atraso do projeto, ou melhor, a demora para conhecer a necessidades de um plano de ação para que o projeto não fique em atraso, pois muitas vezes o líder de projeto somente tem conhecimento do atraso, na véspera de entrega do produto ou encerramento de uma das fases do projeto. Como características comuns que foram expostas estão às reuniões mensais e extraordinárias, que são convocadas pelo gerente no caso do surgimento de alguma emergência. Nestas ocasiões, ao final das mesmas são registradas em ata. Não há definido um formato de comunicação, sendo ele em momentos realizados por e-mail, telefone ou verbalmente. Os gerentes, quando questionados sobre a relevância da comunicação nos projetos, ressaltaram como um ponto crítico para o bom andamento do projeto.
  • 46. 45 Para enriquecer os dados da pesquisa alguns questionamentos foram feitos aos colaboradores da organização, através de um questionário, levando em consideração sua função, onde a predominância foi a de gerência. Ao se aplicar o questionário, procura-se sempre buscar respostas objetivas e que agreguem algo ao trabalho, por isso o mesmo foi elaborado, conforme consta no apêndice A, 10 perguntas objetivas sobre o PMBOK® e dando foco ao plano de comunicação do projeto, que é o objetivo maior desta pesquisa, para identificar as falhas e apurar como funciona o processo de comunicação dentro das equipes de projetos. Quando questionados sobre o número de colaboradores (recursos) envolvidos por projeto a resposta foi que atualmente são em média oito pessoas. Para dar continuidade ao questionamento, identificou-se a necessidade de saber qual o grau de conhecimento dos entrevistados sobre o PMBOK®, sendo 50% dos gerentes que utilizam o guia como referência. Os demais 50% não conhecem ou não se interessam por utilizar o PMBOK® como referência em sua gestão, o que mostra a não padronização do uso do planejamento das comunicações nos projetos, sendo assim, o PMBOK® é utilizado somente como consulta e apoio aos gerentes que possuem interesse. Focando em comunicação de projetos, objetivo principal do estudo, numerou-se uma questão com grau de importância da comunicação de 1 a 4, onde 1 refere-se a menor importância e 4 maior importância. Obteve-se que 100% dos gerentes consideram a comunicação de projetos como nível 4, este considerado como o mais importante dentro de um gerenciamento de projetos. Evidenciando que os gerentes se mostram interessados no estudo das comunicações considerando-a como um aspecto importantíssimo para o desenvolvimento de um efetivo projeto, ou seja, um projeto que obtenha sucesso. Um resultado importante para o aprofundamento desta pesquisa, pois ao compreender que este assunto, planejamento de comunicação, é considerado de forma unânime entre os gerentes como mais relevante, fica claro que a aplicação de melhorias no gerenciamento dos projetos, no que tange benefícios para o planejamento das comunicações são muito bem vindas para o atual modelo de gestão adotado pela empresa. Na próxima questão o objetivo é de identificar quais fatores iniciais, ou seja, fatores considerados pelo PMBOK® como entradas (Informações) do processo de desenvolvimento do plano de comunicações, são importantes para o sucesso do mesmo. Foram três possibilidades de escolha, fatores ambientais da empresa, ativos de processos organizacionais e o escopo do projeto. Foi exposto com escala de importância que 42% dos entrevistados consideram que os fatores ambientais, seguido dos ativos de processos organizacionais com
  • 47. 46 33% e por fim a descrição do escopo de projetos, restrições e premissas com 25%, conforme Figura 4.3. Figura 4.3 Resultados das características que influenciam na comunicação. Este resultado mostra que os entrevistados defendem que o fato de seguirem uma forma já conhecida, e concebida culturalmente como a melhor prática é o fator mais importante para uma efetiva comunicação no projeto. É pertinente ressaltar que no fato dos ativos dos processos organizacionais existe a premissa, muito bem exposta na entrevista, de que os projetos desta organização se tornam obsoletos em uma escala de tempo muito curta, por tratar-se de tecnologia e a utilização de lições apreendidas no projeto se restringe aos conhecimentos adquiridos sobre gerenciamento, liderança, negociação dentre outros. Entretanto na base de conhecimento técnico adquirido em outros projetos não há a extensiva utilização, pois se tornam obsoletos com facilidade. Quando questionados sobre como é feita a distribuição dos comunicados, reuniões, para quais pessoas são enviadas essas informações, 50% dos gerentes disseram que existe um plano/documento para a realização dessa informação, e nesse documento já estão às pessoas pertinentes a recebê-las. Os outros 50% disseram que não existe o plano de comunicação, porém frisaram que todos os requisitos da comunicação são conhecidos pela equipe, e como não há uma padronização de como emitir esses comunicados é viável ter essa diferença, pois varia conforme o método de trabalho de cada gestor, pois eles enfatizam que existe a liberdade para esta escolha.
  • 48. 47 Em mais uma resposta a evidência de uma gestão onde a influencia do líder do projeto para definir a existência ou não de um plano de comunicação fica nítida. Logicamente é sabido que um projeto é singular e cabe mesmo a cada project leader uma abordagem, ou melhor, um desenvolvimento único, incluindo o plano de comunicação, porém em algumas características é importante o estudo da viabilidade de uma similaridade. Do contrário essa atual característica de modelo de gestão (50% documentado e 50% oriundos dos fatores ambientais da empresa) pode gerar uma divergência ao que o guia de gerenciamento de projeto expõem com boa prática, no que tange, ao conhecimento dos recursos do projeto em relação às ferramentas, métodos e tecnologia utilizados na comunicação. Com o resultado da questão anterior, foi desenvolvida uma segunda questão: que buscava a opinião sobre a adoção de um plano detalhado de comunicação para cada tipo de projeto, por parte da empresa, tentando identificar a influência na redução do risco do fracasso de um projeto. Todos os gerentes entrevistados (100%) disseram que esse plano de comunicação específico reduziria ou influenciaria na redução do risco de um fracasso no projeto. O que expõe mais uma vez a importância da comunicação e o investimento de mais tempo no planejamento deste tema. Outro ponto relevante foi identificar um modelo para a distribuição das informações, por exemplo, e-mails, relatórios mensais, revisão de cronograma, entre outros, e apurou-se que 75% dos gerentes utilizam um modelo, destes 75%, 50% disseram que existem outros documentos, os outros 50% disseram que utilizam o Excel e o e-NPI. Também verificou-se que o Gate Review é padronizado pela organização, assim, em cada etapa do processo de projetos é feita esta reunião e coleta de informações. Outrossim, 25% dos entrevistados disseram que não existe um modelo para a distribuição das informações. Essa divergência de opinião expõe que atualmente a padronização a qual o PMBOK® sugere como uma boa prática neste contexto não é realizada, o que pode ocasionar problemas de comunicação que poderiam ser extintos no caso de uma criação do plano de comunicação. Ainda pertinente a esta questão foi questionado se esta padronização influenciaria no sucesso do projeto e 50% dos gestores disseram que influenciaria, e outros 50% disseram que não, mas uma vez mostrando que as opiniões individuais na organização prevalecem em relação a alguma iniciativa de padronização atualmente existente na organização. Outro questionamento feito foi sobre a existência de indicadores de desempenho dentro da área pesquisada, e 100% dos gerentes afirmaram que sim, existem indicadores de desempenho. Pensando nesse montante, foram levantadas mais duas questões, a primeira é se existe um período pré-determinado na abertura do projeto onde fosse possível relatar o
  • 49. 48 desempenho e a segunda era se o relatório de desempenho é disseminando pelo líder dentro da equipe, desta forma obtiveram-se os seguintes resultados, como mostram as figuras 4.4 e 4.5. Figura 4.4 Resultado sobre a utilização de relatórios de desempenho. Figura 4.5 Resultado sobre a disseminação do relatório de desempenho. Estas respostas mostram que independente do sistema de gerenciamento de projetos estarem ou não aderente ao PMBOK®, boas práticas como a de monitoramento dos projetos são utilizadas pelo cliente e por se tratar de assuntos muito relevantes para o andamento do projeto, já está inerente ao cotidiano a comunicação do andamento do projeto e também a prática da comunicação do mesmo durante o projeto, mas cabe salientar que se o processo de comunicação estivesse bem padronizado e documentado as divergências de respostas poderiam ficar em zero.