SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 6
Mariza Corrêa é antropóloga, foi professora do Departamento de
Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
•Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (1969) ,
•Defendeu a dissertação de mestrado em Ciências Sociais ("Os atos
e os autos: representações jurídicas de papéis sexuais") pela
Universidade Estadual de Campinas (1975).
•Tese de doutorado em Ciência Política ("As ilusões da liberdade - a
Escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil") pela
Universidade de São Paulo (1982). Orientada por Ruth Cardoso.
•Entre 1996 e 1998 foi presidente da ABA (Associação Brasileira de
Antropologia).
•Atualmente é pesquisadora do Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero
da UNICAMP, no qual coordena um Projeto Temático da FAPESP
sobre gênero e corporalidade.
•Integra o corpo docente da Área de Gênero no Programa de
Doutorado em Ciências Sociais da Unicamp. Bolsista do CNPq.
Antropologia e medicina legal
variações em torno de um mito
Mariza Corrêa.
A escola Raimundo Nina Rodriguez e constituição da medicina legal e da
antropologia no inicio do século 20 é o tema abordado pela autora
A ‘escola’ era uma espécie de mito de origem para os que se dedicaram a
institucionalização da Medicina Legal, quanto para os que vindo dela, se
dedicaram a constituir uma área definida pela sua pertinência a Antropologia.
IML: - Felix Pacheco e Afrânio Peixoto, no RJ
- Oscar Freire em SP
- Nina Rodriguez, na BA
Todos os discípulos da escola compartilhavam da convicção de que o
conhecimento do corpo humano e das determinações, que o sujeitavam era
fundamental para a compreensão das relações sociais.
A questão mais debatida no cenário intelectual brasileiro na década de 30 era a
chamada ‘questão racial’
Arthur Ramos x Gilberto Freyre
Num primeiro momento os debates se detiveram no
aspecto exterior do corpo humano ex. racismo e
machismo cientifico. E com a aplicação prática de novas
disciplinas como a Psicologia e a Eugenia esse debate
deslocou para o interior do corpo.
Nos dois momentos a Medicina Legal e a Antropologia
tiveram relações muito estreitas, pois elas estavam
concentradas em torno da noção de raça e em torno da
noção de cultura.
Os seres humanos antes considerados inferiores porque
tinham um cérebro algumas gramas mais leve do que o
cérebro do homem branco ocidental agora passaram a se
tornarem inferiores, pois tinham uma mentalidade pré-
lógica
Com a morte de Arthur Ramos em 1949 a Antropologia começaria a afastar-se da área de
influência da Medicina Legal
Antropologia – questão da identidade social.
Medicina Legal – questão da identificação.
O trabalho dos Médicos Legistas da escola nos atingem até hoje. Dois exemplos da atuação
dos Médicos Legistas podem ser citados:
- Identificação civil obrigatória
- Transformação de crianças em menores, criação de uma categoria, subproduto de sua
preocupação com a identificação.
Fatos Históricos:
· 1938: A identidade é obrigatória e imprescindível para qualquer prática
cotidiana.
· Identidade (RG): Controle legitimado dos cidadãos.
· Anos 1920: Tratados em prol da garantia dos Direitos da Criança →
restrição do acesso ao mundo de trabalho → formação de um contingente de
"crianças abandonadas".
A "pedagogia terapêutica" e a "medicina pedagógica":
· A transformação da “criança abandonada” em “futuros delinquentes”.
· Da criança ao menor: a formação de instituições de enquadramento/
formação de infratores
Consideração Final:
Ao deixarmos de lado o que pelo menos implicitamente consideramos ciências
menores (...) deixamos também de prestar atenção a toda uma área do saber
científico que tem acabado sempre por ter consequências muito concretas sobre a
vida cotidiana.” (CORRÊA, 1982)

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridicaAula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Elenir Flores
 
Mapa antropologia
Mapa antropologiaMapa antropologia
Mapa antropologia
Biosfera MS
 
Antropologia contemporânea cap 10
Antropologia contemporânea cap 10Antropologia contemporânea cap 10
Antropologia contemporânea cap 10
mundissa
 
Cap 1 introdução
Cap 1 introduçãoCap 1 introdução
Cap 1 introdução
Joao Balbi
 

La actualidad más candente (19)

Criminologia feminista
Criminologia feministaCriminologia feminista
Criminologia feminista
 
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridicaAula de revisao_-_antropologia_juridica
Aula de revisao_-_antropologia_juridica
 
Escolas do pensamento antropologico
Escolas do pensamento antropologico Escolas do pensamento antropologico
Escolas do pensamento antropologico
 
Mapa antropologia
Mapa antropologiaMapa antropologia
Mapa antropologia
 
Antropologia contemporânea cap 10
Antropologia contemporânea cap 10Antropologia contemporânea cap 10
Antropologia contemporânea cap 10
 
Cap 1 introdução
Cap 1 introduçãoCap 1 introdução
Cap 1 introdução
 
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 02
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 02FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 02
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 02
 
Ciências humanas e ciências exatas
Ciências humanas e ciências exatasCiências humanas e ciências exatas
Ciências humanas e ciências exatas
 
Mapa Antropologia
Mapa AntropologiaMapa Antropologia
Mapa Antropologia
 
Ciencias humanas
Ciencias humanasCiencias humanas
Ciencias humanas
 
Aprender antropologia
Aprender antropologiaAprender antropologia
Aprender antropologia
 
Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea
 
O que é Sociologia?
O que é Sociologia? O que é Sociologia?
O que é Sociologia?
 
Antropologia e educação I - Aula 23/03/2012
Antropologia e educação I - Aula 23/03/2012Antropologia e educação I - Aula 23/03/2012
Antropologia e educação I - Aula 23/03/2012
 
Antropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolasAntropologia.sintese paradigmas e escolas
Antropologia.sintese paradigmas e escolas
 
Antropologia
AntropologiaAntropologia
Antropologia
 
Conceito e origem da antropologia
Conceito e origem da antropologiaConceito e origem da antropologia
Conceito e origem da antropologia
 
Mapa conceitual roberta novo
Mapa conceitual roberta novoMapa conceitual roberta novo
Mapa conceitual roberta novo
 
Mapa antropologia
Mapa antropologiaMapa antropologia
Mapa antropologia
 

Similar a Caminhos Cruzados

EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y  POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y  POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
Luiz Guilherme Leite Amaral
 
Antropologia 2.011.1
Antropologia   2.011.1Antropologia   2.011.1
Antropologia 2.011.1
MarcoAMuniz
 
Ética & Temas Transdisciplinares
Ética & Temas Transdisciplinares Ética & Temas Transdisciplinares
Ética & Temas Transdisciplinares
Carmem Rocha
 
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgmaLamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Florêncio M. Costa Jr
 
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
Rômulo Machado
 
Relativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanosRelativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanos
Carmem Rocha
 

Similar a Caminhos Cruzados (20)

Infanticídio indígena no Brasil
Infanticídio indígena no BrasilInfanticídio indígena no Brasil
Infanticídio indígena no Brasil
 
Interfaces e deslocamentos: feminismos, direitos, sexualidade e antropologia
Interfaces e deslocamentos: feminismos, direitos, sexualidade e antropologiaInterfaces e deslocamentos: feminismos, direitos, sexualidade e antropologia
Interfaces e deslocamentos: feminismos, direitos, sexualidade e antropologia
 
Aula 2 historia e psicologia juridica
Aula 2  historia e psicologia juridicaAula 2  historia e psicologia juridica
Aula 2 historia e psicologia juridica
 
EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y  POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y  POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
EBOOK CHILE - TERRITORIO(S), GÉNERO, TRABAJO y POLÍTICAS PÚBLICAS EN AMÉRICA...
 
aula 3.pdf
aula 3.pdfaula 3.pdf
aula 3.pdf
 
Ideologias de gênero e novas opções sexuais.pdf
Ideologias de gênero e novas opções sexuais.pdfIdeologias de gênero e novas opções sexuais.pdf
Ideologias de gênero e novas opções sexuais.pdf
 
Manual de antropologia_cultural_massangana
Manual de antropologia_cultural_massanganaManual de antropologia_cultural_massangana
Manual de antropologia_cultural_massangana
 
CULTURAS_PSI_programa
CULTURAS_PSI_programaCULTURAS_PSI_programa
CULTURAS_PSI_programa
 
lalafin
lalafinlalafin
lalafin
 
Antropologia 2.011.1
Antropologia   2.011.1Antropologia   2.011.1
Antropologia 2.011.1
 
Do epistemicídio para práticas informacionais abolicionistas no espaço prisio...
Do epistemicídio para práticas informacionais abolicionistas no espaço prisio...Do epistemicídio para práticas informacionais abolicionistas no espaço prisio...
Do epistemicídio para práticas informacionais abolicionistas no espaço prisio...
 
Ética & Temas Transdisciplinares
Ética & Temas Transdisciplinares Ética & Temas Transdisciplinares
Ética & Temas Transdisciplinares
 
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgmaLamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
 
marcelofetz,+Dossie_O+combate+à+ideologia+de+Gênero_Ok.pdf
marcelofetz,+Dossie_O+combate+à+ideologia+de+Gênero_Ok.pdfmarcelofetz,+Dossie_O+combate+à+ideologia+de+Gênero_Ok.pdf
marcelofetz,+Dossie_O+combate+à+ideologia+de+Gênero_Ok.pdf
 
Proposta de Microtesauro do Domínio História da Ideias Poíticas e Pensamento ...
Proposta de Microtesauro do Domínio História da Ideias Poíticas e Pensamento ...Proposta de Microtesauro do Domínio História da Ideias Poíticas e Pensamento ...
Proposta de Microtesauro do Domínio História da Ideias Poíticas e Pensamento ...
 
História da Antropologia_ teoria, método e colonialismo.pdf
História da Antropologia_ teoria, método e colonialismo.pdfHistória da Antropologia_ teoria, método e colonialismo.pdf
História da Antropologia_ teoria, método e colonialismo.pdf
 
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
“Vidas sem valor” considerações sobre a política da alemanha nazista destinad...
 
psicologia social e trabalho pdf
psicologia social e trabalho pdf psicologia social e trabalho pdf
psicologia social e trabalho pdf
 
Relativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanosRelativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanos
 
Ética & Minorias by Janaira Franca
Ética & Minorias by Janaira FrancaÉtica & Minorias by Janaira Franca
Ética & Minorias by Janaira Franca
 

Más de Zeca B. (13)

Estado e Desenvolvimento no Brasil Contemporâneo
Estado e Desenvolvimento no Brasil ContemporâneoEstado e Desenvolvimento no Brasil Contemporâneo
Estado e Desenvolvimento no Brasil Contemporâneo
 
Agroenergia
AgroenergiaAgroenergia
Agroenergia
 
Agronegócio.
Agronegócio.Agronegócio.
Agronegócio.
 
Apresentação sobre a transição demográfica
Apresentação sobre a transição demográficaApresentação sobre a transição demográfica
Apresentação sobre a transição demográfica
 
Revolução Verde
Revolução VerdeRevolução Verde
Revolução Verde
 
C. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - EtnográfiaC. Geertz - Etnográfia
C. Geertz - Etnográfia
 
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder SimbólicoPierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico
 
A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas.
A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas.A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas.
A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas.
 
Castas, Estamentos e Classes sociais
Castas, Estamentos e Classes sociaisCastas, Estamentos e Classes sociais
Castas, Estamentos e Classes sociais
 
Ilhas de História, sahlins
Ilhas de História, sahlinsIlhas de História, sahlins
Ilhas de História, sahlins
 
Raca e Mobilidade social
Raca e Mobilidade socialRaca e Mobilidade social
Raca e Mobilidade social
 
Umbanda e loucura
Umbanda e loucuraUmbanda e loucura
Umbanda e loucura
 
FHC - O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios.
FHC - O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios.FHC - O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios.
FHC - O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios.
 

Último

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 

Último (20)

LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 

Caminhos Cruzados

  • 1.
  • 2. Mariza Corrêa é antropóloga, foi professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). •Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1969) , •Defendeu a dissertação de mestrado em Ciências Sociais ("Os atos e os autos: representações jurídicas de papéis sexuais") pela Universidade Estadual de Campinas (1975). •Tese de doutorado em Ciência Política ("As ilusões da liberdade - a Escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil") pela Universidade de São Paulo (1982). Orientada por Ruth Cardoso. •Entre 1996 e 1998 foi presidente da ABA (Associação Brasileira de Antropologia). •Atualmente é pesquisadora do Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero da UNICAMP, no qual coordena um Projeto Temático da FAPESP sobre gênero e corporalidade. •Integra o corpo docente da Área de Gênero no Programa de Doutorado em Ciências Sociais da Unicamp. Bolsista do CNPq.
  • 3. Antropologia e medicina legal variações em torno de um mito Mariza Corrêa. A escola Raimundo Nina Rodriguez e constituição da medicina legal e da antropologia no inicio do século 20 é o tema abordado pela autora A ‘escola’ era uma espécie de mito de origem para os que se dedicaram a institucionalização da Medicina Legal, quanto para os que vindo dela, se dedicaram a constituir uma área definida pela sua pertinência a Antropologia. IML: - Felix Pacheco e Afrânio Peixoto, no RJ - Oscar Freire em SP - Nina Rodriguez, na BA Todos os discípulos da escola compartilhavam da convicção de que o conhecimento do corpo humano e das determinações, que o sujeitavam era fundamental para a compreensão das relações sociais. A questão mais debatida no cenário intelectual brasileiro na década de 30 era a chamada ‘questão racial’
  • 4. Arthur Ramos x Gilberto Freyre Num primeiro momento os debates se detiveram no aspecto exterior do corpo humano ex. racismo e machismo cientifico. E com a aplicação prática de novas disciplinas como a Psicologia e a Eugenia esse debate deslocou para o interior do corpo. Nos dois momentos a Medicina Legal e a Antropologia tiveram relações muito estreitas, pois elas estavam concentradas em torno da noção de raça e em torno da noção de cultura. Os seres humanos antes considerados inferiores porque tinham um cérebro algumas gramas mais leve do que o cérebro do homem branco ocidental agora passaram a se tornarem inferiores, pois tinham uma mentalidade pré- lógica
  • 5. Com a morte de Arthur Ramos em 1949 a Antropologia começaria a afastar-se da área de influência da Medicina Legal Antropologia – questão da identidade social. Medicina Legal – questão da identificação. O trabalho dos Médicos Legistas da escola nos atingem até hoje. Dois exemplos da atuação dos Médicos Legistas podem ser citados: - Identificação civil obrigatória - Transformação de crianças em menores, criação de uma categoria, subproduto de sua preocupação com a identificação.
  • 6. Fatos Históricos: · 1938: A identidade é obrigatória e imprescindível para qualquer prática cotidiana. · Identidade (RG): Controle legitimado dos cidadãos. · Anos 1920: Tratados em prol da garantia dos Direitos da Criança → restrição do acesso ao mundo de trabalho → formação de um contingente de "crianças abandonadas". A "pedagogia terapêutica" e a "medicina pedagógica": · A transformação da “criança abandonada” em “futuros delinquentes”. · Da criança ao menor: a formação de instituições de enquadramento/ formação de infratores Consideração Final: Ao deixarmos de lado o que pelo menos implicitamente consideramos ciências menores (...) deixamos também de prestar atenção a toda uma área do saber científico que tem acabado sempre por ter consequências muito concretas sobre a vida cotidiana.” (CORRÊA, 1982)