SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 69
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• Os século XV e XVI foram marcados por
importantes mudanças.
• Por um lado, o mapa político da Europa contava
com reinos unificados, que conferiam aos reis o
papel de comandantes de seu povo.
• Por outro lado, a nobreza continuava explorando
uma massa de camponeses.
• As ideias renascentistas e a Reforma religiosa
haviam enfraquecido a Igreja Católica, eram as
ideias escolásticas que ainda predominavam,
mesmo nas universidades.
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• Que garantia poderia haver quanto à validade
das novas verdades apresentadas?
• O Renascimento havia aberto muitas portas,
mas acreditava-se que o caminho do verdadeiro
conhecimento ainda estava para ser percorrido.
• Já havia a crença de que a chave para se poder
trilhar esse cominho era a razão.
• A partir do século XVII promoveu-se um avanço
importante: essa razão articulava-se em um
método.
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• A preocupação em encontrar um caminho seguro
para o conhecimento já se expressava no
pensamento de Bacon, que viveu as 3 décadas do
século XVII, chamado de o “século do método”.
• O entusiasmo desses filósofos pelas “matemáticas”
fará nascer a ideia de que o sucesso dessa ciência
se deve a seu método e que o método matemático
poderá ser utilizado em todas as outras áreas da
investigação, garantindo a exatidão e a certeza dos
conhecimentos alcançados.
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• O que se utilizaria como método não seria a
matemática em si, os números, o cálculo, e sim
o procedimento dedutivo da geometria, isto é,
o modo próprio da matemática de encadear as
razões ou afirmações segundo uma certa
ordem.
• Essa racionalidade se expressaria de modo
geométrico, lógico, dedutivo, o que
caracterizaria a visão específica do racionalismo
moderno.
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• O termo racionalismo é empregado para
designar a concepção de que nada existe sem
que haja uma razão para isso.
• Uma pessoa racionalista seria alguém que
procura sempre uma explicação lógica para as
coisas, acredita que por meio de mecanismos
racionais se pode explicar tudo.
• Em filosofia, denominam-se racionalistas as
doutrinas que buscam explicar o processo de
conhecimento dando ênfase ao papel da razão.
A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO
• O racionalismo desenvolvido pela maioria das
filosofias do século XVII afirmará que todo
conhecimento certo provém de princípios a
priori (anteriores à experiência), indiscutíveis e
evidentes para a razão.
• Esse racionalismo também considerava que os
sentidos são uma fonte confusa, obscura e
provisória de verdade, o que relegará a
experiência sensível a um segundo plano, como
fonte de conhecimento.
VIDA
• Nasceu em Haye, França.
• Estudou no colégio jesuíta de La
Flèche.
• Executando a aprendizagem que fez
da matemática. Decepcionou-se com
a educação jesuíta.
• Confessaria, tempos depois, sua
decisão em buscar a ciência por conta
própria, esforçando-se por decifrar o
“grande livro do mundo”.
VIDA
• Ingressando na carreira militar,
mudou-se para a Holanda, onde
participou de combates contra os
espanhóis.
• Viajou por vários países europeus,
estabelecendo contato com vários
sábios, entre eles Blaise Pascal.
• O que publicou é suficientemente
vasto para situá-lo como um dos pais
da filosofia moderna.
A ÁRVORE DO SABER
• Descartes definira para si a
missão de construir um sistema
filosófico completo.
• FILOSOFIA
– “um perfeito conhecimento de
todas as coisas que o homem pode
saber, tanto para a conduta da sua
vida como para a conservação de
sua saúde e a invenção de todas as
artes”.
A ÁRVORE DO SABER
A ÁRVORE DO SABER
• Desde cedo Descartes se aplicara
intensamente ao estudo das
matemáticas e, entusiasmado com
os resultados que obtivera,
acreditara ser possível transferir
seu instrumental a outras áreas do
saber.
• Galileu dizia que a natureza está
inscrita em linguagem matemática.
A ÁRVORE DO SABER
• Descartes construirá seu método
de investigação calcado no modelo
matemático de demonstração.
• E por que o modelo matemático
parecia tão perfeito?
• Descartes percebeu haver nas
matemáticas aquilo que queria
encontrar no mundo: verdades
absolutas e incontestáveis.
A ÁRVORE DO SABER
• Exemplo:
A ÁRVORE DO SABER
• Para alcançar essa certeza que só
as matemáticas têm, Descartes
adotou em seu método filosófico o
mesmo procedimento lógico
demonstrativo da geometria
analítica.
• Ele acreditava na existência de
uma ordem natural inerente à
estrutura do conhecimento.
A ÁRVORE DO SABER
• Se a matemática é o fundamento
comum a todas as ciências, por que ela
não faz parte da árvore do saber?
• Porque, sendo apenas um meio, um
exercício, ela fornecerá apenas o
método.
• O método cartesiano encontra-se
detalhadamente apresentado em sua
obra Regras para a direção do espírito.
A ÁRVORE DO SABER
• Em Discurso do Método,
sintetiza esse método por
meio de quatro preceitos
que prescreve para si e que
não se devem ser jamais
esquecidos na busca do
conhecimento verdadeiro.
A ÁRVORE DO SABER
1. Jamais escolher alguma coisa
como verdadeira que eu não
conhecesse evidentemente como
tal;
2. Dividir cada uma das dificuldades
que eu duvidasse em tantas
parcelas quantas possíveis e
quantas necessárias fossem para
melhor resolvê-las;
A ÁRVORE DO SABER
3. Conduzir por ordem meus
pensamentos, começando pelos
objetos mais simples e mais fáceis de
conhecer, para subir, pouco a pouco,
como por degraus, até o
conhecimento dos mais compostos.
4. Fazer em toda parte enumerações tão
completas e revisões tão gerais que
eu tivesse a certeza de nada omitir.
A dúvida metódica e o cogito
• Para conhecer a verdade, é preciso, de
início, colocar todos os nossos
conhecimentos em dúvida.
• É necessário questionar tudo e analisar,
criteriosamente, se existe algo na realidade
de que possamos ter plena certeza.
• Fazendo uma aplicação metódica da dúvida,
foi considerando como incertas todas as
percepções sensoriais, todas as noções
adquiridas sobre os objetos materiais.
A dúvida metódica e o cogito
• Finalmente, estabeleceu que a única
verdade totalmente livre de dúvida era a
seguinte: meus pensamentos existem.
• E em seguida observou que a existência
desses pensamentos se confundia com a
essência da sua própria existência como
ser pensante.
• Disso decorreu a célebre conclusão:
Cogito ergo sum.
ou
Penso, logo existo.
A dúvida metódica e o cogito
• Esse “Penso, logo existo” seria uma verdade
absolutamente firme, certa e segura, que
deveria ser adotada como princípio básico
de toda a sua filosofia.
• PENSAMENTO  abrange tudo o que
afirmamos, negamos, sentimos,
imaginamos, cremos e sonhamos.
• O ser humano era uma substância
essencialmente pensante.
• O pensamento (consciência) é algo mais
certo que a própria matéria corporal.
A dúvida metódica e o cogito
• Toda a filosofia posterior que sofreu a
influência de Descartes assumiu uma
tendência idealista.
• Foi um racionalista convicto.
• Recomendava que desconfiássemos das
percepções sensoriais, responsabilizando-as
pelos freqüentes erros do conhecimento
humano.
• O verdadeiro conhecimento das coisas
externas devia ser conseguido através do
trabalho lógico da mente.
O DUALISMO E O SUBJETIVISMO
CARTESIANO
• A separação entre res cogitam e res
extensa na metafísica cartesiana
inaugura uma concepção dualista da
realidade, isto é, aquela que separa
totalmente a realidade espiritual da
realidade material.
• A divisão entre essas duas substâncias
tem como consequência o fato de, para
o filósofo, a mente e o corpo serem
também duas coisas totalmente
separadas e distintas.
O DUALISMO E O SUBJETIVISMO
CARTESIANO
• Outra consequência dessa divisão é a
separação entre sujeito (o ser que
pensa) e objeto (o ser pensado), na
qual o sujeito assume a função
ordenadora do conhecimento.
• Em Descartes, o pensamento encontra
em si os fundamentos que permitirão
aceitar algo como verdadeiro.
• Essa característica da filosofia
cartesiana é denominada de
subjetivismo.
O DUALISMO E O SUBJETIVISMO
CARTESIANO
• SUBJETIVISMO  faz com que o
conhecimento do mundo seja possível
apenas por meio das ideias das coisas,
isto é, das representação.
• REPRESENTAÇÃO  é todo conteúdo
presente na mente. Na concepção
tradicional, ou realista, representação é
a conversão das coisas em ideias dessas
coisas.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• A medicina cartesiana apresentava
características mecanicistas, mas
depois Descartes mudou de
orientação e passou a afirmar que
o corpo humano deve ser estudado
como parte de um composto
substancial resultante da união
entre alma e corpo, e não como
uma máquina.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• Em sua obra As Paixões da Alma, o
filósofo entende que a alma se une
ao corpo de maneira uniforme por
todas as suas partes e “não se
pode dizer que ela esteja em
qualquer de suas partes com
exclusão de outras, porque o corpo
é uno e indivisível” – a
indivisibilidade é própria da união.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• Essa ligação se dá mais
particularmente em determinado
ponto do cérebro: a glândula
pineal.
• A GLÂNDULA PINEAL situa-se na
base do cérebro, atrás da hipófase,
e atualmente se atribui a ela papel
importante no desenvolvimento
psicofísico e sexual.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• Descarte descreve como cada posição dessa
glândula provoca um afeto ou paixão da
alma.
• Se ela está de um lado, sentimos desejos; se
está de outro, temos repulsa.
• De acordo com ele, não podemos excitar ou
suprimir diretamente as paixões pela ação
direta da vontade, e sim, “indiretamente,
pela representação das coisas que costumam
estar unidas às paixões que queremos ter, e
que são contrárias às que queremos rejeitar”.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• Exemplo, se queremos rejeitar uma
tristeza, devemos ter pensamentos que
nos causem alegria.
• O que Descartes prescreve é a
modificação dos pensamentos para
alterar as condições do corpo e da
alma.
• Uma alma forte e virtuosa mantém as
paixões sob controle e o corpo
saudável.
A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO
• A vontade terá papel fundamental na moral
cartesiana, pois será ela fundamentalmente
quem agirá sobre o entendimento e, a partir
dele, sobre as paixões, em busca do que
pode ser melhor ou mais perfeito para o
homem.
• Descartes reconhece que não se pode ter
certeza absoluta em todos os domínios, pois
“a natureza do homem não é a de saber
tudo”, e que às vezes só se pode emitir “o
melhor juízo possível”.
BARUCH DE ESPINOSA

Deus, ou a
natureza.
VIDA
• Nasceu em Amsterdã, na Holanda.
• Era filho de imigrantes judeus de
origem hispano-portuguesa que havia
fugido das perseguições religiosas.
• Foi educado dentro da tradição
judaica, mas afastou-se da ortodoxia
ao receber influências de correntes
dissidentes do judaísmo e dos
pensamentos escolásticos, platônicorenascentistas e cartesiano.
VIDA
• Foi excomungado e excluído da
comunidade judaica de Amsterdã,
além de deserdado pela família aos 24
anos de idade.
• Teve então de fugir e viveu o resto de
sua vida em várias cidades
holandesas, ganhando seu sustento
como polidor de lentes.
• De saúde frágil, sofreu quase 20 anos
de tuberculose.
VIDA
• Além de defender a separação entre
Estado e Igreja, política e religião, filosofia
e teologia, foi um grande crítico da
superstição, tanto religiosa e política
como filosófica.
• Em seu Tratado teológico-político,
submete a Bíblia a uma interpretação
histórico-crítica baseada na análise
gramatical da língua hebraica e da história
do povo judeu, e conclui que seus textos
estão intimamente ligados ao momento
histórico em que foram escritos.
VIDA
• Eles são basicamente regras de conduta
humana formuladas dentro de
determinado contexto, sem constituir,
portanto, verdades absolutas.
• Isso significa que as palavras contidas na
Bíblia não teriam vindo de Deus, pois se
Moisés tivesse realmente tido uma
revelação de Deus, os dez mandamentos
não seriam apenas as leis de um povo e
sim verdades eternas, que valeriam para
todos.
O DEUS IMANENTE
• Espinosa não concordava com a ideia
generalizada de que Deus é um ser
superior a tudo e separado de tudo,
portanto um ser transcendente.
• Para ele, Deus e a natureza são a mesma
coisa.
• DEUS = NATUREZA.
• Em sua obra Ética, o filósofo explica que
separar Deus do mundo, significa
conceber a existência de duas
substâncias, o que seria impossível pela
própria definição de substância.
O DEUS IMANENTE
• SUBSTÂNCIA é “o que existe em si e
por si é conhecido, isto é, aquilo cujo
conceito não carece do conceito de
outra coisa do qual deva ser
formado”.
• O único ser que “existe em si e por si é
concebido” é Deus, portanto, não
pode haver outra substância.
• A natureza seria o conjunto das
infinitas manifestações da substância
única, isto é, Deus.
O DEUS IMANENTE
• Ele diz: o mundo “é em Deus” e “Deus,
ou a natureza”, isto é, a natureza é
idêntica a Deus.
• Substância, Deus ou natureza são,
portanto, a mesma coisa.
• Ele é chamado de:

– MONISTA, pois para ele toda a realidade
seria composta de apenas uma única
substância.
– PANTEÍSTA, pois ele identifica Deus em
todas as coisas, ou defende a ideia de que
tudo participa da substância divina.
O DEUS IMANENTE
• A inteligência humana consegue
identificar no mundo apenas duas
manifestações essenciais da
substância, que ele denomina
atributos: o pensamento e a extensão.
• Tudo que existe no mundo, ou cada
criatura em particular, cada
fenômeno, seria um modo de
manifestação de Deus ou de seus
atributos, o pensamento e a extensão.
O DEUS IMANENTE
• EXEMPLO:
– Atributo extensão: livro;
– Atributo pensamento: as ideias contidas
no livro.

• Para Espinosa, Deus é causa imanente,
isto é, interna, que produz efeito em
sim mesma (os modos), e todos os
efeitos ou modos são fruto da
necessidade dos atributos ou
características essenciais de Deus.
O DEUS IMANENTE
• Isso significa que tudo o que existe e
acontece no mundo é o resultado
necessário da natureza de Deus, isto
é, não pode ser diferente, tem de ser
de determinada maneira.
• Não há LIVRE-ARBÍTRIO no mundo.
• Deus, ou a natureza, se manifesta por
meio das leis da natureza, que são
eternas, imutáveis e inteiramente
determinadas pela necessidade da
natureza divina.
O DEUS IMANENTE
• Os homens “enganam-se
quando se julgam livres, e esta
opinião consiste apenas em
que eles têm consciência de
suas ações e são ignorantes
das causas pela quais são
determinadas”.
A NATUREZA HUMANA
• A natureza humana é uma das
expressões da substância única,
repetindo de maneira finita a estrutura
da substância infinita, Deus, ou natureza.
– CORPO  modo da extensão;
– ALMA  modo do pensamento.

• Ao descrever a essência do homem, o
filósofo identifica um elemento, o
canatus (esforço, impulso instintivo),
que seria o esforço empreendido por
cada coisa para perseverar em seu ser.
A NATUREZA HUMANA
• Quando o conatus se torna consciente
de si, ele se chama desejo. Ambos
contribuem para afirmar e expandir o
nosso ser.
• Quando nossos desejos sofrem a ação
das forças externas, nascem as paixões,
que são modificações passivas de nosso
ser.
• A alegria e a tristeza são as paixões
fundamentais, das quais resultam todas
as outras.
A NATUREZA HUMANA
• A alegria  paixão que favorece a
passagem para uma maior perfeição do
ser, é sempre boa;
• A tristeza  leva o homem a uma
menor perfeição e é sempre má.
• Como é impossível ao homem livrar-se
das paixões, a VIRTUDE consistirá em
alcançar um conhecimento verdadeiro
de nossas paixões, para com ele valerse das paixões positivas, principalmente
o amor, e ampliar o canatus.
A NATUREZA HUMANA
• Ser VIRTUOSO consiste em, por meio da
razão, formar ideias claras e distintas do
que se passa em nós, reconhecer o
dinamismo da vida e afirmar-se como a
causa adequada dos efeitos que
ocorrem em nós.
• A verdadeira liberdade do homem:
conhecer, pela razão, a necessidade das
coisas e agir de acordo com essa
necessidade.
GOTTFRIED LEIBNIZ

Deus criou o
melhor dos
mundos
possíveis.
VIDA
• Nasceu em Leipzig, Alemanha,
durante a Guerra dos Trinta Anos.
• Filho de um professor de filosofia da
Universidade de Leipzig, muito cedo
Leibniz entrou em contato com os
principais textos filosóficos.
• Dedicando-se à matemática, tornouse um dos maiores matemáticos de
seu tempo, chegando à ideia do
cálculo infinitesimal.
VIDA
• Fez várias contribuições na área da física,
inventou a máquina de multiplicar, fundou a
Academia de Ciências de Berlim e foi membro da
Royal Society de Londres e da Fraternidade
Rosacruz.
• Doutorou-se em direito e dedicou a maior parte
de sua vida à política palaciana, ocupando
diversos cargos públicos e realizando várias
missões diplomáticas, nas quais pretendeu
realizar o sonho de harmonizar o protestantismo
com o catolicismo e reunificar os cristão.
• Faleceu em Hanôver, em 14 de novembro de
1716.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO

• Leibniz ambicionou construir uma
ciência universal, mas nunca
conseguiu levar seu projeto adiante.
• Suas ideias formam um todo coerente
e sistemático que busca explicar a
totalidade das coisas.
• Ele foi pioneiro na formulação da
lógica matemática, ou simbólica, que
busca expressar as estruturas e
operações do pensamento numa
linguagem matemática.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• Uma das principais contribuições
de Leibniz para a história da
filosofia resulta de seu trabalho
em definir a natureza da verdade.
• Ele analisa as proposições, ou
afirmações, verdadeiras e conclui
que em todas elas a noção do
predicado está incluída na noção
do sujeito.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• EXEMPLO:
– Dizer “o triângulo tem três lados” é uma
proposição verdadeira, pois a noção
“três lados” (o predicado) está incluída
na de “triângulo” (o sujeito).
– Se fosse dito “o triângulo tem quatro
lados iguais”, teríamos uma proposição
falsa, pois a noção “quatro lados iguais”
não está incluída na de “triângulo”, isto
é, ela identifica-se como outro sujeito.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO

• Representação simbólica:

– FRASE VERDADEIRA: A é A (a identidade);
– FRASE FALSA: A é não-A (a contradição).

• Trata-se de uma retomada do
princípio de não-contradição,
presente na lógica de Aristóteles, que
diz que “é impossível ser e não ser ao
mesmo tempo”.
• Para Leibniz, a verdade deverá ser
sempre expressa pela proposição A é
A.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• Mesmo quando temos uma
proposição do tipo A é B, para
conhecer se ela é falsa ou não
devemos analisar e reduzir a
noção de B até transformá-la em
A e obter a proposição A é A ou a
A é não-A.
• ANALISAR  identificar tudo que
está no sujeito.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• Ele reconhece que existem
proposições que escapam a essa
demonstração: por mais que
recuemos em sua análise e em
suas causas não chegamos à
identidade (A é A).
• EXEMPLO:
– D. Pedro I deu o grito do Ipiranga.
– É uma verdade histórica (um fato).
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO

• Distinção entre os 2 tipos de
verdades:

– VERDADES DE RAZÃO: são aquelas a que
uma pessoa chega pela análise lógica dos
termos de uma proposição. São eternas,
essenciais e metafísicas. Pertence ao
domínio da lógica e da matemática.
– VERDADES DE FATO: são aquelas a que uma
pessoa chega depois de examinar os fatos,
que envolvem a proposição. São temporais,
contingentes e físicas, ou seja, valem para
determinadas condições existenciais.
Pertencem às ciências.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• As proposições necessárias (VR)
passam a ser denominadas
PROPOSIÇÕES ANALÍTICAS.
• As proposições contingentes (VF)
passam a ser denominadas
PROPOSIÇÕES SINTÉTICAS.
• As verdades de fato, serão
fundamentadas pelo princípio
metafísico da razão suficiente.
VERDADES DE RAZÃO E
VERDADE DE FATO
• Tudo o que existe tem de ter uma
causa ou uma razão
determinante, isto é, que serve
para justificar a priori por que
algo é assim em vez de ser de
outra maneira.
• Então será preciso admitir, como
razão suficiente e última, Deus.
O MELHOR DOS MUNDOS
POSSÍVEIS
• Outro ponto importante da filosofia
leibniziana é a ideia de possibilidade.
• As verdades de razão, como as
matemáticas, são necessárias, isto é,
seu contrário é impossível, as
verdades de fato não são necessárias,
ou seja, seu contrário é possível.
• Será, então, que o mundo poderia ser
totalmente diferente?
O MELHOR DOS MUNDOS
POSSÍVEIS

• Para Leibniz isso não é possível, porque
Deus é um ser com o máximo de
essência ou qualidades, no qual estariam
contidas todas as verdades, todo o
cosmo, e ele agiria sempre com um
máximo de perfeição.
• Deus teria escolhido um mundo
composto de uma série de possíveis que
não se contradizem entre si e que
formam a melhor combinação de
possíveis.
• Portanto, como Deus só poderia fazer o
melhor possível, este é o melhor dos
mundos possíveis.
TEORIA DAS MÔNADAS
• O filósofo alemão tem uma visão
pluralista da realidade.
• Segundo ele, como não existem
dois seres perfeitamente
idênticos, é necessário que exista
também uma infinidade de
substâncias, que se agregam
diferentemente, formando seres
individuais distintos.
TEORIA DAS MÔNADAS
• MÔNADA é como ele designa cada
uma dessas substâncias: “a mônada,
de que falaremos aqui, é apenas uma
substância simples que entra nos
compostos; simples, isto é, sem
partes”.
• As mônadas seriam centros de
atividade não materiais que
comporiam tudo o que existe, desde
um grão de areia, o corpo e a mente
humana, até Deus, que seria uma
grande mônada contendo todas as
outras mônadas.
TEORIA DAS MÔNADAS
• Pelo ato da percepção, cada
mônada expressa ou representa a
totalidade do Universo a partir de
seu ponto de vista, de sua
perspectiva, como se fosse um
espelho.
• Nas mônadas superiores, a
percepção é acompanhada da
apercepção, isto é, da autorepresentação ou consciência.
TEORIA DAS MÔNADAS
• Como um mundo completo, toda
mônada também é fechada em si
mesma, isto é, não se comunica
com o mundo exterior.
• Um homem não sabe o que vai na
cabeça do outro, pois, como diz
Leibniz, “as mônadas não têm
janelas por onde qualquer coisa
possa entrar ou sair”.
TEORIA DAS MÔNADAS
• As mônadas constituem um todo
ordenado e harmonioso, pois são
como “relógios que, apesar de
independentes, marcam a mesma
hora”.
• Haveria uma harmonia
preestabelecida no Universo, o
que garantiria a ordenação das
mônadas.
TEORIA DAS MÔNADAS
• Essa harmonia teria sido criada
por Deus, substância infinita e
perfeita separada do mundo, que
contém em si, como suas infinitas
expressões, as percepções de
todas as mônadas, das quais
também é, portanto, o Criador.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. 16 ed. reform. e
ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.
• CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4. ed.
São Paulo: Ática, 2011.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
Carson Souza
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartes
AnaKlein1
 

La actualidad más candente (20)

Estoicismo
EstoicismoEstoicismo
Estoicismo
 
Racionalismo e Empirismo
Racionalismo e EmpirismoRacionalismo e Empirismo
Racionalismo e Empirismo
 
Dogmatismo 22
Dogmatismo 22Dogmatismo 22
Dogmatismo 22
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
 
Racionalismo e empirismo
Racionalismo e empirismoRacionalismo e empirismo
Racionalismo e empirismo
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: SócratesAula de filosofia antiga, tema: Sócrates
Aula de filosofia antiga, tema: Sócrates
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
 
3 Descartes
3 Descartes 3 Descartes
3 Descartes
 
Platão
PlatãoPlatão
Platão
 
Nietzsche
NietzscheNietzsche
Nietzsche
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartes
 
Heidegger
HeideggerHeidegger
Heidegger
 
O que é Filosofia?
O que é Filosofia?O que é Filosofia?
O que é Filosofia?
 
Epistemologia
EpistemologiaEpistemologia
Epistemologia
 
Teoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristótelesTeoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristóteles
 
Sócrates
SócratesSócrates
Sócrates
 
SLIDES_empirismo e racionalismo.ppt
SLIDES_empirismo e racionalismo.pptSLIDES_empirismo e racionalismo.ppt
SLIDES_empirismo e racionalismo.ppt
 
Felicidade 2018
Felicidade 2018Felicidade 2018
Felicidade 2018
 
Racionalismo x Empirismo
Racionalismo x EmpirismoRacionalismo x Empirismo
Racionalismo x Empirismo
 

Destacado

Cap 11 A Justificação do Estado Moderno
Cap 11   A Justificação do Estado ModernoCap 11   A Justificação do Estado Moderno
Cap 11 A Justificação do Estado Moderno
José Ferreira Júnior
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
alemisturini
 
Disciplinas da filosofia (esquema)
Disciplinas da filosofia (esquema)Disciplinas da filosofia (esquema)
Disciplinas da filosofia (esquema)
filosofiasocial
 

Destacado (20)

Cap 14 - O Empirismo Inglês
Cap 14 - O Empirismo InglêsCap 14 - O Empirismo Inglês
Cap 14 - O Empirismo Inglês
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Os Utopistas
Os UtopistasOs Utopistas
Os Utopistas
 
Cap 15 O Iluminismo
Cap 15   O IluminismoCap 15   O Iluminismo
Cap 15 O Iluminismo
 
Cap 11 A Justificação do Estado Moderno
Cap 11   A Justificação do Estado ModernoCap 11   A Justificação do Estado Moderno
Cap 11 A Justificação do Estado Moderno
 
René Descartes
René DescartesRené Descartes
René Descartes
 
Cap 12 As Origens da Ciência Moderna
Cap 12   As Origens da Ciência ModernaCap 12   As Origens da Ciência Moderna
Cap 12 As Origens da Ciência Moderna
 
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de KantCap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant
Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant
 
Teoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesTeoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de Descartes
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo marlon 23 mp
 
1º anos (filosofia) Capitulo III Os Mitos
1º anos (filosofia) Capitulo III  Os Mitos1º anos (filosofia) Capitulo III  Os Mitos
1º anos (filosofia) Capitulo III Os Mitos
 
Rene Descartes, por Jeff
Rene Descartes, por JeffRene Descartes, por Jeff
Rene Descartes, por Jeff
 
Desigualdades Sociais
Desigualdades SociaisDesigualdades Sociais
Desigualdades Sociais
 
Filosofia: Assunto= Mitologia
Filosofia:  Assunto= MitologiaFilosofia:  Assunto= Mitologia
Filosofia: Assunto= Mitologia
 
Cap 17 Marxismo
Cap 17   MarxismoCap 17   Marxismo
Cap 17 Marxismo
 
Cap 1 o domínio dos deuses - postar
Cap 1   o domínio dos deuses - postarCap 1   o domínio dos deuses - postar
Cap 1 o domínio dos deuses - postar
 
Calendário Acadêmico Superior - 2014
Calendário Acadêmico Superior - 2014Calendário Acadêmico Superior - 2014
Calendário Acadêmico Superior - 2014
 
Maiêutica - Introdução à filosofia
Maiêutica - Introdução à filosofiaMaiêutica - Introdução à filosofia
Maiêutica - Introdução à filosofia
 
Disciplinas da filosofia (esquema)
Disciplinas da filosofia (esquema)Disciplinas da filosofia (esquema)
Disciplinas da filosofia (esquema)
 
Alegoria da Caverna 14
Alegoria da Caverna 14 Alegoria da Caverna 14
Alegoria da Caverna 14
 

Similar a Cap 13 - O Grande Racionalismo

Racionalismo jazmín e karen 22 m
Racionalismo jazmín e karen 22 mRacionalismo jazmín e karen 22 m
Racionalismo jazmín e karen 22 m
alemisturini
 
3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria
takahico
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
alemisturini
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tpRacionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
alemisturini
 
Trabalho de filosofia leonardo 21 mp
Trabalho de filosofia leonardo 21 mpTrabalho de filosofia leonardo 21 mp
Trabalho de filosofia leonardo 21 mp
alemisturini
 
Filosofia aula 7
Filosofia aula 7Filosofia aula 7
Filosofia aula 7
Erica Frau
 
Racionalismo ana caroline 24 tp
Racionalismo ana caroline 24 tpRacionalismo ana caroline 24 tp
Racionalismo ana caroline 24 tp
alemisturini
 
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º maFilósofos modernos e seus pensamentos   2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
ProfMario De Mori
 
Racionalismo brenda e júlia 22 mp
Racionalismo brenda e júlia 22 mpRacionalismo brenda e júlia 22 mp
Racionalismo brenda e júlia 22 mp
alemisturini
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
mluisavalente
 
Descartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo IDescartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo I
mluisavalente
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla Geanfrancisco Falasca
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
alemisturini
 
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Alexandre Misturini
 

Similar a Cap 13 - O Grande Racionalismo (20)

Filosofia thais 24 tp
Filosofia thais 24 tpFilosofia thais 24 tp
Filosofia thais 24 tp
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Johannes Hessen 06-06.pptx
Johannes Hessen  06-06.pptxJohannes Hessen  06-06.pptx
Johannes Hessen 06-06.pptx
 
Racionalismo jazmín e karen 22 m
Racionalismo jazmín e karen 22 mRacionalismo jazmín e karen 22 m
Racionalismo jazmín e karen 22 m
 
3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria3ano 2bi filosofia_matéria
3ano 2bi filosofia_matéria
 
Apresentação- René Descartes
Apresentação- René DescartesApresentação- René Descartes
Apresentação- René Descartes
 
Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo brenda 22 mp
 
Alex, alessandro, eduardo, igor 23 mp
Alex, alessandro, eduardo, igor 23 mpAlex, alessandro, eduardo, igor 23 mp
Alex, alessandro, eduardo, igor 23 mp
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tpRacionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
Racionalismo, empirismo e iluminismo vanessa 25 tp
 
Trabalho de filosofia leonardo 21 mp
Trabalho de filosofia leonardo 21 mpTrabalho de filosofia leonardo 21 mp
Trabalho de filosofia leonardo 21 mp
 
Filosofia aula 7
Filosofia aula 7Filosofia aula 7
Filosofia aula 7
 
Racionalismo ana caroline 24 tp
Racionalismo ana caroline 24 tpRacionalismo ana caroline 24 tp
Racionalismo ana caroline 24 tp
 
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º maFilósofos modernos e seus pensamentos   2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
 
Racionalismo brenda e júlia 22 mp
Racionalismo brenda e júlia 22 mpRacionalismo brenda e júlia 22 mp
Racionalismo brenda e júlia 22 mp
 
Descartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo VDescartes - Trab Grupo V
Descartes - Trab Grupo V
 
Descartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo IDescartes Trab. grupo I
Descartes Trab. grupo I
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
 
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mpRacionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
Racionalismo, empirismo e iluminismo giorgia 23 mp
 
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26Filo 2 trimestre larissa e monique 26
Filo 2 trimestre larissa e monique 26
 

Más de José Ferreira Júnior

Projeto do curso de capacitação em linux educacional
Projeto do curso de capacitação em linux educacionalProjeto do curso de capacitação em linux educacional
Projeto do curso de capacitação em linux educacional
José Ferreira Júnior
 
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
José Ferreira Júnior
 
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
Cap 3   os mestres do pensamento - postarCap 3   os mestres do pensamento - postar
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
José Ferreira Júnior
 
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
Cap 2   os filosofos da natureza - postarCap 2   os filosofos da natureza - postar
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
José Ferreira Júnior
 

Más de José Ferreira Júnior (12)

Projeto do curso de capacitação em linux educacional
Projeto do curso de capacitação em linux educacionalProjeto do curso de capacitação em linux educacional
Projeto do curso de capacitação em linux educacional
 
Natureza e Cultura
Natureza e CulturaNatureza e Cultura
Natureza e Cultura
 
Cap 8 O Advento da Escolástica
Cap 8   O Advento da EscolásticaCap 8   O Advento da Escolástica
Cap 8 O Advento da Escolástica
 
Cap 7 Entre a Patrística e a Escolástica
Cap 7   Entre a Patrística e a EscolásticaCap 7   Entre a Patrística e a Escolástica
Cap 7 Entre a Patrística e a Escolástica
 
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
Cap 9   A Cristianização de AristótelesCap 9   A Cristianização de Aristóteles
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
 
Cap 6 Corações Inquietos
Cap 6   Corações InquietosCap 6   Corações Inquietos
Cap 6 Corações Inquietos
 
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
UNID 2 - ENTRE A RAZÃO E A FÉ - INTRODUÇÃO (TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA)
 
Cap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia HelenísticaCap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia Helenística
 
Cap 15 Filosofia Estética
Cap 15  Filosofia EstéticaCap 15  Filosofia Estética
Cap 15 Filosofia Estética
 
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
Cap 3   os mestres do pensamento - postarCap 3   os mestres do pensamento - postar
Cap 3 os mestres do pensamento - postar
 
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
Cap 2   os filosofos da natureza - postarCap 2   os filosofos da natureza - postar
Cap 2 os filosofos da natureza - postar
 
Filosofia Política
Filosofia PolíticaFilosofia Política
Filosofia Política
 

Último

Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
lenapinto
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 

Último (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 

Cap 13 - O Grande Racionalismo

  • 1.
  • 2. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • Os século XV e XVI foram marcados por importantes mudanças. • Por um lado, o mapa político da Europa contava com reinos unificados, que conferiam aos reis o papel de comandantes de seu povo. • Por outro lado, a nobreza continuava explorando uma massa de camponeses. • As ideias renascentistas e a Reforma religiosa haviam enfraquecido a Igreja Católica, eram as ideias escolásticas que ainda predominavam, mesmo nas universidades.
  • 3. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • Que garantia poderia haver quanto à validade das novas verdades apresentadas? • O Renascimento havia aberto muitas portas, mas acreditava-se que o caminho do verdadeiro conhecimento ainda estava para ser percorrido. • Já havia a crença de que a chave para se poder trilhar esse cominho era a razão. • A partir do século XVII promoveu-se um avanço importante: essa razão articulava-se em um método.
  • 4. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • A preocupação em encontrar um caminho seguro para o conhecimento já se expressava no pensamento de Bacon, que viveu as 3 décadas do século XVII, chamado de o “século do método”. • O entusiasmo desses filósofos pelas “matemáticas” fará nascer a ideia de que o sucesso dessa ciência se deve a seu método e que o método matemático poderá ser utilizado em todas as outras áreas da investigação, garantindo a exatidão e a certeza dos conhecimentos alcançados.
  • 5. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • O que se utilizaria como método não seria a matemática em si, os números, o cálculo, e sim o procedimento dedutivo da geometria, isto é, o modo próprio da matemática de encadear as razões ou afirmações segundo uma certa ordem. • Essa racionalidade se expressaria de modo geométrico, lógico, dedutivo, o que caracterizaria a visão específica do racionalismo moderno.
  • 6. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • O termo racionalismo é empregado para designar a concepção de que nada existe sem que haja uma razão para isso. • Uma pessoa racionalista seria alguém que procura sempre uma explicação lógica para as coisas, acredita que por meio de mecanismos racionais se pode explicar tudo. • Em filosofia, denominam-se racionalistas as doutrinas que buscam explicar o processo de conhecimento dando ênfase ao papel da razão.
  • 7. A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO • O racionalismo desenvolvido pela maioria das filosofias do século XVII afirmará que todo conhecimento certo provém de princípios a priori (anteriores à experiência), indiscutíveis e evidentes para a razão. • Esse racionalismo também considerava que os sentidos são uma fonte confusa, obscura e provisória de verdade, o que relegará a experiência sensível a um segundo plano, como fonte de conhecimento.
  • 8. VIDA • Nasceu em Haye, França. • Estudou no colégio jesuíta de La Flèche. • Executando a aprendizagem que fez da matemática. Decepcionou-se com a educação jesuíta. • Confessaria, tempos depois, sua decisão em buscar a ciência por conta própria, esforçando-se por decifrar o “grande livro do mundo”.
  • 9. VIDA • Ingressando na carreira militar, mudou-se para a Holanda, onde participou de combates contra os espanhóis. • Viajou por vários países europeus, estabelecendo contato com vários sábios, entre eles Blaise Pascal. • O que publicou é suficientemente vasto para situá-lo como um dos pais da filosofia moderna.
  • 10. A ÁRVORE DO SABER • Descartes definira para si a missão de construir um sistema filosófico completo. • FILOSOFIA – “um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode saber, tanto para a conduta da sua vida como para a conservação de sua saúde e a invenção de todas as artes”.
  • 11. A ÁRVORE DO SABER
  • 12. A ÁRVORE DO SABER • Desde cedo Descartes se aplicara intensamente ao estudo das matemáticas e, entusiasmado com os resultados que obtivera, acreditara ser possível transferir seu instrumental a outras áreas do saber. • Galileu dizia que a natureza está inscrita em linguagem matemática.
  • 13. A ÁRVORE DO SABER • Descartes construirá seu método de investigação calcado no modelo matemático de demonstração. • E por que o modelo matemático parecia tão perfeito? • Descartes percebeu haver nas matemáticas aquilo que queria encontrar no mundo: verdades absolutas e incontestáveis.
  • 14. A ÁRVORE DO SABER • Exemplo:
  • 15. A ÁRVORE DO SABER • Para alcançar essa certeza que só as matemáticas têm, Descartes adotou em seu método filosófico o mesmo procedimento lógico demonstrativo da geometria analítica. • Ele acreditava na existência de uma ordem natural inerente à estrutura do conhecimento.
  • 16. A ÁRVORE DO SABER • Se a matemática é o fundamento comum a todas as ciências, por que ela não faz parte da árvore do saber? • Porque, sendo apenas um meio, um exercício, ela fornecerá apenas o método. • O método cartesiano encontra-se detalhadamente apresentado em sua obra Regras para a direção do espírito.
  • 17. A ÁRVORE DO SABER • Em Discurso do Método, sintetiza esse método por meio de quatro preceitos que prescreve para si e que não se devem ser jamais esquecidos na busca do conhecimento verdadeiro.
  • 18. A ÁRVORE DO SABER 1. Jamais escolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; 2. Dividir cada uma das dificuldades que eu duvidasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las;
  • 19. A ÁRVORE DO SABER 3. Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos. 4. Fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que eu tivesse a certeza de nada omitir.
  • 20. A dúvida metódica e o cogito • Para conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar todos os nossos conhecimentos em dúvida. • É necessário questionar tudo e analisar, criteriosamente, se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza. • Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, foi considerando como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais.
  • 21. A dúvida metódica e o cogito • Finalmente, estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvida era a seguinte: meus pensamentos existem. • E em seguida observou que a existência desses pensamentos se confundia com a essência da sua própria existência como ser pensante. • Disso decorreu a célebre conclusão: Cogito ergo sum. ou Penso, logo existo.
  • 22. A dúvida metódica e o cogito • Esse “Penso, logo existo” seria uma verdade absolutamente firme, certa e segura, que deveria ser adotada como princípio básico de toda a sua filosofia. • PENSAMENTO  abrange tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos. • O ser humano era uma substância essencialmente pensante. • O pensamento (consciência) é algo mais certo que a própria matéria corporal.
  • 23. A dúvida metódica e o cogito • Toda a filosofia posterior que sofreu a influência de Descartes assumiu uma tendência idealista. • Foi um racionalista convicto. • Recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do conhecimento humano. • O verdadeiro conhecimento das coisas externas devia ser conseguido através do trabalho lógico da mente.
  • 24. O DUALISMO E O SUBJETIVISMO CARTESIANO • A separação entre res cogitam e res extensa na metafísica cartesiana inaugura uma concepção dualista da realidade, isto é, aquela que separa totalmente a realidade espiritual da realidade material. • A divisão entre essas duas substâncias tem como consequência o fato de, para o filósofo, a mente e o corpo serem também duas coisas totalmente separadas e distintas.
  • 25. O DUALISMO E O SUBJETIVISMO CARTESIANO • Outra consequência dessa divisão é a separação entre sujeito (o ser que pensa) e objeto (o ser pensado), na qual o sujeito assume a função ordenadora do conhecimento. • Em Descartes, o pensamento encontra em si os fundamentos que permitirão aceitar algo como verdadeiro. • Essa característica da filosofia cartesiana é denominada de subjetivismo.
  • 26. O DUALISMO E O SUBJETIVISMO CARTESIANO • SUBJETIVISMO  faz com que o conhecimento do mundo seja possível apenas por meio das ideias das coisas, isto é, das representação. • REPRESENTAÇÃO  é todo conteúdo presente na mente. Na concepção tradicional, ou realista, representação é a conversão das coisas em ideias dessas coisas.
  • 27. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • A medicina cartesiana apresentava características mecanicistas, mas depois Descartes mudou de orientação e passou a afirmar que o corpo humano deve ser estudado como parte de um composto substancial resultante da união entre alma e corpo, e não como uma máquina.
  • 28. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • Em sua obra As Paixões da Alma, o filósofo entende que a alma se une ao corpo de maneira uniforme por todas as suas partes e “não se pode dizer que ela esteja em qualquer de suas partes com exclusão de outras, porque o corpo é uno e indivisível” – a indivisibilidade é própria da união.
  • 29. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • Essa ligação se dá mais particularmente em determinado ponto do cérebro: a glândula pineal. • A GLÂNDULA PINEAL situa-se na base do cérebro, atrás da hipófase, e atualmente se atribui a ela papel importante no desenvolvimento psicofísico e sexual.
  • 30. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • Descarte descreve como cada posição dessa glândula provoca um afeto ou paixão da alma. • Se ela está de um lado, sentimos desejos; se está de outro, temos repulsa. • De acordo com ele, não podemos excitar ou suprimir diretamente as paixões pela ação direta da vontade, e sim, “indiretamente, pela representação das coisas que costumam estar unidas às paixões que queremos ter, e que são contrárias às que queremos rejeitar”.
  • 31. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • Exemplo, se queremos rejeitar uma tristeza, devemos ter pensamentos que nos causem alegria. • O que Descartes prescreve é a modificação dos pensamentos para alterar as condições do corpo e da alma. • Uma alma forte e virtuosa mantém as paixões sob controle e o corpo saudável.
  • 32. A UNIÃO DA ALMA E DO CORPO • A vontade terá papel fundamental na moral cartesiana, pois será ela fundamentalmente quem agirá sobre o entendimento e, a partir dele, sobre as paixões, em busca do que pode ser melhor ou mais perfeito para o homem. • Descartes reconhece que não se pode ter certeza absoluta em todos os domínios, pois “a natureza do homem não é a de saber tudo”, e que às vezes só se pode emitir “o melhor juízo possível”.
  • 33. BARUCH DE ESPINOSA Deus, ou a natureza.
  • 34. VIDA • Nasceu em Amsterdã, na Holanda. • Era filho de imigrantes judeus de origem hispano-portuguesa que havia fugido das perseguições religiosas. • Foi educado dentro da tradição judaica, mas afastou-se da ortodoxia ao receber influências de correntes dissidentes do judaísmo e dos pensamentos escolásticos, platônicorenascentistas e cartesiano.
  • 35. VIDA • Foi excomungado e excluído da comunidade judaica de Amsterdã, além de deserdado pela família aos 24 anos de idade. • Teve então de fugir e viveu o resto de sua vida em várias cidades holandesas, ganhando seu sustento como polidor de lentes. • De saúde frágil, sofreu quase 20 anos de tuberculose.
  • 36. VIDA • Além de defender a separação entre Estado e Igreja, política e religião, filosofia e teologia, foi um grande crítico da superstição, tanto religiosa e política como filosófica. • Em seu Tratado teológico-político, submete a Bíblia a uma interpretação histórico-crítica baseada na análise gramatical da língua hebraica e da história do povo judeu, e conclui que seus textos estão intimamente ligados ao momento histórico em que foram escritos.
  • 37. VIDA • Eles são basicamente regras de conduta humana formuladas dentro de determinado contexto, sem constituir, portanto, verdades absolutas. • Isso significa que as palavras contidas na Bíblia não teriam vindo de Deus, pois se Moisés tivesse realmente tido uma revelação de Deus, os dez mandamentos não seriam apenas as leis de um povo e sim verdades eternas, que valeriam para todos.
  • 38. O DEUS IMANENTE • Espinosa não concordava com a ideia generalizada de que Deus é um ser superior a tudo e separado de tudo, portanto um ser transcendente. • Para ele, Deus e a natureza são a mesma coisa. • DEUS = NATUREZA. • Em sua obra Ética, o filósofo explica que separar Deus do mundo, significa conceber a existência de duas substâncias, o que seria impossível pela própria definição de substância.
  • 39. O DEUS IMANENTE • SUBSTÂNCIA é “o que existe em si e por si é conhecido, isto é, aquilo cujo conceito não carece do conceito de outra coisa do qual deva ser formado”. • O único ser que “existe em si e por si é concebido” é Deus, portanto, não pode haver outra substância. • A natureza seria o conjunto das infinitas manifestações da substância única, isto é, Deus.
  • 40. O DEUS IMANENTE • Ele diz: o mundo “é em Deus” e “Deus, ou a natureza”, isto é, a natureza é idêntica a Deus. • Substância, Deus ou natureza são, portanto, a mesma coisa. • Ele é chamado de: – MONISTA, pois para ele toda a realidade seria composta de apenas uma única substância. – PANTEÍSTA, pois ele identifica Deus em todas as coisas, ou defende a ideia de que tudo participa da substância divina.
  • 41. O DEUS IMANENTE • A inteligência humana consegue identificar no mundo apenas duas manifestações essenciais da substância, que ele denomina atributos: o pensamento e a extensão. • Tudo que existe no mundo, ou cada criatura em particular, cada fenômeno, seria um modo de manifestação de Deus ou de seus atributos, o pensamento e a extensão.
  • 42. O DEUS IMANENTE • EXEMPLO: – Atributo extensão: livro; – Atributo pensamento: as ideias contidas no livro. • Para Espinosa, Deus é causa imanente, isto é, interna, que produz efeito em sim mesma (os modos), e todos os efeitos ou modos são fruto da necessidade dos atributos ou características essenciais de Deus.
  • 43. O DEUS IMANENTE • Isso significa que tudo o que existe e acontece no mundo é o resultado necessário da natureza de Deus, isto é, não pode ser diferente, tem de ser de determinada maneira. • Não há LIVRE-ARBÍTRIO no mundo. • Deus, ou a natureza, se manifesta por meio das leis da natureza, que são eternas, imutáveis e inteiramente determinadas pela necessidade da natureza divina.
  • 44. O DEUS IMANENTE • Os homens “enganam-se quando se julgam livres, e esta opinião consiste apenas em que eles têm consciência de suas ações e são ignorantes das causas pela quais são determinadas”.
  • 45. A NATUREZA HUMANA • A natureza humana é uma das expressões da substância única, repetindo de maneira finita a estrutura da substância infinita, Deus, ou natureza. – CORPO  modo da extensão; – ALMA  modo do pensamento. • Ao descrever a essência do homem, o filósofo identifica um elemento, o canatus (esforço, impulso instintivo), que seria o esforço empreendido por cada coisa para perseverar em seu ser.
  • 46. A NATUREZA HUMANA • Quando o conatus se torna consciente de si, ele se chama desejo. Ambos contribuem para afirmar e expandir o nosso ser. • Quando nossos desejos sofrem a ação das forças externas, nascem as paixões, que são modificações passivas de nosso ser. • A alegria e a tristeza são as paixões fundamentais, das quais resultam todas as outras.
  • 47. A NATUREZA HUMANA • A alegria  paixão que favorece a passagem para uma maior perfeição do ser, é sempre boa; • A tristeza  leva o homem a uma menor perfeição e é sempre má. • Como é impossível ao homem livrar-se das paixões, a VIRTUDE consistirá em alcançar um conhecimento verdadeiro de nossas paixões, para com ele valerse das paixões positivas, principalmente o amor, e ampliar o canatus.
  • 48. A NATUREZA HUMANA • Ser VIRTUOSO consiste em, por meio da razão, formar ideias claras e distintas do que se passa em nós, reconhecer o dinamismo da vida e afirmar-se como a causa adequada dos efeitos que ocorrem em nós. • A verdadeira liberdade do homem: conhecer, pela razão, a necessidade das coisas e agir de acordo com essa necessidade.
  • 49. GOTTFRIED LEIBNIZ Deus criou o melhor dos mundos possíveis.
  • 50. VIDA • Nasceu em Leipzig, Alemanha, durante a Guerra dos Trinta Anos. • Filho de um professor de filosofia da Universidade de Leipzig, muito cedo Leibniz entrou em contato com os principais textos filosóficos. • Dedicando-se à matemática, tornouse um dos maiores matemáticos de seu tempo, chegando à ideia do cálculo infinitesimal.
  • 51. VIDA • Fez várias contribuições na área da física, inventou a máquina de multiplicar, fundou a Academia de Ciências de Berlim e foi membro da Royal Society de Londres e da Fraternidade Rosacruz. • Doutorou-se em direito e dedicou a maior parte de sua vida à política palaciana, ocupando diversos cargos públicos e realizando várias missões diplomáticas, nas quais pretendeu realizar o sonho de harmonizar o protestantismo com o catolicismo e reunificar os cristão. • Faleceu em Hanôver, em 14 de novembro de 1716.
  • 52. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Leibniz ambicionou construir uma ciência universal, mas nunca conseguiu levar seu projeto adiante. • Suas ideias formam um todo coerente e sistemático que busca explicar a totalidade das coisas. • Ele foi pioneiro na formulação da lógica matemática, ou simbólica, que busca expressar as estruturas e operações do pensamento numa linguagem matemática.
  • 53. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Uma das principais contribuições de Leibniz para a história da filosofia resulta de seu trabalho em definir a natureza da verdade. • Ele analisa as proposições, ou afirmações, verdadeiras e conclui que em todas elas a noção do predicado está incluída na noção do sujeito.
  • 54. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • EXEMPLO: – Dizer “o triângulo tem três lados” é uma proposição verdadeira, pois a noção “três lados” (o predicado) está incluída na de “triângulo” (o sujeito). – Se fosse dito “o triângulo tem quatro lados iguais”, teríamos uma proposição falsa, pois a noção “quatro lados iguais” não está incluída na de “triângulo”, isto é, ela identifica-se como outro sujeito.
  • 55. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Representação simbólica: – FRASE VERDADEIRA: A é A (a identidade); – FRASE FALSA: A é não-A (a contradição). • Trata-se de uma retomada do princípio de não-contradição, presente na lógica de Aristóteles, que diz que “é impossível ser e não ser ao mesmo tempo”. • Para Leibniz, a verdade deverá ser sempre expressa pela proposição A é A.
  • 56. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Mesmo quando temos uma proposição do tipo A é B, para conhecer se ela é falsa ou não devemos analisar e reduzir a noção de B até transformá-la em A e obter a proposição A é A ou a A é não-A. • ANALISAR  identificar tudo que está no sujeito.
  • 57. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Ele reconhece que existem proposições que escapam a essa demonstração: por mais que recuemos em sua análise e em suas causas não chegamos à identidade (A é A). • EXEMPLO: – D. Pedro I deu o grito do Ipiranga. – É uma verdade histórica (um fato).
  • 58. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Distinção entre os 2 tipos de verdades: – VERDADES DE RAZÃO: são aquelas a que uma pessoa chega pela análise lógica dos termos de uma proposição. São eternas, essenciais e metafísicas. Pertence ao domínio da lógica e da matemática. – VERDADES DE FATO: são aquelas a que uma pessoa chega depois de examinar os fatos, que envolvem a proposição. São temporais, contingentes e físicas, ou seja, valem para determinadas condições existenciais. Pertencem às ciências.
  • 59. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • As proposições necessárias (VR) passam a ser denominadas PROPOSIÇÕES ANALÍTICAS. • As proposições contingentes (VF) passam a ser denominadas PROPOSIÇÕES SINTÉTICAS. • As verdades de fato, serão fundamentadas pelo princípio metafísico da razão suficiente.
  • 60. VERDADES DE RAZÃO E VERDADE DE FATO • Tudo o que existe tem de ter uma causa ou uma razão determinante, isto é, que serve para justificar a priori por que algo é assim em vez de ser de outra maneira. • Então será preciso admitir, como razão suficiente e última, Deus.
  • 61. O MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS • Outro ponto importante da filosofia leibniziana é a ideia de possibilidade. • As verdades de razão, como as matemáticas, são necessárias, isto é, seu contrário é impossível, as verdades de fato não são necessárias, ou seja, seu contrário é possível. • Será, então, que o mundo poderia ser totalmente diferente?
  • 62. O MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS • Para Leibniz isso não é possível, porque Deus é um ser com o máximo de essência ou qualidades, no qual estariam contidas todas as verdades, todo o cosmo, e ele agiria sempre com um máximo de perfeição. • Deus teria escolhido um mundo composto de uma série de possíveis que não se contradizem entre si e que formam a melhor combinação de possíveis. • Portanto, como Deus só poderia fazer o melhor possível, este é o melhor dos mundos possíveis.
  • 63. TEORIA DAS MÔNADAS • O filósofo alemão tem uma visão pluralista da realidade. • Segundo ele, como não existem dois seres perfeitamente idênticos, é necessário que exista também uma infinidade de substâncias, que se agregam diferentemente, formando seres individuais distintos.
  • 64. TEORIA DAS MÔNADAS • MÔNADA é como ele designa cada uma dessas substâncias: “a mônada, de que falaremos aqui, é apenas uma substância simples que entra nos compostos; simples, isto é, sem partes”. • As mônadas seriam centros de atividade não materiais que comporiam tudo o que existe, desde um grão de areia, o corpo e a mente humana, até Deus, que seria uma grande mônada contendo todas as outras mônadas.
  • 65. TEORIA DAS MÔNADAS • Pelo ato da percepção, cada mônada expressa ou representa a totalidade do Universo a partir de seu ponto de vista, de sua perspectiva, como se fosse um espelho. • Nas mônadas superiores, a percepção é acompanhada da apercepção, isto é, da autorepresentação ou consciência.
  • 66. TEORIA DAS MÔNADAS • Como um mundo completo, toda mônada também é fechada em si mesma, isto é, não se comunica com o mundo exterior. • Um homem não sabe o que vai na cabeça do outro, pois, como diz Leibniz, “as mônadas não têm janelas por onde qualquer coisa possa entrar ou sair”.
  • 67. TEORIA DAS MÔNADAS • As mônadas constituem um todo ordenado e harmonioso, pois são como “relógios que, apesar de independentes, marcam a mesma hora”. • Haveria uma harmonia preestabelecida no Universo, o que garantiria a ordenação das mônadas.
  • 68. TEORIA DAS MÔNADAS • Essa harmonia teria sido criada por Deus, substância infinita e perfeita separada do mundo, que contém em si, como suas infinitas expressões, as percepções de todas as mônadas, das quais também é, portanto, o Criador.
  • 69. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA • COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006. • CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4. ed. São Paulo: Ática, 2011.